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Projeto ético-político

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FUNDAMENTOS 
HISTÓRICOS 
TEÓRICOS E 
METODOLÓGICOS DO 
SERVIÇO SOCIAL – 
PROJETO ÉTICO 
POLÍTICO
Géssika Mayara 
dos Santos
Projeto ético-político 
do serviço social
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar o projeto ético-político profissional do serviço social.
 � Reconhecer a Lei de Regulamentação da Profissão e o Código de 
Ética do Serviço Social de 1993.
 � Analisar o projeto ético-político do serviço social e seus desafios na 
contemporaneidade.
Introdução
No serviço social, o significado de um projeto ético-político crítico remete 
à efetiva tomada de consciência dos fundamentos sobre os quais a prá-
tica profissional se desenvolve, baseados em conhecimentos teóricos, 
princípios e diretrizes éticas e políticas, que prescrevem orientações para 
bases normativas e referências metodológicas para intervenção.
Neste capítulo, você aprenderá sobre a trajetória do projeto ético-
-político profissional, a indissociável relação entre projetos societários e 
profissionais, bem como os desafios da materialização do projeto pro-
fissional na contemporaneidade.
Projeto ético-político do serviço social — breve 
contextualização histórica
A trajetória do serviço social brasileiro é permeada pelo movimento de re-
conceituação que impulsionou o processo de ruptura com o tradicionalismo 
profissional. Já o debate sobre o projeto ético-político do serviço social iniciou-
-se na transição da década de 1970 para 1980, juntamente aos questionamentos 
que emergiram com a redemocratização da sociedade brasileira.
A denúncia e combate ao conservadorismo têm origem na década de 70, com o 
movimento de reconceituação situado fortemente em sua posição, esgotando-
-se em 1975. No final dos anos 70 e início dos anos 80, a profissão se move 
fortemente no terreno do combate ao conservadorismo, no protagonismo das 
direções e vanguardas profissionais, coletivamente articuladas e progressi-
vamente organizadas o que proporciona as condições objetivas de lutas e 
conquista da hegemonia nos lastros das grandes mobilizações e lutas 1sociais 
características desse período histórico do País (ABRAMIDES, 2006, p. 33).
Ao longo do ano de 1990, marcado por profundas transformações societárias 
que afetaram a produção, a economia, o trabalho e a sociabilidade, nota-se 
o amadurecimento do projeto ético-político, demarcando um período que 
“[...] confere maturidade teórica ao projeto profissional de ruptura, tributário 
do legado marxiano, da tradição marxista e compreende a profissão na divisão 
socio-técnica do trabalho no âmbito da produção e reprodução das relações 
sociais no capitalismo” (ABRAMIDES, 2006, p. V).
Assim, ao observar as condições históricas, a vinculação ao movimento 
social se torna constitutivamente determinante na construção do projeto ético-
-político profissional, que a partir dos anos de 1990 assume um posicionamento 
histórico com a classe trabalhadora e sua pauta nas lutas por direitos, igualdade 
e por uma sociedade sem exploração, sem discriminação e opressão de raça, 
gênero e ética, que visa a emancipação humana.
[...] afirmando a defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio 
e dos preconceitos, contemplando positivamente o pluralismo — tanto na 
sociedade como no exercício profissional (...) a dimensão política do projeto 
profissional baliza-se na luta pela equidade e justiça social, universalização 
do acesso aos bens e serviços relativos a políticas e programas, ampliação e 
garantia dos direitos civis, políticos e sociais da classe trabalhadora, radica-
lização da democracia com a socialização da política e da riqueza produzida 
socialmente (NETTO, 1992, p. 12–13 apud ABRAMIDES, 2006, p. 34).
No entanto, os desafios postos ao projeto ético-político esbarram no ideário 
neoliberal que repercute no seio da categoria como forma de neoconservado-
rismo profissional. Essas ideias neoliberais não repercutem apenas na categoria, 
elas vão além, adentrando o campo ideocultural, produzindo e reproduzindo 
modos de pensar que reafirmam a impossibilidade de superação da ordem 
do capital. Assim, tal realidade potencializa o triunfo do capitalismo sobre 
qualquer outra proposta ou alternativa de ordem societária.
Projeto ético-político do serviço social2
A busca pela “restauração do capital” — oportuna expressão de Braga (1996) 
— se dirigiu para todos os setores que passaram a inibir a acumulação do 
capital: ela se deu tanto no campo estritamente econômico‐produtivo, quanto 
no universo da burguesia demandando alterações no mundo da política e da 
cultura (TEIXEIRA; BRAZ, 2009, p. 14).
Todo esse processo de lutas imediatas e históricas convergem em uma 
direção sociopolítica estratégica na construção de um projeto ético-político 
marcado por tensões e contradições com o ideário neoliberal, o qual perpassa 
a atuação profissional. No entanto, a clareza dos princípios que norteiam esse 
projeto é guia para a ação, orientada por finalidades e intencionalidade, vin-
culada a um projeto societário de superação da ordem vigente e emancipação 
dos indivíduos.
