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3 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 
 
Índice 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seção Página 
Índice 3 
O Grupo Adonhiramita de Estudos 4 
Agradecimentos 5 
Apresentação 6 
Advertência 7 
O Mestre de Cerimônias – Sergio Emilião 8 
O Orador – Sergio Emilião 28 
O Secretário – Sergio Emilião 41 
O Tesoureiro – Sergio Emilião 53 
O Chanceler – Sergio Emilião 67 
O Hospitaleiro – Sergio Emilião 77 
O Irmão Experto – Sergio Emilião 92 
O Arquiteto – Sergio Emilião 105 
O Mestre de Harmonia – Swami Caetano 121 
O Mestre de Banquetes – Sergio Emilião 132 
O Bibliotecário – Sergio Emilião 145 
O Porta-Bandeira & o Porta-Estandarte – Sergio Emilião 155 
O Cobridor – Sergio Emilião 167 
Os Vigilantes – Sergio Emilião 170 
O Venerável Mestre – Sergio Emilião 200 
Os Palestrantes 224 
Créditos 226 
4 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O Grupo Adonhiramita de Estudos 
 
 
 
 
 O ano de 2020 foi marcado pelo isolamento social causado pela pandemia do 
vírus SARS-COVID 19. Assim como toda sociedade brasileira a Maçonaria foi 
profundamente afetada. Em função dos riscos de contágio, as Lojas Simbólicas 
paralisaram suas atividades presenciais e iniciou-se uma nova era de relacionamento 
maçônico à distância através das plataformas digitais. 
 Grupos de debate, pesquisas, estudo ou simples conversação se proliferaram nas 
redes sociais, proporcionando um intercâmbio e difusão de conhecimentos jamais 
imaginados. 
 Palestras virtuais nas plataformas de videoconferência tomaram vulto e parecem 
ter ingressado de forma definitiva no meio maçônico. Em meio às incertezas causadas 
pela pandemia, a tecnologia do século XXI tomou de assalto os maçons, arrebatando 
Amados Irmãos de todas as faixas etárias. A tela dos computadores, notebooks e 
smartfones aproximava os maçons e os inseria quase que forçadamente no universo 
digital. Sem dúvida uma nova era foi inaugurada na Maçonaria, e que parece não permitir 
retrocesso. 
 Em meio a este cenário, dois Mestres Instalados, Swami Caetano e Sergio 
Emilião, fundaram no dia 19 de outubro de 2020 na plataforma WhatsApp um Grupo de 
Estudos dedicado exclusivamente ao Rito Adonhiramita. 
 O objetivo era fomentar o debate, a pesquisa, o estudo e principalmente a troca de 
informações e experiências entre os maçons praticantes do Rito Adonhiramita diante da 
literatura escassa, permitindo, entretanto, a participação de maçons praticantes de todos 
os Ritos interessados em conhecer e debater sobre as peculiaridades do nosso Rito. 
 Os assuntos abordados são restritos ao Grau de Aprendiz Maçom, não apenas para 
possibilitar a participação de todos os maçons, mas igualmente para minimizar a ausência 
de instruções em Loja para os Aprendizes e Companheiros, certamente os mais 
prejudicados pela interrupção das sessões presenciais. 
 Em acréscimo às atividades cotidianas do Grupo, às segundas-feiras são realizadas 
palestras sobre assuntos referentes ao Rito Adonhiramita em plataforma de 
videoconferência, abordando temas que versam sobre a história, ritualística, liturgia, etc. 
 A adesão foi surpreendente. O Grupo Adonhiramita de Estudos reuniu num 
período relativamente curto um grande número de membros provenientes de todas as 
Potências Simbólicas Regulares do Brasil, abrangendo praticamente todos os estados do 
território nacional e ainda Amados Irmãos de outros países como os EUA, Portugal e 
Inglaterra. Rapidamente as vagas para a plataforma WhatsApp se esgotaram, e foi 
necessário a criação de uma expansão na plataforma Telegram. 
 Na data da edição deste volume o Grupo Adonhiramita de Estudos reunia cerca 
de 500 maçons, o que deixa a nós, seus administradores, extremamente recompensados e 
esperançosos num futuro promissor para o Rito Adonhiramita, que tem um papel histórico 
bastante relevante no cenário da Maçonaria brasileira. 
 
 
VIVAT! VIVAT! VIVAT! 
 
 
 
5 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
Agradecimentos 
 
 
 
 
 O Grupo Adonhiramita de Estudos, através de seus administradores, vem externar 
seus sinceros agradecimentos a todos os Amados Irmãos participantes nas plataformas 
WhatsApp, Telegram e palestras online. 
 Além do enriquecimento de nossos conhecimentos sobre o Rito Adonhiramita, o 
estreitamento dos laços de amizade entre Amados Irmãos que jamais se encontraram 
pessoalmente deixa claro que a Maçonaria é uma Fraternidade de homens livres e de bons 
costumes. 
 Todos os membros do Grupo Adonhiramita têm demonstrado comportamento 
exemplar e fraterno convívio, com decoro e respeito mútuo e acima de tudo, com efetiva 
participação. Não é apenas o Grupo Adonhiramita de Estudos que cresce, mas o próprio 
Rito Adonhiramita, rompendo barreiras entre Potências Simbólicas e Filosóficas, pois 
afinal, o Rito é maior que nós, e chamado de “Rito do Amor” 
 Antes de ingressar nos assuntos desse volume, nós, administradores do Grupo 
Adonhiramita de Estudos, queremos registrar nossos sinceros agradecimentos a todos 
vocês, Amados Irmãos, pois sem as suas participações e entusiasmo nada disso seria 
possível, e em especial a nosso Amado Irmão Juan Carlos, da Flórida, EUA, que 
gentilmente hospeda nossa sala virtual para realização das nossas palestras às segundas-
feiras. 
 
 “Que a PAZ, a HARMONIA e a CONCÓRDIA, sejam a tríplice argamassa 
com que se liguem nossas obras”! 
 
Fraternalmente, 
 
Swami Caetano & Sergio Emilião 
Administradores do Grupo Adonhiramita de Estudos 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
Apresentação 
 
 
 
 
 Este volume, que tem como tema a análise dos cargos em Loja no Rito 
Adonhiramita, é uma compilação das palestras apresentadas no Grupo Adonhiramita de 
Estudos no período de fevereiro a julho de 2021. 
 Não se trata de um curso, ou de um manual para o desempenho das funções, mas 
apenas a exposição da opinião e entendimento dos palestrantes a respeito de cada um dos 
cargos estabelecidos nos Rituais Adonhiramitas. 
 Os textos não são uma transcrição das palestras, mas uma transformação dos slides 
apresentados em formato de livro ou apostila com a inserção de imagens ilustrativas. 
 A iniciativa para confecção neste formato foi sugestão de alguns membros do 
Grupo, e entendemos não apenas ser pertinente, mas igualmente útil tanto para consulta 
quanto para o debate. 
 Portanto, o Amado Irmão não deve tomar este material como um manual oficial 
para a prática do Rito Adonhiramita, mas sim como uma fonte de pesquisa que pode e 
deve ser aperfeiçoada para o progresso do Rito e à Glória do Grande Arquiteto do 
Universo. 
 O conteúdo pode ser compartilhado livremente entre maçons regulares, e não há 
aqui nenhum interesse comercial, apenas a intenção de promover o estudo sobre o Rito 
Adonhiramita. 
 Desejamos a todos os Amados Irmãos uma boa leitura! 
 Que o Grande Arquiteto do Universo permaneça nos guiando e iluminando! 
 
Fraternalmente, 
 
Swami Caetano & Sergio Emilião 
Administradores do Grupo Adonhiramita de Estudos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
Advertência 
 
 
 
 
 Os textos apresentados basearam-se no Ritual de Aprendiz Maçom, Rito 
Adonhiramita, publicado pelo Grande Oriente do Brasil, edição 2009, e referem-se à 
prática das sessões ordinárias. 
 Este esclarecimento se faz necessário por questão de ética, por serem os autores 
membros regulares desta Potência Simbólica, por motivo de conhecimento, já que é a 
prática de seu domínio, e por haver pequenas diferenças entre a prática e a legislação nas 
demais Potências Simbólicas. 
 Faz-se mister esclarecer que os textos refletem apenas a opinião e o entendimento 
dos autores, sendo, portanto, de sua inteira responsabilidade. 
 O conteúdo deste volume não deve ser compreendido como a posição oficial doGrande Oriente do Brasil, nem de nenhuma Potência Maçônica, Simbólica ou Filosófica, 
na qual o Rito Adonhiramita seja praticado. 
 Ressaltamos, para os membros do Grande Oriente do Brasil, que as dúvidas 
decorrentes da leitura dos textos podem e devem ser dirimidas de forma oficial junto à 
Secretaria Geral de Orientação Ritualística do Grande Oriente do Brasil, ou nos 
departamentos correspondentes nas demais Potências Simbólicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O MESTRE DE CERIMÔNIAS 
 
 
 
 
 
 
 INSPIRAÇÃO 
 
 
 
O cargo de Mestre de Cerimônias nas Lojas Simbólicas certamente foi inspirado 
nas cortes medievais, onde um oficial fazia as honras da casa, recebendo os visitantes e 
introduzindo-os nas câmaras reais e dos nobres para as audiências. Cabia também a este 
oficial organizar os eventos, festas e comemorações nas cortes. 
 Antes de inspirar os ritualistas maçônicos, o Mestre de Cerimônias medieval 
influenciou um funcionário com as mesmas atribuições no Parlamento Britânico, onde 
introduzia os parlamentares, os conduzia ao parlatório e distribuía documentos durante as 
assembleias. 
 Embora este último tenha certamente se colocado cronologicamente em data mais 
próxima da regulamentação da Maçonaria Operativa ocorrida em 1717, com a fundação 
da Grande Loja de Londres e Westminster, creio que ambos oficiais se relacionam com 
as funções modernas dos Mestres de Cerimônias das Lojas Modernas. 
 Para o Rito Adonhiramita em particular, enxergo uma inspiração adicional, fruto 
da influência do mazdeísmo ou zoroastrismo, a religião dos magos persas, cujos fieis 
eram chamados de “adoradores da luz”. 
 O Mestre de Cerimônias no Rito Adonhiramita também é chamado de “Mago do 
Templo”, pois é ele quem faz circular as energias sutis durante as sessões. 
 Na Maçonaria britânica o cargo é denominado Master of Ceremonies, exatamente 
Mestre de Cerimônias, Marshal, chefe de protocolo, ou Conductor, condutor. Todas as 
denominações certamente estão corretas. 
 Na França o cargo foi traduzido para Maitre des Céremonies, mantendo a ideia 
principal do verbete, que desta forma foi versado para o português. 
 Nesse caso a tradução para o nosso idioma não trouxe qualquer prejuízo para a 
correta compreensão de suas funções e atribuições. 
 
 
 
 
ASSOCIAÇÕES MÍTICAS 
 
 
 
 
 Não creio que os ritualistas maçônicos tenham se inspirado em qualquer herói 
mítico ou divindade mitológica para a instituição do cargo de Mestre de Cerimônias nas 
Lojas Simbólicas, mas penso que na verdade não foram os deuses que criaram o homem 
à sua imagem, mas justamente o contrário. Nesse sentido, é fácil observar que estes heróis 
e deuses da antiguidade representassem aspectos da personalidade humana e de seus 
9 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
TOTH 
atributos, uma espécie de arquétipo por assim dizer. Assim, julgo razoável imaginar que 
certas personagens míticas simbolizem alguma função ou atividade profissional humana, 
evidentemente em termos de alegorias, portanto, entendo que seja possível associar 
alguns dos cargos de uma Loja Simbólica a esses arquétipos. 
 No caso do Mestre de Cerimônias vislumbro a possibilidade de sua associação 
com os seguintes heróis ou divindades mitológicas: o deus Toth, Hermes Trismegistus, 
dos egípcios, sincretizado com a divindade Hermes dos gregos e Mercúrio dos romanos; 
o deus Apolo dos gregos e Febo para os romanos; os sacerdotes levitas da tradição 
judaico-cristã e as emanações da Árvore da Vida do Sepher Yetzirah, o Livro da Criação, 
que comumente chamamos de Cabala. 
 Vou abordar resumidamente cada um deles, procurando não causar prejuízo ao 
entendimento das funções do Mestre de Cerimônias e apresentar as razões de meu 
entendimento sobre essas possíveis associações. 
 
 
 
 
 Toth era uma das divindades mais importantes do Egito politeísta. Era 
considerado o deus da ciência, das artes, da matemática, da arquitetura e da astronomia. 
A invenção da escrita era atribuída a ele, que teria ensinado aos homens. 
 
 Possuía como símbolo um caduceu, que 
era uma haste circundada por uma serpente 
de cada lado e encimado por um par de asas. 
Essa representação vai ser sincretizada pelos 
gregos posteriormente, e é associada à 
dualidade da manifestação física do 
Universo: positivo e negativo; macho e 
fêmea; corpo e alma; Kah e Bah para os 
egípcios, os três pilares da Árvore da Vida 
cabalística, Ida e Pingala para o hinduísmo, 
e também, de certa forma, a circulação do 
Mestre de Cerimônias nos Templos 
Adonhiramitas, além de nossas três Colunas 
de sustentação das Lojas Maçônicas, 
Sabedoria, Força e Beleza. Ou seja, é um 
símbolo do equilíbrio cósmico. 
 No meio profano se tornou símbolo da 
medicina, que teria sido ensinada por ele aos 
homens, mas também há sua representação 
em outras carreiras profissionais. 
 Deus do conhecimento, sua sabedoria lhe conferia poderes mágicos, foi ele quem 
auxiliou Ísis a ressuscitar Osíris. 
 Foi chamado pelos gregos de Hermes Trismegistus, o “Três Vezes Grande”, ou 
“Três Vezes Poderoso”, pois possuía a capacidade de transitar pelos três Planos da 
Existência, material, astral e espiritual. Portanto, é associado ao número TRÊS. 
 No Tribunal de Osíris, que julgava as almas dos homens pesando seus corações 
na Balança de Maat, deusa da justiça, Toth atuava como advogado ou defensor público 
dos seres humanos. 
10 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
HERMES 
APOLO 
 Numa das lendas a seu respeito, surge derrotando a serpente, uns chamam de 
dragão, Thyphon, que era o símbolo do mal, representando a vitória da luz da sabedoria 
sobre a ignorância das trevas. 
 Sua associação com o cargo de Mestre de Cerimônias se dá justamente pela 
atuação deste Mestre Maçom em nossos Templos, alternando sua posição entre o Oriente 
e as duas Colunas do Ocidente, e fazendo circular as energias sutis existentes no ambiente. 
 
 
 
 
 O deus Hermes dos gregos, que foi chamado de Mercúrio pelos romanos, nada 
mais é do que o sincretismo com a divindade egípcia Toth que vimos anteriormente. 
 Os gregos o consideravam o 
mensageiro dos deuses, pois cabia a ele 
transmitir as decisões do Olimpo para os 
homens. Também era ele quem transportava 
as almas dos mortos para o reino dos mortos, 
o Hades, tarefa que posteriormente foi 
absorvida por outra divindade, Caronte, o 
“Barqueiro das Almas”. 
 Na correspondência com as atribuições 
do Mestre de Cerimônias vemos o transporte 
das comunicações entre os obreiros durante 
as sessões, notadamente na circulação do 
Saco de Propostas e Informações, e no 
cumprimento das ordens do Venerável 
Mestre. O desdobramento da Chama Sagrada 
ou Fogo Eterno é executado pelo Mestre de 
Cerimônias, é ele que simbolicamente une os 
três Planos da Existência em nossas sessões. 
 
 
 
 Hermes era considerado também deus da magia, dos transportes e das viagens, e 
mais tarde os romanos lhe atribuíram em acréscimo a proteção ao comércio e à 
comunicação. 
 A exemplo de sua origem egípcia, Hermes também portava o caduceu, e foi essa 
interpretação dos romanos como protetor do comércio e das comunicações que levou 
algumas carreiras profissionais além da medicina adotarem esse símbolo em suas marcas. 
 Estes conceitos são semelhantes aos de Toth e sua capacidade de transitar entre os 
Planos da Existência. 
 
 
 
 
 Apolo era considerado o deus do Sol, das artes, da música e da beleza. Foi 
denominado Febo pelos romanos. Era o mais belo e perfeito dos deuses gregos. 
 Em sua origem era o condutor da Carruagem de Helios, o Sol, e mais tarde passou 
a simbolizar o próprio astro rei. Essa sua característica o aproxima da circulação em Loja 
executada pelo Mestre de Cerimônias, no formato do símbolo matemático do infinito,a 
lemniscata de Bernouli, que na verdade representa o trânsito aparente do Sol no 
firmamento, num fenômeno astronômico denominado analema. 
 
11 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS SACERDOTES LEVITAS 
 Era geralmente representado com 
um Sol ao redor de sua cabeça, 
representação que parece ter inspirado a 
iconografia religiosa medieval que 
estabeleceu halos ao redor da cabeça dos 
santos. 
 Possuía um arco mágico que 
atirava flechas de luz, e que segundo os 
gregos eram responsáveis por conceder 
conhecimento e sabedoria aos homens, 
bem como impeli-los a praticar a vontade 
dos deuses. 
 Há uma lenda a seu respeito na 
qual ele mata uma serpente chamada 
Piton, denominação muito semelhante ao 
dragão ou serpente Phython derrotada por 
Toth, o que sugere haver a mesma 
inspiração no deus egípcio. 
 
 
 
 
 
 “Por isso, o Senhor disse ainda o seguinte a Aarão: “Tu, teus filhos e tua família 
são responsáveis por qualquer profanação que se faça no santuário, assim como por toda 
a incorreção no exercício do vosso serviço sacerdotal”. (Números 18,1) 
Segundo a narrativa bíblica do Livro dos Números IAVEH teria determinado à 
Aarão e sua descendência a função sacerdotal e a guarda dos elementos sagrados do 
Tabernáculo do Deserto. Nasceu assim a tradição dos descendentes da Tribo de Levi 
serem os únicos responsáveis pelo sacerdócio entre o povo hebreu, condição que se 
estenderia até a construção do Templo de Jerusalém por Salomão. 
 
 
 
Eram os sacerdotes levitas os únicos 
que podiam transportar a Arca da Aliança, bem 
como acender os candelabros e incensar o 
Templo purificando-o para as orações e 
adoração ao Deus Único. E utilizavam um traje 
especial para estas funções. 
 Os ritualistas Adonhiramitas parecem 
ter se inspirado diretamente nesta função dos 
levitas para estabelecer o Mestre de 
Cerimônias como o responsável nas Lojas pelo 
Cerimonial do Fogo, a Cerimônia da 
Incensação e o próprio manuseio e transporte 
da maioria dos objetos litúrgicos durante as 
sessões. 
 
 
 
12 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 A CABALA HEBRAICA 
 
A posição dos cargos num Templo Adonhiramita possui uma incrível semelhança 
com o traçado da Árvore da Vida da Cabala. Eu diria que há tanta coincidência que é 
quase impossível ter sido fruto do mero acaso. 
 
 Neste diagrama nós vemos 
representadas as dez sefirotes, acrescidas de 
DAAT, a sefirote invisível, tal qual a Coluna 
da Sabedoria dos Templos maçônicos. Cada 
um dos cargos está relacionado à emanação 
de uma destas sefirotes e identificado por sua 
Joia. A cada cargo demonstrarei a 
possibilidade de associação. 
 No caso do Mestre de Cerimônias, 
como vemos na imagem, ele não está 
associado a nenhuma das sefirotes, e nem 
poderia, pois ele é móvel, se movimenta o 
tempo todo da sessão no interior do Templo, 
ao passo que as emanações são posições 
geográficas fixas que os ritualistas 
provavelmente associaram às sete 
Dignidades da Loja acrescidas do Cobridor 
Interno, que está na posição de MALKUTH. 
 
 No entanto, a energia circula entre essas emanações formando 22 caminhos, que 
são simbolicamente percorridos pelo Mestre de Cerimônias, pois é ele quem as faz 
circular em nossas sessões, carregando-as de uma emanação à outra e aterrando as 
energias inservíveis em MALKUTH, através da espada do Cobridor Interno. 
 Vem daí o conceito de que a espada do Mestre de Cerimônias atrai 
magneticamente essas energias transportando-as e distribuindo-as no interior do Templo. 
 A Árvore da Vida é dividida em três eixos, pilares ou colunas, tal qual ocorre 
simbolicamente em nossos Templos, o Pilar da Severidade à esquerda, o da Sabedoria ao 
centro e o da Misericórdia à direita, lembrando que a escrita hebraica se dá da direita para 
a esquerda. 
 No eixo central, o Pilar da Sabedoria ou Conhecimento, encontram-se três 
sefirotes que não estão associadas a nenhum dos cargos em Loja. Elas correspondem ao 
Painel de cada um dos três Graus Simbólicos numa escalada evolutiva passando por 
YESOD, a base, o fundamento, correspondendo ao Grau 1, Aprendiz Maçom, 
TIPHERET, a beleza, correspondendo ao Grau 2, Companheiro Maçom, e DAAT, a 
sefirote invisível, correspondendo ao Grau 3, Mestre Maçom. É justamente o Mestre de 
Cerimônias que exibe e oculta esses Painéis em conformidade com o Grau da sessão. 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ATRIBUIÇÕES 
REQUISITOS 
 
 
 
O cargo de Mestre de Cerimônias é preenchido por indicação direta do Venerável 
Mestre, nos termos do que dispõe o artigo 127 do Regulamento Geral da Federação, 
portanto, trata-se de um Oficial e não uma Dignidade. O cargo não é regulamentado pelo 
RGF por possuir apenas funções ritualísticas e não administrativas. 
 
Cabe ao Mestre de Cerimônias conferir o 
material litúrgico necessário às sessões, distribuir os 
Mestres nos cargos quando os titulares não se 
encontrarem presentes na sessão e revesti-los das 
respectivas Joias. 
Deve cuidar para que as sessões ocorram 
sempre no horário previsto, além do aspecto 
disciplinar, esse ciclo repetitivo auxilia na formação 
da Egrégora. 
Deve orientar os Amados Irmãos visitantes, 
principalmente no caso de serem praticantes de Ritos 
diferentes, de modo a familiarizá-los com alguns 
aspectos da ritualística e liturgia Adonhiramita. 
 
É ele quem levar a identificação dos visitantes para verificação e exame do 
Orador. 
É conveniente que distribua os Mestres nas Colunas para equilibrar a Loja, tanto 
em relação à simetria visual quanto ao aspecto energético de suas emanações individuais. 
Conduz as autoridades de acordo com os protocolos regulamentares, e os Mestres 
Instalados ao Oriente, onde têm a prerrogativa de assento. 
Cumpre as determinações do Venerável Mestre e dos Irmãos Vigilantes, além de 
prestar auxílio a qualquer obreiro que o necessite durante as sessões. 
Ninguém se movimenta em Loja sem ser conduzido pelo Mestre de Cerimônias, 
ele deve acompanhar os obreiros na necessidade de circulação em Loja. 
É ele o responsável pelo transporte dos materiais litúrgicos e administrativos 
durante o decorrer das sessões. 
Executa as funções de Hospitaleiro e 2° Experto na ausência de um Mestre no 
cargo. 
Colhe a assinatura do Secretário, Venerável Mestre e Orador nos balaústres, do 
Chanceler e Venerável Mestre nos certificados de presença, e os distribui aos visitantes. 
 
 
 
 
 
 O primeiro requisito para ser Mestre de Cerimônias numa Loja do Rito 
Adonhiramita evidentemente é ser decorado com o Grau de Mestre Maçom, mas em meu 
entendimento outros aspectos devem ser levados em consideração para a seleção e 
designação do ocupante do cargo. 
 
 
14 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A POSTURA 
 Primeiramente deve gozar de boa 
condição física, pois seu trabalho é 
cansativo e exigirá movimentação 
constante em todas as sessões. 
Deve ter, como todo maçom, 
compromisso e dedicação, pois o 
desenvolvimento das sessões dependerá 
sempre da sua atuação. 
Assiduidade e pontualidade devem 
ser observadas com muito zelo, pois é o 
Mestre de Cerimônias quem organiza os 
obreiros para o início dos trabalhos. Deve 
chegar ao Templo com razoável 
antecedência para não ocasionar atropelos 
e atrasos. 
A disciplina deve ser uma das características do Mestre de Cerimônias, pois é ele 
quem executa a liturgia das sessões. Deve observar rigorosamente os Rituais, e para tanto 
é recomendável que os estude constantemente, o que lhe proporcionará o desembaraço e 
a segurança requeridos para o desempenho das funções. 
É importante que não seja tímido, pois os olhos dos obreiros do quadro e dos 
visitantes estará sobre ele a maior parte do tempo das sessões, a imagem da Loja está 
ligada diretamente a seu desempenho. Mas também não deve ser exageradamenteextrovertido, a seriedade na sua postura é essencial. 
Deve conhecer bem o tratamento dado a autoridades e faixas maçônicas para não 
haver constrangimentos na sua recepção, e da mesma forma ser capaz de identificar a 
qualidade e Grau dos visitantes pelo simples exame visual de suas alfaias. 
Deve permanecer sempre atento a todas as ocorrências no Templo durante o 
decurso das sessões, notadamente no que diz respeito à queima das velas nos candelabros 
e Chama Sagrada, assim estar familiarizado e desenvolver habilidade e destreza no 
manuseio dos instrumentos litúrgicos, isso lhe emprestará notável beleza à ritualística. 
E sobretudo, é essencial possuir afinidade com o Venerável Mestre, quando há 
sintonia entre os dois a fluência das sessões, e principalmente o equilíbrio energético são 
alcançados com maior facilidade e menor esforço. 
 
 
 
 O Mestre de Cerimônias deve ser elegante. Não deve andar nem muito rápido nem 
muito devagar, deve fazê-lo de modo suave e solene. 
 Deve possuir boa impostação de voz, pois suas falas devem ser ouvidas e 
entendidas em todo o Templo, mas não deve gritar, deve apenas chamar a atenção de 
todos pelo tom solene de sua voz. 
 Deve demonstrar seriedade, gentileza e cordialidade 
com os Irmãos, principalmente com os visitantes 
praticantes de outros Ritos, a quem deve orientar sempre 
que necessário com relação à liturgia Adonhiramita. 
 Não deve jamais descalçar as suas luvas, afinal, é ele 
quem adverte a todos os obreiros para calçá-las se suas 
mãos permaneceram limpas desde o encerramento dos 
trabalhos anteriores, não seria correto, portanto, 
recomendar algo e fazer de outra forma. 
 
15 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
O USO DA ESPADA 
 Sua espada deve estar sempre consigo, mesmo que embainhada, se entendemos 
que o “Mago do Templo” é quem circula absorvendo, renovando e distribuindo as 
energias sutis no interior do Templo através da imantação de sua espada, não faz sentido 
deixar de porta-la. 
 O Mestre de Cerimônias pode solicitar a palavra em qualquer local no Templo, e 
não apenas na sua posição de praxe. Essa permissão é devida justamente por conta de 
suas funções que o fazem circular constantemente durante as sessões. Mas não deve 
utilizar essa prerrogativa como argumento para se deslocar até o Oriente, por exemplo, e 
retrucar a fala de algum obreiro do Ocidente. 
 Toda vez que romper sua marcha deve mentalizar HARMONIA, é isso que ele 
faz, promove o equilíbrio e a harmonia no interior do Templo através da condução da 
ritualística. 
 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita, a Joia do Mestre de 
Cerimônias é um triângulo vazado. 
 Simboliza exatamente essa atuação ritualística e 
simbólica de transitar entre os Três Planos da Existência 
– Material, Astral e Espiritual, e está associada à Lei do 
Triângulo, bastante presente na Doutrina Maçônica. 
 
 
Esse triângulo é equilátero, pois representa o equilíbrio. O Mestre de Cerimônias 
distribui igualitariamente as energias no interior do Templo, todos somos iguais, ninguém 
é privilegiado nem negligenciado. Basta lembrar que ele repete o trânsito aparente do Sol 
no firmamento, e o Sol nasce para todos, sem distinção. 
 O triângulo é a primeira das figuras geométricas planas, todas as demais podem 
ser reduzidas a ele, que é justamente a base dos conceitos geométricos de Pitágoras de 
Samos. 
 Possui seu vértice voltado para cima, e neste sentido, simboliza o Plano Espiritual, 
representando nossa trajetória de evolução vertical rumo ao Criador, pois o espírito se 
sobrepõe à matéria. 
 
 
 
 
 Como disse anteriormente, o Mestre de Cerimônias deve portar sempre a sua 
espada. Mas deve ter consciência de que ela é um instrumento litúrgico e não uma arma. 
Por isso jamais dever ser empunhada em riste, com o gume da sua lâmina apontado para 
qualquer obreiro. 
 Ela é conduzida sempre em Sinal de Guarda, ou seja, segura 
pela mão direita com sua empunhadura na altura do coração sem 
tocar no corpo. Este procedimento ocorre sempre que não estiver 
transportando qualquer objeto que necessite do auxílio das duas 
mãos devido a seu tamanho ou peso, nesta oportunidade sua 
espada deve estar embainhada para ser novamente empunhada 
quando suas mãos estiverem novamente livres. 
 
16 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O MANUSEIO DO TURÍBULO 
 Na ocasião da Saudação ao Pavilhão Nacional ela deve ser apontada para o chão 
formando um ângulo de 45 graus. 
Quando sentado em sua cadeira o Mestre de Cerimônias não “aterra” sua espada, 
esta postura é exclusiva do Cobridor Interno. Deve deixa-la no porta-espada se estiver 
disponível ou apenas próxima a ele, jamais no seu colo. 
 
 
 
 
 O manuseio do turíbulo sem dúvida é uma das tarefas mais embaraçosas para o 
Mestre de Cerimônias, por isso deve ser objeto de constante treinamento para não causar 
constrangimentos ou prejuízo ao andamento das sessões. 
 A Cerimônia da Incensação é uma das características do Rito Adonhiramita, e, 
portanto, deve ser realizada com todo rigor ritualístico. Além disso é a etapa de 
purificação do ambiente e dos obreiros. 
 A correta postura e o desempenho do Mestre de Cerimônias emprestam notável 
beleza a esta etapa de nossos Rituais. 
 
 O manuseio do turíbulo pelo Mestre de 
Cerimônias obedece à mesma liturgia empregada 
pela Igreja Católica. 
 Os movimentos são denominados ductos e 
ictos, expressões derivadas do latim. Ducto significa 
tubo ou conduto, e icto golpe ou pulsação. 
 Ducto é o movimento ascensional de levantar 
o turíbulo à altura dos olhos de quem está se 
incensando, e é esta mesma postura que o Mestre de 
Cerimônias deve observar quando executar a vênia 
transportando-o. 
 Já o icto é o movimento pendular, de baixo 
para cima, executado na direção da pessoa que será 
incensada. 
 Para executar o ducto segura-se a argola na 
extremidade da corrente de sustentação do turíbulo 
com os dedos polegar, indicador e médio da mão 
esquerda à altura do coração, e a metade da corrente 
com a mão direita e ergue-se o turíbulo. 
 
 Para executar o icto segura-se o turíbulo da mesma maneira e apenas se dirige o 
rolo de fumaça do incenso na direção dos olhos de quem está sendo incensado. 
 A incensação é executada sempre no eixo dos altares do Venerável Mestre e 
Vigilantes e nas mesas do Orador e Secretário, sempre de frente para quem está sendo 
incensado. Há ainda a incensação do Templo do Oriente para o Ocidente antes de descer 
os degraus e do Ocidente para o Oriente entre Colunas. 
 A incensação do Átrio é executada pelo Cobridor Interno que é incensado pelo 
Mestre de Cerimônias e após isso o incensa também. 
 Encerrada a Cerimônia de Incensação o turíbulo deve ser colocado no Altar dos 
Perfumes. 
 O turíbulo carregado de brasas de carvão deve permanecer no interior do Templo 
para que o Mestre de Cerimônias possa manuseá-lo sem precisar sair. 
17 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O ACENDEDOR E O ABAFADOR 
O TRANSPORTE DE MATERIAIS 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS 
 
 
 
 As velas dos candelabros jamais são 
apagadas com sopro, usa-se o abafador para tal 
tarefa, e da mesma forma são revigoradas com o 
acendedor. 
 Ambos instrumentos devem ser 
conduzidos pelo Mestre de Cerimônias entre as 
duas mãos espalmadas e à frente do seu corpo. 
Devem repousar no Altar dos Perfumes quando 
não estiverem sendo utilizados. 
 Por vezes os dois instrumentos encontram-
se reunidos numa só peça. 
 
 
 
 
 
 Os materiais e instrumentos litúrgicos devem ser transportados na maneira 
prescrita nos Rituais para cada caso em particular. 
 
 
 
 De modo geral a regra a ser observada é 
transportá-los sempre que possível fazendo uma 
esquadria com os braços, mãos e corpo. 
 Evidentementeobjetos de grandes dimensões 
e peso que necessitem do uso das duas mãos para 
seu transporte dispensam essa postura. 
 
 
 
 
 Cabe ao Mestre de Cerimônias desempenhas as seguintes funções ritualísticas: 
Conduzir o Revigoramento da Chama Sagrada juntamente com os Irmãos 2° Experto e 
Arquiteto; 
• Organizar a Procissão e o cortejo de ingresso no Templo; 
• Executar a Cerimônia da Incensação; 
• Executar o Cerimonial do Fogo; 
• Formar o Pálio para a abertura e fechamento do Livro da Lei; 
• Exibir e ocultar o Painel do Grau após a declaração de abertura e fechamento da 
Loja; 
• Informar ao Venerável quem bate à porta do Templo após o início dos trabalhos 
e conduzi-los a seus lugares em Loja após a autorização de ingresso; 
• Levar parta o exame do Orador as credenciais maçônicas dos Irmãos visitantes; 
• Circular com o Saco de Propostas e Informações; 
• Contabilizar e informar ao Venerável Mestre o resultado das votações na 
aprovação dos balaústres e matérias comuns; 
18 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
PROCISSÃO 
• Formar a Guarda de Honra para recepção de autoridades e saudação ao Pavilhão 
Nacional; 
• Acompanhar os obreiros quando necessário sua circulação em Loja; 
• Colher a assinatura do Secretário, Orador e Venerável Mestre após a aprovação 
dos balaústres; 
• Colher a assinatura do Chanceler e Venerável Mestre nos Certificados de Presença 
e entrega-los aos Irmãos visitantes; 
• Colher a assinatura dos obreiros presentes nas sessões que não tenham assinado o 
Livro de Presenças antes do início dos trabalhos; 
• Executar o Adormecimento do Fogo; 
• Organizar o cortejo de saída do Templo, e 
• Conduzir o Adormecimento da Chama Sagrada. 
 
 
 
 
É o Mestre de Cerimônias quem organiza a Procissão e o cortejo de ingresso no 
Templo. 
 O Rito Adonhiramita procede ao ingresso dos obreiros no Templo de modo 
ordenado, compassado e silencioso, numa postura quase militar. 
 O objetivo é exatamente evitar a entrada caótica dos maçons, posto que uma vez 
revigorada a Chama Sagrada o espaço físico do Templo também assume sacralidade. 
 Nas etapas que se seguirão, a dramatização ou representação simbólica da criação 
do Universo através do Logo Divino terá lugar, portanto, o caos deve iniciar seu processo 
de ordenamento a partir deste momento, como se os átomos começassem a se agregar 
para se expandir posteriormente manifestando o Universo. 
 O Átrio funciona exatamente como uma espécie de câmara de descompressão, 
onde nosso espírito e mente serão preparados para o trabalho maçônico libertando-se de 
todas as angústias, incertezas, inseguranças, medos e preocupações ligadas ao universo 
profano. É justamente o Mestre de Cerimônias que comanda essa alternância vibratória 
entre os obreiros, com voz firme, solene, e harmonizando-os mentalmente para os atos 
ritualísticos e litúrgicos da sessão que irá se iniciar. 
 Deve estar com as luvas já calçadas, mesmo porque, acabou de proceder ao 
Revigoramento da Chama Sagrada juntamente com os Irmãos 2° Experto e Arquiteto, e 
assim convida os demais obreiros a imitá-lo. 
 Coloca-se de costas para a porta do Templo, evidentemente quando o espaço físico 
assim o permitir, e mantendo o Sinal de Guarda. Nesta posição procede às falas 
ritualísticas de praxe. Na impossibilidade de realizar esta etapa nos termos do ritual por 
conta da exiguidade do espaço, o Mestre de Cerimônias deverá proceder da maneira mais 
próxima possível das descrições nele contidas. 
 As Colunas do Templo serão simbolicamente organizadas à sua frente, a do Norte 
à sua direita, a do Sul à esquerda e o Oriente ao centro e após essas duas. Os visitantes 
praticantes de outros Ritos deverão ser orientados pelo Mestre de Cerimônias a proceder 
na forma do Rito Adonhiramita. 
 Deve executar as pancadas na porta do Templo de forma audível, porém, sem 
violência. Ele está chamando a atenção do Cobridor Interno no interior do Templo e não 
tentando derrubá-la. 
 Concedida a permissão pelo Cobridor Interno comandará o cortejo de ingresso, 
iniciando o convite pelos Aprendizes e encerrando com o Venerável Mestre, que deverá 
ser seguido por ele até o Altar da Sabedoria. 
19 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O LUGAR EM LOJA 
INGRESSO DE AUTORIDADES 
 No interior do Templo verificará se todos os obreiros estão em seus respectivos 
lugares e os Oficiais devidamente postados, efetuando a ocupação do cargo por um 
Mestre ad hoc se necessário. 
 É recomendável também que equilibre a quantidade de obreiros nas Colunas não 
apenas para a obtenção da simetria visual, mas principalmente para harmonizar as 
energias emanadas destes. 
 Encerradas estas etapas deve dirigir-se a seu lugar no Templo e aguardar o 
comando do Venerável Mestre. 
 
 
 
 
 
 
 O Mestre de Cerimônias ocupa uma cadeira no Ocidente, no topo da Coluna do 
Norte, ao lado da mesa do Chanceler. 
 
 
 
 
 
20 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A CERIMÔNIA DA INCENSAÇÃO 
 O ingresso de autoridades maçônicas e visitantes ocorre após a Ordem do Dia. O 
Ritual dispõe desta maneira para que a Loja possa tratar de seus assuntos administrativos 
de forma particular, sem quaisquer constrangimentos. No entanto, quando essa 
circunstância se faz necessária, é de bom tom que o Venerável Mestre suprima esta etapa, 
além da leitura de balaústres e expediente, e da circulação do Saco de Propostas e 
Informações para evitar que as autoridades aguardem um tempo excessivo para ingressar 
no Templo. É comum, no entanto, estas autoridades optarem pelo ingresso sem 
formalidades, em família, e nesta hipótese integrarão o cortejo de acordo com suas 
qualidades e Grau. 
 Nas sessões ordinárias não há formação de Guarda de Honra, caberá apenas ao 
Mestre de Cerimônias acompanhar e conduzir o ingresso das autoridades. 
 Nesse caso ele deverá sair do Templo, identificar e organizar as autoridades em 
ordem crescente de faixa de tratamento, retornar ao Templo e informar nome, qualidade 
e Grau, sair do Templo e convidá-los ao ingresso acompanhando-os até seus respectivos 
lugares. Uma vez acomodados deverá levar o Livro de Presenças, colher suas assinaturas 
e retornar a seu lugar em Loja. 
 
 
 
 
 Para proceder à Cerimônia da Incensação o Mestre de Cerimônias deve dirigir-se 
ao Altar dos Perfumes, tomar posse do turíbulo e alimentá-lo com brasas de carvão, passar 
por trás do retábulo e abrir o vaso do turíbulo para que o Venerável Mestre possa colocar 
as três pitadas de incenso. Feito isto posta-se à frente do Venerável Mestre e o incensa 
por três vezes, à sua esquerda, direita e centro exclamando ao final SABEDORIA! Dirige-
se ao altar do 1° Vigilante e o incensa por três vezes exclamando FORÇA ao final, faz a 
vênia entre Colunas, dirige-se ao altar do 2° Vigilante, incensa-o igualmente por três 
vezes exclamando ao final BELEZA! 
 Após incensar as Três Luzes da Loja dirige-se ao Oriente, fazendo a vênia antes 
de subir os degraus, incensa o Orador por uma vez mentalizando JUSTIÇA, passa por 
trás do retábulo e incensa por uma vez o Secretário mentalizando MEMORIA, faz a vênia 
ao Venerável Mestre na frente de seu altar e dirige-se ao Ocidente, antes de descer os 
degraus, incensando o Templo por três vezes, à esquerda, direita e centro mentalizando 
LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE. 
 Desce os degraus, posta-se entre Colunas e incensa o Templo do Ocidente para o 
Oriente por três vezes, esquerda, direita e centro, exclamando ao final: que a paz reine em 
nossas Colunas! 
 Feito isto, faz a vênia ao Venerável Mestre, volta-se na direção do Cobridor 
Interno e incensa-o por uma vez mentalizando DILIGÊNCIA. Troca de função com ele, 
que incensa o Mestre de Cerimônias mentalizando HARMONIA, e sem sair do Templo, 
com a porta entreaberta, incensa o Átrio e simbolicamente o 1° Experto e o Cobridor 
Externo, à direita e esquerda, mentalizando PAZ e AMOR. Trocanovamente de função 
com o Cobridor Interno, faz a vênia ao Venerável Mestre, dirige-se ao Oriente fazendo 
novamente a vênia antes de subir os degraus, coloca o turíbulo aberto no Altar dos 
Perfumes, passa por trás do retábulo, e retorna a seu lugar, fazendo a vênia ao Venerável 
Mestre antes de sair do Oriente e entre Colunas. 
 
21 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O CERIMONIAL DO FOGO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O Cerimonial do Fogo é uma dramatização da expansão do Universo através da 
Verdadeira Luz, o FIAT LUX bíblico. Nos rituais Adonhiramitas o momento da 
manifestação do Universo é representado pelo desdobramento da Chama Sagrada em três 
atributos: SABEDORIA, FORÇA e BELEZA. 
 O Mestre de Cerimônias dirige-se ao Altar dos Perfumes, toma posse do 
acendedor, passa por trás do retábulo, faz a vênia ao Venerável Mestre, eleva-o à altura 
22 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REVIGORAMENTO DAS CHAMAS 
dos seus olhos e mentaliza: COM A GRAÇA DO GRANDE ARQUITETO DO 
UNIVERSO, ACENDO! Faz novamente a vênia ao Venerável Mestre, sobre os três 
degraus do Altar da Sabedoria, entrega o acendedor a ele pelo lado esquerdo, passa por 
trás do retábulo, pega de volta o acendedor pelo lado direito, desce os degraus do Altar 
da Sabedoria, faz a vênia ao Venerável Mestre antes de descer os degraus para o Ocidente 
e dirige-se ao Altar da Força. Entrega o acendedor pelo lado esquerdo ao 1° Vigilante e 
recebe-o de volta pelo lado direito. Dirige-se ao Altar da Beleza, entrega o acendedor ao 
2° Vigilante pelo lado esquerdo, recebe-o de volta pelo lado direito e apaga o acendedor 
com o abafador, retornando em seguida a seu lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 É mais comum do que se imagina uma ou mais das chamas 
das velas se apagarem durante o decorrer de uma sessão. Se isto 
ocorrer o procedimento para reacende-las é o seguinte: 
 Se a Chama Sagrada ou Fogo Eterno se apagar, o Mestre 
de Cerimônias passa o acendedor ao Venerável Mestre, e este o 
acende na Chama da Sabedoria, em seguida, o Mestre de 
Cerimônias revigora a Chama Sagrada. 
 Se a Chama do Altar da Sabedoria se apagar, o Mestre de 
Cerimônias acende o acendedor na Chama Sagrada, e passa ao 
Venerável Mestre que revigora a Chama da Sabedoria. 
 
 
Se a Chama do Altar da Força apagar, o Mestre de Cerimônias leva o acendedor 
ao Venerável Mestre, que o acende na Chama da Sabedoria. Em seguida, o leva ao 
Primeiro Vigilante e este revigora a Chama da Força. 
23 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A TROCA DE FUNÇÕES COM O COBRIDOR 
NA FUNÇÃO DE SEGUNDO EXPERTO 
Se a Chama do Altar da Beleza se apagar, o Mestre de Cerimônias leva o 
acendedor ao Primeiro Vigilante que a revigora na Chama da Força. Em seguida, o Mestre 
de Cerimônias o leva ao Segundo Vigilante que revigora a Chama da Beleza. 
O acendedor é sempre apagado com o abafador após o revigoramento da 
respectiva Chama. 
O Mestre de Cerimônias volta sempre a seu lugar no Templo após o 
revigoramento de qualquer uma das Chamas sem a necessidade de comando. 
 
 
 
 
 
 
 
Na Cerimônia da Incensação e na circulação do Saco 
de Propostas e Informações o Mestre de Cerimônias troca 
momentaneamente de funções com o Cobridor Interno. 
O turíbulo e o Saco de Propostas e Informações são 
seguros pela mão esquerda, e a espada do Cobridor Interno é 
segura pela mão direita. 
O giro é sinistrogiro (sentido horário). Ou seja, o 
Mestre de Cerimônias se movimenta para o seu lado esquerdo. 
Não vislumbro qualquer sentido místico neste ato, 
julgo que é uma postura militar. A troca da Guarda Real no 
Palácio de Buckingham na Inglaterra ocorre num padrão muito 
semelhante. O que se pretende na verdade é que os 360 graus 
de visão do Templo estão cobertos, ou seja, um olha sempre 
sobre o ombro do outro durante o giro. 
 
 
 
 
 
Na hipótese de baixa frequência na sessão, se não houver Mestres 
suficientes para o preenchimento do cargo de Segundo Experto, é o Mestre 
de Cerimônias que deve executar suas funções. 
Para tanto recebe o comando do Primeiro Vigilante de seu lugar, se 
levanta em Sinal de Guarda, circula como de costume fazendo a vênia entre 
o Ocidente e o Oriente e entre Colunas, e sai do Templo. 
Retorna ao Templo, circula ritualisticamente até o Altar da Força 
fazendo as devidas vênias, coloca-se na posição do 2° Experto, voltado para 
o Venerável Mestre e faz a comunicação. 
Após isso retorna a seu lugar em Loja sem aguardar qualquer 
comando. 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O RESULTADO DAS VOTAÇÕES 
NA FUNÇÃO DE HOSPITALEIRO 
A FORMAÇÃO DO PÁLIO 
 
 
 
 
É o Mestre de Cerimônias o Oficial encarregado de 
comunicar ao Venerável Mestre o resultado da votação das 
matérias apreciadas durante as sessões. 
Para tanto, logo após a manifestação dos obreiros, e 
sem aguardar nenhum comando, se levanta à Ordem e faz a 
contagem dos votos mentalmente. Bate uma palma e 
informa o resultado ao Venerável Mestre. 
Executa o Sinal de Saudação e senta-se. 
 
 
 
 
 
 Na hipótese do titular do cargo de Hospitaleiro não 
estar presente na sessão, e não houver Mestres suficientes para 
preenchimento do cargo, caberá ao Mestre de Cerimônias 
desempenhar suas funções. 
Para isso receberá o comando do Venerável Mestre de 
seu lugar, se levantará, pegará o Tronco de Solidariedade, 
circulará como de costume, fazendo a vênia entre o Ocidente 
e o Oriente e entre Colunas, onde aguardará o comando do 
Venerável Mestre. 
Circulará da mesma maneira que o Hospitaleiro o faz, 
recolhendo as ofertas no Oriente e Ocidente, e trocando de 
função com o Cobridor Interno para efetuar sua doação. 
 
Ao término do giro auxiliará o Tesoureiro na conferência do óbolo coletado, e 
retornará a seu lugar em Loja sem aguardar qualquer comando. 
 
 
 
 
 
 Cabe ao Mestre de Cerimônias 
organizar o Pálio para proteção do Orador na 
Abertura e Fechamento do Livro da Lei. 
Devem ser convidados um Mestre da 
Coluna do Sul e outro da Coluna do Norte, 
não sendo obrigatório que sejam o Arquiteto 
e o Segundo Experto. 
Dignidades que ocupam altares ou 
mesas não podem ser convidados, pois estes 
locais do Templo jamais devem estar 
desguarnecidos. Tampouco o Cobridor 
Interno poderá ser convidado, uma vez que a 
porta do Templo deve estar constantemente 
vigiada e protegida. 
 
25 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O SACO DE PROPOSTAS E INFORMAÇÕES 
 No entanto, o Hospitaleiro, o Mestre de Banquete e o Bibliotecário podem ser 
convidados, não há nada que o impeça. Já o Mestre de Harmonia é recomendável que 
permaneça em seu cargo para a execução da música de fundo. 
Podem ser convidados Mestres visitantes, mesmo que praticantes de outros Ritos, 
oportunidade na qual o Mestre de Cerimônia deverá orienta-los quanto aos procedimentos 
ritualísticos. 
O convite deve ser executado de modo audível para toda Oficina. 
Na ocorrência de número de obreiros insuficiente para a formação do Pálio, este 
deve ser executado apenas pelo Mestre de Cerimônias, que, no entanto, fará o giro 
ritualístico completo como se estivesse convidando os Mestres das duas Colunas. 
A espada do Mestre de Cerimônias fica por baixo das demais na Abertura do Livro 
da Lei, e por cima no seu fechamento. 
Sua posição é frontal ao Livro da Lei, de frente para o Venerável Mestre. 
Após a Abertura ou Fechamento do Livro da Lei, o Orador deve ser conduzido 
pelo Mestre de Cerimônias a seu lugar, e só após isso o Pálio é desfeito. 
 
 
 
 
 
O Saco de Propostas e Informações é seguro pelas duas 
mãos, fechado, com a mão esquerda sobre o coração e a direita 
sobre a esquerda. 
A circulação obedece sempre à ordem hierárquica dos 
cargos e obreiros, conforme descrito no ritual. 
O recolhimento é sempre executado pelo lado direito dequem oferta. 
O Saco de Propostas e Informações deve ser ofertado 
pelo lado esquerdo do Mestre de Cerimônias à altura da cintura, 
com os braços esticados. O Mestre de Cerimônias deve sempre 
olhar para o lado oposto de quem está ofertando (voltando o 
rosto para o lado direito). 
Retorna o Saco de Propostas ao coração após coletar cada óbolo. 
Na troca de função com o Cobridor Interno deve passar o Saco de Propostas e 
Informações à mão esquerda deste, e com a direita segurar a espada. 
Após entregar o conteúdo ao Venerável Mestre deve exibir o Saco de Propostas e 
Informações vazio à Oficina. 
 
 
26 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O ADORMECIMENTO DO FOGO 
O CORTEJO DE SAÍDA 
 
 
 
O Mestre de Cerimônias dirige-se ao Altar dos Perfumes, toma posse do abafador, 
passa por trás do retábulo, faz a vênia ao Venerável Mestre, desce os degraus para o 
Ocidente e dirige-se ao Altar da Beleza. Entrega o abafador pelo lado esquerdo ao 
Segundo Vigilante e recebe-o de volta pelo lado direito. Dirige-se ao Altar da Força, 
entrega o abafador ao Primeiro Vigilante pelo lado esquerdo, recebe-o de volta pelo lado 
direito e dirige-se ao Altar da Sabedoria. Entrega o abafador ao Venerável Mestre pelo 
lado esquerdo, passa por trás do retábulo, recebe-o de volta pelo lado direito do Venerável 
Mestre, coloca-o no Altar dos Perfumes, completa o giro por trás do retábulo e retorna a 
seu lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O convite ao repouso se inicia pelo Venerável Mestre e eventuais ocupantes do 
Altar da Sabedoria. É executado do lado direito do Altar da Sabedoria, próximo ao 
Secretário. 
O Mestre de Cerimônias acompanha o Venerável Mestre, por trás dele, até a porta 
do Templo, e dali convida os demais obreiros ao repouso na ordem inversa do ingresso, 
começando pelo Oriente e encerrando pelos Aprendizes. 
Após todos saírem, permanece no Templo juntamente com o Segundo Experto, o 
Arquiteto, ou os mesmos Mestres que participaram do Revigoramento da Chama Sagrada 
e o Cobridor Interno. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ADORMECIMENTO DA CHAMA SAGRADA 
 
O Mestre de Cerimônias convida o 
Segundo Experto e Arquiteto, ou os 
mesmos Mestres que executaram o 
Revigoramento da Chama Sagrada para 
realizarem o Adormecimento do Fogo. 
Todos portam a espada no Sinal de 
Guarda, e as embainham no Altar dos 
Juramentos. 
O Mestre de Cerimônias se coloca 
no eixo do Altar dos Juramentos, de frente 
para o Altar da Sabedoria. Recebe o 
abafador do Segundo Experto e o repassa 
ao Arquiteto. 
Após adormecida a Chama 
Sagrada, recebe o abafador do Arquiteto e 
o repassa ao Segundo Experto, que o 
coloca sobre o Altar dos Perfumes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS SACERDOTES LEVITAS 
O ORADOR 
 
 
 
 
 INSPIRAÇÃO 
 
 
Entendo como possíveis fontes de inspiração para os 
ritualistas, no que diz respeito à inserção do cargo de Orador nas 
Lojas Simbólicas os sacerdotes levitas, as legiões romanas, e as 
Ordens Militares de Cavalaria da Idade Média. 
Estas últimas colaboraram para o surgimento na França da 
capelania castrense, ou ordinariato, que originou a denominação 
Capelão, chamado de Chaplain no idioma inglês, e Orateur no 
francês. 
 
