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3 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 
 
Índice 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seção Página 
Índice 3 
O Grupo Adonhiramita de Estudos 4 
Agradecimentos 5 
Apresentação 6 
Advertência 7 
O Mestre de Cerimônias – Sergio Emilião 8 
O Orador – Sergio Emilião 28 
O Secretário – Sergio Emilião 41 
O Tesoureiro – Sergio Emilião 53 
O Chanceler – Sergio Emilião 67 
O Hospitaleiro – Sergio Emilião 77 
O Irmão Experto – Sergio Emilião 92 
O Arquiteto – Sergio Emilião 105 
O Mestre de Harmonia – Swami Caetano 121 
O Mestre de Banquetes – Sergio Emilião 132 
O Bibliotecário – Sergio Emilião 145 
O Porta-Bandeira & o Porta-Estandarte – Sergio Emilião 155 
O Cobridor – Sergio Emilião 167 
Os Vigilantes – Sergio Emilião 170 
O Venerável Mestre – Sergio Emilião 200 
Os Palestrantes 224 
Créditos 226 
4 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O Grupo Adonhiramita de Estudos 
 
 
 
 
 O ano de 2020 foi marcado pelo isolamento social causado pela pandemia do 
vírus SARS-COVID 19. Assim como toda sociedade brasileira a Maçonaria foi 
profundamente afetada. Em função dos riscos de contágio, as Lojas Simbólicas 
paralisaram suas atividades presenciais e iniciou-se uma nova era de relacionamento 
maçônico à distância através das plataformas digitais. 
 Grupos de debate, pesquisas, estudo ou simples conversação se proliferaram nas 
redes sociais, proporcionando um intercâmbio e difusão de conhecimentos jamais 
imaginados. 
 Palestras virtuais nas plataformas de videoconferência tomaram vulto e parecem 
ter ingressado de forma definitiva no meio maçônico. Em meio às incertezas causadas 
pela pandemia, a tecnologia do século XXI tomou de assalto os maçons, arrebatando 
Amados Irmãos de todas as faixas etárias. A tela dos computadores, notebooks e 
smartfones aproximava os maçons e os inseria quase que forçadamente no universo 
digital. Sem dúvida uma nova era foi inaugurada na Maçonaria, e que parece não permitir 
retrocesso. 
 Em meio a este cenário, dois Mestres Instalados, Swami Caetano e Sergio 
Emilião, fundaram no dia 19 de outubro de 2020 na plataforma WhatsApp um Grupo de 
Estudos dedicado exclusivamente ao Rito Adonhiramita. 
 O objetivo era fomentar o debate, a pesquisa, o estudo e principalmente a troca de 
informações e experiências entre os maçons praticantes do Rito Adonhiramita diante da 
literatura escassa, permitindo, entretanto, a participação de maçons praticantes de todos 
os Ritos interessados em conhecer e debater sobre as peculiaridades do nosso Rito. 
 Os assuntos abordados são restritos ao Grau de Aprendiz Maçom, não apenas para 
possibilitar a participação de todos os maçons, mas igualmente para minimizar a ausência 
de instruções em Loja para os Aprendizes e Companheiros, certamente os mais 
prejudicados pela interrupção das sessões presenciais. 
 Em acréscimo às atividades cotidianas do Grupo, às segundas-feiras são realizadas 
palestras sobre assuntos referentes ao Rito Adonhiramita em plataforma de 
videoconferência, abordando temas que versam sobre a história, ritualística, liturgia, etc. 
 A adesão foi surpreendente. O Grupo Adonhiramita de Estudos reuniu num 
período relativamente curto um grande número de membros provenientes de todas as 
Potências Simbólicas Regulares do Brasil, abrangendo praticamente todos os estados do 
território nacional e ainda Amados Irmãos de outros países como os EUA, Portugal e 
Inglaterra. Rapidamente as vagas para a plataforma WhatsApp se esgotaram, e foi 
necessário a criação de uma expansão na plataforma Telegram. 
 Na data da edição deste volume o Grupo Adonhiramita de Estudos reunia cerca 
de 500 maçons, o que deixa a nós, seus administradores, extremamente recompensados e 
esperançosos num futuro promissor para o Rito Adonhiramita, que tem um papel histórico 
bastante relevante no cenário da Maçonaria brasileira. 
 
 
VIVAT! VIVAT! VIVAT! 
 
 
 
5 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
Agradecimentos 
 
 
 
 
 O Grupo Adonhiramita de Estudos, através de seus administradores, vem externar 
seus sinceros agradecimentos a todos os Amados Irmãos participantes nas plataformas 
WhatsApp, Telegram e palestras online. 
 Além do enriquecimento de nossos conhecimentos sobre o Rito Adonhiramita, o 
estreitamento dos laços de amizade entre Amados Irmãos que jamais se encontraram 
pessoalmente deixa claro que a Maçonaria é uma Fraternidade de homens livres e de bons 
costumes. 
 Todos os membros do Grupo Adonhiramita têm demonstrado comportamento 
exemplar e fraterno convívio, com decoro e respeito mútuo e acima de tudo, com efetiva 
participação. Não é apenas o Grupo Adonhiramita de Estudos que cresce, mas o próprio 
Rito Adonhiramita, rompendo barreiras entre Potências Simbólicas e Filosóficas, pois 
afinal, o Rito é maior que nós, e chamado de “Rito do Amor” 
 Antes de ingressar nos assuntos desse volume, nós, administradores do Grupo 
Adonhiramita de Estudos, queremos registrar nossos sinceros agradecimentos a todos 
vocês, Amados Irmãos, pois sem as suas participações e entusiasmo nada disso seria 
possível, e em especial a nosso Amado Irmão Juan Carlos, da Flórida, EUA, que 
gentilmente hospeda nossa sala virtual para realização das nossas palestras às segundas-
feiras. 
 
 “Que a PAZ, a HARMONIA e a CONCÓRDIA, sejam a tríplice argamassa 
com que se liguem nossas obras”! 
 
Fraternalmente, 
 
Swami Caetano & Sergio Emilião 
Administradores do Grupo Adonhiramita de Estudos 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
Apresentação 
 
 
 
 
 Este volume, que tem como tema a análise dos cargos em Loja no Rito 
Adonhiramita, é uma compilação das palestras apresentadas no Grupo Adonhiramita de 
Estudos no período de fevereiro a julho de 2021. 
 Não se trata de um curso, ou de um manual para o desempenho das funções, mas 
apenas a exposição da opinião e entendimento dos palestrantes a respeito de cada um dos 
cargos estabelecidos nos Rituais Adonhiramitas. 
 Os textos não são uma transcrição das palestras, mas uma transformação dos slides 
apresentados em formato de livro ou apostila com a inserção de imagens ilustrativas. 
 A iniciativa para confecção neste formato foi sugestão de alguns membros do 
Grupo, e entendemos não apenas ser pertinente, mas igualmente útil tanto para consulta 
quanto para o debate. 
 Portanto, o Amado Irmão não deve tomar este material como um manual oficial 
para a prática do Rito Adonhiramita, mas sim como uma fonte de pesquisa que pode e 
deve ser aperfeiçoada para o progresso do Rito e à Glória do Grande Arquiteto do 
Universo. 
 O conteúdo pode ser compartilhado livremente entre maçons regulares, e não há 
aqui nenhum interesse comercial, apenas a intenção de promover o estudo sobre o Rito 
Adonhiramita. 
 Desejamos a todos os Amados Irmãos uma boa leitura! 
 Que o Grande Arquiteto do Universo permaneça nos guiando e iluminando! 
 
Fraternalmente, 
 
Swami Caetano & Sergio Emilião 
Administradores do Grupo Adonhiramita de Estudos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
Advertência 
 
 
 
 
 Os textos apresentados basearam-se no Ritual de Aprendiz Maçom, Rito 
Adonhiramita, publicado pelo Grande Oriente do Brasil, edição 2009, e referem-se à 
prática das sessões ordinárias. 
 Este esclarecimento se faz necessário por questão de ética, por serem os autores 
membros regulares desta Potência Simbólica, por motivo de conhecimento, já que é a 
prática de seu domínio, e por haver pequenas diferenças entre a prática e a legislação nas 
demais Potências Simbólicas. 
 Faz-se mister esclarecer que os textos refletem apenas a opinião e o entendimento 
dos autores, sendo, portanto, de sua inteira responsabilidade. 
 O conteúdo deste volume não deve ser compreendido como a posição oficial doGrande Oriente do Brasil, nem de nenhuma Potência Maçônica, Simbólica ou Filosófica, 
na qual o Rito Adonhiramita seja praticado. 
 Ressaltamos, para os membros do Grande Oriente do Brasil, que as dúvidas 
decorrentes da leitura dos textos podem e devem ser dirimidas de forma oficial junto à 
Secretaria Geral de Orientação Ritualística do Grande Oriente do Brasil, ou nos 
departamentos correspondentes nas demais Potências Simbólicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O MESTRE DE CERIMÔNIAS 
 
 
 
 
 
 
 INSPIRAÇÃO 
 
 
 
O cargo de Mestre de Cerimônias nas Lojas Simbólicas certamente foi inspirado 
nas cortes medievais, onde um oficial fazia as honras da casa, recebendo os visitantes e 
introduzindo-os nas câmaras reais e dos nobres para as audiências. Cabia também a este 
oficial organizar os eventos, festas e comemorações nas cortes. 
 Antes de inspirar os ritualistas maçônicos, o Mestre de Cerimônias medieval 
influenciou um funcionário com as mesmas atribuições no Parlamento Britânico, onde 
introduzia os parlamentares, os conduzia ao parlatório e distribuía documentos durante as 
assembleias. 
 Embora este último tenha certamente se colocado cronologicamente em data mais 
próxima da regulamentação da Maçonaria Operativa ocorrida em 1717, com a fundação 
da Grande Loja de Londres e Westminster, creio que ambos oficiais se relacionam com 
as funções modernas dos Mestres de Cerimônias das Lojas Modernas. 
 Para o Rito Adonhiramita em particular, enxergo uma inspiração adicional, fruto 
da influência do mazdeísmo ou zoroastrismo, a religião dos magos persas, cujos fieis 
eram chamados de “adoradores da luz”. 
 O Mestre de Cerimônias no Rito Adonhiramita também é chamado de “Mago do 
Templo”, pois é ele quem faz circular as energias sutis durante as sessões. 
 Na Maçonaria britânica o cargo é denominado Master of Ceremonies, exatamente 
Mestre de Cerimônias, Marshal, chefe de protocolo, ou Conductor, condutor. Todas as 
denominações certamente estão corretas. 
 Na França o cargo foi traduzido para Maitre des Céremonies, mantendo a ideia 
principal do verbete, que desta forma foi versado para o português. 
 Nesse caso a tradução para o nosso idioma não trouxe qualquer prejuízo para a 
correta compreensão de suas funções e atribuições. 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÕES MÍTICAS 
 
