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CURSO ON-LINE - DIREITO PREVIDENCIÁRIO – TEORIA - P/ AFRFB 
PROFESSOR: FÁBIO ZAMBITTE 
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Aula III: Regime Geral de Previdência Social; Segurados 
Obrigatórios; Filiação e Inscrição; Conceito, Características e 
Abrangência: empregado, empregado doméstico, contribuinte 
individual, avulso, segurado especial; Segurado Facultativo: 
conceito, características, filiação e inscrição 
A partir deste ponto, deixamos de lado a discussão constitucional 
e centramos nossas atenções no RGPS. Tudo que será dito daqui pra 
frente somente dirá respeito a este regime, que é o principal, e mais 
abordado em concursos públicos. 
II.. BBEENNEEFFIICCIIÁÁRRIIOOSS 
 Empregado 
 Empregado Doméstico 
Trabalhador Avulso 
 Obrigatórios Segurado Especial 
 Contribuinte Individual 
Segurados 
 Facultativos 
Beneficiários 
 Dependentes 
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II.. BBEENNEEFFIICCIIÁÁRRIIOOSS 
O art. 9º do Regulamento da Previdência Social descreve melhor este 
ponto, em detrimento da própria regulamentação prevista nas leis 
8212/91 e 8213/91. Aconselho que vocês estudem este assunto pelo 
RPS. 
O beneficiário sempre será tido como sendo pessoa física que faz 
jus a prestações previdenciárias, que poderão ser benefícios ou serviços. 
O benefício é a prestação previdenciária dotada de conteúdo pecuniário 
(por exemplo, uma aposentadoria), enquanto o serviço não possui essa 
característica (por exemplo habilitação profissional e serviço social). 
Naturalmente, as prestações mais importantes são os benefícios. 
Veremos todas as prestações em detalhes no futuro. 
O beneficiário tanto poderá ser o segurado como o seu 
dependente, sendo que o segurado é aquele que efetivamente 
contribui para a manutenção do regime, enquanto o dependente não 
recolhe qualquer contribuição nesta condição, mas é beneficiado pela 
contribuição feita pelo segurado, já que esta não é vertida em seu 
benefício exclusivo. 
A contribuição do segurado objetiva também manter um sistema 
protetivo para as pessoas que dele dependem economicamente, 
lembrando que existem benefícios que são exclusivos do dependente, 
como por exemplo, a pensão por morte. 
II..AA.. SSEEGGUURRAADDOOSS 
Os segurados possuem uma divisão, que é de suma importância para o 
sistema de custeio e maior ainda para o benefício. 
Os segurados possuem duas subespécies que são: 
1. segurados obrigatórios, que são as pessoas que 
exercem a atividade remunerada e, por isso, a partir do momento 
em que passam a exercer atividade remunerada lícita, ingressarão no 
regime geral. 
Em outras palavras, a filiação será compulsória, e apenas a atividade 
lícita gera essa compulsoriedade de filiação (O traficante não é 
segurado obrigatório da previdência...). 
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2. segurados facultativos são as pessoas que 
ingressam no regime geral por mero ato volitivo, sendo aqueles que 
não exercem atividade remunerada. Por exemplo, o desempregado, 
o estudante, a dona-de-casa, sendo apenas necessário que a pessoa 
seja maior de 16 anos e que não seja segurado obrigatório, ou seja, que 
não exerça atividade remunerada vinculante ao regime geral. 
É impossível que uma pessoa seja segurado obrigatório e 
facultativo ao mesmo tempo. Dessa forma, caso o segurado 
obrigatório queira aumentar o seu benefício futuro, deverá contribuir 
para um regime de previdência complementar. 
A pessoa, para ser filiada como segurado facultativo ao regime geral, 
não deverá fazer parte de um regime próprio de previdência social, ou 
seja, se a pessoa for servidor não poderá ser tida como segurado 
facultativo do regime geral, pois já esta filiada a um regime próprio 
(salvo se licenciada, sem contribuição ao RPPS). 
A filiação como segurado facultativo não poderá ter feitos 
retroativos, o que só é possível quanto ao segurado obrigatório, 
uma vez que este tem filiação compulsória. 
Para tanto, o mesmo deverá provar ao INSS que trabalhava em data 
anterior à sua inscrição, e neste caso a sua inscrição como segurado 
obrigatório será retroagida, pois já estava filiado o tempo todo. 
Feita essa prova pelo segurado surge para a previdência o direito de 
cobrar os valores devidos pelo segurado obrigatório. 
O primeiro segurado obrigatório é o segurado empregado. 
Este, a princípio, nada mais seria que o próprio empregado da CLT, 
típico do direito do trabalho, que é o trabalhador que executa uma 
tarefa com pessoalidade, subordinação, onerosidade e habitualidade 
(art. 3º da CLT). 
Contudo, o conceito de segurado empregado é mais amplo que o 
de empregado celetista, uma vez que permite a inclusão de 
pessoas que não são alcançadas pelo conceito formulado pelo 
direito do trabalho, como o servidor de cargo de provimento efetivo 
que não possui Regime Próprio de Previdência Social, a pessoa que 
exerce exclusivamente cargo em comissão, etc. 
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Ainda, o contratado a prazo determinado pela administração pública e o 
menor aprendiz são segurados empregados. 