 
 
 
De acordo com a narrativa do Livro do Êxodo, IAVEH entregou a Moisés duas 
Tábuas da Lei, os chamados Dez Mandamentos da tradição judaico-cristã. 
A primeira tábua destas ordenações divinas continha quatro regras que 
estabeleciam a aliança entre o homem e a divindade, e a outra, seis regras da aliança entre 
os homens, ou seja, os padrões éticos e morais de comportamento da sociedade recém-
criada. 
Este decálogo se tornou não 
apenas a base dos princípios morais, éticos 
e religiosos dos hebreus, resultando na Lei 
Mosaica, mas posteriormente o 
fundamento para os padrões de 
comportamento de toda civilização 
ocidental até nossos dias. 
No prosseguimento da narrativa, 
IAVEH elege os membros e descendentes 
da Tribo de Levi para o sacerdócio. 
Surgem os sacerdotes levitas. 
Havia ainda o Sumo Sacerdote, 
com autoridade sobre os demais, e que se 
tornou nestes primeiros tempos do povo 
hebreu uma espécie de juiz de inspiração 
divina. 
 
As Tábuas da Lei foram guardadas numa arca construída em madeira de acácia e 
forrada de ouro, que se tornaria a raiz do pensamento ocidental em relação à intervenção 
divina tanto no cotidiano, quanto nos combates. Conceito este transportado para a Idade 
Média. 
29 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
AS LEGIÕES ROMANAS 
AS ORDENS DE CAVALARIA 
A Arca da Aliança acompanhava os hebreus nas batalhas, símbolo da presença de 
IAVEH SABAOTH, o “Senhor dos Exércitos” e lhes dava superioridade sobre os 
adversários. 
No cerco às muralhas de Jericó (Josué 6: 1-27) a ação da Arca da Aliança é 
decisiva. 
O Sumo Sacerdote era o responsável pelo aconselhamento espiritual nos combates 
e manutenção do moral do grupo, bem como no dia a dia. 
 
 
 
 
 
Foi das legiões romanas que surgiu a 
inspiração para as expressões latinas capelania 
castrense e ordinariato, empregadas na Idade 
Média para a função de aconselhamento espiritual 
dos soldados durante as campanhas militares. 
Castrum era a designação das fortificações 
construídas pelos romanos nos territórios 
conquistados, uma espécie de quartel, cuja 
execução estava à cargo do Collegia Fabrorum. 
Havia um oficial destacado para o 
aconselhamento espiritual das tropas romanas 
A partir de Constantino I, que se converteu ao 
cristianismo após a visão de uma cruz no céu, com 
a frase in hoc signo vinces, “com este símbolo 
vencerás”. A cruz, a partir daí foi adicionada aos 
estandartes romanos junto à famosa e temida 
Aquila Romana. 
O aconselhamento espiritual das tropas passa então a ser baseado na doutrina 
cristã, e esse conceito será absorvido pelos capelães medievais. 
 
 
 
 
As Ordens Militares de Cavalaria 
foram criadas para combater na Terra 
Santa durante as Cruzadas. 
Essa campanha se denominou 
assim justamente porque todas as Ordens 
utilizavam a cruz em seus brasões, os 
cavaleiros eram chamados de Cruzados. 
Eram uma espécie de monges 
guerreiros, que combatiam pela fé uma 
“Guerra Santa”, e a cruz lhes servia como 
estímulo numa clara herança de 
Constantino I, in hoc signo vinces. 
Tinham regras monásticas e eram 
ordenadas pelo Papa. As regras dos 
Templários, por exemplo, foram escritas 
por Bernardo de Claraval. 
 
 
 
30 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A CAPELANIA CASTRENSE 
O CAPELÃO NA MAÇONARIA 
A INSERÇÃO NOS RITUAIS 
 
Possuíam um oficial responsável pelo aconselhamento espiritual e moral das 
tropas, era o Capelão. 
As Ordens de Cavalaria exerceram influência direta na postura do Orador no Rito 
Adonhiramita. 
 
 
 
 
 
 
 
A Capelania Castrense e o ofício dos capelães junto 
aos exércitos surgiram na França por volta de 1700. 
Nessa época as tropas tinham entre seus oficiais um 
clérigo que transportava uma relíquia num recipiente 
chamado capela. Vem daí a designação de capelania. 
A capela nada mais era do que uma versão moderna 
da Arca da Aliança transportada pelos exércitos dos hebreus, 
ou seja, um símbolo da presença divina nos campos de 
batalha. As Tábuas da Lei foram substituídas por relíquias de 
santos, tais como pedaços de pano, madeira e até ossos. 
A Capelania e o Ordinariato Militar existem até nossos 
dias, evidentemente num sentido muito mais ecumênico, e 
cabe aos capelães militares o aconselhamento espiritual e 
estimular o moral das tropas. 
 
 
 
 
 
Não havia o cargo de Capelão no período operativo da Maçonaria, muito embora 
os construtores de templosfossem extremamente religiosos e em determinadas ocasiões 
fizessem orações. 
Da mesma forma não havia uma organização jurídica nestas guildas medievais, 
suas ordenações e estatutos eram estabelecidos e aplicados pelos próprios mestres das 
Lojas. Essa ordenação jurídica também não existia nos primórdios do período 
especulativo, e só vai ganhar corpo após a promulgação das Constituições de Anderson 
em 1723. 
Nos Rituais de língua inglesa o Mestre incumbido das tarefas de ordenação legal 
nas Lojas passa a ser chamado de Chaplain, Capelão, mas parece mais próprio da 
Maçonaria irlandesa e escocesa que da Inglesa, e tudo leva a crer que no princípio suas 
funções estavam mais ligadas à religiosidade que à normas estatutárias. 
Na França o cargo passa a se chamar Orateur, de onde derivou a denominação 
Orador em português, e juntamente com a versão uma certa confusão no que diz respeito 
às suas atribuições, pelo menos no meu entendimento. 
 
 
 
 
 
31 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
MINERVA 
ASSOCIAÇÕES MÍTICO-FILOSÓFICAS 
 
No que diz respeito ao Rito Adonhiramita, o 
cargo de Orador não é mencionado na Compilação 
Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, No entanto, não 
podemos afirmar que o cargo não existisse na época. 
Andrew Ramsay já ocupava o cargo de Grande 
Orador no Grande Oriente da França em1737, o que 
nos sugere a prática na Maçonaria francesa. 
O Orador consta da descrição dos cargos em 
Loja contida no primeiro ritual Adonhiramita 
publicado pelo GOB no Brasil, em 1836. Nessa época, 
os Oficiais totalizavam nove Mestres, segundo o 
próprio ritual este número não poderia ser alterado por 
conta do simbolismo de “três vezes três”. 
Ainda não há nessa época menção às 
atribuições do cargo, e tampouco funções ritualísticas, 
o que vai ocorrer gradativamente nos rituais 
posteriores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alguns autores associam o cargo de Orador 
à deusa romana Minerva, Palas Atenas para os 
gregos, que era a deusa da Sabedoria, das Artes e 
da Diplomacia. 
No meu entendimento esta associação não 
é aplicável no Rito Adonhiramita pela própria 
associação com o seu lugar no Templo, a Cabala e 
a Astronomia. 
O Altar da Sabedoria, na verdade, é 
ocupado pelo Venerável Mestre, é dele inclusive o 
voto de Minerva nas decisões empatadas. 
Entendo que o simbolismo do Orador esteja mais ligado aos conceitos de 
conhecimento e de justiça. Neste raciocínio teremos uma associação mais razoável com 
Maat e Thêmis, deusas da justiça para os egípcios e gregos, e Toth, o “Três Vezes Grande” 
do antigo Egito, deus do conhecimento. 
Observem que o Orador não é juiz, o Mestre que mais se aproxima dessa função 
é justamente o Venerável. 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A CABALA 
A ABÓBADA CELESTE 
 
 
 
 
 
Pela sua posição geográfica no 
Templo, o cargo de Orador está associado à 
emanação da sefirote Chokmah, a sabedoria, o 
conhecimento, a prudência. 
É a segunda emanação ou sefirote, 
sendo associada à dualidade e ao número 
DOIS. Essa dualidade pode ser “medida” 
precisamente na balança da justiça. 
Chokmah está situada no eixo do Pilar 
da Misericórdia da Árvore da Vida, simboliza 
“O Pai” e o princípio masculino e ativo, além 
de estar associada à Letra hebraica IOD, 
primeira letra do inefável Nome de Deus. 
Conceitualmente, Chokmah está 
situada entre a vontade do Criador, emanada 
em Kether, ou o “Universo ideal”. O 
“Universo Real”, “o que virá a ser”, será 
manifestado através das emanações das demais 
sefirotes. 
 
 
 
 
 
 
 
Em relação à astronomia, representada 
na Abóbada Celeste de nossos Templos, o cargo 
de Orador está situado na projeção do planeta 
Júpiter, que emprestou seu nome da divindade 
romana correspondente a Zeus, rei do Olimpo 
para os gregos. O maior planeta do Sistema 
Solar. 
Tanto o planeta quanto a divindade estão 
associados à justiça. 
Astrologicamente é considerado um 
planeta retrógrado, voltado para a 
ancestralidade, para o conservadorismo e para a 
tradição. 
A associação parece aplicável ao cargo 
de Orador. 
 
 
 
 
 
 
33 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
O LUGAR EM LOJA 
 
 
 
 
 Na Procissão, o Orador coloca-se no eixo central, após as Colunas do Norte e do 
Sul, atrás do Secretário e antes do Deputado Estadual da Loja. 
 
 
 
 
 
 
 
 O Orador ocupa uma mesa no Oriente, ao sudeste, do lado esquerdo do Venerável 
Mestre. 
 
 
 
 
 
 
34 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ATRIBUIÇÕES 
REQUISITOS 
 
 
 
 
 
 
O cargo de Orador é preenchido por 
votação direta, através da maioria simples de 
voto dos obreiros da Oficina. É uma 
dignidade, um dos cargos obrigatórios na Loja 
Simbólica e um dos sete Mestres necessários 
para abrir a Loja. 
Suas atribuições estão estabelecidas 
no artigo 122 do Regulamento Geral da 
Federação. Cabe ao Orador: 
Observar, promover e fiscalizar o 
rigoroso cumprimento das Leis Maçônicas e 
dos Rituais. 
 
Cumprir e fazer cumprir os deveres e obrigações a que se comprometeram os 
membros da Loja, à qual comunicará qualquer infração e promoverá a denúncia do 
infrator. 
Ler os textos de Leis e Decretos permanecendo todos sentados. 
Verificar a regularidade dos documentos maçônicos que lhe forem apresentados 
Apresentar suas conclusões no encerramento das discussões, sob o ponto de vista 
legal, qualquer que seja a matéria 
Opor-se, de ofício, a qualquer deliberação contrária à lei e, em caso de insistência 
na matéria, formalizar denúncia ao Poder competente. 
Manter arquivo atualizado de toda legislação maçônica. 
Assinar as atas das Lojas tão logo sejam aprovadas. 
Acatar ou rejeitar denúncias formuladas à Loja, representando aos Poderes 
constituídos. Em caso de rejeição, recorrer de ofício ao Tribunal competente. 
Nos Ritos que possuem o cargo de Orador, ele é considerado membro do 
Ministério Público Maçônico, muito embora não seja empossado pelo MP. 
 
 
 
 
 
O primeiro requisito para concorrer ao cargo de 
Orador, por óbvio, é ser Mestre Maçom. Embora não haja 
qualquer recomendação de interstício entre sua Exaltação e 
as eleições, creio ser recomendável que o postulante ao 
cargo possua certa vivência em Maçonaria. 
Deve possuir boa retórica, porém, não deve ser 
prolixo, falar muito. Deve ser claro em seus 
pronunciamentos de modo a todos compreenderem suas 
orientações. Não é necessário demonstrar erudição ou 
utilizar vocabulário requintado, mas deve evitar o uso de 
termos chulos, gírias, e, sobretudo, falar o idioma 
corretamente. 
35 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A LEGISLAÇÃO MAÇÔNICA 
Todo e qualquer maçom deve ter compromisso e dedicação, jurou isso 
voluntariamente sobre o Livro da Lei, mas as Dignidades e Oficiais devem demonstrar 
maior zelo com esse quesito, afinal, foram eleitos pela Oficina ou nomeados pelo 
Venerável Mestre para auxilia-lo na direção dos trabalhos. 
Deve ser assíduo e pontual, afinal, se ele pretende auditar todas as etapas das 
sessões além de estar presente em todas deverá participar desde o início dos trabalhos. 
Se pretende zelar pela disciplina e ordem dos trabalhos deve ele mesmo ser 
disciplinado e tornar-se um exemplo para os demais obreiros. 
Deve ser desembaraçado e ter iniciativa, jamais se omitir diante da necessidade de 
intervenção nas sessões a qualquer momento, no entanto, deve fazê-lo de modo a não 
causar constrangimentos, humilhações e consequentemente causar prejuízo à harmonia 
das sessões. 
Para desempenhar bem suas funções é imperativo estudar constantemente a 
legislação maçônica. Não é preciso decorar as normas, mesmo porque elas sofrem 
constante alteração, mas é necessário ao menos saber a que legislação recorrer de acordo 
com a circunstância. É recomendável que tenha sempre em seu poder cópia dalegislação 
maçônica atualizada para eventual consulta. Longe de demonstrar insegurança ou 
despreparo para o desempenho do cargo, essa simples medida pode render enormes 
benefícios à Oficina, sobretudo no que diz respeito à celeridade das decisões. 
Deve ser seguro, e principalmente transmitir essa segurança aos obreiros do 
quadro, um Orador hesitante é bastante prejudicial à Loja. Portanto, não pode ser tímido, 
e deve demonstrar seriedade no desempenho de suas atribuições, lembrando que 
seriedade não é sinônimo de mau humor ou autoritarismo. O Orador deve ser ponderado, 
equilibrado, e acima de tudo justo. É possível desempenhar o cargo com cordialidade e 
fraternidade, creiam nisso. 
Deve conhecer bem o tratamento de autoridades e suas respectivas faixas, pois 
cabe a ele saudá-las em nome da Oficina, e não é desejável a ocorrência de equívocos que 
possam gerar constrangimento. 
Deve ser extremamente atento, e principalmente não se distrair durante as sessões. 
O Orador é um eterno observador. 
Não é necessário ser profissional com formação na área de Direito para o 
desempenho do cargo, mas sem dúvida, o Mestre que possuir essa especialização terá 
chance de sucesso maior que outrem. 
 
 
 
 
 
 
No âmbito do Grande Oriente do Brasil, é a 
seguinte a legislação pertinente: 
A Constituição do Grande Oriente do Brasil 
e dos Grandes Orientes Estaduais ou Distrital ao 
qual a Oficina esteja jurisdicionada. 
O Regulamento Geral da Federação, RGF, Lei 
N°99 de 9 de dezembro de 2008 EV, que 
estabelece as normas comuns a todos os Ritos 
praticados no âmbito do Grande Oriente do Brasil. 
As particularidades estão contidas nos rituais de 
cada um dos Graus Simbólicos, que igualmente 
devem ser estudados e compreendidos pelo Orador. 
36 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A POSTURA 
O Código Disciplinar Maçônico, Lei N°165, de 7 de novembro de 2016 EV, 
que estabelece os padrões de comportamento inconformes com a Doutrina Maçônica. 
O Conselho de Família, Lei N°171, de 5 de abril de 2017 EV As Lojas são a 
primeira instância do Poder Judiciário, e o Conselho de Família é um foro conciliador, 
que busca a obtenção de soluções consensuais para as contendas entre os membros do 
quadro sem a necessidade de ajuizamento de ações. 
O Código Eleitoral Maçônico, Lei N°153, de 8 de setembro de 2015 EV, que 
estabelece os critérios para a ocorrência das eleições e candidaturas tanto nas Lojas quanto 
nos Grandes Orientes Geral, Estadual ou Distrital, incluindo a eleição dos representantes 
da Loja junto à Poderosa Assembleia Estadual Legislativa e à Soberana Assembleia 
Federal Legislativa. 
O Código de Processo Penal Maçônico, Lei N°2, de 16 de abril de 1979 EV, 
que estabelece as sanções e punições aos maçons, lembrando que a Loja é a primeira 
instância do Poder Judiciário no âmbito do Grande Oriente do Brasil. Portanto, as 
sentenças em primeira instância serão proferidas pelo Venerável Mestre, e ratificadas ou 
reformadas nas instâncias superiores, respeitando-se evidentemente o amplo direito ao 
contraditório. 
A Comissão Processante das Lojas, Lei N°132, de 25 de setembro de 2012 
EV, que simbolicamente transforma as Lojas em tribunais maçônicos para 
julgamento de ações disciplinares, exercendo o Orador nesta oportunidade a função de 
promotor de justiça. 
O Regimento de Recompensas, Lei N°88, de 21 de setembro de 2006 EV, que 
estabelece os critérios para a concessão de títulos honoríficos às Lojas e aos maçons 
individualmente. 
O Estatuto da Loja e o Regimento Interno da Loja, que são obrigações 
constitucionais das Oficinas e que determinaram a forma de governo de cada uma delas. 
Os Rituais de todos os Graus Simbólicos, pois o Orador é guarda da ritualística 
também. 
Toda a legislação deve estar permanentemente atualizada. 
 
 
 
 
 
O Orador deve manter uma postura 
serena, isso lhe emprestará a imagem de 
imparcialidade e equilíbrio, atributos 
fundamentais para o desempenho de suas 
funções. 
Deve possuir boa impostação de 
voz e usar linguagem formal, evitando 
expressões vulgares, sem no entanto a 
necessidade de demonstrar erudição. Deve 
ser objetivo, claro, e não prolixo, é Orador 
porque faz oração, e não porque profere 
longos e cansativos discursos. 
 
 
Deve ser sério, mas o mesmo tempo gentil e cordial. Esse exercício contribuirá 
muito para sua evolução pessoal. 
Jamais deve descalçar suas luvas, se há um obreiro que deve demonstrar a todos 
que “suas mãos estão limpas” é o Orador, símbolo da justiça. 
37 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
Deve exercitar o poder de síntese, resumir seu pronunciamento apenas ao 
necessário. O domínio deste atributo lhe concederá um acréscimo considerável em sua 
capacidade de análise. 
É recomendável que tenha sempre às mãos cópia atualizada da legislação 
maçônica, e da List of Lodges, para eventuais consultas a visitantes oriundos de outras 
Potências. 
É fundamental ter à mão material para anotações, e procurar anotar tudo o que 
entender como relevante durante as sessões. 
O Orador usa do verbo quando a palavra está no Oriente, excetuando-se, 
obviamente, os momentos em que o ritual reclama sua manifestação. Deve separar a 
manifestação como obreiro, que envolve seu posicionamento pessoal em relação à alguma 
questão, do resumo da sessão. Portanto, tem a prerrogativa de falar em duas oportunidades 
na Palavra à Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, mas deve fazer uso 
dessa prerrogativa com parcimônia e sensatez. Fala sentado, é uma Dignidade, ocupa uma 
mesa, um lugar diferenciado em relação à planta do Templo. 
Não é examinado durante o Interrogatório, permanece sentado, e sua condição é 
atestada pelo Venerável Mestre, assim como a de todos os Mestres sentados no Oriente. 
 
 
 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita a Joia do Orador é 
no formato de um círculo vazado, e sua descrição 
consta desde o primeiro ritual publicado pelo 
Grande Oriente do Brasil em 1836. 
Diferentemente do entendimento de 
outros Ritos, não há associação de seu 
simbolismo com o Sol no Rito Adonhiramita. De 
acordo com a fala do Cobridor Interno em nossos 
rituais, a posição simbólica do Sol no Templo é 
ocupada pelo Venerável Mestre, portanto, não é o 
Orador quem o representa. 
Para o Rito Adonhiramita o Orador não simboliza a sabedoria, mas sim a justiça 
e o conhecimento. O atributo da sabedoria cabe simbolicamente ao Venerável Mestre, 
guardião da Coluna que leva seu nome. É o Venerável quem decide com base na decisão 
da maioria dos obreiros e nas orientações do Orador. É ele, o Venerável Mestre, que 
necessita de sabedoria para nortear suas decisões. 
O simbolismo do círculo no caso da Joia do Orador e outro. O círculo é uma figura 
geométrica na qual todas as outras podem ser inscritas, ou seja, abrange toda a 
manifestação. Não tem princípio nem fim, é um ciclo infinito. Representa a perenidade 
da ordenação e a tradição. 
Simboliza também a igualdade, pois não tem ângulos, lados, base, arestas ou 
vértices. A definição acadêmica o define como o lugar geométrico de todos os pontos 
equidistante. É traçado com um compasso, símbolo da expansão da consciência da 
divindade. É a figura geométrica mais perfeita. 
 
 
 
38 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
MANUSEIO DO MATERIAL LITÚRGICO 
O LIVRO DA LEI 
O COMPASSO 
 
 
 
 
 Cabe ao Orador da Loja manusear os principais instrumentos litúrgicos e símbolos 
da Maçonaria, o Livro da Lei, o Esquadro e o Compasso, chamados de Três Luzes da 
Maçonaria. Alguns autores lhes atribui a designação de Três Luzes Maiores, pois com o 
desenvolvimento dos rituais o Venerável Mestre e os Vigilantes foram batizados de Três 
Luzes da Loja, ou Três Luzes Menores. Devem estar presentes em todas as sessões. 
 
 
 
 
 
O Livro da Lei só pode ser aberto ou 
fechado após a formação do Pálio.Nesta 
ocasião o Orador deve estar descoberto e 
ajoelhado sobre o joelho direito. 
O Livro da Lei Deve ser seguro pelas 
duas mãos, o Orador irá manuseá-lo como se 
estivesse o lendo. Nos rituais Adonhiramitas 
do Grande Oriente do Brasil a prescrição é que 
seja utilizada a Bíblia como representação. 
O Livro da Lei deve ser aberto 
aleatoriamente, em qualquer página, sendo 
recomendável em sua metade, de modo a se constituir numa superfície plana e permitir a 
sobreposição do Esquadro e do Compasso sem risco de queda. Jamais é colocado no chão. 
Na ocasião, segundo os rituais do Grande Oriente do Brasil, é recitado o evangelho 
de João 1: 6 a 9. 
O Venerável Mestre só pode declarar a Loja aberta ou fechada após sua abertura 
ou fechamento, e só pode ser fechado após a Oração de encerramento. 
 
 
 
 
 
 
A exemplo do Livro da Lei o Compasso jamais 
deve ser colocado no chão. 
É o símbolo da divindade e do espírito. 
Deve ser colocado aberto em ângulo de 45° 
sobre o Livro da Lei, igualmente aberto. 
Seu vértice, ou ponta de manuseio, deve estar 
voltado para o Oriente, na direção do Fogo Eterno ou 
Chama Sagrada. 
O instrumento utilizado nas Lojas Simbólicas 
não é um compasso de desenho, tem as duas pontas 
secas, é uma ferramenta de obra, notadamente utilizada 
nas construções medievais não apenas para traçar 
círculos, mas igualmente para transferir medidas com 
maior precisão nos desenhos. 
 
39 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O ESQUADRO 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS 
 
 
 
 
Da mesma forma que os instrumentos 
anteriores, o Esquadro jamais deve ser 
colocado no chão. 
O Ritual determina o uso de um 
esquadro operativo, ou seja, do tipo utilizado 
na construção civil, com dois ramos desiguais, 
sendo um graduado e outro não. 
Deve ser colocado sobre o Livro da Lei 
aberto, com o vértice voltado para o Ocidente, 
na direção da porta do Templo, e seu ramo 
menor para o nordeste, lado do Secretário. 
Simboliza a retidão dos maçons e dos 
trabalhos realizados 
 
 
 
 
 
 
 
Cabe ao Orador desempenhar as seguintes 
funções ritualísticas: 
Abrir e fechar o Livro da Lei. 
 Opinar pela votação após a leitura do 
Balaústre e eventuais correções. 
Assinar os Balaústres após aprovados 
juntamente com o Venerável Mestre. 
Ler o texto de decretos e leis durante o 
Expediente. 
Verificar de pé, juntamente com o Secretário, o conteúdo do Saco de Propostas e 
Informações. 
Opinar após a apreciação de matérias na Ordem do Dia sob seu aspecto legal. 
Opinar pelo prosseguimento do Escrutínio Secreto. 
Opinar após a apresentação do Quarto de Hora de Instrução. 
Saudar os Irmãos visitantes na Palavra à Bem da Ordem em Geral e do Quadro 
em Particular. 
Efetuar a síntese dos trabalhos e declará-los Justos e Perfeitos para que o 
Venerável Mestre possa fechar a Loja. 
 
 
 
 
 
40 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
JUSTOS E PERFEITOS 
CONCLUSÃO 
 
 
Para que o Venerável Mestre possa dar início 
ao processo de encerramento dos trabalhos, é 
necessário que o Orador declare que eles tenham 
decorrido Justo e Perfeitos. 
Existe menção, como origem do termo, de 
uma lenda envolvendo sabotagens praticadas por 
lojas rivais nas guildas medievais de pedreiros. 
Sabotadores de outras lojas infiltrados nas obras 
desalinhariam propositalmente as pedras que 
formariam a base e paredes das construções em 
andamento para atrasar sua conclusão. 
Segundo a narrativa, justa seria a pedra rigorosamente encaixada na horizontal, 
representando a igualdade e o nivelamento entre os obreiros. Perfeita, seria a pedra 
rigorosamente encaixada na vertical, simbolizando a ascensão rumo à elevação espiritual. 
Assim, os Vigilantes percorreriam as obras antes e após os trabalhos para verificar a 
correção da colocação das pedras, e na hipótese afirmativa, diria um que os trabalhos 
estavam justos, e o outro que estavam perfeitos. 
Mas é apenas uma ficção, uma alegoria para ilustrar os conceitos da Doutrina, isso 
não ocorria nas guildas medievais. A real referência é bíblica, e diz respeito ao patriarca 
Noé, personagem da primeira versão da Lenda do Terceiro Grau. 
Noé, segundo a Bíblia, foi o único homem justo e perfeito aos olhos de IAVEH 
(Gênesis 6: 8-9). Os ritualistas se referiam à conduta desejável para os maçons. 
Nas Lojas Simbólicas, a declaração do Orador se refere aos trabalhos realizados, 
e não aos maçons. Justo é o trabalho que foi executado com justiça, e perfeito, é o que 
não carece de correção. Significa dizer que até aquele momento todas as etapas 
ritualísticas e litúrgicas foram cumpridas, bem como a legislação maçônica observada. 
 
 
 
Como vimos, o cargo de Orador é de muita 
responsabilidade, a regularidade da Loja também depende 
de sua atuação. 
Não é um cargo que se resume a discursos, requer 
amplo conhecimento da legislação maçônica e dos rituais, 
além de muito estudo, dedicação e compromisso. 
É comum o Orador ser visto com antipatia por 
alguns obreiros, por conta de sua atribuição de auditor das 
sessões, mas seu desempenho é fundamental para a 
regularidade da Loja. 
O Orador deve entender que não é juiz nem 
promotor de justiça, mas sim o assessor jurídico do 
Venerável Mestre. Sua atuação não deve ser corretiva 
apenas, mas principalmente preventiva. 
41 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ETIMOLOGIA 
A INSPIRAÇÃO 
O SECRETÁRIO 
 
O Secretário é um dos cargos mais importantes de uma Loja Simbólica, atua 
ritualística e administrativamente, é o “braço direito” do Venerável Mestre na 
administração das Lojas Simbólicas, e possui gigantesca responsabilidade. 
É um dos cargos menos concorridos pelos Mestres Maçons, mas quando bem 
desempenhado é alvo dos maiores elogios. 
Suas funções por vezes se confundem com as do Chanceler, de quem herdou 
várias atribuições ao longo do tempo. 
Possui um simbolismo muito interessante, pois está relacionado à história das 
Lojas e consequentemente da Maçonaria. 
É um dos 7 Mestres necessários para abrir a Loja 
 
 
 
Secretário vem do latim secretariu, e originalmente se referia a um local 
reservado, à sala de reunião dos juízes, ou a um tribunal secreto. Portanto, secretário tem 
a mesma raiz de segredo ou secreto. 
Na Idade Média o vocábulo passou a designar a pessoa a quem se podia confiar 
segredos. Nesta época foi associado à função o domínio da gramática e da ortografia, e 
por vezes o conhecimento de vários idiomas. 
O secretário medieval era com certeza erudito, e sua profissão se confundia com 
a de diplomatas e ministros dos reinos. 
Modernamente o secretário assumiu o conceito de assessor direto das chefias. 
Na Maçonaria Especulativa o Secretário desempenha ambas as funções, grava os 
balaústres e todos os documentos da Loja mantendo o devido sigilo, e assessora 
diretamente o Venerável Mestre. 
É uma das funções mais importantes da Oficina e um dos 7 cargos obrigatórios 
para a abertura de uma sessão. 
 
 
 
 
 
O cargo de Secretário evidentemente 
está associado à escrita, à gravação do 
conhecimento para transmissão às futuras 
gerações. 
Os primeiros registros do dia a dia da 
humanidade surgem nas pinturas rupestres 
das cavernas e datam de 40.000 anos. 
A partir daí o homem desenvolveu 
símbolos para facilitar a transmissão e 
perpetuação do conhecimento através das gerações. 
42 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O SECRETÁRIO E A ESCRITA 
OS ESCRIBAS EGÍPCIOS 
Os primeiros alfabetos eram desenhos, símbolos, ideogramas, a escrita cuneiforme 
surgiu na Mesopotâmia em 3500 a.C., na mesma época surgem os hieróglifos dos 
egípcios. 
As gravações dos símbolos eram feitas em argila, ossos, cascas de árvore, rochas 
e peles de animais. A linguagem escrita começa a se desenvolver, e o conhecimento 
passa a ser transmitido de forma mais eficiente.Qualquer registro gravado através de 
caracteres, textos, livros, etc., tem suas raízes 
nos escribas do antigo Egito. Foi lá que a arte 
de registrar eventos e escrever a história 
ganhou vulto e se propagou pelo mundo 
ocidental. 
 Mais tarde, na Idade Média, surgem os 
copistas e iluministas, que passavam não 
apenas horas, mas anos e às vezes décadas 
copiando livros e textos para que o 
conhecimento humano fosse preservado. 
 Dentre outras hipóteses, creio que estas 
tenham sido as principais fontes de inspiração 
dos ritualistas para promover a inserção do 
cargo de Secretário nas Lojas Simbólicas. 
 Vou falar resumidamente de ambos e 
expor as razões desse meu entendimento. 
 
 
 
 
 
Como disse antes, todo e qualquer registro 
documental ao longo da História certamente tem sua 
origem no antigo Egito. 
Mesmo que a civilização sumério-acadiana tenha 
inaugurado a escrita, os egípcios se dedicaram 
exaustivamente à transmissão gravada do conhecimento 
para as futuras gerações. 
Para os egípcios a escrita teria sido ensinada aos 
homens pela divindade Toth, chamada de Hermes 
Trismegistus para os gregos. Tratava-se, portanto, de uma 
“ciência divina”. 
Os escribas egípcios influenciaram gregos, hebreus 
e toda a civilização ocidental no que diz respeito à 
gravação de registros e do conhecimento. 
Os ritualistas maçônicos não se inspiraram diretamente neles, mas sem dúvida há 
uma associação indireta. 
 
43 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS COPISTAS MEDIEVAIS 
O SECRETÁRIO NA MAÇONARIA 
 
 
 
 
 
 
 
Após a queda do Império Romano o 
continente europeu mergulhou num período 
de trevas. O conhecimento e a civilização 
foram enormemente ameaçados, e surge para 
resgatar e difundir o conhecimento 
novamente a figura dos copistas. 
Os copistas e iluministas medievais 
desempenhavam um papel extremamente 
cansativo e dedicado, e eram praticamente 
anônimos. A maioria deles era ligada direta 
ou indiretamente ao clero. 
A restauração da pesquisa, do ensino 
e do próprio conhecimento, que vai se 
instaurar pouco mais à frente no período do 
Renascimento, dependeu diretamente do 
incansável trabalho e esforço individual dos 
copistas. 
Por outro lado, dado às condições precárias de trabalho, infelizmente muito das 
versões originais dos textos foi corrompida, nem sempre por dolo, mas principalmente 
pelo cansaço e consequente distração. 
Este é um aspecto que deve nortear os Secretários na Maçonaria, a atenção extrema e a 
fidelidade na redação das atas. 
 
 
 
 
 
Não havia Secretário nas Lojas 
operativas, muito embora os construtores de 
templos tivessem o cuidado de relacionar os 
materiais e suas quantidades não se trata da 
mesma função, mesmo porque, a maioria 
simplesmente era analfabeta. 
O cargo é exclusivo do período 
especulativo. 
Mas a partir de 1717, quando surge 
a necessidade de compilação das Old 
Charges, parece ficar claro a necessidade de 
um Mestre Maçom para registrar as 
atividades das Lojas de maneira formal. 
Esse fato, adicionado à organização formal que as Lojas passaram a exigir, foi o 
que certamente levou à sua inserção nos rituais. 
44 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A INSERÇÃO NOS RITUAIS 
O SECRETÁRIO NA ABÓBADA CELESTE 
Ao que parece, a primeira menção ao cargo na Maçonaria moderna se dá em 1767, 
na edição de uma das constituições das Lojas Provinciais, a 4ª edição das Constituições 
d’Entik. 
 
 
 
 
 
 
 
Na Compilação Preciosa da Maçonaria 
Adonhiramita o cargo de Secretário não é 
mencionado, porém, no que diz respeito ao Brasil, a 
primeira edição de um Ritual Adonhiramita pelo 
GOB, datada de 1836, já dispõe sobre o cargo nos 
seguintes termos: 
“Os officiaes Dignitários de que a loja de 
Aprendiz se compõe são: o Mestre, que se trata por 
Venerável; Primeiro Vigilante; Segundo Vigilante; 
Orador; Thesoureiro; Secretario; Mestre de 
Ceremonias; Experto; Cobridor, ou Experto de Fora. 
O numero destes officiaes he sempre o mesmo em 
todas as lojas, e posto que em algumas tenhão 
diferentes denominações, o numero não se pôde 
alterar; porque significa três vezes três”. (mantive a 
grafia original) 
 
 
 
 
 
Nos Templos Adonhiramitas, se fizermos 
a associação com a Árvore da Vida, o cargo de 
Secretário é posicionado geograficamente na 
emanação da sefirote Binah, a Compreensão, o 
Entendimento, a Concretização, a Estrutura. 
Esta sefirote complementa a Tríade 
Suprema, também chamada de Triângulo 
Logoico, ou Triângulo Supremo, formado por ela 
mesmo e pelas duas emanações anteriores, 
Chochmah e Kether. 
É a terceira emanação ou sefirote, na 
ordenação da Árvore da Vida. Está associada ao 
número TRÊS, à manifestação do conceito de 
Universo ideal, que foi emanado de Kether. 
Representa a “Mãe”, o princípio feminino 
e passivo. 
Binah é a forma, assim como é o trabalho 
do Secretário que faz a Loja “existir”. 
 
 
 
45 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ASSOCIAÇÃO COM A CABALA 
POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
 
 
 
 
 
 
Quando olhamos para o teto de nossos 
Templos, e miramos a Abóbada Celeste simbólica, 
percebemos que a mesa ocupada pelo Secretário 
encontra-se na projeção do planeta Mercúrio. 
A denominação do planeta foi inspirada no 
deus romano, associado à comunicação, e 
correspondendo ao deus Hermes dos gregos. 
Ambas as divindades são um sincretismo da 
religião politeísta do antigo Egito, particularmente 
com a divindade Toth, chamada de Hermes 
Trismegistus pelos gregos, que como vimos 
anteriormente, era considerado o deus que ensinou a 
escrita aos homens. 
Mercúrio é o planeta mais rápido do sistema solar, por ter a menor órbita em 
relação ao Sol. Essa característica guarda similaridade com a agilidade requerida ao 
Secretário, tanto no registro dos balaústres, quanto nas relações documentais de praxe 
junto aos Grandes Orientes Estadual ou Distrital e o Poder Central. 
Sob o ponto de vista astrológico, Mercúrio aguça o discernimento e a capacidade 
de transmitir informações, atributos sem dúvida desejáveis para o Secretário. 
 
 
 
 
 
 Na formação da Procissão, o Secretário posta-se na fileira referente ao Oriente, de 
frente para o Mestre de Cerimônias, atrás do Porta-Bandeira, e na frente do Orador. 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
POSIÇÃO NO TEMPLO 
ATRIBUIÇÕES 
 
 
 
 
 No Templo, o Orador tem assento no Oriente, ao nordeste, do lado direito do 
Venerável Mestre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Cargo de Secretário é preenchido através de 
eleição direta pela maioria simples dos votos dos obreiros 
da Oficina Eleitoral. 
É uma das sete Dignidades da Loja, e um dos 
Mestres obrigatórios para a Abertura da Loja. 
O cargo é regido pelo artigo 123 do Regulamento 
Geral da Federação, que estabelece as seguintes 
atribuições: 
Lavrar as atas das sessões e assiná-las com O 
Venerável Mestre e o Orador após aprovadas. 
 
Manter atualizados os arquivos dos atos administrativos e notícias de interesse da 
Loja, tais como a correspondência recebida e expedida, e a relação de membros do quadro 
da Oficina, contendo todos os dados necessários à sua perfeita e exata qualificação e 
identificação. 
Receber, distribuir e expedir a correspondência da Loja. 
Manter atualizados os Livros Negro e Amarelo da Loja. 
47 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REQUISITOS 
Preparar, organizar, assinar junto com o Venerável Mestre e remeter a cada ano, 
ao Grande Oriente do Brasil e ao Grande Oriente Estadual, do Distrito Federal ou 
Delegacia Regional, o Quadro de Maçons da Loja e o relatório de atividades. 
Comunicar ao Grande Oriente ou à Delegacia Regional, conforme a subordinação, 
no prazo de sete dias, as informações sobre iniciações, filiações, regularizações e colações 
de Graus; 
A expedição de Quite Placet ou Placet Ex-Officio.A suspensão de direitos maçônicos; as rejeições e inscrições nos Livros Negro e 
Amarelo, além de outras alterações cadastrais. 
Já o artigo 124, do mesmo regulamento, estabelece que o Secretário terá sob sua 
guarda os livros de registro dos atos e eventos ocorridos na Loja, bem como os Livros 
Negro e Amarelo, assegurando que o Secretário que dispuser dos meios eletrônicos ou 
arquivos digitais poderá produzir atas pelos referidos métodos, imprimindo-as para 
posterior encadernação em livros específicos. 
 
 
 
 
 
 
 
A primeira condição é ser Mestre 
Maçom, mas não há necessidade de ser Mestre 
Instalado. 
Requer compromisso e dedicação, e 
acima de tudo disponibilidade de tempo para 
organizar as atas e tratar da documentação da 
Loja. 
Como os registros das atividades da 
Oficina estão a seu cargo a assiduidade torna-se 
fundamental, bem como a pontualidade, pois 
deve registrar os trabalhos desde seu início. 
Deve possuir senso de organização e 
bom senso. 
Possuir boa redação é fundamental, mas 
além disso são necessárias boa leitura e dicção, 
pois os obreiros devem entender com clareza 
suas palavras, bem como escutá-las em qualquer 
local do Templo. 
Deve exercitar o poder de síntese para que os registros das atas não se tornem 
exageradamente grandes e enfadonhos, ocupando tempo demais nas sessões. Não é 
necessário registrar ipsi litteris o pronunciamento dos Irmãos. O objetivo das atas é 
registrar as decisões da assembleia para futuras consultas ou comprovação junto à 
Obediência, e não os elogios, discursos e testemunhos dos obreiros. 
Deve aperfeiçoar a interpretação de textos, pois isso trará benefícios e ganho de 
tempo na leitura do expediente, resumindo o conteúdo sem a necessidade da leitura por 
completo. 
Deve ter escrita rápida para facilitar o acompanhamento das sessões, isso lhe 
emprestará maior segurança no desempenho das funções, mas é preciso estar sempre 
atento e exercitar sua memória, pois por mais que se esforce em registrar todas as 
ocorrências, vez por outra alguma anotação pode falhar. 
48 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
POSTURA 
Deve ter conhecimento da legislação Maçônica, notadamente no que diz respeito 
aos prazos legais a serem cumpridos na remessa dos documentos para não causar 
prejuízos à Loja. 
Deve conhecer os Alfabetos Maçônicos e saber decifrá-los, embora não seja sua 
tarefa decodificar a Palavra Semestral, por exemplo, é possível que algum documento 
recebido pela Loja tenha gravação nestes alfabetos. 
Deve ter domínio sobre as abreviações maçônicas, principalmente para efetuar a 
correta leitura das pranchas encaminhadas à Loja e não causar constrangimentos ou 
prestar informações equivocadas. 
Na atualidade é fundamental ter domínio e estar familiarizado com as ferramentas 
digitais. Cada vez mais, e num processo irreversível, a remessa de documentos, troca de 
informações e registros dependerá dos meios eletrônicos. 
Deve conhecer bem as Faixas de Tratamento das autoridades maçônicas para 
efetuar o registro correto nas atas. 
 
 
 
 
 
Conforme vimos no diagrama do 
Templo, o Secretário ocupa uma mesa de 
formato retangular no Oriente, no lado 
nordeste, lado direito do Venerável Mestre. 
Pela sua posição no Templo deve 
possuir boa impostação de voz para ser ouvido 
em todos os lugares, e da mesma forma ter boa 
audição para escutar com clareza a fala dos 
Irmãos. 
Deve manter estreito relacionamento 
com os demais membros da administração da 
Loja, e contato permanente com o Venerável 
Mestre, de quem é auxiliar direto. 
Deve efetuar consultas constantes ao 
Poder Central e ao Grande Oriente Estadual ou 
Distrital para dirimir eventuais dúvidas com 
relação aos registros da Loja. 
Embora não haja a permissão no ritual, 
suas luvas podem ser eventualmente retiradas 
para facilitar a escrita. 
Deve ter sempre à mão material para escrita e anotações, e em abundância, pois 
os registros com certeza serão muitos. 
Não deve postergar a confecção definitiva dos balaústres para evitar atrasos e a 
leitura de mais de uma ata nas sessões. 
Deve observar rigorosamente os prazos legais para remessa de documentos, caso 
contrário a Loja poderá ser penalizada. 
O Secretário fala na leitura dos balaústres e expediente, e quando a palavra está 
no Oriente, e o faz sentado, pois ocupa uma mesa, é uma das sete Dignidades da Loja, e 
possui prerrogativa para tanto. 
Também não é examinado durante o Interrogatório, o Venerável Mestre se 
responsabilizará por ele e por todos os obreiros com assento no Oriente. 
49 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
O BALAÚSTRE 
É importante ter consciência de que, apesar de facilitar seu trabalho, as sessões 
não podem ser gravadas. Há vedação nos rituais quanto a isso, e a não observação dessa 
norma poderá acarretar em punição. 
 
 
 
 
 
 
 
A Joia do Secretário é no formato de 
duas penas cruzadas. 
A pena era o instrumento de escrita 
utilizado no século XVIII e anteriores, portanto, 
se refere à época de formalização da Maçonaria 
Especulativa. 
Representa também a fidelidade da 
escrita, pois a pena não permite correções 
posteriores, o que implica dizer que quem a 
manuseia deve ter notável segurança para 
escrever. 
As duas penas cruzadas repetem a posição de guarda das sentinelas medievais, 
que guardavam o acesso aos ambientes restritos cruzando suas lanças. Esse simbolismo 
se refere ao sigilo que o Secretário deve manter em relação ao conteúdo das atas e demais 
documentos maçônicos. 
O Secretário desempenha uma função exclusivamente material, portanto, não há 
qualquer associação místico-esotérica no simbolismo de sua Joia. 
 
 
 
 
 
Todos sabemos que no jargão maçônico o 
termo balaústre se refere às atas das sessões. Mas 
por que se chama balaústre? 
Balaústre é a designação de um elemento 
arquitetônico que serve como divisória ou limite 
entre espaços, sendo de meia altura, e formado 
por uma sucessão de pequenas colunas, ou 
colunetas, que são exatamente miniaturas das 
colunas tradicionais. 
Todas as atas são denominadas colunas 
gravadas. Isto porque os povos antigos tinham o 
costume de gravar sua história em colunas para a 
posteridade. Temos vários exemplos famosos 
deste hábito, como os famosos arcos dos 
romanos. 
Neste raciocínio, as várias colunas 
gravadas, que são os balaústres, registram e 
sustentam a história da Loja. 
 
 
50 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O QUE GRAVAR NO BALASTRE? 
A leitura dos balaústres é uma etapa obrigatória nas sessões ordinárias, porém, 
pode ser suprimida em função da natureza da sessão, Iniciação, Magnas Comemorativas, 
de Filiação, extraordinárias, etc. Isso se faz necessário porque é preciso dar publicidade 
às decisões da Oficina, e da mesma forma, dar conhecimento aos obreiros que não 
estiveram presentes na sessão das matérias apreciadas e votadas. 
Apesar de assinar os balaústres juntamente com o Orador e o Venerável Mestre, 
não são eles que atestam a veracidade do balaústre, mas sim a concordância da assembleia 
que as aprova em votação, assegurado o direito de solicitar alterações e correções. 
Aqueles que autografam o balaústre atestam apenas sua autenticidade. O balaústre, 
portanto, pode ser corrigido após lavrado. 
A redação deve ser sintética, ressaltando os aspectos mais relevantes das sessões. 
O balaústre não é uma transcrição das sessões. 
É desejável que não haja atrasos na confecção e leitura dos balaústres, para não 
ocasionar prejuízos à Loja e ocupar muito tempo nas sessões com a leitura de mais de 
uma ata. 
Há correntes que defendem a leitura e aprovação dos balaústres na mesma sessão. 
Isso não é permitido pelos rituais, e nem lógico. Observem que a ata deve registrar o 
horário de início e de encerramento das sessões. Se o balaústre for lido e aprovado na 
mesma sessão não poderá ser modificado,ou seja, não poderá ser gravada a hora de 
encerramento dos trabalhos. 
Ademais, se uma das funções dos balaústres é informar aos obreiros ausentes o 
ocorrido em determinada sessão, este aspecto restará prejudicado. 
Por derradeiro, não vislumbro qualquer benefício nesta prática, posto que, será 
gasto o mesmo tempo que atualmente dispendemos, apenas alterando a sequência na 
sessão. 
 
 
 
 
 
 
 
Não há descrição ou modelo para confecção 
dos balaústres nem nos rituais nem no Regulamento 
Geral da Federação, o que dificulta a padronização, 
ficando a critério de cada Oficina e Secretário em 
particular o padrão a ser adotado. 
Portanto, o que deve prevalecer é o bom 
senso de registrar aquilo que seja importante para a 
documentação da Loja, ficando o estilo de redação 
livre, que irá, acima de tudo, refletir a personalidade 
e habilidade do Secretário. 
O primeiro fator a ser observado é que os 
balaústres sempre se referem a sessões anteriores, já 
realizadas, ou seja, remete-se ao passado. São a 
história da Loja. 
Devem ser sequenciais e numerados para 
possibilitar rápida consulta, sendo obrigatoriamente 
separados em volumes restritos a cada um dos três 
Graus Simbólicos. 
Devem estabelecer o local da sessão, a data de sua realização, os horários de início 
e término, a natureza e o Grau dos trabalhos. 
51 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS LIVROS AMARELO E NEGRO 
Deve constar a nominação dos Mestres ocupantes de cargos nas Sessões, 
identificando os ad hoc se necessário. No Rito Adonhiramita é recomendável que 
constem seus Nomes Históricos, ainda que não haja óbices na gravação dos nomes 
profanos. 
Com relação à opção da datação dos balaústres ser maçônica ou obedecer ao 
calendário civil, gregoriano, creio que ambas são recomendáveis. O Rito Adonhiramita 
possui um calendário próprio, que na minha opinião não deve ser negligenciado e inserido 
apenas no contexto histórico como uma curiosidade, devemos preservar esta tradição que 
tem sensível sentido místico. No entanto, há que se gravar a correspondência com o 
calendário civil, para que no futuro se possa datar precisamente os eventos, sem a surpresa 
de equívocos como o que estabeleceu o Dia Nacional do Maçom no dia 20 de agosto de 
1822, quando na verdade o célebre discurso de Joaquim Gonçalves Ledo tenha sido 
proferido no dia 9 de setembro do mesmo ano. 
Com relação à datação de Verdadeira Luz e Era Vulgar, creio que sua manutenção 
se dê apenas por motivo de tradição, já que sabemos, e há bastante tempo, que o Universo 
não foi criado no dia 23 de outubro de 4004 a.C. como pretendia James Usher. 
Para que o balaústre se caracteriza como uma fonte de futuras consultas, é 
necessário que apresente os seguintes registros das sessões: 
1. A relação dos documentos lidos no Expediente; 
2. A identificação do balaústre lido e aprovado; 
3. A quantidade e a natureza dos documentos colhidos na circulação do Saco de 
Propostas e Informações; 
4. A descrição dos certificados de presença apresentados pelos Irmãos do quadro; 
5. As matérias apreciadas na Ordem do Dia, inclusive o pronunciamento dos 
obreiros, bem como o resultado das votações; 
6. O resultado do Escrutínio Secreto; 
7. A matéria apresentada no Quarto de Hora de Instrução, bem como os 
pronunciamentos proferidos na Palavra Análoga; 
8. Os Pronunciamentos proferidos na Palavra à Bem da Ordem em Geral e do 
Quadro em Particular, ou Análoga ao Ato; 
9. O resultado da coleta do Tronco de Solidariedade; 
10. O registro de visitantes e autoridades presentes nas Sessões. 
Mais uma vez ressalto que o balaústre não deve ser uma transcrição da sessão, 
apenas sua síntese. 
Saliento também que eventualmente cópia dos balaústres serão enviados ao 
Grande Oriente do Brasil, para registros maçônicos, bancos e cartórios para registros 
civis. 
 
 
 
 
 
Ambos devem ser mantidos sob a guarda do Secretário, que também tem a 
responsabilidade sobre sua atualização. 
O Livro Amarelo registrará a ocorrência de vedação temporária, 12 meses, ao 
ingresso de candidatos na Ordem por motivos que não sejam de ordem moral, nos termos 
do que dispõe o parágrafo segundo do artigo 6° combinado com o artigo 25 do 
Regulamento Geral da Federação. 
 
 
52 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS 
CONCLUSÃO 
O Livro Negro registrará a ocorrência de 
vedação definitiva ao ingresso de candidatos na 
Ordem por questões de ordem moral, como estabelece 
o parágrafo primeiro do artigo 6°, combinado com o 
artigo 25 do Regulamento Geral da Federação. 
Toda e qualquer inclusão de nomes nos Livros 
Amarelo e Negro devem ser comunicadas ao Grande 
Oriente do Brasil dentro de 7 dias. 
Em ambas as hipóteses, a inscrição deve conter 
a qualificação completa do candidato e os motivos da 
recusa. 
Não é necessário portar os Livros Amarelo e 
Negro em todas as sessões. 
 