 
 
 
 Não creio que os ritualistas maçônicos tenham se inspirado em qualquer herói 
mítico ou divindade mitológica para a instituição do cargo de Mestre de Cerimônias nas 
Lojas Simbólicas, mas penso que na verdade não foram os deuses que criaram o homem 
à sua imagem, mas justamente o contrário. Nesse sentido, é fácil observar que estes heróis 
e deuses da antiguidade representassem aspectos da personalidade humana e de seus 
9 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
TOTH 
atributos, uma espécie de arquétipo por assim dizer. Assim, julgo razoável imaginar que 
certas personagens míticas simbolizem alguma função ou atividade profissional humana, 
evidentemente em termos de alegorias, portanto, entendo que seja possível associar 
alguns dos cargos de uma Loja Simbólica a esses arquétipos. 
 No caso do Mestre de Cerimônias vislumbro a possibilidade de sua associação 
com os seguintes heróis ou divindades mitológicas: o deus Toth, Hermes Trismegistus, 
dos egípcios, sincretizado com a divindade Hermes dos gregos e Mercúrio dos romanos; 
o deus Apolo dos gregos e Febo para os romanos; os sacerdotes levitas da tradição 
judaico-cristã e as emanações da Árvore da Vida do Sepher Yetzirah, o Livro da Criação, 
que comumente chamamos de Cabala. 
 Vou abordar resumidamente cada um deles, procurando não causar prejuízo ao 
entendimento das funções do Mestre de Cerimônias e apresentar as razões de meu 
entendimento sobre essas possíveis associações. 
 
 
 
 
 Toth era uma das divindades mais importantes do Egito politeísta. Era 
considerado o deus da ciência, das artes, da matemática, da arquitetura e da astronomia. 
A invenção da escrita era atribuída a ele, que teria ensinado aos homens. 
 
 Possuía como símbolo um caduceu, que 
era uma haste circundada por uma serpente 
de cada lado e encimado por um par de asas. 
Essa representação vai ser sincretizada pelos 
gregos posteriormente, e é associada à 
dualidade da manifestação física do 
Universo: positivo e negativo; macho e 
fêmea; corpo e alma; Kah e Bah para os 
egípcios, os três pilares da Árvore da Vida 
cabalística, Ida e Pingala para o hinduísmo, 
e também, de certa forma, a circulação do 
Mestre de Cerimônias nos Templos 
Adonhiramitas, além de nossas três Colunas 
de sustentação das Lojas Maçônicas, 
Sabedoria, Força e Beleza. Ou seja, é um 
símbolo do equilíbrio cósmico. 
 No meio profano se tornou símbolo da 
medicina, que teria sido ensinada por ele aos 
homens, mas também há sua representação 
em outras carreiras profissionais. 
 Deus do conhecimento, sua sabedoria lhe conferia poderes mágicos, foi ele quem 
auxiliou Ísis a ressuscitar Osíris. 
 Foi chamado pelos gregos de Hermes Trismegistus, o “Três Vezes Grande”, ou 
“Três Vezes Poderoso”, pois possuía a capacidade de transitar pelos três Planos da 
Existência, material, astral e espiritual. Portanto, é associado ao número TRÊS. 
 No Tribunal de Osíris, que julgava as almas dos homens pesando seus corações 
na Balança de Maat, deusa da justiça, Toth atuava como advogado ou defensor público 
dos seres humanos. 
10 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
HERMES 
APOLO 
 Numa das lendas a seu respeito, surge derrotando a serpente, uns chamam de 
dragão, Thyphon, que era o símbolo do mal, representando a vitória da luz da sabedoria 
sobre a ignorância das trevas. 
 Sua associação com o cargo de Mestre de Cerimônias se dá justamente pela 
atuação deste Mestre Maçom em nossos Templos, alternando sua posição entre o Oriente 
e as duas Colunas do Ocidente, e fazendo circular as energias sutis existentes no ambiente. 
 
 
 
 
 O deus Hermes dos gregos, que foi chamado de Mercúrio pelos romanos, nada 
mais é do que o sincretismo com a divindade egípcia Toth que vimos anteriormente. 
 Os gregos o consideravam o 
mensageiro dos deuses, pois cabia a ele 
transmitir as decisões do Olimpo para os 
homens. Também era ele quem transportava 
as almas dos mortos para o reino dos mortos, 
o Hades, tarefa que posteriormente foi 
absorvida por outra divindade, Caronte, o 
“Barqueiro das Almas”. 
 Na correspondência com as atribuições 
do Mestre de Cerimônias vemos o transporte 
das comunicações entre os obreiros durante 
as sessões, notadamente na circulação do 
Saco de Propostas e Informações, e no 
cumprimento das ordens do Venerável 
Mestre. O desdobramento da Chama Sagrada 
ou Fogo Eterno é executado pelo Mestre de 
Cerimônias, é ele que simbolicamente une os 
três Planos da Existência em nossas sessões. 
 
 
 
 Hermes era considerado também deus da magia, dos transportes e das viagens, e 
mais tarde os romanos lhe atribuíram em acréscimo a proteção ao comércio e à 
comunicação. 
 A exemplo de sua origem egípcia, Hermes também portava o caduceu, e foi essa 
interpretação dos romanos como protetor do comércio e das comunicações que levou 
algumas carreiras profissionais além da medicina adotarem esse símbolo em suas marcas. 
 Estes conceitos são semelhantes aos de Toth e sua capacidade de transitar entre os 
Planos da Existência. 
 
 
 
 
 Apolo era considerado o deus do Sol, das artes, da música e da beleza. Foi 
denominado Febo pelos romanos. Era o mais belo e perfeito dos deuses gregos. 
 Em sua origem era o condutor da Carruagem de Helios, o Sol, e mais tarde passou 
a simbolizar o próprio astro rei. Essa sua característica o aproxima da circulação em Loja 
executada pelo Mestre de Cerimônias, no formato do símbolo matemático do infinito,a 
lemniscata de Bernouli, que na verdade representa o trânsito aparente do Sol no 
firmamento, num fenômeno astronômico denominado analema. 
 
11 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS SACERDOTES LEVITAS 
 Era geralmente representado com 
um Sol ao redor de sua cabeça, 
representação que parece ter inspirado a 
iconografia religiosa medieval que 
estabeleceu halos ao redor da cabeça dos 
santos. 
 Possuía um arco mágico que 
atirava flechas de luz, e que segundo os 
gregos eram responsáveis por conceder 
conhecimento e sabedoria aos homens, 
bem como impeli-los a praticar a vontade 
dos deuses. 
 Há uma lenda a seu respeito na 
qual ele mata uma serpente chamada 
Piton, denominação muito semelhante ao 
dragão ou serpente Phython derrotada por 
Toth, o que sugere haver a mesma 
inspiração no deus egípcio. 
 
 
 
 
 
 “Por isso, o Senhor disse ainda o seguinte a Aarão: “Tu, teus filhos e tua família 
são responsáveis por qualquer profanação que se faça no santuário, assim como por toda 
a incorreção no exercício do vosso serviço sacerdotal”. (Números 18,1) 
Segundo a narrativa bíblica do Livro dos Números IAVEH teria determinado à 
Aarão e sua descendência a função sacerdotal e a guarda dos elementos sagrados do 
Tabernáculo do Deserto. Nasceu assim a tradição dos descendentes da Tribo de Levi 
serem os únicos responsáveis pelo sacerdócio entre o povo hebreu, condição que se 
estenderia até a construção do Templo de Jerusalém por Salomão. 
 
 
 
Eram os sacerdotes levitas os únicos 
que podiam transportar a Arca da Aliança, bem 
como acender os candelabros e incensar o 
Templo purificando-o para as orações e 
adoração ao Deus Único. E utilizavam um traje 
especial para estas funções. 
 Os ritualistas Adonhiramitas parecem 
ter se inspirado diretamente nesta função dos 
levitas para estabelecer o Mestre de 
Cerimônias como o responsável nas Lojas pelo 
Cerimonial do Fogo, a Cerimônia da 
Incensação e o próprio manuseio e transporte 
da maioria dos objetos litúrgicos durante as 
sessões. 
 
 
 
12 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 A CABALA HEBRAICA 
 
A posição dos cargos num Templo Adonhiramita possui uma incrível semelhança 
com o traçado da Árvore da Vida da Cabala. Eu diria que há tanta coincidência que é 
quase impossível ter sido fruto do mero acaso. 
 
 Neste diagrama nós vemos 
representadas as dez sefirotes, acrescidas de 
DAAT, a sefirote invisível, tal qual a Coluna 
da Sabedoria dos Templos maçônicos. Cada 
um dos cargos está relacionado à emanação 
de uma destas sefirotes e identificado por sua 
Joia. A cada cargo demonstrarei a 
possibilidade de associação. 
 No caso do Mestre de Cerimônias, 
como vemos na imagem, ele não está 
associado a nenhuma das sefirotes, e nem 
poderia, pois ele é móvel, se movimenta o 
tempo todo da sessão no interior do Templo, 
ao passo que as emanações são posições 
geográficas fixas que os ritualistas 
provavelmente associaram às sete 
Dignidades da Loja acrescidas do Cobridor 
Interno, que está na posição de MALKUTH. 
 
 No entanto, a energia circula entre essas emanações formando 22 caminhos, que 
são simbolicamente percorridos pelo Mestre de Cerimônias, pois é ele quem as faz 
circular em nossas sessões, carregando-as de uma emanação à outra e aterrando as 
energias inservíveis em MALKUTH, através da espada do Cobridor Interno. 
 Vem daí o conceito de que a espada do Mestre de Cerimônias atrai 
magneticamente essas energias transportando-as e distribuindo-as no interior do Templo. 
 A Árvore da Vida é dividida em três eixos, pilares ou colunas, tal qual ocorre 
simbolicamente em nossos Templos, o Pilar da Severidade à esquerda, o da Sabedoria ao 
centro e o da Misericórdia à direita, lembrando que a escrita hebraica se dá da direita para 
a esquerda. 
 No eixo central, o Pilar da Sabedoria ou Conhecimento, encontram-se três 
sefirotes que não estão associadas a nenhum dos cargos em Loja. Elas correspondem ao 
Painel de cada um dos três Graus Simbólicos numa escalada evolutiva passando por 
YESOD, a base, o fundamento, correspondendo ao Grau 1, Aprendiz Maçom, 
TIPHERET, a beleza, correspondendo ao Grau 2, Companheiro Maçom, e DAAT, a 
sefirote invisível, correspondendo ao Grau 3, Mestre Maçom. É justamente o Mestre de 
Cerimônias que exibe e oculta esses Painéis em conformidade com o Grau da sessão. 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ATRIBUIÇÕES 
REQUISITOS 
 
 
 
O cargo de Mestre de Cerimônias é preenchido por indicação direta do Venerável 
Mestre, nos termos do que dispõe o artigo 127 do Regulamento Geral da Federação, 
portanto, trata-se de um Oficial e não uma Dignidade. O cargo não é regulamentado pelo 
RGF por possuir apenas funções ritualísticas e não administrativas. 
 