O estagiário (desde que exerça a atividade em desacordo com a lei 
do estágio) será segurado empregado. Todavia, se o estagiário 
prestar serviços de acordo com a lei, não será segurado obrigatório, 
uma vez que o estagiário para fins previdenciários não possui nenhuma 
importância, podendo, quando muito, ser segurado facultativo. Isso não 
mudou nem mesmo com a nova lei de estágio. 
O art. 12, “h” da lei 8212/91 coloca que o exercente de mandato eletivo 
será segurado obrigatório desde que o mesmo não se encontre 
vinculado a regime próprio, previsão criada pela lei 9506/97 que 
extinguiu o Instituto de Previdência dos Congressistas. 
O art. 12, “j”, foi inserido pela lei 10.887/04, onde foi feita a mesma 
previsão já posta na alínea “h”, e essa repetição decorreu do fato de que 
a alínea “h” foi declarada inconstitucional, no controle difuso pelo 
Supremo Tribunal Federal, onde se adotou o entendimento de que esta 
alínea foi inserida quando o art. 195, II da Constituição Federal fazia 
menção tão somente a contribuição do trabalhador (antes da EC 
20/98). 
Ademais, ao classificar um parlamentar como empregado, o Ente 
Federado passou a ser tido como empresa para fins 
previdenciários, e por isso passou-se a cobrar deste contribuição 
social da empresa prevista no art. 195, I “a” do texto constitucional. 
O STF entendeu que o parlamentar, por ser agente político, não 
poderia ser tido como sendo trabalhador, e daí a declaração de 
inconstitucionalidade. 
Contudo, com o advento da Emenda Constitucional 20/98 que promoveu 
a alteração do texto do art. 195, II passando a prever a contribuição do 
trabalhador e demais segurados da Previdência Social, foi aprovada 
a lei 10.887/04, inserindo novamente o exercente de mandato eletivo 
como segurado empregado, uma vez que a redação anterior não poderia 
ser tacitamente validada pela nova Emenda. 
Art. 12. São segurados obrigatórios da Previdência Social as seguintes 
pessoas físicas: 
(...) 
h) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde 
que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Alínea 
incluída pela Lei nº 9.506, de 30.10.97) 
(...) 
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j) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde 
que não vinculado a regime próprio de previdência social; (Incluído pela 
Lei nº 10.887, de 2004) 
(...) 
Vejam que aqui comentaremos somente algumas hipóteses, de maior 
relevância. Aconselho a leitura atenta do art. 9º do RPS. 
O segundo segurado obrigatório é o empregado doméstico. 
Para o direito do trabalho, essesegurado, além das características 
típicas do empregado, deverá exercer o trabalho em ambiente familiar
e em atividade não-lucrativa, trabalhando para o chamado 
empregador doméstico, que pode ser pessoa física ou família, 
lembrando que o conceito de ambiente familiar é tido como bastante 
amplo. 
O terceiro segurado obrigatório é o chamado trabalhador avulso. 
 Este é a pessoa que trabalha para determinada empresa tomadora de 
serviço, sem vinculo empregatício, com a intermediação obrigatória do 
Sindicato, quando o avulso for terrestre, ou do Órgão Gestor de Mão-de-
Obra – OGMO quando o trabalhador avulso for portuário. 
Caso não haja essa intermediação, o trabalhador não poderá ser tido 
como sendo avulso. 
Esse trabalhador não poderá ser confundido como trabalhador 
temporário, posto ser este um segurado empregado, e também não se 
relaciona com a cooperativa de trabalho (o cooperado é contribuinte 
individual). 
O quarto segurado obrigatório é o chamado segurado especial. 
É o pequeno produtor rural ou pescador artesanal, que trabalha sem 
empregados, em regime de economia familiar. 
O segurado especial possui um regime previdenciário diferenciado dado 
pela Constituição Federal (art. 195, § 8º), sendo que serão 
segurados especiais todas os membros da família que exerçam a 
atividade em regime de economia familiar, sendo a contribuição 
uma só, incidente sobre a receita bruta auferida pela produção 
dessa atividade. 
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Perceba que a contribuição do segurado especial não é individualizada, 
pois será sempre sobre a receita bruta da produção, pouco importando 
quantas pessoas exercem a atividade. No futuro, cada uma delas terá 
direito a um benefício. 
Este tratamento favorecido, que beira o assistencialismo, somente é 
admissível por ser previsto na própria Constituição. 
O segurado especial poderá ter auxílio eventual de terceiros, desde que 
não haja subordinação ou remuneração. Por exemplo, uma ajuda dos 
vizinhos, na época da colheita, desde que não remunerado. 
Caso o segurado especial contrate empregado, perderá a qualidade de 
segurado especial. Contudo, o mesmo não perderá a qualidade de 
segurado obrigatório, passando à condição de contribuinte 
individual. 
Todavia, com a Lei n. 11718/08, poderá contratar empregados, desde 
que não permanentes. Vejamos as mudanças: 
Sabe-se que, de longa data, há um conflito entre a Constituição e a 
legislação previdenciária, no que diz respeito ao segurado especial. A 
Constituição sempre admitiu ao segurado especial a contratação 
eventual de empregados (art. 195, § 8º), mas isso fora sempre proibido 
por lei. 