 
 
 
 
 
Cabe ao Secretário executar as seguintes funções ritualísticas: 
1. Leitura do Expediente; 
2. Leitura de Balaústres; 
3. Conferência do conteúdo do Saco de Propostas e Informações, juntamente 
com o Orador; 
4. Organizar e conferir a documentação referente às Iniciações, Filiações e 
Regularizações; 
5. Acompanhar a apuração da quantidade das esferas no Escrutínio Secreto; 
6. Inscrição de obreiros e organização da Ordem do Dia; 
7. Lavratura dos Balaústres, e 
8. Organizar e divulgar o calendário das reuniões da Oficina. 
 
 
 
 
 
O Secretário tem enorme responsabilidade, 
não apenas quanto ao registro das atividades da Loja, 
mas também em relação à regularidade da Oficina. 
Aumentos de salário, concessão de títulos 
honoríficos, registros das administrações, etc., estão 
todos a seu cargo. 
Seu desempenho administrativo é fundamental 
para o perfeito funcionamento da Loja. 
É um Oficial que trabalha silenciosa e 
discretamente, mais tempo fora do Templo que dentro 
dele. 
O Mestre que ocupa esta função deve ter plena 
consciência de suas responsabilidades. 
O Secretário não é apenas o Mestre que produz 
balaústres, é a Dignidade que materializa os trabalhos 
da Oficina. 
53 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A INSPIRAÇÃO 
O TESOURO NA ANTIGUIDADE 
O TESOUREIRO 
 
 
 
 
 
 
 Não creio que os ritualistas tenham se inspirado num herói mítico ou divindade 
para estabelecer o cargo de Tesoureiro nas Lojas Simbólicas, mas acho que alguns 
arquétipos tenham colaborado para sua inserção. 
 Neste raciocínio entendo que podemos buscar as origens dos conceitos adotados 
pela Maçonaria moderna, notadamente pelo Rito Adonhiramita, nos seguintes arquétipos: 
 Primeiramente nos tesoureiros egípcios, não apenas pela natureza de suas funções, 
mas por ter sido, no meu entendimento, o berço dos padrões éticos, morais e filosóficos 
do ocidente, através da sua absorção pelos gregos e hebreus. 
 Apesar de não se tratar exatamente de tesoureiros, penso que o profeta Malaquias, 
assim como os publicanos cobradores de impostos para os romanos, e integrantes da 
narrativa bíblica, tenham igualmente emprestado seu simbolismo. Mas temos José do 
Egito. 
 Por derradeiro, temos os tesoureiros medievais, mais próximos do período de 
formalização da Maçonaria Especulativa. 
 Abordarei, evidentemente de forma resumida, cada um deles, de modo a permitir 
melhor entendimento de minha argumentação. 
 
 
 
 
 
Os tesouros estão relacionados à 
prática de acumular riquezas pelos homens, 
iniciada após sua organização em sociedades, 
a partir do período Neolítico, quando já saídos 
das cavernas tornaram-se sedentários e 
promoveram o surgimento dos primeiros 
povoados. 
Tesouro não se referia especificamente a dinheiro ou moedas, mas a toda produção 
que consistisse num bem material, fossem produtos agrícolas, pecuários, joias, relíquias, 
casas, terrenos, etc. 
Os tesoureiros surgem pouco mais à frente, com uma característica específica,não 
cuidavam de seus próprios bens, mas sim dos bens de terceiros, notadamente dos reis e 
dos líderes das tribos. 
Ganham extrema importância a partir do antigo Egito, onde eram responsáveis 
pela guarda da riqueza dos faraós, e da disposição destes bens nas suas câmaras 
mortuárias para uso posterior quando revivessem no Tuat. Era comum, inclusive, que 
suas funções englobassem seu consentimento em ser sepultado juntamente com o faraó. 
Não era uma missão das mais agradáveis ser tesoureiro no antigo Egito. 
 
54 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
TESOUREIROS BÍBLICOS 
O TESOUREIRO MEDIEVAL 
As lendas sobre tesouros escondidos povoam a literatura mundial desde os tempos 
mais remotos, e excitam a mente dos homens em todos os tempos, impelindo-os à sua 
busca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A cultura hebraica absorveu certos 
conceitos do tesoureiro a partir da 
narrativa de José, no Livro do Gênesis, 
que foi nomeado governador do Egito e 
responsável pela guarda não apenas dos 
bens do faraó, mas igualmente de toda a 
riqueza do Egito. 
Mais tarde, no Livro do Êxodo, 
Moisés institui um templo para adoração 
do Deus Único, o Tabernáculo do Deserto, 
que é o anteprojeto do Templo de 
Jerusalém, erguido por Salomão tempos 
depois e que serve de base para nossa 
Doutrina. 
Nesta fase uma parcela dos bens dos hebreus passa a ser utilizada na manutenção 
do templo. 
Mais tarde, o profeta Malaquias, que nominou o último dos Livros do Antigo 
Testamento, exorta o povo hebreu a contribuir com seus recursos materiais para a 
reconstrução do Templo de Jerusalém destruído por Nabucodonosor. 
Surge aí o conceito de que Deus retribui àqueles que colocam seus bens materiais 
à serviço da fé. Esse conceito vai prosperar na Idade Média, influenciando posteriormente 
o conceito maçônico do Tesoureiro e também do Hospitaleiro. 
 
 
 
 
 
O regime feudal foi o período da 
História que ocasionou o maior acúmulo de 
riquezas pelo homem, notadamente pelos 
reis despóticos. 
Surgem aí os tesoureiros reais, que 
eram mais do que simples guardiões dos 
bens dos reinos. Assim como José do Egito, 
eles eram economistas primitivos, cuidando 
da contabilidade, da provisão de recursos, 
aquisição de bens, etc. 
A riqueza e a prosperidade dos reinos 
estavam diretamente relacionadas ao seu 
bom desempenho. Eram oficiais da maior 
confiança dos monarcas. 
 
 
55 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O TESOUREIRO NA MAÇONARIA 
A INSERÇÃO NOS RITUAIS 
Esses foram os profissionais mais próximos, cronologicamente falando, das 
funções que a Maçonaria moderna irá atribuir aos Tesoureiros das Lojas Simbólicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não havia o cargo de Tesoureiro no 
período operativo da Maçonaria. Muito embora 
os construtores de templos gerenciassem os 
recursos de suas construções, a tarefa era 
executada pelos próprios mestres das Lojas. 
Se levarmos em conta que no início do 
século XVIII as Lojas se reuniam em tavernas e 
espaços improvisados, a necessidade de um 
oficial para a guarda e disposição dos bens 
destas oficinas especulativas não era necessário. 
O cargo vai ser instituído a partir do 
momento em que as Lojas passam a se reunir em 
espaços próprios, e a se organizar como 
associações propriamente ditas. 
A primeira menção ao cargo parece datar de 1767, nas Constituições d’Entik, mas 
provavelmente já existia nas Lojas Provinciais em 1726. 
Era chamado de Treasurer pelas Lojas britânicas e Trésorier na França. 
 
 
 
 
 
No que diz respeito ao Rito Adonhiramita, 
vemos que o cargo de Tesoureiro não é mencionado 
na Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, 
no entanto, não podemos afirmar que o cargo não 
existisse. 
O Tesoureiro consta da descrição dos cargos 
em Loja do primeiro Ritual Adonhiramita publicado 
pelo Grande Oriente do Brasil, em 1836, sua primeira 
aparição formal. 
Como curiosidade, nessa época os Oficiais 
totalizavam nove Mestres, segundo o próprio ritual 
este número não poderia ser alterado por conta do 
simbolismo de “três vezes três”. 
Mas ainda não há nessa época menção às 
atribuições do cargo, e tampouco descrição de funções 
ritualísticas, o que vai ocorrer gradativamente nos 
rituais posteriores. 
 
56 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ASSOCIAÇÃO COM A CABALA 
ASSOCIAÇÃO ASTRONÔMICA 
POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se comparamos a posição geográfica do 
Tesoureiro nos Templos Adonhiramitas, veremos 
que está associada à emanação da sefirote Chesed, 
a Graça, o Amor, a Bondade. 
Esta sefirote se refere à abundância 
emanada do Criador, ao princípio da 
prosperidade, ou seja, é a sefirote que distribui a 
prosperidade. 
É considerada preservadora e protetora de 
tudo o que foi gerado com generosidade e com 
equilíbrio em Kether. 
É a quarta emanação ou sefirote, associada 
ao número QUATRO, portanto à materialidade. 
Exorta a necessidade de organização para o 
alcance do bem comum. 
 
 
 
 
 
 
 
Comparado à decoração da Abóbada 
Celeste dos Templos Adonhiramitas, o Tesoureiro 
está localizado na projeção de Fomalhaut, estrela 
alfa da Constelação de Peixes. 
Fomalhaut é chamada de “olho do peixe”, e 
é associada ao Arcanjo Gabriel. 
É considerada a “Guardiã do Sul”, e para os 
persas representava a fortuna. 
“Guardar” e “fortuna” parecem justificar a 
opção de nossos ritualistas com relação à 
associação com o Tesoureiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 Na formação do cortejo para ingresso no templo, o Tesoureiro se posiciona atrás 
do Hospitaleiro, e na frente do Primeiro Vigilante. 
 
57 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O LUGAR EM LOJA 
ATRIBUIÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 No interior do Templo, o Tesoureiro ocupa uma mesa de formato triangular no 
topo da Coluna do Sul, próximo à balaustrada que divide o Ocidente e o Oriente. 
 
 
 
 
 
 
 
O cargo de Tesoureiro é preenchido através de eleição, é uma Dignidade, e um 
dos sete Mestres obrigatórios numa Loja Simbólica. 
Nos termos do que dispõe o artigo 125 do Regulamento Geral da Federação, 
compete ao Tesoureiro: 
1. Arrecadar a receita e pagar as despesas; 
 
58 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REQUISITOS 
 
2. Assinar os papéis e documentos 
relacionados com a administração 
financeira, contábil, econômica e 
patrimonial da Loja; 
3. Manter a escrituração contábil da Loja 
sempre atualizada; 
4. Apresentar à Loja os balancetes 
trimestrais conforme normas e padrões 
oficiais 
5. Apresentar à Loja, até a última sessão do mês de março o balanço geral do ano 
financeiro anterior, conforme normas e padrões oficiais; 
6. Apresentar, no mês de outubro, o orçamento da Loja para o ano seguinte; 
7. Depositar, em banco determinado pela Loja, o numerário a ela pertencente; 
8. Cobrar dos maçons suas contribuições em atraso e remeter prancha com aviso de 
recebimento, ao obreiro inadimplente há mais de três meses, comunicar sua 
irregularidade e cientificar a Loja; 
9. Receber e encaminhar à Secretaria-Geral de Finanças do Grande Oriente do 
Brasil, e à Secretaria de Finanças do Grande Oriente a que estiver jurisdicionada 
a Loja, as taxas, emolumentos e contribuições ordinárias e extraordinárias 
legalmente estabelecidos; 
10. Responsabilizar-se pela conferência, guarda e liberação dos valores arrecadados 
pela Loja. 
 
 
 
 
 
Todo cargo em Loja no Rito 
Adonhiramita é exclusivamente ocupado 
por um Mestre Maçom, este, portanto, é 
evidentemente o primeiro requisito para se 
tornar Tesoureiro da Oficina. 
Da mesma forma, compromisso e 
dedicação são atitudes desejáveis desde o 
Grau de Aprendiz, mas tornam-se 
fundamentais e obrigatórias quando se 
ocupa um cargo. 
 
É imprescindível que o Tesoureiro tenha disponibilidade de tempo, vai trabalhar 
mais tempo fora do Templo do que dentro dele. 
Assiduidade e pontualidade também são característicasdesejáveis, assim como 
organização, disciplina, responsabilidade e iniciativa. 
Não é necessário que possua formação de economia ou contabilidade, muito 
embora esta condição seja um enorme facilitador, mas é que possua facilidade de efetuar 
cálculos, e ser seguro no desempenho das suas funções, e acima de tudo ter bom senso. 
É preciso ter conhecimento da legislação Maçônica e tributária, para não ocasionar 
transtornos e prejuízos à Oficina. 
O ideal é que seja um Mestre de total confiança do Venerável Mestre. 
 
 
 
59 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A POSTURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como vimos no diagrama do Templo, o 
Tesoureiro ocupa uma mesa de formato 
triangular no Ocidente, no topo da Coluna do 
Sul, próximo à balaustrada que separa o 
Ocidente do Oriente. 
Deve possuir boa impostação de voz, 
para que suas palavras sejam ouvidas em 
qualquer lugar do Templo. 
Deve manter estreito relacionamento 
com os demais membros da administração da 
Loja, notadamente com o Irmão Hospitaleiro, a 
quem deve informar sobre os obreiros em 
atraso com os metais para que ele possa 
investigar a necessidade da Oficina lhe prestar 
auxílio financeiro, e de ter contato permanente 
com o Venerável Mestre para lhe dar pleno 
conhecimento das condições financeiras da 
Loja. 
É importante ter transparência no desempenho de suas funções, informando à 
Oficina frequentemente sobre a administração financeira da Loja. O dinheiro sempre foi 
motivo de discórdia entre os homens, e na Maçonaria não é muito diferente, portanto, é 
fundamental que os obreiros tenham confiança no trabalho do Tesoureiro, isso influencia 
beneficamente a harmonia da Loja. 
Deve fazer constantes consultas ao Poder Central e Grande Oriente Estadual, ou 
Distrital se for o caso, de modo a não incorrer em falhas na quitação das taxas e 
emolumentos e não causar prejuízos ao funcionamento da Oficina. 
Deve ter sempre à mão material para escrita, anotações e, principalmente, 
talonário de recibos, para comprovação da quitação dos obreiros. 
O talonário de recibos também deve contemplar a anotação dos valores 
arrecadados no Tronco de Solidariedade, pois apesar do fundo de beneficência não se 
constituir em tesouro da Loja, os valores não destinados à beneficência imediata ficarão 
sob sua guarda e responsabilidade. Ressaltando que a movimentação destes valores só se 
dará mediante determinação do Hospitaleiro, e após a aprovação da maioria da 
assembleia. 
Deve observar rigorosamente os prazos para os diversos pagamentos, de modo a 
não causar prejuízos para a Oficina, que poderão inclusive coloca-la na irregularidade. 
Não é recomendável manter em seu poder grandes recursos em espécie. Esta 
medida geralmente é estabelecida no regimento interno da Loja, que determina os valores 
máximos em espécie que poderão ser retidos pelo Tesoureiro para despesas urgentes. Mas 
caso o regimento interno não vislumbre esta matéria, entendo que o bom senso deverá 
prevalecer. 
Deve manter os balancetes permanentemente atualizados, e não apenas formalizá-
los no momento de sua apresentação nas sessões de finanças, lembrando que a Comissão 
de Finanças da Loja possui a prerrogativa de examinar os documentos contábeis da 
Oficina a qualquer tempo. 
60 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
O Tesoureiro só fala quando a palavra está na Coluna do Sul, e o faz sentado, pois 
ocupa uma mesa e é uma das Dignidades da Loja, o que lhe concede essa prerrogativa. O 
ritual atual estabelece sua manifestação obrigatória em todas as sessões ordinárias, para 
declinar o valor arrecadado no giro do Tronco de Solidariedade. Essa tarefa, no entanto, 
ficará a cargo do Orador nas demais sessões, cabendo a ele, inclusive, a determinação do 
Tronco de Solidariedade permanecer sob malhete nas Sessões Magnas. Neste caso, o 
Tronco de Solidariedade será informado pelo Tesoureiro na sessão ordinária seguinte, 
independentemente do Grau. 
Deve observar o devido sigilo em relação aos obreiros com dificuldades 
financeiras para a quitação das mensalidades da Loja de modo a não causar 
constrangimentos. Porém, é necessário que mantenha o Hospitaleiro sempre ciente destas 
situações para que ele possa agir em auxílio do Irmão com dificuldades financeiras. 
O Tesouro da Loja só pode ser movimentado com a aprovação da assembleia, 
porém, existe a prerrogativa do Venerável Mestre efetuar despesas ad referendum, para 
situações emergenciais, que deverão ser objeto de aprovação posterior pelos membros da 
Oficina. O valor máximo para tais despesas geralmente é estabelecido no regimento 
interno da Loja, e quando não o for, deve prevalecer o bom senso de não efetuar despesas 
muito onerosas. Cabe ressaltar, que na hipótese da Oficina não aprovar a destinação dos 
recursos aplicados desta maneira, o Venerável Mestre e o Tesoureiro se responsabilizarão 
solidariamente pela reposição dos valores ao Tesouro da Loja. 
 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita, a Joia do 
Tesoureiro é no formato de duas chaves 
cruzadas, como vemos na imagem ao lado. 
Ela representa a guarda do Tesouro 
da Loja, e esta é a posição que os guardas 
medievais assumiam quando cruzavam suas 
lanças para impedir o acesso a recintos 
restritos nos palácios, aqui substituídas 
pelas chaves do cofre. 
Alguns autores defendem tratar-se 
de uma chave para abrir e outra para fechar. 
Discordo dessa hipótese por não fazer 
sentido no meu entendimento, pois a chave 
efetivamente cumpre ambas as funções. 
O Tesoureiro exerce uma função 
exclusivamente material, portanto, não 
vislumbro qualquer associação místico-
esotérica no simbolismo da Joia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A CONSTITUIÇÃO DO GOB 
O ESTATUTO DA LOJA 
 
 
 
 
 
Destaco, por entender oportuno, alguns trechos da 
Carta Magna do Grande Oriente do Brasil, que 
estabelecem direitos referentes à autonomia das 
Lojas Simbólicas, cuja execução estará a cargo do 
Tesoureiro. 
 O artigo 16 da Constituição do Grande 
Oriente do Brasil estabelece o seguinte: 
“A autonomia da Loja será assegurada: 
(...) 
II – pela administração própria, no que 
diz respeito ao seu peculiar interesse e às suas 
necessidades, tais como 
a) fixação e arrecadação das 
contribuições de sua competência; 
b) aplicação de suas rendas; 
c) organização e manutenção de serviços 
assistenciais, sociais, cívicos e de ordem cultural; 
d) utilização e gestão de seu patrimônio”. 
 
 Ou seja, vemos aqui que existe a permissibilidade legal para aplicação dos 
recursos do Tesouro da Loja, ressaltando que as Oficinas não possuem a característica de 
gerar lucro. Esta medida visa, dentre outras hipóteses, a proteção dos recursos da Loja 
contra eventuais desvalorizações da moeda nacional, e a garantia da manutenção da 
Oficina no que diz respeito a sua saúde financeira. 
 O artigo 21 da Carta Magna apresenta uma advertência: 
“A Loja que não estiver em dia com suas obrigações pecuniárias para com o 
Grande Oriente do Brasil ou para com os Grandes Orientes dos Estados ou do Distrito 
Federal a que estiver jurisdicionada, poderá ter, por estes, em conjunto ou isoladamente, 
decretada a suspensão dos seus direitos, após sessenta dias da respectiva notificação de 
débito, até final solução”. 
 
 
 
 
 
 O estatuto social da Loja também é uma obrigação estabelecida na Constituição 
do Grande Oriente do Brasil, especificamente nos artigos 93 a 95, que determina a 
inserção de algumas normas comuns a todas as Oficinas, e algumas delas, que transcrevo 
a seguir, são de competência do Tesoureiro. 
“Art. 93 Recebida a Carta Constitutiva, a Loja elaborará e aprovará, em seis 
meses, seu Estatuto Social, remetendo duas cópias ao Conselho Federal para análise e 
parecer, sendo tais cópias assinadas pelas Dignidades. 
Parágrafo único. Idêntico procedimento será adotado nas alteraçõessupervenientes. 
Art. 94 No Estatuto das Lojas deverá constar, obrigatoriamente: 
(...) 
62 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS COMPROMISSOS FINANCEIROS 
AS SESSÕES DE FINANÇAS 
V – que se sujeita às leis maçônicas e civis; 
VIII – que não possui fins lucrativos e econômicos; 
IX – o destino dos recursos obtidos de qualquer espécie; 
X – que não haverá remuneração e benefícios de qualquer espécie aos seus 
dirigentes e membros; 
XI – que o exercício financeiro se encerrará sempre em trinta e um de dezembro; 
XIII – o destino de seus bens em caso de dissolução; 
Art. 95 Aprovado o Estatuto da Loja, o mesmo será levado ao registro no Cartório 
do Registro de Pessoas Jurídicas da Comarca a que pertencer, tomando-se as demais 
providências no sentido de cumprir a legislação não-maçônica concernente às pessoas 
jurídicas. 
Parágrafo único. O Estatuto da Loja só entrará em vigor após o registro a que se 
refere este artigo”. 
 
 
 
 
 
 
 Cabe ao Tesoureiro ficar atento para honrar 
todos os compromissos financeiros da Loja. É 
evidente que cada Oficina possui suas 
peculiaridades, e assim, despesas que nem sempre 
são comuns a todas as Lojas Simbólicas. 
 No entanto, existem despesas que são 
comuns a todas as Lojas, e dentre elas destaco: 
 
O pagamento das taxas e emolumentos do Poder Central, tanto da Oficina quanto 
dos obreiros; as taxas e emolumentos do Poder Estadual ou Distrital, tanto da Oficina 
quanto dos obreiros; aluguel do Templo, evidentemente para as Lojas que não possuem 
imóvel próprio; IPTU do e condomínio do Templo, para o caso das Lojas que possuem 
imóvel próprio; contas de água, luz, telefone, gás, internet, etc.; despesas de manutenção 
do Templo; profissionais contratados para assessoramento, como contadores, por 
exemplo; eventuais despesas cartorárias, como registro de estatuto; aquisição de material 
litúrgico e administrativo; aquisição de comendas, diplomas e certificados, tanto para a 
Loja quanto para os obreiros; despesas bancárias; custo de manutenção e hospedagem de 
sites na internet e nas redes sociais; insumos para os ágapes e comemorações, e os tributos 
referentes à Receita Federal, pois para o fisco a Loja Simbólica é uma empresa que possui 
CNPJ. 
 
 
 
 
 
 
 As Oficinas devem realizar quatro 
sessões de finanças por exercício, uma a 
cada três meses, tratando da aprovação das 
contas do trimestre anterior. As normas 
para sua realização são estabelecidas no 
artigo 109 do Regulamento Geral da 
Federação, nos seguintes termos: 
63 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 
 
“As sessões ordinárias de finanças serão realizadas no Grau 1, sendo convocadas 
por edital com antecedência mínima de quinze dias. 
§ 1º - Para a realização da sessão ordinária de finanças é indispensável o parecer 
prévio da comissão de finanças, não se admitindo que seja tratado qualquer outro 
assunto. 
§ 2º - Aos Aprendizes e Companheiros é vedada qualquer participação que não 
seja a apresentação de propostas, discussão e votação dos assuntos constantes da pauta 
da sessão. 
§ 3º - Se durante a sessão ocorrer qualquer questionamento relativo à conduta de 
Companheiros ou Mestres Maçons, o assunto será apreciado em outra sessão, no 
respectivo grau. 
§ 4º - Somente podem tomar parte das sessões ordinárias de finanças, os membros 
da Loja que tiverem, no mínimo, 50% (cinquenta por cento) de frequência nas respectivas 
sessões ordinárias da Loja nos últimos doze meses, excetuando-se os dispensados, e que 
até o mês anterior estejam quites com suas obrigações pecuniárias”. 
 Ou seja, embora no Rito Adonhiramita os Aprendizes e Companheiros não façam 
uso do verbo nas sessões, a não ser em ocasiões especiais, as sessões de finanças são uma 
dessas exceções, onde lhes é permitido se manifestar. 
 Esta medida é relativamente recente, no passado as sessões de finanças eram 
realizadas exclusivamente no Grau de Mestre Maçom. No entanto, Aprendizes e 
Companheiros contribuem pecuniariamente para a Loja, dessa forma, me parece razoável 
que eles tenham poder de voto, notadamente porque não há nenhum ensinamento restrito 
nas sessões de finanças. 
Não deve haver visitantes nas sessões de finanças, posto que serão tratados 
assuntos de interesse exclusivo dos obreiros da Oficina, e mesmo que participassem, os 
visitantes não teriam poder de voto. 
Há que se ressaltar que a ausência de ritualística não é prevista, é apenas tolerada, 
já que boa parte das Lojas têm como tradição realizar as sessões de finanças de modo 
informal. Ainda assim, há necessidade da presença de sete Mestres para abrir a Loja, é 
obrigatória a gravação de balaústre, e a circulação do Tronco de Solidariedade. O Livro 
da Lei, o Compasso e o Esquadro devem estar no Templo. 
Na ausência de ritualística nas sessões de finanças, deixo como sugestão o 
seguinte roteiro: 
1. Prece proferida pelo Orador; 
2. Declaração de abertura dos trabalhos pelo Venerável Mestre; 
3. Leitura do edital de convocação por parte do Secretário; 
4. Apresentação dos balancetes pelo Tesoureiro; 
5. Leitura do parecer da Comissão de Finanças pelo relator; 
6. Concessão da palavra para dirimir eventuais dúvidas; 
7. Declaração do Orador para votação ou correção de inconformidades; 
8. Votação para aprovação dos balancetes; 
9. Concessão da palavra para apreciação de assuntos exclusivamente relacionados a 
finanças, que não tenham sido contemplados nos balancetes; 
10. Concessão da palavra para dirimir dúvidas com relação às propostas apresentadas; 
11. Manifestação do Orador quanto à legalidade das propostas e votação; 
12. Votação para aprovação das moções; 
13. Circulação do Tronco de Solidariedade, neste caso o valor arrecadado será 
informado pelo Orador; 
64 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS BALANCETES 
A PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 
14. Prece de encerramento proferida pelo Orador, e 
15. Declaração de encerramento dos trabalhos pelo Venerável Mestre. 
 
 
 
 
 
Não existe um modelo, ou um padrão, 
para a lavratura dos balancetes, mas 
devemos ter em mente que estamos 
tratando de uma documentação contábil, 
portanto, alguns elementos são 
fundamentais para a correta prestação de 
contas do Tesouro da Oficina aos 
obreiros do quadro. 
A primeira recomendação é que 
devem ser elaborados mensalmente, 
porém, organizados por trimestre, já que 
é esta a periodicidade de sua 
apresentação à Loja. 
Devem obrigatoriamente ser assinados pelo Tesoureiro, e conter todos os 
documentos necessários para a comprovação da destinação dos recursos, tais como: 
recibos, notas fiscais e comprovantes de todas as despesas; demonstrativo do fluxo de 
caixa; demonstrativo de receitas e despesas; demonstrativo da movimentação bancária, 
informando o saldo na data do encerramento de cada mês; demonstrativos separados dos 
saldos do tesouro da Loja e do fundo de beneficência, etc. 
Os balancetes devem ser submetidos à análise prévia da Comissão de Finanças, 
que será responsável pela elaboração e apresentação de parecer antes da votação nas 
sessões de finanças. 
Os balancetes devem ser apresentados em Loja pelo Tesoureiro nas sessões de 
finanças, mas a Comissão de Finanças tem a prerrogativa de examiná-los a qualquer 
tempo. Após a apresentação, deve ser lido o parecer da Comissão de Finanças antes de 
ser votada sua aprovação. 
Se rejeitados, deverão ser objeto de ratificação e saneamento das inconformidades, 
e novamente apresentados na próxima sessão de finanças, juntamente com os balancetes 
do respectivo trimestre. 
 
 
 
 
 
 A proposta orçamentária tem o 
objetivo de estabelecer a projeção de 
receitas e despesas para o exercício 
financeiro seguinte. Deve ser apresentada 
no mês de outubro a cada ano, e terá sua 
execução posta em prática pela maioria 
simples dos votos da maioria dos obreiros 
do quadro presentesda sessão. Cabe ao 
Tesoureiro seu planejamento e sua 
apresentação à Loja. 
65 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS 
Da mesma forma que o ocorrido com os balancetes, não há um modelo ou padrão 
para seu planejamento e apresentação, mas o bom senso nos sugere a contemplação dos 
seguintes elementos no seu dimensionamento: 
 Projeção das despesas fixas da Oficina e dos Obreiros, sendo fundamental para 
tanto o prévio conhecimento da lei orçamentária aprovada para o Poder Central e Estadual 
ou Distrital; 
1. Projeção das taxas e emolumentos dos Poderes Central, Estadual ou Distrital, 
tanto da Loja quanto dos obreiros, sendo igualmente necessário o conhecimento 
prévio dos valores a serem praticados, que são aprovados na lei orçamentária; 
2. Projeção das despesas de aluguel do Templo, para as Lojas que se reúnem em 
imóvel de terceiros, atentando-se para o aniversário de correção de valores 
estabelecido no contrato; 
3. Projeção das despesas de manutenção e conservação do Templo; 
4. Projeção das despesas com prestadores de serviços, como por exemplo 
contadores, serventes, cozinheiros, etc. 
5. Projeção dos tributos federais, estaduais e municipais devidos à Loja; 
6. Projeção das despesas com a manutenção e hospedagem de sites da Loja na 
internet e nas redes sociais, quando for o caso; 
7. Projeção de despesas eventuais da Oficina e dos Obreiros, ou seja, aquelas que 
não se enquadram no rol das despesas fixas, mas que poderão interferir na saúde 
financeira da Loja, como aquisição de equipamentos, contratação de serviços, etc.; 
8. Projeção das despesas referentes à aquisição de materiais litúrgicos e 
administrativos; 
9. Projeção das despesas com comendas, diplomas e certificados, tanto dos obreiros 
quanto da Oficina; 
10. Projeção das despesas referentes às taxas de Iniciação, Regularização, etc.; 
11. Projeção das receitas obtidas através da mensalidade dos obreiros. 
É recomendável que ao dimensionar o valor da mensalidade dos obreiros, seja 
projetado superavit, por menos expressivo que seja, para que o Tesouro da Loja possa 
absorver o custo de eventuais emergências, não contempladas na proposta orçamentária, 
e dessa forma não onerar os Irmãos do quadro com cotas extras. 
 
 
 
 
 
 Cabe ao Tesoureiro o desempenho das seguintes funções ritualísticas: 
Conferir o resultado da coleta do Tronco de Solidariedade, e informa-lo na Palavra 
à Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular. 
Guardar o montante do Tronco de Solidariedade que não for utilizado de forma 
imediata, compondo o fundo de beneficência da Loja. 
Remeter os documentos contábeis para análise da Comissão de Finanças. 
Apresentar balancetes e propostas orçamentárias nas sessões de finanças. 
Notificar os obreiros em atraso por mais de três meses, sem que seja necessária a 
autorização do Venerável Mestre, ou seja, o Tesoureiro o faz de ofício. 
Autorizar conjuntamente com o Venerável Mestre, despesas ad referendum em 
conformidade com os limites estabelecidos no Regimento Interno da Oficina. 
Autorizar acordos de parcelamento das dívidas com obreiros desnivelados, que 
deverão ser comunicados à Oficina, ressaltando que esses acordos não poderão ser 
66 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A MEDALHA CUNHADA 
CONCLUSÃO 
pactuados após a notificação do obreiro desnivelado. Nesse caso, sua situação será 
analisada pela assembleia dos obreiros. 
 
 
 
 
 
Utiliza-se esta expressão apenas 
com relação ao valor coletado no Tronco de 
Solidariedade. Um quilograma equivale a 
um real, e um grama equivale a um centavo. 
Por exemplo, R$200,50, duzentos 
reais e cinquenta centavos, equivalem à 
medalha cunhada de duzentos quilos e 
quinhentos gramas. 
A medalha é cunhada no valor total 
arrecadado. 
Isso quer dizer que não é uma moeda comercial, ou seja, não pode ser utilizada 
para adquirir nenhum bem ou serviço. É como se o dinheiro depositado no Tronco de 
Solidariedade fosse fundido pela energia dos obreiros numa moeda única com valor 
nominal igual à importância arrecadada. 
Serve apenas para a caridade e beneficência. 
O Tesoureiro apenas a guarda, a movimentação é feita pelo Hospitaleiro mediante 
aprovação da assembleia. 
 
 
 
 
 
 
O cargo de Tesoureiro é de enorme 
responsabilidade. 
A regularidade da Loja depende 
diretamente de sua atuação. 
Geralmente é um cargo de difícil 
preenchimento por conta da responsabilidade 
envolvida. 
Requer disciplina e atenção ao 
cumprimento dos prazos de pagamento de taxas e 
emolumentos. 
Requer muito tempo e dedicação, mais 
fora das sessões do que no interior do Templo. 
É comum ser visto com antipatia quando 
cobra o compromisso financeiro dos obreiros, 
mas esta medida é fundamental e necessária para 
o funcionamento da Loja. 
Nenhuma Loja Simbólica pode existir sem 
um Tesoureiro. 
 
 
 
67 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O LACRE 
OS LACRES MEDIEVAIS 
O CHANCELER 
 
 
 
 
 
 
 
 Vou iniciar a análise do cargo de 
Chanceler pelo exame de uma peça que 
evoluiu para se tornar seu símbolo, e que 
pelos avanços tecnológicos passou a ser 
raramente utilizada, o lacre. 
Os lacres também são chamados de 
selos, e sempre estiveram associados à 
ideia de inviolabilidade, e de sigilo. 
As tumbas e sarcófagos dos faraós do antigo Egito, por exemplo, eram lacradas, e 
todos os documentos sigilosos da antiguidade possuíam um lacre. 
A Bíblia faz referência a documentos lacrados, como o Livro dos Sete Selos da 
narrativa Livro das Revelações, o Apocalipse de João Evangelista, que guarda estreita 
relação com o Rito Adonhiramita. 
A ideia foi amplamente difundida durante a Idade Média, e foi a partir daí que se 
inseriu na Maçonaria Especulativa. 
 
 
 
 
 
Na Idade Média passam a ser utilizados lacres 
de cera colorida com pós e resinas, também conhecidos 
como selos, para fechar os documentos oficiais e 
restritos. 
Eram gravados no papel com sinetes e anéis que 
continham a marca ou selo real, o brasão da família, ou 
algum símbolo que identificasse o autor do documento. 
A cera era derretida e o anel ou sinete eram 
pressionados sobre a porção depositada ainda quente 
sobre o papel formando um desenho. 
A cera resfriava e solidificava, criando uma 
película espessa que necessitava ser rompida para que o 
documento pudesse ser lido. 
 
Eram símbolo de status para quem os utilizava, pois eram caros para serem 
produzidos, o que praticamente restringia seu uso à nobreza. 
Estes lacres de cera selavam documentos secretos e sigilosos, e atestavam a 
legitimidade dos documentos, passando a serem usados como timbres. 
Os lacres medievais originaram os carimbos e as chancelas, de produção menos 
onerosa, e que empregava de tinta ao invés da cera derretida. 
 
 
68 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O TIMBRE 
 A INSPIRAÇÃO 
 
 
 
 
 
O timbre, que também é chamado de chancela, 
se refere a uma marca ou símbolo gravado num papel. A 
ferramenta ou instrumento que produz o timbre na 
verdade se chama timbrador. 
O timbrador é um carimbo primitivo, com um 
eixo para empunhadura maior que o habitual para que 
seja aplicada maior força vertical sobre a superfície a ser 
timbrada, e para esta tarefa utiliza tanto tinta, quanto 
simples pressão para produzir marca d´água através de 
seu relevo negativo. 
Os timbradores foram substituídos pelos carimbos, e atualmente as mesmas 
funções são obtidas pelo uso de códigos de barras, QR codes e selos holográficos. 
Raras são as Lojas que ainda utilizam a chancela ou o timbre em seus documentos 
para lhes emprestar autenticidade. 
Por esta e outras razões, a tendência atual é que as funções do Chanceler se tornem 
apenas simbólicas e alusivas à tradição. 
 
 
 
 
 
 
Creio que a inspiração dos ritualistas para a inserção do cargo de Chanceler nas Loja 
modernas teve origemem dois oficiais, o cancellarius do Império Romano, e o chanceler 
medieval. 
 No Império Romano havia um oficial que era encarregado de restringir o acesso 
a certos recintos, como os tribunais ou os aposentos do imperador, por exemplo, e para 
tanto utilizava peças de madeira, que na verdade eram grades móveis, de onde se originou 
o termo cancela, que usamos atualmente para definir a peça utilizada em estacionamentos 
de veículos e passagens de trens, para permitir a passagem apenas a credenciados ou no 
momento oportuno, no caso das ferrovias. 
 Este oficial possuía uma listagem das pessoas cujo acesso era permitido, enquanto 
que outras, com as quais já estava familiarizado, eram poupadas desta triagem. 
 Esta tarefa se assemelha, de certo modo, a uma das tarefas do Chanceler das Lojas 
Simbólicas, que colhe a assinatura dos obreiros, sejam do quadro ou visitantes, no livro 
de presenças. 
69 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 CONCEITOS DO CHANCELER 
 O CHANCELER NA MAÇONARIA 
 A denominação cancellarius certamente originou o vocábulo chanceler, que 
passou a ser utilizado na Idade Média pelo oficial responsável pela agenda dos reis e 
nobres. 
 Era o chanceler que guardava o selo real e o entregava ao rei ou nobre para 
gravação nos documentos. 
 Esta era a função original do Chanceler da Loja Simbólica, aplicar o timbre da 
Oficina nos documentos oficiais. 
 
 
 
 
 
 
 
Como vimos, o cancellarius, ancestral do 
chanceler, atuava como uma espécie de secretário 
imperial particular na Roma antiga. 
Nos reinos medievais, geralmente atuava 
como conselheiro ou primeiro-ministro. Era 
ele quem guardava e transportava o selo real, da 
mesma forma que arquivava os documentos 
importantes dos reinos e palácios. Na França era 
denominado Guarda dos Selos, expressão que o 
Grande Oriente do Brasil adotou para os secretários 
do Grão-Mestrado incumbido das tarefas do 
Chanceler. Na verdade, o Secretário da Guarda dos 
Selos é um misto de Secretário e Chanceler. 
 
Nas Ordens Militares de Cavalaria, o chanceler era geralmente o cargo logo 
abaixo do Grão-Mestre, o que sugere que este oficial possuía estreita ligação com os 
comandantes das ordens, além de gozar de sua confiança. 
Atualmente no Brasil, o termo é utilizado com referência à diplomacia, às relações 
exteriores. 
O Chanceler das Lojas Simbólicas não deixa de atuar como relações públicas da 
Loja, notadamente quando recebe os visitantes e autoridades para coleta de seu ne 
varietur no livro de presença, ocasião na qual sempre faz as honras da casa. 
 
 
 
 
 
Originalmente possuía a característica de 
assessoramento direto ao Venerável Mestre, e 
tudo indica que suas funções eram exercidas 
pelo Secretário. 
Ao que parece, o cargo foi inserido nos 
rituais em ocasião posterior ao cargo de 
Secretário, em virtude do desdobramento de 
cargos praticado pelos diversos Ritos, e pelos 
mais variados motivos. 
 
70 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 A INSERÇÃO NOS RITUAIS 
 ASSOCIAÇÃO COM A CABALA 
No entanto, ao longo do tempo, teve novamente algumas de suas funções 
transferidas para o Secretário, e creio que o avanço tecnológico tenha sido um dos 
principais motivos, pois o uso do timbre pelas Lojas passou a ser cada vez mais raro, 
somado ao fato das Oficinas cada vez menos utilizarem correspondências físicas. 
Com isso, perdeu muito do seu simbolismo original, e atualmente possui 
atribuições bastante reduzidas. 
 
 
 
 
 
 
 O Chanceler não é mencionado em nenhuma das 
edições da Compilação Preciosa da Maçonaria 
Adonhiramita. 
 Também não está relacionado entre os Mestres 
da Loja no primeiro ritual Adonhiramita brasileiro, 
publicado pelo Grande Oriente do Brasil em 1836. 
 Sua primeira aparição num ritual Adonhiramita 
só acontece em 1963, após a separação da administração 
dos Graus Simbólicos e Graus Filosóficos, ocorrida dez 
anos antes, com a fundação do Mui Poderoso e Sublime 
Capítulo dos Cavaleiros Noaquitas, e a instituição da 
figura da Oficina-Chefe do Rito. 
 
 Este, portanto, foi o segundo ritual Adonhiramita referente aos Graus Simbólicos 
sob a administração exclusiva do Grande Oriente do Brasil, o primeiro foi publicado em 
1954. E isso pode suscitar a hipótese do cargo ter sido enxertado no Rito Adonhiramita 
com base na prática de outros Ritos, com o objetivo de homogeneizar a administração das 
Lojas Simbólicas no Brasil. 
 O fato é que a partir daí sempre esteve presente em nossos rituais, e suas funções 
foram estabelecidas de modo muito sucinto apenas do Regulamento Geral da Federação, 
que é comum a todos os Ritos praticados no âmbito do Grande Oriente do Brasil, o que 
reforça a hipótese do parágrafo anterior. 
 Aos ritualistas Adonhiramitas, parece ter sido apenas permitido determinar a sua 
posição no Templo, que está localizada de modo invertido em relação a outros Ritos, 
como veremos mais à frente. 
 
 
 
 
 
Se fizermos a associação com o traçado da Árvore da 
Vida, veremos que o lugar do Chanceler em Loja corresponde à 
emanação da sefirote Gevurah, a Disciplina, a Justiça, a Força e 
a Reverência, que se refere aos limites e fronteiras. 
Gevurah é considerada a sefirote concentradora das 
forças, é a quinta emanação ou sefirote, e está associada ao 
número 5, relacionado ao homem e suas associações. 
 
 
 
71 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 ASSOCIAÇÃO COM A ASTROLOGIA 
 A POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
 O LUGAR NO TEMPLO 
 
 
 
 
 
A posição do Chanceler no Templo é soba a 
projeção da Constelação da Ursa Maior de nossa 
Abóbada Celeste. 
A Ursa Maior é uma das constelações mais 
antigas conhecidas pelo homem, e a mais cultuada 
pelos povos antigos, pois é visível o ano inteiro no 
hemisfério Norte. 
Por esta razão os egípcios a consideravam 
símbolo da imortalidade. 
As Escolas de Mistérios fizeram a associação 
com o urso, que hiberna na caverna durante o 
inverno e “renasce” na primavera, como uma 
representação do Rito de Iniciação. 
 
 
 
 
 
 
 Na formação da Procissão para ingresso no templo, o Chanceler se posiciona na 
fila à direita do Mestre de Cerimônias, correspondente à Coluna do Norte. 
 Sua ordenação é atrás do Bibliotecário, e na frente do 2° Vigilante. O Chanceler é 
o último Oficial da Coluna do Norte. 
 
 
 
 
 
 
 
 Em Loja, o Chanceler ocupa uma mesa de formato triangular no topo da Coluna 
do Norte, próximo à balaustrada que separa o Ocidente do Oriente, e do Mestre de 
Cerimônias. 
 É o Oficial mais afastado do 2° Vigilante. 
72 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 ATRIBUIÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
O Cargo de Chanceler é preenchido 
através de eleição direta, nos termos do artigo 
126 do Regulamento Geral da Federação. É uma 
das sete dignidades da Loja. 
Compete ao Chanceler 
 Ter a seu cargo o controle de presenças, 
mantendo sempre atualizado o índice de 
frequência, para que possa ser consultado a 
qualquer momento. 
 
Comunicar à Loja a quantidade de Irmãos presentes à sessão, os Irmãos aptos a 
votarem e serem votados, e os Irmãos cujas faltas excedam o limite permitido por lei. 
Expedir e assinar juntamente com o Venerável Mestre os certificados de presença 
dos Irmãos visitantes. 
Anunciar os aniversariantes do quadro de obreiros. 
Manter atualizados os registros de controle da identificação e qualificação dos 
Irmãos do quadro, cônjuges e dependentes. 
Remeter prancha ao maçom cujas faltas excedam o limite permitido por lei e 
solicitando justificativa por escrito, sem a necessidade de comunicação ou autorização do 
Venerável Mestre, este é um dever de ofício. 
 
 
 
 
 
 
73 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 A FALTA DE FREQUÊNCIA 
 REQUISITOS 
 
 
 
Encontra-se em condição irregular, o maçom de qualquer Grau que totalize menos 
de 50% de frequência não justificada apuradanos últimos 12 meses, nos termos do que 
dispõe o artigo 76 do Regulamento Geral da Federação. 
O maçom em situação irregular por frequência não poderá participar das Sessões 
de Finanças, concorrer a cargos da administração da Loja, e poderá não ter direito a voto 
por decisão administrativa da Loja, uma vez que ele ainda não foi considerado irregular. 
Situação irregular e irregularidade são coisas distintas. 
O maçom infrequente deverá ser notificado para justificar sua ausência dentro do 
prazo de 30 dias, conforme o artigo 77 do Regulamento Geral da Federação. Esta 
notificação não o torna irregular, de acordo com o §1° do mesmo artigo. 
Esgotado este prazo, o Venerável Mestre convocará Sessão Extraordinária para 
deliberar sobre a suspensão do maçom infrequente, devendo este ser avisado com o 
mínimo de 15 dias de antecedência da data da Sessão, em observação ao §2° do mesmo 
artigo. 
Nesta sessão, o maçom infrequente terá o direito de expor seus motivos, conforme 
o §3° do mesmo artigo. 
Caso as justificativas sejam rejeitadas pela assembleia, o Venerável Mestre o 
declarará irregular, e comunicará à Secretaria da Guarda dos Selos no prazo máximo de 
72 horas após a sessão, nos termos do §4° do mesmo artigo. 
Após isso, será publicado o ato em Boletim Oficial, e o maçom terá seus direitos 
suspensos, mas poderá regularizar-se na mesma Loja ou em outra de sua escolha, 
conforme previsto nos parágrafos 5° e 6° do mesmo artigo. 
 
 
 
 
 
Os requisitos básicos para que um Mestre Maçom aspire à função de Chanceler 
são aqueles comuns a todos os maçons, que aliás, juramos sobre o Livro da Lei, 
compromisso e dedicação. 
O Chanceler deve ter disponibilidade de tempo, pois vai dispender algumas horas 
de trabalho fora do Templo para organizar as planilhas de frequência, o cadastro dos 
obreiros e outras tarefas relacionadas à Loja, como dados estatísticos de Irmãos visitantes, 
por exemplo. 
Para que possa desempenhar estas funções com eficiência é fundamental que seja 
assíduo às sessões, e pontual em relação a seu horário de chegada no Templo. Se cabe a 
ele abrir o livro de presenças e anotar o comparecimento dos obreiros, não é razoável que 
chegue atrasado nas sessões, ou exatamente no horário previsto para seu início. 
Deve possuir organização e disciplina, pois estes são requisitos relevantes para o 
bom desempenho do cargo. 
A responsabilidade deve estar a seu lado, pois o sucesso da administração da 
Oficina depende de seu bom trabalho, bem como a situação individual de cada um dos 
obreiros. 
Deve ter iniciativa, notadamente para interpelar os obreiros inadimplentes com a 
frequência sem a necessidade de autorização ou ordem do Venerável Mestre, e informar 
ao Hospitaleiro a ausência repentina dos Irmãos, para que este possa investigar as causas 
do seu afastamento, e eventualmente reclamar o auxílio da Loja em benefício deste Irmão. 
74 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 A POSTURA 
 A JOIA 
Deve ter habilidade de efetuar cálculos, notadamente no que diz respeito ao 
cálculo dos percentuais de presença exigidos pela legislação vigente, que deve igualmente 
conhecer, ao menos no que diz respeito ao desempenho de suas funções. 
É essencial que mantenha bom relacionamento com todos os obreiros do quadro, 
e também com os Irmãos visitantes, pois de certo modo, desempenhará as funções de 
relações públicas da Loja, e para tanto, deve ser simpático e amigável. 
 
 
 
 
 
 
 
Como vimos, o Chanceler ocupa uma 
mesa triangular no Ocidente, no topo da Coluna 
do Norte, próximo à balaustrada que divide o 
Oriente do Ocidente. 
Deve possuir boa impostação de voz, pois 
deverá ser ouvido por toda Loja, e usará do verbo 
em todas as sessões ordinárias, obrigatoriamente, 
anunciando os aniversariantes e comunicando o 
número de obreiros presentes na sessão, 
indicando a quantidade de Irmãos visitantes. 
 
Deve desenvolver e estabelecer bom e frequente relacionamento com os demais 
membros da administração da Loja, notadamente com o Secretário e Hospitaleiro, cujas 
tarefas dependem se sua colaboração. 
Da mesma forma deve manter contato permanente com o Venerável Mestre. 
É essencial que tenha sempre à mão material para escrita e anotações, e do mesmo 
modo, quantidade suficiente de certificados de presença para distribuir aos Irmãos 
visitantes. 
É imprescindível manter atualizadas as planilhas de frequência. 
O Chanceler só fala quando a palavra está na Coluna do Norte, e o faz sentado. 
No meu entendimento, por questão de hierarquia, deve ser o primeiro Oficial a fazer uso 
do verbo na Coluna. 
É recomendável que procure promover o relacionamento entre Irmãos e familiares 
fora do Templo, e entre as Lojas coirmãs, sugerindo a realização de eventos de 
confraternização e sessões conjuntas. 
É ele quem recepciona os Irmãos visitantes, levando o livro de presenças para 
colher suas assinaturas, e deve fazer as honras da casa, ou seja, agir como o relações 
públicas da Oficina. 
 
 
 
A Joia do Chanceler tem como símbolo um timbrador, 
embora muitos tratem como chancela como vimos. 
Ela representa o selo da Loja e tem o objetivo de atestar a 
legitimidade dos documentos oficiais emitidos pela Oficina. 
É uma função exclusivamente material, portanto, não 
vislumbro qualquer associação místico-esotérica como possível. 
 
75 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 FUNÇÕES RITUALÍSTICAS 
 O CERTIFICADO DE PRESENÇA 
 
 
 
 
Cabe ao Chanceler executar as 
seguintes funções: 
Coletar a assinatura dos Irmãos do 
quadro e visitantes no livro de Presença. 
Preencher e assinar, juntamente com 
o Venerável Mestre, os certificados de 
presença a serem entregues aos visitantes. 
Anunciar os aniversários dos 
membros do quadro, das cunhadas, dos 
sobrinhos, etc. 
 
Mencionar ocasiões importantes, como o aniversário de fundação da Loja, o 
aniversário de Iniciação dos Irmãos, etc. 
Informar o número de maçons presentes na sessão, contabilizando os membros do 
quadro e os Irmãos visitantes 
É importantíssimo informar a identificação e qualificação dos Irmãos visitantes 
ao Orador, pois caberá a ele fazer os agradecimentos pela presença e participação nos 
trabalhos, e será enormemente prejudicado se estes dados não chegarem às suas mãos em 
tempo hábil. 
Não é o Chanceler quem agradece a presença dos visitantes, isso é atribuição 
exclusiva do Orador. 
Como vimos, o Chanceler usa o verbo na etapa da Palavra à Bem da Ordem em 
Geral e do Quadro em Particular, e pode fazê-lo tanto como Chanceler, cumprindo suas 
funções, como membro do quadro, para fazer qualquer comunicação pessoal desejável. 
 
 
 
 
 
 
O certificado de presença é de entrega 
obrigatória aos Irmãos visitantes, conforme dispõe 
o Regulamento Geral da Federação. 
Não existe um modelo padrão, ficando a 
critério da Loja sua diagramação. No entanto, o bom 
senso recomenda algumas práticas desejáveis, como 
ser elegante e criativo, já que a imagem da Loja será 
associada a ele, conter no mínimo o nome do Irmão 
visitante, a Loja e Oriente a que pertence, a data da 
visita, o Grau e qualidade da sessão, além de um 
breve texto declarando o agradecimento pela visita. 
Opcionalmente pode conter o Rito que o 
Irmão visitante pratica, o Nome Histórico quando 
aplicável, e o número do documento de 
identificação, salientando que é recomendável que 
não tenha grande dimensão. 
O certificado de presença será assinado pelo Chanceler e pelo Venerável Mestre, 
e após isso entregue pelo Mestre de Cerimônias ao visitante, preferencialmente no 
decorrer da sessão. 
76 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
Nada impede, aliás julgo bastante desejável, que haja modelos diferentes para 
sessões especiais, como magnas, de Iniciação, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICANO RITO ADONHIRAMIRA 
 ETIMOLOGIA 
 A INSPIRAÇÃO 
 A LEI DE AMRA 
O HOSPITALEIRO 
 
 
 
 
O vocábulo hospitaleiro deriva do latim 
hospes, que significava em Roma tanto o 
hóspede quanto o hospedeiro. 
Hospitaleiro, portanto, é um adjetivo 
que em sua origem designa aquele que acolhe, 
que hospeda por bondade ou caridade. 
Esse verbete gerou no francês medieval 
a expressão hospital, que designava 
originalmente um local de abrigo, uma 
hospedagem, e foi somente a partir do século 
XVI que assumiu a conotação de um local 
onde doentes são tratados, tal qual 
compreendemos hoje. 
Logo de plano, vemos que o conceito 
de hospitalaria está relacionado à caridade, ao 
auxílio e serviço ao próximo, o que igualmente 
ocorre nos hospitais modernos, mas é 
importante observar que o vocábulo não está 
associado à doença, como a princípio podemos 
entender. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Entendo que os ritualistas possam ter utilizado como fonte de inspiração para a 
instituição do cargo na Maçonaria o antigo Egito, através da Lei de Amra, os princípios 
estabelecidos na tradição-judaico cristã através da Bíblia, e nas Ordens Militares de 
Cavalaria da Idade Média, particularmente da Ordem dos Hospitalatários ou 
Hospitalários. 
 Vamos analisar resumidamente cada uma destas hipóteses. 
 