Cabe ao Mestre de Cerimônias conferir o 
material litúrgico necessário às sessões, distribuir os 
Mestres nos cargos quando os titulares não se 
encontrarem presentes na sessão e revesti-los das 
respectivas Joias. 
Deve cuidar para que as sessões ocorram 
sempre no horário previsto, além do aspecto 
disciplinar, esse ciclo repetitivo auxilia na formação 
da Egrégora. 
Deve orientar os Amados Irmãos visitantes, 
principalmente no caso de serem praticantes de Ritos 
diferentes, de modo a familiarizá-los com alguns 
aspectos da ritualística e liturgia Adonhiramita. 
 
É ele quem levar a identificação dos visitantes para verificação e exame do 
Orador. 
É conveniente que distribua os Mestres nas Colunas para equilibrar a Loja, tanto 
em relação à simetria visual quanto ao aspecto energético de suas emanações individuais. 
Conduz as autoridades de acordo com os protocolos regulamentares, e os Mestres 
Instalados ao Oriente, onde têm a prerrogativa de assento. 
Cumpre as determinações do Venerável Mestre e dos Irmãos Vigilantes, além de 
prestar auxílio a qualquer obreiro que o necessite durante as sessões. 
Ninguém se movimenta em Loja sem ser conduzido pelo Mestre de Cerimônias, 
ele deve acompanhar os obreiros na necessidade de circulação em Loja. 
É ele o responsável pelo transporte dos materiais litúrgicos e administrativos 
durante o decorrer das sessões. 
Executa as funções de Hospitaleiro e 2° Experto na ausência de um Mestre no 
cargo. 
Colhe a assinatura do Secretário, Venerável Mestre e Orador nos balaústres, do 
Chanceler e Venerável Mestre nos certificados de presença, e os distribui aos visitantes. 
 
 
 
 
 
 O primeiro requisito para ser Mestre de Cerimônias numa Loja do Rito 
Adonhiramita evidentemente é ser decorado com o Grau de Mestre Maçom, mas em meu 
entendimento outros aspectos devem ser levados em consideração para a seleção e 
designação do ocupante do cargo. 
 
 
14 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A POSTURA 
 Primeiramente deve gozar de boa 
condição física, pois seu trabalho é 
cansativo e exigirá movimentação 
constante em todas as sessões. 
Deve ter, como todo maçom, 
compromisso e dedicação, pois o 
desenvolvimento das sessões dependerá 
sempre da sua atuação. 
Assiduidade e pontualidade devem 
ser observadas com muito zelo, pois é o 
Mestre de Cerimônias quem organiza os 
obreiros para o início dos trabalhos. Deve 
chegar ao Templo com razoável 
antecedência para não ocasionar atropelos 
e atrasos. 
A disciplina deve ser uma das características do Mestre de Cerimônias, pois é ele 
quem executa a liturgia das sessões. Deve observar rigorosamente os Rituais, e para tanto 
é recomendável que os estude constantemente, o que lhe proporcionará o desembaraço e 
a segurança requeridos para o desempenho das funções. 
É importante que não seja tímido, pois os olhos dos obreiros do quadro e dos 
visitantes estará sobre ele a maior parte do tempo das sessões, a imagem da Loja está 
ligada diretamente a seu desempenho. Mas também não deve ser exageradamenteextrovertido, a seriedade na sua postura é essencial. 
Deve conhecer bem o tratamento dado a autoridades e faixas maçônicas para não 
haver constrangimentos na sua recepção, e da mesma forma ser capaz de identificar a 
qualidade e Grau dos visitantes pelo simples exame visual de suas alfaias. 
Deve permanecer sempre atento a todas as ocorrências no Templo durante o 
decurso das sessões, notadamente no que diz respeito à queima das velas nos candelabros 
e Chama Sagrada, assim estar familiarizado e desenvolver habilidade e destreza no 
manuseio dos instrumentos litúrgicos, isso lhe emprestará notável beleza à ritualística. 
E sobretudo, é essencial possuir afinidade com o Venerável Mestre, quando há 
sintonia entre os dois a fluência das sessões, e principalmente o equilíbrio energético são 
alcançados com maior facilidade e menor esforço. 
 
 
 
 O Mestre de Cerimônias deve ser elegante. Não deve andar nem muito rápido nem 
muito devagar, deve fazê-lo de modo suave e solene. 
 Deve possuir boa impostação de voz, pois suas falas devem ser ouvidas e 
entendidas em todo o Templo, mas não deve gritar, deve apenas chamar a atenção de 
todos pelo tom solene de sua voz. 
 Deve demonstrar seriedade, gentileza e cordialidade 
com os Irmãos, principalmente com os visitantes 
praticantes de outros Ritos, a quem deve orientar sempre 
que necessário com relação à liturgia Adonhiramita. 
 Não deve jamais descalçar as suas luvas, afinal, é ele 
quem adverte a todos os obreiros para calçá-las se suas 
mãos permaneceram limpas desde o encerramento dos 
trabalhos anteriores, não seria correto, portanto, 
recomendar algo e fazer de outra forma. 
 
15 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
O USO DA ESPADA 
 Sua espada deve estar sempre consigo, mesmo que embainhada, se entendemos 
que o “Mago do Templo” é quem circula absorvendo, renovando e distribuindo as 
energias sutis no interior do Templo através da imantação de sua espada, não faz sentido 
deixar de porta-la. 
 O Mestre de Cerimônias pode solicitar a palavra em qualquer local no Templo, e 
não apenas na sua posição de praxe. Essa permissão é devida justamente por conta de 
suas funções que o fazem circular constantemente durante as sessões. Mas não deve 
utilizar essa prerrogativa como argumento para se deslocar até o Oriente, por exemplo, e 
retrucar a fala de algum obreiro do Ocidente. 
 Toda vez que romper sua marcha deve mentalizar HARMONIA, é isso que ele 
faz, promove o equilíbrio e a harmonia no interior do Templo através da condução da 
ritualística. 
 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita, a Joia do Mestre de 
Cerimônias é um triângulo vazado. 
 Simboliza exatamente essa atuação ritualística e 
simbólica de transitar entre os Três Planos da Existência 
– Material, Astral e Espiritual, e está associada à Lei do 
Triângulo, bastante presente na Doutrina Maçônica. 
 
 
Esse triângulo é equilátero, pois representa o equilíbrio. O Mestre de Cerimônias 
distribui igualitariamente as energias no interior do Templo, todos somos iguais, ninguém 
é privilegiado nem negligenciado. Basta lembrar que ele repete o trânsito aparente do Sol 
no firmamento, e o Sol nasce para todos, sem distinção. 
 O triângulo é a primeira das figuras geométricas planas, todas as demais podem 
ser reduzidas a ele, que é justamente a base dos conceitos geométricos de Pitágoras de 
Samos. 
 Possui seu vértice voltado para cima, e neste sentido, simboliza o Plano Espiritual, 
representando nossa trajetória de evolução vertical rumo ao Criador, pois o espírito se 
sobrepõe à matéria. 
 
 
 
 
 Como disse anteriormente, o Mestre de Cerimônias deve portar sempre a sua 
espada. Mas deve ter consciência de que ela é um instrumento litúrgico e não uma arma. 
Por isso jamais dever ser empunhada em riste, com o gume da sua lâmina apontado para 
qualquer obreiro. 
 Ela é conduzida sempre em Sinal de Guarda, ou seja, segura 
pela mão direita com sua empunhadura na altura do coração sem 
tocar no corpo. Este procedimento ocorre sempre que não estiver 
transportando qualquer objeto que necessite do auxílio das duas 
mãos devido a seu tamanho ou peso, nesta oportunidade sua 
espada deve estar embainhada para ser novamente empunhada 
quando suas mãos estiverem novamente livres. 
 
16 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O MANUSEIO DO TURÍBULO 
 Na ocasião da Saudação ao Pavilhão Nacional ela deve ser apontada para o chão 
formando um ângulo de 45 graus. 
Quando sentado em sua cadeira o Mestre de Cerimônias não “aterra” sua espada, 
esta postura é exclusiva do Cobridor Interno. Deve deixa-la no porta-espada se estiver 
disponível ou apenas próxima a ele, jamais no seu colo. 
 
 
 
 
 O manuseio do turíbulo sem dúvida é uma das tarefas mais embaraçosas para o 
Mestre de Cerimônias, por isso deve ser objeto de constante treinamento para não causar 
constrangimentos ou prejuízo ao andamento das sessões. 
 A Cerimônia da Incensação é uma das características do Rito Adonhiramita, e, 
portanto, deve ser realizada com todo rigor ritualístico. Além disso é a etapa de 
purificação do ambiente e dos obreiros. 
 A correta postura e o desempenho do Mestre de Cerimônias emprestam notável 
beleza a esta etapa de nossos Rituais. 
 
 O manuseio do turíbulo pelo Mestre de 
Cerimônias obedece à mesma liturgia empregada 
pela Igreja Católica. 
 Os movimentos são denominados ductos e 
ictos, expressões derivadas do latim. Ducto significa 
tubo ou conduto, e icto golpe ou pulsação. 
 Ducto é o movimento ascensional de levantar 
o turíbulo à altura dos olhos de quem está se 
incensando, e é esta mesma postura que o Mestre de 
Cerimônias deve observar quando executar a vênia 
transportando-o. 
 Já o icto é o movimento pendular, de baixo 
para cima, executado na direção da pessoa que será 
incensada. 
 Para executar o ducto segura-se a argola na 
extremidade da corrente de sustentação do turíbulo 
com os dedos polegar, indicador e médio da mão 
esquerda à altura do coração, e a metade da corrente 
com a mão direita e ergue-se o turíbulo. 
 