Esta contradição legislativa foi, finalmente, superada com a edição 
da Lei nº 11.718/08. Ela dá nova qualificação ao segurado especial. É a 
seguinte: 
Pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado 
urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em 
regime de economia familiar, ainda que com o auxílio 
eventual de terceiros a título de mútua colaboração, na 
condição de: 
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, 
assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou 
arrendatário rurais, que explore atividade: 
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; 
ou 
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas 
atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2° da 
Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas 
atividades o principal meio de vida; 
b) pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da 
pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e 
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c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 
(dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado 
de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, 
comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar 
respectivo. 
Entende-se como regime de economia familiar a atividade 
em que o trabalho dos membros da família é indispensável à 
própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico 
do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua 
dependência e colaboração, sem a utilização de empregados 
permanentes. 
Vejam que, em matéria de agropecuária (agricultura ou pecuária), 
há limitação do tamanho da terra – até 4 módulos fiscais (o módulo 
fiscal varia de um município para outro). Se superior a isso, o produtor 
se torna contribuinte individual. Na hipótese de extrativismo, continua 
não existindo limitação de área. De acordo com a lei citada (Lei n° 
9.985/00), extrativismo é sistema de exploração baseado na coleta e 
extração, de modo sustentável, de recursos naturais renováveis. 
A nova lei também dispõe que, para serem considerados 
segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os filhos maiores de 
16 (dezesseis) anos ou os a estes equiparados deverão ter participação 
ativa nas atividades rurais do grupo familiar. Devem provar também a 
atividade rural. 
Aqui a grande novidade da lei: o grupo familiar poderá utilizar-
se de empregados contratados por prazo determinado ou mesmo 
contribuinte individual, como um tratorista, em épocas de safra, à razão 
de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas/dia por ano civil, em 
períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em 
horas de trabalho. 
A relação pessoas/dia quer dizer o seguinte: poderá o segurado 
especial utilizar-se de um empregado por até 120 dias dentro de um 
mesmo ano civil. Se tiver dois empregados, poderá mantê-los por até 
60 dias. Se forem 4 empregados, por 30 dias, e assim por diante. Em 
um exemplo absurdo, poderia contratar até 120 empregados, mas para 
trabalhar um único dia! 
Pela nova lei, também não descaracteriza a condição de segurado 
especial: 
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I – a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, 
meação ou comodato, de até 50% (cinqüenta por cento) de 
imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) 
módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado 
continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente 
ou em regime de economia familiar; 
II – a exploração da atividade turística da propriedade rural, 
inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e 
vinte) dias ao ano; 
III – a participação em plano de previdência complementar 
instituído por entidade classista a que seja associado, em 
razão da condição de trabalhador rural ou de produtor rural 
em regime de economia familiar; 
IV – ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que 
tem algum componente que seja beneficiário de programa 
assistencial oficial de governo; 
V – a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da 
atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização 
artesanal; e 
VI – a associação em cooperativa agropecuária. 
Vejam que nova redação dada às Leis n. 8.212/91 e 8.213/91 
admitem não só a contratação de empregados pelo segurado especial, 
mas até a realização de novas atividades, como a utilização da 
propriedade como pousada! Sem dúvida, a situação do segurado 
especial melhora muito com a nova lei. 
Da mesma forma, a lei continua a afirmar que o segurado especial 
não pode possuir outra fonte de rendimento, perdendo o 
enquadramento salvo: 
I – benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou 
auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício 
de prestação continuada da Previdência Social; 
II – benefício previdenciário pela participação em plano de 
previdência complementar; 
III – exercício de atividade remunerada em período de 
entressafra ou do defeso, não superior a 120 (cento e vinte) 
dias, corridos ou intercalados, no ano civil; 
IV – exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de 
organização da categoria de trabalhadores rurais; 
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V – exercício de mandato de vereador do município onde 
desenvolve a atividade rural, ou de dirigente de cooperativa 
rural constituída exclusivamente por segurados especiais; 
VI – parceria ou meação; 
VII – atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima 
produzida pelo respectivo grupo familiar, podendo ser 
utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda 
mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício 
de prestação continuada da Previdência Social; e 
VIII – atividade artística, desde que em valor mensal inferior 
ao menor benefício de prestação continuada da Previdência 
Social. 
Naturalmente, boa parte destes rendimentos é derivada das 
atividades que foram expressamente autorizadas pela lei. Há algumas 
situações autônomas, como a percepção de pensão por morte, mas a 
idéia aqui, com a nova redação, foi incluir rendimentos derivados das 
novas atividades. Nestas situações, repita-se, o segurado especial 
mantém essa condição. 
Caso o segurado especial incorra em alguma atividade proibida, 
ficará excluído desta condição. A lei nunca fora muito clara quanto ao 
momento em que isso ocorre, mas agora o marco inicial da exclusão fica 
melhor definido, da seguinte forma: 
I – a contar do primeiro dia do mês em que: 
a) deixar de satisfazer as condições gerais estabelecidas para ser 
segurado especial, ou exceder qualquer dos limites de 50% para fins de 
outorga, meação ou comodato de área rural; 
b) se enquadrar em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do 
Regime Geral de Previdência Social, ressalvadas as exceções 
supracitadas que não geram a perda do enquadramento; e 
c) se tornar segurado obrigatório de outro regime previdenciário; 
II – a contar do primeiro dia do mês subseqüente ao da ocorrência, 
quando o grupo familiar a que pertence exceder o limite de utilização de 
trabalhadores acima do limite de 120 dias em atividade remunerada ou 
extrapolar o limite de dias de hospedagem (120 dias). 
