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1 CONTRIBUIÇÃO DOS ESFORÇOS CORTANTES NA FLECHA DE VIGAS DE AÇO EM SEÇÃO I: análise das condições estruturais mais significativas Paulo Henrique da Silva1 Renata de Oliveira Melo2 Resumo: Na maioria dos projetos de vigas, a flecha considerada é aquela correspondente apenas ao efeito dos momentos fletores, sendo a contribuição do esforço cortante nessas deformações, portanto, desprezada. Tal desconsideração, entretanto, resulta em valores de flecha inferiores aos reais e as deflexões resultantes de ambos os esforços podem ter uma ordem de grandeza semelhante. Sob essa perspectiva, o presente trabalho apresentou como objetivo geral determinar as condições estruturais de vigas de aço com seção I nas quais a contribuição do esforço cortante nas flechas seja mais significativa. Para tal, foram analisadas 216 vigas diferentes, com mesmo material, mas com variação do vão, dos carregamentos, das condições de apoio e das medidas da seção. Dos resultados, observou-se que o efeito do cisalhamento na flecha é mais considerável em vigas de vãos menores, com maior grau de hiperestaticidade externa e com seção de maior momento de inércia (maior altura). Palavras-chave: viga; flecha; momento fletor; esforço cortante. 1 INTRODUÇÃO As vigas de aço, garantindo a resistência, estabilidade e segurança das estruturas, desempenham um relevante papel na construção civil, sendo elementos amplamente utilizados em diversos projetos de engenharia e arquitetura. Além de seu caráter estrutural, que é sua função intrínseca e imperante, podem apresentar-se, pelo fato de estarem aparentes na maioria dos casos, como importante contribuição ao aspecto arquitetônico, proporcionando uma aparência única e agregando valor estético aos ambientes. Sob tal ótica, o aprimoramento dos processos de dimensionamento e a compreensão aprofundada do comportamento intrínseco desses elementos tangenciam-se como recorrentes âmbitos de investigação acadêmica e ostentam um interesse prático-profissional de magnitude ímpar. A pertinente compreensão dos deslocamentos transversais, por exemplo, consabidos como flechas, os quais se configuram como os objetos de estudo primordiais desta pesquisa, concede ao engenheiro a possibilidade de antever, de maneira suscinta, a resposta estrutural 1 Graduando em Engenharia Civil pelo Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), paulohsilva@unipam.edu.br. 2 Engenheira Civil, especialista em Estruturas Metálicas, docente do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), renataom@unipam.edu.br. 2 ante as inúmeras forças externas atuantes, além de prospectar mecanismos que vislumbrem a minimização de tais deformações e a otimização da utilização de materiais. Na grande maioria dos projetos estruturais, a flecha considerada é aquela correspondente apenas ao efeito dos momentos fletores, sendo a contribuição do esforço cortante nessas deformações, portanto, desprezada. Tal desconsideração, entretanto, resulta, segundo Alves Filho (2000), em valores de flecha inferiores aos reais e a influência do cisalhamento se torna mais relevante em vigas que possuem um comprimento não muito maior que sua altura, sendo que as deflexões resultantes de ambos os esforços podem ter uma ordem de grandeza semelhante. A importância da contemplação dos esforços cortantes, expressa de forma mais substancial e indubitável, se apresenta na EN 1993-1-1 (2005): Eurocode 3: Design of Steel Structures, Part 1-1: General rules and rules for buildings, a qual preconiza que o momento fletor resistente (a ser usado como valor de cálculo da resistência da seção) deve ser minorado (reduzido) por um parâmetro que considera a atuação da força cisalhante. Desse modo, embora não se determine necessariamente a deformação por cisalhamento, há a redução da resistência à flexão, o que provoca, por conseguinte, o aumento da flecha calculada. Em vista desse panorama, controverso entre teoria e prática, mostra-se como pertinente e válido o questionamento de quais seriam, então, as condições ou circunstâncias em que é necessário ou relevante a consideração da deformação devido cisalhamento. Buscando responder tal indagação, o presente trabalho apresenta como objetivo geral determinar as condições estruturais (em relação a vão, seção, carregamento e apoios) de vigas de aço com seção I nas quais a parcela de deformação por esforço cortante seja mais significativa, considerando a ação conjunta com as deformações (flechas) provocadas por momentos fletores. Para tal, de modo específico, busca-se determinar o valor das deformações por flexão e o das deflexões adicionais verticais devido cisalhamento em determinado ponto (seção) dos modelos estruturais de vigas considerados; avaliar o aumento percentual da deformação na consideração conjunta do efeito dos esforços cortantes sobre o dos momentos fletores; e organizar os valores de aumento percentual da deformação de forma a possibilitar a análise da influência de cada uma das variáveis (parâmetros estruturais) consideradas. Assim sendo, espera-se que esta pesquisa contribua para um melhor entendimento do comportamento estrutural de vigas, possibilite o aprimoramento das técnicas de determinação de flechas nas mesmas e fomente uma perspectiva complementar quanto análise de estados-limites de serviço, preponderantemente quanto deformações excessivas, apresentando, ademais, aplicabilidade prática aos projetos vindouros. 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Vigas Estrutura, conforme Dias (2002), pode ser definida como o conjunto das partes ou elementos resistentes de uma construção, sendo esses, classificados de acordo com a sua geometria e o modo de aplicação das cargas. A partir dessa perspectiva e consoante Leet et al (2009) viga é conceituada como sendo um elemento linear carregado perpendicularmente ao seu eixo longitudinal e que está submetido preponderantemente a momentos fletores e esforços cortantes, caracterizando a denominada flexão simples, embora também possam se desenvolver forças axiais e torção. Como dilucidado por Ching (2017), as vigas são projetadas e construídas para resistir as cargas transversais e transmiti-las aos elementos estruturais que lhes servem de apoio. Os esforços desenvolvidos nessas ligações, conhecidos como reações de apoio, são considerados como forças externas e influenciam diretamente no comportamento estrutural da peça (FÉODOSIEV, 1977). Existem, de acordo com Beer et al (2011), diferentes tipos de apoios ou conexões entre um corpo rígido e outro, mas segundo apresentado em Süssekind (1981) e Garrison (2018) a representação a nível de análise estrutural se dá, em suma, de três maneiras (vide Figura 1). Essencialmente, se um apoio impede (restringe) a translação de um corpo em uma determinada direção, então uma força é desenvolvida nessa direção. Semelhantemente, se uma rotação é impedida, então um momento (conjugado) é exercido sobre o corpo (HIBBELER, 2010). Figura 1 – Representação dos tipos de apoios e suas restrições de movimentação Fonte: Garrison, 2018. Em um contexto de estruturas de aço, conforme ABNT NBR 8800 (2008): Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios, a conexão entre as peças (configurando os apoios ou ligações) é executada, basicamente, por meio de elementos tais como enrijecedores, cantoneiras, consolos e chapas, acoplados ou fixados através dos meios de ligação, como soldas e conectores (parafusos, pinos e barras rosqueadas). 4 2.2 Deformações em vigas A atuação dos carregamentos nas vigas, assim como em qualquer outro componente estrutural, traduz-se em estados de tensões que caracterizam os denominados esforços internos (FÉODOSIEV, 1977). Considerando um ponto material de um corpo (como no caso, uma viga) submetido a determinado estado de tensões, verifica-se que esse pontoapresenta um deslocamento que, por sua vez, provoca ao corpo um movimento de rotação e/ou de translação, bem como alteração na sua configuração geométrica inicial, estabelecendo, portanto, uma deformação (MEGSON, 2005; LIMA e SORIANO, 2006; MARTHA, 2022). Na determinação dos esforços internos de uma viga, o modelo estrutural, para ser considerado adequado, deve satisfazer algumas condições físicas e matemáticas, divididas em basicamente três grupos: condições de equilíbrio, condições de compatibilidade entre deslocamentos e deformações e condições ou leis constitutivas dos materiais. Respeitadas essas hipóteses, considerando um contexto de pequenas deformações e o material em comportamento linear-elástico, pode haver, para análise, o desacoplamento dos efeitos axiais, transversais (flexão e cisalhamento) e de torção, ou seja, eles podem ser considerados separados e posteriormente superpostos (Princípio da Superposição) (MARTHA, 2022). 