 Para executar o icto segura-se o turíbulo da mesma maneira e apenas se dirige o 
rolo de fumaça do incenso na direção dos olhos de quem está sendo incensado. 
 A incensação é executada sempre no eixo dos altares do Venerável Mestre e 
Vigilantes e nas mesas do Orador e Secretário, sempre de frente para quem está sendo 
incensado. Há ainda a incensação do Templo do Oriente para o Ocidente antes de descer 
os degraus e do Ocidente para o Oriente entre Colunas. 
 A incensação do Átrio é executada pelo Cobridor Interno que é incensado pelo 
Mestre de Cerimônias e após isso o incensa também. 
 Encerrada a Cerimônia de Incensação o turíbulo deve ser colocado no Altar dos 
Perfumes. 
 O turíbulo carregado de brasas de carvão deve permanecer no interior do Templo 
para que o Mestre de Cerimônias possa manuseá-lo sem precisar sair. 
17 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O ACENDEDOR E O ABAFADOR 
O TRANSPORTE DE MATERIAIS 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS 
 
 
 
 As velas dos candelabros jamais são 
apagadas com sopro, usa-se o abafador para tal 
tarefa, e da mesma forma são revigoradas com o 
acendedor. 
 Ambos instrumentos devem ser 
conduzidos pelo Mestre de Cerimônias entre as 
duas mãos espalmadas e à frente do seu corpo. 
Devem repousar no Altar dos Perfumes quando 
não estiverem sendo utilizados. 
 Por vezes os dois instrumentos encontram-
se reunidos numa só peça. 
 
 
 
 
 
 Os materiais e instrumentos litúrgicos devem ser transportados na maneira 
prescrita nos Rituais para cada caso em particular. 
 
 
 
 De modo geral a regra a ser observada é 
transportá-los sempre que possível fazendo uma 
esquadria com os braços, mãos e corpo. 
 Evidentementeobjetos de grandes dimensões 
e peso que necessitem do uso das duas mãos para 
seu transporte dispensam essa postura. 
 
 
 
 
 Cabe ao Mestre de Cerimônias desempenhas as seguintes funções ritualísticas: 
Conduzir o Revigoramento da Chama Sagrada juntamente com os Irmãos 2° Experto e 
Arquiteto; 
• Organizar a Procissão e o cortejo de ingresso no Templo; 
• Executar a Cerimônia da Incensação; 
• Executar o Cerimonial do Fogo; 
• Formar o Pálio para a abertura e fechamento do Livro da Lei; 
• Exibir e ocultar o Painel do Grau após a declaração de abertura e fechamento da 
Loja; 
• Informar ao Venerável quem bate à porta do Templo após o início dos trabalhos 
e conduzi-los a seus lugares em Loja após a autorização de ingresso; 
• Levar parta o exame do Orador as credenciais maçônicas dos Irmãos visitantes; 
• Circular com o Saco de Propostas e Informações; 
• Contabilizar e informar ao Venerável Mestre o resultado das votações na 
aprovação dos balaústres e matérias comuns; 
18 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
PROCISSÃO 
• Formar a Guarda de Honra para recepção de autoridades e saudação ao Pavilhão 
Nacional; 
• Acompanhar os obreiros quando necessário sua circulação em Loja; 
• Colher a assinatura do Secretário, Orador e Venerável Mestre após a aprovação 
dos balaústres; 
• Colher a assinatura do Chanceler e Venerável Mestre nos Certificados de Presença 
e entrega-los aos Irmãos visitantes; 
• Colher a assinatura dos obreiros presentes nas sessões que não tenham assinado o 
Livro de Presenças antes do início dos trabalhos; 
• Executar o Adormecimento do Fogo; 
• Organizar o cortejo de saída do Templo, e 
• Conduzir o Adormecimento da Chama Sagrada. 
 
 
 
 
É o Mestre de Cerimônias quem organiza a Procissão e o cortejo de ingresso no 
Templo. 
 O Rito Adonhiramita procede ao ingresso dos obreiros no Templo de modo 
ordenado, compassado e silencioso, numa postura quase militar. 
 O objetivo é exatamente evitar a entrada caótica dos maçons, posto que uma vez 
revigorada a Chama Sagrada o espaço físico do Templo também assume sacralidade. 
 Nas etapas que se seguirão, a dramatização ou representação simbólica da criação 
do Universo através do Logo Divino terá lugar, portanto, o caos deve iniciar seu processo 
de ordenamento a partir deste momento, como se os átomos começassem a se agregar 
para se expandir posteriormente manifestando o Universo. 
 O Átrio funciona exatamente como uma espécie de câmara de descompressão, 
onde nosso espírito e mente serão preparados para o trabalho maçônico libertando-se de 
todas as angústias, incertezas, inseguranças, medos e preocupações ligadas ao universo 
profano. É justamente o Mestre de Cerimônias que comanda essa alternância vibratória 
entre os obreiros, com voz firme, solene, e harmonizando-os mentalmente para os atos 
ritualísticos e litúrgicos da sessão que irá se iniciar. 
 Deve estar com as luvas já calçadas, mesmo porque, acabou de proceder ao 
Revigoramento da Chama Sagrada juntamente com os Irmãos 2° Experto e Arquiteto, e 
assim convida os demais obreiros a imitá-lo. 
 Coloca-se de costas para a porta do Templo, evidentemente quando o espaço físico 
assim o permitir, e mantendo o Sinal de Guarda. Nesta posição procede às falas 
ritualísticas de praxe. Na impossibilidade de realizar esta etapa nos termos do ritual por 
conta da exiguidade do espaço, o Mestre de Cerimônias deverá proceder da maneira mais 
próxima possível das descrições nele contidas. 
 As Colunas do Templo serão simbolicamente organizadas à sua frente, a do Norte 
à sua direita, a do Sul à esquerda e o Oriente ao centro e após essas duas. Os visitantes 
praticantes de outros Ritos deverão ser orientados pelo Mestre de Cerimônias a proceder 
na forma do Rito Adonhiramita. 
 Deve executar as pancadas na porta do Templo de forma audível, porém, sem 
violência. Ele está chamando a atenção do Cobridor Interno no interior do Templo e não 
tentando derrubá-la. 
 Concedida a permissão pelo Cobridor Interno comandará o cortejo de ingresso, 
iniciando o convite pelos Aprendizes e encerrando com o Venerável Mestre, que deverá 
ser seguido por ele até o Altar da Sabedoria. 
19 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O LUGAR EM LOJA 
INGRESSO DE AUTORIDADES 
 No interior do Templo verificará se todos os obreiros estão em seus respectivos 
lugares e os Oficiais devidamente postados, efetuando a ocupação do cargo por um 
Mestre ad hoc se necessário. 
 É recomendável também que equilibre a quantidade de obreiros nas Colunas não 
apenas para a obtenção da simetria visual, mas principalmente para harmonizar as 
energias emanadas destes. 
 Encerradas estas etapas deve dirigir-se a seu lugar no Templo e aguardar o 
comando do Venerável Mestre. 
 
 
 
 
 
 
 O Mestre de Cerimônias ocupa uma cadeira no Ocidente, no topo da Coluna do 
Norte, ao lado da mesa do Chanceler. 
 
 
 
 
 
20 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A CERIMÔNIA DA INCENSAÇÃO 
 O ingresso de autoridades maçônicas e visitantes ocorre após a Ordem do Dia. O 
Ritual dispõe desta maneira para que a Loja possa tratar de seus assuntos administrativos 
de forma particular, sem quaisquer constrangimentos. No entanto, quando essa 
circunstância se faz necessária, é de bom tom que o Venerável Mestre suprima esta etapa, 
além da leitura de balaústres e expediente, e da circulação do Saco de Propostas e 
Informações para evitar que as autoridades aguardem um tempo excessivo para ingressar 
no Templo. É comum, no entanto, estas autoridades optarem pelo ingresso sem 
formalidades, em família, e nesta hipótese integrarão o cortejo de acordo com suas 
qualidades e Grau. 
 Nas sessões ordinárias não há formação de Guarda de Honra, caberá apenas ao 
Mestre de Cerimônias acompanhar e conduzir o ingresso das autoridades. 
 Nesse caso ele deverá sair do Templo, identificar e organizar as autoridades em 
ordem crescente de faixa de tratamento, retornar ao Templo e informar nome, qualidade 
e Grau, sair do Templo e convidá-los ao ingresso acompanhando-os até seus respectivos 
lugares. Uma vez acomodados deverá levar o Livro de Presenças, colher suas assinaturas 
e retornar a seu lugar em Loja. 
 
 
 
 
 Para proceder à Cerimônia da Incensação o Mestre de Cerimônias deve dirigir-se 
ao Altar dos Perfumes, tomar posse do turíbulo e alimentá-lo com brasas de carvão, passar 
por trás do retábulo e abrir o vaso do turíbulo para que o Venerável Mestre possa colocar 
as três pitadas de incenso. Feito isto posta-se à frente do Venerável Mestre e o incensa 
por três vezes, à sua esquerda, direita e centro exclamando ao final SABEDORIA! Dirige-
se ao altar do 1° Vigilante e o incensa por três vezes exclamando FORÇA ao final, faz a 
vênia entre Colunas, dirige-se ao altar do 2° Vigilante, incensa-o igualmente por três 
vezes exclamando ao final BELEZA! 
 Após incensar as Três Luzes da Loja dirige-se ao Oriente, fazendo a vênia antes 
de subir os degraus, incensa o Orador por uma vez mentalizando JUSTIÇA, passa por 
trás do retábulo e incensa por uma vez o Secretário mentalizando MEMORIA, faz a vênia 
ao Venerável Mestre na frente de seu altar e dirige-se ao Ocidente, antes de descer os 
degraus, incensando o Templo por três vezes, à esquerda, direita e centro mentalizando 
LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. 
 Desce os degraus, posta-se entre Colunas e incensa o Templo do Ocidente para o 
Oriente por três vezes, esquerda, direita e centro, exclamando ao final: que a paz reine em 
nossas Colunas! 
 Feito isto, faz a vênia ao Venerável Mestre, volta-se na direção do Cobridor 
Interno e incensa-o por uma vez mentalizando DILIGÊNCIA. Troca de função com ele, 
que incensa o Mestre de Cerimônias mentalizando HARMONIA, e sem sair do Templo, 
com a porta entreaberta, incensa o Átrio e simbolicamente o 1° Experto e o Cobridor 
Externo, à direita e esquerda, mentalizando PAZ e AMOR. Trocanovamente de função 
com o Cobridor Interno, faz a vênia ao Venerável Mestre, dirige-se ao Oriente fazendo 
novamente a vênia antes de subir os degraus, coloca o turíbulo aberto no Altar dos 
Perfumes, passa por trás do retábulo, e retorna a seu lugar, fazendo a vênia ao Venerável 
Mestre antes de sair do Oriente e entre Colunas. 
 