O quinto segurado obrigatório é o contribuinte individual. 
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É segurado como contribuinte individual aquele que não se enquadrar 
em nenhuma outra forma de segurado. 
Ou seja, todas as pessoas que exerçam atividade remunerada por conta 
própria, por exemplo, jornaleiro, pipoqueiro, profissional liberal, 
jornalista, advogado, dentista, taxista; todos são contribuintes 
individuais – CI. 
Muitos CI são conhecidos como trabalhadores autônomos, que é um 
termo que não mais é utilizado pelo direito previdenciário. Aqui também 
se inclui o ministro de confissão religiosa, árbitro de futebol, 
transportador rodoviário autônomo, entre outros. 
O segurado contribuinte individual não possui uma característica 
comum, sólida, jurídica, salvo o fato de não se enquadrar em nenhuma 
das regras anteriores... 
Dessa forma, explicasse o caráter residual do mesmo. 
Contudo, tome cuidado com o seguinte: o mero fato de uma pessoa ser 
cotista ou viver de rendas não importará na obrigatoriedade de filiação a 
Previdência Social como segurado contribuinte individual, uma vez que 
é necessário o exercício de uma atividade remunerada. 
Tais pessoas nada serão para a previdência social, salvo se filiados como 
facultativos. 
O Microempreendedor Individual - MEI 
O art. 18-A da LC n° 123/06, com a redação dada pela LC n° 128/08, 
prevê a criação da figura do Microempreendedor Individual – MEI, o qual 
poderá optar pelo recolhimento dos impostos e contribuições abrangidos 
pelo Simples Nacional em valores fixos mensais, independentemente da 
receita bruta por ele auferida no mês, facilitando ainda mais o 
procedimento fiscal destes empreendedores. 
Considera-se MEI o empresário individual, na forma do art. 966 do 
Código Civil, aquele que tenha auferido receita bruta, no ano-calendário 
anterior, de até R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais), optante pelo 
SIMPLES Nacional e que não esteja impedido de optar pela sistemática 
do MEI. Naturalmente, no caso de início de atividades, o limite de R$ 
36.000,00 será de R$ 3.000,00 (três mil reais) multiplicados pelo 
número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do 
respectivo ano-calendário, consideradas as frações de meses como um 
mês inteiro. 
A opção pelo enquadramento como Microempreendedor Individual 
importa opção pelo recolhimento da contribuição como contribuinte 
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individual na forma do art. 21, § 2° da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 
1991, ou seja, com a alíquota de 11% sobre o salário-mínimo. A 
contribuição patronal é dispensada, assim como as contribuições para 
Terceiros (Sistema S), que são dispensadas para os optantes pelo 
SIMPLES Nacional, em geral (art. 13, § 3°, LC n° 123/06). 
No entanto, não podem optar pela sistemática do MEI os 
empreendedores cuja atividade seja tributada pelos Anexos IV ou V da 
LC n° 123/06 (prestação de serviços), salvo autorização para exercício 
de atividade isolada na forma regulamentada pelo Comitê Gestor; que 
possua mais de um estabelecimento; que participe de outra empresa 
como titular, sócio ou administrador ou que contrate empregado. 
A opção pelo sistema do MEI será irretratável para todo o ano-
calendário; deverá ser realizada no início do ano-calendário, na forma 
disciplinada pelo Comitê Gestor, produzindo efeitos a partir do primeiro 
dia do ano-calendário da opção ou produzirá efeitos a partir da data do 
início de atividade desde que exercida nos termos, prazo e condições a 
serem estabelecidos em ato do Comitê Gestor. 
O desenquadramento será realizado de ofício ou mediante comunicação 
do MEI. O desenquadramento mediante comunicação do MEI à 
Secretaria da Receita Federal do Brasil – RFB dar-se-á: por opção, que 
deverá ser efetuada no início do ano-calendário, na forma disciplinada 
pelo Comitê Gestor, produzindo efeitos a partir de 1o de janeiro do ano-
calendário da comunicação; obrigatoriamente, quando o MEI incorrer 
em alguma das situações previstas em lei, devendo a comunicação ser 
efetuada até o último dia útil do mês subseqüente àquele em que 
ocorrida a situação de vedação, produzindo efeitos a partir do mês 
subseqüente ao da ocorrência da situação impeditiva; ou ainda 
obrigatoriamente, quando o MEI exceder, no ano-calendário, o limite de 
receita bruta, devendo a comunicação ser efetuada até o último dia útil 
do mês subseqüente àquele em que ocorrido o excesso, produzindo 
efeitos: 
A contribuição do MEI, na forma reduzida de 11% sobre o salário-
mínimo, também não poderá ser utilizada para aposentadoria por tempo 
de contribuição, mas somente idade ou invalidez, salvo o pagamento da 
diferença, como previsto no § 4° do art. 55, valendo o mesmo para fins 
de contagem recíproca, na forma do § 2° do art. 94, ambos da Lei no 
8.213/91. 
O MEI está também dispensado de elaborar a GFIP, salvo de 
possuir um empregado (máximo permitido) e fará seus recolhimentos 
previdenciários em GPS. 