2.2.1 Deformações de vigas por flexão Clímaco (2008, p. 177) estabelece que “a flexão de um elemento linear caracteriza- se pela atuação de momentos fletores, que produzem tensões normais na seção transversal e a sua rotação.” Assim sendo, qualquer barra (ou viga) deformável submetida a flexão, apresenta, conforme Hibbeler (2010), parcela da seção submetida a tração e outra porção submetida a compressão. A partir disso, Pfeil e Pfeil (2009) estabelecem que as seções com comportamento mais adequado quando submetidas a flexão são aquelas com áreas mais distantes do seu eixo neutro e, portanto, as que possuem maior momento de inércia, destacando-se nessas especificidades as vigas (perfis) de formato I (também conhecidas como vigas de alma cheia). A análise de vigas sob flexão, de acordo com Martha (2022), respalda-se na denominada Teoria das Vigas de Navier. Essa teoria está, por sua vez, fundamentada em duas hipóteses básicas: a manutenção das seções transversais planas quando da deformação da viga (Hipótese de Bernoulli) e a desconsideração das deformações por efeito dos esforços cortantes. Tais condições garantem uma continuidade de deslocamentos no interior da barra, já que cada seção transversal permanece agregada ou unida com suas adjacentes (MARTHA, 2022). 5 Dessa teoria, cuja fundamentação apresentada esquematicamente por Martha (2022) consta no Anexo A – Resumo da Teoria das Vigas de Navier, destacam-se duas expressões (Equações 1 e 2) precípuas ao cálculo das deformações por flexão em vigas: 𝑑𝜃 𝑑𝑥 = 𝑀(𝑥) 𝐸𝐼(𝑥) ⇔ 𝜃(𝑥) = ∫ 𝑀(𝑥) 𝐸𝐼(𝑥) 𝑑𝑥 (1) 𝑑2𝑣 𝑑𝑥2 = 𝑀(𝑥) 𝐸𝐼(𝑥) ⇔ 𝑣(𝑥) = ∬ 𝑀(𝑥) 𝐸𝐼(𝑥) 𝑑𝑥2 (2) Onde: 𝑀(𝑥) = equação de momento fletor da viga; 𝐸 = módulo de elasticidade do material (módulo de Young) 𝐼(𝑥) = equação do momento de inércia da seção transversal ao longo da viga; 𝜃 = rotação da seção transversal por flexão; 𝑣 = deslocamento transversal por flexão (flecha); 𝑥 = posição de determinada seção da viga. Da Equação 2 observa-se que, na consideração do momento de inércia constante ao longo da viga, isto é, 𝐼(𝑥) = 𝐼, para se obter a função do deslocamento por flexão 𝑣(𝑥), denominada curva elástica, basta integrar duas vezes a equação de momento fletor (além de dividir pela rigidez 𝐸𝐼), sendo necessário, portanto, avaliar apenas duas constantes de integração. Essas últimas são definidas a partir das chamadas condições de contorno e mediante auxílio da função de rotação 𝜃(𝑥) expressa na Equação 1 (HIBBELER, 2010). 2.2.2 Deformações de vigas por esforço cortante Define-se esforço cortante como sendo, em suma, o efeito de uma distribuição de tensão de cisalhamento transversal que age sobre um elemento estrutural (como uma viga, por exemplo), provocando deformações que tendem a distorcer, de forma relativamente complexa, a seção da peça (HIBBELER, 2010). Ugural (2015), por sua vez, assevera que tensão de cisalhamento é produzida a partir da atuação de forças que tendem a deslizar uma determinada seção em relação à outra adjacente. 6 De acordo com o apresentado em Popov (1978) a distribuição da tensão de cisalhamento em uma viga de seção I ocorre de forma parabólica (Figura 2), de tal maneira que a tensão cisalhante máxima se dá na altura do eixo baricêntrico. Hibbeler (2010) ressalta que a tensão varia de forma sutil ao longo da alma e apresenta diminuição abrupta no encontro com as mesas ou abas. A formulação para tal distribuição encontra-se no Anexo B – Fórmula do Cisalhamento e da Distribuição de Tensão Cisalhante, expressa de acordo com Timoshenko e Gere (1994) e Hibbeler (2010). Figura 2 – Distribuição de tensão cisalhante em (a) corte transversal de (b) viga de seção I (a) (b) Fonte: Hibbeler, 2010. A consideração primeva da deformação por esforço cortante em vigas, de forma propriamente dita, se deu com a Teoria de Timoshenko, exposta inicialmente em 1921 e que, em oposição a Teoria das Vigas de Navier considera o efeito do cisalhamento na análise da flexão de barras (TORRES, 1999). Esse modelo incorpora a deformação causada pelo cisalhamento como uma rotação extra da seção transversal, resultando em uma formulação que trata a rotação da seção transversal e o deslocamento transversal como parâmetros independentes (MARTHA e BURGOS, 2014). Timoshenko e Gere (1961), no entanto, propõem uma abordagem alternativa à essa formulação convencional para abordar a deformação por cisalhamento. Eles a interpretam não como uma rotação adicional da seção transversal, mas sim como uma distorção cisalhante (dh) do elemento infinitesimal da viga, conforme Figura 3. Segundo Martha e Burgos (2014), em uma análise de primeira ordem, na qual a carga axial não afeta a flexão da viga, ambas as perspectivas para entendimento da deformação por esforço cortante levam a formulações idênticas. A partir dos anos 1940, com o advento tecnológico e evolução do uso de computadores, outra metodologia para análise estrutural, e, portanto, útil para determinação de deformações cisalhantes em vigas, começou a ganhar destaque, o chamado Método dos 7 Elementos Finitos (LOGAN, 2006). A comprovação da eficácia desse método na determinação do efeito do cisalhamento em vigas sob flexão foi estabelecida por Souza (2019), com base nos trabalhos de Neves (2000), demonstrando que os resultados obtidos coincidem com as soluções analíticas, desde que o operador do programa computacional empregue um refinamento de malha apropriado. Figura 3 –Deformação por cisalhamento considerada como distorção adicional Fonte: Martha, 2022. Timoshenko e Gere (1994), analisando o efeito do cisalhamento para vigas com seção retangular, verificaram que as deformações adicionais em decorrência do cisalhamento (𝛿v) são mais significativas para relações entre o vão e a altura da seção menores que 10. Ainda segundo esses autores, para as vigas em I, os efeitos são comparáveis aos da forma retangular, porém a magnitude relativa da deformação angular geralmente é de duas a três vezes maior. Nesse contexto, Silva (2019) diz que a contribuição do cisalhamento não é função apenas da seção e do vão, mas é influenciada ainda pela maneira como a estrutura está apoiada. De qualquer modo, Timoshenko e Gere (1994), corroborados por Féodosiev (1977), ressaltam que quando as deformações provocadas por esforço cortante são levadas em conta, isso é feito de forma aproximada, já que as tensões não possuem distribuição uniforme ou homogênea por toda a área transversal. 2.2.3 Teorema dos Trabalhos Virtuais Sussekind (1980) apresenta que, para um ponto material, no qual a força resultante seja nula,o trabalho virtual realizado pelo sistema de forças reais em equilíbrio que atua sobre o ponto, quando este sofre um deslocamento virtual arbitrário qualquer, é nulo. Essa condição, ainda conforme o autor, denominada como Princípio de D’Alembert (ou Princípio dos 8 Trabalhos Virtuais), elucidada através dos teoremas de trabalho e dos conceitos de energia de deformação resulta no Teorema dos Trabalhos Virtuais. Esse teorema e os conceitos dele provenientes são, como apresentado por Martha (2022), úteis ao cálculo de deformações e a análise de estruturas. Para o entendimento da aplicabilidade desse teorema na determinação de deformações em vigas, pode-se considerar o processo descrito em Süssekind (1980). Para tal, seja a estrutura (considerada como corpo elástico) dada na Figura 4. Devido ao carregamento externo de enésimas forças, a estrutura atinge a curva ou linha elástica em tracejado. Figura 4 – Viga sob forças concentradas Fonte: Adaptado de Süssekind, 1980. Objetivando-se calcular a deformação (δ) do ponto m da estrutura em direção a Δ e sabendo que, para efeito de suposição, não há uma força real sobre o ponto, pressupõe-se então que existe um trabalho virtual externo (𝑊𝑒𝑥𝑡), já que a força é considerada nula e que existe um deslocamento (δ) não nulo. Sendo o trabalho em geral definido por 𝑊 = 𝐹. δ, onde F é uma força e δ um deslocamento na direção dessa força, então deve-se considerar a aplicação de uma força virtual �̅�, de modo que 𝑊𝑒𝑥𝑡 = �̅�δ. Desse modo, a força virtual �̅� (que na realidade não existe) implica em um deslocamento δ que existe, ou seja, é real. Nesse caso, o trabalho 𝑊𝑒𝑥𝑡 será virtual, ou seja, não existirá na realidade, já que não existe força real que implique no deslocamento (SÜSSEKIND, 1980; LIMA e SORIANO, 2006). Diante dessa explanação, o Teorema dos Trabalhos Virtuais aplicado aos corpos elásticos, diz que o trabalho virtual das forças internas é igual ao trabalho virtual das forças externas, para quaisquer deslocamentos virtuais compatíveis com os vínculos da estrutura. O trabalho virtual das forças internas (𝑊𝑖𝑛𝑡) é a soma dos trabalhos virtuais de deformação de todos os elementos de comprimento infinitesimal dx ao longo da estrutura devido a cada um dos esforços simples atuantes (SÜSSEKIND, 1980). Duas seções vizinhas, distantes de dx, terão, segundo Süssekind (1980), deformações relativas internas determinadas na Resistência dos Materiais, podendo suas formulações serem observadas em Schiel (1978) e Martha (2022). A partir de todas essas 9 considerações chega-se à Equação 3, dada por Süssekind (1980), para o cálculo da deformação em uma seção qualquer de uma viga (ou outra estrutura linear), denominada Fórmula de Mohr (conhecida também como Integrais de Maxwell-Mohr). 