Historicamente, o III Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS), em 1979, conhe-
cido como congresso da virada, demarca a referência coletiva e pública do projeto de 
ruptura com o conservadorismo, definindo sua direção sociopolítica com os interesses 
imediatos e históricos da classe trabalhadora (ABRAMIDES, 2006).
Projeto ético-político do serviço social — expressão da 
mediação entre projetos societários e profissionais
Em uma sociedade classista, todo projeto e prática têm uma dimensão política e 
se desenvolvem em meio a correlação de forças, tensões e contradições sociais. 
O serviço social é atravessado por projetos sociais distintos e diversos que 
imprimem uma determinada direção social a atuação profissional, incidindo 
sobre os comportamentos e a ação do ser humano.
Portanto, os projetos profissionais são impensáveis e infundados se não 
forem remetidos aos societários e coletivos, os quais, por sua vez, estão pre-
sentes na dinâmica de qualquer projeto profissional, sendo a disputa entre os 
societários determinante na transformação ou na perpetuação de uma dada 
ordem social.
3Projeto ético-político do serviço social
Os projetos societários se encontram em curso nos processos sociais em que 
as classes em luta disputam interesses antagônicos e tem dimensões tran-
sitórias ao considerar que a história de todas as sociedades até nossos dias 
tem sido a história das lutas de classe (MARX; ENGELS, 1998, p. 4 apud 
ABRAMIDES, 2006, p. 39).
Portanto, compreender a história da humanidade em épocas distintas, bem 
como situações de exploração econômica, opressão política e social se trata 
de um pressuposto baseado na leitura do projeto ético-político e da relação 
com os projetos de transformação ou conservação da ordem social. Quanto 
ao serviço social, a vinculação a um projeto de transformação da sociedade 
é evidente e se expressa na dimensão política da intervenção profissional. 
Ao atuar no movimento contraditório das classes, imprime-se uma direção 
nas ações profissionais. 
Os projetos profissionais também são estruturas dinâmicas: — respondendo às 
alterações no sistema de necessidades sociais sobre o qual a profissão opera, as 
transformações históricas, políticas e culturais, ao desenvolvimento teórico e 
prático da profissão e, ainda, às mudanças na composição social da categoria 
— em face de tudo isto, os projetos profissionais igualmente se renovam, se 
modificam (NETTO, 1995, p. 4 apud ABRAMIDES, 2006, p. 41–42).
O projeto ético-político é uma possibilidade efetiva da tomada de cons-
ciência dos fundamentos sobre os quais se desenvolve a prática profissional, 
carregada de conhecimentos teórico e interventivos, princípios e diretrizes 
éticas e políticas, orientações para bases normativas e referências metodológicas 
para intervenção, sendo bem clara e explícita quanto aos seus compromissos. 
Assim,o projeto:
[...] tem em seu núcleo o reconhecimento da liberdade como valor ético cen-
tral — a liberdade concebida historicamente, como possibilidade de escolher 
entre alternativas concretas; daí um compromisso com a autonomia, a emanci-
pação e a plena expansão dos indivíduos sociais. Consequentemente, o projeto 
profissional vincula-se a um projeto societário que propõe a construção de 
uma nova ordem social, sem dominação e/ou exploração de classe, etnia e 
gênero (NETTO, 2006, p. 153).
Apresentando a autoimagem da profissão, ele prescreve valores, objetivos, 
funções e requisitos que são bases da relação com usuários, outras profis-
sões e organizações e sistematizam elementos constitutivos que norteiam 
a intervenção profissional em suas dimensões ética, sociopolítica, teórica e 
operativa. São eles:
Projeto ético-político do serviço social4
 � o primeiro elemento se relaciona à explicitação de princípios e valores 
ético-políticos; 
 � o segundo se refere à matriz teórico-metodológica em que se ancora; 
 � o terceiro emana da crítica radical à ordem social vigente (da sociedade 
do capital) que produz e reproduz modos de pensar;
 � o quarto se manifesta nas lutas e posicionamentos políticos acumulados 
pela categoria, por meio de suas formas coletivas de organizações 
políticas com os setores mais progressistas da sociedade brasileira. 
Esses elementos constitutivos dão materialidade ao projeto, objetivam 
e expressam na realidade o caráter ético-político por meio da intervenção 
profissional fundamentada pelo Código de Ética (CE) Profissional, pela Lei 
de Regulamentação da Profissão e pelas Diretrizes Curriculares da Formação 
Profissional que adotam um explícito ponto de vista de classe na análise 
da sociedade e da função social da profissão (CONSELHO FEDERAL DO 
SERVIÇO SOCIAL, 1993).