Se possuir um único empregado que receba exclusivamente 1 (um) 
salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissional (única 
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possibilidade), MEI deverá reter e recolher a contribuição previdenciária 
relativa ao segurado a seu serviço, fica obrigado a prestar informações 
relativas ao segurado a seu serviço, na forma estabelecida pelo Comitê 
Gestor; e está sujeito ao recolhimento da contribuição patronal, 
calculada à alíquota de 3% (três por cento) sobre o salário de 
contribuição do segurado, ao invés dos tradicionais 20% sobre a 
remuneração. 
Os dependentes serão estudados quando iniciarmos a matéria relativa 
ao benefício. 
II – Filiaçãoe Inscrição 
A filiação trata-se de um vínculo jurídico que se estabelece entre o 
segurado e a Previdência Social, que para os segurados obrigatórios, 
inicia-se com o exercício de uma atividade remunerada, e desse vinculo 
decorre o direito do segurado de auferir benefícios previdenciários e o 
dever de recolher as suas contribuições. 
Por isso a filiação é tida como automática para os segurados 
obrigatórios, não importando a vontade do mesmo de se filiar ou não, 
e sendo decorrente dessa automaticidade o dever do segurado pagar as 
contribuições sociais. 
A inscrição nada mais é que mero ato formal, pois será este ato 
que levará ao conhecimento da Previdência Social as 
informações pessoais do segurado, sendo importantes para uma 
futura concessão de benefícios. 
Por isso, para os segurados obrigatórios, primeiro irá ocorrer a 
filiação e depois a inscrição, sendo esta feita, no caso do empregado, 
pela empresa, no caso do empregado doméstico, será feita tanto pelo 
empregador quanto pelo empregado doméstico, no caso do trabalhador 
avulso a inscrição é feita no sindicato/OGMO, no caso do segurado 
especial, a inscrição somente poderá ser realizada pelo próprio. 
Com relação ao contribuinte individual, a regra geral orienta que será o 
próprio que realizará a sua inscrição. Contudo, a lei 10.666/03 
dispõe que a empresa que porventura o contrate deverá realizar a 
inscrição do segurado, caso este ainda não seja inscrito. 
Essa exigência decorre do fato de que toda empresa deve cumprir uma 
obrigação acessória previdenciária, que é a emissão de Guia de 
Recolhimento de FGTS e Informações a Previdência Social – GFIP, onde 
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a empresa irá descrever todos os valores, de forma individualizada, 
pagos pela empresa a todos os segurados, sendo esta GFIP a principal 
fonte de informação para o Cadastro Nacional de Informações Sociais - 
CNIS, onde estão postas todas as informações referentes aos 
trabalhadores, dispensando o mesmo de provar os requisitos para a 
concessão de benefício (art. 29-A, Lei nº 8.213/91). 
Uma outra finalidade da GFIP é a de servir como instrumento de 
confissão de dívida, superando o contencioso administrativo, 
como ainda veremos. 
Pela nova lei, a inscrição do segurado especial será feita de forma 
a vinculá-lo ao seu respectivo grupo familiar e conterá, além das 
informações pessoais, a identificação da propriedade em que desenvolve 
a atividade e a que título, se nela reside ou o Município onde reside e, 
quando for o caso, a identificação e inscrição da pessoa responsável pela 
unidade familiar. A idéia é dar maior convicção ao INSS da condição de 
segurado especial da pessoa e seu grupo familiar, facilitando a 
concessão de benefício. O segurado especial integrante de grupo 
familiar que não seja proprietário ou dono do imóvel rural em que 
desenvolve sua atividade deverá informar, no ato da inscrição, conforme 
o caso, o nome do parceiro ou meeiro outorgante, arrendador, 
comodante ou assemelhado (enfim, quem é o dono da 
terra). Simultaneamente com a inscrição do segurado especial, será 
atribuído ao grupo familiar número de Cadastro Específico do INSS – 
CEI, para fins de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando 
for o caso. 
De acordo com a Lei 11718/08, o Ministério da Previdência Social 
também desenvolverá programa de cadastramento dos segurados 
especiais, podendo para tanto firmar convênio com órgãos federais, 
estaduais ou do Distrito Federal e dos Municípios, bem como com 
entidades de classe, em especial as respectivas confederações ou 
federações. 
Como já previa anteriormente o art. 20 do RPS, a nova redação 
dada pelo Decreto 6722/08 continua a afirmar que a filiação à 
previdência social decorre automaticamente do exercício de atividade 
remunerada para os segurados obrigatórios e da inscrição formalizada 
com o pagamento da primeira contribuição para o segurado facultativo. 
Todavia, traz uma pretensa exceção, com relação ao trabalhador 
rural contratado por produtor rural pessoa física por prazo de até dois 
meses dentro do período de um ano, como autorizado pela Lei n° 
11.718/08. Nesta hipótese, diz o art. 20, § 2° que a filiação decorreria, 
automaticamente, de sua inclusão na GFIP, mediante identificação 
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específica. Não vejo o menor amparo legal para esta ressalva, que é 
flagrantemente contraditória frente ao dispositivo geral do caput. 
Em verdade, esta nova previsão muito me lembra uma antiga 
anedota, na qual se afirmava que o parágrafo, freqüentemente, seria a 
desgraça do artigo... 
As regras de inscrição permanecem e, caso uma empresa deixe de 
inscrever o segurado que lhe presta serviço, estará sujeita à multa de 
R$ 1.254,89 por segurado não inscrito (art. 283, § 2°, RPS). 