21 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O CERIMONIAL DO FOGO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O Cerimonial do Fogo é uma dramatização da expansão do Universo através da 
Verdadeira Luz, o FIAT LUX bíblico. Nos rituais Adonhiramitas o momento da 
manifestação do Universo é representado pelo desdobramento da Chama Sagrada em três 
atributos: SABEDORIA, FORÇA e BELEZA. 
 O Mestre de Cerimônias dirige-se ao Altar dos Perfumes, toma posse do 
acendedor, passa por trás do retábulo, faz a vênia ao Venerável Mestre, eleva-o à altura 
22 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REVIGORAMENTO DAS CHAMAS 
dos seus olhos e mentaliza: COM A GRAÇA DO GRANDE ARQUITETO DO 
UNIVERSO, ACENDO! Faz novamente a vênia ao Venerável Mestre, sobre os três 
degraus do Altar da Sabedoria, entrega o acendedor a ele pelo lado esquerdo, passa por 
trás do retábulo, pega de volta o acendedor pelo lado direito, desce os degraus do Altar 
da Sabedoria, faz a vênia ao Venerável Mestre antes de descer os degraus para o Ocidente 
e dirige-se ao Altar da Força. Entrega o acendedor pelo lado esquerdo ao 1° Vigilante e 
recebe-o de volta pelo lado direito. Dirige-se ao Altar da Beleza, entrega o acendedor ao 
2° Vigilante pelo lado esquerdo, recebe-o de volta pelo lado direito e apaga o acendedor 
com o abafador, retornando em seguida a seu lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 É mais comum do que se imagina uma ou mais das chamas 
das velas se apagarem durante o decorrer de uma sessão. Se isto 
ocorrer o procedimento para reacende-las é o seguinte: 
 Se a Chama Sagrada ou Fogo Eterno se apagar, o Mestre 
de Cerimônias passa o acendedor ao Venerável Mestre, e este o 
acende na Chama da Sabedoria, em seguida, o Mestre de 
Cerimônias revigora a Chama Sagrada. 
 Se a Chama do Altar da Sabedoria se apagar, o Mestre de 
Cerimônias acende o acendedor na Chama Sagrada, e passa ao 
Venerável Mestre que revigora a Chama da Sabedoria. 
 
 
Se a Chama do Altar da Força apagar, o Mestre de Cerimônias leva o acendedor 
ao Venerável Mestre, que o acende na Chama da Sabedoria. Em seguida, o leva ao 
Primeiro Vigilante e este revigora a Chama da Força. 
23 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A TROCA DE FUNÇÕES COM O COBRIDOR 
NA FUNÇÃO DE SEGUNDO EXPERTO 
Se a Chama do Altar da Beleza se apagar, o Mestre de Cerimônias leva o 
acendedor ao Primeiro Vigilante que a revigora na Chama da Força. Em seguida, o Mestre 
de Cerimônias o leva ao Segundo Vigilante que revigora a Chama da Beleza. 
O acendedor é sempre apagado com o abafador após o revigoramento da 
respectiva Chama. 
O Mestre de Cerimônias volta sempre a seu lugar no Templo após o 
revigoramento de qualquer uma das Chamas sem a necessidade de comando. 
 
 
 
 
 
 
 
Na Cerimônia da Incensação e na circulação do Saco 
de Propostas e Informações o Mestre de Cerimônias troca 
momentaneamente de funções com o Cobridor Interno. 
O turíbulo e o Saco de Propostas e Informações são 
seguros pela mão esquerda, e a espada do Cobridor Interno é 
segura pela mão direita. 
O giro é sinistrogiro (sentido horário). Ou seja, o 
Mestre de Cerimônias se movimenta para o seu lado esquerdo. 
Não vislumbro qualquer sentido místico neste ato, 
julgo que é uma postura militar. A troca da Guarda Real no 
Palácio de Buckingham na Inglaterra ocorre num padrão muito 
semelhante. O que se pretende na verdade é que os 360 graus 
de visão do Templo estão cobertos, ou seja, um olha sempre 
sobre o ombro do outro durante o giro. 
 
 
 
 
 
Na hipótese de baixa frequência na sessão, se não houver Mestres 
suficientes para o preenchimento do cargo de Segundo Experto, é o Mestre 
de Cerimônias que deve executar suas funções. 
Para tanto recebe o comando do Primeiro Vigilante de seu lugar, se 
levanta em Sinal de Guarda, circula como de costume fazendo a vênia entre 
o Ocidente e o Oriente e entre Colunas, e sai do Templo. 
Retorna ao Templo, circula ritualisticamente até o Altar da Força 
fazendo as devidas vênias, coloca-se na posição do 2° Experto, voltado para 
o Venerável Mestre e faz a comunicação. 
Após isso retorna a seu lugar em Loja sem aguardar qualquer 
comando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O RESULTADO DAS VOTAÇÕES 
NA FUNÇÃO DE HOSPITALEIRO 
A FORMAÇÃO DO PÁLIO 
 
 
 
 
É o Mestre de Cerimônias o Oficial encarregado de 
comunicar ao Venerável Mestre o resultado da votação das 
matérias apreciadas durante as sessões. 
Para tanto, logo após a manifestação dos obreiros, e 
sem aguardar nenhum comando, se levanta à Ordem e faz a 
contagem dos votos mentalmente. Bate uma palma e 
informa o resultado ao Venerável Mestre. 
Executa o Sinal de Saudação e senta-se. 
 
 
 
 
 
 Na hipótese do titular do cargo de Hospitaleiro não 
estar presente na sessão, e não houver Mestres suficientes para 
preenchimento do cargo, caberá ao Mestre de Cerimônias 
desempenhar suas funções. 
Para isso receberá o comando do Venerável Mestre de 
seu lugar, se levantará, pegará o Tronco de Solidariedade, 
circulará como de costume, fazendo a vênia entre o Ocidente 
e o Oriente e entre Colunas, onde aguardará o comando do 
Venerável Mestre. 
Circulará da mesma maneira que o Hospitaleiro o faz, 
recolhendo as ofertas no Oriente e Ocidente, e trocando de 
função com o Cobridor Interno para efetuar sua doação. 
 
Ao término do giro auxiliará o Tesoureiro na conferência do óbolo coletado, e 
retornará a seu lugar em Loja sem aguardar qualquer comando. 
 
 
 
 
 
 Cabe ao Mestre de Cerimônias 
organizar o Pálio para proteção do Orador na 
Abertura e Fechamento do Livro da Lei. 
Devem ser convidados um Mestre da 
Coluna do Sul e outro da Coluna do Norte, 
não sendo obrigatório que sejam o Arquiteto 
e o Segundo Experto. 
Dignidades que ocupam altares ou 
mesas não podem ser convidados, pois estes 
locais do Templo jamais devem estar 
desguarnecidos. Tampouco o Cobridor 
Interno poderá ser convidado, uma vez que a 
porta do Templo deve estar constantemente 
vigiada e protegida. 
 
25 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O SACO DE PROPOSTAS E INFORMAÇÕES 
 No entanto, o Hospitaleiro, o Mestre de Banquete e o Bibliotecário podem ser 
convidados, não há nada que o impeça. Já o Mestre de Harmonia é recomendável que 
permaneça em seu cargo para a execução da música de fundo. 
Podem ser convidados Mestres visitantes, mesmo que praticantes de outros Ritos, 
oportunidade na qual o Mestre de Cerimônia deverá orienta-los quanto aos procedimentos 
ritualísticos. 
O convite deve ser executado de modo audível para toda Oficina. 
Na ocorrência de número de obreiros insuficiente para a formação do Pálio, este 
deve ser executado apenas pelo Mestre de Cerimônias, que, no entanto, fará o giro 
ritualístico completo como se estivesse convidando os Mestres das duas Colunas. 
A espada do Mestre de Cerimônias fica por baixo das demais na Abertura do Livro 
da Lei, e por cima no seu fechamento. 
Sua posição é frontal ao Livro da Lei, de frente para o Venerável Mestre. 
Após a Abertura ou Fechamento do Livro da Lei, o Orador deve ser conduzido 
pelo Mestre de Cerimônias a seu lugar, e só após isso o Pálio é desfeito. 
 
 
 
 
 
O Saco de Propostas e Informações é seguro pelas duas 
mãos, fechado, com a mão esquerda sobre o coração e a direita 
sobre a esquerda. 
A circulação obedece sempre à ordem hierárquica dos 
cargos e obreiros, conforme descrito no ritual. 
O recolhimento é sempre executado pelo lado direito dequem oferta. 
O Saco de Propostas e Informações deve ser ofertado 
pelo lado esquerdo do Mestre de Cerimônias à altura da cintura, 
com os braços esticados. O Mestre de Cerimônias deve sempre 
olhar para o lado oposto de quem está ofertando (voltando o 
rosto para o lado direito). 
Retorna o Saco de Propostas ao coração após coletar cada óbolo. 
Na troca de função com o Cobridor Interno deve passar o Saco de Propostas e 
Informações à mão esquerda deste, e com a direita segurar a espada. 
Após entregar o conteúdo ao Venerável Mestre deve exibir o Saco de Propostas e 
Informações vazio à Oficina. 
 