𝛿 = ∫ 𝑀�̅� 𝐸𝐼 𝑑𝑥 + ∫ 𝜒𝑉�̅� 𝐺𝐴 𝑑𝑥 + ∫ 𝑁𝑁 𝐸𝐴 𝑑𝑥 + ∫ 𝑇�̅� 𝐺𝐽𝑡 𝑑𝑥 (3) Onde: 𝑀, 𝑉, 𝑁 e 𝑇 = esforços internos simples atuantes na viga no estado de deformação (momento fletor, esforço cortante, força axial e torção, respectivamente), determinados a partir do carregamento externo atuante; �̅�, �̅�, 𝑁 𝑒 �̅� = esforços internos virtuais atuantes na viga no estado de carregamento (momento fletor, esforço cortante, força axial e torção, respectivamente), determinados pela aplicação de uma força unitária virtual �̅� no ponto em que se deseja calcular a deformação; 𝐸 = módulo de elasticidade do material (módulo de Young); 𝐼 = momento de inércia da seção transversal; 𝐺 = módulo de elasticidade transversal do material (módulo de rigidez); 𝐴 = área da seção transversal; 𝐽𝑡 = momento de inércia à torção da seção transversal; 𝜒 = fator de forma para área efetiva de cisalhamento; 𝛿 = deformação transversal, considerada vertical. O segundo termo integral da Equação 3, como apresentado por Schiel (1978) e Timoshenko e Gere (1984), determina o valor da parcela adicional de deformação transversal vertical da viga devido ao efeito dos esforços cortantes, sendo que o módulo de elasticidade transversal (𝐺) para uma viga de aço, conforme ABNT NBR 8800 (2008), vale 77.000 MPa, considerando o coeficiente de Poisson 𝜈 = 0,3. Já o fator de forma (𝜒) é um número adimensional que considera a não uniformidade de tensões cisalhantes e de acordo com Popov e Balan (2000) possui valor 1,0 para grande maioria das seções I. Já a primeira parcela de integração da Equação 3 determina, por sua vez, a deformação da viga por flexão (momentos fletores), de modo que o valor encontrado é igual ao determinado pela curva elástica 𝑣(𝑥) dada pelo Teorema das Vigas de Navier, desde que considerado um mesmo ponto (ou seção) x da viga (SÜSSEKIND, 1980; MARTHA, 2022). O valor do módulo de elasticidade do aço é dado por E = 200.000 MPa (ABNT NBR 8800, 2008). 10 3 METODOLOGIA Tendo em vista os objetivos propostos, o presente trabalho possuiu, como proêmio, o reconhecimento da temática abordada e seus principais conceitos e aplicações, de modo a classificá-lo como pesquisa exploratória. Não obstante esse caráter investigativo conceitual, apresentou, em face da análise dos dados obtidos e da ponderação da correlação entre as variáveis, objetivação de ordem descritiva e abordagem preeminentemente quantitativa. Respaldando-se em pesquisas bibliográficas de temáticas específicas, consubstancialmente relacionadas a análise estrutural, resistência dos materiais e especificações normativas de dimensionamento e verificação de estruturas de aço, o presente trabalho fundamentou-se na simulação do comportamento de diversas configurações de vigas, teve como base as teorias e métodos clássicos dos conteúdos abordados, mas dispôs, como subterfúgio, da utilização de meios computacionais (planilhas) para a sua realização. 3.1 Modelos estruturais de vigas Para o cálculo das deformações em uma estrutura, é necessário, de modo inicial, definir um modelo estrutural analítico que represente física e matematicamente, de modo mais simplificado, a estrutura real. Segundo Martha (2022), essa idealização do comportamento estrutural está baseada na definição de hipóteses ou condições relacionadas a propriedades dos materiais, geometria, solicitações (carregamentos) e condições de suporte (apoios) da estrutura considerada. Visto isso, a primeira etapa prática deste trabalho foi justamente a determinação dos diversos parâmetros envolvidos na concepção estrutural, bem como dos valores e condições adotados para cada um e as combinações possíveis e pertinentes entre eles. Assim sendo, a partir do estabelecimento de diversos modelos estruturais diferentes, com variações paramétricas sistematicamente definidas, tornou-se possível a comparação da influência de cada variável (parâmetro estrutural) no comportamento e na deformação das vigas. Quanto material, as vigas analisadas foram todas de aço MR 250 que, conforme Pfeil e Pfeil (2009) e a ABNT NBR 7007 (2022): Aços-carbono e microligados para uso estrutural e geral, é um aço-carbono de média resistência com limite de escoamento fy = 250 MPa e resistência a ruptura (fu) que varia de 400 MPa à 550 MPa. O aço MR 250, figurando como uma das escolhas projetuais mais recorrentes, é equivalente ao aço ASTM A36 apresentado na Tabela A.2 da ABNT NBR 8800 (2008, p. 109). 11 Em relação aos aspectos dimensionais dos modelos de vigas adotados, relevam-se as propriedades geométricas da seção e o comprimento do vão. Desse modo, utilizou-se, como forma de diferenciação do momento de inércia e consequentemente da rigidez, três perfis laminados distintos, todos com seção tipo I (alma cheia) e em aço MR 250, como já discorrido. Os perfis (ou seções) selecionados são apresentados, juntamente com suas características ou propriedades geométricas, no Quadro 1. Quadro 1 – Perfis utilizadose suas propriedades geométricas básicas Fonte: Adaptado de Pfeil e Pfeil, 2009. Do Quadro 1, verifica-se que o momento de inércia (𝐼𝑥) considerado foi o em relação ao eixo centroidal horizontal (eixo x), já que esse é o eixo perpendicular ao carregamento e que representa a linha neutra, em torno da qual se desenvolve, em teoria, a rotação da seção devido a flexão. Ressalta-se ainda que a altura (d) da seção se apresentou como o aspecto de maior relevância na escolha dos perfis, já que é, em princípio, uma das grandezas de maior influência no valor do momento de inércia 𝐼𝑥. A distância entre os apoios das vigas analisadas, teve, por sua vez, comprimento variando em três diferentes valores, 3, 5 e 8 metros, os quais representaram, por conseguinte, vigas com vão pequeno, médio e grande, respectivamente. O valor do vão considerado, em todos os modelos de vigas adotados, caracterizou o comprimento destravado (Lb), termo adotado pela ABNT NBR 8800 (2008) para designar a distância entre dois pontos de contenção lateral ou entre um ponto de contenção lateral e uma extremidade. Em se tratando da tipologia dos apoios das vigas, adotou-se três categorias: viga simplesmente biapoiada, viga com apoio simples e engaste e viga biengastada. A denominação de apoio simples indica uma vinculação sem restrição à rotação, ou seja, apoio deslizante (também chamado de 1º gênero ou móvel) ou apoio articulado (conhecido ainda como de 2º gênero ou fixo). Visto a não inserção de cargas horizontais nos modelos estruturais empregues, ambos teriam comportamentos equivalentes, mas foi considerado o de 2º gênero, de tal maneira que a estrutura não fosse, de forma alguma, hipostática (instável). Nesses três tipos de vigas considerou-se atuante, em cada um, dois modos de carregamento não simultâneos, um composto por carga uniformemente distribuída (ao longo de Bitola Altura (d) Espessura da alma (tw) Largura da aba (bf) Espessura da aba (tf) Área (A) Momento de inércia (I x) [mm x kg/m] [mm] mm mm mm cm² cm4 1 W 360 x 72,0 350 8,6 204,0 15,1 91,3 20169 2 W 460 x 60,0 455 8,0 153,0 13,3 76,2 25652 3 W 530 x 66,0 525 8,9 165,0 11,4 83,6 34971 Perfil (Seção) 12 todo o vão) e o outro composto por uma carga uniformemente distribuída (também em todo o comprimento da viga) e uma carga concentrada (pontual) na posição central do vão. Para vigas simétricas, quanto carregamento e vinculações, esse ponto intermediário representa o local de máximo momento fletor e de máxima deformação transversal (flecha), sendo, portanto, uma posição metodologicamente profícua ao aumento dos esforços pela aplicação da carga concentrada. É válido destacar que nas vigas com apoio simples e engaste (modelos V2 da Figura 5) o máximo momento fletor, devido a não simetria das vinculações, não ocorre no centro do vão, mas a carga pontual foi mantida atuando neste ponto. Essa consideração de aproximação, além de simplificar as análises estruturais, possibilitou avaliar o aumento percentual da deformação devido contribuição do esforço cortante fora da região onde ocorrem os máximos momentos fletores. Os modelos de vigas, com variação dos apoios e dos carregamentos conforme anteriormente descrito, são apresentados na Figura 5. Figura 5 – Modelos de vigas Fonte: O autor, 2023. 13 Observa-se da Figura 5, que se utilizou, para facilidade de planejamento da pesquisa, organização dos dados e análise dos resultados, de uma nomenclatura própria para diferenciação dos modelos estruturais das vigas analisadas. As vigas simplesmente biapoiadas foram intituladas de V1, enquanto as com apoio simples e engaste de V2 e as biengastadas de V3. Após essa indicação do tipo de vinculações, indicou-se, entre colchetes, a medida, em metros, do vão da viga (representado pela letra L). O perfil, no que lhe concerne, foi indicado por Wd, onde d indica a altura total real da seção (em milímetros). Nessa terminologia, o carregamento uniformemente distribuído (expresso em kN/m) foi representado pela letra U, ao passo que a carga pontual situada no meio do vão (dada em kN) foi indicada pela letra P. Desse modo, um carregamento U+P constituiu-se por uma carga uniformemente distribuída e uma carga concentrada no centro do vão, atuando concomitantemente. Assim sendo, um modelo expresso, por exemplo, por V3 [5] W455 (10 + 15) indica uma viga biengastada, com 5 metros de vão (distância entre os apoios), perfil I com altura total de 455 mm (seção 2, indicando, pois, bitola W 460 x 60,0) e carregamento constituído por carga uniformemente distribuída de 10 kN/m e carga concentrada (no centro do vão) de 15 kN. As cargas do tipo U e do tipo U+P apresentaram os valores, arbitrariamente definidos, mas compatíveis às solicitações usuais em estruturas de aço, exibidos no Quadro 2: Quadro 2 – Valores dos carregamentos atuantes nos modelos de viga analisados Carregamentos tipo (U) Carregamentos tipo (U+P) U1 = 5 kN/m U3 = 20 kN/m U1+ P1 = 5 kN/m + 15 kN U2 + P2 = 10 kN/m + 20 kN U2 = 10 kN/m U4 = 35 kN/m U2 + P1 = 10 kN/m + 15 kN U3 + P3 = 20 kN/m + 30 kN Fonte: O autor, 2023. Todos os 216 modelos estruturais de vigas analisados, com os valores e condições dos parâmetros variáveis (seção, vão, apoios e carregamento), constam no Apêndice B – Modelos Estruturais das Vigas e Resultados Obtidos. 