O art. 329-A do RPS prevê que o Ministério da Previdência Social 
desenvolverá e manterá programa de cadastramento dos segurados 
especiais, podendo para tanto firmar convênio com órgãos federais, 
estaduais ou do Distrito Federal e dos municípios, bem como com 
entidades de classe, em especial as respectivas confederações ou 
federações. O MPS também disciplinará a forma de manutenção e de 
atualização do cadastro, observada a periodicidade anual a contar do 
ano seguinte ao do efetivo cadastramento dos segurados especiais. 
As informações contidas no cadastro não dispensam a 
apresentação de carteira de trabalho ou contrato individual de trabalho, 
exceto as que forem obtidas e acolhidas pela previdência social 
diretamente de banco de dados disponibilizados por órgãos do poder 
público. Da criação deste cadastro não poderá resultar nenhum ônus 
para os segurados, sejam eles filiados ou não às entidades conveniadas. 
O art. 256-A do RPS traz novo Capítulo, referente à matrícula da 
empresa, do produtor rural pessoa física e do segurado especial. De 
acordo com o texto, a matrícula atribuída pela Secretaria da Receita 
Federal do Brasil ao PRPF ou segurado especial é o documento de 
inscrição do contribuinte - DIC, em substituição à inscrição no Cadastro 
Nacional de Pessoa Jurídica - CNPJ, a ser apresentado em suas relações: 
I - com o Poder Público, inclusive para licenciamento 
sanitário de produtos de origem animal ou vegetal 
submetidos a processos de beneficiamento ou 
industrialização artesanal; 
II - com as instituições financeiras, para fins de 
contratação de operações de crédito; e 
III - com os adquirentes de sua produção ou 
fornecedores de sementes, insumos, ferramentas e demais 
implementos agrícolas. 
Ao que tudo indica, a RFB passará a usar o DIC ao invés da 
tradicional matrícula CEI, que, na verdade, só muda de nome. Para fins 
de recolhimento das contribuições previdenciárias, a matrícula será 
atribuída ao grupo familiar no ato de sua inscrição. Naturalmente, esta 
matrícula diferenciada não se aplica ao licenciamento sanitário de 
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produtos sujeitos à incidência do IPI ou ao contribuinte cuja inscrição no 
CNPJ seja obrigatória. 
O segurado facultativo possui também filiação a Previdência Social, 
mas esta não é automática, sendo, portanto, necessário que 
primeiro o mesmo se inscreva junto a Previdência Social, 
inscrição esta que, quando acompanhada do 1º pagamento, gera 
a filiação. 
No entanto, note-se que esta regra apenas é aplicável ao segurado 
facultativo. 
O ingresso na Previdência Social, para qualquer segurado, não se sujeita 
a uma idade máxima de filiação, podendo a mesma ocorrer mesmo que 
a pessoa possua, por exemplo, uma idade de 80 anos. 
Por exemplo, caso uma senhora de idade, que se inscreve como 
facultativa pela Internet, após feito o pagamento de sua primeira guia 
de recolhimento, terá o direito ao benefício previdenciáriocaso seja 
atropelada quando saia do banco onde pagou a guia (veremos melhor a 
sistemática dos benefícios em aulas futuras). 
Embora os editais de prova anteriores, com freqüência, façam referência 
ao item “Trabalhadores Excluídos do RGPS”, é extremamente difícil 
encontrar alguém que exerça atividade remunerada e seja excluído do 
RGPS. 
Em razão do Princípio da Universalidade de Cobertura e Atendimento, 
não haveria motivo para qualquer trabalhador estar excluído do RGPS. 
Atualmente, podemos verificar esta exclusão somente para servidores 
públicos ocupantes de cargo de provimento efetivo, situação na qual 
estarão vinculados a RPPS. De resto, os demais estarão todos no RGPS. 
EXERCÍCIOS 
1) Quanto aos segurados da previdência social, assinale o item correto. 
a) Podem assumir a condição de segurados facultativos: a dona-de-
casa, o estudante menor de catorze anos, o síndico de condomínio, o 
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bolsista e o estagiário assim definidos em lei, além do presidiário que 
não exerce atividade remunerada. 
b) Na condição de segurado facultativo, poderão inscrever-se o 
brasileiro que acompanha o cônjuge que presta serviços no exterior e 
aquele que perdeu a condição de segurado obrigatório em face do 
desemprego. 
c) O magistrado classista temporário da justiça do trabalho, quando já 
aposentado por qualquer regime, é equiparado a trabalhador autônomo, 
sendo considerado segurado obrigatório da previdência social. 
d) O trabalhador que exerce atividade portuária de capatazia, estiva, 
conferência e conserto de carga, vigilância de embarcação e bloco, com 
intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou do órgão gestor 
de mão-de-obra, é segurado obrigatório da previdência social, na 
condição de empregado. 
e) É filiado ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS), na condição 
de trabalhador avulso, aquele que presta serviços de natureza urbana 
ou rural, sem habitualidade, a uma ou mais empresas, sem relação de 
emprego. 
Gabarito: B 
a) 
Toda pessoa pode assumir a condição de segurados facultativos, desde 
que não exerçam atividade remunerada, pois, aí, seriam segurados 
obrigatórios. Além disto, deve ter a idade mínima de 16 anos. São estes 
os dois requisitos básicos para o ingresso voluntário no RGPS como 
segurado facultativo (art. 13, Lei n. 8.213/91 e Art. 11, § 1°, III, RPS). 