 
26 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O ADORMECIMENTO DO FOGO 
O CORTEJO DE SAÍDA 
 
 
 
O Mestre de Cerimônias dirige-se ao Altar dos Perfumes, toma posse do abafador, 
passa por trás do retábulo, faz a vênia ao Venerável Mestre, desce os degraus para o 
Ocidente e dirige-se ao Altar da Beleza. Entrega o abafador pelo lado esquerdo ao 
Segundo Vigilante e recebe-o de volta pelo lado direito. Dirige-se ao Altar da Força, 
entrega o abafador ao Primeiro Vigilante pelo lado esquerdo, recebe-o de volta pelo lado 
direito e dirige-se ao Altar da Sabedoria. Entrega o abafador ao Venerável Mestre pelo 
lado esquerdo, passa por trás do retábulo, recebe-o de volta pelo lado direito do Venerável 
Mestre, coloca-o no Altar dos Perfumes, completa o giro por trás do retábulo e retorna a 
seu lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O convite ao repouso se inicia pelo Venerável Mestre e eventuais ocupantes do 
Altar da Sabedoria. É executado do lado direito do Altar da Sabedoria, próximo ao 
Secretário. 
O Mestre de Cerimônias acompanha o Venerável Mestre, por trás dele, até a porta 
do Templo, e dali convida os demais obreiros ao repouso na ordem inversa do ingresso, 
começando pelo Oriente e encerrando pelos Aprendizes. 
Após todos saírem, permanece no Templo juntamente com o Segundo Experto, o 
Arquiteto, ou os mesmos Mestres que participaram do Revigoramento da Chama Sagrada 
e o Cobridor Interno. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ADORMECIMENTO DA CHAMA SAGRADA 
 
O Mestre de Cerimônias convida o 
Segundo Experto e Arquiteto, ou os 
mesmos Mestres que executaram o 
Revigoramento da Chama Sagrada para 
realizarem o Adormecimento do Fogo. 
Todos portam a espada no Sinal de 
Guarda, e as embainham no Altar dos 
Juramentos. 
O Mestre de Cerimônias se coloca 
no eixo do Altar dos Juramentos, de frente 
para o Altar da Sabedoria. Recebe o 
abafador do Segundo Experto e o repassa 
ao Arquiteto. 
Após adormecida a Chama 
Sagrada, recebe o abafador do Arquiteto e 
o repassa ao Segundo Experto, que o 
coloca sobre o Altar dos Perfumes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS SACERDOTES LEVITAS 
O ORADOR 
 
 
 
 
 INSPIRAÇÃO 
 
 
Entendo como possíveis fontes de inspiração para os 
ritualistas, no que diz respeito à inserção do cargo de Orador nas 
Lojas Simbólicas os sacerdotes levitas, as legiões romanas, e as 
Ordens Militares de Cavalaria da Idade Média. 
Estas últimas colaboraram para o surgimento na França da 
capelania castrense, ou ordinariato, que originou a denominação 
Capelão, chamado de Chaplain no idioma inglês, e Orateur no 
francês. 
 
 
 
 
De acordo com a narrativa do Livro do Êxodo, IAVEH entregou a Moisés duas 
Tábuas da Lei, os chamados Dez Mandamentos da tradição judaico-cristã. 
A primeira tábua destas ordenações divinas continha quatro regras que 
estabeleciam a aliança entre o homem e a divindade, e a outra, seis regras da aliança entre 
os homens, ou seja, os padrões éticos e morais de comportamento da sociedade recém-
criada. 
Este decálogo se tornou não 
apenas a base dos princípios morais, éticos 
e religiosos dos hebreus, resultando na Lei 
Mosaica, mas posteriormente o 
fundamento para os padrões de 
comportamento de toda civilização 
ocidental até nossos dias. 
No prosseguimento da narrativa, 
IAVEH elege os membros e descendentes 
da Tribo de Levi para o sacerdócio. 
Surgem os sacerdotes levitas. 
Havia ainda o Sumo Sacerdote, 
com autoridade sobre os demais, e que se 
tornou nestes primeiros tempos do povo 
hebreu uma espécie de juiz de inspiração 
divina. 
 
As Tábuas da Lei foram guardadas numa arca construída em madeira de acácia e 
forrada de ouro, que se tornaria a raiz do pensamento ocidental em relação à intervenção 
divina tanto no cotidiano, quanto nos combates. Conceito este transportado para a Idade 
Média. 
29 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
AS LEGIÕES ROMANAS 
AS ORDENS DE CAVALARIA 
A Arca da Aliança acompanhava os hebreus nas batalhas, símbolo da presença de 
IAVEH SABAOTH, o “Senhor dos Exércitos” e lhes dava superioridade sobre os 
adversários. 
No cerco às muralhas de Jericó (Josué 6: 1-27) a ação da Arca da Aliança é 
decisiva. 
O Sumo Sacerdote era o responsável pelo aconselhamento espiritual nos combates 
e manutenção do moral do grupo, bem como no dia a dia. 
 
 
 
 
 
Foi das legiões romanas que surgiu a 
inspiração para as expressões latinas capelania 
castrense e ordinariato, empregadas na Idade 
Média para a função de aconselhamento espiritual 
dos soldados durante as campanhas militares. 
Castrum era a designação das fortificações 
construídas pelos romanos nos territórios 
conquistados, uma espécie de quartel, cuja 
execução estava à cargo do Collegia Fabrorum. 
Havia um oficial destacado para o 
aconselhamento espiritual das tropas romanas 
A partir de Constantino I, que se converteu ao 
cristianismo após a visão de uma cruz no céu, com 
a frase in hoc signo vinces, “com este símbolo 
vencerás”. A cruz, a partir daí foi adicionada aos 
estandartes romanos junto à famosa e temida 
Aquila Romana. 
O aconselhamento espiritual das tropas passa então a ser baseado na doutrina 
cristã, e esse conceito será absorvido pelos capelães medievais. 
 
 
 
 
As Ordens Militares de Cavalaria 
foram criadas para combater na Terra 
Santa durante as Cruzadas. 
Essa campanha se denominou 
assim justamente porque todas as Ordens 
utilizavam a cruz em seus brasões, os 
cavaleiros eram chamados de Cruzados. 
Eram uma espécie de monges 
guerreiros, que combatiam pela fé uma 
“Guerra Santa”, e a cruz lhes servia como 
estímulo numa clara herança de 
Constantino I, in hoc signo vinces. 
Tinham regras monásticas e eram 
ordenadas pelo Papa. As regras dos 
Templários, por exemplo, foram escritas 
por Bernardo de Claraval. 
 
 
 
30 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A CAPELANIA CASTRENSE 
O CAPELÃO NA MAÇONARIA 
A INSERÇÃO NOS RITUAIS 
 
Possuíam um oficial responsável pelo aconselhamento espiritual e moral das 
tropas, era o Capelão. 
As Ordens de Cavalaria exerceram influência direta na postura do Orador no Rito 
Adonhiramita. 
 
 
 
 
 
 
 
A Capelania Castrense e o ofício dos capelães junto 
aos exércitos surgiram na França por volta de 1700. 
Nessa época as tropas tinham entre seus oficiais um 
clérigo que transportava uma relíquia num recipiente 
chamado capela. Vem daí a designação de capelania. 
A capela nada mais era do que uma versão moderna 
da Arca da Aliança transportada pelos exércitos dos hebreus, 
ou seja, um símbolo da presença divina nos campos de 
batalha. As Tábuas da Lei foram substituídas por relíquias de 
santos, tais como pedaços de pano, madeira e até ossos. 
A Capelania e o Ordinariato Militar existem até nossos 
dias, evidentemente num sentido muito mais ecumênico, e 
cabe aos capelães militares o aconselhamento espiritual e 
estimular o moral das tropas. 
 
 
 
 
 
Não havia o cargo de Capelão no período operativo da Maçonaria, muito embora 
os construtores de templosfossem extremamente religiosos e em determinadas ocasiões 
fizessem orações. 
Da mesma forma não havia uma organização jurídica nestas guildas medievais, 
suas ordenações e estatutos eram estabelecidos e aplicados pelos próprios mestres das 
Lojas. Essa ordenação jurídica também não existia nos primórdios do período 
especulativo, e só vai ganhar corpo após a promulgação das Constituições de Anderson 
em 1723. 
Nos Rituais de língua inglesa o Mestre incumbido das tarefas de ordenação legal 
nas Lojas passa a ser chamado de Chaplain, Capelão, mas parece mais próprio da 
Maçonaria irlandesa e escocesa que da Inglesa, e tudo leva a crer que no princípio suas 
funções estavam mais ligadas à religiosidade que à normas estatutárias. 
Na França o cargo passa a se chamar Orateur, de onde derivou a denominação 
Orador em português, e juntamente com a versão uma certa confusão no que diz respeito 
às suas atribuições, pelo menos no meu entendimento. 
 
 
 
 
 
31 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
MINERVA 
ASSOCIAÇÕES MÍTICO-FILOSÓFICAS 
 
No que diz respeito ao Rito Adonhiramita, o 
cargo de Orador não é mencionado na Compilação 
Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, No entanto, não 
podemos afirmar que o cargo não existisse na época. 
Andrew Ramsay já ocupava o cargo de Grande 
Orador no Grande Oriente da França em1737, o que 
nos sugere a prática na Maçonaria francesa. 
O Orador consta da descrição dos cargos em 
Loja contida no primeiro ritual Adonhiramita 
publicado pelo GOB no Brasil, em 1836. Nessa época, 
os Oficiais totalizavam nove Mestres, segundo o 
próprio ritual este número não poderia ser alterado por 
conta do simbolismo de “três vezes três”. 
Ainda não há nessa época menção às 
atribuições do cargo, e tampouco funções ritualísticas, 
o que vai ocorrer gradativamente nos rituais 
posteriores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns autores associam o cargo de Orador 
à deusa romana Minerva, Palas Atenas para os 
gregos, que era a deusa da Sabedoria, das Artes e 
da Diplomacia. 
No meu entendimento esta associação não 
é aplicável no Rito Adonhiramita pela própria 
associação com o seu lugar no Templo, a Cabala e 
a Astronomia. 
O Altar da Sabedoria, na verdade, é 
ocupado pelo Venerável Mestre, é dele inclusive o 
voto de Minerva nas decisões empatadas. 
Entendo que o simbolismo do Orador esteja mais ligado aos conceitos de 
conhecimento e de justiça. Neste raciocínio teremos uma associação mais razoável com 
Maat e Thêmis, deusas da justiça para os egípcios e gregos, e Toth, o “Três Vezes Grande” 
do antigo Egito, deus do conhecimento. 
Observem que o Orador não é juiz, o Mestre que mais se aproxima dessa função 
é justamente o Venerável. 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A CABALA 
A ABÓBADA CELESTE 
 
 
 
 
 
Pela sua posição geográfica no 
Templo, o cargo de Orador está associado à 
emanação da sefirote Chokmah, a sabedoria, o 
conhecimento, a prudência. 
É a segunda emanação ou sefirote, 
sendo associada à dualidade e ao número 
DOIS. Essa dualidade pode ser “medida” 
precisamente na balança da justiça. 
Chokmah está situada no eixo do Pilar 
da Misericórdia da Árvore da Vida, simboliza 
“O Pai” e o princípio masculino e ativo, além 
de estar associada à Letra hebraica IOD, 
primeira letra do inefável Nome de Deus. 
Conceitualmente, Chokmah está 
situada entre a vontade do Criador, emanada 
em Kether, ou o “Universo ideal”. O 
“Universo Real”, “o que virá a ser”, será 
manifestado através das emanações das demais 
sefirotes. 
 
 
 
 
 
 
 
Em relação à astronomia, representada 
na Abóbada Celeste de nossos Templos, o cargo 
de Orador está situado na projeção do planeta 
Júpiter, que emprestou seu nome da divindade 
romana correspondente a Zeus, rei do Olimpo 
para os gregos. O maior planeta do Sistema 
Solar. 
Tanto o planeta quanto a divindade estão 
associados à justiça. 
Astrologicamente é considerado um 
planeta retrógrado, voltado para a 
ancestralidade, para o conservadorismo e para a 
tradição. 
A associação parece aplicável ao cargo 
de Orador. 
 