3.2 Cálculo das deformações nas vigas Determinados os modelos de vigas e suas variações quanto condições estruturais, foram calculadas, para cada um deles, a deformação transversal causada especificamente pelos momentos fletores (indicada por 𝛿f) e a parcela de deformação transversal provocada pelos 14 esforços cortantes (dada por 𝛿v). Embora ocorram conjuntamente, de modo tautócrono, essas deformações puderam, a partir da Fórmula de Mohr e do Princípio da Superposição, ser estabelecidas separadamente. As primeiras (𝛿f) foram definidas a partir da equação da linha elástica, obtida pelo Método da Integração Dupla, descrito pormenorizadamente em Leet et al (2009) e que se resume à aplicação da Equação 2, já discutida neste trabalho. As segundas (𝛿v), devido cisalhamento, foram calculadas tendo em vista a abordagem alternativa proposta por Timoshenko e Gere (1961) e mediante o segundo termo da Fórmula de Mohr (Equação 3), reapresentado, de modo destacado, na Equação 4. 𝛿v = ∫ 𝜒𝑉�̅� 𝐺𝐴 𝑑𝑥 (4) Em ambos os casos (cálculo de 𝛿f e 𝛿v) necessitou-se, de modo inicial, da determinação, a partir dos mecanismos clássicos de análise estrutural, das reações de apoio e posteriormente, de modo mais específico, das equações de momento fletor (para 𝛿f) e das equações de esforço cortante, tanto em estado de deformação quanto de carregamento (para 𝛿v). Em posse dos valores de 𝛿f e 𝛿v, calculou-se, também para cada modelo, o aumento percentual da deformação na consideração conjunta dos momentos fletores e dos esforços cortantes em contraposição à flecha devida apenas aos primeiros. Esse aumento foi calculado pela Equação 5. 𝐴% = 𝛿v 𝛿f 100 (5) Onde: 𝐴% = aumento percentual da deformação conjunta por esforço cortante e momento fletor em relação à deformação apenas por momento fletor; 𝛿v = deformação transversal por esforço cortante; 𝛿f = deformação transversal por momento fletor. Em decorrência do elevado número de vigas analisadas, desenvolveu-se e utilizou- se, buscando-se a otimização dos cálculos e a viabilização da pesquisa, planilhas eletrônicas concebidas pelo emprego do programa Microsoft Excel 2016. Essas planilhas foram alimentadas, com o intuito de possibilitar simulaçõesde forma repetida, por equações ou 15 funções gerais estabelecidas com base nas condições desta metodologia e considerando os parâmetros estruturais como as incógnitas ou variáveis, expressas, portanto, de forma não numérica (por letras). Cada tipologia de viga (V1, V2 e V3), teve sua planilha específica (separada) de modo que em seu processo de utilização, foi necessário apenas inserir os valores do vão e dos carregamentos e escolher o perfil (seção) a ser analisado, sendo retornado, automaticamente, os valores de 𝛿f, 𝛿v e 𝐴%, conforme ilustram as imagens do Apêndice C – Planilhas de cálculo. Enfatiza-se que todos os cálculos efetuados pelas planilhas poderiam ser facilmente realizados de modo manual, sendo que elas se apresentaram, portanto, apenas como ferramentas que agilizaram todo o processo descrito. 3.3 Organização e análise dos dados Todos os resultados obtidos, isto é, os valores de 𝛿f, 𝛿v e 𝐴% foram organizados de forma tabular (também no programa Microsoft Excel 2016), de maneira que a análise dos dados fosse feita de forma diligente e possibilitasse a construção efetiva de gráficos e quadros para averiguação das correlações entre as variáveis. Nesse sentido, os gráficos apresentaram-se, basicamente, como úteis às verificações dos dados de maneira mais singular ou como ferramenta de observação de eventuais tendências físico-numéricas no comportamento estrutural das vigas analisadas. Houve ainda a construção de quadros gerais que se configuraram como importantes mecanismos de análise e observação dos valores de 𝐴% e de relações paramétricas estabelecidas em relação a todos os parâmetros estruturais de uma única vez. Por fim, o fluxograma apresentado no Apêndice A – Fluxograma da Metodologia, expõe, esquematicamente, o encadeamento lógico da metodologia empregada (e supradescrita). 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Em análise aos resultados dos cálculos realizados conforme metodologia, detalhadamente apresentados no Apêndice B - Modelos Estruturais das Vigas e Resultados Obtidos, observou-se primeiramente, de forma minudenciosa, os valores de deformação (flechas) devido ação dos momentos fletores e os das parcelas de deformação transversal (vertical) devido cisalhamento, consideradas como deflexões adicionais às primeiras, dada a ação mútua dos esforços. 16 Dessa análise, notou-se que, em todas as tipologias de apoio (vigas V1, V2 e V3), a mudança de seção para uma com maior altura (d) e consequentemente maior momento de inércia (𝐼) ocasionou a diminuição das flechas provocadas apenas pelos momentos fletores (𝛿f), considerando-se um mesmo vão e um mesmo carregamento. Em contrapartida, a essa mesma mudança de seção não pôde ser atribuído aumento ou diminuição dos valores de deflexão 𝛿v, visto que, para perfis I, a área de seção transversal (a qual influencia no cálculo de 𝛿v) não necessariamente acompanha o aumento do momento de inércia. Como esperado, o aumento do vão (L) e do valor de carregamento, seja apenas do uniformemente distribuído (denotado de U), apenas do pontual (denominado P) ou de ambos (carregamentos U+P), provocou o aumento das deformações, tanto das devido flexão (𝛿f) quanto das parcelas devido efeito da distorção por cisalhamento (𝛿v). Considerando-se uma mesma seção, um mesmo vão e um mesmo carregamento, a inserção de um ou dois apoios tipo engaste acarretou na diminuição das deformações 𝛿f. Além disso, considerando as vigas de modelo V3 (biengastadas), os valores de deformação por contribuição dos esforços cortantes (𝛿v) foram iguais aos valores de 𝛿v para as vigas biapoiadas (modelos V1), consideradas as mesmas condições estruturais. Os valores de 𝛿v nas vigas V2 foram um pouco maiores. A observação da variação das deformações (𝛿f e 𝛿v) em decorrência das alterações dos parâmetros estruturais (carregamentos, vãos e seções) pode ser realizada a partir do Quadro 5 – Deformações devido momento fletor e do Quadro 6 – Deformações devido esforço cortante, apresentados no Apêndice D – Quadros Gerais de Análise dos Resultados. Em etapa subsequente avaliou-se os valores 𝐴%, de aumento percentual da deformação por esforço cortante e momento fletor, de forma conjunta, em relação à deformação apenas por momento fletor, que definem numericamente, em termos percentuais, a contribuição da distorção por cisalhamento na flecha e constituem-se nos dados de maior relevância desta pesquisa. A avaliação discretizada desses valores fez-se por intermédio do Quadro 3 – Quadro Geral: aumentos percentuais de deformação. A partir do Quadro 3, verificou-se que, em princípio, mantidos a mesma seção e o mesmo vão, para todas as tipologias de viga (V1, V2 e V3), a variação dos valores de carregamento uniformemente distribuído (tipo U), não alterou os valores de aumento percentual (𝐴%). Nos modelos V1 e V2, a inserção de carga pontual P no centro do vão (constituindo um carregamento U+P) não implicou, nas mesmas condições estruturais, em variação significativa dos valores de 𝐴%. Já nos modelos de viga biengastada (V3), essa adição da carga P não alterou 17 os valores de 𝐴%, que se mantiveram constantes para todos os carregamentos impostos. Quadro 3 – Quadro Geral: aumentos percentuais de deformação Fonte: O autor, 2023. Nas vigas V1 e V2, considerando-se uma mesma seção e um mesmo vão, nos carregamentos U+P (carga uniformemente distribuída e uma carga concentrada no centro do vão, atuando concomitantemente) o aumento apenas da carga uniformemente distribuída ocasionou leve diminuição do valor de 𝐴% (comparação entre U2+P1 e U1+P1). Já o aumento apenas da carga concentrada provocou suave elevação do mesmo parâmetro (𝐴%), avaliando- se, para o caso, U2+P2 e U2+P1, isto é, carregamentos 10+20 e 10+15. 