 
 
 
 
A Lei de Amra era uma doutrina considerada sagrada entre os antigos egípcios, e 
que provavelmente foi absorvida pelos hebreus, que de lá saíram, e adaptada aos conceitos 
religiosos da tradição judaico-cristã. 
Era uma lei ou tratado de natureza mística, que no entendimento dos egípcios era 
capaz de produzir efeitos ao mesmo tempo morais, éticos e psíquicos, bem ao estilo da 
metodologia que os sacerdotes adotaram para a ordenação daquela sociedade. 
78 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
Segundo a doutrina egípcia, a Lei de Amra está associada ao Princípio Cósmico 
da Reciprocidade, da Causalidade e da Prosperidade, e pode ser resumida da seguinte 
maneira: 
 
 “Se orarmos e pedirmos a Deus alguma 
ajuda ou bênção em virtude de algum problema 
ou dificuldade pessoal, que julgamos fora de 
nosso controle ou possibilidades, contraímos o 
dever não só do agradecimento a ELE, mas 
também de estender a outros, 
desinteressadamente, uma pequena parcela do 
benefício solicitado (não necessariamente 
recebido), sempre que possível”. 
 
 
 Há aqui neste enunciado alguns princípios bastante interessantes, e creio que 
podem ser perfeitamente encontrados na doutrina maçônica. 
 O primeiro deles diz respeito a recorrer à divindade para obter auxílio nas 
situações difíceis do dia a dia, princípio este contido em diversas religiões, e nos Ritos 
teístas da Maçonaria moderna, como é o caso do Rito Adonhiramita. 
 Julgo o segundo princípio dos mais interessantes, feita a súplica, obrigatoriamente 
o suplicante assume perante o Universo o compromisso de socorrer ao próximo, mesmo 
que seu pedido não tenha sido atendido, ou seja, a caridade e o entendimento de que todos 
nós necessitamos de algum tipo de auxílio é estimulada. 
 O terceiro diz respeito exatamente ao conceito da Lei de Amra e ao Princípio 
Cósmico da Prosperidade, que traduzido pelas diferentes religiões e correntes filosóficas 
resumidamente significa que o homem foi criado para ser feliz e próspero, e não para ser 
alvo de punições e expiação. 
 No entanto, as correntes místicas entendem que este princípio é um fluxo contínuo 
de energia, que jamais deve ser contido, sob a pena de nós mesmos sermos os 
prejudicados. 
 A posição das mãos exibida nesta seção ilustra muito bem esse entendimento. É 
como se morássemos nas margens de um rio e todos os dias estendêssemos nossas mãos 
para pegar certa quantidade de água para beber, mas não mais que isso, apenas o 
necessário para saciar nossa sede. O fluxo do rio continua, e vai beneficiar a todos no 
prosseguimento do seu curso, assim como já fez no trecho anterior ao que estávamos. Do 
contrário, se nós, ou aquele que estiver antes de nós, construir uma represa para conter 
esse fluxo, sob o pretexto de não sofrer falta de água no futuro, estaríamos egoisticamente 
prejudicando o equilíbrio, e cedo ou tarde, apesar da aparente fartura de água, 
consequências nocivas certamente iriam ocorrer conosco, a começar pela luta dos demais 
para obter um recurso natural que na verdade jamais foi nosso. Para o equilíbrio do 
Universo é necessário que todos estejam bem, e não somente nós, e isso me parece claro 
na doutrina maçônica. 
 Enfim, assim como o ar que respiramos não escolhe os pulmões que vai abastecer, 
e estes, por sua vez, não retêm mais do que a quantidade necessária para sobrevivermos, 
todos as Energias Cósmicas estão ao nosso dispor, sem favoritismo, não é benéfico, e 
aliás nem possível, conter seu fluxo. 
 
 
 
 
79 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 O PROFETA MALAQUIAS 
 O CONCEITO CRISTÃO 
 
 
 
 
 
A tradição judaico-cristã é farta de 
exemplos e citações que nos estimulam 
ao sentimento e à prática da caridade, 
porém, para sustentar meus argumentos, 
escolhi mencionar o Livro de 
Malaquias, cuja autoria é atribuída ao 
profeta que o nomeia. 
É o último livro do Antigo 
Testamento, e na verdade é uma 
narrativa bem curta. 
 
 
Cronologicamente situa-se após o retorno do Cativeiro da Babilônia, e seu 
objetivo era restabelecer a fé judaica, que havia sido negligenciada durante o período do 
cativeiro. Alguns autores entendem inclusive, que o profeta se dirige diretamente aos 
sacerdotes judeus, como admoestação. 
Mas o que Malaquias resumidamente faz nos textos é exortar a necessidade do 
estabelecimento do compromisso de dar o que temos de melhor para a obra de IAVEH, e 
não reter egoisticamente o que de melhor há para nós. A mim parece uma clara releitura 
da Lei de Amra dos egípcios, e para estimular a prática entre seu povo estabelece o 
conceito de recompensa divina premiando os bons atos e o desprendimento. Isto me 
parece claro nos trechos a seguir. 
“Porque, quando ofereceis animal cego para o sacrifício, isso não é mau? (...)” 
(Malaquias, 1; 8) 
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha 
casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se Eu não vos abrir 
as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma benção tal que não haja lugar suficiente 
para recolherdes.” (Malaquias, 3; 10) 
Estes conceitos parecem ter sido absorvidos pela doutrina cristã, e de certa forma 
pela própria Maçonaria mais tarde. 
 
 
 
 
 
 Há muitas citações sobre amor ao próximo e caridade nos evangelhos, a própria 
doutrina cristã se caracteriza pela regra de amar ao próximo como a ti mesmo, mas escolhi 
um trecho das epístolas de Pedro para ilustrar o conceito sobre o Hospitaleiro que a 
doutrina cristã emprestou aos rituais maçônicos. 
“Antes de tudo, exercei profundo amor fraternal uns para com os outros, 
porquanto o amor cobre uma multidão de pecados. Sede hospitaleiros uns para com os 
outros, sem vos queixar. Servi uns aos outros de acordo com o dom que cada um recebeu, 
como bons administradores da multiforme graça de Deus.” (1 Pedro, 4, 6-9) 
 
 
 
80 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 OS CAVALEIROS HOSPITALATÁRIOS 
 
 
 
 
 
 
 
A influência das Ordens Medievais 
de Cavalaria na Maçonaria se deu através d 
Ordem Hospitalar de São João de 
Jerusalém, conhecidos também como 
Hospitalários. Esses são os Cavaleiros 
Maçons de Jerusalém mencionados em 
nossos rituais, e no meu entendimento, se 
sua influência nos rituais maçônicos foi 
maior que a dos famosos Templários, no 
mínimo foi semelhante. 
A Ordem dos Hospitalatários foi a 
primeira das Ordens Militares de Cavalaria 
medievais. Foi fundada durante a primeira 
Cruzada, em 1099, por Godfrey de Bouilon. 
Sua origem não foi tão glamurosa 
quantose pretende, na verdade foi 
financiada por comerciantes do distrito de 
Amalfi, na Itália, com o objetivo inicial de 
proteger a rota comercial e prestar auxílio 
aos peregrinos. 
Tinham como patrono São João Batista, nome sob o qual fundaram um hospital 
da Terra Santa e seguiam originalmente as regras Agostinianas. 
Em 1120, quando Raymond du Puy foi nomeado Grão-Mestre, adotou as regras 
Beneditinas e passou a atuar nas Cruzadas como um dos braços militares da Igreja, na 
verdade o primeiro. 
Foi a única das Ordens Militares de Cavalaria que sobreviveu às Cruzadas, embora 
atualmente seja uma ordem honorífica, evidentemente sem a característica militar que a 
notabilizou. 
Atualmente tem a denominação de Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São 
de Jerusalém, de Malta e de Rodes. 
81 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 OS CONCEITOS DA MAÇONARIA 
 ASSOCIAÇÃO COM A CABALA 
ASSOCIAÇÃO COM A ASTRONOMIA 
Foi provavelmente dessa Ordem que se originou a designação do cargo de 
Hospitaleiro na Maçonaria moderna. 
 
 
 
 
 
 A Maçonaria moderna atribuiu, muito 
provavelmente com base nas influências que 
vimos anteriormente, os seguintes conceitos 
para as funções do Hospitaleiro: 
• Amor fraternal e incondicional ao 
próximo; 
• Caridade; 
• Solidariedade; 
• Compaixão; 
• Acolhimento; 
• Humildade traduzida na disposição 
de servir; 
• Beneficência; 
• Filantropia; 
• Altruísmo; 
• Empatia, e 
• Compartilhamento. 
 
 
 
 Ressalto que a Caridade é o último e mais elevado degrau de nossos Templos, 
onde está assentado o Trono do Venerável Mestre, ou seja, apesar de ocupar o Altar da 
Sabedoria, o mais alto cargo das Lojas Simbólicas está alicerçado na Caridade, no amor 
fraternal e incondicional ao próximo. 
 
 
 
 
 
 Não vislumbro associação do cargo de Hospitaleiro com a Árvore da Vida. 
 Temos observado que as associações são referentes aos cargos que possuem 
altares ou mesas, e no caso do Cobridor Interno pela sua posição oposta a Kether, 
representada pelo Venerável Mestre. 
 Assim como o Mestre de Cerimônias, o Hospitaleiro transita em todas as sessões 
pelos caminhos entre as emanações, carregando essas energias que deposita e transporta 
na bolsa do Tronco de Solidariedade. 
 
 
 
 
 
 Da mesma forma não há, pelo menos em meu entendimento, nenhuma relação 
entre a posição no Templo do Hospitaleiro e a decoração da Abóbada Celeste. 
 Como temos visto, os astros ali representados simbolizam na maioria às 
Dignidades da Loja, ou a elementos doutrinários. 
82 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
POSIÇÃO NO TEMPLO 
 
 
 
 
 No cortejo de entrada, o Hospitaleiro se posiciona atrás do Mestre de Banquetes e 
antes do Tesoureiro, na fileira representativa da Coluna do Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
 No interior do Templo, o Hospitaleiro ocupa uma cadeira no topo da Coluna do 
Sul, ao lado do Tesoureiro. 
 
 
 
 
 
 
83 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ATRIBUIÇÕES 
REQUISITOS 
 
 
 
 
 O cargo de Hospitaleiro é ocupado por 
indicação direta do Venerável Mestre, sem a 
necessidade de eleição para tal. 
 É m Oficial, e não uma Dignidade da 
Loja. 
 Não há regulamentação para o cargo no 
Regulamento Geral da Federação, suas 
atribuições são estabelecidas nos rituais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Como tenho dito e repetido, compromisso e 
dedicação são qualidades desejáveis e esperadas no perfil 
de todos os maçons, mas os ocupantes de cargo carregam 
consigo uma responsabilidade maior, e nesse sentido, 
elas são exponencialmente ampliadas. 
 O Hospitaleiro deve ter disponibilidade de tempo, 
pois vai precisar se dedicar à Loja mesmo fora das 
sessões, prestando auxílio aos Irmãos necessitados. 
 Para isso deve nutrir boa relação com todos os 
obreiros do quadro, e manter a necessária discrição, para 
não causar constrangimentos a qualquer Irmão por conta 
de sua eventual má situação. 
 Deve executar o cargo com responsabilidade e 
iniciativa, sem aguardar qualquer comando do Venerável 
Mestre para verificar as condições dos Irmãos que 
porventura necessitem de auxílio, ressaltando que nem 
sempre esse socorro será material, as condições 
psicológicas e de saúde dos membros do quadro da Loja 
igualmente cevem ser objeto de atenção por parte do 
Hospitaleiro. 
 A Hospitalaria é um posto que requer que o Mestre esteja atento dentro e fora do 
templo. 
 É fundamental que seja amigável, de modo a deixar o Irmão necessitado 
confortável para relatar seu problema. Deve escutar mais do que falar nesse caso. 
 Agindo dessa maneira vai angariar para si a confiança dos obreiros, e disto o 
Hospitaleiro sem dúvida necessita, que os Irmãos tenham nele a confiança de seu 
empenho na prestação do auxílio de que necessitam. 
 
 
 
 
 
84 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
POSTURA 
 
 
 
 
 A postura e o comportamento do Hospitaleiro são 
solenes a maior parte do tempo, ao menos durante as 
sessões. 
Deve transportar o Tronco de Solidariedade 
segurando pelas duas mãos, com a direita à frente e a 
esquerda no coração. 
Deve receber os óbolos pelo lado direito de quem 
está ofertando, e fazê-lo esticando o braço esquerdo e 
oferecendo a bolsa, ao mesmo tempo em que gira sua 
cabeça para a direita, emprestando privacidade para o 
obreiro de quem está colhendo a doação. “Mas quando 
deres esmola, não saiba tua mão esquerda o que faz a tua 
direita”. (Mateus, 6, 3) 
Deve circular na forma do símbolo matemático do 
infinito, na verdade está representando o trânsito aparente 
do Sol no firmamento, no fenômeno denominado analema. 
Nesse momento deve se movimentar com 
elegância e circunspecção. 
Geograficamente, como vimos, ocupa um assento no Ocidente, na Coluna do Sul, 
ao lado do Irmão Tesoureiro. 
Deve ser solícito e atento ao comportamento dos Irmãos, observando qualquer 
alteração de humor ou comportamento que possam ensejar a existência de problemas de 
saúde ou financeiros que reclamem o auxílio da Loja. 
Deve manter estreito relacionamento com todos os membros da Loja, 
notadamente com o Chanceler e o Tesoureiro. O primeiro vai lhe fornecer a informação 
dos obreiros que repentinamente deixaram de comparecer às sessões, o que pode indicar 
problemas de saúde, por exemplo, e o segundo lhe prestará informações sobre aqueles 
que eventualmente têm dificuldade de pagar suas mensalidades, o que pode suscitar a 
necessidade de socorro pecuniário por parte da Oficina. 
Deve manter contato permanente com o Venerável Mestre, e deixa-lo ciente de 
todas as suas ações e das condições dos obreiros necessitados. 
O Hospitaleiro só fala quando a palavra está na Coluna do Sul, e o faz sempre de 
Pé e à Ordem. 
Deve visitar os Irmãos enfermos e em dificuldades, e da mesma forma investigar 
os afastamentos repentinos dos Irmãos. 
Deve comunicar imediatamente ao Venerável Mestre os Irmãos que se encontram 
com problemas, mas sobretudo deve ser discreto em sua atuação. 
Deve propor auxílio, material ou não, aos Irmãos necessitados, a entidades 
externas, e profanos, sem a necessidade de qualquer comando do Venerável Mestre para 
fazê-lo. O Hospitaleiro socorre de ofício. 
Pode propor campanhas de arrecadação de bens e alimentos para socorro de 
Irmãos e necessitados, bem como da circulação de Troncos de Solidariedade especiais 
para determinada finalidade. 
Pode, da mesma forma, propor a realização de eventos beneficentes a serem 
promovidos pela Oficina. 
85 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
AS LENDAS DO TRONCO DE SOLIDARIEDADE 
Todas essas propostas devem ser apresentadas na Ordem do Dia, pois todas elas 
requererão a aprovação da assembleia para sua concretização. 
O Hospitaleiro pode presidir a Comissão de Beneficência, mas não pode integrar 
aComissão de Finanças, nos termos do que dispõe o artigo 122, inciso III, da Constituição 
do Grande Oriente do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
A Joia do Hospitaleiro é em formato de bolsa. 
Representa exatamente o recipiente utilizado 
para a coleta dos óbolos dos obreiros. 
Não é um tronco de árvore, nem a caixa de 
madeira das igrejas, justamente porque é transportada 
no ambiente do Templo, ou seja, é um recipiente 
móvel de coleta de doações. 
A Hospitalaria é uma função exclusivamente 
material, embora evidentemente haja conceitos 
filosóficos associados, mas não vislumbro qualquer 
associação místico-esotérica na Joia do cargo, 
embora estes princípios, como vimos, estejam 
implícitos na função. 
 
 
 
 
 
 
 
 Abro aqui um parêntese, para 
comentar uma lenda que é corrente no meio 
maçônico, mas não traduz a verdade 
histórica, ou seja, trata-se apenas de uma 
lenda. 
 Existem textos que ora associam a 
prática aos Cavaleiros Templários, ora aos 
maçons operativos. 
 Diz-se que estas instituições tinham 
como hábito esconder dinheiro em troncos 
ocos de árvore nas florestas para que os 
aldeãos necessitados lá buscassem o 
auxílio. 
Isso jamais ocorreu. Em primeiro lugar por ser impraticável, imagine o rebuliço 
criado quando os pobres descobrissem o esconderijo e o número de desavenças que se 
instauraria. Ademais, uma vez escolhido o local de depósito, certamente seus benfeitores, 
que pela narrativa pretendiam permanecer incógnitos, seriam espreitados e teriam sua 
identidade descoberta, e muito provavelmente a partir daí seriam assediados. 
 Outro fato relevante é que nem as Ordens de Cavalaria, nem as guildas de 
pedreiros medievais tinham essa conduta beneficente como norma. 
86 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O TRONCO DE SOLIDARIEDADE 
A FINALIDADE DO TRONCO DE SOLIDARIEDADE 
 Me parece que o autor da lenda pretendia apenas justificar o uso da expressão 
tronco para designar a bolsa de coleta das doações dos obreiros durante as sessões, mas a 
razão verdadeira não é essa, como veremos adiante. Aliás, nem todos os Ritos adotam a 
expressão tronco para designar esse recipiente de coleta, e se verificarmos os rituais de 
outros idiomas isso fica mais claro ainda. 
 Apesar da ficção, a narrativa descreve princípios morais válidos, como aliás 
qualquer lenda o faz, e nesse caso tem o propósito de estimular a prática da caridade de 
modo desinteressado e anônimo, ambos princípios presentes no Tronco de Solidariedade. 
 
 
 
 
 
Tudo leva a crer que o vocábulo tronco, 
utilizado para designar o recipiente de coleta dos 
óbolos dos Irmãos no Rito Adonhiramita trate-se de 
um falso cognato, ou seja, uma daquelas palavras de 
outro idioma que tem grafia e foneticamente 
semelhantes na língua portuguesa, mas que se 
referem a outra coisa, como latir em espanhol ou 
parents no inglês. 
O verbete francês tronc foi traduzido em 
nossos Rituais literalmente como tronco, mas na 
verdade, no idioma de origem, designa as caixas de 
esmola feitas de madeira que eram colocadas na porta 
das igrejas para coleta de doações. 
 
 
 O verbete que designa esta peça em português é gazofilácio, ou simplesmente caixa de 
esmolas. A primeira palavra é de pronúncia complicada e pouco usual, e a segunda não 
retrata a bolsa móvel que utilizamos. Assim sendo, parece que tronco empresta um certo 
ar de elegância e mistério, mas é necessário conhecer sua real origem. 
O Tronco de Solidariedade é uma etapa obrigatória em qualquer sessão. Nenhum 
obreiro pode cobrir o Templo definitivamente sem comparecer ao Tronco de 
Solidariedade, e no caso de precisar sair antes do encerramento dos trabalhos, o maçom 
deverá permanecer entre Colunas, após a saudação de praxe, após isso, aguarda o 
Hospitaleiro efetuar a coleta, declara seu compromisso de sigilo e sai. 
 
 
 
 
 
 
 Entendo que para obtermos a correta 
compreensão da finalidade do Tronco de 
Solidariedade seja necessário fazermos 
distinção em relação a alguns vocábulos de 
significado semelhante, evidentemente 
considerando que os ritualistas não 
escolheram o termo por acaso. 
 
87 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
AS CONSTITUIÇÕES DE ANDERSON 
A CONSTITUIÇÃO DO GOB 
 
Neste raciocínio, vemos o verbete solidariedade, que é o vocábulo utilizado no 
Rito Adonhiramita, ser traduzido nos dicionários como equivalente a um ato de bondade 
e compreensão com o próximo, ou um sentimento, uma união de simpatias, interesses ou 
propósitos entre os membros de um determinado grupo, ou seja, restrito a pessoas que 
compartilham a mesma realidade. 
Já filantropia, por vezes utilizada como sinônimo, refere-se ao amor à 
humanidade, ao auxílio prestado a todo e qualquer ser humano em necessidade, 
independentemente do grupo social em que vive, seja ele compartilhado por nós ou não. 
A outra palavra utilizada como tendo o mesmo sentido é beneficência, termo que 
inclusive é utilizado por outros Ritos para designar o Tronco de Solidariedade, mas notem 
que seu sentido é o mais amplo de todos, pois beneficência, resumidamente falando, 
refere-se ao ato ou virtude de fazer o bem desinteressadamente. 
Todos, sem dúvida, podem ser aplicados à prática do Tronco de Solidariedade, 
cabe-nos investigar, de acordo com a Doutrina Maçônica, qual era a intenção real dos 
ritualistas. 
 
 
 
 
As Constituições de Anderson, 
publicadas em 1723, em seus Regulamentos 
Gerais 7, estabelecem o seguinte: 
“É adequado a todo novo Irmão 
quando de sua Iniciação vestir a Loja, isto 
é, todos os Irmãos presentes, e fazer 
oferenda de algo para o alívio de indigentes 
e Irmãos em desgraça, de acordo com o que 
o novo Irmão ache apropriado para estes, 
superior e acima à menor margem 
estabelecida pelo regimento interno da 
mesma Loja; tal caridade deve ser entregue 
ao Mestre ou Vigilante, ou Tesoureiro, se 
os membros acharem apropriado escolher 
alguém. E todo candidato deve também 
solenemente prometer se submeter às 
Constituições, Deveres e Regulamentos e 
outras práticas benéficas que lhe serão 
comunicadas em hora e lugar 
convenientes”. 
 
O texto deixa claro que ao ingressar na Ordem, o Aprendiz estaria obrigado a fazer 
uma doação que teria como alvo um desafortunado da sociedade, ou um Irmão da Loja 
que estivesse em necessidade. 
 
 
 
 
 
 A Constituição em vigor do Grande Oriente do Brasil, não cita exatamente o 
Tronco de Solidariedade, mas dispõe sobre os deveres da Loja Simbólica. 
88 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O RITUAL DE APRENDIZ 
 
 
 
No inciso IV, do artigo 24, da Seção “Deveres da 
Loja”, está estabelecido o seguinte: 
“Prestar assistência material e moral aos 
membros de seu quadro, bem como aos dependentes de 
membros falecidos que pertenciam a seu quadro, de 
acordo com as possibilidades da Loja e as necessidades 
do assistido”. 
Este texto denota a obrigatoriedade das Lojas 
Simbólicas prestarem auxílio aos membros e seus 
dependentes, notadamente depois de falecidos, prática 
infelizmente que não é observada na maioria de nossas 
Oficinas. 
O que vemos aqui, evidentemente dito em outras 
palavras, é que somos nós os filhos da viúva a quem se 
refere o Hospitaleiro, solicitando auxílio na nossa 
Iniciação. 
Parece claro que, constitucionalmente, o auxílio 
prioritário das Lojas é para com seus próprios membros. 
 
 
 
 
 
A razão da circulação do Tronco de 
Solidariedade é a primeira instrução que o 
Aprendiz recebe na Sessão Magna de 
Iniciação, após a transmissão das Palavras, 
Toque, Sinais e Marcha, e é proferida pelo 
Orador. 
O ritual expõe que é “(...) destinada à 
coleta de recursos para o nobre exercício da 
beneficência...” ou seja, deste texto entende-
se que o Tronco de Solidariedade é uma 
prática cujo objetivo é fazer o bem ao 
próximo, mas parece muito vago. 
Ainda nas Sessões Magnas deIniciação, o Hospitaleiro sussurra aos nossos 
ouvidos: “(...) no exercício permanente e 
atuante da beneficência, tem esta Loja 
maçônica um grande número de infelizes, 
viúvas e órfãos, aos quais assiste 
diariamente...” 
 
 
Mas quem, na verdade, são as viúvas e os órfãos? A leitura da Constituição do 
Grande Oriente do Brasil pode nos levar ao entendimento de serem as cunhadas, viúvas 
de nossos Irmãos falecidos, e os órfãos nossos sobrinhos, não é verdade? 
 
 
 
 
89 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O LEMA DA MAÇONARIA 
A COMISSÃO DE BENEFICÊNCIA 
 
 
 
 
 
 Talvez examinando o lema da Maçonaria 
cheguemos a alguma conclusão em relação ao real 
destino do Tronco de Solidariedade. 
O lema original da Maçonaria, ainda 
utilizado pelas Lojas de língua inglesa, é Amor 
Fraternal, Alívio e Verdade, Brotherly Love, Relief 
and Truth, no original. Na França foi modificado 
para Liberdade, Igualdade e Fraternidade, lema 
dos revolucionários, e que foi adotado pela 
Maçonaria brasileira, inclusive pelo Rito 
Adonhiramita. 
Do lema britânico original, vemos o amor fraternal, ou fraternidade, simbolizando 
o sentimento de tolerância, de respeito e de tratamento igualitário que deve existir entre 
os maçons. 
O alívio se refere ao socorro, à caridade e solidariedade, que deve reinar como 
sentimento e como atitude dos maçons entre si. 
E a verdade é o compromisso e o objetivo de todos nós, que somos seus 
buscadores, combatendo o fanatismo, a tirania, a ignorância e as superstições. 
Ou seja, depois de analisar todos estes elementos, me parece claro que todas as 
constituições e regulamentos maçônicos estabelecem o auxílio aos próprios Irmãos do 
quadro como prioritário. É evidente, e creio que ninguém irá se opor, que na hipótese da 
Oficina ter a felicidade de possuir apenas obreiros prósperos, ou que o fundo de 
beneficência guarde valores elevados, que a beneficência seja estendida ao mundo 
profano. 
Mas julgo igualmente relevante salientar que a caridade não é a principal 
motivação da Maçonaria, existem outras instituições, aliás, bastante conhecidas, cujo 
objetivo é exclusivamente este. A Maçonaria se propõe a aperfeiçoar o homem, e permitir 
assim seu progresso e evolução, é uma associação filosófica, ou especulativa se 
preferirmos manter a denominação da Maçonaria moderna, não operativa. 
Evoluímos quando praticamos boas ações, e quando demonstramos compaixão 
pelo próximo, mas antes, temos a obrigação firmada em compromisso sobre o Livro da 
Lei, de auxiliar nossos Irmãos em infortúnio. 
 
 
 
 
A Comissão de Beneficência está 
diretamente ligada às funções do 
Hospitaleiro. É uma comissão permanente 
e obrigatória na administração da Oficina, 
nos termos do que dispõe o artigo 128 do 
Regulamento Geral da Federação. 
É constituída por três Mestres, 
designados diretamente pelo Venerável 
Mestre, e pode ser presidida pelo 
Hospitaleiro. 
 
 
90 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS 
É regulamentada pelo artigo 134 do Regulamento Geral da Federação, que lhes dá 
as seguintes atribuições: 
I – Conhecer as condições dos Obreiros do Quadro, visitando-os, e quando algum 
estiver necessitado, independentemente de seu pedido, reclamar da Loja o auxílio 
cabível; 
II – Emitir parecer sobre propostas relacionadas com assuntos de beneficência. 
Cabe ao Hospitaleiro solicitar a movimentação do fundo de beneficência da 
Oficina, mas para sua concretização e necessário em primeiro lugar o parecer favorável 
da Comissão de Beneficência da Loja, e por último, e mais importante, a aprovação da 
maioria simples dos obreiros do quadro presentes na sessão onde a moção for apreciada, 
podendo inclusive a assembleia divergir do parecer da comissão, e decidir contrariamente 
a ele. 
Chamo atenção ao primeiro inciso do artigo 134, que determina que toda a 
Comissão de Beneficência, e não apenas o Hospitaleiro, deve se empenhar em visitar os 
Irmãos do quadro, necessitados ou com problemas de saúde, e apresentar à Loja pedido 
de socorro em seu favor. 
 
 
 
 
 
 
 
Nos termos do que dispõe nosso 
ritual, são funções ritualísticas do 
Hospitaleiro circular com o Tronco de 
Solidariedade, entregar o total coletado ao 
Tesoureiro e auxiliá-lo na conferência. 
Deve também controlar o fluxo do fundo de 
beneficência, entendendo-se que este é 
formado pelo montante arrecadado no giro 
do Tronco de Solidariedade durante as 
sessões e ainda não doado. 
No Rito Adonhiramita o Hospitaleiro 
não possui fala ritualística. 
 
 
91 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A TROCA DE FUNÇÕES 
 
 
 
 
 Durante a circulação do Tronco de 
Solidariedade o Hospitaleiro troca momentaneamente 
de função com o Cobridor Interno, exatamente para que 
ele possa fazer sua doação, e o Cobridor Interno possa 
fazer o mesmo com o Cobridor Externo e 1° Experto, 
evidentemente nas Lojas que possuem Mestres nestas 
funções. 
A movimentação de ambos Oficiais sempre gera 
curiosidade, inclusive nos maçons praticantes do Rito 
Adonhiramita, que imaginam qual a razão disso. 
Na verdade, essa é uma prática militar, a troca 
da guarda do Palácio de Buckingham na Inglaterra se 
dá de forma muito parecida, portanto, não vislumbro 
qualquer conotação mística envolvida. A ideia é que os 
360 graus de visão do Templo estejam sempre visíveis 
pelos dois Oficiais, olhando um sobre o ombro do outro 
o tempo todo do giro, e notadamente a porta do Templo, 
que jamais deve ficar desguarnecida. 
 
 
Na troca, o Tronco de Solidariedade é seguro pela mão esquerda, e a espada pela 
mão direita, tanto do Cobridor quanto do Hospitaleiro. O Hospitaleiro, após segurar a 
espada, assume o Sinal de Guarda, e ambos permanecem de pé. 
O giro do movimento é sinistrogiro, ou seja, no sentido horário. Resumidamente 
falando, o Hospitaleiro se movimenta para o seu lado esquerdo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Hospitaleiro oferece amor 
92 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ETIMOLOGIA 
OS DOIS EXPERTOS 
O IRMÃO EXPERTO 
 
 
 
 
 
 
Experto deriva do latim expertus, que 
significa perito, conhecedor, hábil, 
especialista, mais ou menos como no termo 
inglês expert, que gerou o neologismo 
expertise na língua portuguesa, referindo-se a 
uma especialização ou vasto conhecimento 
adquirido sobre determinada atividade. 
O Experto na Maçonaria, e 
particularmente no Rito Adonhiramita, é 
exatamente isso, um especialista, e logo 
veremos em que. O termo poderia ser gravado 
como esperto, grafia usual em nosso idioma, 
mas a palavra ao longo dos tempos ganhou 
conotação pejorativa, e talvez por essa razão os 
ritualistas tenham mantido a forma mais 
próxima do original. 
 
 
Na França o cargo era chamado de Frére Terrible, ou Le Terrible, o “Irmão 
Terrível”, termo que foi adotado posteriormente no Brasil e consta de nossos rituais com 
relação ao 1° Experto nas Sessões Magnas de Iniciação. Em alguns rituais surge com a 
denominação de “Irmão Sacrificador”. 
Este foi um cargo que sofreu enorme sincretismo desde as Ilhas Britânicas. 
 
 
 
 
 
 Nossos rituais apontam para a existência de 
dois Expertos nas Lojas Simbólicas, o 1° e o 2°, 
como são chamados. 
O 1° Experto trabalha exclusivamente do lado 
de fora do Templo nas sessões ordinárias. Não vota 
nas matérias simples da Loja, mas é convidado a 
participar do Escrutínio Secreto, e a comparecer no 
Saco de Propostas e Informações e no Tronco de 
Solidariedade. 
Atua intensamente nas Iniciações, onde 
recebe a denominação de Irmão Terrível. 
Se não houver uma alteração em nossos 
rituais, permitindo que em determinado momento da 
sessão este Oficial possa ingressar no Templo, creio que a tendência seja assumir o status 
de cargo virtual ou simbólico na maioria das Oficinas, aliás, isso já ocorre atualmentee 
com certa frequência. 
93 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A INSPIRAÇÃO 
AZRAEL, O ANJO DA MORTE 
Apesar disso o cargo possui enorme simbolismo Iniciático, ele é o guia do 
candidato durante as Iniciações, é o primeiro Irmão a ter contato com o candidato, após o 
padrinho e os sindicantes, evidentemente, e é nele que o profano deve depositar sua 
confiança. 
Possui traje diferenciado nesta ocasião, o balandrau, sendo o único Mestre 
Adonhiramita com previsão de fazê-lo de acordo com os rituais. Nas sessões ordinárias o 
traje é comum a todos os Mestres. 
Os ritualistas pretendiam com este traje emprestar um ar de mistério ao 1° Experto, 
e isso certamente causaria sensível impacto no candidato, mas, paradoxalmente, ele não 
pode vê-lo. Quem sabe nossos futuros rituais não corrijam esse deslize? 
Já o 2° Experto trabalha exclusivamente no interior do Templo, embora em 
algumas ocasiões saia e retorne, exatamente para confabular, ao menos simbolicamente, 
com o 1° Experto e se assegurar da segurança e sigilo dos trabalhos. 
Participa ritualisticamente tanto das sessões ordinárias quanto das Magnas e 
especiais. 
A tendência atual, pelo menos é o que ocorre num bom número de Lojas, é assumir 
as funções de 1° Experto nas Iniciações. 
Na ausência do 1° Experto é ele o especialista em detectar intrusos, tanto fora 
quanto dentro do Templo, por isso é Experto, e nesse sentido, trabalha como auxiliar 
direto do 1° Vigilante. 
 
 
 
 
 
 Sob o ponto de vista mítico e arquetípico, vejo os Expertos com referências na 
tradição judaico-cristã, e na Ordem dos Assassinos, que existiu no Oriente Médio, no 
período da primeiras Cruzadas. 
 Enxergo nessas duas fontes certa associação com os conceitos que o cargo 
atualmente possui em nossas Lojas. 
 Vamos examinar resumidamente essas hipóteses. 
 
 
 
 
 
 
 
Na tradição hebraica os anjos não eram 
alados, a leitura de diversos trechos do Antigo 
Testamento ou da Torá, nos quais os seres humanos 
não identificam de imediato estar na presença de um 
ser celestial, não deixa dúvidas sobre isso. 
Foi a iconografia cristã que lhes atribuiu as 
asas, com as quais os identificamos de imediato 
atualmente, e creio que esta representação ou 
alegoria, por sua vez, tenha sofrido influência da 
mitologia grega. 
 
94 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A ORDEM DOS ASSASSINOS 
AS ASSOCIAÇÕES MÍTICAS 
A tradição judaico-cristã entende que este ser espiritual ou celestial recolhe as 
almas dos mortais no Plano Material e as conduz para o Plano Espiritual. Lhe atribuiu o 
nome de Azrael, e na doutrina cristã é apenas o Anjo da Morte, ou simplesmente Morte. 
Assim sendo, não é uma entidade maléfica como às vezes imaginamos, Ele não 
provoca a morte, apenas conduz as almas a um outro Plano da Existência, ou seja, é um 
guia celestial que faz a transição entre os estados de consciência ou da alma. 
Nos rituais maçônicos, é exatamente o 1° Experto quem conduz o candidato, após 
sua “morte” como profano, para renascer como Iniciado. 
 
 
 
 
 Talvez os Amados Irmãos 
tenham referência da Ordem dos 
Assassinos através das plataformas 
de videogame, ou do filme daí 
originado, mas essa Ordem 
realmente existiu. 
Na verdade, era uma seita 
esotérica islâmica, ismaelita e 
fundamentalista, fundada no século 
XI. Combatiam os muçulmanos que 
julgavam infiéis, e os executavam de 
forma eficiente e discreta. Segundo 
os historiadores inspiraram-se em 
antigos rituais de Iniciação gnósticos 
e possuíam sinais secretos, e isto 
teria sido absorvido pelos 
Templários. 
 
 
Era uma Ordem conhecida pela fidelidade e devoção de seus membros. Usavam 
uniforme nos quartéis, e trajes com capuz em ação. Se infiltravam na multidão disfarçados 
e em grupos, sempre em número de três. Executavam os infiéis, segundo eles, de forma 
silenciosa e discreta, geralmente usando punhais e facas, de forma rápida e sem provocar 
nenhum ruído. 
Os pesquisadores afirmam que eles se associaram-se aos Cavaleiros Templários 
logo após a fundação da Ordem do Templo, exatamente por combaterem o mesmo 
inimigo, ainda que por razões diferentes, e que esta associação ocasionou influências 
tanto nas técnicas de combate quanto nos ritos de iniciação, e a prática de reconhecimento 
velado, através de toques, sinais e palavras. 
É mais ou menos com a mesma postura e motivação, que o Irmão Terrível age 
simbolicamente nas Iniciações do Rito Adonhiramita na Cena da Traição. 
 
 
 
 
 
 Da mesma forma que apontei hipóteses para a inspiração dos ritualistas em 
episódios da tradição judaico-cristã e na História, e nesse caso a motivação também era 
religiosa, vislumbro a possibilidade de determinados arquétipos das diversas mitologias 
95 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ANÚBIS, O DEUS CHACAL 
CARONTE, O BARQUEIRO 
terem sido examinados pelos ritualistas para a formatação do cargo de Experto que 
conhecemos na atualidade. 
 Percebo associações possíveis com os antigos mistérios egípcios, com a mitologia 
greco-romana, com a astrologia, e com a Cabala hebraica. 
 Vamos igualmente abordar de forma resumida cada uma destas hipóteses. 
 
 
 
 
No antigo Egito politeísta, Anúbis era a 
divindade responsável pela condução das 
almas ao Tuat, o reino dos mortos. 
Era representado na forma 
metamórfica com corpo de homem e cabeça de 
chacal. 
Não era um guardião, como muitos 
podem imaginar, era um condutor, um guia, 
que cuidava da condução das almas até o 
Tribunal de Osíris, protegendo-as para que 
nada sofressem durante o trajeto entre os dois 
Planos da Existência. 
Era Anúbis que no Tribunal de Osíris 
retirava os corações dos homens e os pesava na 
Balança de Maat, deusa da justiça para os 
egípcios. Aqueles que possuíssem o coração 
mais leve que a pluma de avestruz, o que 
simbolizaria a pureza de sua alma, adquiriam o 
direito à ressurreição e à vida eterna no Tuat. 
 
 
 
Ao contrário, os que tinham o coração mais pesado, eram devorados pelo 
crocodilo Ammit, e simplesmente deixavam de existir. 
Em ambos os casos era Anúbis quem guiava as almas até seu destino final, a 
ressurreição ou a extinção. 
Era chamado pelos egípcios de Mestre dos Segredos. 
 
 
 
 
 
 
 
Na mitologia grega, era o barqueiro 
que transportava as almas até o Hades, sobre 
as águas do Rio Estige, ou Aqueronte para 
alguns se chamava Caronte. 
Seu nome significa “brilho intenso”. 
Caronte era filho de Nix (a noite) e 
Érebo (as trevas). Era irmão de Moros (o 
destino), Ker (a desgraça), Tânatos (a morte), 
Hipnos (o sonho), Geras (a velhice), Ezis (a 
dor), Apate (o engano), Nêmesis (o castigo), 
Eris (a discórdia), Filotes (a ternura) e Momo 
(o sarcasmo). Uma genealogia bastante 
interessante. 
96 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A ÁRVORE DA VIDA 
A ABÓBADA CELESTE 
Caronte teria nascido num tempo tão distante que não havia memória possível 
para lembrar dele. 
Da mesma forma que nos mitos anteriores, trata-se de um arquétipo do condutor 
de nossa consciência a outros Planos da Existência. 
 
 
 
 
 
Examinando o desenho da Árvore da Vida 
do Sepher Yetzirah, e comparando com a planta 
baixa do Templo Adonhiramita, percebemos que 
não há associação com nenhuma sefirote. Estas, 
como sabemos, referem-se às emanações das 
posições geográficas das Dignidades da Loja e do 
Cobridor Interno. 
Mas se acompanharmos o traçado dos 22 
caminhos possíveis entre elas, veremos que o 2° 
Experto segue o trajeto entre Netzach, a vitória, e 
Malkuth, o reino. Parece razoável se relacionarmos 
às atribuições do cargo de Experto. 
Já o 1° Experto está fora do Templo, 
portanto, literalmente fora do alcance destas 
emanações. 
 
 
 
 
 
 
 
O Experto é uma das exceções quando 
observamos a Abóbada Celeste de nossos Templos, cujos 
astros normalmente se referem às Dignidades.Ele está 
associado a Antares, da Constelação de Escorpião, que 
era considerada uma estrela guardiã pelos antigos persas. 
Essa associação vai se tornar mais clara nos Graus 
Filosóficos. 
A denominação, na verdade, é o resultado da 
aglutinação do prefixo anti, que designa oposição, e 
Áries, a divindade grega, ou seja, Antares era na 
antiguidade considerada a estrela opositora à Áries, cuja 
denominação romana, Marte, nomeou um dos planetas 
de nosso sistema solar. Assim, se Áries representava a 
guerra, Antares simbolizava a paz. 
Há ainda que se ressaltar que o escorpião, 
constelação da qual Antares faz parte, era um dos 
símbolos do deus da morte para os antigos gregos. 
 
 
 
 
97 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A INSERÇÃO NOS RITUAIS 
A POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
 
 
 
 
As primeiras evidências da introdução do cargo de 
Experto na Maçonaria se referem a rituais da Escócia anteriores 
a 1700, que mencionam um Mestre que interpelava os 
visitantes para identificação, porém, não há a denominação de 
Experto. 
Mas no caso do Rito Adonhiramita, ambos os Expertos 
eram mencionados na Compilação Preciosa da Maçonaria 
Adonhiramita, já com a determinação de um trabalhar do lado 
de fora do templo, e outro pelo lado de dentro, conforme se 
infere da leitura do seguinte trecho: 
 
“Para que uma Loja possa estar coberta regularmente, não basta que a porta que 
a fecha seja dupla, são necessárias ainda duas salas de entrada. A primeira é ocupada 
por um Irmão Cobridor, que abre a porta para todos que chegam; e a segunda, que 
separa a Loja da primeira sala, é chamada a Sala dos Passos Perdidos, onde fica o 
Experto. Quem deseja ser admitido na Loja, estando na primeira sala, bate à porta dos 
Passos Perdidos; o Experto abre-a, recebe-o e pergunta-lhe sobre os principais pontos 
da Maçonaria e sobretudo manda-o fazer a marcha e os sinais; e, quando o interrogado 
é reconhecido Maçom, o Experto manda-o entrar na Loja, com as formalidades 
habituais. É preciso lembrar que este Irmão, ao entrar, deve pegar a mão do segundo 
Experto, que se encontra na Loja, para dar-lhe o toque e a palavra de passe do Grau que 
possui; em seguida, põe-se entre os Vigilantes, na posição do citado Grau, faz o sinal e 
saúda o Venerável que, então interroga-o sobre o catecismo. Esses cuidados dos 
Expertos e essa conduta dos Irmãos devem ser praticados em todas as Lojas regulares”. 
Vemos aqui ainda o requinte do visitante ser examinado duplamente pelos dois 
Expertos, e também pelo Venerável Mestre. Isso demonstra o cuidado com o sigilo e a 
segurança que acompanhavam as Lojas do século XVIII. 
 
 
 
 
 
 No cortejo de entrada, o 2° Experto se posiciona na fileira correspondente à 
Coluna do Sul, atrás do primeiro último Mestre Maçom sem cargo. Observe-se que o 1° 
Experto trabalha fora do Átrio, na Sala dos Passos Perdidos. 
 
 
98 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A POSIÇÃO NO TEMPLO 
ATRIBUIÇÕES DO 1° EXPERTO 
 
 
 
 
 
 No Templo, o 2° Experto ocupa um assento próximo ao 1° Vigilante, na base da 
Coluna do Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
O cargo de 1° Experto é preenchido através de 
indicação direta do Venerável Mestre, sem a 
necessidade de eleição. É um Oficial, e não uma 
Dignidade. 
Não há regulamentação para o cargo no 
Regulamento Geral da Federação, suas funções e 
atribuições são estabelecidas nos rituais. 
Boa parte das Lojas utiliza-se do 2° Experto para 
desempenhar suas funções e sequer nomeia um Mestre 
para ocupar o cargo. 
Geralmente ele só atua ritualisticamente nas 
Sessões Magnas de Iniciação, quando se denomina 
“Irmão Terrível”. Nas sessões ordinárias trabalha do 
lado externo do Templo, controlando o acesso à sessão. 
Conforme já vimos, o 1° Experto é o único 
Mestre no Rito Adonhiramita que usa balandrau, mas 
apenas nas Sessões Magnas. 
 
 
99 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ATRIBUIÇÕES DO 2° EXPERTO 
REQUISITOS 
A POSTURA 
 
 
 
 
 
O cargo de 2° Experto também é preenchido 
através de indicação direta do Venerável Mestre sem a 
necessidade de eleição. Também é um Oficial, e não uma 
Dignidade. 
Da mesma forma que o 1° Experto, não há 
regulamentação para o 2° Experto no Regulamento Geral 
da Federação. Suas funções e atribuições igualmente são 
estabelecidas nos rituais, mas diferentemente do 1° 
Experto atua no interior do Templo, saindo apenas em 
algumas ocasiões e retornando logo em seguida. 
 
 
 
 
 
 
 
Repito sempre que compromisso e dedicação 
devem ser qualidades ou atributos comuns a todos os 
maçons, mas no caso dos Mestres que ocupam cargos 
em Loja estes aspectos são bastante relevantes e 
necessários, e se aplica aos dois Expertos, como todas 
as demais observações que farei. 
Já que é de responsabilidade dos Expertos 
efetuar o reconhecimento dos Irmãos visitantes, e 
imprescindível que tenham bom conhecimento do 
ritual, sobretudo no que diz respeito aos procedimentos 
praticados pelos outros Ritos, para que não cometa 
nenhuma injustiça. 
No caso do 1° Experto deve-se somar algum 
talento para a interpretação, pois boa parte da 
dramatização da Sessão Magna de Iniciação estará a seu 
cargo. 
Devem ambos os ocupantes dos cargos possuir, boa dicção, pois há momentos 
ritualísticos em que falarão com a porta do Templo entreaberta, e devem ser ouvidos por 
todos que estão dentro do Templo. 
Acima de tudo devem ter atenção. A segurança da Loja e o sigilo das sessões estão 
diretamente ligadas à atuação de ambos. 
 
 
 
 
 Ambos Expertos obrigatoriamente usam espadas. O 1° Experto deve trazê-la 
embainhada do lado de fora do Templo, enquanto o 2° Experto pode mantê-la numa base 
enquanto está sentado. 
100 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
A CONDUÇÃO DO CANDIDATO 
 
 
Ambos devem transmitir seriedade 
no exercício de suas funções, mas não mau 
humor ou desconfiança. O termo exato 
para definir suas atribuições talvez seja 
prudência. 
A circula dentro do Templo é 
sempre executada no traçado do símbolo 
matemático do infinito, ou do analema, que 
entendo ser a descrição mais adequada, 
lembrando que no Átrio e na Sala dos 
Passos Perdidos, área de atuação do 1° 
Experto, não há ritualística. 
No interior do Templo devem se movimentar com elegância e circunspecção, o ar 
de mistério será aplicado ao 1° Experto através do uso do balandrau. 
O 2° Experto, como vimos, ocupa um assento no Ocidente, na base da Coluna do 
Sul, ao lado do Altar do 1° Vigilante, e deve estar sempre atento a tudo o que ocorre nas 
sessões, verificando a postura e o comportamento de todos os presentes na sessão, e 
comunicando imediatamente ao 1° Vigilante qualquer anormalidade ritualística ou 
suspeição que venha a observar. 
 
 
 
 
 
 
A Joia do Experto é um punhal, e é comum aos dois, tanto o 
1° quanto o 2° Expertos. 
Alude à proximidade para o combate e agilidade no 
manuseio, estando associada à ideia de “eliminar” intrusos. Isso 
porque para efetuar o reconhecimento de visitantes eles deverão se 
aproximar, o que fortalece a associação com a Ordem dos 
Assassinos como vimos anteriormente. Mas lógico que tudo isso é 
simbólico. 
Apesar do punhal ostentado nas Joias, ambos os Oficiais 
ambos usam espadas, e não punhais no exercício de suas funções. 
 
 
 
 
 
 
 Embora todos os artigos se refiram às sessões ordinárias, entendo ser conveniente 
desviar um pouco desta norma para falar da ação do 1° Experto durante as Sessões 
Magnas de Iniciação. 
Como sabemos, o candidato é entregue pelo padrinho à guarda do 1° Experto nas 
Iniciações, onde atua sob a designação de Irmão Terrível. 
Deve prestar bastante atenção na sua fala neste momento: “Sou vosso guia, tende 
confiança em mim e nada receeis”. 
 
 
101 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
TRAIÇÃO E CÂMARA ARDENTE 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS DO 1° EXPERTOE é exatamente isso. A partir deste momento, e até que 
o candidato seja admitido maçom, o 1° Experto é o 
responsável direto pela sua segurança e sua condução através 
dos diversos ambientes. 
Não deve permitir jamais que ele seja molestado, 
ridicularizado, ou alvo de trotes e brincadeiras de mau gosto. 
Deve exigir o correto comportamento dos demais Irmãos, 
restritos aos termos do ritual e evitando excessos que possam 
causar prejuízos ao candidato. 
As dramatizações pretendem impregnar seu íntimo 
psicologicamente, mas jamais assustá-lo. 
É o 1° Experto que introduz o candidato na Câmara 
de Reflexões, e também é ele quem o retira de lá, de sua morte 
simbólica como profano para o renascimento como Iniciado. 
A primeira impressão que o candidato terá da Loja na 
qual está ingressando, e da Maçonaria de modo geral, será 
causada pelo 1° Experto. 
É enorme sua responsabilidade iniciática. 
 
 
 
 
 
 
Voltarei a falar sobre a Sessão 
Magna de Iniciação, pois creio que o 
cargo de 1° Experto assim demanda. 
A Cena da Traição e a Câmara 
Ardente são etapas ritualísticas 
integrantes da Sessão Magna de 
Iniciação, e são exclusivas do Rito 
Adonhiramita, constando de nossos 
rituais desde 1896, em exemplar 
publicado pelo Grande Oriente do Brasil. 
 
É uma alusão ao Juramento que faremos, mas também ao martírio de São João 
Batista, nosso Patrono. 
Ambas contam com a participação direta do 1° Experto, é ele quem interpela o 
Irmão traidor, e quem faz justiça. 
“(...) Sois, meu Irmão, um respeitável membro com mais de meio século de idade 
maçônica, e durante esse tempo tendes dado irrefutáveis provas de constante zelo, 
inexcedível amor à nossa instituição e proverbial honradez...” diria o Venerável Mestre. 
 
 
 
 
 Nas sessões ordinárias, nas Lojas em que o cargo é exercido, o 1° Experto auxilia 
na triagem dos obreiros que ingressarão no Templo, mas sua atuação é bem mais intensa 
nas Sessões Magnas de Iniciação. 
 
