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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFIPMOC Medicina 5o Período - Turma XXVIII - 2023.2 Acadêmico (a): Bianca Thays Gonçalves Cardoso TICS Doença Rara - Vacina Oxford - COVID Montes Claros - MG 1. Como diagnosticar clinicamente a Síndrome de Guillain-Barré? Essa Síndrome é uma polineuropatia inflamatória, de início agudo e progressão rápida, seu quadro clínico clássico é marcado por uma perda de força ascendente (inicialmente, em membros inferiores, seguida de membros superiores) simétrica, que atinge seu nadir dentro de 2-4 semanas. Os sintomas são precedidos, na maioria das vezes, por uma síndrome infecciosa, classicamente uma diarreia aguda. Outro ponto-chave encontrado no exame físico do paciente com SGB é a perda de reflexos, e a arreflexia é um sinal extremamente sugestivo desse diagnóstico. As demais características clínicas incluem: - Dor muscular e/ou radicular; - Disfunção autonômica; - Normalmente, a perda de força é de padrão de segundo neurônio (hipotônica), mas pode eventualmente assumir caráter de primeiro neurônio (hipertônica, sinal de Babinski). O diagnostico é clínico, porém exames complementares podem ser feitos para auxiliar na confirmação diagnóstica ou exclusão de outros fatores. a) Líquido cefalorraquidiano (LCR): proteinorraquia acompanhada por poucas células mononucleares, após a segunda semana, ou seja, nível elevado de proteína no LCR e uma contagem normal de células no LCR (conhecida como dissociação albumino- citológica). b) Pleocitose acentuada: (> 50 células / (l) sugere outras patologias). c) Eletroneuromiografia: Ideal avaliar após a primeira semana. Ausência de achados eletrofisiológicos neste período não exclui a hipótese de sgb. d) Hemograma completo e exames de sangue: para glicose, eletrólitos, função renal e enzimas hepáticas. Estes para excluir outras causas de paralisia flácida aguda como infecções ou distinções metabólicas ou eletrolíticas. e) Imagem: para excluir diagnósticos diferenciais, como infecção no tronco cerebral, acidente vascular cerebral, medula espinhal ou inflamação das células do corno anterior, compressão da raiz nervosa ou malignidade leptomeningea. A SGB é uma condição médica tratável. As duas terapias de escolha são a Imunoglobulina humana (IVIG) ou a plasmaférese. Um desses tratamentos deve ser instituído na maioria das vezes, a menos que os sintomas sejam puramente sensitivos e extremamente brandos. Para pacientes com síndrome de Guillain-Barré tratados inicialmente com IVIG, que mostram deterioração adicional ou nenhuma melhora, não é recomendado retratamento com IVIG, porque expõe os pacientes a riscos adversos sem benefício adicional. Outra questão a ser considerada no tratamento é a decisão de internar o pac ien te em le i to de t e rap ia in tens iva (ou , preferencialmente, neurointensiva). 2. Qual a propedêutica (exames) mais adequada? O que encontramos na Punção Lombar destes pacientes? Elevação da proteína no líquor acompanhada por poucas células mononucleares é o achado laboratorial característico, evidente em até 80% dos pacientes após a segunda semana. Entretanto, na primeira semana, a proteína no LCR pode ser normal em até 1/3 dos pacientes. Caso o número de linfócitos no líquor exceda 10 células/mm3, deve-se suspeitar de outras causas de polineuropatia, tais como sarcoidose, doença de Lyme ou infecção pelo HIV. REFERÊNCIAS: • PROTOCOLO CLÍNICO E DIRETRIZES TERAPÊUTICAS DA SÍNDROME DE GUILLAIN-BARRÉ - MINISTÉRIO DA SAÚDE - BRASÍLIA - DF 2021 Disponível e m h t t p s : / / b v s m s . s a u d e . g o v . b r / b v s / p u b l i c a c o e s / protocolo_clinico_terapeuticas_guillan_barre.pdf. • MERRIT - Tratado de Neurologia. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. • KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N. Robbins e Cotran - Patologia - Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016 • Nóbrega, Martha Elizabeth Brasil da et al. Surto de síndrome de Guillain-Barré possivelmente relacionado à infecção prévia pelo vírus Zika, Região Metropolitana do Recife, Pernambuco, Brasil, 2015. Epidemiologia e Serviços de Saúde [online]. 2018, v. 27, n. 2. emhttps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_terapeuticas_guillan_ emhttps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_terapeuticas_guillan_
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