5 10 20 35 5+15 10+15 10+20 20+30 6,120 6,120 6,120 6,120 7,062 6,800 6,910 6,800 3 2,203 2,203 2,203 2,203 2,473 2,382 2,418 2,382 5 0,861 0,861 0,861 0,861 0,941 0,910 0,922 0,910 8 9,327 9,327 9,327 9,327 10,762 10,363 10,530 10,363 3 3,358 3,358 3,358 3,358 3,769 3,630 3,685 3,630 5 1,312 1,312 1,312 1,312 1,435 1,387 1,405 1,387 8 11,590 11,590 11,590 11,590 13,373 12,877 13,085 12,877 3 4,172 4,172 4,172 4,172 4,683 4,511 4,579 4,511 5 1,630 1,630 1,630 1,630 1,783 1,724 1,746 1,724 8 18,170 18,170 18,170 18,170 19,300 18,999 19,126 18,999 3 6,541 6,541 6,541 6,541 6,869 6,761 6,804 6,761 5 2,555 2,555 2,555 2,555 2,654 2,617 2,631 2,617 8 27,689 27,689 27,689 27,689 29,411 28,952 29,146 28,952 3 9,968 9,968 9,968 9,968 10,467 10,303 10,369 10,303 5 3,894 3,894 3,894 3,894 4,045 3,988 4,010 3,988 8 34,407 34,407 34,407 34,407 36,547 35,976 36,218 35,976 3 12,386 12,386 12,386 12,386 13,007 12,803 12,885 12,803 5 4,838 4,838 4,838 4,838 5,026 4,955 4,982 4,955 8 30,602 30,602 30,602 30,602 30,602 30,602 30,602 30,602 3 11,017 11,017 11,017 11,017 11,017 11,017 11,017 11,017 5 4,303 4,303 4,303 4,303 4,303 4,303 4,303 4,303 8 46,634 46,634 46,634 46,634 46,634 46,634 46,634 46,634 3 16,788 16,788 16,788 16,788 16,788 16,788 16,788 16,788 5 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 6,558 8 57,948 57,948 57,948 57,948 57,948 57,948 57,948 57,948 3 20,861 20,861 20,861 20,861 20,861 20,861 20,861 20,861 5 8,149 8,149 8,149 8,149 8,149 8,149 8,149 8,149 8 Carregamento V ão ( m e tr o s) Se çã o 1 2 3 1 2 3 1 2 Aumentos percentuais (%) 3 18 Considerando que os valores de aumento percentual (𝐴%) não tiveram discrepância significativa na alteração do carregamento, dada uma mesma seção e um mesmo vão, foi pertinente considerar a média desses valores. Assim sendo, reduziu-se uma das variáveis na apreciação dos dados. A partir desses valores médios de aumento percentual, construiu-se os Gráficos 1, 2 e 3, presentes no Apêndice E – Gráficos de Análise dos Resultados, dos quaisverificou-se facilmente que, em todas as tipologias de apoio (vigas V1, V2 e V3), a mudança de seção para uma com maior altura (d) e consequentemente maior momento de inércia (I) ocasionou o aumento de 𝐴%, mantido o mesmo vão. Além disso, em todas as vigas (V1, V2 e V3) o aumento do vão (L) implicou em diminuição dos valores de 𝐴%, independente do carregamento, considerando-se uma mesma seção. Ou seja, para o vão de 3 metros o valor de aumento percentual de deformação (𝐴%) foi o mais significativo em todas as três seções, não sendo menor, em nenhum dos modelos, que 6,1% (considerando os valores discretizados no Quadro 3) ou 6,5% (para valores médios dos gráficos supracitados). O fato de quanto maior a altura da seção e menor o vão implicar em valores de 𝐴% maiores converge ao descrito por Alves Filho (2000) e Timoshenko e Gere (1994). Süssekind (1980), por sua vez, diz que a influência do esforço cortante é considerável nos casos de vãos muito curtos e cargas muito elevadas, o que dissente parcialmente dos resultados deste trabalho, onde verificou-se que, em termos de aumentos percentuais, os carregamentos não tiveram influência relevante, influindo apenas nos valores de deformação propriamente ditos. A partir do Quadro 3 e dos Gráficos 1, 2 e 3 notou-se que, dados uma mesma seção e um mesmo vão, independente do carregamento, a inserção de um ou dois apoios tipo engaste provocou relevante acréscimo nos valores de aumento percentual de deformação (𝐴%). Na consideração da tipologia V2 (um engaste) em comparação com a V1 (sem engaste), os valores de 𝐴% aumentaram em aproximadamente 3 vezes. Outrossim, percebeu-se que os valores de aumento percentual cresceram em torno de 1,6 vezes na comparação das vigas V3 (dois engastes) com as V2. Assim sendo, constatou-se que quanto maior o número de engastes e por conseguinte maior o grau de hiperestaticidade externa (𝑔𝑒), maior a contribuição do esforço cortante nos valores de deformação transversal (flechas). Averiguação semelhante também foi obtida por Silva (2019) apesar de em seu estudo ser utilizada metodologia de cálculo um pouco diferente (modelo clássico da Teoria de Viga de Timoshenko) e considerado vigas de concreto. 19 Em conformidade com a literatura consultada, como Martha e Burgos (2014) e Silva (2019), sabe-se que quanto menor a relação entre o vão e a altura da seção (L/d) maior a contribuição do esforço cortante na flecha (maior 𝐴%). Sob tal perspectiva, ponderou-se, neste trabalho, a relação inversa (d/L) e considerou-se que a altura (d) está implícita no momento de inércia (𝐼). Desse modo, construiu-se o Quadro 7 – Valores de 𝐼/L, do qual notou-se que quanto maior a relação entre momento de inércia e vão (denominada neste trabalho de λ) maior o valor de aumento percentual de deformação (𝐴%). Desse modo, por simples relação de proporcionalidade entre L, λ, 𝐼, 𝑔𝑒 e 𝐴%, definiu-se um parâmetro β, calculado por meio da Equação 6, na tentativa de avaliá-lo como indicador do comportamento dos valores de 𝐴%. A partir dos valores de β construiu-se o Quadro 8 – Valores de 𝐼. 𝑔𝑒/L², apresentado no Apêndice D. β = 𝐼. 𝑔𝑒 L2 (6) Onde: β = parâmetro de avaliação dos valores de aumento percentual (em cm²); 𝐼 = momento de inércia da seção transversal (em cm4); 𝑔𝑒 = grau de hiperestaticidade externa da viga; L = vão da viga (em cm). Fazendo a correlação, de maneira gráfica (gráfico por dispersão), entre os valores de aumento percentual do Quadro 3 com os valores presentes no Quadro 8, obteve-se o Gráfico 5 – Aumento percentual (𝐴%) em função do parâmetro β, presente no Apêndice E, donde se percebeu uma tendência linear. Inserida a linha de tendência e exibida sua equação, obteve-se um coeficiente de determinação R² = 0,978 (consideravelmente satisfatório). Assim sendo, considerou-se tal equação linear como útil à determinação aproximada dos valores de 𝐴%. Foi considerado como critério limite de aceitabilidade dos valores de aumento percentual, valores de 𝐴% inferiores a 10%, mesma margem de ponderação das resistências do aço estrutural para escoamento, flambagem e instabilidade, em combinações normais (γa1) conforme Tabela 3 da ABNT NBR 8800 (2008, p. 23). Assim sendo, a partir da equação exposta no Gráfico 5 verificou-se que esse limiar (𝐴% < 10%) é atingido para β < 0,2. Enfatiza-se que tal colocação trata-se de uma aproximação estimativa fundamentada nas hipóteses singulares e especificamente delineadas no âmbito desta pesquisa. 20 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Frente aos resultados obtidos na presente pesquisa e mediante a revisão bibliográfica realizada, constatou-se que a influência da distorção por cisalhamento não pode ser indiscriminadamente relegada na concepção estrutural de vigas. Tal consideração, durante as análises conduzidas, culminou, como previsto, no incremento dos valores das deflexões determinadas, sendo que no caso das vigas biengastadas o acréscimo superou mais da metade da deformação apenas por momento fletor (𝛿f). Foi verificado ainda que na determinação ou avaliação da contribuição dos esforços cortantes nos valores das flechas de vigas, deve ser levado em conta não apenas o vão e as propriedades da seção, mas também as condições de apoio da estrutura. Observou-se que quanto maior o número de engastes e por consequência maior o grau de hiperestaticidade externa, maior a contribuição (em termos percentuais) do cisalhamento na flecha. A alteração nos valores de carregamento (bem como a presença ou não de carga pontual) não influenciou significativamente na variação das medidas de aumento percentual de deformação. A carga, a priori, não demonstrou uma relação direta com a participação da distorção por cisalhamento na curvatura (flecha), visto que cargas mais elevadas afetaram os valores de deflexão, elevando-os, porém, não necessariamente resultando em uma ampliação proporcional da deformação. Dessa maneira, em síntese, é possível afirmar que a consideração do efeito adicional do esforço cortante na deformação deve ser direcionada primordialmente a vigas caracterizadas por seções de elevado momento de inércia (ou seja, com maior altura), vãos mais reduzidos e com um maior número de engastes. Levando em consideração as condições delineadas neste estudo, no contexto de vigas de aço com seção em formato I e utilizando o parâmetro β, desenvolvido como indicador, destaca-se a relevância de uma consideração mais minuciosa da contribuição do esforço cortante na flecha sobretudo em vigas onde o referido parâmetro β é superior a 0,2. Relações de vão e altura de seção, determinadas na literatura, também permanecem sendo úteis ao norteio desta temática. Por fim, destaca-se que se estabeleceu uma margem de relevância de 10% para o acréscimo na deformação transversal, decorrente da incorporação do efeito do cisalhamento. Importante salientar que tal parâmetro não se configura como inflexível ou normativamente estabelecido, podendo variar conforme as condições estruturais específicas e as propriedades do material empregado, sendo, portanto, ponderação de cada projetista. Assim, torna-se possível o incremento personalizado dessa perspectiva à cada profissional e a cada projeto. 21 REFERÊNCIAS ALVES FILHO, Avelino. Elementos Finitos: A base da Tecnologia CAE. São Paulo: Érica, 2000. v. 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7007: Aços-carbono e microligados para uso estrutural e geral. Rio de Janeiro, 2022. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. BEER, Ferdinand P.; JR., E. Russel Johnston; DEWOLF, John T. MAZUREK, David F. Mecânica dosMateriais. Tradução José Benaque Rubert e Walter Libardi. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011. BELLEI, Ildony H.; PINHO, Fernando O.; PINHO, Mauro O. Edifício de múltiplos andares em aço. 2. ed. São Paulo: Pini, 2008. CHING, Francis D. K. Técnicas de construção ilustradas. Tradução: Alexandre Salvaterra. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2017. CLÍMACO, João Carlos Teatini de Souza. 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LOGAN, Daryl L. A First Course in the Finite Element Method. 4th ed. Ed. CL- Engineering, 2006. MARTHA, Luiz Fernando. Análise de Estruturas: Conceitos e Métodos Básicos. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2022. 22 MARTHA, Luiz Fernando; BURGOS, Rodrigo. Diferenças na consideração da distorção no modelo de Timoshenko de uma viga submetida a carregamento axial. JORNADA SUL AMERICANA DE ENGENHARIA ESTRUTURAL, Uruguai, 2014. MEGSON, T.H.G. Structural and Stress Analysis. 2th ed. UK: Elsevier Butterworth- Heinemann, 2005. NEVES, Rodrigo de Azevedo. Cálculo de esforços e deslocamentos em estruturas de pisos de edifícios, considerando-se a influência das tensões cisalhantes. 2000. Dissertação (Mestrado em Estruturas) - Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2000. PFEIL, Walter; PFEIL, Michèle. Estruturas de aço: dimensionamento prático. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. POPOV, Egor P. Introdução à Mecânica dos Sólidos. Tradução Mauro O. C. Amorelli. 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Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Centro de Tecnologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2019. SÜSSEKIND, J. C. Curso de Análise Estrutural. 4. ed. Porto Alegre: Globo, 1980. v.2: Deformações em estruturas. Método das forças. SÜSSEKIND, J. C. Curso de Análise Estrutural. 6. ed. Porto Alegre e Rio de Janeiro: Globo, 1981. v.1: Estruturas Isostáticas. TIMOSHENKO, S. P.; GERE, J. M. Mecânica dos Sólidos. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora, 1984. v. 2. TIMOSHENKO, S. P.; GERE, J. M. Mecânica dos Sólidos. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1994. v. 1. 23 TIMOSHENKO, S. P.; GERE, J. M. Theory of Elastic Stability. McGraw Hill, New York, USA, 1961. TORRES, Ivan Francisco Ruiz. Efeito da deformação por cortante no cálculo de edifícios de andares múltiplos com núcleos estruturais. 1999. 131 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Estruturas) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 1999. UGURAL, Ansel C. Mecânica dos Materiais. Tradução e revisão técnica: Fernando Ribeiro da Silva. Rio de Janeiro: LTC, 2015. 24 ANEXO A - RESUMO DA TEORIA DAS VIGAS DE NAVIER Martha (2022) apresenta um resumo esquemático da Teoria das Vigas de Navier, expresso pela Figura 6. Figura 6 – Resumo da Teoria das Vigas de Navier Fonte: Martha, 2022. 25 ANEXO B – FÓRMULA DO CISALHAMENTO E DA DISTRIBUIÇÃO DE TENSÃO CISALHANTE A Fórmula do Cisalhamento, relacionando a tensão cisalhante (𝜏) com o esforço cortante (𝑉) e propriedades da seção, como momento de inércia (𝐼), largura da seção no ponto de cálculo da tensão (𝑡) e momento de primeira ordem em relação à linha neutra (𝑄) é dada pela Equação 7, exposta em Hibbeler (2010). 𝜏 = 𝑉𝑄 𝐼𝑡 (7) A Equação 7 com seus parâmetros especificados para seção I fornece as expressões (ou funções) da distribuição de cisalhamento ao longo da alma e das abas, conforme Equação 8 (distribuição na alma) e Equação 9 (distribuição nas abas), sendo, por conseguinte, calculadas pelas Equações 10 e 11 a tensão máxima na alma/seção e a tensão máxima nas abas, respectivamente. (TIMOSHENKO e GERE, 1994; HIBBELER, 2010). 𝜏𝑎𝑙𝑚𝑎 = 𝑉 𝐼t𝑤 [ 𝑏𝑓 2 ( ℎ2 4 − ℎ𝑎 2 4 ) + t𝑤 2 ( ℎ𝑎 2 4 − 𝑦2)] (8) 𝜏𝑎𝑏𝑎 = 𝑉 𝐼𝑏𝑓 [ 𝑏𝑓 2 ( ℎ2 4 − ℎ𝑎 2 4 ) + 𝑏𝑓 2 ( ℎ𝑎 2 4 − 𝑦2)] (9) 𝜏𝑚á𝑥 = 𝑉 𝐼t𝑤 ( 𝑏𝑓ℎ 2 8 − 𝑏𝑓ℎ𝑎 2 8 + t𝑤ℎ𝑎 2 8 ) (10) 𝜏′ = 𝑉 𝐼𝑏𝑓 ( 𝑏𝑓ℎ 2 8 − 𝑏𝑓ℎ𝑎 2 8 ) (11) Onde, em todas as essas quatro equações (Equações 8 a 11): 𝜏𝑎𝑙𝑚𝑎 = tensão cisalhante em um ponto y da alma; 𝜏𝑎𝑏𝑎 = tensão cisalhante em um ponto y da aba (ou mesa); 𝜏𝑚á𝑥 = tensão cisalhante máxima na alma (máxima na seção); 𝜏′ = tensão cisalhante máxima nas abas ou mesas; 26 𝑉 = esforço cortante; 𝐼 = momento de inércia da seção em relação à linha neutra; 𝑏𝑓 = largura das mesas (ou abas); ℎ = altura total da seção; ℎ𝑎 = altura da alma; t𝑤 = espessura da alma; 𝑦 = altura em que se deseja calcular o valor da tensão cisalhante, contada a partir de linha neutra (eixo baricêntrico). 27 APÊNDICE A – FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA Fluxograma 1 – Metodologia ➢ Seção transversal (inércia) ➢ Vão ➢ Apoios (vinculações) ➢ Carregamento (tipo e valores) ➢ Teoria das Vigas de Navier ➢ Teorema dos Trabalhos Virtuais ➢ Aumento percentual: 𝐴% = 𝛿𝑣 𝛿𝑓 100 ➢ Gráficos ➢ Quadro geral ➢ Comparação com a literatura Fonte: O autor, 2023. Determinar a linha elástica pelo Método da Integração Dupla Calcular a deformação pontual pela Integral de Maxwell-Mohr Comparar os valores de δf e δv Construir gráficos comparativos e idealizar quadro geral de análise de dadosAnalisar todos os dados obtidos Estabelecer modelos estruturais de vigas Definir os parâmetros variáveis da pesquisa Calcular deformação por momento fletor (δf) Calcular parcela de deformação por esforço cortante (δv) Calcular aumento percentual da deformação na consideração conjunta da flexão e do cisalhamento Analisar a influência de cada parâmetro variável nos aumentos percentuais de deformação Definir condições de maior significância em projeto 28 APÊNDICE B – MODELOS ESTRUTURAIS DAS VIGAS E RESULTADOS OBTIDOS Os modelos analisados e seus resultados estão apresentados no Quadro 4. Onde, a saber: W350 = Seção 1 (W 360 X 72,0) W455 = Seção 2 (W 460 x 60,0) W525 = Seção 3 (W 530 x 66,0) Quadro 4 – Modelos de vigas calculados e resultados obtidos Viga Deformação momento fletor Deformação esforço cortante Deformação Total Aumento percentual Identificação δf (mm) δV (mm) δT = δf + δV (mm) A% V1 [3] W350 (5) 0,131 0,008 0,139 6,120 V1 [3] W350 (10) 0,261 0,016 0,277 6,120 V1 [3] W350 (20) 0,523 0,032 0,555 6,120 V1 [3] W350 (35) 0,915 0,056 0,971 6,120 V1 [3] W350 (5 + 15) 0,340 0,024 0,364 7,062 V1 [3] W350 (10 + 15) 0,471 0,032 0,503 6,800 V1 [3] W350 (10 + 20) 0,540 0,037 0,578 6,910 V1 [3] W350 (20 + 30) 0,941 0,064 1,005 6,800 V1 [5] W350 (5) 1,009 0,022 1,031 2,203 V1 [5] W350 (10) 2,017 0,044 2,062 2,203 V1 [5] W350 (20) 4,035 0,089 4,124 2,203 V1 [5] W350 (35) 7,061 0,156 7,217 2,203 V1 [5] W350 (5 + 15) 1,977 0,049 2,026 2,473 V1 [5] W350 (10 + 15) 2,986 0,071 3,057 2,382 V1 [5] W350 (10 + 20) 3,309 0,080 3,389 2,418 V1 [5] W350 (20 + 30) 5,972 0,142 6,114 2,382 V1 [8] W350 (5) 6,611 0,057 6,668 0,861 V1 [8] W350 (10) 13,222 0,114 13,335 0,861 V1 [8] W350 (20) 26,443 0,228 26,671 0,861 V1 [8] W350 (35) 46,276 0,398 46,674 0,861 V1 [8] W350 (5 + 15) 10,577 0,100 10,677 0,941 V1 [8] W350 (10 + 15) 17,188 0,156 17,345 0,910 V1 [8] W350 (10 + 20) 18,510 0,171 18,681 0,922 V1 [8] W350 (20 + 30) 34,376 0,313 34,689 0,910 Fonte: O autor, 2023. 29 Quadro 4 – Modelos de vigas calculados e resultados obtidos (Continuação) Viga Deformação momento fletor Deformação esforço cortante Deformação Total Aumento percentual Identificação δf (mm) δV (mm) δT = δf + δV (mm) A% V1 [3] W455 (5) 0,103 0,010 0,112 9,327 V1 [3] W455 (10) 0,206 0,019 0,225 9,327 V1 [3] W455 (20) 0,411 0,038 0,449 9,327 V1 [3] W455 (35) 0,720 0,067 0,787 9,327 V1 [3] W455 (5 + 15) 0,267 0,029 0,296 10,762 V1 [3] W455 (10 + 15) 0,370 0,038 0,408 10,363 V1 [3] W455 (10 + 20) 0,425 0,045 0,470 10,530 V1 [3] W455 (20 + 30) 0,740 0,077 0,817 10,363 V1 [5] W455 (5) 0,793 0,027 0,820 3,358 V1 [5] W455 (10) 1,586 0,053 1,639 3,358 V1 [5] W455 (20) 3,172 0,107 3,279 3,358 V1 [5] W455 (35) 5,552 0,186 5,738 3,358 V1 [5] W455 (5 + 15) 1,555 0,059 1,613 3,769 V1 [5] W455 (10 + 15) 2,348 0,085 2,433 3,630 V1 [5] W455 (10 + 20) 2,601 0,096 2,697 3,685 V1 [5] W455 (20 + 30) 4,695 0,170 4,866 3,630 V1 [8] W455 (5) 5,198 0,068 5,266 1,312 V1 [8] W455 (10) 10,396 0,136 10,532 1,312 V1 [8] W455 (20) 20,791 0,273 21,064 1,312 V1 [8] W455 (35) 36,384 0,477 36,862 1,312 V1 [8] W455 (5 + 15) 8,316 0,119 8,436 1,435 V1 [8] W455 (10 + 15) 13,514 0,187 13,702 1,387 V1 [8] W455 (10 + 20) 14,554 0,205 14,758 1,405 V1 [8] W455 (20 + 30) 27,028 0,375 27,403 1,387 V1 [3] W525 (5) 0,075 0,009 0,084 11,590 V1 [3] W525 (10) 0,151 0,017 0,168 11,590 V1 [3] W525 (20) 0,302 0,035 0,337 11,590 V1 [3] W525 (35) 0,528 0,061 0,589 11,590 V1 [3] W525 (5 + 15) 0,196 0,026 0,222 13,373 V1 [3] W525 (10 + 15) 0,271 0,035 0,306 12,877 V1 [3] W525 (10 + 20) 0,312 0,041 0,352 13,085 V1 [3] W525 (20 + 30) 0,543 0,070 0,613 12,877 Fonte: O autor, 2023. 