102 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS DO 2° EXPERTO 
 
 
É o 1° Experto quem recebe o candidato 
do padrinho, e o destitui dos metais, preparando-
o nos termos do ritual. 
Introduz o candidato na Câmara de 
Reflexões, lhe entrega o testamento, dirimindo 
quaisquer dúvidas que venha a ter no seu 
preenchimento, recolhendo-o depois de 
preenchido, e transportando-o na ponta de sua 
espada para o interior do Templo. 
Deve acompanhar e cuidar do candidato 
durante todo o processo de Iniciação. 
Conduz o candidato ao Templo nas 
ocasiões previstas no ritual, entrega-lhe a Taça 
Sagrada para que ele beba, e o conduz nas Três 
Viagens. 
Participa intensamente da Cena da 
Traição, o que requer interpretação dramática 
convincente. 
Possui diversas e extensas falas ritualísticas ao longo da Iniciação. 
Nas sessões ordinárias é auxiliar dos Cobridores Externo e Interno na proteção do 
Templo, também realizando o Telhamento de Irmãos visitantes que sejam desconhecidos 
dos Irmãos do quadro. 
Não participa das atividades no interior do Templo nas sessões ordinárias, à 
exceção do Escrutínio Secreto e do comparecimento ao Saco de Propostas e Informações 
e Tronco de Solidariedade. 
 
 
 
 
O 2° Experto participa do 
Revigoramento da Chama Sagrada, 
juntamente com o Arquiteto e o Mestre de 
Cerimônias, e com os demais obreiros fora do 
Templo, à exceção do Cobridor Interno. 
Verifica, em atendimento à 
determinação do 1° Vigilante, se o Templo 
está coberto. 
Circula com a urna para recolher as 
esferas de votação no Escrutínio Secreto. 
 
 
 
É auxiliar do 1° Vigilante, e em alguns Ritos seu substituto direto, mas não é o 
caso do Rito Adonhiramita. 
Participa, com os mesmos Mestres que executaram o Revigoramento da Chama 
Sagrada, de seu Adormecimento. 
Possui fala ritualística nas sessões ordinárias, embora seja uma frase bem curta. 
Fala de seu lugar, quando a palavra está na Coluna do Sul, de Pé e à Ordem, sem 
portar a espada, que deve permanecer em sua base. 
Nas Lojas em que o cargo de 1° Experto não é exercido, é ele quem efetua o 
Telhamento de Irmãos visitantes desconhecidos dos Irmãos do quadro. 
 
103 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
VERIFICANDO A COBERTURA DOS TRABALHOS 
REVIGORANDO E ADORMECENDO A CHAMA 
 
 
 
 Para fazer a verificação da cobertura dos trabalhos, o 1° Experto levanta-se após 
receber o comando do 1° Vigilante, para entre Colunas, faz a vênia ao Venerável Mestre 
e sai do Templo para fazer a averiguação. 
 Retorna circulando pelo Sul, posta-se na frente de seu assento, voltado para o 
Venerável Mestre, e declama sua fala. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O posicionamento do 1° 
Experto é exatamente o mesmo nas 
duas etapas, alinhado com o Altar dos 
Perfumes, de onde pegará e devolverá 
o acendedor e o abafador, de acordo 
com a etapa. 
 
 
 
104 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
HOMENAGEM 
 
 
Cegos, tensos e assustados. Foi a 
mão firme do 1° Experto que nos guiou 
pelos difíceis e tortuosos caminhos, 
pelos perigos das provas, e que nos 
protegeu de todas as ameaças, 
imagináveis e apenas em nossa mente 
durante a Iniciação. 
Nenhum de nós teria se tornado 
maçom sem a dedicação e empenho 
deste Oficial, a quem devemos justas, 
sinceras e eternas homenagens. 
Paradoxalmente os rituais 
colocam fora do Templo justamente o 
Mestre que nos faz nele entrar. 
Se há um Mestre que simbolize o 
processo Iniciático na Maçonaria, este, 
sem dúvida alguma, é o Irmão Terrível, 
que literalmente nos conduziu das trevas 
para a Luz! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
105 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ETIMOLOGIA 
A ARQUITETURA NA ANTIGUIDADE 
O ARQUITETO 
 
 
 
 
 
 
 
O vocábulo arquiteto deriva da 
aglutinação dos verbetes gregos arkhein, 
que significa comandar, e tekton, que 
designa um artesão, um construtor. 
Com o passar do tempo passou a 
designar o mestre de obras ou construtor 
chefe. 
No latim originou o verbete 
architectus, com o mesmo significado. 
Porém, no latim, a partícula arqui 
traduz igualmente a ideia de 
superioridade, supremacia, e autoridade, 
como vemos nos verbetes arqui-inimigo, 
arcebispo, etc. 
A Maçonaria moderna designou o Princípio Criador como Grande Arquiteto do 
Universo exatamente com base nesse sentido de superioridade, de supremacia. 
Até a Idade Moderna o arquiteto era o profissional responsável pelo planejamento 
e execução das obras na sua totalidade, lembrando que a profissão de engenheiro surgiu 
apenas a Revolução Industrial. 
Geralmente os arquitetos da antiguidade também eram pintores e escultores. 
 
 
 
 
Na antiguidade os arquitetos eram 
considerados homens sábios. 
Planejavam, dirigiam e executavam as obras 
do início ao fim, tinham enorme prestígio junto aos 
reis, nobres e líderes das nações. 
A arquitetura é um elemento fundamental 
para o trabalho dos historiadores e pesquisadores. 
Habitações, palácios, templos, arenas, teatros, etc. 
revelam aspectos culturais, econômicos e sociais das 
antigas civilizações, e os templos tem papel 
diferenciado nesta análise. 
Enquanto os palácios, por exemplo, 
associavam ao edifício o gosto dos monarcas, 
limitando a criatividade dos arquitetos em certo 
ponto, nos templos a liberdade de criação era plena, e 
os arquitetos procuravam retratar sem reservas os 
conceitos filosóficos das civilizações. Enquanto os 
palácios eram erguidos em homenagem aos homens, 
 
 
106 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
AS 7 MARAVILHAS DO MUNDO ANTIGO 
os templos eram construídos para a adoração da divindade. 
Para os povos antigos a capacidade e a habilidade de construir representava a 
aproximação do homem à divindade, e dava ao homem a sensação de poder, a capacidade 
de criar e interferir napaisagem e na própria Natureza. 
A harmonia, o ritmo, e a beleza das construções provocavam enorme impacto 
psicológico em quem as observava. 
A função de arquiteto e a construção de templos eram tão importantes para os 
povos antigos, que na tradição judaico-cristã o próprio IAVEH determinou a construção 
de um templo aos hebreus. 
 
 
 
 
 Tanto isto é verdade, que a pujança das antigas civilizações foi retratada nas Sete 
Maravilhas do Mundo Antigo, que se referiam à grandes e imponentes construções, ou 
seja, exatamente as obras dos homens. 
 São elas: 
 Os Jardins suspensos da Babilônia, 
supostamente erguidos por Nabucodonosor, 
e tratava-se de uma construção em patamares 
ou camadas, a exemplo dos zigurates ou 
mastabas dos egípcios, mas que possuía o 
requinte da irrigação e drenagem de seus 
vários planos, o que era notável para a época. 
Infelizmente não há vestígios de sua 
existência. 
 
 
 
 A estátua de Zeus, no santuário de 
Olímpia, na Grécia, construída pelo escultor 
Fídias, evidentemente não era um edifício, mas 
ratifica a característica dos antigos de associar 
a arquitetura e a escultura quase como a mesma 
arte. Certamente pelo fato de esculturas dessa 
envergadura reclamarem uma estrutura robusta 
para sua sustentação. 
 
 O Templo de Artêmis, em Éfeso, 
na Grécia, construído pelo arquiteto 
Quersifrão, e seu filho Metágenes, foi 
o maior templo da antiguidade. 
 Sofreu várias reformas, e foi 
completamente destruído em 269 
pelos godos. 
 
 
 
 
107 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 
 O Mausoléu de Halicarnasso, ou 
Mausoléu de Mausolo, foi construído na cidade 
de Halicarnasso na atual Turquia. Foi erguido 
para receber os despojos do rei Mausolo, de 
onde derivou o nome que hoje utilizamos para 
designar túmulos. 
 Era um edifício de 45 metros de altura 
com as fachadas ricamente decoradas por 
relevos. 
 Foi destruído por um terremoto, e sua 
base utilizada pelos Cavaleiros Hospitalatários 
em 1494 para a construção de uma fortificação. 
 
 
 
 O Colosso de Rodes. 
 Novamente uma estátua, de 
proporções gigantescas, integra a 
lista das 7 Maravilhas do Mundo 
Antigo. 
 Foi erguida em homenagem a 
Helios, a divindade que representava 
o Sol na mitologia grega. 
 Foi completamente destruída por 
um terremoto em 226 a.C. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 O Farol de Alexandria tinha entre 120 
e 137 metros de altura. 
 Durante muitos séculos foi a estrutura 
mais alta do mundo. 
 Foi danificado por 3 terremotos entre 
956 e 1323, restando apenas suas ruínas como 
lembrança. 
 A última pedra do edifício original foi 
retirada e utilizada em 1480 para construção da 
cidadela de Qaitbay. 
108 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A TORRE DE BABEL 
AS PIRÂMIDES DO EGITO 
 
 
 
 A Grande Pirâmide, ou Pirâmide 
de Quéops, é a única das 7 
Maravilhas do Mundo Antigo que 
resistiu aos séculos e permanece 
desafiando nosso entendimento até 
nossos dias. 
 Sua importância é tão relevante 
que abordarei alguns de sus aspectos 
separadamente mais à frente. 
 
 
 
 
 
A Torre de Babel não é uma das 7 Maravilhas 
do Mundo Antigo, mas é a primeira construção 
mítica da tradição judaico-cristã, e representa o 
domínio das técnicas de construção pela civilização 
pós-diluviana. 
De acordo com o relato bíblico era um 
imenso zigurate em formato de parafuso, um tronco 
cilíndrico em revolução, remetendo ao conceito da 
espiral que será enunciado por Fibonacci apenas no 
Renascimento, o que descreve um conhecimento 
fantástico para a Idade do Bronze. 
Este mito faz parte da primeira versão da 
Lenda do Terceiro Grau adotada pela Maçonaria 
moderna, e guarda estreita relação com o Rito 
Adonhiramita, afinal, durante muito tempo fomos 
chamados de Cavaleiros Noaquitas, mas isso será melhor abordado nos Graus Filosóficos. 
Segundo alguns autores maçônicos, a dispersão das línguas da narrativa bíblica na 
verdade representa a expansão da arte de construir pelos quatro cantos do planeta e em 
todas as nações, através da dispersão dos pedreiros durante a construção. Teria nascido aí 
a Maçonaria. 
 
 
 
 
 
As pirâmides do Egito encontram-se em 
Gizé, no Vale dos Reis, e a principal construção é a 
pirâmide de Kuphu, Queóps para os gregos, o maior 
dos edifícios, também chamado de Grande 
Pirâmide. 
Formavam um conjunto de três edificações 
distintas, Quéops, Quéfren e Miquerinos. 
109 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O TEMPLO DE LUXOR 
O TEMPLO DE SALOMÃO 
É a mais notável das construções do mundo antigo, e utilizou técnicas de 
construção ainda enigmáticas para nós. 
O material predominante era a pedra, que era milimetricamente talhada e 
encaixada, chegando a pesar cerca de uma tonelada cada uma. 
Possuía medidas relacionadas à Terra e algumas constelações com notável 
exatidão. 
Suas proporções foram objeto de estudo de muitos matemáticos e filósofos gregos, 
dentre eles Pitágoras de Samos. 
Segundo alguns autores não era um túmulo, mas um centro de Iniciação aos 
Mistérios de Ísis. 
Permanece de pé até nossos dias, desafiando nossa inteligência. 
 
 
 
 
 
O Templo de Luxor, no Egito, 
também conhecido como Templo de 
Karnac. 
Sua construção foi iniciada 
pelo faraó Amenhotep III, e foi 
dedicado ao deus Amon, que era 
associado ao Sol, originando a 
divindade Amon-Rá. 
Possui em sua decoração um 
simbolismo fantástico gravado nas 
pedras. Supõe-se que a adoção do 
 
 
conceito estético de colunas em espaços ritmados tenha surgido aí, e após isso copiado 
pelos gregos. 
Alguns autores defendem que as dimensões do Tabernáculo do Deserto tenham 
sido inspiradas nele, e outros afirmam que o Pavimento Mosaico de nossos Templos 
atuais também se originou aí. 
Suas ruínas ainda existem. 
 
 
 
 
 
 
O Templo de Jerusalém, erguido por 
Salomão, também não é uma das 7 Maravilhas do 
Mundo Antigo, é uma construção mítica. 
De acordo com a narrativa bíblica foi uma 
evolução do Tabernáculo do Deserto. 
Passou a se constituir na base da Doutrina 
Maçônica após a adoção como versão definitiva 
da Lenda do Terceiro Grau, por volta de 1730. 
Sua construção é descrita no primeiro 
Livro dos Reis, e segundo Livro das Crônicas, da 
tradição judaico-cristã. 
 
110 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS GRANDES ARQUITETOS MÍTICOS 
VITRÚVIO 
Fictícia ou não, é a obra mais importante dos hebreus, apesar de ter sido edificada 
pelos construtores fenícios. 
O Templo de Jerusalém foi erguido no reinado de Salomão, foi destruído por 
Nabucodonosor, e reconstruído por Zorobabel após o retorno do Cativeiro da Babilônia. 
Foi reformado, ampliado e redecorado por Herodes, o Grande, e totalmente 
destruído no ano 70 pelos romanos durante o Cerco de Jerusalém. 
Não existe comprovação arqueológica da existência do primeiro templo erguido 
por Salomão, alguns supõem que o Muro das Lamentações corresponda à base original. 
 
 
 
 
 Ao longo dos tempos a História 
registrou alguns arquitetos míticos, que 
influenciaram como arquétipos as 
sociedades posteriores e igualmente as 
Escolas de Mistério, dentre elas a 
Maçonaria. Dentre os principais destaco: 
Phaleg, da tradição judaico-cristã. 
É um arquiteto mítico, que teria sido o 
construtor da Torre de Babel. 
Imhotep, do Egito, que também 
era médico, goza da possibilidade de ter realmente existido, atribui-se a ele a construção 
da Pirâmide de Saqqara, túmulo do faraó Djoser. 
Dédalo, da Grécia. É um arquiteto mítico, que teria sido o construtor do labirinto 
de Minos, da lenda de Perseu e o Minotauro. 
Adonhiram, hebreu. Arquiteto mítico, que teria sido o construtor doTemplo de 
Jerusalém. A maioria dos Ritos identifica o arquiteto do Templo de Salomão como Hiram 
Abiff. 
Vitrúvio, de Roma. Comprovadamente existiu, e foi o codificador da arquitetura 
moderna. 
 
 
 
 
 
Marcus Vitruvius Pollio, ou 
simplesmente Vitrúvio, foi um arquiteto que 
viveu em Roma, no século I. 
É considerado o pai da arquitetura 
moderna, e foi o autor da obra intitulada De 
Architectura, em 10 volumes, que se tornou 
referência para o que se chama de arquitetura 
clássica. 
Foi ele quem classificou as cinco 
Ordens de Arquitetura de interesse da 
Doutrina Maçônica. Estabeleceu três 
princípios básicos para os edifícios, 
Venustas, Firmitas, Utilitas, Beleza, Firmeza 
e Utilidade. 
 
111 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O COLEGIA FABRORUM 
AS GUILDAS MEDIEVAIS DE PEDREIROS 
 
 
 
 
 
Há uma corporação de 
construtores da antiguidade que 
frequentemente é mencionada na 
literatura maçônica, trata-se do Colegia 
Fabrorum, que existiu em Roma, 
aproximadamente de 500 a.C. ao ano 
400 de nossa Era. 
Foi instituído no período de 
expansão do Império Romano, e era uma fantástica fábrica itinerante de construir, que 
acompanhava as legiões romanas nos territórios conquistados e restauravam os prédios 
destruídos nas batalhas. 
Tinham o urbanismo como principal foco, eram, como disse, reconstrutores das 
cidades destruídas pelas legiões romanas. 
Apesar de existir correntes que defendam a origem de nosso Patrono, São João 
Batista, a eles, na verdade eram politeístas, e adoravam os deuses romanos. 
Alguns autores os consideram a origem das guildas medievais de pedreiros, outros 
apontam o balandrau como originário desta associação. 
O que se sabe de verdade, é que o estilo românico de arquitetura, amplamente 
utilizado nas igrejas medievais, e que antecedeu o gótico, originou-se deles. 
 
 
 
 
As guildas medievais de pedreiros 
existiram por toda a Europa, e não apenas na 
Inglaterra como a literatura maçônica por 
vezes sugere. 
Na Inglaterra elas se organizaram 
como sindicatos primitivos. Eram 
protecionistas e corporativistas, defendiam a 
prática da arte de construir apenas por artesãos 
habilitados, a quem transmitiam as técnicas em segredo, para manter a hegemonia. 
112 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A REVOLUÇÃO CULTURAL NA ALEMANHA 
O ESTILO GÓTICO DE ARQUITETURA 
Eram uma escola de arquitetura primitiva, mas apesar disso, os pedreiros eram na 
maioria analfabetos. 
Mesmo assim possuíam conhecimento de matemática, desenho, física e geometria 
notável para a época, e literalmente acima da média. 
Em seu declínio, permitiram o ingresso de estranhos à profissão, dando origem ao 
período especulativo, os chamados maçons aceitos, cujo modelo institucional foi adotado 
pela Maçonaria moderna. 
 
 
 
 
 Se deixarmos um pouco de lado as 
ilhas britânicas e olharmos para o outro 
lado da Europa, e particularmente acho 
que nós, Adonhiramitas, deveríamos 
fazer esse exercício com mais frequência, 
veremos as raízes de vários conceitos 
adotados pela Maçonaria moderna 
florescerem no território da atual 
Alemanha. E como isso se deu? 
O Império Romano entrou em 
declínio. Os povos germânicos primeiro 
atacam Roma, depois, dão sustentação ao 
 
 
Império Romano Ocidental dando origem às nações medievais da Europa. 
Surgem lá as Ordens de Cavalaria, no século VI, posteriormente encampadas pela 
Igreja Romana. 
Nasce o estilo gótico de arquitetura em meados do século XII, que foi justamente 
o estilo de construção que notabilizou as corporações medievais de pedreiros. 
Surge a imprensa, em 1430, através da invenção dos caracteres móveis por 
Johannes Gutenberg. 
É lá que se dá o movimento de Reforma Religiosa, em 1517, através de Martinho 
Lutero. 
Embora alguns autores defendam o contrário, e desqualifiquem sua influência, 
queiram ou não, Frederico II da Prússia desempenhou papel importante na Maçonaria. 
É lá também que se dá o início da revolução na música, por intermédio de 
Beethoven, Brahms, Bach e outros. 
O próprio movimento Iluminista, que vai influenciar a Maçonaria francesa mais à 
frente, ganha força e prestígio na Alemanha através de Immanuel Kant. 
 
 
 
 
 
Alguns autores assumem a denominação gótico como 
derivada do verbete godos, que designava os povos 
germânicos, outros a associam ao termo designativo de Deus 
em alemão, Gott. Sou partidário da segunda corrente, 
realmente entendo o estilo gótico como um estilo divino. 
O estilo gótico revolucionou a arquitetura medieval. 
As construções ganharam altura e um contraste fenomenal de 
luz e sombras, através dos grandes vitrais. As colunas se 
113 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A CATEDRAL DE COLÔNIA 
OS PRIMEIROS TEMPLOS DA MAÇONARIA 
OS PAINÉIS DOS GRAUS 
tornaram mais esbeltas, dando a sensação de leveza e elevação aos céus. 
As catedrais góticas simbolizavam a pequenez do homem diante da grandiosidade 
de Deus e do Universo. Este estilo de arquitetura trouxe de volta a gravação de símbolos 
na pedra, a exemplo dos egípcios. 
Como disse anteriormente, foi o estilo que notabilizou as associações de pedreiros 
medievais. 
 
 
 
 
A Catedral de Colônia, na 
Alemanha, foi um marco do estilo 
gótico europeu. Foi iniciada em 
1248, e levou 600 anos para ser 
concluída. 
Oscar Argolo, na obra Os 
Segredos da Maçonaria, afirma 
que um ritual que chamou de 
Primitivo do Egito, era praticado 
pelos maçons operativos desta 
construção, e que este ritual seria 
a base do Rito Adonhiramita, que 
afirma ser praticado desde 1617, 
com 7 Graus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como sabemos, as primeiras Lojas 
maçônicas se reuniam em tabernas, pátios de 
igrejas e locais improvisados, não havia 
Templos. 
Como o espaço das reuniões era 
montado e desmontado, era necessário que os 
maçons se dispusessem a fazê-lo, e parece ter 
surgido daí a inspiração para o cargo de 
Arquiteto nas Lojas modernas, como 
montadores, construtores simbólicos dos 
Templos. 
Os Templos surgiram mais tarde, com a evolução dos rituais e organização das 
Lojas, e foram baseados na organização espacial do parlamento britânico, e não no 
Templo de Salomão, cujas proporções contidas em nossos rituais e instruções devem ser 
entendidas apenas como simbólicas. 
 
 
 
 
Como vimos e sabemos, as Lojas do início do século XVIII eram montadas e 
desmontadas. 
114 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O ARQUITETO NA MAÇONARIA 
ASSOCIAÇÃO COM A CABALA 
Os Painéis dos Graus eram desenhados no chão, antes o início das reuniões, e 
depois diligentemente apagados para não deixar vestígios. 
Todos os símbolos de cada Grau 
deviam estar representados neste desenho, e 
deveriam ser reconhecidos pelos maçons, o 
que nos faz supor que o maçom responsável 
pela sua feitura devia ser um bom desenhista. 
Este Painel primitivo era cercado por 
um cordão, justamente para evitar o pisoteio 
sobre ele, o que mais tarde se transformou na 
Corda de 81 Nós nos Ritos de origem francesa. 
Já o espaço reservado no chão para o 
desenho do Painel do Grau, passou a ser 
ocupado pelo Pavimento Mosaico nos 
Templos físicos. 
O Painel do Grau, por sua vez, passou a ser 
representado primeiro por tapetes, e depois por 
um quadro emoldurado, tal qual o conhecemos 
atualmente. 
 
 
 
 
 
 
Como vimos, o Mestre que 
desenhava o Painel do Grau, e organizava 
a decoração do espaço nas primeiras Lojas 
do século XVIII, muito provavelmente 
inspirou, em ocasião posterior é claro, o 
cargo que foi denominado de Arquiteto 
nas Lojas atuais. 
Este Mestre devia ter habilidade 
para desenhar, e igualmente, noção de 
proporção, além do que, montava e desmontava a Oficina, e a Loja só passava a existir 
após sua atuação, ou seja, simbolicamente o trabalho de um arquiteto, embora todos os 
MestresMaçons também o sejam. 
Não se sabe ao certo quando e onde foi inserido como cargo nos rituais, mas muito 
provavelmente isso ocorreu na França. 
A primeira menção explícita nos rituais Adonhiramitas só ocorreu em 1963, no 
ritual do Grau de Aprendiz publicado pelo Grande Oriente do Brasil. 
Mas é importantíssimo ressaltar que o Arquiteto das Lojas Adonhiramitas não 
simboliza ou representa Adonhiram. 
 
 
 
 
 
 Na representação da Árvore da Vida, o Arquiteto não está associado a nenhuma 
das emanações das sefirotes. 
115 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ASSOCIAÇÃO COM A ASTRONOMIA 
POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
 
 
No entanto, vemos que geograficamente no espaço do 
Templo, o Arquiteto se localiza entre a emanação de Hod, a 
mente individual, a lógica e a razão, e de Malkuth, o Plano 
Material, no caminho que percorre, e que ambas emanações 
estão diretamente associadas a Yesod, a base ou fundamento. 
Parece razoável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Se observarmos a Abóbada Celeste de nossos 
Templos, veremos que o Arquiteto está localizado na 
proximidade da projeção de Regulus, estrela da 
constelação de Leão. 
Regulus era considerada pelos antigos persas 
como a Estrela Rainha. 
Já os romanos a chamavam de Coração do 
Leão. 
Regulus é uma das quatro estrelas 
consideradas guardiãs dos Pontos Cardeais pelos 
antigos persas. É a guardiã do Norte. 
Simboliza criatividade, liderança e sucesso, 
sem dúvida atributos presentes nas atribuições do 
Arquiteto. 
 
 
 
 
 
 Na formação do cortejo de entrada, no Átrio, o Arquiteto posiciona-se na fileira 
correspondente à Coluna do Norte, na frente do Bibliotecário. É o primeiro Oficial da 
Coluna. 
 
116 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
POSIÇÃO NO TEMPLO 
ATRIBUIÇÕES 
 
 
 
 No interior do Templo, o Arquiteto tem assento na base da Coluna do Norte, 
próximo do 2° Vigilante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O cargo de Arquiteto é preenchido através 
de indicação direta do Venerável Mestre, sem a 
necessidade de eleição. É um Oficial, e não uma 
Dignidade. 
Possui um assento, como vimos, em local 
definido no Templo, e não em uma mesa ou altar. 
Não há regulamentação para o cargo no 
Regulamento Geral da Federação. Suas funções e 
atribuições são estabelecidas nos rituais. 
Porém, em relação à Loja, possui funções 
ritualísticas e administrativas, que poderão ser 
estabelecidas no Regimento Interno da Oficina. 
 
 
 
 
 
 
117 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REQUISITOS 
POSTURA 
A JOIA 
 
 
 
O Mestre que aspira desempenhar as funções de 
Arquiteto deve possuir compromisso e dedicação. 
Deve ter disponibilidade de tempo, pois já que montará 
e desmontará a Loja, deve ser o primeiro a chegar no Templo e 
o último a sair. 
Deve ter responsabilidade e bastante atenção, 
notadamente para verificar as condições de uso dos materiais 
litúrgicos, estoque de carvão, incenso, etc. 
Apesar da denominação do cargo, não é necessário e 
nem determinante que o Mestre possua formação em 
arquitetura. 
Mas se há um obreiro com habilidade em design, e 
criatividade, a atribuição de criar e formatar os símbolos e 
documentos oficiais da Loja deve ser do Arquiteto por razões 
tanto práticas quanto simbólicas. 
 
 
 
 
 
O Arquiteto obrigatoriamente usa 
espada nas sessões. 
Assim como todos os maçons 
Adonhiramitas, circula no Templo 
executando o traçado do símbolo 
matemático do infinito, a lemniscata de 
Bernouli, representando o trânsito 
aparente do Sol no firmamento, no 
fenômeno denominado analema. E deve se 
movimentar com elegância e 
circunspecção. 
Ocupa, como vimos, um assento no Ocidente, na base da Coluna do Norte, ao lado 
do Altar do 2° Vigilante. 
Deve estar sempre atento à queima das velas, e informar ao Mestre de Cerimônias 
sobre a necessidade de substituição ou revigoramento se necessário. 
Usa o verbo quando a palavra está na Coluna do Norte, de seu lugar, de Pé e à 
Ordem. 
 
 
 
 
 
 A Joia do Arquiteto de uma trolha, termo derivado do latim trulia, que significa 
colher de pedreiro. 
 
 
 
118 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS E ADMINISTRATIVAS 
REVIGORAMENTO DA CHAMA SAGRADA 
 
A trolha, ou colher de pedreiro, está diretamente relacionada 
ao período operativo da Maçonaria. 
A Joia simboliza a habilidade de fabricação e manuseio da 
argamassa de ligação das pedras que serão utilizadas nas 
construções. 
Nas guildas de pedreiros medievais, só os artesãos que 
possuíam conhecimento sobre a liga da argamassa eram admitidos, 
os que não sabiam eram denominados cowans em inglês, de onde 
se derivou a expressão brasileira goteira para designar intrusos. 
A trolha não serve para aparar arestas, alisar paredes, ou 
eliminar imperfeições nas superfícies. A ferramenta que se dispõe a 
este papel na construção civil chama-se desempenadeira. A trolha, 
ou colher de pedreiro, serve para misturar a massa e transportá-la 
para a superfície na qual será aplicada. 
 
Foi a interpretação equivocada da função desta ferramenta que originou a 
alteração do termo Trolhamento para Telhamento em nossos rituais. 
 
 
 
 
O Arquiteto participa do 
Revigoramento e do Adormecimento da 
Chama Sagrada ou Fogo Eterno. 
Eventualmente forma o Pálio para 
Abertura e Fechamento do Livro da Lei, mas 
não é obrigatória sua participação. 
Cuida da montagem e desmontagem 
do Templo, executando a distribuição e 
colocação de Joias, espadas, materiais 
ritualísticos e litúrgicos, equipamento de 
som, bandeiras e estandarte, etc., em seus 
respectivos lugares para o início das sessões. 
O Arquiteto também é o responsável 
pela conservação e manutenção do Templo, 
notadamente nas Oficinas que possuem 
Templo próprio. 
 
Cabe ao Arquiteto o controle do estoque dos materiais ritualísticos e litúrgicos, 
cuidando para que nada falte para a realização das sessões. 
Cabe a ele, igualmente, a conservação e manutenção dos materiais ritualísticos e 
litúrgicos da Oficina. 
 
 
 
 
 
 A etapa de Revigoramento da Chama Sagrada é executada antes dos obreiros 
ingressarem no Templo. Permanecem em seu interior o Cobridor Interno, o Arquiteto, o 
2° Experto e o Mestre de Cerimônias. 
 
119 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ADORMECIMENTO DA CHAMA SAGRADA 
 
 
 
 
 Esses Oficiais representam o 
Quaternário, os Quatro Elementos, os Quatro 
Pontos Cardeais. 
 Todos devem estar munidos de espadas, 
mas trazê-las embainhadas, luvas e chapéus. 
 Devem se dirigir ao Oriente sem 
formalidades, porque a Loja ainda não foi 
aberta, ou seja, não há circulação ritualística 
nem a execução de Sinais. 
 O Cobridor Interno guarda a porta do 
Templo, de Pé, e em Sinal de Guarda, o 2° 
Experto posiciona-se à sudeste, próximo ao 
Altar dos Perfumes, o Mestre de Cerimônias 
fica ao centro, no eixo e em frente ao Altar dos 
Juramentos, e o Arquiteto à nordeste. 
 O 2° Experto pega o acendedor no Altar 
dos Perfumes e o acende, utilizando fósforos ou 
equipamento similar. Repassa-o ao Mestre de Cerimônias, que por sua vez irá entrega-lo 
ao Arquiteto. O Arquiteto pega o acendedor, levanta-o à altura dos olhos, declama a prece 
constante do ritual, e revigora a Chama Sagrada ou Fogo Eterno. Após isso, repassa o 
acendedor ao Mestre de Cerimônias e este o entrega ao 2° Experto, que irá apaga-lo com 
o abafador e instrui-lo no Altar dos Perfumes. 
 Esta formação traça o desenho 
imaginário de um triângulo, com o vértice 
voltado para baixo, representando o Plano 
Material, que superposto ao triângulo do 
Altar dos Juramentos, com o vértice 
voltado para cima, representando o Plano 
Espiritual, forma a figura do Hexagrama, 
Estrela de Davi, ou Signo de Salomão, de 
grande significado na Doutrina Maçônica. 
 Se expandirmos este diagrama até 
a posição do CobridorInterno, veremos 
traçada uma das representações do 
enxofre utilizadas pelos alquimistas. 
 Não posso afirmar que esta foi a 
intenção dos ritualistas, mas a semelhança 
parece muito evidente para tratar-se de 
simples coincidência. 
 
 
 
 
 
 
A etapa de Adormecimento da Chama Sagrada, ou Fogo Eterno, ocorre após o 
encerramento dos trabalhos, e novamente com todos os Irmãos fora do templo, à exceção 
daqueles que realizaram o Revigoramento. 
 
120 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
 
 
 A liturgia é a mesma, apenas em sentido 
inverso, ou seja, ao invés do acendedor, o que será 
repassado ao Arquiteto será o abafador, que será 
igualmente elevado à altura dos seus olhos, e 
nesta posição ele fará a prece constante dos 
rituais. 
 Após esta etapa o Templo está desfeito, e 
não há mais circulação ritualística nem Sinais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
121 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O QUE É HARMONIA? 
ETIMOLOGIA 
CONCEITO 
O MESTRE DE HARMONIA 
 
 
 
 
 
 
É importante sabermos o que vem a ser 
harmonia, para que então possamos falar sobre seu uso 
na Maçonaria. 
Harmonia pode ser definida como a combinação 
de elementos ligados por uma relação de pertinência, 
que produz uma sensação agradável e de prazer. 
Também pode ser entendida como a disposição 
bem ordenada entre as partes de um todo. 
Ainda traduz a ideia de ausência de conflitos, da 
paz e da concórdia entre as pessoas. 
E por fim, como a consonância ou sucessão 
agradável de sons. 
 
 
 
 
 
 
A palavra harmonia é de origem grega, vindo 
de αρμονία, ou seja, “armonía”, tendo o significado de 
concordância, consonância. 
Harmonia também era o atributo que os gregos 
davam à deusa Sêmele, mãe de Dionísio. 
Harmonia é a sintonia existente entre os 
diversos elementos que podem compor uma obra 
artística, um grupo social, um estado de espírito. 
Os sinônimos de harmonia são equilíbrio, 
concórdia, ordem, entendimento, acordo, conciliação. 
 
 
 
 
 
 
O conceito de harmonia também é 
atribuído a um grupo de pessoas que tem um 
objetivo comum, trabalhando em equipe para 
atingir a meta, ou ainda, com referência a um 
casal que consegue viver sem brigas, em clima 
harmônico, de boa convivência. 
Harmonia refere-se, principalmente, a um 
sentido de prazer entre as pessoas, ou mesmo à 
concordância de opiniões ou sentimentos. 
 
 
122 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A HARMONIA MUSICAL 
Um elemento harmônico num conjunto tanto pode ser um objeto que está em 
consonância com outros, quanto uma pessoa em paz com o grupo social em que vive. 
A harmonia, enfim, reflete exatamente a forma equilibrada que existe em tudo que 
podemos apreciar como belo. 
 
 
 
 
 
A música é um dos principais elementos da 
nossa cultura. 
Há indícios de que desde a pré-história já se 
produzia música, provavelmente como consequência 
da observação dos sons da natureza. São de cerca do 
ano de 60.000 a.C. os vestígios de uma flauta de osso, 
e de 3.000 a.C. a presença de liras e harpas na 
Mesopotâmia. 
No panteão grego, por exemplo, Apolo é a 
divindade que rege as artes. Por isso vemos várias 
representações suas, nas quais ele porta uma lira. 
 Vale lembrar, que na Grécia antiga, apenas a 
música e a poesia eram consideradas manifestações artísticas, da maneira como as 
compreendemos atualmente. 
Música é uma palavra de origem grega. Vem de musiké téchne, a arte das musas, 
e se constitui, basicamente, de uma sucessão de sons entremeados por curtos períodos de 
silêncio, organizada ao longo de um determinado tempo. Assim, é uma combinação de 
elementos sonoros que são percebidos pela audição. Isso inclui variações nas 
características do som, tais como duração, altura, intensidade e timbre, que podem ocorrer 
em diferentes ritmos, melodias ou harmonias. 
Em música, a duração de um som está relacionada ao tempo, mas não como ele é 
medido, por exemplo, em um relógio. A relação entre o tempo de duração das notas 
musicais e o tempo das pausas cria o ritmo. Altura é a forma como o ouvido humano 
percebe a frequência dos sons. As baixas frequências são percebidas como sons graves e 
as mais altas como sons agudos, ou tons graves e tons agudos. Tom é a altura de um som 
na escala geral dos sons. Intensidade é a percepção da amplitude da onda sonora. Também 
é chamada frequentemente de volume ou pressão sonora. 
O timbre nos permite distinguir se sons de mesma frequência foram produzidos 
por instrumentos diferentes. Por exemplo, quando ouvimos uma nota tocada por um 
saxofone, e depois a mesma nota, com a mesma altura, produzida por um trompete, 
podemos imediatamente identificar os dois sons como tendo a mesma frequência, mas 
com características sonoras muito distintas. 
A História da música é muito antiga, visto que desde os primórdios os homens 
produziam diversas formas de sonoridade. 
Lembre-se, portanto, que a música é um tipo de arte que trabalha com a harmonia 
entre os sons, o ritmo, a melodia, a voz. 
Todos esses elementos são importantes e podem nos transportar para outro tempo 
e espaço, resgatar memórias e reacender emoções. 
 
 
123 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS VERSOS E AS NOTAS MUSICAIS 
A IMPORTÂNCIA DO SOM 
ORIGEM DAS NOTAS MUSICAIS 
 
 
 
 
 
Vale ressaltar, por relevante, que 
os nomes das sete notas musicais foram 
criados pelo monge italiano Guido 
d´Arezzo, mestre do coro da Catedral 
d´Arezzo, na Toscana (Itália), por volta 
de 1030, que utilizou as primeiras sílabas 
dos versos latinos, de um hino escrito em 
honra de São João Batista. 
 
 
 
 
 
 
UT QUEANT LAXIS (Para que possam) 
RESONARE FIBRIS (ressoar as) 
MIRA GESTORUM (maravilhas dos teus feitos) 
FAMULI TUORUM (com largos cantos) 
SOLVE POLLUTI (apaga os erros) 
LABII REATUM (dos lábios manchados) 
SANTE IOANNES. (Ó São João) 
 A nota SI é formada pelas iniciais de 
SANCTE IOANNES. 
 
A sílaba sol chegou a ser mais tarde encurtada para “SO”, para uniformizar todas 
as sílabas de modo a terminarem todas por uma vogal, mas a mudança logo foi revertida. 
 
 
 
 
 
“NO PRINCÍPIO ERA O VERBO, E O VERBO ESTAVA COM DEUS, E O VERBO 
ERA DEUS”. 
Evangelho de João 
 
Segundo as mais antigas Escolas Esotéricas ou Colégios Iniciáticos, o Universo 
teria sido formado a partir da Vibração do Som da Voz da Inteligência Criadora. 
As antigas Tradições do leste, do Oriente Médio e do Oeste concordam nesse 
ponto. 
124 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
UM POUCO DA HISTÓRIA DA MÚSICA 
A MÚSICA ATRAVÉS DOS TEMPOS 
 
Observamos que, a Luz não foi a 
primeira manifestação da Criação. Por 
isso, os antigos dão tanta importância ao 
som em si, preocupando-se extremamente 
em construir e desenvolver da melhor 
maneira as suas melodias. 
 
 
 
 
 
 
A história da música começa milhares de 
anos atrás, na pré-história. 
As primeiras formas de música poderiam 
ter surgido na Idade da Pedra, cerca de 3 milhões 
de anos atrás. Este é o momento em que os 
humanos fizeram uso da pedra para criar 
ferramentas. 
Um dos instrumentos musicais mais antigos 
descobertos é a flauta Divje Babe, que remonta a 
aproximadamente 43.000 anos. Foi encontrado na 
Eslovênia em 1995, e é um osso do fêmur de urso 
 
 
 
com duas perfurações circulares. 
Estima-se que o idioma tenha aparecido cerca de 50.000 a 150.000 anos atrás, 
vários milhares de anos após a origem da espécie Homo Sapiens, cerca de 300.000 anos 
atrás. É possível que as primeiras formas de linguagem tenham levado às primeiras 
formas de música vocal. 
 
 
 
 
 
Nas civilizações antigas, a música era 
associada a fontes de inspiração religiosa e 
cultural. 
A civilização egípcia tinha múltiplas 
associações com a música.No período 
neolítico egípcio, a música era usada em 
rituais e magia. 
A música mais antiga foi escrita em 
cuneiforme cerca de 3400 anos atrás, em 
Ugarit, na Síria. 
Os gregos relacionavam a música com 
a religião e a mitologia. A avaliação de certos 
instrumentos foi dada por sua origem nos 
mitos. Por exemplo, a lira, era um instrumento 
criado por Hermes; a flauta, conhecida como aulos, por Athena; e a seringa, criada por 
Pan. 
125 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
Dentro da civilização grega, a música fazia parte de festivais, cerimônias 
religiosas, casamentos, jogos, funerais e banquetes, conhecidos como simpósios. 
A música também recebeu poderes terapêuticos contra o desconforto físico e 
mental. Foi alegado que ela poderia influenciar qualquer um que a ouvisse moralmente e 
em sua alma. 
Em Roma antiga, no período de 27 a.C. a 305 d.C., a música fazia parte de 
diferentes atividades dentro de sua cultura. Foi ouvida em jogos, eventos religiosos, 
funerais e outras festividades. 
A Idade Média varia do século V, com a queda do Império Romano, ao século 
XV, com a descoberta da América. Um dos aspectos mais relevantes para a música nesse 
período foi a grande influência da Igreja Católica, que liderava muitas dimensões na 
sociedade europeia. 
A música na Idade Média era caracterizada pela monofonia, isto é, o canto e a 
música seguiam uma única linha melódica. Este período pode ter durado até o século XII. 
Mais tarde, a polifonia seria desenvolvida, abrindo caminho para harmonia, expansão do 
ritmo e complexidade do som. 
Uma das canções monofônicas mais reconhecidas que foram mantidas vivas ao 
longo do tempo são os cantos gregorianos, intimamente relacionados à tradição da igreja. 
Durante o período renascentista, entre os séculos XV e XVI, foram geradas novas 
formas de composição e mais diversidade de estilos musicais. Muitas das músicas tocadas 
durante esse período continuaram a servir à religião, continuando os estilos conhecidos 
como massa e motete, que se desenvolveram no final do século XIV. 
A música do período barroco, que vai de 1600 a 1750, foi caracterizada pelo tom 
de grandeza, drama e energia contidos nas composições, que também faziam parte de uma 
grande variedade de estilos. 
Na era da música clássica, a música instrumental começou a ganhar força, com 
formas como a sinfonia, o concerto ou a sonata. Entre os músicos mais destacados desse 
período estão Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart, Christoph Willibald Gluck e 
Ludwig van Beethoven, em seus anos de juventude. 
No romantismo, a partir do século XIX, a música se tornou uma forma de expressão ligada 
ao emocional e ao dramático. Entre os meios de comunicação mais dominantes estão 
ópera, orquestra, piano e canto com acompanhamento de piano. 
Entre os compositores mais destacados do romantismo estão Robert Schumann, 
Frédéric Chopin, Vincenzo Bellini Hector Berlioz, Johann Strauss II, Pyotr I. 
Tchaikovsky, Giuseppe Verdi, Richard Strauss, Giacomo Puccini e Jean Sibelius. 
Muito do que determinou o desenvolvimento da música moderna, do século XX 
até os dias atuais, foi o trabalho de Arnold Schoenberg e Igor Stravinsky. 
Posteriormente, os avanços no nível eletrônico ao longo do século XX 
promoveram o desenvolvimento de dispositivos como rádio, mídia gravadora, 
amplificadores e instrumentos musicais em versões eletrônicas, que produziram um 
aumento acelerado da produção musical, sua difusão e nascimento de novos gêneros. 
Nos primórdios da música de hoje, o jazz pode ser mencionado na década de 1920. 
Os instrumentos de percussão começaram a ser mais relevantes. Mais tarde, surgiriam 
mais estilos como swing, bebop, rock. Mas fica aqui o registro que em 27 de novembro 
de 1916 foi registrado o primeiro samba cujo título era “Pelo Telefone” de autoria de 
Ernesto dos Santos, mais conhecido como Donga, que mais tarde incluiu como parceiro 
o Jornalista Mauro de Almeida. 
 
126 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O EFEITO DA MÚSICA NO HOMEM 
A MÚSICA NA MAÇONARIA 
 
 
 
 
A música, que é um modelo físico de 
energia manifesto no mundo exterior. 
Demonstra certos padrões espirituais de 
energia, normalmente só acessíveis por 
percepções internas altamente desenvolvidas. 
A música, como uma mensagem 
sonora, deve penetrar nos sentidos do ouvinte, 
causando-lhe sensações das mais variadas, 
alegria, tristeza, exaltação, depressão, agrado, 
euforia, relaxamento, etc. 
Se um compositor, pela força de sua 
música, consegue atuar sobre o ouvinte, com 
 
as sensações correndo em sua mente, então ele alcança o seu objetivo. 
Cada um de nós responde de maneira diferente a uma certa obra artística. Essa 
resposta depende de milhares de fatores condicionados à enorme quantidade de 
individualidade que possuímos. 
 
 
 
 
 
O uso da música nos rituais 
maçônicos tem como objetivo unificar o ser 
exterior com o ser interior. Produz-se, com 
esta prática, um tipo de meditação sonora. 
Segundo os mais antigos Colégios 
Iniciáticos, o Universo teria sido criado a 
partir da vibração do som, sendo a harmonia 
o elemento equilibrante. 
A música faz parte dos trabalhos 
maçônicos, e o bom rendimento das sessões 
ritualísticas tem imensa contribuição das 
funções desempenhadas pelo Mestre de 
Harmonia. 
Nas Lojas Maçônicas da Europa do século XVII, a harmonia musical era 
constituída por conjuntos de sopro formados basicamente por clarinetas, trompas, fagotes 
e corni de basetto. Quase sempre possuíam cravos ou pianos e contavam com a 
participação de cantores amadores ou profissionais. 
Tão grande era o interesse dispensado à harmonia musical, que muitas Lojas 
organizavam e editavam hinários e cancioneiros maçônicos para execução durante as 
sessões. 
A música é uma das Sete Artes Liberais. Tem o dom de preparar o ambiente para 
a meditação, e para o culto espiritual. Não só acalma, ameniza, conforta, como pode curar 
certos tipos nervosos e ajudar na cura de processos orgânicos. Esotericamente, os sons 
penetram de tal forma no íntimo dos seres humanos que lhes dão harmonia e paz. Em 
127 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A INCLUSÃO NOS RITUAIS 
ATRIBUIÇÕES 
função do ritmo, da melodia e da mensagem, o inverso é possível, ou seja, a 
desestabilização emocional, a afloração de sentimentos menos nobres. 
A música utilizada tem que ser analisada em razão da mensagem que se pretende 
transmitir. Ela deve causar sensações de paz e tranquilidade, e propiciar um estado de 
consciência espiritualmente puro a todos os Amados Irmãos que adentrarem ao Templo. 
O Mestre de Harmonia, programando músicas cantadas ou de ritmo não 
condizente com as sessões, simplesmente porque se identifica com essas peças, e as acha 
bonitas, notoriamente não estará contribuindo para a harmonia da sessão, e a formação da 
concentração necessária, pois induz sentimentos outros que levam os Irmãos a fazerem 
imagens mentais que os tirem da manutenção da egrégora pelo efeito dos sons e do ritmo. 
Por esse motivo, as músicas devem ser de caráter neutro, pois a melodia maçônica 
deve ser aquela que induza o Irmão a uma introspecção, a uma comunhão com seu Eu 
Interior, e com o Cosmo, e não propiciando o desvio dos pensamentos para ambientes 
externos nos quais, costumeiramente aquela melodia é ouvida. 
A Música, por existir desde os primórdios dos tempos, certamente também esteve 
presente na Maçonaria Operativa. Depois, já na Maçonaria Especulativa, o gosto pela 
música nas Lojas Maçônicas se desenvolveu ainda mais e tomou rumos de grandes 
participações. Talvez, devido a parte litúrgica que é executada em nossas sessões, os 
músicos que ingressaram na Ordem, como Mozart, Liszt, Beethoven, Haydn, Sibelius, e 
outros, não resistiram e compuseram obras diversas e maravilhosas. 
 
 
 
 
 
O cargo de Mestre de Harmonia foi incluído nassessões maçônicas a partir do ano de 1969, conforme Ritual 
do 1º Grau, Aprendiz Maçom, do Rito Adonhiramita. 
Publicado pelo Grande Oriente do Brasil. 
O seu posicionamento em Loja era atrás do 2º 
Vigilante, ficando entre este, e o Cobridor Interno. Mais 
tarde, esse posicionamento mudou como veremos mais à 
frente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
De acordo com o Regulamento Geral da 
Federação, em seu capítulo X, “DA 
ADMINISTRAÇÃO”, SEÇÃO VII, “Dos Oficiais”, 
no art. 106, “Do Mestre de Harmonia”, compete a ele 
acompanhar as sessões, desde o seu início, com 
música orquestrada propicia, e fazer soar, nos 
momentos oportunos, o Hino Maçônico, o Hino 
128 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REQUISITOS 
A JOIA 
Nacional Brasileiro e o Hino à Bandeira Nacional, que serão cantados pelos presentes. 
Ressalte-se que o Hino Nacional só é executado em Sessões Magnas de Iniciação, 
e o Hino à Bandeira somente em Sessões Magnas. Em Sessões Ordinárias não se executa 
hino cívico, somente o Hino à Maçonaria. 
 Para o bom desempenho das funções de Mestre de Harmonia, são necessários os 
seguintes materiais e equipamentos: 
 
• Hino Nacional, na íntegra 
• Hino à Bandeira, primeira e última 
estrofes 
• Roteiro musical, ou seja, em qual 
momento, que tipo de música, qual a 
duração 
• Equipamento de som, podendo ser 
utilizado CD’s, pendrives, ou outras 
mídias 
• Ritual para acompanhamento da sessão 
e da inserção da peça musical 
 
 
 
 
O Mestre de Harmonia deve ser 
zeloso com todos os materiais e 
quipamentos sob sua guarda. 
Ser precavido para testar os 
equipamentos e midias antes do início das 
sessões. 
Ser sensível na escolha das peças 
musicais adequadas para cada momento 
das sessões. 
Ser sensível quanto ao volume 
adequado das peças musicais. 
Ser atento ao desenvolvimento das 
sessões, para iniciar a música no momento exato e com duração adequada ao ato. 
Vale ressaltar que a função do Mestre de Harmonia, embora de grande 
importância, não é privilégio de nenhum doutor em música. 
 
 
 
 
 
A lira é um instrumento de cordas conhecido 
pela sua vasta utilização durante a antiguidade. As 
récitas poéticas dos antigos gregos eram 
acompanhadas pelo seu som, ainda que o 
instrumento não tivesse origem helênica. O gênero 
de instrumento a que pertence a lira teve o seu 
alvorecer na Ásia, e sua entrada na Grécia, através 
da Trácia ou da Lídia. 
A Lira é o símbolo da música. 
129 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
PROCISSÃO 
POSIÇÃO NO TEMPLO 
Seus registros são tão antigos quanto os da flauta e da ocarina, havendo gravações 
iconográficas do instrumento na cultura egípcia, mais precisamente na tumba do faraó 
Ramsés III (1198-1166 a.C.), e em cavernas iraquianas (2900 a.C.). 
Igualmente há relatos históricos de que o instrumento era encontrado na Babilônia 
e na Mesopotâmia por volta do ano 500 a.C. e, conforme relatos bíblicos, a harpa, ou lira, 
bem como a flauta, se faziam presentes na cultura judaica, desde antes do dilúvio (Gênesis 
4, 21) “O nome do seu irmão era Jubal, esse foi o pai de todos os que tocam harpa e 
flauta”. Sendo instrumentos bastante utilizados nos cerimoniais e festas. 
Suas cordas eram feitas de tripa ou de tendões de boi ou carneiro. Há quem afirme 
que os braços primitivos deste instrumento eram feitos com chifres de cabra. 
 
 
 
O Mestre de Harmonia não se posiciona na Procissão, pois imediatamente após o 
Revigoramento da Chama Sagrada ele ingressa no Templo, e se posiciona para receber 
os Amados Irmãos com música própria. 
 
 
 
 
 
 
O Mestre de Harmonia posiciona-se à sudoeste da Loja. 
 