A idade mínima, que já foi de 14 anos, agora é de 16 anos em 
virtude do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal, 
na redação dada pelo art. 1º da Emenda Constitucional nº 20, de 1998, 
que estabelece 16 anos como a idade mínima para o trabalho do menor. 
Assim, a questão é errada em virtude do estudante menor de 
catorze anos. O estudante somente poderá ser segurado facultativo 
após os 16 anos. 
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 b) 
O brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no 
exterior é previsto expressamente na legislação como passível de 
enquadramento como segurado facultativo (Art. 11, § 1°, IV, RPS). 
Igualmente aquele que deixou de ser segurado obrigatório da 
previdência social, como o desempregado (Art. 11, § 1°, V, RPS). 
Na verdade, o desempregado, mesmo que ainda se encontre no 
período de graça, com a manutenção da qualidade de segurado, poderá, 
se desejar, filiar-se como facultativo, de modo a contabilizar o período 
como carência e tempo de contribuição. 
Ressalte-se que o servidor público que já participa de regime próprio de 
previdência, não poderá ser segurado facultativo do RGPS (Art. 201, § 
5°, CRFB/88). 
c) 
O aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado 
classista temporário da Justiça do Trabalho, ou nomeado magistrado da 
Justiça Eleitoral, são enquadrados como segurados contribuintes 
individuais, e não autônomos (Art. 9°, V, m, RPS). A questão está 
errada porque não mais existe a categoria de segurado autônomo. Esta, 
junto com a categoria de equiparado a autônomo e empresário, foram 
inseridas pela Lei n. 9.876/99 em nova espécie de segurado, 
denominado contribuinte individual. 
Ademais, o magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho foi 
extinto. 
d) 
Aqui a questão traz a definição expressa do segurado avulso, e 
não empregado (Art. 11, VI, Lei n. 8.213/91 c/c Art. 9°, VI, RPS). 
e) 
Apesar de ser esta a definição a priori prevista em lei (Art. 11, VI, 
Lei n. 8.213/91), a mesma é necessariamente complementada pelo 
Regulamento da Previdência Social, o qual expressa a necessidade da 
intermediação obrigatória do sindicato ou órgão gestor de mão-de-obra 
(Art. 9°, VI). 
Assim, se determinado trabalhador presta serviço a empresa sem 
vínculo empregatício, mas sem a intermediação obrigatória do sindicato 
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ou órgão gestor de mão-de-obra, será contribuinte individual, e não 
avulso. 
2) Ainda com relação aos segurados, assinale o item incorreto. 
a) Os segurados especiais da previdência social, assim considerados, 
entre outros, o pescador artesanal e seus assemelhados que exercem 
suas atividades individualmente ou em regime de economia familiar, 
com ou sem o auxílio de terceiros, podem contribuir facultativamente, 
de acordo com os mesmos critérios definidos para o contribuinte 
individual, sem prejuízo da contribuição incidente sobre o rendimento 
bruto auferido com a comercialização da produção. 
b) O servidor público civil ou militar da União apenas poderá filiar-se ao 
RGPS, na condição de segurado facultativo, quando acompanhar 
cônjuge que presta serviços no exterior, na hipótese de não ser possível 
a continuidade de recolhimento ao RPPS. 
c) O segurado, na condição de empregado ou trabalhador avulso, que 
exercer atividade rural concomitante, em regime de economia familiar, 
poderá também vincular-se ao RGPS, na condição de segurado especial. 
d) São filiados obrigatórios ao RGPS, como contribuintes individuais, o 
ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida 
consagrada e de congregação ou de ordem religiosa, quando por ela 
mantido. 
e) O empresário que integrar mais de uma sociedade por cotas de 
responsabilidade limitada, em áreas distintas de exploração mercantil, 
contribuirá em relação a cada uma delas mesmo que não participe da 
gestão, desde que venha a auferir rendimento pelo seu trabalho. 
 
Gabarito: C 
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a) O segurado especial, como regra geral, contribui à previdência 
social com o valor de 2,1% sobre a receita bruta proveniente da 
comercialização da sua produção (Art. 25, I e II, Lei n. 8.212/91 e Art. 
200, I e II, RPS). 
Todavia, de modo a possibilitar a este segurado a obtenção de 
benefícios em patamares superiores, a lei concede a faculdade deste em 
contribuir segundo as mesmas regras do contribuinte individual, ou seja, 
20% de seu salário-de-contribuição (Art. 25, §1°, Lei n. 8.212/91 e Art. 
200, § 2°, RPS). 
Observe que a opção dada não é o pagamento como segurado 
facultativo, o que seria impossível, já que o segurado especial é 
segurado obrigatório. A faculdade legal diz respeito a contribuição 
voluntária como se fosse contribuinte individual, além da contribuição 
compulsória sobre a receita da produção rural, que permanece. 
b) 
Como já observado, o servidor público participante de regime 
próprio de previdência social não poderá filiar-se como facultativo do 
RGPS (Art. 201, § 5°, CRFB/88). 