30 Quadro 4 – Modelos de vigas calculados e resultados obtidos (Continuação) Viga Deformação momento fletor Deformação esforço cortante Deformação Total Aumento percentual Identificação δf (mm) δV (mm) δT = δf + δV (mm) A% V1 [5] W525 (5) 0,582 0,024 0,606 4,172 V1 [5] W525 (10) 1,164 0,049 1,212 4,172 V1 [5] W525 (20) 2,327 0,097 2,424 4,172 V1 [5] W525 (35) 4,072 0,170 4,242 4,172 V1 [5] W525 (5 + 15) 1,140 0,053 1,194 4,683 V1 [5] W525 (10 + 15) 1,722 0,078 1,800 4,511 V1 [5] W525 (10 + 20) 1,908 0,087 1,996 4,579 V1 [5] W525 (20 + 30) 3,444 0,155 3,599 4,511 V1 [8] W525 (5) 3,813 0,062 3,875 1,630 V1 [8] W525 (10) 7,625 0,124 7,750 1,630 V1 [8] W525 (20) 15,251 0,249 15,499 1,630 V1 [8] W525 (35) 26,689 0,435 27,124 1,630 V1 [8] W525 (5 + 15) 6,100 0,109 6,209 1,783 V1 [8] W525 (10 + 15) 9,913 0,171 10,084 1,724 V1 [8] W525 (10 + 20) 10,676 0,186 10,862 1,746 V1 [8] W525 (20 + 30) 19,826 0,342 20,168 1,724 V2 [3] W350 (5) 0,052 0,010 0,062 18,170 V2 [3] W350 (10) 0,105 0,019 0,124 18,170 V2 [3] W350 (20) 0,209 0,038 0,247 18,170 V2 [3] W350 (35) 0,366 0,067 0,433 18,170 V2 [3] W350 (5 + 15) 0,144 0,028 0,172 19,300 V2 [3] W350 (10 + 15) 0,196 0,037 0,233 18,999 V2 [3] W350 (10 + 20) 0,227 0,043 0,270 19,126 V2 [3] W350 (20 + 30) 0,392 0,075 0,467 18,999 V2 [5] W350 (5) 0,403 0,026 0,430 6,541 V2 [5] W350 (10) 0,807 0,053 0,860 6,541 V2 [5] W350 (20) 1,614 0,106 1,720 6,541 V2 [5] W350 (35) 2,824 0,185 3,009 6,541 V2 [5] W350 (5 + 15) 0,827 0,057 0,884 6,869 V2 [5] W350 (10 + 15) 1,231 0,083 1,314 6,761 V2 [5] W350 (10 + 20) 1,372 0,093 1,465 6,804 V2 [5] W350 (20 + 30) 2,461 0,166 2,628 6,761 Fonte: O autor, 2023. 31 Quadro 4 – Modelos de vigas calculados e resultados obtidos (Continuação) Viga Deformação momento fletor Deformação esforço cortante Deformação Total Aumento percentual Identificação δf (mm) δV (mm) δT = δf + δV (mm) A% V2 [8] W350 (5) 2,644 0,068 2,712 2,555 V2 [8] W350 (10) 5,289 0,135 5,424 2,555 V2 [8] W350 (20) 10,577 0,270 10,848 2,555 V2 [8] W350 (35) 18,510 0,473 18,983 2,555 V2 [8] W350 (5 + 15) 4,380 0,116 4,496 2,654 V2 [8] W350 (10 + 15) 7,024 0,184 7,208 2,617 V2 [8] W350 (10 + 20) 7,602 0,200 7,802 2,631 V2 [8] W350 (20 + 30) 14,048 0,368 14,416 2,617 V2 [3] W455 (5) 0,041 0,011 0,052 27,689 V2 [3] W455 (10) 0,082 0,023 0,105 27,689 V2 [3] W455 (20) 0,164 0,046 0,210 27,689 V2 [3] W455 (35) 0,288 0,080 0,367 27,689 V2 [3] W455 (5 + 15) 0,113 0,033 0,146 29,411 V2 [3] W455 (10 + 15) 0,154 0,045 0,199 28,952 V2 [3] W455 (10 + 20) 0,178 0,052 0,230 29,146 V2 [3] W455 (20 + 30) 0,308 0,089 0,398 28,952 V2 [5] W455 (5) 0,317 0,032 0,349 9,968 V2 [5] W455 (10) 0,634 0,063 0,698 9,968 V2 [5] W455 (20) 1,269 0,126 1,395 9,968 V2 [5] W455 (35) 2,221 0,221 2,442 9,968 V2 [5] W455 (5 + 15) 0,650 0,068 0,718 10,467 V2 [5] W455 (10 + 15) 0,968 0,100 1,067 10,303 V2 [5] W455 (10 + 20) 1,079 0,112 1,190 10,369 V2 [5] W455 (20 + 30) 1,935 0,199 2,135 10,303 V2 [8] W455 (5) 2,079 0,081 2,160 3,894 V2 [8] W455 (10) 4,158 0,162 4,320 3,894 V2 [8] W455 (20) 8,316 0,324 8,640 3,894 V2 [8] W455 (35) 14,554 0,567 15,120 3,894 V2 [8] W455 (5 + 15) 3,444 0,139 3,583 4,045 V2 [8] W455 (10 + 15) 5,523 0,220 5,743 3,988 V2 [8] W455 (10 + 20) 5,977 0,240 6,217 4,010 V2 [8] W455 (20 + 30) 11,045 0,440 11,486 3,988 Fonte: O autor, 2023. 32 Quadro 4 – Modelos de vigas calculados e resultados obtidos (Continuação) Viga Deformação momento fletor Deformação esforço cortante Deformação Total Aumento percentual Identificação δf (mm) δV (mm) δT = δf + δV (mm) A% V2 [3] W525 (5) 0,030 0,010 0,041 34,407 V2 [3] W525 (10) 0,060 0,021 0,081 34,407 V2 [3] W525 (20) 0,121 0,042 0,162 34,407 V2 [3] W525 (35) 0,211 0,073 0,284 34,407 V2 [3] W525 (5 + 15) 0,083 0,030 0,113 36,547 V2 [3] W525 (10 + 15) 0,113 0,041 0,154 35,976 V2 [3] W525 (10 + 20) 0,131 0,047 0,178 36,218 V2 [3] W525 (20 + 30) 0,226 0,081 0,308 35,976 V2 [5] W525 (5) 0,233 0,029 0,262 12,386 V2 [5] W525 (10) 0,465 0,058 0,523 12,386 V2[5] W525 (20) 0,931 0,115 1,046 12,386 V2 [5] W525 (35) 1,629 0,202 1,831 12,386 V2 [5] W525 (5 + 15) 0,477 0,062 0,539 13,007 V2 [5] W525 (10 + 15) 0,710 0,091 0,801 12,803 V2 [5] W525 (10 + 20) 0,791 0,102 0,893 12,885 V2 [5] W525 (20 + 30) 1,420 0,182 1,601 12,803 V2 [8] W525 (5) 1,525 0,074 1,599 4,838 V2 [8] W525 (10) 3,050 0,148 3,198 4,838 V2 [8] W525 (20) 6,100 0,295 6,395 4,838 V2 [8] W525 (35) 10,676 0,517 11,192 4,838 V2 [8] W525 (5 + 15) 2,526 0,127 2,653 5,026 V2 [8] W525 (10 + 15) 4,051 0,201 4,252 4,955 V2 [8] W525 (10 + 20) 4,385 0,218 4,603 4,982 V2 [8] W525 (20 + 30) 8,102 0,401 8,503 4,955 V3 [3] W350 (5) 0,026 0,008 0,034 30,602 V3 [3] W350 (10) 0,052 0,016 0,068 30,602 V3 [3] W350 (20) 0,105 0,032 0,137 30,602 V3 [3] W350 (35) 0,183 0,056 0,239 30,602 V3 [3] W350 (5 + 15) 0,078 0,024 0,102 30,602 V3 [3] W350 (10 + 15) 0,105 0,032 0,137 30,602 V3 [3] W350 (10 + 20) 0,122 0,037 0,159 30,602 V3 [3] W350 (20 + 30) 0,209 0,064 0,273 30,602 Fonte: O autor, 2023. 33 Quadro 4 – Modelos de vigas calculados e resultados obtidos (Continuação) Viga Deformação momento fletor Deformação esforço cortante Deformação Total Aumento percentual Identificação δf (mm) δV (mm) δT = δf + δV (mm) A% V3 [5] W350 (5) 0,202 0,022 0,224 11,017 V3 [5] W350 (10) 0,403 0,044 0,448 11,017 V3 [5] W350 (20) 0,807 0,089 0,896 11,017 V3 [5] W350 (35) 1,412 0,156 1,568 11,017 V3 [5] W350 (5 + 15) 0,444 0,049 0,493 11,017 V3 [5] W350 (10 + 15) 0,646 0,071 0,717 11,017 V3 [5] W350 (10 + 20) 0,726 0,080 0,806 11,017 V3 [5] W350 (20 + 30) 1,291 0,142 1,433 11,017 V3 [8] W350 (5) 1,322 0,057 1,379 4,303 V3 [8] W350 (10) 2,644 0,114 2,758 4,303 V3 [8] W350 (20) 5,289 0,228 5,516 4,303 V3 [8] W350 (35) 9,255 0,398 9,653 4,303 V3 [8] W350 (5 + 15) 2,314 0,100 2,413 4,303 V3 [8] W350 (10 + 15) 3,636 0,156 3,792 4,303 V3 [8] W350 (10 + 20) 3,966 0,171 4,137 4,303 V3 [8] W350 (20 + 30) 7,272 0,313 7,585 4,303 V3 [3] W455 (5) 0,021 0,010 0,030 46,634 V3 [3] W455 (10) 0,041 0,019 0,060 46,634 V3 [3] W455 (20) 0,082 0,038 0,121 46,634 V3 [3] W455 (35) 0,144 0,067 0,211 46,634 V3 [3] W455 (5 + 15) 0,062 0,029 0,090 46,634 V3 [3] W455 (10 + 15) 0,082 0,038 0,121 46,634 V3 [3] W455 (10 + 20) 0,096 0,045 0,141 46,634 V3 [3] W455 (20 + 30) 0,164 0,077 0,241 46,634 V3 [5] W455 (5) 0,159 0,027 0,185 16,788 V3 [5] W455 (10) 0,317 0,053 0,371 16,788 V3 [5] W455 (20) 0,634 0,107 0,741 16,788 V3 [5] W455 (35) 1,110 0,186 1,297 16,788 V3 [5] W455 (5 + 15) 0,349 0,059 0,408 16,788 V3 [5] W455 (10 + 15) 0,508 0,085 0,593 16,788 V3 [5] W455 (10 + 20) 0,571 0,096 0,667 16,788 V3 [5] W455 (20 + 30) 1,015 0,170 1,186 16,788 Fonte: O autor, 2023. 34 Quadro 4 – Modelos de vigas calculados e resultados obtidos (Conclusão) Viga Deformação momento fletor Deformação esforço cortante Deformação Total Aumento percentual Identificação δf (mm) δV (mm) δT = δf + δV (mm) A% V3 [8] W455 (5) 1,040 0,068 1,108 6,558 V3 [8] W455 (10) 2,079 0,136 2,215 6,558 V3 [8] W455 (20) 4,158 0,273 4,431 6,558 V3 [8] W455 (35) 7,277 0,477 7,754 6,558 V3 [8] W455 (5 + 15) 1,819 0,119 1,939 6,558 V3 [8] W455 (10 + 15) 2,859 0,187 3,046 6,558 V3 [8] W455 (10 + 20) 3,119 0,205 3,323 6,558 V3 [8] W455 (20 + 30) 5,718 0,375 6,093 6,558 V3 [3] W525 (5) 0,015 0,009 0,024 57,948 V3 [3] W525 (10) 0,030 0,017 0,048 57,948 V3 [3] W525 (20) 0,060 0,035 0,095 57,948 V3 [3] W525 (35) 0,106 0,061 0,167 57,948 V3 [3] W525 (5 + 15) 0,045 0,026 0,071 57,948 V3 [3] W525 (10 + 15) 0,060 0,035 0,095 57,948 V3 [3] W525 (10 + 20) 0,070 0,041 0,111 57,948 V3 [3] W525 (20 + 30) 0,121 0,070 0,191 57,948 V3 [5] W525 (5) 0,116 0,024 0,141 20,861 V3 [5] W525 (10) 0,233 0,049 0,281 20,861 V3 [5] W525 (20) 0,465 0,097 0,563 20,861 V3 [5] W525 (35) 0,814 0,170 0,984 20,861 V3 [5] W525 (5 + 15) 0,256 0,053 0,309 20,861 V3 [5] W525 (10 + 15) 0,372 0,078 0,450 20,861 V3 [5] W525 (10 + 20) 0,419 0,087 0,506 20,861 V3 [5] W525 (20 + 30) 0,745 0,155 0,900 20,861 V3 [8] W525 (5) 0,763 0,062 0,825 8,149 V3 [8] W525 (10) 1,525 0,124 1,649 8,149 V3 [8] W525 (20) 3,050 0,249 3,299 8,149 V3 [8] W525 (35) 5,338 0,435 5,773 8,149 V3 [8] W525 (5 + 15) 1,334 0,109 1,443 8,149 V3 [8] W525 (10 + 15) 2,097 0,171 2,268 8,149 V3 [8] W525 (10 + 20) 2,288 0,186 2,474 8,149 V3 [8] W525 (20 + 30) 4,194 0,342 4,536 8,149 Fonte: O autor, 2023. 35 APÊNDICE C – PLANILHAS DE CÁLCULO Figura 7 – Imagem da planilha de cálculo para vigas V1 (com carregamento U) Fonte: O autor, 2023. Figura 8 – Imagem da planilha de cálculo para vigas V1 (com carregamento U+P) Fonte: O autor, 2023. Figura 9 – Imagem da planilha de cálculo para vigas V2 (com carregamento U) Fonte: O autor, 2023. Bitola Altura (d) Espessura da alma (tw) Largura da aba (bf) Espessura da aba (tf) Área (A) Momento de inércia (I x) [mm x kg/m] [mm] mm mm mm cm² cm 4 Seção 1 W 360 x 72,0 350 8,6 204,0 15,1 91,3 20169 Seção 2 W 460 x 60,0 455 8,0 153,0 13,3 76,2 25652 Seção 3 W 530 x 66,0 525 8,9 165,0 11,4 83,6 34971 3 Vão [L] 8,0 Bitola [mm x kg/m] d = 525 mm Carregamento [U] 20,0 kN/m (uniformemente distribuída) Área (A) 0,00836 m² Momento de Inércia (I) 0,00034971 m 4 0,6100292623 cm Módulo de Elasticidade (E) 200.000.000 kN/m² 0,0295159386 cm Módulo de Rigidez (G) 77.000.000 kN/m² 4,8384463548 % Rigidez (EI) 69.942 kN.m² Fator de Forma (ꭕ) 1 Deformação Total δT = δV + δf 0,6395452009 cm Perfil Perfil selecionado W 530 x 66,0 Deformação Momento Fletor (δf) V2 [8] W525 (20) Aumento Percentual (A%) metros Deformação Esforço Cortante (δV) Bitola Altura (d) Espessura da alma (tw) Largura da aba (bf) Espessura da aba (tf) Área (A) Momento de inércia (I x) [mm x kg/m] [mm] mm mm mm cm² cm 4 Seção 1 W 360 x 72,0 350 8,6 204,0 15,1 91,3 20169 Seção 2 W 460 x 60,0 455 8,0 153,0 13,3 76,2 25652 Seção 3 W 530 x 66,0 525 8,9 165,0 11,4 83,6 34971 3 