 
130 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ATUAÇÃO EM LOJA 
 
 
 
 
De acordo com o Ritual do Grau 1, publicado pelo 
Grande Oriente do Brasil, edição 2009, o Mestre de 
Cerimônias possui as seguintes atribuições ritualísticas: 
Logo após o Revigoramento da Chama Sagrada, 
toma seu lugar em Loja para receber os Amados Irmãos 
com o Hino à Maçonaria. Porém, a execução do Hino à 
Maçonaria não é prevista em Ritual, trata-se de uma 
tradição consagrada ao longo dos tempos. 
Executa música própria, para a Cerimônia da 
Incensação (pág. 84). 
Executa música própria, para o Cerimonial do Fogo 
(pág. 88). 
Por tradição, executa música própria na formação do Pálio e durante a Abertura 
do Livro da Lei, o que não é previsto no Ritual. 
Executa música própria na circulação do Saco de Propostas e Informações (pág. 
108). 
Executa música própria, após o Ingresso de Autoridades e Visitantes (pág. 114). 
Executa música própria quando do Escrutínio Secreto (pág. 117) 
Executa música própria na circulação do Tronco de Solidariedade (pág. 121) 
Por tradição, executa música própria no Fechamento do Livro da Lei, o que não é 
previsto no Ritual. 
Por tradição, executa música própria no Adormecimento do Fogo, o que não é 
previsto no Ritual. 
Executa música própria no momento da Saída do Templo, caso não haja Cadeia 
de União ou Corrente Fraternal (pág. 142). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
131 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
HINO À MAÇONARIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
D. Pedro I, Irmão Guatimozim 
 
 
 
 
Da luz que de si difunde 
Sagrada filosofia! 
Surgiu no mundo assombrado 
A pura Maçonaria 
Estribilho 
Maçons, alerta! 
Tende firmeza! 
Vingai direitos 
Da natureza! 
Da razão, parte sublime 
Sacros cultos merecia 
Altos heróis adoraram 
A pura Maçonaria 
Estribilho 
 Da razão suntuoso Templo 
Um grande rei erigia, 
Foi, então, instituída, 
A pura Maçonaria 
Estribilho 
Nobres inventos não morrem, 
Vencem do tempo a porfia, 
Há de os séculos afrontar 
A pura Maçonaria. 
Estribilho 
Humanos, sacros direitos, 
Que calcara a tirania, 
Vai, ufana, restaurando, 
A pura Maçonaria 
Estribilho 
Da Luz depósito augusto 
Recatando a hipocrisia, 
Guarda em si, com zelo santo, 
A pura Maçonaria 
Estribilho 
Cautelosa, esconde e nega 
À profana gente ímpia, 
Seus mistérios majestosos, 
A pura Maçonaria 
Estribilho 
Do mundo o Grande Arquiteto 
Que o mesmo mundo alumia, 
Propício, protege, ampara 
A pura Maçonaria. 
Estribilho 
132 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ETIMOLOGIA 
O ÁGAPE 
O MESTRE DE BANQUETES 
 
 
 
 
 
A palavra banquete vem do 
italiano banchete, alguns etimologistas 
apontam para o francês banquet como 
origem, porém, em ambas hipóteses, 
significa o pequeno banco em que os 
comensais se sentavam para fazer as 
refeições 
Com o passar do tempo a 
expressão passou a designar a própria 
refeição que era servida. 
A princípio os banquetes eram qualquer refeição servida, mesmo a mais frugal. 
Com o passar do tempo a expressão passou a definir refeições fartas. 
Em Roma, por exemplo, os banquetes se confundem com orgias. 
A expressão ágape, utilizada para designar banquetes no meio maçônico, foi 
utilizada inicialmente pelos cristãos, que serviam refeições após as reuniões e missas. O 
costume foi abolido em 397 sob a alegação da Igreja Romana de que eram cometidos 
excessos que conflitavam com a doutrina. 
Na Maçonaria brasileira as refeições servidas após as Sessões são chamadas de 
Ágapes. 
 
 
 
 
 
 
Os gregos classificavam o Amor em 10 tipos ou 
manifestações diferentes, que originaram termos 
específicos. Nenhum outro idioma possui esta 
diversidade. 
O ágape dos gregos se referia ao amor fraternal, 
incondicional, puro e desprovido de qualquer interesse. 
Nas epístolas de Paulo de Tarso aos coríntios, é 
do ágape que ele está falando. 
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e 
dos anjos, e não tivesse amor, eu seria como o metal que 
soa ou o címbalo que retine” (1 Coríntios, 13) 
Os romanos traduziram o conceito de ágape como 
caridade, termo que designao último dos degraus de 
nossos Templos, e na minha opinião dá causa a uma série 
de equívocos em relação aos propósitos da Maçonaria. 
 
 
 
 
133 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O BANQUETE DE PLATÃO 
O LIVRO DO GÊNESIS 
 
 
 
 
Na minha opinião, a 
Maçonaria moderna é neoplatônica. 
Vários de seus elementos 
doutrinários vêm da filosofia de 
Platão, mesmo que algumas vezes 
revivida por algum filósofo 
moderno. 
Há um relato de Platão que se 
denomina “O Banquete”. 
Nele, o filósofo narra que certa ocasião, na casa de Agatão, outro filósofo grego, 
Sócrates era o principal convidado para um banquete, e em virtude dos excessos 
cometidos na festa anterior, Pausânias propôs que ao invés de beber todos falassem sobre 
o amor. 
O texto narra o debate travado entre Sócrates, Agatão, Pausânias, Eriximaco e 
Aristófanes, que diga-se de passagem, deve ter sido algo incomum e magnífico. 
Nestes escritos, Platão expõe sua doutrina sobre o amor. Recomendo a sua leitura. 
 
 
 
 
 
“Do suor do teu rosto comerás o teu pão” 
Gênesis 3, 19 
 
 
Adão e Eva, os pais da humanidade de 
acordo com a tradição judaico-cristã, foram 
expulsos dos Jardins do Éden por terem comido 
do fruto da Árvore do Conhecimento do Bem e 
do Mal. “Eritis sicut dii, scientis bonum et 
malum”, “sereis como deuses, com o 
conhecimento do bem e do mal”, teria lhes dito 
a serpente. 
O casal do Paraíso pode não ter logrado 
êxito em seu intento, mas o mito demonstra o 
momento em que o alimento assume o papel de 
elemento modificador da natureza humana. 
 A narrativa bíblica está associada ao 
período Paleolítico, ou Idade da Pedra Lascada. 
Nesse período da História, o homem sai de seu 
refúgio nas cavernas, para procurar comida e 
água para seu sustento. O alimento assume a condição de elemento primordial para a 
sobrevivência da espécie humana, e realmente era uma tarefa árdua, pois os primeiros 
homens eram extrativistas. 
Para tanto o homem primitivo utilizava instrumentos rudimentares de caça e 
pesca, feitos de ossos, galhos de árvores e pedras lascadas. 
134 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
PERÍODO NEOLÍTICO 
A IMAGEM ARQUETÍPICA DA COMIDA 
Em determinado momento, o homem domina o fogo, ou melhor dizendo, a técnica 
de provocar chamas e como utilizá-las a seu favor, e a partir daí não para mais de evoluir 
intelectualmente. 
Torna-se nômade e extrativista, colhendo apenas o que está a seu redor, e não 
cultivando ou criando animais. 
Quando a região que habitava exauria seus recursos, simplesmente se mudava para 
outro lugar. 
 
 
 
 
No período Neolítico, ou 
Idade da Pedra Polida, o homem 
desenvolve técnicas de agricultura, a 
domesticação de animais, e 
desenvolve instrumentos e 
ferramentas mais complexos. 
Torna-se sedentário e 
gregário, dando origem aos 
primeiros povoados. 
 
Reúne-se ao redor das fogueiras para compartilhar o alimento. São contadas 
histórias dos ancestrais, ensinadas as técnicas de caça, pesca, agricultura e domesticação 
de animais. 
As fogueiras e a comida servida unem os membros das famílias, tribos e clãs. 
O alimento assume o papel de elemento de aglutinação, de estímulo ao 
relacionamento grupal e ao espírito de fraternidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 Como arquétipo, podemos vislumbrar 
os seguintes conceitos associados ao 
alimento: 
A primeira manifestação, aquela que 
vai contribuir substancialmente para a 
instalação e manutenção da organização 
social. 
A chave simbólica para os costumes 
dos povos, pois através dos hábitos de 
alimentação somos capazes de deduzir as 
características dos diversos povos. 
Os alimentos não são apenas 
comidos, mas pensados e sentidos, o que lhes 
empresta a sensação de prazer. 
A alimentação é um fator 
fundamental para a sobrevivência, ninguém 
sobrevive sem ingerir alimentos, é uma função fisiológica do ser humano. 
135 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A COMIDA E A DIVINDADE 
OS BANQUETES MÍTICOS 
A comida é uma recompensa, o fruto do trabalho. Neste sentido é superveniente à 
riqueza, é a primeira de nossas necessidades básicas, em suma trabalhamos para comer. 
Comer é um prazer sensitivo que nos traz a sensação de felicidade. 
Por outro lado, o excesso de comida, a gula, vai se transformar num dos Sete 
Pecados Capitais durante a Idade Média, o que vai nos remeter à disciplina e ao 
autocontrole. 
 
 
 
 
Não foi exatamente Deus quem fez o homem à sua 
imagem, foi o contrário. 
O primeiro fruto do trabalho do homem foi 
justamente a comida para seu sustento. Era o que ele tinha 
de melhor a oferecer. 
Era lógico, portanto, que oferecesse comida à 
divindade como sinal de agradecimento. Vemos isso desde 
o Livro do Gênesis no episódio de Caim e Abel. 
Os hebreus realizavam sacrifícios e oferendas a 
IAVEH como demonstração de gratidão ou expiação, 
desde Abraão até o Templo de Jerusalém. 
Os egípcios realizavam festivais de cerveja para os 
deuses. 
Os romanos faziam festas do vinho em homenagem a Baco. 
Os celtas faziam oferendas de frutas aos deuses da colheita. 
As religiões de origem africana fazem oferendas de alimentos aos orixás. 
O homem presumia que a comida agradava à divindade tanto quanto agradava a 
ele mesmo. 
 
 
 
 
 
 Vemos os banquetes povoarem as 
narrativas das religiões e da mitologia de 
todos os povos. 
 No antigo Egito, no mito de Ísis e 
Osíris, temos o banquete de Osíris. 
 No judaísmo temos a Pessach. 
 No cristianismo a Santa Ceia. 
 E na mitologia nórdica o banquete de 
Valhala. 
 Vou abordar cada um deles 
resumidamente. 
 
 
 
136 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O BANQUETE DE OSÍRIS 
A ÚLTIMA CEIA 
 
 
 
 
 
 
Na mitologia egípcia, Osíris é enganado 
por Seth, deus das trevas, durante um banquete. 
Segundo o mito, Seth exibiu uma urna 
funerária a todos os presentes, e afirmou que a 
daria de presente ao convidado que tivesse suas 
medidas coincidentes com ela. 
Ocorre, no entanto, que se tratava de um 
ardil, pois a urna tinha sido construída com base 
nas medidas de Osíris, e assim, só seu corpo 
caberia nela. 
Osíris, após experimentar a urna, foi 
aprisionado é sequestrado, em seguida foi morto e 
esquartejado, dando origem ao Mito de Ísis e 
Osíris que era a base doutrinária das antigas 
Escolas de Mistérios do Egito. 
Ou seja, Osíris foi enganado em sua boa-fé durante um banquete, onde todos se 
confraternizavam despreocupadamente, inclusive ele. Isso quer dizer que todos nós 
ficamos vulneráveis diante da comida. 
 
 
 
 
Jesus reuniu seu círculo 
íntimo de discípulos para uma 
última refeição antes de sua morte 
Na verdade, eles 
celebravam um ritual hebreu 
relacionado à saída do Egito, a 
“Passagem”, ou Pessach, que se 
refere ao patriarca bíblico Moisés. 
Este ritual ganhou enorme 
significado no cristianismo, e as 
refeições ganham o conceito de 
sacralidade. 
 
É comum entre os cristãos abençoar os alimentos e agradecer pela sua obtenção 
antes de consumi-los. 
A Eucaristia dos católicos revive este ritual. 
Surgem na civilização ocidental os conceitos de alimento do corpo e do espírito, 
e também a virtude do compartilhamento: “Dai de comer aos que tem fome”. (Mateus, 
14, 16) 
 
 
 
 
 
 
137 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A CEIA DE VALHALA 
O BANQUETE NAS ESCOLAS DE MISTÉRIO 
O BANQUETE NA MAÇONARIA OPERATIVA 
 
 
 
 
 
Na mitologia nórdica, Odin 
resolve dar um banquete para os deuses 
e reúne 12 deles. 
Loki, que não havia sido 
convidado, surge de repente e instiga 
Hoder, que era cego, a atirar uma flecha 
que atinge e mata acidentalmente 
Baldur, um dos deuses mais queridos. 
Alguns autores defendem a 
origem da superstição em relação ao 
número 13 nessa lenda. 
Origina-se dela também, a crença de quepessoas que aparecem de surpresa nos 
banquetes, acabam protagonizando algum acontecimento ruim. 
A partir daí entende-se, disfarçado sobre a regra de etiqueta, que apenas 
convidados podem participar de banquetes. 
 
 
 
 
 
As Escolas de Mistérios da antiguidade ficavam afastadas dos centros urbanos, o 
candidato fazia longas e cansativas viagens para chegar. 
Para restaurar suas forças após as provas, era servido um banquete que também 
simbolizava uma recompensa pela Iniciação, já que as provas a que era submetido eram 
físicas também, e não apenas psicodramas como atualmente praticamos. 
Assim, os banquetes passam a fazer parte dos rituais de Iniciação aos antigos 
mistérios, costume que vai se estender até nossos dias. 
 
 
 
 
Não havia banquetes nas guildas 
de pedreiros medievais, período que 
conhecemos como Maçonaria 
Operativa. 
Os pedreiros livres viviam nos 
canteiros das obras. Essa é a origem do 
termo canteiro em português, que se 
refere ao profissional que trabalha com 
pedras, e à expressão lodge no inglês, 
que deu origem ao termo Lojas na 
Maçonaria brasileira, se referindo 
exatamente a estes alojamentos 
provisórios. 
 
 
Eles faziam suas refeições em conjunto, e em local próximo ao trabalho, num 
refeitório improvisado. 
138 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O BANQUETE NA MAÇONARIA ESPECULATIVA 
O BANQUETE RITUALÍSTICO 
Com o passar do tempo, os pedreiros recém iniciados na arte ofereciam refeições 
aos mais antigos. Esse costume permanece sendo praticado na Lojas modernas. 
As refeições serviam para irmaná-los. 
 
 
 
 
 
 
Como sabemos, as quatro Lojas 
fundadoras da Grande Loja de Londres e 
Westminster se reuniam em tavernas. 
Portanto, é legítimo presumirmos que 
era comum nessa época comerem e beberem 
após as reuniões. 
Não havia o cargo de Mestre de 
Banquetes, mas certamente havia um maçom 
responsável pela organização das refeições. 
As Constituições de Anderson, 
promulgadas em 1723, fazem menção às 
refeições maçônicas. 
A partir daí, progressivamente, são 
estabelecidos padrões de comportamento nos 
banquetes que identificavam um maçom, 
como segurar uma taça, por exemplo. 
Com o passar do tempo, foram 
criados os Banquetes Ritualísticos, também 
chamados de Lojas de Mesa, e inseridos nos 
rituais. 
No meu entendimento é possível que a execução de música em nossas sessões 
tenha se originado dos Banquetes Ritualísticos, pois neles havia a execução de hinos e 
cânticos. 
 
 
 
 
 
139 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A COMIDA E O RELACIONAMENTO HUMANO 
 
A Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, publicada por Guillemain de 
Saint-Victor, em 1781, contém o ritual para Loja de Mesa. 
Existe uma ordenação em relação à ocupação da mesa, uma hierarquia de brindes, e 
vocabulário próprio, como por exemplo: 
• Pólvora Vermelha = vinho tinto 
• Pólvora Forte = vinho branco 
• Pólvora Fraca = água 
• Pedra Bruta = pão 
• Materiais = comida 
• Telhas = pratos 
• Espadas = facas 
• Copo = canhão 
• Garrafa = barrica 
• Areia = sal, etc. 
Estas definições são as constantes da Compilação Preciosa da Maçonaria 
Adonhiramita. 
 A partir da Maçonaria norte-americana, os solstícios são comemorados com um 
banquete ritualístico, um em homenagem a São João Batista, e outro em honra de São 
João Evangelista. Algumas Lojas brasileiras também adotam esse costume. 
 As Constituições de Anderson estabelecem a realização de uma festa anual 
obrigatória, no dia 24 de junho, consagrado a São João Batista, que de modo alternativo 
pode ser realizada no dia de São João Evangelista, mas não em ambas as datas. 
 
 
 
 
 
 
No mundo dos negócios, é comum 
convidarmos clientes para almoçar ou jantar quando 
pretendemos estabelecer uma relação comercial. 
Quando se faz o cortejo costuma-se convidar 
para jantar. 
Quando comemoramos datas festivas 
fazemos festas, churrascos, etc. 
Quando recebemos alguém em nossas casas, 
nos preocupamos em servir algum alimento ou 
bebida. 
As famílias tradicionais reúnem-se 
diariamente à mesa para as refeições. 
A comida está associada a um prazer, logo, 
os relacionamentos se tornam mais intensos quando 
estamos felizes. 
Além do que, há o conceito de que 
compartilhar o alimento é uma atitude nobre. 
As refeições, mesmo no meio profano, se 
constituem numa espécie de ritual. 
 
 
 
 
140 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O MESTRE DE BANQUETE NAS LOJAS MODERNAS 
A CABALA E A ABÓBADA CELESTE 
A PROCISSÃO 
 
 
 
 
 
 
Não se sabe exatamente quando o cargo foi inserido nos rituais. 
No que diz respeito ao Rito Adonhiramita, ele surge explicitamente apenas no 
século passado, no ritual de 1963, publicado pelo Grande Oriente do Brasil, na seção 
correspondente à descrição do Templo, onde seu lugar em Loja é determinado. 
 
 
 
 
Não há associação do Mestre de Banquetes com nenhuma das sefirotes da Árvore 
da Vida do Sepher Yetzirah, já que as sefirotes de modo geral referem-se às emanações 
das posições geográficas das Dignidades e do Cobridor Interno. 
O Mestre de Banquetes ocupa um assento comum, sem qualquer destaque, na 
Coluna do Sul, como veremos adiante. 
Da mesma forma, não há relação astrológica ou astronômica entre a Abóbada 
Celeste e o cargo de Mestre de Banquetes. 
 
 
 
 
 
Na formação do cortejo de entrada, durante a Procissão, o Mestre de Banquetes 
posiciona-se na fileira correspondente à Coluna do Sul, após o 2° Experto e antes do 
Hospitaleiro. 
141 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
POSIÇÃO NO TEMPLO 
ATRIBUIÇÕES 
 
 
 
 
 
 
No interior do Templo, o Mestre de Banquetes ocupa um assento no topo da 
Coluna do Sul, na primeira fileira, próximo ao Tesoureiro. 
 
 
 
 
 
 
O Cargo é preenchido através de indicação direta do Venerável Mestre, não é um 
cargo eletivo. 
É um Oficial, e não uma Dignidade. 
Como vimos, possui assento em local definido na Coluna do Sul, atrás do 
Tesoureiro, e não ocupa mesa ou altar. 
 
142 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REQUISITOS 
POSTURA 
 
Não há regulamentação para o cargo no 
Regulamento Geral da Federação nem nos 
Rituais. Suas funções e atribuições não são 
normatizadas, dependem da interpretação 
subjetiva de cada Oficina, e deve ser estabelecida 
no Regimento Interno da Loja. 
Não possui funções ritualísticas, apenas 
administrativas. 
 
 
 
 
 
 
A exemplo de todo maçom, deve ter compromisso e 
dedicação. 
Deve ter disponibilidade de tempo, pois irá desempenhar 
suas funções fora do horário de funcionamento da Oficina. 
Deve ter vocação para organizar refeições, e ser capaz de 
organizá-las. 
Não é necessário ter formação em gastronomia. 
Deve conhecer a preferência dos obreiros com relação à 
comida e bebida para providenciar os insumos necessários para 
uma refeição aprazível. 
Deve ter prática em relação à quantidade de comida e 
bebida a serem servidos em conformidade com o número de 
participantes. 
Não deve gastar em demasia na elaboração dos ágapes. 
 
 
 
 
 
 
 
A postura do Mestre de Banquetes é comum a todo Mestre Maçom. 
Ocupa um assento no Ocidente, na Coluna do Sul atrás do Tesoureiro. 
Usa o verbo de seu lugar, de Pé e à Ordem, quando a palavra está franqueada à 
Coluna do Sul. 
 
 
 
 
 
 
 
143 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS E ADMINSITRATIVAS 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS E ADMINISTRATIVAS 
 
 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita, a Joia do Mestre de 
Banquetes é no formato de um cálice, ou de uma taça, se 
preferirmos. 
Simboliza exatamente os brindes realizados nas 
Lojas de Mesa. 
Não há nenhum sentido místico ou esotérico nesta 
representação. 
 
 
 
 
 
 
 
O Mestre de Banquetes não 
possui função ritualística. 
Cabe a ele planejar e 
executar ágapes após as sessões, etambém festas ocasionais, sendo 
nesses casos o responsável por 
contratar cozinheiros, garçons e 
auxiliares de cozinha quando 
necessário, assim como alugar 
espaços adequados para eventos 
especiais. 
Também deve providencias o aluguel de mesas, cadeiras, toalhas, talheres e 
decoração quando necessário. 
É sua responsabilidade comprar os insumos necessários para os ágapes, e elaborar 
o cardápio das refeições. 
Pode sugerir a realização de eventos de confraternização entre os familiares dos 
obreiros. 
Nos ágapes, deve desempenhar as funções como um cerimonialista. 
Eventualmente, o Venerável Mestre pode nomear uma comissão temporária para 
a organização de eventos de maior porte, e nesse caso o ideal é que o Mestre de Banquetes 
a presida. 
O Mestre de Banquetes pode solicitar a nomeação de um auxiliar Ad Hoc. 
 
 
 
 
 
Na verdade, o Mestre de Banquetes desempenha uma função das mais tradicionais 
nas Lojas modernas, já que tudo começou nas tavernas inglesas. 
É um cargo que pode contribuir substancialmente para estimular o relacionamento 
fraternal entre os obreiros da Loja e seus familiares, e ao mesmo tempo contribuir no 
combate à evasão maçônica. 
144 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
É um Oficial que trabalha silenciosa e discretamente, mas capaz de semear o 
espírito fraterno. 
No meu entendimento, todas as Lojas deveriam designar um Mestre dedicado para 
esta função. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
145 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ETIMOLOGIA 
A ESCRITA 
O BIBLIOTECÁRIO 
 
 
 
 
 
 
O verbete Biblioteca vem do grego, da 
aglutinação de biblion, que significa livros, e 
tekhé, que quer dizer caixa grande ou depósito. 
Numa tradução livre podemos dizer que os gregos 
se referiam a um depósito de livros. 
Já o substantivo bibliotecário vem do 
latim bibliotecharius, e se refere ao administrador 
das bibliotecas, aquele que guarda e cuida dos 
livros. 
O conjunto de livros sagrados da tradição 
judaico-cristã, por exemplo, se denomina Bíblia 
exatamente por reunir vários livros diferentes. 
Atualmente, bibliotecário é o profissional 
que se gradua em Biblioteconomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Quando falamos em livros nos 
referimos, por consequência, à escrita. 
Os primeiros registros do dia a dia 
da humanidade surgem nas pinturas 
rupestres das cavernas, e datam de 40.000 
anos. Não se trata propriamente da 
escrita, mas foi a primeira tentativa do 
homem de registrar sua história. 
Foi a partir daí que o homem 
desenvolveu símbolos para facilitar a 
transmissão e a perpetuação do conhecimento através das gerações. 
Os primeiros alfabetos eram desenhos, ideogramas, por assim dizer. 
A escrita cuneiforme surgiu na Mesopotâmia em 3500 a.C., e na mesma época, 
surgem os hieróglifos dos egípcios. 
As gravações dos símbolos dessa escrita primitiva eram feitas em argila, ossos, 
cascas de árvore, rochas e peles de animais. A linguagem escrita começa a se desenvolver, 
e o conhecimento passa a ser transmitido de forma mais eficiente. 
 
 
 
 
 
146 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS ALFABETOS DA ANTIGUIDADE 
AS PRIMEIRAS ORDENAÇÕES 
 
 
 
 Dentre as formas de escrita das antigas civilizações destacam-se o alfabeto 
egípcio, o fenício e o hebraico. 
 
 
Alfabeto Egípcio 
 
 Alfabeto Fenício Alfabeto Hebraico 
 
 Os alfabetos fenício e hebraico foram derivados do alfabeto egípcio. 
 Percebemos claramente a evolução dos desenhos ou ideogramas para sinais 
gráficos mais elaborados, que representavam fonemas, e eram agrupados em palavras 
com pontuação, regras gramaticais e ortográficas. 
 Eram considerados alfabetos mágicos e sagrados 
 
 
 
 
 
 
Aquele que é considerado um dos 
primeiros livros do mundo ocidental é o Código 
de Hamurabi, escrito na Babilônia, no ano 1700 
a.C. Tratava-se de uma ordenação jurídica, que 
continha conceitos de moral e religiosidade. 
Mais tarde surge o Livro dos Mortos, no 
Egito, por volta de 1580 a.C. 
Embora não haja uma cronologia 
precisa, estima-se que as Tábuas da Lei, ou os 
Dez Mandamentos dos hebreus, tenha surgido 
por volta de 622 a.C. 
Tinham em comum a característica 
serem compilações de regras de moral, ética e 
religiosidade para a organização social destas 
civilizações. 
 
147 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS LIVROS 
A ORIGEM DO BIBLIOTECÁRIO 
No Livro dos Mortos é inserido o conceito da recompensa divina. 
Alguns autores entendem que as Tábuas da Lei de Moisés foram baseadas no 
Livro dos Mortos. 
 
 
 
 
Com o domínio da escrita, o 
conhecimento passou a ser registrado em 
livros, e os primeiros exemplares foram 
gavados em tabletes de argila. 
Os primeiros registros dessa 
técnica são datados de 3200 a.C., na 
Mesopotâmia. 
Basicamente tratavam de leis, 
assuntos administrativos e religiosos. 
A partir de então, e de modo a 
preservar seu conteúdo, os papiros e 
pergaminhos eram enrolados e guardados 
em cilindros de metal, madeira ou argila. 
O papel chegou à Europa apenas 
no século XII, trazido da China. 
 
 
 
A partir de 1450, com a invenção da imprensa, os livros passaram a ser mais 
difundidos. 
Ao contrário das gravações em paredes e nas pedras, os livros tinham a 
propriedade de serem portáteis. Os egípcios se deram conta disso, e desenvolveram os 
papiros, que eram fabricados a partir de uma planta com esse nome, nativa das margens 
do rio Nilo. 
Em Pérgamo, na atual Turquia, foi desenvolvida uma superfície têxtil de couro, 
em substituição ao papiro, por conta de uma proibição da importação do papiro, de onde 
se originou a expressão pergaminho. 
 
 
 
 
 
As primeiras bibliotecas que se 
tem notícia surgiram na Mesopotâmia em 
2000 a.C. 
A organização dos documentos era 
acompanhada de marcadores para 
consulta. As tábuas de argila eram 
protegidas por uma espécie de envelope 
primitivo, no qual era gravado um resumo 
do conteúdo. 
Os primeiros cuidadores, organizadores de livros e de documentos, surgiram nesta 
época. 
Desde sua origem, o bibliotecário se relaciona diretamente à cultura dos povos. 
 
 
 
148 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA 
O BIBLIOTECÁRIO NA MAÇONARIA 
 
 
 
 
A mais famosa das bibliotecas 
da antiguidade foi a Biblioteca de 
Alexandria, no Egito. 
Entre 286 a.C. e 416, reuniu o 
maior acervo de cultura e ciência da 
antiguidade. 
Na Biblioteca de Alexandria, 
o bibliotecário atuava também como 
tutor de reis e príncipes, orientando-
os sobre a leitura mais adequada. 
O chefe dos bibliotecários 
devia possuir cultura humanista e ser 
um filólogo. Seus bibliotecários sem 
dúvida eram eruditos. 
Após sobreviver a vários saques, incêndios, e até a um terremoto, a Biblioteca de 
Alexandria foi definitivamente extinta entre os séculos V e VII, sendo que cristãos e 
muçulmanos trocam acusações acerca da responsabilidade sobre esse lamentável fato. 
 
 
 
 
 
 Evidentemente não havia Bibliotecário nas Lojas Operativas, mesmo porque, a 
maioria dos pedreiros-livres era analfabeta. 
 
 
O cargo, portanto, é exclusivo 
do período especulativo. 
É possível que o cargo na 
Maçonaria moderna tenha sido 
inspirado na Royal Society britânica, 
pois muitos maçons participavam 
desta associação de estudiosos. 
Com o passar do tempo, a 
inserção de elementos filosóficos na 
Maçonaria, e a liberdade que seus 
membros possuíam de estudar 
literatura não recomendada pela 
igreja, certamente contribuíram para a 
formação de bibliotecas nas Lojas 
especulativas. 
 
 
 
 
 
 
149 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O ALFABETO MAÇÔNICO 
O BIBLIOTECÁRIO NAS LOJAS CONTEMPORÂNEAS 
 
 
 
 
Alguns autores atribuema criação 
do alfabeto adotado pela Maçonaria ao 
alquimista alemão Cornelius Agrippa 
(1486-1535). 
O Alfabeto Maçônico também é 
conhecido como Cifra Maçônica, ou Cifra 
Pigpen. Pigpen, significa chiqueiro no 
idioma inglês, e se refere exatamente aos 
“quadrados”, ou “cercados”, nos quais os 
símbolos são inseridos. 
Existem versões inglesa e alemã 
desse alfabeto, geralmente utilizamos a 
versão inglesa. 
Trata-se de uma codificação obtida 
através de uma chave formada por 18 
quadrados e dois “X”, que formam 
quadrantes em esquadria e ângulos. 
Não é mais utilizado nos documentos maçônicos, pois a criptografia é das mais 
simples, e a decodificação torna-se bastante fácil. Atualmente possui apenas valor 
histórico. 
O Alfabeto Maçônico aparece como símbolo no Painel do Grau. 
A Palavra Semestral, no âmbito do Grande Oriente do Brasil, é transmitida através 
deste alfabeto, para que seja decifrada pelo Venerável Mestre. 
O esquema é muito simples, um quadrado é dividido em seis quadrados menores, 
nele inscritos, formando 9 células, cujas bordas externas não possuem linhas, ou seja, são 
células abertas. Esse esquema é repetido, formando 18 células no total. Neste segundo 
quadrado, em todas as células é acrescido um ponto. 
Em seguida, traçam-se dois “X”, e da mesma forma, no segundo “X”, é inserido 
um ponto em cada um dos quatro ângulos formados. 
Resta agora inserir as letras do alfabeto ocidental em cada uma dessas células, 
preenchendo-se primeiro os quadrados, começando pela letra “A”, e alternando-se em 
cada quadrado e célula de forma sequencial. O resultado será uma sequência alternada 
das letras, desde o “A” até o “R”. 
Em seguida toma-se os “X”, preenchendo-os da mesma forma, iniciando-se pelo 
“S”, alternando-se as figuras em sequência de cima para baixo, e da direita para a 
esquerda. 
Pronto! Está decifrado o Alfabeto Maçônico. 
 
 
 
 
Não se sabe ao certo quando o cargo de Bibliotecário foi inserido nos rituais 
modernos. Ao que parece, sua inserção foi bem recente, provavelmente no século XX. 
 
 
150 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ASSOCIAÇÃO COM A CABALA 
NA ABÓBADA CELESTE 
A POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
 
No Rito Adonhiramita, ele surge 
apenas entre 1986, no ritual de Aprendiz 
Maçom publicado pelo Grande Oriente do 
Brasil, numa nota de rodapé, e em 2003, 
em nova edição do mesmo ritual, de forma 
mais explícita, no trecho correspondente à 
descrição da planta do Templo. 
Tudo leva a crer que o cargo de 
Bibliotecário no Rito Adonhiramita tenha 
sido absorvido do Rito Escocês Antigo e 
Aceito. 
 
 
 
 
 
 
 
Não há associação com nenhuma sefirote, ao 
menos, no que sou capaz de enxergar. 
As sefirotes, com relação aos Templos 
Adonhiramitas, parecem referir-se quase que 
exclusivamente às emanações supostamente 
localizadas nas posições geográficas das Dignidades e 
do Cobridor Interno. 
O Bibliotecário ocupa um assento comum, 
sem qualquer destaque, na Coluna do Norte. 
 
 
 
 
 
 
Da mesma forma, não há relação astrológica, ou astronômica entre a Abóbada Celeste 
de nossos Templos e o cargo de Bibliotecário. 
Nesse sentido, há que se ressaltar que a atual configuração da Abóbada Celeste é 
datada de 1963, ocasião anterior à inserção do cargo de Bibliotecário em nossos rituais. 
 
 
 
 
 Na formação do cortejo de entrada, na Procissão, o Bibliotecário coloca-se à frente 
do Chanceler, e atrás do Arquiteto, na fileira correspondente à Coluna do Norte. 
 
151 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A POSIÇÃO NO TEMPLO 
ATRIBUIÇÕES 
 
 
 
 
 
 No interior do Templo, o Bibliotecário ocupa um assento no topo da Coluna do 
Norte, próximo ao Chanceler. 
 
 
 
 
 
 
 
O Cargo de Bibliotecário é preenchido através de indicação direta do Venerável 
Mestre, não é um cargo eletivo. É um Oficial, e não uma Dignidade. 
 
152 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REQUISITOS 
POSTURA 
Possui assento em local definido na Coluna do 
Norte, atrás do Chanceler. Não ocupa mesa ou altar. 
Não há regulamentação para o cargo no 
Regulamento Geral da Federação, nem nos rituais. Suas 
funções e atribuições não são normatizadas, portanto, 
dependem da interpretação subjetiva de cada Oficina, e 
geralmente são estabelecidas no Regimento Interno. 
O Bibliotecário não possui funções ritualísticas, 
apenas administrativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Compromisso e dedicação são requisitos básicos 
de todos os maçons, mas são sempre realçados quando 
ocupamos um cargo. 
O Mestre que pretende ocupar o cargo de 
Bibliotecário deve ter disponibilidade de tempo, pois na 
realidade vai trabalhar fora do horário das sessões. 
Deve ter interesse em pesquisa e na leitura, e 
também possuir bom nível de conhecimento. 
Não é necessário ter formação em 
biblioteconomia, basta que goste de ler e de livros. 
Não pode desempenhar o cargo com base em suas 
convicções pessoais, deve ser isento, isso é 
importantíssimo, pois estará auxiliando a pesquisa dos 
obreiros, e cada um de nós tem seu próprio interesse literário. 
Deve estar disponível para prestar auxílio aos Irmãos, indicando a literatura mais 
adequada aos seus objetivos. 
 
 
 
 
A postura do Bibliotecário é comum a todo Mestre Maçom, mesmo porque, ele 
não possui função ritualística. 
Ocupa um assento no Ocidente, na Coluna do Norte atrás do Chanceler. 
Usa o verbo de seu lugar, de Pé e à Ordem, quando a palavra está na Coluna do 
Norte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
153 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS E ADMINISTRATIVAS 
A BIBLIOTECA DA LOJA 
 
 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita, a Joia do 
Bibliotecário é um livro aberto, com uma pena 
sobreposta. 
Simboliza o compromisso de transmitir o 
conhecimento através da leitura. 
Não há nenhum sentido místico ou esotérico nesta 
representação 
. 
 
 
 
O Bibliotecário não possui função 
ritualística. 
Deve reunir, guardar, cuidar, 
catalogar e armazenar o acervo cultural 
da Oficina. 
Deve ler e pesquisar sobre 
assuntos relacionados ao Rito e à 
Maçonaria em geral. 
Pode propor à Loja a aquisição de 
material literário, e a realização de 
eventos culturais. 
 
 
Deve montar o acervo de peças de arquitetura apresentadas no Quarto do Hora de 
Instrução. 
Deve indicar a literatura adequada ao interesse dos Irmãos, e que possam 
esclarecer as dúvidas dos obreiros. 
Deve reunir no acervo, indistintamente, material relacionado a todas as correntes 
do pensamento maçônico, sem qualquer predileção. 
Deve supervisionar o processo de empréstimo e devolução de exemplares da 
biblioteca da Oficina aos obreiros do quadro. 
Deve promover e incentivar a leitura, a pesquisa, e fomentar o enriquecimento do 
conhecimento dos obreiros. 
 
 
 
 
 
É recomendável organizar um espaço com condições adequadas para guarda do 
acervo literário físico da Oficina, evidentemente se a configuração do Templo assim 
permitir. 
Podem e devem ser utilizados recursos digitais de armazenamento de conteúdo, 
como por exemplo Pen drives, cartões de memória, CD-ROM e DVDs, unidades de 
154 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
CONCLUSÃO 
armazenamento móveis, armazenamento na nuvem virtual, páginas na internet com 
acesso restrito, cabendo sempre que possível proceder à digitalização de conteúdo, bem 
como produzir conteúdos audiovisuais. 
 
 
 
 
 
 
Apesar de ser uma função bem recente em nossos rituais, o Bibliotecário tem 
enorme responsabilidade sobre a preservação e a transmissão da Doutrina Maçônica. 
Com os atuais recursos tecnológicos, as opções disponíveis para o desempenho 
do cargo são praticamente ilimitadas. 
É um cargo que pode contribuir substancialmente para evitar a evasão maçônica 
ao estimular o estudo, a pesquisa, e principalmente a oferta de conhecimento aos membros 
mais novos da Ordem. 
É um Oficialque trabalha silenciosa e discretamente, mas capaz de semear o 
interesse e o amor pela Maçonaria. 
No meu entendimento, todas as Lojas deveriam designar um Mestre dedicado para 
esta função. 
 
 
 
 
 
 
 
155 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ETIMOLOGIA 
O ESTANDARTE DE UR 
O PORTA-BANDEIRA & O PORTA-
ESTANDARTE 
 
 
 
 
 
 O vocábulo estandarte vem do latim 
extendere, significando estender. Numa 
tradução livre, estandarte seria algo a ser 
estendido para visualização à distância. 
Os estandartes evoluíram ao longo 
dos tempos, assumindo formatos e 
tamanhos dos mais variados. Existem 
estandartes nos estilos clássico, barroco, 
moderno, etc. 
Vários utensílios se originaram do 
conceito de estandarte, alguns que nem 
suspeitamos, como bandeiras, flâmulas, 
brasões, escudos, logotipos, cartazes, 
outdoors, etc. 
Possuem utilização civil, militar e religiosa. 
Estão relacionados à cultura dos povos. 
O Porta-Estandarte, por evidente, é aquele oficial encarregado de zelar, transportar 
e exibir o estandarte. 
Já a palavra bandeira vem do latim 
bandum, que significa sinal, símbolo. 
As bandeiras são uma evolução 
dos estandartes, e seus simbolismos se 
confundem. 
Igualmente possuem utilização 
civil, militar e religiosa. 
As bandeiras das nações possuem 
formato padronizado, estabelecido pelo 
número de “panos”, e geralmente são 
retangulares. 
Possuem forma ritual de serem exibidas e dobradas para o transporte. 
São o símbolo das nações. 
À exemplo dos estandartes, também estão relacionadas à cultura dos povos. 
O Porta-Bandeira, por evidente, é o oficial encarregado de zelar e conduzir a bandeira. 
 
 
 
 
 
O consenso entre os historiadores, é de que o Estandarte de Ur tenha originado os 
estandartes modernos. 
Foi criado pela civilização sumeriana, e data de 2600 a.C. Alguns citam 3.500 a.C. 
156 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A TRADIÇÃO JUDAICO-CRISTÃ 
L’ÁQUILA ROMANA 
É uma peça de madeira trapezoidal, que possui gravações em relevo nas quatro 
faces, onde são narradas cenas de guerra e da vida cotidiana dos sumerianos. 
Ao que parece, foi 
desenvolvido para contar a história 
do povo numa espécie de livro 
tridimensional. 
Não era um elemento fixo, 
como as paredes dos templos 
egípcios, por exemplo, era mais 
parecido com um livro, pois podia 
ser transportado. 
 
 
 
 
 
“Os filhos de Israel armarão suas tendas, cada um debaixo de suas bandeiras, 
segundo a insígnia da casa de seus pais; ao redor, defronte da Tenda da Congregação, 
armarão suas bandeiras”. 
Números 2, 2 
 
 
Esta citação é do Livro dos 
Números, do Antigo Testamento. É 
um dos volumes que compõem o 
Pentateuco dos cristãos, e a Torá dos 
judeus. 
 
Este capítulo, da citação, dispõe sobre a organização espacial das tribos de Israel, 
e sua identificação visual através de estandartes, que continham símbolos e cores, durante 
a peregrinação dos hebreus pelo deserto. 
A ordenação e disposição 
das tendas segue a orientação dos 
pontos cardeais, agrupando três a 
três as doze tribos seguidoras de 
Moisés. 
Esta passagem da narrativa 
bíblica inspirou as Ordens 
Medievais de Cavalaria e a própria 
Maçonaria moderna. 
 
 
 
 
 
 
 
A águia, que simbolizava o Império Romano, estava inserida no mais famoso 
estandarte da antiguidade. 
Ao mesmo tempo que despertava o temor nos inimigos, aumentava o moral das 
tropas. Era exibida orgulhosamente nos territórios conquistados, e simbolizava o poder e 
a supremacia de Roma. 
Sua popularidade só é comparável à da cruz cristã. 
157 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
AS ORDENS MILITARES DE CAVALARIA 
A insígnia S.P.Q.R., significa Senatus Populus Que Romanus, “Senado e Povo de 
Roma” 
Inspirou, como emblema militar, as Ordens de Cavalaria da Idade Média. 
 
 
 
 
 
As Ordens de Cavalaria medievais 
usaram e abusaram dos estandartes. 
Era por meio deles que cada uma se 
identificava. 
Os estandartes vão aos poucos sendo 
substituídos, ou complementados, por 
flâmulas, bandeiras e brasões. 
Eram logomarcas medievais, pois 
diferentemente de Roma, as Ordens Medievais 
de Cavalaria eram concorrentes em fama e 
poder. 
Foram intensamente difundidos 
durante as Cruzadas, quando possuíam como 
elemento comum a cruz cristã. 
Posteriormente, os exércitos dos reinos 
europeus adotaram a prática. 
Nesta época, tomar posse do estandarte 
do adversário era uma imensa humilhação, por 
isso, um cavaleiro era designado para protegê-
lo com a própria vida se necessário. 
 
 
 
 
 
 
158 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A INSPIRAÇÃO 
O PORTA-ESTANDARTE NA MAÇONARIA 
 
 
 
 
Tanto nas Ordens Militares de Cavalaria, quanto na Maçonaria Especulativa, o 
cargo de Porta-Estandarte foi inspirado num oficial romano chamado Vexillarius, pois o 
estandarte em latim era designado como vexillo. 
 
Por essa razão, o estudo dos estandartes se 
denomina vexilologia. 
O padrão dos estandartes modernos se 
originou do modelo romano. O vexilo dos romanos 
era hasteado numa lança, e era atado no seu lado 
horizontal superior para que fosse erguido e visto à 
distância. 
Os vexilos identificavam as legiões. 
Geralmente utilizavam animais como 
símbolo, e cada um tinha um simbolismo especial, 
que atribuía àquele grupamento de soldados 
atributos como coragem, destreza, astúcia, 
inteligência, etc. 
A exemplo da l’Áquila, eram exibidos com 
orgulho. 
A inspiração do cargo de Porta-Bandeira 
também é essa. 
 
 
 
 
Alguns autores afirmam que as corporações 
medievais de pedreiros utilizavam bandeiras e 
estandartes para sua identificação. No entanto, ao que 
se sabe, as lojas operativas costumavam ser 
identificadas através de suas “Marcas”, que eram 
gravadas diretamente na pedra. 
É provável que o cargo tenha se inserido nas 
Lojas modernas após 1717. 
Apesar da coroa britânica não ser contrária à 
prática da Maçonaria, o mesmo não se dava em outros 
países. As perseguições religiosas e políticas que a 
Maçonaria sofreu no século XVIII, certamente não 
recomendavam a adoção de insígnias que 
identificassem os locais de reunião dos maçons. 
É provável que o cargo tenha sido inserido nos 
Rituais a partir do século XIX, e com maior frequência 
a partir do século XX. 
No Rito Adonhiramita, a primeira menção ao 
cargo de Porta-Estandarte ocorre no Ritual de 1963, 
publicado pelo Grande Oriente do Brasil, na seção 
correspondente à descrição do Templo, e seu assento 
 
 
159 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O PORTA-BANDEIRA NA MAÇONARIA 
O ESTANDARTE DA LOJA 
era no Oriente, porém, atrás do Orador e não na posição 
atual. 
 
 
 
 
 
 
 
Da mesma forma que ocorreu com o Porta-
Estandarte, é bastante provável que o cargo tenha se 
incorporado à Maçonaria em passado recente, e 
suspeito, inclusive, que seja uma prática apenas das 
Lojas brasileiras. 
Tudo leva a crer, que o cargo tenha sido inserido 
nos rituais em ocasião posterior à inserção do Porta-
Estandarte. 
No Rito Adonhiramita, a primeira menção ao 
cargo de Porta-Bandeira também se dá no ritual de 
1963, publicado pelo Grande Oriente do Brasil, 
igualmente na seção dedicada à descrição do Templo, e 
seu assento também era em localização diferente, no 
Oriente, porém, atrás do Secretário e não na posição 
atual. 
 
 
 
 
 
O estandarte da Oficina deve conter 
o Título Distintivo da Loja, ou seja, o nome, 
o número, e o título honorífico de 
recompensa, caso o possua, a expressão 
“Federada ao Grande Oriente do Brasil”, 
nos termos do que dispõe o art. 17, da 
Constituição do Grande Oriente do Brasil, a 
expressão “Jurisdicionada ao Grande 
Oriente do Brasil Estadual ou Distrital”, 
exigência contida no mesmo artigo da Carta 
Magna, a data da fundação da Loja, o Rito 
praticado, e os elementos simbólicos que 
identificama Oficina. 
Não há padronização, podendo ser 
criado livremente pela Oficina, porém deve 
ser submetido ao Grande Oriente do Brasil 
para aprovação. 
É regulamentado pelo inciso III, do 
artigo 85, do Regulamento Geral da 
Federação. 
 
Deve ser sagrado em Sessão Magna, que será dirigida por Comissão Especial 
designada pelo Grão-Mestrado Estadual ou Distrital. 
160 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A BANDEIRA DO BRASIL 
INGRESSO DO PAVILHÃO NACIONAL 
 
 
 
 
 
A bandeira do Brasil, ou Pavilhão Nacional, foi instituída por maçons, quatro dias 
após a Proclamação da República, ou seja, no dia 19 de novembro de 1889, data 
comemorativa do Dia da Bandeira. Talvez essa seja a razão de ser homenageada nas 
Lojas brasileiras. 
 
 
Apesar disso, não há qualquer 
simbolismo maçônico atrelado ao 
Pavilhão Nacional. Na verdade, é a mesma 
bandeira do Império, substituindo-se o 
Brasão Imperial Português, pelo círculo 
azul cravejado de estrelas com a faixa 
“Ordem e Progresso”. 
O verde representa a Casa de 
Bragança, família de D. Pedro I, e o 
amarelo, ou ouro, a Casa de Habsburgo de 
D. Leopoldina, não o verde das matas e o 
ouro brasileiro como se supõe. 
A inovação é o círculo, ou esfera azul, que representa o céu com as estrelas vistas 
no Brasil, na noite do dia 15 de novembro de 1889, data da Proclamação da República. 
A divisa “Ordem e Progresso”, teria sido inspirada no positivismo de Augusto 
Comte, e a bandeira teria sido instituída pelo Marechal Deodoro da Fonseca, maçom e 
primeiro presidente do Brasil, em substituição ao modelo apresentado pelo também 
maçom Lopes Trovão, que tratava-se de uma cópia da bandeira norte-americana, 
substituindo-se o vermelho e o azul pelo verde e amarelo. 
A exibição da bandeira do Brasil se tornou obrigatória nos Templos maçônicos 
após a Constituição de 1934 promulgada pelo então presidente da república, Getúlio 
Dornelles Vargas. 
 
 
 
 
O ingresso do Pavilhão Nacional 
nos Templos maçônicos é previsto no 
ritual, e regulamentado pelo Decreto N° 
1.476 de 17 de maio de 2016, promulgado 
pelo Grande Oriente do Brasil. 
Isso ocorre apenas em Sessões 
Magnas, nas sessões ordinárias ele deve 
estar no Oriente, do lado direito do Altar da 
Sabedoria. 
O ingresso do Pavilhão Nacional é 
acompanhado de uma Guarda de Honra, 
formada por 13 Mestres, munidos de 
espadas e estrelas, e conduzida pelo Mestre 
de Cerimônias. 
 
 
161 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
SAUDAÇÃO AO PAVILHÃO NACIONAL 
A DECLAMAÇÃO 
Antes do encerramento dos trabalhos, deverá ser retirado do Templo, 
acompanhado pelos mesmos Mestres da Guarda de Honra formada para seu ingresso. 
 
 
 
 
 
A Saudação ao Pavilhão Nacional só ocorre em Sessões Magnas. 
 
 
O momento da execução, as 
formalidades, e o texto da saudação 
constam dos rituais. 
A saudação pode ser executada 
por qualquer Mestre Maçom, que será 
designado na ocasião pelo Venerável 
Mestre, incluindo Irmãos visitantes e 
praticantes de outros Ritos. 
 
Porém, não se segura ou se toca no pano da Bandeira do Brasil, o Mestre que vai 
fazer a saudação deve apenas olhar para ela. 
Ela deve ser segura pelo Porta-Bandeira, pelo mastro, no Oriente, em ângulo reto 
do lado direito de seu corpo. 
Todos devem estar em Sinal de Ordem, e os Mestres descobertos. 
A Guarda de Honra será formada por 3 Mestres, todos munidos de espadas, 
incluindo nesses três o Mestre de Cerimônias. A Guarda de Honra permanece no 
Ocidente, antes dos degraus que levam ao Oriente, com as espadas dirigidas para o chão, 
formando um ângulo de 45 graus. 
Além da Guarda de Honra, deve ser formada uma Comissão, composta por treze 
Mestres das Colunas do Norte e do Sul, todos munidos de espadas e estrelas. A Comissão 
permanece no Ocidente, de pé, em frente a seus respectivos lugares. 
Após a saudação, o Mestre que declamou o texto retorna a seu lugar sem 
necessidade de qualquer comando, pois já foi comandando anteriormente, e executam-se 
a primeira e última estofes do Hino à Bandeira, que devem ser cantadas em uníssono por 
todos os obreiros. 
Nesse momento, todos permanecem de pé, e os Mestres descobertos, não se 
executa qualquer Sinal, os braços ficam estendidos ao longo do corpo, na posição militar 
de “sentido”, e com o rosto voltado para o Pavilhão Nacional. 
Ao término da execução do Hino à Bandeira, todos retornam ao Sinal de Ordem. 
A Guarda e a Comissão são desfeitas à ordem do Venerável Mestre, e o Porta-Bandeiras 
retorna a seu lugar, colocando antes, a bandeira do Brasil no seu pedestal. 
 
 
 
 
 
“Bandeira do Brasil, que acabais de assistir aos nossos Trabalhos. 
Inspirai-nos sempre com a vossa divisa ORDEM E PROGRESSO, 
fonte asseguradora da fraternidade e da evolução, ideais supremos 
da humanidade na sua marcha infinita através dos séculos, e recebei 
dos obreiros aqui reunidos o compromisso de fidelidade maçônica, no 
162 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ASSOCIAÇÃO COM A CABALA 
ASSOCIAÇÃO COM A ASTRONOMIA 
POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
serviço dos supremos interesses do grande país de que sois símbolo augusto, pleno de 
generosidade e de nobreza”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não há associação de nenhum dos dois 
cargos com as sefirotes da Árvore da Vida. 
De modo geral, as sefirotes referem-se às 
emanações sobre as posições geográficas das 
Dignidades, e do Cobridor Interno. 
O Porta-Bandeira ocupa um assento no 
Oriente, na parede de fundo do Templo, do lado 
direito do Venerável Mestre. 
O Porta-Estandarte ocupa um assento no 
Oriente, na parede de fundo do Templo, do lado 
esquerdo do Venerável Mestre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Também não há associação do posicionamento 
dos cargos de Porta-Estandarte e Porta-Bandeira com 
a Abóbada Celeste de nossos Templos. 
 Porém, no que se refere à bandeira do Brasil, a 
estrela Spica, a mais brilhante da constelação de 
Virgem, que é representada em nossa Abóbada, é a 
única estrela acima da faixa “Ordem e Progresso”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Na formação do cortejo de entrada, o Porta-Estandarte e o Porta-Bandeira 
posicionam-se na fileira central, correspondente ao Oriente. 
163 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O LUGAR EM LOJA 
ATRIBUIÇÕES 
 O Porta-Estandarte fica atrás do último Mestre Instalado sem cargo, e o Porta-
Bandeira atrás dele, antes do Secretário. 
 