Todavia, nas hipóteses de afastamentos sem vencimentos e desde 
que não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regime 
próprio, o servidor poderá filiar-se ao RGPS como facultativo (Art. 11, § 
2°, RPS). É situação excepcional, somente aceitável devidoao Princípio 
da Universalidade de Cobertura e Atendimento, que não poderia aceitar 
uma pessoa compulsoriamente excluída do regime geral de previdência 
sem outro tipo de proteção previdenciária. 
c) 
Como regra geral, todo trabalhador que exerce mais de uma 
atividade remunerada é filiado e inscrito em cada uma destas (Art. 11, § 
2°, Lei n. 8,213/91 e Art. 18, §3°, RPS). Por exemplo, segurado que é 
empregado e, ao mesmo tempo, exerce outra atividade por conta 
própria: para a previdência social, será segurado empregado e 
contribuinte individual. 
Já para o segurado especial a regra é outra. Em virtude da sua 
condição atípica, prevista na própria Constituição (art. 195, § 8°), 
somente terão direito a este enquadramento diferenciado aqueles que 
são, efetivamente e exclusivamente, pequenos produtores rurais ou 
pescadores artesanais sem empregados. 
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Caso o pretenso segurado especial venha a exercer outra 
atividade remunerada, continuará sendo segurado obrigatório do RGPS, 
mas em qualquer outra qualidade, distinta de segurado especial (Art. 
11, VII, Lei n. 8.213/91 e Art. 9°, VII e § 8°, RPS), salvo nas hipóteses 
criadas pela Lei 11718/08. 
d) 
O ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida 
consagrada e de congregação ou de ordem religiosa, em qualquer 
hipótese, será contribuinte individual (Art. 11, V, c, Lei n. 8.213/91 com 
a redação dada pela Lei n. 10.403 de 2002, e o Art. 9°, V, c, RPS, com a 
redação dada pelo Decreto n. 4.079 de 2002). 
e) 
A questão traz a figura do empresário de sociedade limitada, cujo 
enquadramento previdenciário é feito como contribuinte individual, 
desde que receba remuneração decorrente de seu trabalho (art. 11, V, 
f, Lei n. 8.213/91 e Art. 9°, V, h, RPS). 
Ou seja, para enquadra-se como contribuinte individual, basta ao 
sócio a percepção de remuneração (pro-labore) decorrente de trabalho 
na sociedade, sendo irrelevante a sua efetiva participação na gestão da 
empresa. Ainda, o fato auferir rendimento por trabalho prestado a mais 
de uma empresa também não tem relevância alguma para a questão. 
3) A respeito da vinculação obrigatória à previdência, Assinale a correta. 
a) O pequeno feirante, que adquire para revenda produtos 
hortifrutigranjeiros ou assemelhados, é segurado obrigatório da 
previdência social, na qualidade de empresário. 
b) Na condição de trabalhador autônomo, vincula-se obrigatoriamente à 
previdência social o sujeito que exerce, por conta própria, atividade 
econômica remunerada de natureza urbana, com fins lucrativos ou não. 
c) O trabalhador associado a cooperativa que, nessa qualidade, presta 
serviços a terceiro, pela inexistência de vínculo empregatício, é 
segurado obrigatório da previdência, na condição de trabalhador 
autônomo. 
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d) Considera-se contribuinte individual, para fins de enquadramento na 
previdência social, o síndico ou representante eleito ou contratado para 
exercer atividade de direção condominial, em qualquer hipótese. 
e) O membro do conselho fiscal de sociedade por ações é segurado 
obrigatório da previdência social, na condição de contribuinte individual. 
GABARITO: E 
a) 
A questão está errada devido ao enquadramento previdenciário do 
segurado. O pequeno feirante, que adquire para revenda produtos 
hortifrutigranjeiros ou assemelhados, é de fato segurado obrigatório da 
previdência social, mas na qualidade de contribuinte individual (Art. 9°, 
§ 15, VIII, RPS). 
b) 
Após as mudanças da Lei n.9.876/99, a categoria de trabalhador 
autônomo, como segurado obrigatório do RGPS, deixou de existir, sendo 
incorporada a categoria de contribuinte individual. 
Por isso, perante a legislação vigente, a questão encontra-se 
errada, pois hoje o sujeito que exerce, por conta própria, atividade 
econômica remunerada de natureza urbana, com fins lucrativos ou não 
é segurado contribuinte individual (Art. 11, V, h, Lei n. 8.213/91 e Art. 
9°, V, l, RPS). 
c) 
Aplica-se o mesmo raciocínio anterior – atualmente o segurado 
autônomo é contribuinte individual. Incluindo aí o trabalhador associado 
a cooperativa (Art. 9°, § 15, IV, RPS). 
Aliás, a categoria de contribuinte individual hoje é tão ampla, que 
pode ser definida por exclusão: todo aquele que exerce atividade 
remunerada e não se enquadra como empregado, avulso, doméstico ou 
segurado especial será, necessariamente, contribuinte individual. 
d) 
O síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção 
condominial, somente serão segurados obrigatórios caso venham a 
receber remuneração, e o enquadramento será na categoria de 
contribuinte individual (Art. 11, V, f, Lei n. 8.213/91 e Art. 9°, V, i, 
RPS). 
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Caso não haja a remuneração, esta pessoa não será sequer 
segurado da previdência social, podendo, no máximo, filiar-se como 
facultativo. Convém observar que a dispensa do pagamento da taxa 
condominial pelo síndico é considerado como remuneração. 
e) 
O membro do conselho fiscal de sociedade por ações é de fato segurado 
obrigatório da previdência social, na qualidade de contribuinte individual 
(Art. 9°, § 15, V, RPS).

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