 
 
 
 
 
33 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
O LUGAR EM LOJA 
 
 
 
 
 Na Procissão, o Orador coloca-se no eixo central, após as Colunas do Norte e do 
Sul, atrás do Secretário e antes do Deputado Estadual da Loja. 
 
 
 
 
 
 
 
 O Orador ocupa uma mesa no Oriente, ao sudeste, do lado esquerdo do Venerável 
Mestre. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ATRIBUIÇÕES 
REQUISITOS 
 
 
 
 
 
 
O cargo de Orador é preenchido por 
votação direta, através da maioria simples de 
voto dos obreiros da Oficina. É uma 
dignidade, um dos cargos obrigatórios na Loja 
Simbólica e um dos sete Mestres necessários 
para abrir a Loja. 
Suas atribuições estão estabelecidas 
no artigo 122 do Regulamento Geral da 
Federação. Cabe ao Orador: 
Observar, promover e fiscalizar o 
rigoroso cumprimento das Leis Maçônicas e 
dos Rituais. 
 
Cumprir e fazer cumprir os deveres e obrigações a que se comprometeram os 
membros da Loja, à qual comunicará qualquer infração e promoverá a denúncia do 
infrator. 
Ler os textos de Leis e Decretos permanecendo todos sentados. 
Verificar a regularidade dos documentos maçônicos que lhe forem apresentados 
Apresentar suas conclusões no encerramento das discussões, sob o ponto de vista 
legal, qualquer que seja a matéria 
Opor-se, de ofício, a qualquer deliberação contrária à lei e, em caso de insistência 
na matéria, formalizar denúncia ao Poder competente. 
Manter arquivo atualizado de toda legislação maçônica. 
Assinar as atas das Lojas tão logo sejam aprovadas. 
Acatar ou rejeitar denúncias formuladas à Loja, representando aos Poderes 
constituídos. Em caso de rejeição, recorrer de ofício ao Tribunal competente. 
Nos Ritos que possuem o cargo de Orador, ele é considerado membro do 
Ministério Público Maçônico, muito embora não seja empossado pelo MP. 
 
 
 
 
 
O primeiro requisito para concorrer ao cargo de 
Orador, por óbvio, é ser Mestre Maçom. Embora não haja 
qualquer recomendação de interstício entre sua Exaltação e 
as eleições, creio ser recomendável que o postulante ao 
cargo possua certa vivência em Maçonaria. 
Deve possuir boa retórica, porém, não deve ser 
prolixo, falar muito. Deve ser claro em seus 
pronunciamentos de modo a todos compreenderem suas 
orientações. Não é necessário demonstrar erudição ou 
utilizar vocabulário requintado, mas deve evitar o uso de 
termos chulos, gírias, e, sobretudo, falar o idioma 
corretamente. 
35 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A LEGISLAÇÃO MAÇÔNICA 
Todo e qualquer maçom deve ter compromisso e dedicação, jurou isso 
voluntariamente sobre o Livro da Lei, mas as Dignidades e Oficiais devem demonstrar 
maior zelo com esse quesito, afinal, foram eleitos pela Oficina ou nomeados pelo 
Venerável Mestre para auxilia-lo na direção dos trabalhos. 
Deve ser assíduo e pontual, afinal, se ele pretende auditar todas as etapas das 
sessões além de estar presente em todas deverá participar desde o início dos trabalhos. 
Se pretende zelar pela disciplina e ordem dos trabalhos deve ele mesmo ser 
disciplinado e tornar-se um exemplo para os demais obreiros. 
Deve ser desembaraçado e ter iniciativa, jamais se omitir diante da necessidade de 
intervenção nas sessões a qualquer momento, no entanto, deve fazê-lo de modo a não 
causar constrangimentos, humilhações e consequentemente causar prejuízo à harmonia 
das sessões. 
Para desempenhar bem suas funções é imperativo estudar constantemente a 
legislação maçônica. Não é preciso decorar as normas, mesmo porque elas sofrem 
constante alteração, mas é necessário ao menos saber a que legislação recorrer de acordo 
com a circunstância. É recomendável que tenha sempre em seu poder cópia dalegislação 
maçônica atualizada para eventual consulta. Longe de demonstrar insegurança ou 
despreparo para o desempenho do cargo, essa simples medida pode render enormes 
benefícios à Oficina, sobretudo no que diz respeito à celeridade das decisões. 
Deve ser seguro, e principalmente transmitir essa segurança aos obreiros do 
quadro, um Orador hesitante é bastante prejudicial à Loja. Portanto, não pode ser tímido, 
e deve demonstrar seriedade no desempenho de suas atribuições, lembrando que 
seriedade não é sinônimo de mau humor ou autoritarismo. O Orador deve ser ponderado, 
equilibrado, e acima de tudo justo. É possível desempenhar o cargo com cordialidade e 
fraternidade, creiam nisso. 
Deve conhecer bem o tratamento de autoridades e suas respectivas faixas, pois 
cabe a ele saudá-las em nome da Oficina, e não é desejável a ocorrência de equívocos que 
possam gerar constrangimento. 
Deve ser extremamente atento, e principalmente não se distrair durante as sessões. 
O Orador é um eterno observador. 
Não é necessário ser profissional com formação na área de Direito para o 
desempenho do cargo, mas sem dúvida, o Mestre que possuir essa especialização terá 
chance de sucesso maior que outrem. 
 
 
 
 
 
 
No âmbito do Grande Oriente do Brasil, é a 
seguinte a legislação pertinente: 
A Constituição do Grande Oriente do Brasil 
e dos Grandes Orientes Estaduais ou Distrital ao 
qual a Oficina esteja jurisdicionada. 
O Regulamento Geral da Federação, RGF, Lei 
N°99 de 9 de dezembro de 2008 EV, que 
estabelece as normas comuns a todos os Ritos 
praticados no âmbito do Grande Oriente do Brasil. 
As particularidades estão contidas nos rituais de 
cada um dos Graus Simbólicos, que igualmente 
devem ser estudados e compreendidos pelo Orador. 
36 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A POSTURA 
O Código Disciplinar Maçônico, Lei N°165, de 7 de novembro de 2016 EV, 
que estabelece os padrões de comportamento inconformes com a Doutrina Maçônica. 
O Conselho de Família, Lei N°171, de 5 de abril de 2017 EV As Lojas são a 
primeira instância do Poder Judiciário, e o Conselho de Família é um foro conciliador, 
que busca a obtenção de soluções consensuais para as contendas entre os membros do 
quadro sem a necessidade de ajuizamento de ações. 
O Código Eleitoral Maçônico, Lei N°153, de 8 de setembro de 2015 EV, que 
estabelece os critérios para a ocorrência das eleições e candidaturas tanto nas Lojas quanto 
nos Grandes Orientes Geral, Estadual ou Distrital, incluindo a eleição dos representantes 
da Loja junto à Poderosa Assembleia Estadual Legislativa e à Soberana Assembleia 
Federal Legislativa. 
O Código de Processo Penal Maçônico, Lei N°2, de 16 de abril de 1979 EV, 
que estabelece as sanções e punições aos maçons, lembrando que a Loja é a primeira 
instância do Poder Judiciário no âmbito do Grande Oriente do Brasil. Portanto, as 
sentenças em primeira instância serão proferidas pelo Venerável Mestre, e ratificadas ou 
reformadas nas instâncias superiores, respeitando-se evidentemente o amplo direito ao 
contraditório. 
A Comissão Processante das Lojas, Lei N°132, de 25 de setembro de 2012 
EV, que simbolicamente transforma as Lojas em tribunais maçônicos para 
julgamento de ações disciplinares, exercendo o Orador nesta oportunidade a função de 
promotor de justiça. 
O Regimento de Recompensas, Lei N°88, de 21 de setembro de 2006 EV, que 
estabelece os critérios para a concessão de títulos honoríficos às Lojas e aos maçons 
individualmente. 
O Estatuto da Loja e o Regimento Interno da Loja, que são obrigações 
constitucionais das Oficinas e que determinaram a forma de governo de cada uma delas. 
Os Rituais de todos os Graus Simbólicos, pois o Orador é guarda da ritualística 
também. 
Toda a legislação deve estar permanentemente atualizada. 
 
 
 
 
 
O Orador deve manter uma postura 
serena, isso lhe emprestará a imagem de 
imparcialidade e equilíbrio, atributos 
fundamentais para o desempenho de suas 
funções. 
Deve possuir boa impostação de 
voz e usar linguagem formal, evitando 
expressões vulgares, sem no entanto a 
necessidade de demonstrar erudição. Deve 
ser objetivo, claro, e não prolixo, é Orador 
porque faz oração, e não porque profere 
longos e cansativos discursos. 
 
 
Deve ser sério, mas o mesmo tempo gentil e cordial. Esse exercício contribuirá 
muito para sua evolução pessoal. 
Jamais deve descalçar suas luvas, se há um obreiro que deve demonstrar a todos 
que “suas mãos estão limpas” é o Orador, símbolo da justiça. 
37 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
Deve exercitar o poder de síntese, resumir seu pronunciamento apenas ao 
necessário. O domínio deste atributo lhe concederá um acréscimo considerável em sua 
capacidade de análise. 
É recomendável que tenha sempre às mãos cópia atualizada da legislação 
maçônica, e da List of Lodges, para eventuais consultas a visitantes oriundos de outras 
Potências. 
É fundamental ter à mão material para anotações, e procurar anotar tudo o que 
entender como relevante durante as sessões. 
O Orador usa do verbo quando a palavra está no Oriente, excetuando-se, 
obviamente, os momentos em que o ritual reclama sua manifestação. Deve separar a 
manifestação como obreiro, que envolve seu posicionamento pessoal em relação à alguma 
questão, do resumo da sessão. Portanto, tem a prerrogativa de falar em duas oportunidades 
na Palavra à Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, mas deve fazer uso 
dessa prerrogativa com parcimônia e sensatez. Fala sentado, é uma Dignidade, ocupa uma 
mesa, um lugar diferenciado em relação à planta do Templo. 
Não é examinado durante o Interrogatório, permanece sentado, e sua condição é 
atestada pelo Venerável Mestre, assim como a de todos os Mestres sentados no Oriente. 
 