 
 
 
 
 
 No interior do Templo, ambos os cargos localizam-se no Oriente, próximos à 
parede de fundo. 
 O Porta-Estandarte fica à sudeste, e o Porta-Bandeira a noroeste. 
 
 
 
 
 
 
 
Ambos os cargos são preenchidos através de indicação direta do Venerável 
Mestre, portanto, não são cargos eletivos. 
São Oficiais, e não Dignidades. 
164 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REQUISITOS 
POSTURA 
 
 
 
 
Possuem assentos em local 
definido no Oriente, em ambos os lados 
do Venerável Mestre. Não ocupam mesas 
ou altares. 
Não há regulamentação para os 
cargos no Regulamento Geral da 
Federação, apenas nos rituais, onde suas 
funções e atribuições são normatizadas. 
Possuem funções tanto 
ritualísticas quanto administrativas. 
 
 
 
 
Para ocupar qualquer um dos cargos, é 
necessário ser Mestre Maçom, mas não há 
interstício de colação de Grau, e tampouco requer 
a ocupação por um Mestre Instalado. 
Ambos os cargos requerem compromisso 
e dedicação, além de assiduidade. Um representa 
a Loja, e outro nossa Pátria. 
Devem, portanto, possuir sentimento 
cívico. 
O Porta-Bandeira deve conhecer o 
simbolismo do Pavilhão Nacional, e o Porta-
Estandarte deve conhecer o simbolismo do 
Estandarte da Loja. 
 
 
 
 
 
 
A postura de ambos os cargos é 
comum a todo Mestre Maçom. 
Os dois ocupam assentos no 
Oriente, em ambos os lados do 
Venerável Mestre, na parede de fundo do 
Templo. 
Nenhum dos dois tocaou segura 
o Estandarte da Loja, ou o Pavilhão 
Nacional. Permanecem sentados ao lado 
deles durante as sessões, fazendo sua 
guarda 
Usam o verbo quando a palavra 
está no Oriente, de seus lugares, de Pé e 
à Ordem. 
165 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA DO PORTA-BANDEIRA 
A JOIA DO PORTA-ESTANDARTE 
FUNÇÕES DO PORTA-ESTANDARTE 
O Porta-Estandarte deve segurar o Estandarte da Loja pela haste, à sua frente e à 
direita em posição vertical, tanto parado quanto em movimento. O topo do pano deve 
estar acima de sua cabeça. 
 
O Porta-Estandarte deve ir à frente do cortejo de ingresso ao Templo nas ocasiões 
de Sessões Conjuntas. 
O Porta-Bandeira deve segurar o Pavilhão Nacional pelo mastro, à sua frente do 
lado direito em posição levemente inclinado para a frente quando estiver se 
movimentando. Segura o mastro com as duas mãos, a esquerda segura o mastro à altura 
do ombro direito e a mão direita o faz na altura da cintura. 
O Pavilhão Nacional deve ser manuseado nos termos da legislação civil, já que 
trata-se de uma postura cívica, que se sobrepõe aos rituais maçônicos. 
 
 
 
 
 
 
 
A Joia do Porta-Bandeira é uma bandeira do Brasil 
estilizada. 
Simboliza exatamente o Pavilhão Nacional. 
Não há nenhum sentido místico ou esotérico nesta 
representação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Joia do Porta-Estandarte é um estandarte 
estilizado. 
Simboliza exatamente o Estandarte da Loja. 
Também não há nenhum sentido místico ou 
esotérico nesta representação. 
 
 
 
 
 
 
O Porta-Estandarte deve permanecer guardando o Estandarte da Loja. 
166 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
FUNÇÕES DO PORTA-BANDEIRA 
CONCLUSÃO 
Na Sessão Magna de Sagração do Estandarte da Loja, ele cumpre ritualística 
específica. 
O Porta-Estandarte deve zelar pela conservação do Estandarte da Loja, e entrega-
lo em perfeitas condições a seu sucessor. 
Em visitação a outras Oficinas, nas Sessões 
Conjuntas, deve carregar o Estandarte da Loja, e 
ingressar como o primeiro maçom do cortejo, 
colocando-se ao lado do Porta-Estandarte da Loja 
visitada, e repousando o Estandarte da Loja no Oriente, 
ao lado do Estandarte da Loja visitada. 
Nessa ocasião, tomará assento em lugar 
próximo ao que o Estandarte da Loja for colocado, mas 
a posição do Porta-Estandarte descrita no ritual será 
ocupada pelo Oficial da Loja anfitriã. 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Porta-Bandeira deve permanecer guardando o 
Pavilhão Nacional durante as sessões. 
Nas Sessões Magnas, deve dar ingresso e retirar o 
Pavilhão Nacional do Templo, e também exibi-lo durante a 
Saudação. 
O Porta-Bandeira é o responsável pela conservação do 
Pavilhão Nacional, e também das bandeiras do Grande 
Oriente do Brasil, embora não as manuseie ritualisticamente. 
Deve preservar seu bom estado de conservação, e entrega-la 
íntegra para seu sucessor, incluindo nesta tarefa as bases, os 
mastros e os pedestais. 
Em visitação a outras Oficinas, nas Sessões 
Conjuntas, não carrega o Pavilhão Nacional, e suas funções 
na sessão serão desempenhadas pelo Porta-Bandeira da Loja 
anfitriã. Nessa ocasião, ocupará lugar em Loja conforme sua 
qualidade, não na posição do Porta-Bandeira, e não 
necessariamente no Oriente, a não ser que seja Mestre 
Instalado. 
 
 
 
 
Apesar de executarem funções discretas nas sessões 
ordinárias, o Porta-Bandeira e o Porta-Estandarte possuem um 
simbolismo relevante para as Lojas. 
São cargos que estimulam o amor à Pátria e à própria 
Oficina. 
Os ocupantes destes cargos devem considerar o 
desempenho das funções como uma grande honraria. 
Apesar de não serem cargos obrigatórios, o ideal é que 
as Oficinas designem um Mestre para executar estas funções. 
167 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ETIMOLOGIA 
INSPIRAÇÃO 
O COBRIDOR 
 
 
 
 
 
 
 
Na Maçonaria britânica, o 
Cobridor Interno se chama Inner Guard, 
guarda interno, e o Cobridor Externo 
Tyler, no inglês medieval, “aquele que 
protege”, ou protetor. 
Esse vocábulo derivou do inglês 
antigo tigeler, derivado, por sua vez de 
tigele, que significa telha. 
 
Isso deu origem à ideia de que “cobrir o Templo” é colocar telhas, o que no meu 
entendimento, não é, e jamais foi. 
Na França, recebeu a denominação de Tuiler, que se referia ao profissional que 
fazia os arremates de telhas. Numa tradução livre, seria “telhador”. 
O Brasil acompanhou a interpretação francesa, e denominou o cargo como 
Cobridor, Externo e Interno. 
Ou seja, a confusão sobre a função e o simbolismo do cargo se originou a partir 
da versão francesa. 
Mas alguma coisa deve chamar nossa atenção, a Joia do cargo não é uma telha, 
como seria natural se a associação estivesse correta. 
 
 
 
 
 
 
 
Independentemente da tradução que possamos 
atribuir ao verbete designativo do cargo, a inspiração foi nas 
sentinelas, e não nos construtores de telhado medievais. 
Os Cobridores guardam a entrada do Templo, 
impedem o acesso a curiosos e profanos. São guardas, não 
há dúvida. Assim sendo, são de inspiração militar. 
Sentinelas, guardas, e guardiões, são encontrados ao 
longo da História sempre com o objetivo de vigiar, e 
restringir o acesso a palácios, templos e locais reservados. 
Este é o real sentido do cargo, vigiar, não fazer 
telhados. 
 
 
 
 
 
168 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A INSERÇÃO NOS RITUAIS 
OS DOIS COBRIDORES 
 
 
 
 
Provavelmente, o cargo de Cobridor é tão 
antigo quanto o de Venerável Mestre e dos 
Vigilantes. 
Tudo indica que constasse desde os 
primeiros Rituais. 
É mencionado na Compilação Preciosa da 
Maçonaria Adonhiramita, nos seguintes termos: 
“Para que uma Loja possa estar coberta 
regularmente, não basta que a porta que a fecha 
seja dupla, são necessárias ainda duas salas de 
entrada. A primeira é ocupada por um Irmão 
Cobridor, que abre a porta para todos que 
chegam; e a segunda, que separa a Loja da 
primeira sala, é chamada a Sala dos Passos 
Perdidos, onde fica o Experto (...)”. 
Ao que parece, originalmente o Cobridor 
não participava das sessões, e à medida que a 
segurança dos Templos cresceu, foi instituído o 
cargo interno a quem se atribuiu função 
ritualística. 
No Brasil, no ritual Adonhiramita do Grau de Aprendiz Maçom, publicado pelo 
Grande Oriente do Brasil, em 1836, há apenas menção ao Cobridor Externo. 
O cargo de Cobridor Interno surge no ritual de Aprendiz, igualmente publicado 
pelo Grande Oriente do Brasil, em 1896. 
Originalmente, sua posição em Loja era atrás do Altar do 2° Vigilante. 
 
 
 
 
 
 
COBRIDOR EXTERNO 
 
Atua do lado externo do Templo, no 
Átrio, e na Sala dos Passos Perdidos. 
Jamais acessa o Templo. 
Não vota nas matérias simples da Loja. 
Vota no Escrutínio Secreto, e comparece 
no Tronco de Solidariedade. 
Em função das atuais condições de 
segurança dos Templos, o cargo 
praticamente não é exercido nas Lojas. 
Como está fora do Templo, não possui 
função ritualística. 
Não participa da Procissão. 
 
 
COBRIDOR INTERNO 
 
Atua do lado interno do Templo. 
Tem atuação ritualística em todas as 
sessões. 
É um dos cargos obrigatórios para a 
abertura da Loja. 
Ninguém entra ou sai do Templo sem 
sua permissão. 
Só ele abre, ou fecha a porta do 
Templo. 
Não participa da Procissão. 
 
169 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
“COBRIR A OFICINA ÀS VISTAS PROFANAS” 
A IDENTIFICAÇÃO DE QUEM CHEGA 
 
 
 
 
O verbo cobrir empregado na 
expressão não se refere a executar 
telhados, deve ser interpretado no 
sentido de ocultar a visão, encobrir, 
esconder, não permitir que algo seja 
visto. 
Essa tarefa pode ser executada 
com um pano, uma venda ou 
simplesmente fechando a porta de um 
cômodo sem janelas, os nossos 
Templos. 
Nas Escolas Iniciáticas do antigo Egito, ser Iniciado nos Mistérios de Ísis era tido 
como “retirar o véu de Ísis”,ou seja, desvendar. 
Neste sentido basta que lembremos que todos entramos vendados no Templo em 
nossa Iniciação. 
Devemos lembrar também, que a fala do Cobridor Interno se refere a “zelar pela 
segurança de nossos trabalhos”, ou seja, vigiar o acesso e impedir a entrada de intrusos, 
e não construir telhados, os rituais nunca exibiram texto neste sentido. 
 
 
 
 
 
“(...) verificar a identidade dos obreiros...” 
 
 
 
Cabe ao Cobridor Interno identificar aqueles 
que se dirigirem ao Templo, e fazer a triagem, 
permitindo a entrada apenas àqueles que são 
identificados como maçons. 
Foi esta função que gerou a controvérsia sobre 
as expressões Trolhamento e Telhamento. 
Os Sinais, os Toques, as Palavras, e as 
Baterias, chamam-se Cobridor do Grau nos rituais. 
Sempre foi o Irmão Experto o responsável por 
fazer esta verificação, e não o Cobridor. 
Neste sentido, nos socorre a Compilação 
Preciosa da Maçonaria Adonhiramita: 
“Quem deseja ser admitido na Loja, estando na primeira sala, bate à porta dos 
Passos Perdidos; o Experto abre-a, recebe-o e pergunta-lhe sobre os principais pontos 
da Maçonaria e sobretudo manda-o fazer a marcha e os sinais...” 
 
 
 
 
 
170 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
TROLHAMENTO x TELHAMENTO 
OS COWANS 
 
A modificação, em nosso ritual, do termo 
Trolhamento, para Telhamento, se deu com base 
numa lenda criada apenas para esse fim, e no 
entendimento equivocado do real manuseio dos 
instrumentos utilizados na construção civil. 
A lenda conta que ladrões entravam à noite 
no Templo de Salomão, para roubar o pagamento dos 
Aprendizes e Companheiros que era guardado nas 
duas Colunas. Ao descobrirem o furto, e para evitar 
novas investidas, o Templo foi então coberto com 
telhas. Porém, isso não refreou o ímpeto dos ladrões, 
que removiam algumas telhas para facilitar sua 
entrada, recolocando-as diligentemente de novo em 
seu lugar original. Ocorre que ao recolocá-las, 
ficavam falhas que permitiam a entrada da água das 
chuvas. Teria saído daí também a expressão Goteira, 
para designar curiosos e falsos maçons. 
 
Este relato é uma invenção, não corresponde com a Lenda do Terceiro Grau, e 
nem com o relato bíblico do Primeiro Livro dos Reis e Segundo Livro das Crônicas. Na 
Bíblia, as duas colunas eram vestibulares, ou seja, ficavam do lado de fora do templo, que 
jamais foi coberto. 
O equívoco quanto ao uso das ferramentas de obra, se deu em virtude de alguns 
autores defenderem que a trolha, ou colher de pedreiro, serve para aparar arestas e deixar 
as superfícies lisas, se referindo assim, à tarefa de apaziguar rusgas e litígios entre os 
Irmãos. Mas isso também não corresponde à verdade, em obra, a ferramenta que faz esse 
papel, chama-se desempenadeira, e para que as superfícies fiquem mais lisas, utiliza-se 
uma espuma, vulgarmente chamada de “camurça” em algumas regiões do país. 
A trolha serve para misturar a massa, e transportá-la da caixa de mistura para a 
superfície na qual será empregada. 
Nossos rituais ensinam que Harmonia, a Paz, e a Concórdia, são a tríplice 
argamassa que liga as nossas obras, esse é o simbolismo da trolha. 
Quando são examinados pelo Experto, é a qualidade que cada maçom traz consigo 
que é simbolicamente avaliada, para que seja permitido a ele participar dos trabalhos. 
Este conceito está relacionado à expressão inglesa Cowan, que é a origem do 
termo goteira em nosso meio, quando nos referimos aos falsos maçons. 
 
 
 
 
 
Na Maçonaria Operativa, os cowans 
eram os pedreiros que não conheciam as 
técnicas de fabricação da argamassa. Eram 
chamados também de “pedreiros de pedras 
secas” 
Podem ser comparados aos 
ajudantes de pedreiro da atualidade. 
Apesar de membros das guildas os segredos da arte não eram ensinados a eles 
Na Maçonaria Especulativa o termo passou a definir bisbilhoteiros, curiosos, profanos 
que tentavam ver ou ouvir o que se passava nas reuniões 
171 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ASSOCIAÇÃO COM A CABALA 
ASSOCIAÇÃO COM A ASTRONOMIA 
O responsável por descobrir esses intrusos era o Cobridor. 
Quando descobertos, o Cobridor avisava aos demais maçons, e o intruso era 
amarrado debaixo da calha dos telhados, para que a água da chuva caísse sob sua cabeça 
como forma de castigo. Quando não havia chuva, o intruso era surrado, e davam-lhe um 
banho de água fria. 
Esta é a origem do termo goteira utilizado na Maçonaria brasileira. 
Como vemos, a trolha está associada desde os tempos operativos ao conhecimento 
da Arte Real. 
 
 
 
 
 
 
Na comparação com o traçado da Árvore 
da Vida, não há associação do Cobridor Externo 
com as sefirotes, pois ele atua fora do Templo, 
ou seja, longe de suas emanações. 
Já o Cobridor Interno, está associado à 
Malkuth, a décima e última das sefirotes na 
escala da Árvore da Vida, representando o 
Reino, o Plano Material, a base do Pilar da 
Sabedoria, o eixo do equilíbrio. 
Malkuth é associada ao número DEZ, a 
Década pitagórica, que representa o retorno à 
Unidade Primordial, à Emanação, a Causa, pois 
reduzido, o número volta à unidade, 10 = 1 + 0 
= 1. 
Se a copa da Árvore da Vida é Kether, 
onde nascem os frutos, Malkuth representa a 
raiz, nascida da germinação das sementes 
originadas da morte dos frutos gerados em 
Kether, agora como um outro ser vivo, 
simbolizando o ciclo eterno e universal de 
nascimento-vida-morte-renascimento. 
O desenho da Árvore da Vida também está associado ao corpo humano. No Rito 
Adonhiramita, particularmente, este homem está deitado. Assim, se Kether é a sua cabeça 
coroada, Malkuth são os pés que lhe possibilitarão ser reerguido. 
Malkuth é conhecida também como “A Porta”. 
A Árvore da Vida cresce em espiral infinita, portanto, Malkuth é Kether da 
próxima esfera e vice-versa. Esta associação deu origem à tradição do Venerável Mestre 
anterior ocupar o lugar de Cobridor Interno na administração seguinte. 
O Cobridor Interno não faz a guarda física apenas, mas também o faz esotérica, 
metafísica e espiritualmente falando. 
 
 
 
 
O Cobridor Externo não possui associação com a Abóbada Celeste de nossos 
Templos, pois está fora dele. 
Já o Cobridor Interno, está associado ao planeta Vênus. 
172 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O COBRIDOR E O VENERÁVEL MESTRE 
Embora Vênus, Afrodite para os gregos, seja uma divindade associada à beleza e 
ao amor, astrológica e esotericamente representa o ingresso nos mistérios. 
O símbolo alquímico de Vênus, que é 
utilizado hoje como representação do feminino, 
lembra a espada do Cobridor em posição 
invertida, apontando para a emanação divina 
representada pelo círculo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
No baralho comum, o Cobridor está associado ao 
Rei do naipe de espadas, que representa o rei Davi, pai do 
rei Salomão, ou seja, a ancestralidade de Salomão, os 
conceitos de Malkuth e Kether, raiz e fruto, origem e 
descendência, são de novo representados. 
A inversão das figuras da lâmina, que 
evidentemente objetivam a visualização de ambos os 
lados da mesa de jogo, sugere novamente a inversão, ou 
sucessão entre os cargos de Venerável Mestre e Cobridor 
Interno. 
 
 
As lâminas do baralho moderno, ou convencional, 
foram inspiradas nos arcanos do tarô. 
Segundo alguns autores, o tarô foi inventado pelos 
sábios egípcios como forma de preservação dos arcanos dos 
mistérios, pois o vício dos jogos era o meio mais eficiente de 
transmissão da doutrina, já que os homens eram atraídos 
naturalmente. 
A carta do Rei de Espadas no tarô representa não apenas 
a autoridade, e o poder, mas a capacidade intelectual adquirida 
através da experiência. 
 
 
173 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
O LUGAR EM LOJA 
 
 
 
 No cortejo de entrada, o Cobridor Externo não aparece, pois ele está no espaço 
anterior ao Átrio, a Sala dos PassosPerdidos. 
 Já o Cobridor Interno, que também não aparece, está no interior do Templo desde 
o Revigoramento da Chama Sagrada, guardando a porta do Templo. 
 
 
 
 
 
 
 O Cobridor Externo, por evidente, não está no interior do Templo. 
 O Cobridor Interno, posiciona-se numa cadeira, em frente a porta de entrada, no 
eixo central da Loja, lado simetricamente oposto ao Venerável Mestre. 
 
 
 
 
 
 
 
174 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O HEXAGRAMA 
ATRIBUIÇÕES 
 
 
 
Se traçarmos retas imaginárias 
entre as Três Luzes da Loja, veremos 
desenhado um triângulo com o vértice 
voltado para cima. Representa o Plano 
Espiritual, a Chama Sagrada, ou Fogo 
Eterno, desdobrada e manifestada em 
Sabedoria, Força e Beleza. 
Se traçarmos retas imaginárias 
entre as duas Dignidades com assento no 
Oriente, Orador e Secretário, e o 
Cobridor Interno, veremos desenhado 
um triângulo com o vértice voltado para 
baixo. Representa o Plano Material, a lei, 
a ordem e a vigília, ou, se preferirmos, 
organização, tempo e espaço. 
Se sobrepusermos essas duas 
figuras, veremos traçado o Hexagrama, a 
Estrela de Davi. 
 
 
 
 
 
 
Ambos os cargos são preenchidos 
através de indicação direta do Venerável 
Mestre, não são cargos eletivos, são Oficiais, e 
não Dignidades. 
O Cobridor Externo atua fora do 
Templo, e o Cobridor Interno possuí assento 
em local definido no Ocidente, junto à porta do 
Templo, e de costas para ela no eixo do 
Venerável Mestre. 
Até o ritual publicado pelo Grande 
Oriente do Brasil em 1963, a posição do 
Cobridor Interno era atrás do Altar do 2° 
Vigilante, por isso, ele ainda é considerado um 
Oficial da Coluna do Norte. 
Além disso, o ingresso no Templo se dá 
“das trevas para a luz”, ou seja, da parte menos 
iluminada, Norte nos padrões do hemisfério 
norte, para a de maior claridade. 
Não ocupam mesas ou altares. 
Não há regulamentação para os cargos no Regulamento Geral da Federação, 
apenas nos rituais, onde suas funções e atribuições são normatizadas. 
Possuem funções apenas ritualísticas. 
 
 
 
175 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REQUISITOS 
POSTURA 
 
 
 
 
O ritual exige apenas que o ocupante do 
cargo de Cobridor Interno seja um Mestre 
Maçom, sem a necessidade de observação de 
qualquer interstício desde a colação do Grau. 
Apesar disso, diante de todo o simbolismo que 
vimos, a tradição recomenda que o cargo seja 
ocupado pelo Venerável Mestre da administração 
anterior. 
Em relação ao Cobridor Externo não há a 
necessidade de sequer ser um Mestre Instalado. 
Ambos devem ter compromisso, 
dedicação e assiduidade, pois a segurança dos 
trabalhos estará a seu cargo. É necessário que 
cheguem ao Templo bem antes do horário 
previsto para o início das sessões, a fim de 
desempenhar com eficiência suas funções. 
Devem conhecer bem os rituais, serem atentos, diligentes, terem boa audição, boa 
dicção, e boa impostação de voz, para serem ouvidos em qualquer ponto dentro do 
Templo, e eventualmente fora dele também. 
Deve possuir conhecimento da Bateria praticada pelos demais Ritos, e também 
dos diferentes paramentos. 
Devem, ambos, ter bom senso para definir o melhor momento para interromper a 
sessão com qualquer comunicado. Por exemplo, não é recomendável que o processo de 
abertura da Loja seja interrompido, em qualquer uma de suas etapas, para o ingresso de 
Irmãos retardatários. 
 
 
 
 
 
 Como o Cobridor Externo não atua na 
ritualística, abordarei apenas o Cobridor Interno. 
Com a Loja aberta, o Cobridor Interno 
deve permanecer sentado, de costas para a porta 
do Templo, e de frente para o Venerável Mestre, 
com a espada segura pelas duas mãos, entre suas 
pernas, com a ponta apoiada no chão. 
Essa postura pode parecer incoerente, 
por ficar de costas para a entrada do Templo, 
mas ao menos simbolicamente, há um Oficial 
fazendo a guarda externa, além disso, ele guarda 
também as energias em circulação no interior do 
Templo, que serão liberadas ao encerramento 
dos trabalhos, quando abrir a porta. 
 
 
176 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS 
 Esta postura também objetiva aterrar as energias inservíveis em circulação no 
interior do Templo, e trocá-las com a espada do Mestre de Cerimônias, toda vez que ele 
cruza o espaço entre Colunas. 
Quando de pé deve, manter sempre o Sinal de Guarda, com a espada segura pela 
mão direita, e empunhadura à altura de seu coração, sem tocar no corpo. 
Faz uso da palavra de pé, em Sinal de Guarda, quando a palavra está na Coluna 
do Norte. 
Não executa a Bateria, nem os movimentos da Aclamação. Mantém-se de pé com 
o Sinal de Guarda. Mas se descobre nas ocasiões requeridas. 
Jamais deixa sua posição desguarnecida. Quando é necessário sair dessa posição 
outro Mestre deverá substitui-lo temporariamente. 
No caso da Cadeia de União, ou Corrente Fraternal, deve deixar sua espada com 
a ponta voltada para a porta do Templo simbolizando sua guarda permanente. 
Desde o Revigoramento da Chama Sagrada permanece no interior do Templo, e 
só deixa sua posição quando a Chama Sagrada é adormecida. 
 
 
 
 
 
 
 
Tanto o Cobridor Externo, quanto o Cobridor Interno. 
possuem como Joia duas espadas cruzadas, apontadas para 
baixo. 
Simbolizam a guarda. As espadas substituem as lanças 
utilizadas pelos guardas dos castelos e palácios medievais, 
que as cruzavam para impedir o acesso de intrusos. 
Representa simultaneamente a guarda material e 
física, e a guarda espiritual ou metafísica. 
 
 
 
 
 
 
 
O Cobridor Externo guarda o acesso 
ao Átrio. É a barreira física entre a Sala dos 
Passos Perdidos e o espaço sagrado do 
Templo. Não possui função ritualística, e nem 
pode ter, pois atua fora dos Templos. 
O Cobridor Interno guarda o acesso ao 
local mais sagrado de nossas reuniões, que é 
o Templo. Possui apenas funções ritualísticas. 
O Cobridor Interno interpela o Mestre 
de Cerimônias no ingresso dos obreiros, 
responde diretamente o Interrogatório ao 
Venerável Mestre, e não aos Vigilantes. 
 
177 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O COBRIDOR E A CHAMA SAGRADA 
AS VIBRAÇÕES ARGENTINAS 
É ele quem indica, durante sua fala, o lugar em Loja e as funções não apenas dele, 
mas também das Três Luzes, o Venerável Mestre, e os Irmãos Vigilantes. 
Deduz-se daí, que ele assim o faz porque possui a experiência de ter exercido os 
cargos, ou seja, supõe-se que seu conhecimento tenha sido adquirido porque passou pela 
progressão hierárquica das Lojas Simbólicas, até ser Instalado como Venerável Mestre, 
posto maior das Oficinas. 
Executa as Doze Vibrações Argentinas na abertura da Loja, e no encerramento 
dos trabalhos. 
Troca de funções com o Mestre de Cerimônias durante a Cerimônia da 
Incensação. Assim o faz, porque o Mestre de Cerimônias é o Oficial que transita 
simbolicamente entre os Planos, e incensa ele mesmo o Átrio, para purificar o ambiente, 
quando na maioria das vezes incensa simbolicamente o 1° Experto e o Cobridor Externo. 
Dessa maneira, não haverá necessidade dos Irmãos retardatários, e que cobrem o Templo 
temporariamente, passarem por nova purificação. 
Troca de funções novamente com o Mestre de Cerimônias na circulação do Saco 
de Propostas e Informações, e com o Hospitaleiro no giro do Tronco de Solidariedade. 
Só o Cobridor Interno pode abrir ou fechar a porta do Templo. 
O Cobridor Interno identifica quem bate à porta do Templo, e faz comunicados 
eventuais ao Venerável Mestre. 
Faz a cobertura do Revigoramento e do Adormecimento da Chama Sagrada. 
É o último maçom a deixar o Templo. É ele quem fecha a porta. 
 
 
 
 
O Cobridor Interno permanece 
guardando a porta do Templo, de pé em Sinal de 
Guarda, voltado para o Oriente, tanto no 
Revigoramento, quanto no Adormecimento da 
Chama Sagrada. 
O diagrama dos Oficiasque executam o 
Revigoramento e o Adormecimento da Chama 
Sagrada, forma um dos símbolos utilizados pela 
alquimia para indicar o elemento Enxofre. 
 
 
 
 
 
 
Cabe ao Cobridor Interno executar as Doze Vibrações Argentinas na abertura da 
Loja, e no encerramento dos trabalhos. 
É uma etapa ritualística das mais tradicionais, e surge descrita pela primeira vez 
no Ritual de Aprendiz Maçom do Rito Adonhiramita publicado pelo Grande Oriente do 
Brasil em 1896. 
 
178 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A TROCA DE FUNÇÕES 
 As pancadas se denominam Argentinas, 
porque derivam do verbete latino argentum, que 
designa a prata, que era um dos metais 
empregados na Idade Média para a fabricação 
dos sinos. 
Segundo os fabricantes de sinos 
medievais, era exatamente o percentual de prata 
adicionado na liga de metais que proporcionava 
a clareza do timbre, e a pureza do som dos sinos. 
Logo, o correto é que sejam executadas 
num sino, e não num tímpano como é descrito 
alternativamente nos rituais desde 1896. 
Os sinos podem reproduzir individualmente qualquer uma das sete notas da escala 
musical, sendo aconselhável sob o ponto de vista místico que reproduzam o chamado Lá 
Fundamental, nota comum e responsável pela afinação de todos os instrumentos musicais, 
e que segundo a tradição chinesa representa o som da criação do Universo. 
Cada batida deve observar o intervalo de 3 segundos entre cada uma. 
Simbolizam, a exemplo das comunidades medievais, a convocação para os 
trabalhos, e o convite ao descanso. 
Estão associadas às 12 horas de trabalho, desde o meio-dia até a meia-noite, aos 
12 signos do zodíaco, em substituição às Colunas Zodiacais, que jamais integraram a 
decoração dos Templos Adonhiramitas, e ainda simbolizam o estímulo progressivo dos 
sete chakras principais relacionados às Emanações Cósmicas, e os cinco chakras 
secundários, associados aos sentidos objetivos. 
 
 
 
 
 
O Cobridor Interno troca de funções 
com o Mestre de Cerimônias na Cerimônia de 
Incensação, e na circulação do Saco de 
Propostas e Informações, e com o Hospitaleiro 
no giro do Tronco de Solidariedade. 
É uma prática militar, não há conotação 
mística. A troca de guarda no Palácio de 
Buckingham, na Inglaterra, por exemplo, é 
executada com um procedimento semelhante. 
O turíbulo, o Saco de Propostas e 
Informações, e o Tronco de Solidariedade. são 
seguros pela mão esquerda, e sua espada é 
repassada ao Mestre de Cerimônias, ou ao 
Hospitaleiro, pela mão direita. Ao retornar às 
suas funções, este procedimento é executado 
na ordem inversa. 
A espada de quem ocupa a função de 
Cobridor Interno é segura sempre pela mão 
direita. 
 
 
179 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
CONCLUSÃO 
O giro na troca de funções é sinistrogiro, no sentido horário. O Cobridor Interno 
se movimenta na direção de seu lado esquerdo. 
O objetivo é que os 360 graus de visão do Templo estejam sempre cobertos, ou 
seja, um olha sobre o ombro do outro. 
 
 
 
 
 
 
 
Apesar de aparentemente desempenhar 
uma função discreta, e sem muito glamour, o 
Cobridor Interno tem atuação ritualística intensa e 
relevante em todas as sessões. 
Por tudo que vimos, me parece 
recomendável manter a tradição de preencher o 
cargo com o Venerável Mestre da administração 
anterior. 
É uma função de enorme responsabilidade, 
envolvendo aspectos tanto físicos quanto 
metafísicos. 
Zela simbolicamente pela segurança 
material e espiritual dos trabalhos, e dos obreiros. 
É um dos sete cargos obrigatórios e 
necessários para abrir uma Loja Simbólica no Rito 
Adonhiramita. 
É um dos cargos mais antigos da 
Maçonaria Especulativa, juntamente com o de 
Venerável Mestre, e dos Irmãos Vigilantes. 
Deve ser ocupado preferencialmente por 
um Mestre experiente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
180 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ETIMOLOGIA 
A INSPIRAÇÃO 
OS VIGILANTES 
 
 
 
 
Na Maçonaria britânica, os Irmãos Vigilantes 
se chamam Warden, supervisor. O Primeiro 
Vigilante é o Senior Warden, e o Segundo Vigilante 
é o Junior Warden. 
De plano, vemos aí uma relação entre o 
ocupante da função e a experiência que ele possui, o 
que, no meu entendimento, é de suma importância. 
Na França, os cargos receberam a 
denominação de Surveillaint, exatamente supervisor, 
o Primeiro Vigilante Premier, e o Segundo Vigilante 
Deuxième. 
Mas a versão do francês para o português deu origem a certa confusão em relação 
ao simbolismo do cargo. No Brasil, sem motivo aparente, as denominações dos cargos 
foram traduzidas como Vigilantes, mantendo a ordenação numérica, Primeiro e Segundo. 
Ou seja, a confusão sobre a função e o simbolismo dos cargos se originou a partir da 
versão para o português, afinal, quem vigia é o Cobridor, e os Vigilantes absolutamente 
não são feitores. 
Os Vigilantes na verdade não vigiam suas Colunas, eles supervisionam e orientam 
os trabalhos dos maçons ali situados, sejam eles Aprendizes, Companheiros, ou Mestres. 
 
 
 
 
Independentemente da tradução do verbete designativo dos cargos, a inspiração 
certamente foi nas guildas medievais de pedreiros, e em nenhum herói mítico. 
Não havia graduação na Maçonaria Operativa como a conhecemos hoje, no modo 
especulativo. Havia um mestre e seus aprendizes. 
Nessa época, havia certamente aprendizes mais experientes, que poderiam auxiliar 
os mestres e supervisionar as obras. Essa tarefa, nas guildas de pedreiros medievais, acaba 
se confundido com a hierarquia posteriormente adotada de companheiros, ou seja, 
aprendizes mais experientes. 
Mas este é o conceito do cargo de Vigilante, auxiliar o mestre na condução e 
supervisão das obras. 
 
 
181 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A INSERÇÃO NOS RITUAIS 
O CONCEITO NA MAÇONARIA ESPECULATIVA 
 
 
 
 
Os cargos de Vigilantes e de Venerável Mestre são os mais antigos da Maçonaria 
Especulativa, e são obrigatórios em todos os Ritos. 
Constam desde os primeiros rituais maçônicos e da Constituição de Anderson, de 
1723, nos seguintes termos: 
“Toda promoção entre os maçons 
será baseada no seu real valor e mérito 
pessoal, pois assim serão os Lordes melhor 
servidos, os Irmãos não serão 
envergonhados, nem a Arte Real 
menosprezada. Dessa forma nem o Mestre 
nem os Vigilantes são escolhidos pela idade, 
mas sim por seus méritos”. 
Como vimos, desde a primeira ordenação oficial da Maçonaria moderna, a 
pretensão é que o cargo de Vigilante seja ocupado por capacidade, e não por tempo de 
Loja. 
Embora as Três Luzes da Maçonaria sejam o Livro da Lei, o Compasso e o 
Esquadro, Os Vigilantes posteriormente foram chamados, juntamente com o Venerável 
Mestre, de “Três Luzes da Loja” ou “Três Luzes Menores”. Há ainda autores que 
intitulam esses cargos como “Três Luzes Ritualísticas”. O certo é que, da mesma forma 
que uma Loja não pode ser aberta sem a presença do Esquadro, do Compasso, e do Livro 
da Lei, uma Oficina não pode existir sem o preenchimento destes cargos, seja em que 
Rito ou Potência for. 
No primeiro ritual Adonhiramita publicado no Brasil pelo Grande Oriente do 
Brasil, em 1836, por exemplo, os Vigilantes são citados como Dignidades que abrem as 
Lojas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não há dúvida, como vimos, de 
que os Vigilantes foram inspirados nas 
guildas de pedreiros medievais. A 
diferença é que as funções não eram 
exercidas por mestres, mas sim por 
aprendizes mais experientes que depois se 
transformaram nos companheiros. 
As expressões Senior Warden e 
Junior Warden, revelam exatamente a 
relação com a experiência adquirida pelos 
pedreiros medievais. 
Apesar dessa denominação, é pouco provável que fizessem a supervisão de 
qualquer trabalho, pois praticamente toda gerência das obras cabia ao mestre, sendo mais 
certo sua atuação como orientadores dos pedreiros maisnovos e inexperientes. 
Não vejo, portanto, qualquer possibilidade de associação com os heróis míticos e 
divindades das antigas civilizações. 
182 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
“JUSTO E PERFEITO” 
Na Maçonaria Especulativa, os Vigilantes auxiliam na construção do edifício 
moral e social, a Grande Obra dos maçons. 
 
 
 
 
 
A expressão “Justo e Perfeito” 
transformou-se num jargão maçônico, e 
numa espécie de cumprimento informal 
pelo qual nos identificamos no meio 
profano, pelo menos aqui no Brasil. 
Ao término das sessões, o Orador 
deve declarar que os trabalhos 
transcorreram “justos e perfeitos”, para 
que o Venerável Mestre possa fechar a 
Loja. 
 
 
Esta expressão foi associada aos Vigilantes, supondo-se que “justo” se refere ao 
nivelamento horizontal das pedras, conferido pelo nível; e “perfeito” ao nivelamento 
vertical, aferido pelo prumo. 
Esta tese baseou-se numa lenda, que narra supostas sabotagens ocorridas entre 
lojas operativas rivais, executadas quando pedreiros de outras guildas infiltravam-se em 
determinadas obras, e desalinhavam propositalmente as pedras, fosse na horizontal ou 
vertical, para que as paredes fossem construídas fora da esquadria, comprometendo assim 
o prazo de conclusão dos edifícios. 
É uma lenda, um mito criado apenas com a intenção de ilustrar os princípios 
maçônicos, isso jamais ocorreu. 
As catedrais e palácios medievais levavam décadas, e até séculos, para serem 
concluídas, a concorrência entre as guildas não era tão feroz assim, havia trabalho para 
todos, pelo menos no período de opulência dos reinos e do clero. Uma guilda era incapaz 
de assumir duas obras simultâneas, muitas delas se dedicaram exclusivamente a uma obra 
por mais de um século. 
Ademais, desde 1717, pelo menos oficialmente, os maçons são exclusivamente 
especulativos, ou seja, construímos apenas edifícios morais, e não prédios físicos. 
A expressão se refere na verdade a Noé, o patriarca bíblico, único ser humano 
considerado justo e perfeito por IAVEH, que o incumbiu de preservar os seres viventes e 
transmitir o conhecimento para a civilização pós-diluviana, conforme relato do Livro do 
Gênesis, 6, 9. 
A Lenda Noaquita, aliás, foi a primeira versão da Lenda do Terceiro Grau adotada 
pela Maçonaria moderna. 
Na reforma das Constituições de Anderson, ocorrida em 1738, ele afirma que “um 
maçom é obrigado na sua dependência a observar a lei moral como um verdadeiro 
Noaquita... Por estarem todos de acordo com os três grandes artigos de Noé”. 
Portanto, quando o Orador pronuncia “Justo e Perfeito”, ele está afirmando que os 
trabalhos foram executados com justiça, observando-se todas as regras morais e éticas de 
comportamento, e que não são necessárias correções, por isso estão perfeitos. 
 
 
 
 
183 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS PUNHOS 
O COLAR 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita, os Vigilantes usam punhos na cor azul celeste, com bordados 
dourados nas extremidades. 
 Os punhos do 1° Vigilante têm o símbolo 
do Nível, e os do 2° Vigilante o do Prumo. 
Ambos são investidos dos punhos na 
Sessão Magna de Instalação e Posse das 
administrações. 
Os punhos representam a autoridade dos 
Vigilantes. 
Na hipótese da ausência dos titulares dos 
cargos, os Mestres que os substituírem devem 
utilizar os punhos durante aquela sessão. Por essa 
razão, é recomendável que os punhos sejam 
guardados no próprio Templo, e não fiquem de 
posse dos titulares dos cargos. 
Os punhos são uma espécie de bracelete, ou luvas de cano longo, chamados de 
gauntlet em inglês, e no início da Maçonaria Especulativa formavam uma peça única com 
as luvas. 
Foram inspirados nas luvas do período operativo, feitas de tecido mais grosso, que 
tinham como função proteger os punhos e parte do antebraço dos pedreiros. 
Adotaram oficialmente o formato e o simbolismo que conhecemos hoje em 1884. 
 
 
 
 
 
Diferentemente dos demais Mestres e 
Oficiais, os Vigilantes no Rito Adonhiramita 
não usam faixas, mas sim colares, onde são 
penduradas as respectivas joias do cargo. 
Possuem a cor azul celeste e bordados 
em dourado. 
São investidos deles na Sessão Magna 
de Instalação e Posse das administrações. 
Não possuem simbolismo por si só, na 
verdade são apenas a peça do vestuário em que 
a Joia do cargo é pendurada, esta sim possui 
simbolismo próprio. 
 
Os colares sempre foram utilizados como adornos desde as primeiras civilizações, 
simbolizando um status diferenciado para que os utilizava, geralmente os colares eram 
acompanhados de joias, amuletos, símbolos religiosos e místicos. Tratava-se de um 
adorno para ser visto à distância. Os colares Adonhiramitas também possuem essa função 
de visibilidade à distância. 
Da mesma forma que os punhos, nos casos de substituição temporária dos titulares 
dos cargos, os Mestres que desempenharem as funções durante as sessões deverão utilizá-
184 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O MALHETE 
A PEDRA BRUTA 
los. Por essa razão também devem ser guardados no Templo, e não com os titulares dos 
cargos. 
 
 
 
 
 
 
Os Vigilantes usam malhetes para simbolizar o seu poder, 
entendendo-se a expressão “poder” como instrumento de 
demonstração de autoridade, e nenhum dom metafísico, 
paranormal ou sobrenatural. 
Recebem os malhetes na Sessão Magna de Instalação e 
Posse da administração da Loja. 
Na antiguidade os malhetes, martelos, maços e 
instrumentos similares representavam o poder, pois 
amplificavam a força de quem os usava. 
A representação mitológica mais relevante deste conceito 
é a do martelo Mjolnir, da divindade nórdica Thor, deus do 
trovão. 
No período operativo, era um maço maior, que possibilitava golpes de maior 
intensidade, e vem daí o simbolismo na Maçonaria Especulativa. 
Geralmente são feitos de madeira, mas não há uma padronização quanto ao 
material nem ao seu tamanho. 
Simbolicamente, não são o mesmo instrumento utilizado no desbaste da Pedra 
Bruta. 
 
 
 
 
 
A Pedra Bruta fica na base do altar do 2° 
Vigilante. 
Representa a inteligência humana no seu 
estado mais rudimentar e a alma humana pouco 
evoluída. Isso significa moldar a personalidade, e 
retificar a conduta pessoal. 
Seu simbolismo está atrelado ao cargo de 2° 
Vigilante. 
Desbastar e esquadrejar a Pedra Bruta é a 
tarefa dos Aprendizes, e cabe ao 2° Vigilante 
orientar e auxiliar os Aprendizes nesta tarefa. 
 
 
Não se ensina o ângulo do corte, ou a intensidade da força aplicada pelo maço, 
mas identifica-se as imperfeições, e se propõe a correção. 
Apontar os erros neste sentido, é uma questão didática e necessária, e não deve 
ser encarada pelos Aprendizes como constrangimento. 
Da mesma forma, a correção deve ser conduzida com cuidado e habilidade pelo 
2° Vigilante, para não ocasionar constrangimentos, humilhação, ou quaisquer outros 
sentimentos indesejáveis no Aprendiz. 
 
 
185 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A PEDRA POLIDA 
A DISCIPLINA 
 
 
 
 
 
 
A Pedra Polida fica na base do altar do 1° 
Vigilante. 
Representa a inteligência moldada e 
evoluída de seu aspecto primário e primitivo, 
pronta para ser empregada na construção do 
edifício social. É o estágio seguinte ao Grau de 
Aprendiz. 
Seu simbolismo está atrelado ao cargo de 
1° Vigilante. 
Polir a Pedra Bruta é a tarefa dos 
Companheiros Maçons. 
Isso significa aperfeiçoar a personalidade e 
requintar nossa conduta, que foram preparadas e 
fundamentadas no Grau anterior. 
Cabe ao 1° Vigilante orientar e auxiliar os Companheiros nesta tarefa. 
Usar o maço e o cinzel para tornar uma superfície perfeitamente lisa é uma tarefa 
difícil, e um trabalho individual intransferível. 
Há um ensinamento dos mais relevantes aqui, nenhum de nós possui luz própria, 
apenas refletimos a luz emanada do Grande Arquiteto do Universo, e quanto mais formos 
capazesde polir a superfície de nossas Pedras, que já foram Brutas, mais reluzentes, e 
arautos da Verdadeira Luz seremos. 
 
 
 
 
 
“Cumprir as obrigações do Estado em que a Providência nos colocou...” 
 
Esta é a primeira obrigação de um 
maçom, se refere à disciplina, à ordem, à 
submissão da vontade, e ao respeito, seja à 
família, à sociedade, à Pátria, ao Grande 
Arquiteto do Universo, à Ordem, e, 
principalmente, a si mesmo. 
Os Aprendizes são auxiliados pelo 2° 
Vigilante a moldar sua postura, sob os pontos 
de vista ético e moral, e da mesma forma o são 
os Companheiros pelo 1° Vigilante. 
 
Neste raciocínio, obedecer não deve ser confundido como condição de 
inferioridade, mas de humildade, de reconhecimento de que qualquer um de nós tem 
condição de evoluir e se tornar um ser humano melhor, e que sempre teremos algo a 
aprender. 
Apontar os erros, neste sentido, é uma questão didática e necessária, e não uma 
coação ou imposição. 
186 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A INVERSÃO DAS COLUNAS 
O SOL E O MERIDIANO 
Os Aprendizes e Companheiros devem ser orientados a acompanhar as sessões 
pelo ritual, observar e prestar atenção em tudo o que ocorre no Templo, e manter postura 
correta durante os trabalhos. 
 
 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita, as Colunas são 
invertidas em relação a outros Ritos, como o Rito 
Escocês Antigo e Aceito por exemplo. 
Esta posição se deu muito provavelmente em 
função da obra de Samuel Prichard, “Maçonaria 
Dissecada”, de 1730. 
Assim, o 2° Vigilante fica na Coluna do Norte, 
denominada Coluna “J”, à esquerda de quem entra no 
Templo, e o 1° Vigilante na Coluna do Sul, Coluna 
“B”, à direita. 
O Norte é a parte mais escura, e que recebe 
menor claridade no hemisfério norte, é lá que se 
sentam os Aprendizes, que não são ainda capazes de 
se expor a uma intensidade maior de luz. 
O Sul é a parte mais iluminada no hemisfério norte, é lá que sentam os 
Companheiros, já habituados à claridade. 
Nos Templos Adonhiramitas as Colunas se encontram alinhadas no mesmo eixo, 
lado a lado, como no pórtico do Templo de Salomão, porém, do lado de dentro. 
 
 
 
 
 
“Para melhor observarem a passagem do Sol pelo meridiano...” 
 
Meridianos são eixos imaginários, 
que partem dos dois polos extremos do 
planeta, Norte e Sul. 
Portanto, vistos da posição dos 
Vigilantes, seriam curvas sucessivas 
partindo do Oriente (Leste), e se encerrando 
atrás deles no Ocidente (Oeste). 
Assim, é possível visualizar, de 
modo imaginário, é claro, o trânsito 
aparente do Sol no firmamento, iniciando 
sua carreira atrás do Trono do Venerável 
Mestre, e progressivamente atingir o zênite, 
no centro do Templo, localizado 
exatamente no eixo Norte-Sul. 
 
 
 
187 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O INTERROGATÓRIO 
ASSOCIAÇÃO COM A CABALA 
O que os ritualistas pretendiam, é que os Vigilantes enxergassem simbolicamente 
o meio-dia, o período do dia em que supostamente as sombras são mais verticais, portanto 
todas iguais, quando se iniciam nossos trabalhos. 
 
 
 
 
 
Durante o processo de Abertura da Loja, 
no Rito Adonhiramita, é feito um Interrogatório 
pelo Venerável Mestre, dirigido ao Cobridor 
Interno e aos Vigilantes. 
Aparentemente é uma etapa 
desnecessária, pois todos em Loja devem saber 
as respostas, já que são maçons. 
Isto é um resquício dos antigos 
catecismos, que eram repetidos exaustivamente 
para os Aprendizes a fim de que eles se 
conscientizassem de suas obrigações. 
Saint-Victor, na Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita, faz severas 
críticas a esta etapa, e afirma que foi corrompida, considerando os procedimentos dos 
cristãos primitivos e das Ordens Medievais de Cavalaria, propondo inclusive sua 
extinção. 
O fato é que nunca deixaram de existir em nossos rituais. 
E na maioria das vezes, apesar da repetição, nos damos conta que pouco 
aprendemos. 
É quase impossível vencer nossas paixões, submeter nossa vontade e ser 
reconhecido como maçom por outro Irmão. 
Entendo, assim como os ritualistas, que devemos ser advertidos sempre disso, e 
que os verbos estão no infinitivo para nos alertar que a tarefa é contínua e interminável. 
Esse é o combate que todo maçom deve travar diariamente consigo mesmo, na eliminação 
progressiva de seu ego, de modo a que seu Mestre Interior possa se libertar das amarras 
que o prendem. 
 
 
 
 
Na correspondência entre o desenho da Árvore da 
Vida e a distribuição dos cargos em Loja no Rito 
Adonhiramita, O 2° Vigilante está associado a HOD, a 
Glória, relacionada ao número OITO. 
HOD é associada à mente individual, intelectual, à 
lógica, à força da mente, à criatividade, logo à Beleza de 
nossas obras. 
Nos Arcanos Menores das Escolas de Mistério, 
HOD está relacionada aos pedreiros, aos construtores da 
forma. 
Alguns autores associam HOD ao avental maçônico, 
porque está relacionada ao trabalho de construir. 
 
188 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ASSOCIAÇÃO COM A ASTRONOMIA 
A PROCISSÃO 
Mas para sua perfeita manifestação, é necessário estar harmonizada pela sefirote 
oposta, NETZACH, associada ao 1° Vigilante, ou seja, os dois Vigilantes devem trabalhar 
juntos e harmonicamente. 
NETZACH é a Vitória, relacionada a IEOVAH SABAOTH, o Senhor dos 
Exércitos e ao número SETE. 
É a sefirote da firmeza, da sustentação, a Força de nossas Colunas. 
NETZACH aproxima a mente intelectual e lógica da fé, que vai levar à 
espiritualidade, por isso chama-se “Inteligência Oculta”. 
HOD e NETZACH são respectivamente as bases dos pilares da Severidade e da 
Misericórdia. 
 
 
 
 
 
 
Na correspondência com a Abóbada Celeste de 
nossos Templos, O 2° Vigilante está associado à Lua, 
à parte mais escura do Templo, e à noite. 
A Lua simboliza os ritmos biológicos e os 
ciclos da vida, nascimento – vida – morte – 
renascimento. 
É por esse lado mais escuro que ingressamos 
na Maçonaria. 
O 1° Vigilante não está associado a nenhum 
astro real, mas a um símbolo maçônico, a Estrela de 
Cinco Pontas, que representa o homem e o 
Companheiro Maçom, cujo significado será 
aprofundado no Grau seguinte. 
 
 
 
 
 
 No cortejo de entrada, o 2° Vigilante posiciona-se na fileira correspondente à 
Coluna do Norte, à direita do Mestre de Cerimônias, e fica atrás do Chanceler. 
 É o último Mestre da Coluna do Norte a ingressar no Templo, e dirige-se 
diretamente a seu Altar, sem a necessidade de circulação. 
 Na saída, em relação à Coluna do Norte, o Arquiteto e o Cobridor Interno deverão 
nele permanecer para o Adormecimento da Chama Sagrada. 
Nesta ocasião, deverá completar a circulação, seguindo pelo Norte até o limite do 
Ocidente e Oriente, e descer pelo Sul, até a porta do Templo. 
 O 1° Vigilante coloca-se do lado oposto, na fileira correspondente à Coluna do 
Sul, à esquerda do Mestre de Cerimônias, e se posiciona atrás do Tesoureiro. 
 É o último Mestre do Ocidente a ingressar no Templo. 
 Deve fazer a circulação ritualística, seguindo pelo Norte, até chegar em seu Altar 
na base da Coluna do Sul. 
 Na saída, seguirá diretamente para a porta do Templo sem a necessidade de 
circulação, lembrando que em relação à Coluna do Sul, o 2° Experto deverá permanecer 
no interior do Templo para o Adormecimento da Chama Sagrada. 
189 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
POSIÇÃO NO TEMPLO 
O HEXAGRAMA 
 
 
 
 
 
 O 2° Vigilante ocupa um Altar, na base da Coluna do Norte. 
 O 1° Vigilante ocupa um Altar, na base da Coluna do Sul. 
 No Rito Adonhiramita, a posição das colunas é paralela, e os Vigilantes trabalham 
lado a lado. 
 
