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PLANEJAMENTO REPRODUTIVO
Prof.ª Esp.: Amanda Vieira de Oliveira
AULA 06
PRÁTICAS EDUCATIVAS EM SAÚDE SEXUAL E 
SAÚDE REPRODUTIVA
O enfoque educativo é um dos elementos fundamentais na
qualidade da atenção prestada em saúde sexual e saúde
reprodutiva. Educar é um processo de construção
permanente.
• Práticas educativas, metodologia participativa, com abordagem
pedagógica centrada no sujeito, troca de ideias;
• As ações educativas, preferencialmente realizadas em grupo, devem ser
sempre reforçadas pela ação educativa individual. Sugere-se que sejam
formados grupos específicos para adultos e adolescentes, de acordo com a
faixa etária.
• Estimular as mulheres e os homens, adultos e adolescentes ao conhecimento e ao
cuidado de si mesmos, fortalecendo a autoestima e a autonomia, contribuindo para o
pleno exercício dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos.
• É importante que os profissionais aprendam a acolher o discurso do outro, interagindo
sem expressar juízo de valor – escuta ativa – e a reconhecer a subjetividade – que deve
ser entendida como um conjunto de características pessoais, emocionais e culturais
que permitem a identidade própria e fazem do indivíduo sujeito de suas ações.
• É necessário que se considere que cada pessoa envolvida no processo educativo tem
determinado conceito de saúde, visão de mundo, de corpo, de sexualidade, orientação
sexual etc. Além disso, também carrega diversos conhecimentos sobre sua saúde,
autocuidado, doenças e como evitar ou tratá-las
• As atividades educativas podem e devem ser desenvolvidas
nos serviços de saúde e nos diversos espaços sociais existentes
na comunidade.
• Deve-se promover a participação dos homens – adolescentes,
adultos ou idosos – para promover cultura de responsabilidade
compartilhada, não sobrecarregando as mulheres.
• O profissional deve sempre pautar suas ações em princípios
éticos, como o respeito à autonomia das pessoas, a
privacidade, a confidencialidade e o sigilo na abordagem da
sexualidade e saúde reprodutiva.
Entre as habilidades que o profissional de saúde deve buscar desenvolver
estão:
• Respeito e empatia pelos usuários.
• Boa capacidade de comunicação.
• Utilizar linguagem acessível, simples e clara.
• Ser gentil, favorecendo o vínculo e uma relação de confiança.
• Acolher o saber e o sentir das(os) usuárias(os).
• Tolerância aos princípios e às distintas crenças e valores que não sejam os
seus próprios.
• Sentir-se confortável para falar sobre sexualidade e sobre sentimentos.
• Ter conhecimentos técnicos.
CONCEPÇÃO E INFERTILIDADE
• O auxílio à concepção pode ocorrer de diferentes formas.
• Uma delas é disponibilizar e incentivar a avaliação pré-
concepcional, ou seja, a consulta que o casal faz antes de uma
gravidez, objetivando identificar fatores de risco ou doenças
que possam alterar a evolução normal de uma futura
gestação.
• As atividades a serem desenvolvidas na avaliação pré-
concepcional devem incluir anamnese e exame físico, com
exame ginecológico completo (incluindo exame das mamas),
além da realização de alguns exames complementares de
diagnóstico.
Podem ser realizadas as seguintes ações:
• Orientação nutricional, visando a adoção de práticas alimentares saudáveis.
• Orientação sobre os riscos do tabagismo e do uso rotineiro de bebidas alcoólicas e
outras drogas.
• Orientação quanto ao uso de medicamentos e, se necessário mantê-los, realizar
substituição para drogas commenores efeitos sobre o feto.
• Avaliação das condições de trabalho, com orientação sobre os riscos nos casos de
exposição a tóxicos ambientais.
• Administração preventiva de ácido fólico no período pré-gestacional, para a prevenção
de defeitos congênitos do tubo neural, especialmente nas mulheres com antecedentes
desse tipo de malformações;
• Oferecer a realização do teste anti-HIV, para o casal, com aconselhamento pré e pós-teste.
AVALIAÇÃO NA PRÉ-CONCEPÇÃO EM DOENÇAS 
CRÔNICAS 
• Diabetes mellitus  macrossomia, mal formação fetal,
abortos e morte perinatal;
• Hipertensão arterial crônica  Síndromes
Hipertensivas Gestacionais;
• Epilepsia;
• HIV.
Outra forma de auxiliar à concepção é acolher as angústias e queixas do
casal que está tentando a gravidez, sem sucesso, iniciando o processo de
orientações para a concepção e investigação de possível infertilidade.
INFERTILIDADE
A infertilidade se define como a ausência de gravidez em um casal após um ano ou mais de
atividade sexual regular e sem uso de medidas anticonceptivas.
• Infertilidade primária: ausência de gestação prévia.
• Infertilidade secundária: se a falha na capacidade reprodutiva se estabeleceu após uma
ou mais gestações.
• Abortamento habitual ou de repetição: ocorrência de três ou mais interrupções naturais
consecutivas da gestação de até 20 semanas.
• Esterilidade: incapacidade definitiva de gerar filhos.
Nas mulheres, alguns fatores são conhecidos por aumentarem o risco de infertilidade
1. Idade: quanto maior a idade, maior a prevalência de infertilidade. Mulheres com
mais de 35 anos já apresentam redução das chances de reprodução; próximo aos 40
anos a mulher apresenta 90% de sua fertilidade basal; de 40 a 44 anos apresentam
62% e, entre 45 e 49 anos, 14%.
2. Doença inflamatória pélvica: na ocorrência de um, dois, três ou mais episódios de
doença inflamatória pélvica, os percentuais de mulheres acometidas por infertilidade
são, respectivamente, de 11%, 34% e 54%.