 
 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita a Joia do Orador é 
no formato de um círculo vazado, e sua descrição 
consta desde o primeiro ritual publicado pelo 
Grande Oriente do Brasil em 1836. 
Diferentemente do entendimento de 
outros Ritos, não há associação de seu 
simbolismo com o Sol no Rito Adonhiramita. De 
acordo com a fala do Cobridor Interno em nossos 
rituais, a posição simbólica do Sol no Templo é 
ocupada pelo Venerável Mestre, portanto, não é o 
Orador quem o representa. 
Para o Rito Adonhiramita o Orador não simboliza a sabedoria, mas sim a justiça 
e o conhecimento. O atributo da sabedoria cabe simbolicamente ao Venerável Mestre, 
guardião da Coluna que leva seu nome. É o Venerável quem decide com base na decisão 
da maioria dos obreiros e nas orientações do Orador. É ele, o Venerável Mestre, que 
necessita de sabedoria para nortear suas decisões. 
O simbolismo do círculo no caso da Joia do Orador e outro. O círculo é uma figura 
geométrica na qual todas as outras podem ser inscritas, ou seja, abrange toda a 
manifestação. Não tem princípio nem fim, é um ciclo infinito. Representa a perenidade 
da ordenação e a tradição. 
Simboliza também a igualdade, pois não tem ângulos, lados, base, arestas ou 
vértices. A definição acadêmica o define como o lugar geométrico de todos os pontos 
equidistante. É traçado com um compasso, símbolo da expansão da consciência da 
divindade. É a figura geométrica mais perfeita. 
 
 
 
38 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
MANUSEIO DO MATERIAL LITÚRGICO 
O LIVRO DA LEI 
O COMPASSO 
 
 
 
 
 Cabe ao Orador da Loja manusear os principais instrumentos litúrgicos e símbolos 
da Maçonaria, o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso, chamados de Três Luzes da 
Maçonaria. Alguns autores lhes atribui a designação de Três Luzes Maiores, pois com o 
desenvolvimento dos rituais o Venerável Mestre e os Vigilantes foram batizados de Três 
Luzes da Loja, ou Três Luzes Menores. Devem estar presentes em todas as sessões. 
 
 
 
 
 
O Livro da Lei só pode ser aberto ou 
fechado após a formação do Pálio.Nesta 
ocasião o Orador deve estar descoberto e 
ajoelhado sobre o joelho direito. 
O Livro da Lei Deve ser seguro pelas 
duas mãos, o Orador irá manuseá-lo como se 
estivesse o lendo. Nos rituais Adonhiramitas 
do Grande Oriente do Brasil a prescrição é que 
seja utilizada a Bíblia como representação. 
O Livro da Lei deve ser aberto 
aleatoriamente, em qualquer página, sendo 
recomendável em sua metade, de modo a se constituir numa superfície plana e permitir a 
sobreposição do Esquadro e do Compasso sem risco de queda. Jamais é colocado no chão. 
Na ocasião, segundo os rituais do Grande Oriente do Brasil, é recitado o evangelho 
de João 1: 6 a 9. 
O Venerável Mestre só pode declarar a Loja aberta ou fechada após sua abertura 
ou fechamento, e só pode ser fechado após a Oração de encerramento. 
 
 
 
 
 
 
A exemplo do Livro da Lei o Compasso jamais 
deve ser colocado no chão. 
É o símbolo da divindade e do espírito. 
Deve ser colocado aberto em ângulo de 45° 
sobre o Livro da Lei, igualmente aberto. 
Seu vértice, ou ponta de manuseio, deve estar 
voltado para o Oriente, na direção do Fogo Eterno ou 
Chama Sagrada. 
O instrumento utilizado nas Lojas Simbólicas 
não é um compasso de desenho, tem as duas pontas 
secas, é uma ferramenta de obra, notadamente utilizada 
nas construções medievais não apenas para traçar 
círculos, mas igualmente para transferir medidas com 
maior precisão nos desenhos. 
 
39 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O ESQUADRO 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS 
 
 
 
 
Da mesma forma que os instrumentos 
anteriores, o Esquadro jamais deve ser 
colocado no chão. 
O Ritual determina o uso de um 
esquadro operativo, ou seja, do tipo utilizado 
na construção civil, com dois ramos desiguais, 
sendo um graduado e outro não. 
Deve ser colocado sobre o Livro da Lei 
aberto, com o vértice voltado para o Ocidente, 
na direção da porta do Templo, e seu ramo 
menor para o nordeste, lado do Secretário. 
Simboliza a retidão dos maçons e dos 
trabalhos realizados 
 
 
 
 
 
 
 
Cabe ao Orador desempenhar as seguintes 
funções ritualísticas: 
Abrir e fechar o Livro da Lei. 
 Opinar pela votação após a leitura do 
Balaústre e eventuais correções. 
Assinar os Balaústres após aprovados 
juntamente com o Venerável Mestre. 
Ler o texto de decretos e leis durante o 
Expediente. 
Verificar de pé, juntamente com o Secretário, o conteúdo do Saco de Propostas e 
Informações. 
Opinar após a apreciação de matérias na Ordem do Dia sob seu aspecto legal. 
Opinar pelo prosseguimento do Escrutínio Secreto. 
Opinar após a apresentação do Quarto de Hora de Instrução. 
Saudar os Irmãos visitantes na Palavra à Bem da Ordem em Geral e do Quadro 
em Particular. 
Efetuar a síntese dos trabalhos e declará-los Justos e Perfeitos para que o 
Venerável Mestre possa fechar a Loja. 
 
 
 
 
 
40 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
JUSTOS E PERFEITOS 
CONCLUSÃO 
 
 
Para que o Venerável Mestre possa dar início 
ao processo de encerramento dos trabalhos, é 
necessário que o Orador declare que eles tenham 
decorrido Justo e Perfeitos. 
Existe menção, como origem do termo, de 
uma lenda envolvendo sabotagens praticadas por 
lojas rivais nas guildas medievais de pedreiros. 
Sabotadores de outras lojas infiltrados nas obras 
desalinhariam propositalmente as pedras que 
formariam a base e paredes das construções em 
andamento para atrasar sua conclusão. 
Segundo a narrativa, justa seria a pedra rigorosamente encaixada na horizontal, 
representando a igualdade e o nivelamento entre os obreiros. Perfeita, seria a pedra 
rigorosamente encaixada na vertical, simbolizando a ascensão rumo à elevação espiritual. 
Assim, os Vigilantes percorreriam as obras antes e após os trabalhos para verificar a 
correção da colocação das pedras, e na hipótese afirmativa, diria um que os trabalhos 
estavam justos, e o outro que estavam perfeitos. 
Mas é apenas uma ficção, uma alegoria para ilustrar os conceitos da Doutrina, isso 
não ocorria nas guildas medievais. A real referência é bíblica, e diz respeito ao patriarca 
Noé, personagem da primeira versão da Lenda do Terceiro Grau. 
Noé, segundo a Bíblia, foi o único homem justo e perfeito aos olhos de IAVEH 
(Gênesis 6: 8-9). Os ritualistas se referiam à conduta desejável para os maçons. 
Nas Lojas Simbólicas, a declaração do Orador se refere aos trabalhos realizados, 
e não aos maçons. Justo é o trabalho que foi executado com justiça, e perfeito, é o que 
não carece de correção. Significa dizer que até aquele momento todas as etapas 
ritualísticas e litúrgicas foram cumpridas, bem como a legislação maçônica observada. 
 
 
 
Como vimos, o cargo de Orador é de muita 
responsabilidade, a regularidade da Loja também depende 
de sua atuação. 
Não é um cargo que se resume a discursos, requer 
amplo conhecimento da legislação maçônica e dos rituais, 
além de muito estudo, dedicação e compromisso. 
É comum o Orador ser visto com antipatia por 
alguns obreiros, por conta de sua atribuição de auditor das 
sessões, mas seu desempenho é fundamental para a 
regularidade da Loja. 
O Orador deve entender que não é juiz nem 
promotor de justiça, mas sim o assessor jurídico do 
Venerável Mestre. Sua atuação não deve ser corretiva 
apenas, mas principalmente preventiva. 
41 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ETIMOLOGIA 
A INSPIRAÇÃO 
O SECRETÁRIO 
 
O Secretário é um dos cargos mais importantes de uma Loja Simbólica, atua 
ritualística e administrativamente, é o “braço direito” do Venerável Mestre na 
administração das Lojas Simbólicas, e possui gigantesca responsabilidade. 
É um dos cargos menos concorridos pelos Mestres Maçons, mas quando bem 
desempenhado é alvo dos maiores elogios. 
Suas funções por vezes se confundem com as do Chanceler, de quem herdou 
várias atribuições ao longo do tempo. 
Possui um simbolismo muito interessante, pois está relacionado à história das 
Lojas e consequentemente da Maçonaria. 
É um dos 7 Mestres necessários para abrir a Loja 
 
 
 
Secretário vem do latim secretariu, e originalmente se referia a um local 
reservado, à sala de reunião dos juízes, ou a um tribunal secreto. Portanto, secretário tem 
a mesma raiz de segredo ou secreto. 
Na Idade Média o vocábulo passou a designar a pessoa a quem se podia confiar 
segredos. Nesta época foi associado à função o domínio da gramática e da ortografia, e 
por vezes o conhecimento de vários idiomas. 
O secretário medieval era com certeza erudito, e sua profissão se confundia com 
a de diplomatas e ministros dos reinos. 
Modernamente o secretário assumiu o conceito de assessor direto das chefias. 
Na Maçonaria Especulativa o Secretário desempenha ambas as funções, grava os 
balaústres e todos os documentos da Loja mantendo o devido sigilo, e assessora 
diretamente o Venerável Mestre. 
É uma das funções mais importantes da Oficina e um dos 7 cargos obrigatórios 
para a abertura de uma sessão. 
 
 
 
 
 
O cargo de Secretário evidentemente 
está associado à escrita, à gravação do 
conhecimento para transmissão às futuras 
gerações. 
Os primeiros registros do dia a dia da 
humanidade surgem nas pinturas rupestres 
das cavernas e datam de 40.000 anos. 
A partir daí o homem desenvolveu 
símbolos para facilitar a transmissão e 
perpetuação do conhecimento através das gerações. 
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OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O SECRETÁRIO E A ESCRITA 
OS ESCRIBAS EGÍPCIOS 
Os primeiros alfabetos eram desenhos, símbolos, ideogramas, a escrita cuneiforme 
surgiu na Mesopotâmia em 3500 a.C., na mesma época surgem os hieróglifos dos 
egípcios. 
As gravações dos símbolos eram feitas em argila, ossos, cascas de árvore, rochas 
e peles de animais. A linguagem escrita começa a se desenvolver, e o conhecimento 
passa a ser transmitido de forma mais eficiente.

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