Vão [L] 5,0 Bitola [mm x kg/m] d = 525 mm Carregamento [U] 20,0 Área (A) 0,00836 m² Momento de Inércia (I) 0,00034971 m 4 0,2327076959 cm Módulo de Elasticidade (E) 200.000.000 kN/m² 0,0097091903 cm Módulo de Rigidez (G) 77.000.000 kN/m² 4,1722686882 % Rigidez (EI) 69.942 kN.m² Fator de Forma (ꭕ) 1 Deformação Total δT = δV + δf 0,2424168862 cm Deformação Momento Fletor (δf) Deformação Esforço Cortante (δV) Aumento Percentual (A%) metros Perfil Perfil selecionado W 530 x 66,0 kN/m (uniformemente distribuída) V1 [5] W525 (20) Bitola Altura (d) Espessura da alma (tw) Largura da aba (bf) Espessura da aba (tf) Área (A) Momento de inércia (I x) [mm x kg/m] [mm] mm mm mm cm² cm 4 Seção 1 W 360 x 72,0 350 8,6 204,0 15,1 91,3 20169 Seção 2 W 460 x 60,0 455 8,0 153,0 13,3 76,2 25652 Seção 3 W 530 x 66,0 525 8,9 165,0 11,4 83,6 34971 3 Vão [L] 5,0 metros Bitola [mm x kg/m] d = 525 mm Carregamento [U] 10,0 kN/m (uniformemente distribuída) Área (A) 0,00836 m² Carregamento [P] 15,0 kN (concentrada no centro do vão) Momento de Inércia (I) 0,00034971 m4 Carregamento (U+P) ( 10 + 15 ) Carga final Módulo de Elasticidade (E) 200.000.000 kN/m² Módulo de Rigidez (G) 77.000.000 kN/m² 0,1722036950 cm Rigidez (EI) 69.942 kN.m² 0,0077673523 cm Fator de Forma (ꭕ) 1 4,5105607441 % Vão (ℓ) 5 m Deformação Total δT = δV + δf 0,1799710472 cm Carga distribuída (Q) 10 kN/m Aumento Percentual (A%) Perfil Perfil selecionado W 530 x 66,0 Deformação Momento Fletor (δf) Deformação Esforço Cortante (δV) V1 [5] W525 (10+15) 36 Figura 10 – Imagem da planilha de cálculo para vigas V2 (com carregamento U+P) Fonte: O autor, 2023. Figura 11 – Imagem da planilha de cálculo para vigas V3 (com carregamento U) Fonte: O autor, 2023. Figura 12 – Imagem da planilha decálculo para vigas V3 (com carregamento U+P) Fonte: O autor, 2023. Bitola Altura (d) Espessura da alma (tw) Largura da aba (bf) Espessura da aba (tf) Área (A) Momento de inércia (I x) [mm x kg/m] [mm] mm mm mm cm² cm 4 Seção 1 W 360 x 72,0 350 8,6 204,0 15,1 91,3 20169 Seção 2 W 460 x 60,0 455 8,0 153,0 13,3 76,2 25652 Seção 3 W 530 x 66,0 525 8,9 165,0 11,4 83,6 34971 3 Vão [L] 8,0 Bitola [mm x kg/m] d = 525 mm Carregamento [U] 10,0 kN/m (uniformemente distribuída) Área (A) 0,00836 m² Carregamento [P] 15,0 kN (concentrada no centro do vão) Momento de Inércia (I) 0,00034971 m4 Carregamento (U+P) ( 10 + 15 ) Módulo de Elasticidade (E) 200.000.000 kN/m² Módulo de Rigidez (G) 77.000.000 kN/m² 0,4050975570 cm Rigidez (EI) 69.942 kN.m² 0,0200737510 cm Fator de Forma (ꭕ) 1 4,9552880934 % Vão (ℓ) 8 m Deformação Total δT = δV + δf 0,4251713080 cm Carga distribuída (Q) 10 kN/m Deformação Momento Fletor (δf) Deformação Esforço Cortante (δV) Aumento Percentual (A%) metros Perfil Perfil selecionado W 530 x 66,0 Carga final V2 [8] W525 (10+15) Bitola Altura (d) Espessura da alma (tw) Largura da aba (bf) Espessura da aba (tf) Área (A) Momento de inércia (I x) [mm x kg/m] [mm] mm mm mm cm² cm4 Seção 1 W 360 x 72,0 350 8,6 204,0 15,1 91,3 20169 Seção 2 W 460 x 60,0 455 8,0 153,0 13,3 76,2 25652 Seção 3 W 530 x 66,0 525 8,9 165,0 11,4 83,6 34971 3 Vão [L] 5,0 metros Bitola [mm x kg/m] d = 525 mm Carregamento [U] 10,0 kN/m (uniformemente distribuída) Área (A) 0,00836 m² Carregamento [P] 15,0 kN (concentrada no centro do vão) Momento de Inércia (I) 0,00034971 m 4 Carregamento (U+P) ( 10 + 15 ) Carga final Módulo de Elasticidade (E) 200.000.000 kN/m² Módulo de Rigidez (G) 77.000.000 kN/m² 0,0372332313 cm Rigidez (EI) 69.942 kN.m² 0,0077673523 cm Fator de Forma (ꭕ) 1 20,8613434412 % Vão (ℓ) 5 m Deformação Total δT = δV + δf 0,0450005836 cm Carga distribuída (Q) 10 kN/m Deformação Momento Fletor (δf) Deformação Esforço Cortante (δV) Aumento Percentual (A%) Perfil Perfil selecionado W 530 x 66,0 V3 [5] W525 (10+15) Bitola Altura (d) Espessura da alma (tw) Largura da aba (bf) Espessura da aba (tf) Área (A) Momento de inércia (I x) [mm x kg/m] [mm] mm mm mm cm² cm 4 Seção 1 W 360 x 72,0 350 8,6 204,0 15,1 91,3 20169 Seção 2 W 460 x 60,0 455 8,0 153,0 13,3 76,2 25652 Seção 3 W 530 x 66,0 525 8,9 165,0 11,4 83,6 34971 1 Vão [L] 3,0 metros Bitola [mm x kg/m] d = 350 mm Carregamento [U] 35,0 kN/m (uniformemente distribuída) Área (A) 0,00913 m² Momento de Inércia (I) 0,00020169 m 4 0,0183023762 cm Módulo de Elasticidade (E) 200.000.000 kN/m² 0,0056009161 cm Módulo de Rigidez (G) 77.000.000 kN/m² 30,6021251476 % Rigidez (EI) 40.338 kN.m² Fator de Forma (ꭕ) 1 Deformação Total δT = δV + δf 0,0239032922 cm Aumento Percentual (A%) Perfil Perfil selecionado W 360 x 72,0 Deformação Momento Fletor (δf) Deformação Esforço Cortante (δV) V3 [3] W350 (35) 37 APÊNDICE D - QUADROS GERAIS DE ANÁLISE DOS RESULTADOS Seguem os Quadros 5 e 6 com os resultados obtidos a partir da metodologia, organizados de forma a avaliar, de modo geral, a influência dos parâmetros variáveis nos valores de deformação 𝛿f e 𝛿v, respectivamente. Quadro 5 – Deformações devido momento fletor Fonte: O autor, 2023. 5 10 20 35 5+15 10+15 10+20 20+30 0,131 0,261 0,523 0,915 0,340 0,471 0,540 0,941 3 1,009 2,017 4,035 7,061 1,977 2,986 3,309 5,972 5 6,611 13,222 26,443 46,276 10,577 17,188 18,510 34,376 8 0,103 0,206 0,411 0,720 0,267 0,370 0,425 0,740 3 0,793 1,586 3,172 5,552 1,555 2,348 2,601 4,695 5 5,198 10,396 20,791 36,384 8,316 13,514 14,554 27,028 8 0,075 0,151 0,302 0,528 0,196 0,271 0,312 0,543 3 0,582 1,164 2,327 4,072 1,140 1,722 1,908 3,444 5 3,813 7,625 15,251 26,689 6,100 9,913 10,676 19,826 8 0,052 0,105 0,209 0,366 0,144 0,196 0,227 0,392 3 0,403 0,807 1,614 2,824 0,827 1,231 1,372 2,461 5 2,644 5,289 10,577 18,510 4,380 7,024 7,602 14,048 8 0,041 0,082 0,164 0,288 0,113 0,154 0,178 0,308 3 0,317 0,634 1,269 2,221 0,650 0,968 1,079 1,935 5 2,079 4,158 8,316 14,554 3,444 5,523 5,977 11,045 8 0,030 0,060 0,121 0,211 0,083 0,113 0,131 0,226 3 0,233 0,465 0,931 1,629 0,477 0,710 0,791 1,420 5 1,525 3,050 6,100 10,676 2,526 4,051 4,385 8,102 8 0,026 0,052 0,105 0,183 0,078 0,105 0,122 0,209 3 0,202 0,403 0,807 1,412 0,444 0,646 0,726 1,291 5 1,322 2,644 5,289 9,255 2,314 3,636 3,966 7,272 8 0,021 0,041 0,082 0,144 0,062 0,082 0,096 0,164 3 0,159 0,317 0,634 1,110 0,349 0,508 0,571 1,015 5 1,040 2,079 4,158 7,277 1,819 2,859 3,119 5,718 8 0,015 0,030 0,060 0,106 0,045 0,060 0,070 0,121 3 0,116 0,233 0,465 0,814 0,256 0,372 0,419 0,745 5 0,763 1,525 3,050 5,338 1,334 2,097 2,288 4,194 8 Carregamento Se çã o 1 Deformações devido momento fletor (mm) V ão ( m e tr o s) 2 3 1 2 3 1 2 3 38 Quadro 6 – Deformações devido esforço cortante Fonte: O autor, 2023. O Quadro 7 apresenta os valores da relação λ = 𝐼/L para as diferentes combinações de variáveis estruturais, ou seja, possibilita avaliar a influência dos parâmetros variáveis nos valores de λ. 5 10 20 35 5+15 10+15 10+20 20+30 0,008 0,016 0,032 0,056 0,024 0,032 0,037 0,064 3 0,022 0,044 0,089 0,156 0,049 0,071 0,080 0,142 5 0,057 0,114 0,228 0,398 0,100 0,156 0,171 0,313 8 0,010 0,019 0,038 0,067 0,029 0,038 0,045 0,077 3 0,027 0,053 0,107 0,186 0,059 0,085 0,096 0,170 5 0,068 0,136 0,273 0,477 0,119 0,187 0,205 0,375 8 0,009 0,017 0,035 0,061 0,026 0,035 0,041 0,070 3 0,024 0,049 0,097 0,170 0,053 0,078 0,087 0,155 5 0,062 0,124 0,249 0,435 0,109 0,171 0,186 0,342 8 0,010 0,019 0,038 0,067 0,028 0,037 0,043 0,075 3 0,026 0,053 0,106 0,185 0,057 0,083 0,093 0,166 5 0,068 0,135 0,270 0,473 0,116 0,184 0,200 0,368 8 0,011 0,023 0,046 0,080 0,033 0,045 0,052 0,089 3 0,032 0,063 0,126 0,221 0,068 0,100 0,112 0,199 5 0,081 0,162 0,324 0,567 0,139 0,220 0,240 0,440 8 0,010 0,021 0,042 0,073 0,030 0,041 0,047 0,081 3 0,029 0,058 0,115 0,202 0,062 0,091 0,102 0,182 5 0,074 0,148 0,295 0,517 0,127 0,201 0,218 0,401 8 0,008 0,016 0,032 0,056 0,024 0,032 0,037 0,064 3 0,022 0,044 0,089 0,156 0,049 0,071 0,080 0,142 5 0,057 0,114 0,228 0,398 0,100 0,156 0,171 0,313 8 0,010 0,019 0,038 0,067 0,029 0,038 0,045 0,077 3 0,027 0,053 0,107 0,186 0,059 0,085 0,096 0,170 5 0,068 0,136 0,273 0,477 0,119 0,187 0,205 0,375 8 0,009 0,017 0,035 0,061 0,026 0,035 0,041 0,070 3 0,024 0,049 0,097 0,170 0,053 0,078 0,087 0,155 5 0,062 0,124 0,249 0,435 0,109 0,171 0,186 0,342 8 V ão ( m e tr o s) 2 3 1 2 3 1 2 3 Deformações devido contribuição do esforço cortante (mm) Carregamento Se çã o 1 39 Quadro 7 – Valores de 𝐼/L Fonte: O autor, 2023. Percebe-se do Quadro 7 que tais relações são iguais para um mesmo vão e uma mesma seção, não se alterando com a variação do carregamento, de modo que podem ser representados por meio do Gráfico 4 – Valores de λ para as vigas V1, V2 e V3 em relação a seção e ao vão, do Apêndice E. O Quadro 8 apresenta os valores do parâmetro β dado por 𝐼. 𝑔𝑒/L 2 para todas as vigas analisadas, útil à correlação gráfica de β e 𝐴%. 5 10 20 35 5+15 10+15 10+20 20+30 67,23 67,23 67,23 67,23 67,23 67,23 67,23 67,23 3 40,34 40,34 40,34 40,34 40,34 40,34 40,34 40,34 5 25,21 25,21 25,21 25,21 25,21 25,21 25,21 25,21 8 85,51 85,51 85,51 85,51 85,51 85,51 85,51 85,51 3 51,30 51,30 51,30 51,30 51,30 51,30 51,30 51,30 5 32,07 32,07 32,07 32,07 32,07 32,07 32,07 32,07 8 116,57 116,57 116,57 116,57 116,57 116,57 116,57 116,57 3 69,94 69,94 69,94 69,94 69,94 69,94 69,94 69,94
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