3. Fumo: mulheres que fumam têm 1,4 vez maior chance de serem inférteis.
4. Peso: os extremos de peso têm relação com o pior prognóstico de fertilidade.
É importante destacar que mulheres com excesso ou falta de peso extremos têm
ciclos menstruais irregulares baixa ovulação.
CAUSAS:
1. Causas anatômicas relacionadas ao útero ou às tubas: pode haver
alterações na parte interna do útero (endométrio), como mioma, pólipo e
aderência, ou pode existir obstrução ou aderências das trompas.
2. Hormonais (fatores do eixo hipotálamo-hipófise-gônadas): alterações
hormonais que interfiram no processo de ovulação ou em alguma outra fase
da reprodução.
3. Masculinas: o fator masculino pode estar envolvido em 30 a 50% dos
casos de infertilidade. Podem estar relacionadas a alterações na produção do
esperma, na quantidade ou qualidade dos espermatozoides, como
capacidade de movimentação.  Traumas testiculares, uso de fármacos,
presença de varicocele, doenças, entre outros.
• Durante a avaliação clínica, devem ser realizados anamnese,
exame clínico-ginecológico, exame clínico-urológico, além da
solicitação de exames complementares de diagnóstico
básicos e orientações adequadas a cada caso.
ABORDAGEM CLÍNICA
• Tentativas de gravidez sem sucesso podem gerar ansiedade,
frustrações, inveja, culpa ou mesmo raiva;
• A Atenção Básica é um espaço adequado para o
aconselhamento reprodutivo, o início da investigação de
infertilidade e tratamento de algumas doenças que possam
interferir negativamente no processo de reprodução.
AVALIAÇÃO CLÍNICA
As consultas devem ser realizadas individualmente e também
com o casal, uma vez que a infertilidade é uma condição
compartilhada sendo mais facilmente ultrapassada quando
existe conhecimento comum e quando realizada com
comprometimento e cooperação de ambos os parceiros.
ANAMNESE
Inicialmente, deve ser realizada a anamnese do casal, que deve enfocar os seguintes
aspectos:
• História do problema atual: registrar há quanto tempo o casal tenta a gravidez;
duração da infertilidade; indagar sobre o uso de métodos anticoncepcionais e sobre
exames e tratamentos já realizados; indagar sobre paternidade e gestação pregressa.
• História sexual: são importantes as informações sobre frequência de relações sexuais com
penetração vaginal, presença de disfunções sexuais, tais como vaginismo, ejaculação precoce,
entre outras. Deve-se também investigar o uso de lubrificantes e de duchas vaginais, ou de
qualquer outro fator que interfira com o depósito do sêmen, ou que dificulte a migração
espermática por meio do trato genital
feminino.
• História menstrual: ciclos regulares, com presença de muco cervical, dor no meio do ciclo e
tensão pré-menstrual, geralmente indicam que ciclos ovulatórios estão ocorrendo. 
insuficiência lútea; endometriose, miomas ou pólipos.
• História obstétrica: Incluindo gestações de relacionamentos anteriores e do atual
relacionamento, assim como a ocorrência ou não de complicações. Gravidez ectópica anterior
risco aumentado de repetição.
EXAME FÍSICO
No homem:
 Realização de exame físico geral;
 Aferição da pressão arterial;
 relação peso/altura;
 exame específico, com avaliação da virilização, observando-se presença de
caracteres sexuais primários e secundários do sexo masculino, testículos, epidídimo,
deferentes, escroto e pênis, observar, além da existência de testículos, sua
consistência e volume;
 pesquisar com atenção a presença de varicocele, pois sua correção pode resultar em
melhora do padrão espermático.
Na mulher:
 Realização de exame físico geral, incluindo aferição da pressão arterial,
relação peso/altura, palpação da tireoide.
 Exame ginecológico, incluindo exame das mamas, observando-se
caracteres sexuais primários e secundários do sexo feminino, com
cuidadosa inspeção da vulva, atentando para pilificação, mal-formações e
alterações do clitóris.
 Exame especular, avaliar trofismo do colo vaginal, presença de conteúdo
anormal e, sobretudo, as características do muco cervical e da ectocérvice,
se há sinais de cervicite aguda, a qual deve ser imediatamente tratada.
 Deve-se também coletar material para colpocitologia oncótica
EXAMES COMPLEMENTARES
Exames complementares e vacinas que poderão ser realizados na Atenção Básica:
• Colpocitologia oncótica, de acordo com o protocolo vigente do ministério da saúde.
• Sorologia para sífilis (VDRL) para o casal.
• Sorologia ANTI-HIV para o casal.
• Sorologia para hepatite B (HBsag ) para o casal.
• Sorologia para hepatite C para o casal.
• Sorologia para toxoplasmose IGG e IGM.
• Glicemia de jejum para o casal.
• Sorologia para a rubéola para o casal  se negativa, vacinar tanto o homem quanto a
mulher.
• Espermograma, quando houver a possibilidade de solicitá-lo na atenção básica.
REFERÊNCIAS
• Protocolo de Planejamento Sexual e Reprodutivo. Coordenação de Atenção Integral à Saúde da Mulher e
Perinatal. Prefeitura de Belo Horizonte. 2022.
• UNFPA Brasil e Johnson & Johnson Foundation. Guia para saúde sexual e reprodutiva e atenção obstétrica.
Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (CONASEMS). Maio 2022
• Brasil. Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica : Saúde das Mulheres / Ministério da Saúde,
Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa – Brasília : Ministério da Saúde, 2016.
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde sexual
e saúde reprodutiva / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção
Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.

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