 
 
 
 
 
Se traçarmos retas imaginárias entre as Três Luzes da Loja, veremos desenhado 
um triângulo com o vértice voltado para cima. Representa o Plano Espiritual. 
Ou seja, a Chama Sagrada, ou Fogo Eterno, desdobrada e manifestada em 
Sabedoria, Força e Beleza.190 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ATRIBUIÇÕES 
Se traçarmos retas imaginárias entre as duas 
Dignidades com assento no Oriente, Orador e 
Secretário, e no Ocidente, o Cobridor Interno, 
veremos desenhado um triângulo com o vértice 
voltado para baixo. 
Representa o Plano Material, a lei, a ordem 
e a vigília, ou, se preferirmos, a organização, o 
tempo, e o espaço. 
Se sobrepusermos essas duas figuras, 
veremos traçado o Hexagrama, a Estrela de Davi. 
Nessa hipótese, os Vigilantes são a base do 
Triângulo Espiritual, representado pelos dois 
Vigilantes e o Venerável Mestre. 
 
 
 
 
 
 
Os cargos de Vigilante são 
preenchidos através de eleição direta, apurada 
pela maioria simples de votos da assembleia. 
São cargos eletivos. 
Os Vigilantes são duas, das sete 
Dignidades de uma Loja, e cargos 
obrigatórios. 
O 1° Vigilante possuí assento em local 
definido no Ocidente, do lado Sul do Templo, 
na base da Coluna da Força. 
O 2° Vigilante possui assento em local 
definido no Ocidente, do lado Norte do 
Templo, na base da Coluna da Beleza. 
Ocupam altares, e não mesas, que ficam em patamar mais elevado que o piso do 
Templo no Ocidente, respectivamente, Altar da Beleza e Altar da Força. 
Os cargos possuem regulamentação muito simples no Regulamento Geral da 
Federação, nos seguintes termos: 
“Art. 119 – Os Vigilantes têm a direção das Colunas da Loja, conforme determina 
o respectivo ritual. 
Art. 120 – Compete ao Primeiro Vigilante 
I – Substituir o Venerável Mestre de acordo com o Estatuto ou ritual 
II – Instruir os maçons sob sua responsabilidade de acordo com o ritual 
Art. 121 – Compete ao Segundo Vigilante 
I – Substituir o Primeiro Vigilante de acordo com o Estatuto ou ritual 
II – Instruir os maçons sob sua responsabilidade de acordo com o ritual”. 
Ambos os cargos possuem funções apenas ritualísticas. 
 
 
 
 
 
191 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
REQUISITOS 
POSTURA 
 
 
 
 
O ritual e os regulamentos 
determinam apenas que o ocupante 
dos cargos de Vigilante sejam 
Mestres, sem a necessidade de 
cumprimento de interstício desde a 
colação do Grau, e também não sem a 
obrigatoriedade de serem Mestres 
Instalados. 
Devem ter compromisso, zelo e dedicação, bem como assiduidade, pois 
Aprendizes e Companheiros dependem de sua atuação. Além disso, a Loja não poderá ser 
aberta sem a sua presença. 
Devem conhecer bem os rituais, e os princípios maçônicos. 
Devem ser atentos, além de possuir boa dicção e impostação de voz, para que suas 
falas sejam ouvidas e compreendidas em qualquer lugar do Templo. 
Devem ser experientes, e demonstrar qualidades de organização, planejamento e 
liderança. 
É imprescindível possuir didática apurada, pois a transmissão da Doutrina e sua 
preservação depende diretamente de seu desempenho. 
Acima de tudo, devem possuir bom senso e capacidade de avaliação. 
Devem se mostrar solícitos com Aprendizes e Companheiros, mas também com 
qualquer Mestre de suas Colunas. 
Por todas essas razões, devem ter postura exemplar em Loja. 
 
 
 
 
 
 
 
A Maçonaria é uma Escola de 
Mistérios, e os vigilantes são seus 
principais professores, pois são os 
instrutores dos Aprendizes e dos 
Companheiros. 
Serão observados como 
exemplos pelos maçons mais novos, 
portanto, a postura, e a conduta de 
ambos, deve ser a mais perfeita possível. 
Mais do que nenhuma outra 
Dignidade, Oficial ou Mestre, devem 
atuar estritamente de acordo com o 
ritual. 
Não devem errar na leitura, nem titubear na execução da ritualística. 
Devem tratar os obreiros de suas respectivas Colunas com fraternidade, porém 
exercendo sua autoridade, e exigindo destes o comportamento compatível, e o 
cumprimento do dever. 
Devem estar atentos à queima das velas de seus Altares, substituindo-as quando 
necessário, ou revigorando-as quando possível. 
192 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A JOIA DO 2° VIGILANTE 
A JOIA DO 1° VIGILANTE 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS – 2° VIGILANTE 
Seus altares jamais devem ser desguarnecidos com a Loja aberta. Na hipótese de 
ausência temporária, outro Mestre deverá substitui-los. 
Devem ter em mente que simbolizam a Beleza e a Força, duas das Colunas de 
Sustentação de nossos Templos. 
Usam o verbo sentados, pois ocupam altares, e são os últimos a falar em suas 
respectivas Colunas. 
 
 
 
 
 
A Joia do 2° Vigilante é um Prumo estilizado. 
O prumo é um instrumento utilizado na construção civil para aferir 
o alinhamento das paredes com relação ao plano vertical. É uma herança 
dos símbolos das corporações medievais de pedreiros. 
Simboliza, doutrinariamente, a retidão que deve nortear a conduta 
de todos os maçons, que não deve permitir qualquer desvio ou inclinação. 
Não há qualquer conotação mística. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Joia do 1° Vigilante é o Nível, 
instrumento utilizado na construção para aferir o 
alinhamento horizontal das paredes. É, igualmente, 
uma herança dos símbolos do período operativo. 
Simboliza, doutrinariamente, a consciência 
de que todos somos iguais, nivelados da mesma 
maneira pelo Grande Arquiteto do Universo. 
Nenhum maçom é melhor ou pior que outro. 
Não há nenhuma conotação mística. 
 
 
 
 
O 2° Vigilante comanda a Coluna do Norte, a Coluna “J”, o Setentrião, 
simbolicamente a parte menos iluminada em nossos Templos, com base na posição do 
Sol no hemisfério norte. Lá se sentam os Aprendizes. 
É o responsável pela instrução dos Aprendizes, e auxilia o Venerável Mestre a 
abrir e fechar a Loja. 
Executa o Revigoramento e o Adormecimento da Chama da Beleza, que foi 
desdobrada em seu Altar. 
Usa o malhete ritualisticamente, e não sua espada. 
Concede e cassa a palavra na sua Coluna. 
 
193 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
FUNÇÕES RITUALÍSTICAS – 1° VIGILANTE 
O CERIMONIAL DO FOGO 
É o responsável pelo planejamento do Quarto de Hora de 
Instrução nas sessões do Grau de Aprendiz. 
É o 2° Vigilante quem solicita o aumento de salário dos 
Aprendizes. O exame do Grau será efetuado pela Comissão de 
Admissão e Graus. Deve orientar os Aprendizes na formulação 
de seus trabalhos. 
É incensado por três vezes pelo Mestre de Cerimônias, na 
Cerimônia da Incensação. 
Quando o 2° Vigilante se levanta, toda a Coluna do Norte 
se levanta, sem necessidade de comando, devendo todos ficarem 
de pé, sem estar à Ordem. 
 
 
 
 
 
 
 
O 1° Vigilante comanda a Coluna do Sul, a 
Coluna “B”, o Meridião, simbolicamente, parte mais 
iluminada que o Norte em nossos Templos. com base 
na posição do Sol no hemisfério norte. Lá se sentam os 
Companheiros. 
Comanda também todo o Ocidente, incluindo o 
2° Vigilante, e não apenas a Coluna do Sul. 
É o responsável pela instrução dos 
Companheiros, e também auxilia o Venerável Mestre a 
abrir e fechar a Loja. 
Executa o Revigoramento e o Adormecimento 
da Chama da Força, desdobrada em seu Altar. 
 
Usa o malhete ritualisticamente, e não sua espada. 
Concede e cassa a palavra na sua Coluna, e em todo o Ocidente, se necessário. 
É o responsável pelo planejamento do Quarto de Hora de Instrução nas sessões do 
Grau de Companheiro. 
É o 1° Vigilante quem solicita o aumento de salário dos Companheiros. O exame 
do Grau será efetuado pela Comissão de Admissão e Graus. 
Deve orientar os Companheiros na formulação de seus trabalhos. 
É incensado por três vezes pelo Mestre de Cerimônias, durante a Cerimônia da 
Incensação. 
Quando o 1° Vigilante se levanta, todo o Ocidente se levanta, sem a necessidade 
de comando, devendo todos ficarem de pé, sem estar à Ordem. 
 
 
 
 
No Cerimonial do Fogo, cabe aos Vigilantes revigorar as Chamas de suas 
respectivas Colunas, Força e Beleza. 
 
194 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
CONCESSÃO DA PALAVRA 
O desdobramento da Chama sagrada se dá 
exatamente nesta ordem, SABEDORIA = Venerável 
Mestre, FORÇA= 1° Vigilante, e BELEZA = 2° Vigilante. 
No Adormecimento do Fogo, a ordem de execução 
é inversa, BELEZA, FORÇA e SABEDORIA. 
Há uma fala ritualística para os Vigilantes em ambas 
as cerimônias. 
O acendedor, ou abafador, deve ser elevado à altura 
de seus olhos durante a fala, e antes de revigorar ou 
adormecer as Chamas. 
Os Vigilantes recebem o acendedor, ou o abafador, 
do Mestre de Cerimônias pelo seu lado esquerdo, passivo, 
aquele que recebe, e o devolvem pelo lado direito, ativo, 
aquele que dá. 
 
No caso das Chamas eventualmente se apagarem, cabe a eles mesmos a revigorar, 
após receber o acendedor do Mestre de Cerimônias. 
Nas sessões do Grau de Aprendiz, há apenas uma vela no candelabro das Três 
Luzes, que totalizam exatamente a idade do Aprendiz. 
Não existe proibição da adição de iluminação cênica nos Altares, como por 
exemplo, luzes elétricas acesas ou apagadas sincronizadamente. 
 
 
 
 
 
 
Cabe aos Vigilantes conceder a palavra 
em suas respectivas Colunas. A Coluna do 
Norte faz uso do verbo em primeiro lugar. 
Fazem isso apenas dizendo: “- Podeis 
falar, Amado Irmão”. A indicação de quem 
recebe a concessão deve ser clara para não gerar 
dúvidas, se for o caso o obreiro pode ser 
nominado. 
O ideal é que a palavra circule em 
conformidade com a hierarquia dos cargos nas 
duas Colunas, iniciando pelo Chanceler na do 
Norte, e pelo Tesoureiro na do Sul, encerrando 
pelos Mestres sem função em ambas as 
Colunas. 
No Rito Adonhiramita, Aprendizes e Companheiros não falam durante as sessões, 
a não ser para defender seus trabalhos entre Colunas, no exame de Grau, também 
realizado entre Colunas, no Escrutínio Secreto, e nas sessões de finanças. 
A palavra pode ser cassada por um golpe de malhete pelo 2° Vigilante na Coluna 
do Norte, e da mesma maneira em todo o Ocidente pelo 1° Vigilante. 
São motivos para cassar a palavra, a falta de decoro, assuntos de outros Graus, 
instruções inadequadas, matérias não relacionadas com a Doutrina, etc. 
O Venerável Mestre tem a prerrogativa de interferir nesse processo, caso 
necessário. 
A palavra não retorna. Não existe mais a concessão “por graça”. Só poderá ser 
concedida novamente “pela ordem”, nas hipóteses em que forem necessários 
195 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
BATERIA INCESSANTE E USO DO MALHETE 
esclarecimentos sobre alguma matéria em apreciação, ou “por questão de ordem”, nos 
casos em que houver descumprimento de normas ritualísticas ou legais. 
Não há obrigatoriedade de autorizar desfazer o Sinal do Grau durante a fala dos 
obreiros. O que os rituais preveem é essa concessão para os Irmãos que possuem 
dificuldade em manter a postura, e os visitantes de outros Ritos, que não possuem essa 
prática. 
Quando é concedido o desfazimento do Sinal, a expressão utilizada é: “-Podeis 
desfazer o Sinal, Amado Irmão”. Ninguém fala “à vontade” em Loja. 
A palavra circula em Loja nas seguintes ocasiões: na leitura do Balaústre, para 
dirimir dúvidas, ou sugerir correções; na Ordem do Dia, para apresentação de propostas, 
e solicitação de esclarecimentos sobre a matéria que está sendo apreciada; na Palavra 
Análoga ao Quarto de Hora de Instrução, para os comentários referentes à peça de 
arquitetura apresentada; na Palavra à Bem da Ordem em Geral e do Quadro em Particular, 
para a apresentação de comunicados relevantes, e de interesse da Loja ou da Ordem, e na 
Palavra Análoga ao Ato, referente às sessões especiais, restrita a observações referentes 
ao ato praticado durante a reunião. 
 
 
 
 
Os aplausos maçônicos previstos no 
ritual são executados com os malhetes, no 
caso das Três Luzes da Loja. 
De modo geral, é o Venerável Mestre 
quem comanda seu início e fim, mas no caso 
do Venerável Mestre receber uma 
homenagem, por exemplo, essa Bateria será 
comandada pelo 1° Vigilante. 
Na hipótese do Venerável Mestre não 
comandar a Bateria Incessante, mesmo que 
possa fazê-lo, e o 1° Vigilante tenha o 
entendimento que ela deve ser executada, é 
recomendável que permaneça passivo. Essa 
postura pode provocar a interpretação de 
questionamento da autoridade do Venerável 
Mestre, e causar constrangimentos 
desnecessários. 
 
 
 
O 2° Vigilante jamais comanda a Bateria Incessante. 
A Bateria Incessante é uma homenagem por aplausos maçônicos, e não deve ser 
utilizada de outra forma, ou com outro objetivo. 
Quando o malhete não está sendo utilizado ritualisticamente, deve ser mantido 
sobre o altar, e não junto ao peito. 
A Bateria do Grau, sempre que a circunstância reclame, é executada com o 
malhete pelas Três Luzes da Loja. 
Os malhetes também são utilizados para interromper determinada etapa 
ritualística, e dar início a outra. 
Esotericamente, os malhetes tem a propriedade, através de pancadas secas e 
bruscas, de alternar a frequência vibratória da Loja. 
O golpe deve ser firme, mas não violento. 
 
196 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
EM VISITA A OUTRAS LOJAS 
AS INSTRUÇÕES 
 
 
 
 
 
 
Há quem defenda o uso dos paramentos de 
Vigilante, quando em visita a outras Lojas. Não é 
esta minha opinião. 
Entendo que essa prática não é adequada. O 
representante da Loja é o Venerável Mestre, e 
apenas ele deve ir paramentado em visita a outras 
Oficinas. 
Nesta ocasião, o Venerável Mestre ocupará assento no Oriente, como Mestre 
Instalado, e nesse caso estará visivelmente representando a Loja e recebendo as honras, 
ou, caso haja a possibilidade, sentará ao lado esquerdo do Venerável Mestra da Loja 
visitada, a convite deste. 
Quanto aos Vigilantes, na minha opinião, devem usar os paramentos de Mestre 
Maçom, ou Mestre Instalado, conforme o caso, e da mesma forma ocupar lugares de 
acordo com sua qualidade e Grau, lembrando que a direção que fazem na Loja na qual 
estão investidos no cargo é ritualística, e não administrativa, ou seja, não há 
representatividade fora dela. 
 
 
 
 
Tanto no que se refere aos 
Aprendizes, quanto aos Companheiros, a 
instrução destes é da competência 
exclusiva dos respectivos Vigilantes, e 
não pode ser delegada, apesar de ser 
permitido que outros Mestres ocupem o 
Quarto de Hora de Instrução. 
O recomendável é que a 
apresentação seja avaliada pelos 
Vigilantes, para que estes possam 
constatar sua validade, considerando o 
estágio de aprendizado dos Aprendizes e 
Companheiros. 
Cabe a eles, portanto, o 
planejamento das instruções a serem 
ministradas de forma progressiva e 
cumulativa. 
 
 
O ingresso de novos Aprendizes e Companheiros em suas Colunas, não deve 
prejudicar o ritmo e o andamento dos ensinamentos já ministrados aos mais antigos. 
A instrução não deve se restringir às sessões, Aprendizes e Companheiros devem 
ser acompanhados e orientados pelos Vigilantes permanentemente, inclusive, e 
principalmente, fora do Templo. 
É importante ter em mente que cada caso é um caso, a evolução da aprendizagem 
é individual, os Vigilantes devem estar atentos para atuar de acordo com a necessidade 
de cada um de seus “alunos”. 
197 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
AS FERRAMENTAS DIGITAIS 
O QUARTO DE HORA DE INSTRUÇÃO 
Os Vigilantes são os professores e educadores dos Aprendizes e Companheiros, 
devem, inclusive, indicar a literatura mais adequada a cada situação. 
É recomendável constar do currículo mínimo de aprendizado dos Aprendizes e 
Companheiros as seguintes disciplinas: 
• História da Maçonaria; 
• História do Rito; 
• Ritualística; 
• Simbolismo do Grau, e 
• Legislação Maçônica. 
É fundamental que os Vigilantes tenham o entendimento que interstício regulamentar 
não significa obrigatoriedade de aumento de salário. A promoção dos Aprendizes e 
Companheiros deve ser concedida por mérito, por aproveitamento. 
 
 
 
 
 
Na minha opinião, a tecnologia deve 
ser aliada dos Vigilantes no desempenho das 
funções de instrutores dos Aprendizes e 
Companheiros.As ferramentas digitais atualmente 
disponíveis, e acessíveis a todos, oferecem 
recursos valiosos para o aprofundamento das 
instruções e ensinamentos, como 
complementação do conteúdo apresentado 
nos Templos. 
São opções digitais, dentre as inúmeras possibilidades: Grupos de Aprendizes e 
Companheiros, dirigidos pelos respectivos Vigilantes no WhatsApp, Telegram, Signal, 
etc.; videoaulas em plataformas de videoconferência, dirigidas especificamente a cada 
Grau; disponibilização de conteúdo online para estudo e indicação de fontes confiáveis 
na internet, etc. 
Ressalto que com a oferta de grupos maçônicos da atualidade nas redes sociais, é 
imprescindível que os vigilantes acompanhem a participação dos Aprendizes e 
Companheiros neles, para que não haja prejuízo de sua formação. 
 
 
 
 
O período de nossas sessões destinado à 
transmissão de ensinamentos aos Aprendizes e 
Companheiros, no Rito Adonhiramita, é 
denominado Quarto de Hora de Instrução, e não 
deve ser negligenciado, pois o tempo é mínimo 
diante da complexidade da Doutrina. 
A responsabilidade sobre o que será 
apresentado é dos Vigilantes, que poderão delegar 
a instrução a outro Mestre à sua escolha. 
É importante, no entanto, que o conteúdo 
seja previamente examinado para constatação da 
validade em relação à progressão do aprendizado. 
198 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A LINHA DE SUCESSÃO 
CONCLUSÃO 
 
Devem ser apresentadas peças de arquitetura voltadas para o simbolismo e a 
ritualística, para melhor aproveitamento da visualização da decoração dos Templos. 
Devem ser referentes à Doutrina do Rito praticado pela Loja, pois os Aprendizes 
e Companheiros estão em formação. 
Devem ser evitados os seguintes temas, dentre outros: Doutrina e simbolismo de 
outros Ritos, diferentes do praticado pela Loja; textos de autoestima ou motivacionais; 
textos referentes a religiões; assuntos estranhos à Maçonaria, e temas políticos. 
 
 
 
 
 
 
 
Boa parte das Oficinas atualmente, 
mantém a prática da ordenação cronológica 
como fator de ocupação dos cargos de 
Vigilante, em função do tempo de Ordem, do 
e ingresso na Loja. Creio que esta não seja a 
opção mais adequada, ao menos se não forem 
acrescidos outros requisitos. 
Diante do que vimos até aqui, fica 
clara a necessidade que os Vigilantes sejam 
obreiros preparados para o desempenho das 
tarefas. O futuro da Loja, do Rito e da Ordem em geral depende diretamente de suas 
atuações. 
A meritocracia tem perigosamente se afastado da prática das Lojas, e os prejuízos 
começam a se acumular, e se tornar cada vez mais evidentes. 
O prazer de frequentar a Loja, o estímulo ao amor pela Maçonaria, e o interesse 
nos estudos, depende do trabalho dos Vigilantes. Essa é uma medida das mais importantes 
para combater a evasão maçônica. 
É dever das Lojas formar novos maçons, e torna-los Mestres bem preparados. 
Os Vigilantes, mais do que outros Mestres, Oficiais, e Dignidades, devem ser 
exemplos, devem ser admirados pelos Aprendizes e Companheiros. 
É importante salientar também, que os Vigilantes estão inseridos na cadeia de 
comando, e na linha de sucessão da Oficina, ou seja, estão aprendendo como dirigir a 
Loja, iniciando por uma Coluna apenas, instruindo novos membros, que são os 
Aprendizes; dirigindo todo o Ocidente, e também obreiros mais instruídos, que são os 
Companheiros, e se formando como líderes. 
 
 
 
 
Os Vigilantes são dois, dos três 
cargos mais importantes de uma Loja. São 
suas Luzes, eles as dirigem. 
Não existem Lojas Simbólicas 
sem eles. 
Por tudo que vimos, me parece 
recomendável que o Mestre que irá ocupar 
o cargo esteja bem preparado, e ciente do 
 
199 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
compromisso e responsabilidade que 
estará assumindo. 
O futuro da Loja, do Rito, e da própria Ordem, depende diretamente deles. 
Não pode haver negligência no desempenho dos cargos. 
Venerável é um adjetivo associado a alguém digno de veneração. E é como 
Vigilante que o Mestre Maçom demonstrará essa qualidade. 
Acima de tudo, devemos ter em mente que os Vigilantes também estão 
aprendendo, e nesse sentido, todo apoio, amplo e incondicional, deve ser concedido a 
eles. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
200 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ETIMOLOGIA 
VENERANÇA E VENERALATO 
O VENERÁVEL MESTRE 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na Maçonaria britânica, o Venerável 
Mestre se denomina Worshipfull Master, 
exatamente Venerável Mestre, se traduzido 
para o português. 
Na França o verbete correspondente 
é le Vénérable, igualmente Venerável 
Mestre, e assim foi traduzido para o nosso 
idioma. 
Venerável é um adjetivo de dois 
gêneros, que designa alguém digno de 
veneração e respeito. 
É esse exatamente o conceito do 
Mestre que dirige a Loja, alguém digno de 
admiração e respeito por parte dos demais 
obreiros. 
Ou seja, o termo se refere a uma qualidade, ou condição, conquistada pela conduta, 
exemplo, e atitudes, que é observada pelos outros, e não por nós mesmos. 
O Venerável Mestre é o maçom que mais deve se aproximar da expressão “ser 
reconhecido como tal”. 
 
 
 
 
 
No jargão maçônico, os 
vocábulos “venerança”, ou 
“veneralato”, se referem ao período de 
gestão de um Venerável Mestre. 
Os verbetes constam inclusive 
de alguns dicionários informais da 
língua portuguesa. 
As regras ortográficas, para a 
formação de palavras na língua 
portuguesa, foram fielmente 
observadas na criação de ambos os 
verbetes, que são dois substantivos 
derivados do verbo venerar. 
 
No entanto, na minha opinião, ambos os termos estão incorretos conceitualmente. 
Venerável é aquele que é digno, passível, de veneração, ou adoração, e, portanto, 
corresponde analogamente aos adjetivos admirável, ou adorável, por exemplo. 
Ou seja, estamos nos referindo a um sentimento de terceiros em relação à pessoa, 
como no caso dos atores, cantores, e jogadores de futebol famosos, por exemplo. 
201 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ORIGEM E INSPIRAÇÃO 
A INSERÇÃO NOS RITUAIS 
Nestes exemplos, jamais ouvimos alguém se referir ao período de “admirância” 
ou “admiralato” de alguém, inclusive porque falamos de um intervalo efêmero de tempo. 
No meu entendimento, portanto, o correto seria nos referirmos como período de 
gestão ou administração do Venerável Mestre. 
Apesar disso, e como somos testemunhas, a prática do uso destes termos virou 
quase uma tradição entre nós. 
 
 
 
 
 
O cargo de Venerável Mestre nas 
Lojas modernas, foi inspirado nas 
guildas de pedreiros medievais, o 
chamado período operativo da 
Maçonaria. 
Porém, nessa época, a 
denominação era apenas mestre, e 
também foi assim no início formal da 
Maçonaria Especulativa, no século 
XVII. 
O mestre nas corporações de pedreiros de ofício da Idade Média, era o profissional 
mais habilidoso, e que melhor conhecia as técnicas construtivas. 
Era um cargo vitalício, e geralmente hereditário, sendo repassado a filhos, 
sobrinhos e familiares, e não por mérito, como podemos eventualmente supor. 
Lembremo-nos que eram corporações, no sentido exato do termo. 
Os pedreiros que obtinham a formação completa, usualmente se desligavam da 
loja em que trabalhavam, e fundavam a sua própria, dando assim origem a outra linhagem 
de pedreiros. 
Eram os mestres operativos, que dirigiam a construção e a administração destas 
empresas medievais de construção civil, ou escolas práticas de arquitetura, se preferirmos. 
Também era ele quem admitia novos membros, e os submetia a um rito de 
passagem, transmitindo os toques e sinais que os identificariam como pedreiros livres, 
que, no entanto, nada tinha de parecido com a liturgia praticada pelas Lojas modernas. 
Cada um dos mestres das guildas, possuía sua marca individual, que era uma 
espécie de assinaturadas obras realizadas. 
Não há qualquer associação do cargo com heróis míticos. 
 
 
 
 
O cargo de Venerável Mestre, 
juntamente com o dos Vigilantes, é o mais 
antigo da Maçonaria moderna, e é 
obrigatório em todos os Ritos. 
Consta desde os primeiros rituais 
maçônicos, e das Constituições de 
Anderson, publicadas em 1723, que fazem 
a seguinte descrição: 
 
 
202 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O CONCEITO DA MAÇONARIA ESPECULATIVA 
A INSTALAÇÃO 
“Toda promoção entre os maçons será baseada no seu real valor e mérito pessoal, 
pois assim serão os Lordes melhor servidos, os Irmãos não serão envergonhados, nem a 
Arte Real menosprezada. Dessa forma nem o Mestre nem os Vigilantes são escolhidos 
pela idade, mas sim por seus méritos”. 
Embora as Três Luzes da Maçonaria sejam o Livro da Lei, o Compasso e o 
Esquadro, posteriormente O Venerável Mestre foi batizado juntamente com os Vigilantes 
como uma das “Três Luzes da Loja”, “Três Luzes Menores”, ou ainda, “Três Luzes 
Ritualísticas”. 
O Venerável Mestre é citado como “Grão-Mestre da Loja”, na Compilação 
Preciosa da Maçonaria Adonhiramita. 
 
 
 
 
 
 
Não há dúvida de que o cargo de Venerável 
Mestre foi inspirado nas guildas de pedreiros 
medievais. A diferença fundamental, e evidente, é 
que na Maçonaria Especulativa ele não dirige 
construções físicas. 
Com a adoção do conceito de Lojas 
Simbólicas, o Venerável Mestre passou a exercer a 
direção de uma associação filosófica, cujos novos 
membros eram admitidos através de Iniciações. 
Surgiu então, uma escala hierárquica de 
aprendizado, denominados de Graus Simbólicos, 
que passaram a ser concedidos exclusivamente 
pelo Venerável Mestre da Loja. 
Inicialmente, o Venerável Mestre era 
assessorado por poucos oficiais, e com o passar do 
tempo, e o surgimento dos Ritos, novas funções 
foram criadas. 
 
 
 
 
Não há registros de Cerimônias de 
Instalação antes de 1717. 
Nas Constituições de Anderson, 
promulgadas em 1723, são relacionados 
os requisitos para o cargo de Mestre 
Eleito, que vai dirigir a Loja, mas não se 
trata de um ritual. 
A direção da Loja era transmitida 
de forma simples, do Venerável anterior 
para o próximo. 
A primeira descrição da 
Cerimônia de Instalação surge em 1760, 
na obra Three Distinct Knocks (Três 
Batidas Distintas). 
 
203 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A INSPIRAÇÃO DA INSTALAÇÃO 
O QUE É INSTALAR? 
Mais tarde, em 1775, William Preston na obra “Ilustrações da Maçonaria”, 
descreve os deveres do Mestre da Loja. 
Ao que parece, o formato definitivo foi adotado somente em 1827, pela Grande 
Loja Unida da Inglaterra, e vem sendo aperfeiçoado desde então. 
Segundo alguns autores, a prática da Instalação era própria da Maçonaria inglesa, 
e não foi adotada pela França, a não ser pelo Rito Adonhiramita. 
Na Maçonaria brasileira, o Cerimonial de Instalação do Venerável Mestre foi 
inserido somente em 1927, pela Grande Loja. 
A adoção pelo Grande Oriente do Brasil só se deu em 1968, com a publicação de 
um ritual que continha a ritualística para todos os Ritos praticados pelas Lojas federadas, 
o que ocorre até nossos dias. Cada Rito possui um procedimento particular. 
A Comissão de Instalação, formada exclusivamente por Mestres Instalados, é 
nomeada pelo Grão-Mestre, a pedido da Oficina. 
 
 
 
 
Muito provavelmente, a 
Cerimônia de Instalação do Venerável 
Mestre, foi inspirada na coroação dos 
reis britânicos. 
Esta, por sua vez, remonta à 
tradição celta, que sugere a coroação do 
primeiro rei da Irlanda no ano 500. 
Trata-se de uma tradição 
mística, associada à mitologia das ilhas 
britânicas, e ao povo denominado 
Thuata Dé Dannam, tribo primitiva que 
habitava a ilha. 
A coroação, ou sagração dos reis, se dava numa pedra denominada Lia Fail, uma 
espécie de oráculo, e que servia como um trono de pedra no ritual. 
É possível, inclusive, que o mito da espada Excalibur das lendas arturianas, que 
estava cravada numa pedra, e poderia somente ser removida por um rei digno, tenha se 
inspirado na tradição celta também. 
Há, no entanto, uma clara influência dos ritos de sagração de cavaleiros medievais, 
que da mesma forma, pode ter sido inspirada na antiga tradição celta, e sincretizada 
posteriormente com a prática cristã. 
 
 
 
 
Há diferença entre Instalação, investidura e posse. 
As demais dignidades da Loja são empossadas, apenas o Venerável Mestre é 
Instalado. 
Instalar é colocar algo em seu devido lugar, para que assuma uma posição 
definitiva, ou com maior duração, e também para que possa funcionar de forma eficiente 
e correta. 
 
204 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
MESTRE INSTALADO É GRAU? 
 
No caso do Venerável Mestre, ele é Instalado numa 
cadeira situada no Oriente, no eixo central do Templo, no Altar 
da Sabedoria. 
Isso quer dizer que ele recebe a autorização para sentar-
se no local mais elevado do Templo, para que dali possa dirigir 
com maior eficiência a Oficina. 
É por isso que existe uma hierarquia de posição nas 
cadeiras do Altar da Sabedoria, sendo a central ocupada 
exclusivamente pela maior autoridade da Loja, o Venerável 
Mestre. 
Ao ser instalado nesta cadeira, o Venerável Mestre está 
investido da responsabilidade de guardar a Coluna da Sabedoria, 
e em decorrência desta função, recebe o direito de manusear a 
Espada Flamígera. 
 
. 
 
 
 
O Mestre Instalado não é um 
Grau, é uma qualidade. 
O Mestre Instalado é um Mestre 
Maçom do Grau 3, porém, possui 
atributos exclusivos, que lhe são 
conferidos na Cerimônia de Instalação, é 
isso o que o diferencia dos demais 
Mestres. 
Há ensinamentos e fundamentos 
que são conferidos apenas durante a 
Cerimônia de Instalação. 
Na Maçonaria brasileira, no 
âmbito do Grande Oriente do Brasil, e na 
maioria dos Ritos, instituiu-se tratar os 
Mestres que deixaram de ser Veneráveis 
Mestres com o título de Mestres 
Instalados. 
 
 
Há uma corrente que entende o procedimento como incorreto, porque assim que 
se deixa o cargo de Venerável Mestre deixa-se também a cadeira na qual o Mestre Maçom 
foi Instalado. 
Particularmente discordo, pois os atributos da Instalação não são jamais 
removidos. Os ex-Veneráveis Mestres não comandam mais as Oficinas, mas são os únicos 
além do Venerável Mestre, que possuem autoridade para fazer as mesmas coisas, 
inclusive Instalar novos Veneráveis Mestres, e manusear a Espada Flamígera, se 
necessário. 
Os Mestres Instalados gozam da prerrogativa de sentarem no Oriente, mesmo sem 
ocupar cargos, aliás, são os únicos que podem fazer isso à exceção das autoridades 
maçônicas. 
 
 
 
205 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O TRONO DE SALOMÃO 
OS PUNHOS 
 
 
 
 
É comum entre os maçons brasileiros, se referir à cadeira ocupada pelo Venerável 
Mestre nos Templos maçônicos como “Trono de Salomão”. 
No meu entendimento a associação é incorreta. 
O Venerável Mestre não personifica o rei Salomão, de modo geral, no Rito 
Adonhiramita, todo Mestre Maçom representa simbolicamente Adonhiram. 
 
 
Salomão não possuía um trono 
no Templo de Jerusalém, que aliás, era 
frequentado em seu interior apenas pelos 
sacerdotes levitas. Seu trono ficava no 
palácio, outra construção, também 
descrita no primeiro Livro dos Reis, e 
segundo Livro das Crônicas. 
Salomão não fazia reuniões de 
maçons no Templo de Jerusalém, como 
alguns de nós talvez possam imaginar, 
sua associação com a Doutrina 
Maçônica é alegórica, tudo a seu 
respeito em nossa Doutrina é lenda. 
O Venerável Mestre ocupa um 
lugar no Altar da Sabedoria, e, portanto, 
entendo que o lugar principal deve ser 
deve ser tratado como “Trono da Sabedoria”, ou simplesmente cadeira do Venerável 
Mestre. 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita, o 
Venerável Mestre usa punhos na cor azul 
escuro, com bordados dourados nas 
extremidades. 
Possuemo símbolo de um 
esquadro envolto em dois ramos de 
acácia. 
O Venerável Mestre é investido 
dos punhos na Sessão Magna de 
Instalação e Posse das administrações. 
Os punhos representam a sua 
autoridade e poder. 
Na hipótese da ausência do titular do cargo, o Mestre que o substituir durante 
aquela sessão não deve utilizar os punhos. 
Os punhos são uma espécie de bracelete, ou luvas de cano longo, chamados de 
gauntlet em inglês, e no início da Maçonaria Especulativa formavam uma peça única com 
as luvas. 
206 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O COLAR 
O AVENTAL 
Foram inspirados nas luvas do período operativo, que eram feitas de tecido mais 
grosso, e tinham como função proteger as mãos, os punhos. e parte do antebraço dos 
pedreiros. 
Adotaram oficialmente o formato e o simbolismo que conhecemos hoje em 1884. 
 
 
 
 
 
Diferentemente dos demais 
Mestres e Oficiais no Rito Adonhiramita, o 
Venerável Mestre, a exemplo dos 
Vigilantes, não usa faixa, mas sim um colar 
onde é pendurada a Joia do cargo, que 
possui a cor azul escuro no fundo, e 
bordados em dourado. 
É investido dele na Sessão Magna 
de Instalação e Posse das administrações. 
Não possui simbolismo por si só, na verdade é apenas a peça do vestuário na qual 
a Joia do cargo é pendurada, esta sim possui simbolismo próprio. 
Os colares sempre foram utilizados como adornos desde as primeiras civilizações, 
simbolizando um status diferenciado para que os utilizava. 
Geralmente os colares eram acompanhados de joias, amuletos, símbolos religiosos 
e místicos. 
Tratava-se de um adorno pessoal para ser visto à distância, assim como o é na 
Maçonaria. 
Da mesma forma que os punhos, nos casos de substituição temporária do titular 
do cargo, o Mestre que desempenhar a função durante aquela sessão não deverá utilizá-
lo. 
 
 
 
 
No Rito Adonhiramita, o 
Venerável Mestre usa um avental na 
cor azul escuro com bordados em 
dourado nas extremidades e abeta. 
É investido dele na Sessão 
Magna de Instalação e Posse das 
administrações. 
É decorado com símbolos do 
Sol, da Lua, de estrelas, do Tau 
invertido, na abeta e nas duas borlas, 
e de um Esquadro emoldurado por 
dois ramos de acácia. 
Simboliza a qualidade de 
Venerável Mestre. 
 
 
 
 
207 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O MALHETE 
A ESPADA FLAMÍGERA 
 
 
 
O Venerável Mestre usa o malhete para simbolizar o seu poder, entendendo-se 
esta expressão como instrumento de demonstração de autoridade, e não de um dom 
metafísico, paranormal ou sobrenatural. 
Recebe o malhete na Sessão Magna de Instalação e Posse da administração da 
Loja. 
 
 
Na antiguidade, os malhetes, martelos, maços, e 
instrumentos similares, também representavam o poder, pois 
amplificavam significativamente a força de quem os usava. 
A representação mitológica mais relevante deste conceito 
é a do martelo Mjolnir da divindade nórdica Thor, deus do trovão. 
No período operativo era um maço maior, que 
possibilitava golpes de maior intensidade. Ele partia as pedras e 
as separava em porções menores, de acordo com o uso 
pretendido. Vem daí o simbolismo na Maçonaria Especulativa, o 
Venerável Mestre organiza e distribui os obreiros da Loja nas 
funções de acordo com sua aptidão. 
Geralmente é feito de madeira, mas não há uma 
padronização nem no que se refere ao material, nem às 
dimensões. 
Não são é o mesmo instrumento de desbaste da Pedra 
Bruta, no caso do Venerável Mestre, também é uma 
representação dos cetros reais. 
 
 
 
 
 
 
Este, na minha opinião, é o símbolo maior 
da qualidade, autoridade, e poder do Venerável 
Mestre. 
É chamada de Flamígera, e não de 
flamejante porque é feita de fogo, e há uma sutil 
diferença entre os dois vocábulos. Flamígero é o 
objeto constituído de fogo, e flamejante é o objeto 
que lança chamas. 
Nas Lojas Simbólicas, é representada por 
uma espada de aço com a lâmina ondulada, 
simbolizando exatamente chamas. 
Seu simbolismo foi retirado do Livro do 
Gênesis da tradição-judaico cristã, onde é descrita 
no capítulo 3, versículo 24. 
“Deus baniu Adão e Eva e no lado leste estabeleceu seus querubins e uma espada 
Flamígera que se movia em todas as direções, evitando assim que alguém tivesse acesso 
à árvore da vida”. 
O Venerável Mestre, portanto, é o guardião da Coluna da Sabedoria, invisível em 
nossos Templos, cujo acesso só é permitido por ele. 
208 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A ADMINISTRAÇÃO DA LOJA 
OS RECURSOS MATERIAIS 
OS RECURSOS HUMANOS 
Assim como o querubim bíblico, o Venerável Mestre é investido de um poder que 
não é próprio dele, mas emanado do Grande Arquiteto do Universo. 
É com esse poder que ele se torna capaz de Iniciar maçons, batizar, conferir Graus, 
filiar e regularizar obreiros. 
A Espada Flamígera é sempre empunhada com a mão esquerda, pois representa 
um poder passivo. 
Resumidamente falando, é uma espada forjada na Luz Divina, que é 
simbolicamente sua matéria prima. 
 
 
 
 
 
É o Venerável Mestre quem administra e dirige a loja, e para tanto, serve-se de 
um tripé que é constituído de recursos materiais, recursos humanos, e da própria Doutrina. 
 
 
 
 
Constituem-se como recursos 
materiais, o espaço físico nas quais as 
reuniões são realizadas, ou seja, o 
Templo; os materiais litúrgicos e 
administrativos; o mobiliário; os 
elementos decorativos do Templo; as 
Joias dos cargos; o Estandarte da Loja; o 
Pavilhão Nacional; a bandeira do Grande 
Oriente do Brasil; equipamentos de som; 
o tesouro da Loja, e o Fundo de 
Beneficência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
São recursos humanos da 
Oficina, os obreiros do quadro da Loja; 
os eventuais prestadores de serviço; os 
colaboradores; as Dignidades, e os 
Oficiais. 
 
 
209 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
OS CARGOS DA LOJA 
AS COMISSÕES 
A DOUTRINA 
 
 
 
 A estrutura organizacional da Loja se divide em cargos eletivos, que são as 
Dignidades, em número de sete, e os cargos de indicação direta, nomeados pelo Venerável 
Mestre sem a necessidade de eleição, que são os Oficiais. 
 As Dignidades são, além do próprio Venerável Mestre, os dois Vigilantes, o 
Orador, o Secretário, o Tesoureiro, e o Chanceler. 
 São Oficiais os seguintes cargos, Mestre de Cerimônias, Hospitaleiro, Cobridores 
Interno e Externo, 1° e 2° Expertos, Arquiteto, Mestre de Harmonia, Porta-Bandeira, 
Porta-Estandarte, Mestre de Banquetes, e Bibliotecário. 
As Dignidades tomam posse na Sessão Magna de Instalação, e os Oficiais podem 
tomar posse na sessão ordinária seguinte, que será, nesta hipótese, uma sessão 
simplificada. 
Os Oficiais são nomeados através de ato administrativo do Venerável Mestre, que 
deve ser lido pelo Secretário antes da investidura. 
Irmãos filiados podem concorrer a cargos eletivos, e também ser nomeados como 
Oficiais. 
 
 
 
 
 
 Existem três Comissões permanentes e obrigatórias, nos termos do que dispõe o 
artigo 128 do Regulamento Geral da Federação, que devem fazer parte da administração 
da Loja, são elas, a Comissão de Admissão e Graus, que cuida da análise do ingresso de 
obreiros, e dos pedidos de aumento de salário; a Comissão de Finanças, que fiscaliza a 
atuação do Tesoureiro, e a Comissão de Beneficência, que cuida da filantropia praticada 
pela Oficina. 
Todas são nomeadas pelo Venerável Mestre, e compostas por três Mestres. 
O Orador não pode integrar as Comissões, conforme vedação contida no inciso II, 
do artigo 122, da Constituição do Grande Oriente do Brasil. 
O Tesoureiro e o Hospitaleiro não podem participar da Comissão de Finanças, 
com vedação contida no inciso III, do mesmo artigo da Carta Magna do Grande Oriente 
do Brasil. 
O Venerável Mestre pode nomear comissões temporárias, para atuar em 
determinadas funções, como a realização de sessões especiais, comemorações, e outorga 
de comendas concedidaspela Loja, nos termos do que dispõe o artigo 129 do 
Regulamento Geral da Federação. 
As Comissões podem examinar a qualquer tempo toda a documentação da Loja 
referente às suas atribuições, nos termos do que dispõe o artigo 130 do Regulamento Geral 
da Federação. 
 
 
 
 
 
 Chamo de Doutrina, o conjunto de normas, regras, e procedimentos, que 
envolvem a legislação maçônica, os rituais, a ritualística, e a liturgia. 
 
210 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A LEGISLAÇÃO MAÇÔNICA 
A RITUALÍSTICA 
 
 
 
 
 No âmbito do Grande Oriente do Brasil, a legislação maçônica a ser seguida pelas 
Oficinas é constituída das seguintes leis e ordenações: 
• Constituição do Grande Oriente do Brasil, e dos Grandes Orientes Estadual ou 
Distrital; 
• Regulamento Geral da Federação, RGF, Lei N°0099 de 9 de dezembro de 2008; 
• Código Disciplinar Maçônico, Lei N°165, de 7 de novembro de 2016; 
• Conselho de Família, Lei N°171, de 5 de abril de 2017; 
• Código Eleitoral Maçônico, Lei N°153, de 8 de setembro de 2015; 
• Código de Processo Penal Maçônico, Lei N°002, de 16 de abril de 1979; 
• Comissão Processante das Lojas, Lei N°132, de 25 de setembro de 2012; 
• Regimento de Recompensas, Lei N°88, de 21 de setembro de 2006; 
• Estatuto e Regimento Interno da Loja, e 
• Rituais de todos os Graus 
Toda a legislação deve estar permanentemente atualizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ritualística é o desenvolvimento dos 
rituais, deve ser rigorosamente observada em 
todas as sessões. 
Compõe-se do comportamento dos 
obreiros, falas e gestos. 
É conduzida pelo Mestre de Cerimônias, e 
executada por todos os obreiros presentes no 
Templo. 
É composta de Sinais, esquadrias, 
movimentação em Loja, pedido da palavra, etc. 
Define a identidade do Rito, jamais deve 
ser negligenciada, e cabe ao Venerável Mestre 
observar e fazer cumprir essas regras. 
 
211 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
A LITURGIA 
O SOL E O VENERÁVEL MESTRE 
 
 
 
 
A liturgia das sessões é composta pelos cerimoniais, que são etapas especiais, nas 
quais simbolismos cênicos e dramatizações são executadas. 
Deve ser realizada de modo solene, e cabe ao Venerável Mestre observar e fazer 
cumprir a correta liturgia das sessões. 
 
 
 
 
 
“Assim como, por vontade do Grande Arquiteto do Universo, o Sol aparece no Oriente 
para principiar sua carreira e romper o dia, o Venerável Mestre ali tem assento, para 
abrir a Loja, ajudar os obreiros com seus conselhos e iluminá-los com as suas luzes”. 
 
 
 
O Venerável Mestre não é o Sol, mas marca o local onde o astro-rei nasce. É uma 
das razões de possuir uma posição fixa, e no eixo central do Templo. 
Em linguagem geográfica, é do Trono do Venerável Mestre que saem os paralelos 
que cruzam o templo de Leste a Oeste, e por onde trafega o Sol. É isso que observam, por 
comparação, os Vigilantes através da perpendicular do meridiano. 
Portanto, o Venerável Mestre é o exemplo máximo a ser replicado pelos demais 
obreiros. 
Como guardião da Coluna da Sabedoria, é o Venerável Mestre quem distribui a 
luz do conhecimento nas doses necessárias para os obreiros. 
A civilização nasceu no Oriente, e foi de lá que as luzes do conhecimento 
retornaram ao Ocidente após as trevas da Idade Média. 
Foi ao Venerável Mestre que suplicamos pela Luz em nossa Iniciação, e foi ele 
que nos concedeu. 
 
 
212 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ASSOCIAÇÃO COM A CABALA 
ASSOCIAÇÃO COM A ASTRONOMIA 
 
 
 
Na correspondência com a Árvore da Vida, 
o Venerável Mestre está associado a emanação de 
KETHER, a Coroa, relacionada ao número UM, a 
causa, o princípio, a origem, a fonte. 
As demais sefirotes são um desdobramento 
desta emanação primordial. 
KETHER é associada à luz, e ao ponto. 
Trabalha com os Quatro Mundos, ou Quatro 
Dimensões, que são ATZILUT, a emanação; 
BERIÁ, a criação; YETZIRÁ, a formação e 
ASSYIÁ, a ação. 
KETHER também está associada ao 
Tetragrama Sagrado, IOD-HE-VAU-HE e aos 
Quatro Elementos Primordiais, FOGO, ÁGUA, 
TERRA e AR. 
KETHER também é intitulada de “Ancião 
dos Dias”, o Primeiro Logos. 
 
Está relacionada com o AJÑA CHAKRA, o Chakra Coronário. 
Representa a união com o Criador. 
 
 
 
 
 
 
O Venerável Mestre está associado ao 
Sol, mais precisamente ao local de seu 
nascimento, que é simbólico em nossos 
Templos. 
O Sol simboliza o princípio ativo, 
positivo e masculino. O pai. 
O Sol é o centro gerador da vida, da 
vitalidade e do poder da criação. 
O Sol se relaciona à ampliação da 
consciência humana para um estado superior 
através da Sabedoria. 
Era considerado uma divindade para 
várias culturas antigas. Para algumas 
civilizações era a própria manifestação física do 
Criador, como no Atonismo dos egípcios. 
 
 
 
 
 
 
213 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
POSIÇÃO NA PROCISSÃO 
LUGAR NO TEMPLO 
 
 
 
 Durante a formação do cortejo de entrada, o Venerável Mestre posiciona-se na 
fileira correspondente ao Oriente, em frente ao Mestre de Cerimônias. 
 É o último maçom do cortejo, atrás dele, ficam apenas o Grão-Mestre ou Adjunto, 
na hipótese de terem optado por entrar “em família”. É o último a ingressar no Templo, e 
o primeiro a sair após o encerramento dos trabalhos. 
 
 
 
 
 
 
 O Venerável Mestre, no Rito Adonhiramita, ocupa o mesmo lugar no Templo que 
em outros Ritos, ou seja, um assento, chamado de trono, ou cadeira, que fica no Altar da 
Sabedoria, no eixo central do Templo, no Oriente. 
 
 
 
 
214 
 
OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
O HEXAGRAMA 
A OCUPAÇÃO DO ALTAR DA SABEDORIA 
 
 
 
Se traçarmos retas imaginárias entre as 
Três Luzes da Loja, veremos desenhado um 
triângulo com o vértice voltado para cima. 
Representa o Plano Espiritual. 
A Chama Sagrada, ou Fogo Eterno, 
desdobrada e manifestada em Sabedoria, Força 
e Beleza. 
Se traçarmos retas imaginárias entre as 
duas Dignidades com assento no Oriente, 
Orador e Secretário, e o Cobridor Interno, 
veremos desenhado um triângulo com o vértice 
voltado para baixo. Representa o Plano 
Material, a lei, a ordem e a vigília, ou, se 
preferirmos, a organização, o tempo e o espaço. 
Se sobrepusermos essas duas figuras, 
veremos traçado o Hexagrama, a Estrela de 
Davi. 
 
Nessa hipótese, o Venerável Mestre situa-se no ponto de origem, o vértice do 
Triângulo Espiritual. 
 
 
 
 
 
 
 
O Altar da Sabedoria deve possuir no mínimo três, e no máximo cinco cadeiras. 
A cadeira central é sempre ocupada pelo Venerável Mestre da Oficina. 
Esta disposição é regulamentada pelo Decreto n° 1.469, de 12 de fevereiro de 
2016. 
Na primeira cadeira à direita do Venerável Mestre, sentam-se o Grão-Mestre 
Geral, ou o Grão-Mestre Geral Adjunto. 
Na primeira cadeira à esquerda do Venerável Mestre, sentam-se o Grão-Mestre 
Estadual ou Distrital, ou seus Adjuntos. 
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OS CARGOS EM LOJA SIMBÓLICA NO RITO ADONHIRAMIRA 
ATRIBUIÇÕES 
Se o Grão-Mestre Geral ou seu Adjunto não estiverem presentes na sessão, 
ocupam a primeira cadeira à direita o Grão-Mestre Estadual ou Distrital, ou seus 
Adjuntos. 
Na ausência destas autoridades, as cadeiras serão ocupadas de acordo com a Faixa 
de Tratamento em ordem hierárquica dos Irmãos presentes na sessão, do mais alto cargo 
à direita, para o mais baixo à esquerda. 
Não estando presentes na sessão as autoridades relacionadas, não há 
obrigatoriedade de ocupação dos assentos ao lado do Venerável Mestre. 
 
 
 
 
O cargo de Venerável Mestre é 
preenchido através de eleição direta, apurada 
por maioria simples de votos da assembleia. É 
um cargo eletivo, a maior das sete Dignidades 
de uma Loja, e representante legal desta. 
O cargo possui regulamentação nos 
artigos 115 a 117 do Regulamento Geral da 
Federação, que dispõe competir ao Venerável 
Mestre: 
 
 
 1. Presidir os trabalhos, manter a ordem e não influenciar

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