A direção social do curso implicando na defesa dos direitos sociais con-
quistados e sua ampliação, hoje ultrajados pela política neoliberal, a defesa 
da equidade e justiça social (...) a socialização da política, a apropriação 
da riqueza socialmente produzida no pleno desenvolvimento do indivíduo 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO 
SOCIAL, 1998, p. 99 apud ABRAMIDES, 2006, p. 75).
A proposta das Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de En-
sino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) aponta para a formação de um 
perfil profissional com “[...] capacitação teórico-metodológica, ético-política e 
técnico-operativa para a apreensão teórico-crítica do processo histórico como 
totalidade. Considerando a apreensão das particularidades da constituição e 
desenvolvimento do capitalismo e do Serviço Social na realidade brasileira. 
Além da percepção das demandas e da compreensão do significado social da 
profissão; e o desvelamento das possibilidades de ações contidas na realidade 
e no exercício profissional que cumpram as competências e atribuições legais” 
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO 
SOCIAL, 2006 apud ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PES-
QUISA EM SERVIÇO SOCIAL, 2014, p. 2–3).
5Projeto ético-político do serviço social
O projeto ético-político do serviço social apresenta três características:
 � recusa e critica o conservadorismo da profissão;
 � é um projeto eminentemente flexível e processual;
 � acompanha o movimento histórico da sociedade e suas transformações, e, com elas, 
as novas demandas postas à intervenção profissional no campo teórico-prático.
Lei de Regulamentação da Profissão e Código de 
Ética como expressão do projeto ético-político
A partir da direção sociopolítica da profissão assumida na década de 1990 
(BRASIL, 1993), novas demandas e exigências surgiram ao serviço social 
brasileiro, instaurando a necessidade de fundamento, formação e aprimo-
ramento técnico-operativo por meio de um conjunto de referenciais prático-
-instrumentais. Já o CE Profissional de 1993 foi criado devido à necessidade 
de orientação da nova perspectiva profissional marcada pela ruptura com o 
conservadorismo, expressa no projeto ético-político.
[...] o Código de Ética contribui para o assistente social na condição de traba-
lhadores, para o processo contraditório de construção de uma nova moralidade 
profissional direcionada socialmente para a ruptura com o conservadorismo 
e para a construção de uma nova cultura profissional democrática que colide 
com a hegemonia política do capital; uma direção estratégica (BARROCO, 
2005, p. 206 apud FRANÇA JÚNIOR, 2012, p. 139).
A partir de 1993, o serviço social assume uma nova ética, baseada na 
realidade social e sua totalidade. O CE é a expressão e o suporte teórico que 
afirma essa nova concepção dos valores políticos e éticos contra o moralismo 
conservador, representando o perfil profissional elaborado democraticamente, 
o qual possui o compromisso com um projeto social democrático que, por sua 
vez, possibilita a construção de respostas às demandas da sociedade. Estabe-
lecidos pela Resolução do Conselho Federal do Serviço Social (CFESS) nº. 
273 de março de 1993, os princípios fundamentais do CE configuram-se por:
 � reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas 
políticas a ela inerentes, por exemplo, autonomia, emancipação e plena 
expansão dos indivíduos sociais;
Projeto ético-político do serviço social6
 � defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do 
autoritarismo;
 � ampliação e consolidação da cidadania, considerada uma tarefa primor-
dial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais 
e políticos das classes trabalhadoras;
 � defesa do aprofundamento da democracia como socialização da parti-
cipação política e da riqueza socialmente produzida;
 � posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure 
universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas 
e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;
 � empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando 
o respeito à diversidade, participação de grupos socialmente discrimi-
nados e discussão das diferenças;
 � garantia do pluralismo, por meio do respeito às correntes profissionais 
democráticas existentes e suas expressões teóricas, bem como compro-
misso com o constante aprimoramento intelectual;
 � opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção 
de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, 
etnia e gênero;
 � articulação com os movimentos de outras categorias profissionais 
que partilhem dos princípios desse código e com a luta geral dos/as 
trabalhadores/as;
 � compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e o 
aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional;
 � exercício do serviço social sem ser discriminado, nem discriminar, 
por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, 
nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e 
condição física.
Na década de 1990, o serviço social reformula significativamente sua perspectiva, 
estabelecendo a reformulação do CE Profissional em 1993, a nova Lei de Regulamen-
tação da Profissão nº. 8.662, a aprovação da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) 
nº. 8.742 de 7 de novembro de 1993 e as novas diretrizes curriculares, aprovadas em 
1996 pela ABEPSS, as quais orientam o programa de formação acadêmica profissional 
e fundamentam o projeto de ruptura e coroamento do amadurecimento da profissão 
nesse período.
7Projeto ético-político do serviço social
Neste contexto, o CE se inscreve no projeto de ruptura juntamente à nova 
Lei de Regulamentação da Profissão nº. 8.662/1993, a qual confere ao serviço 
social competências e atribuições privativas e o Conselho Regional de Serviço 
Social (CRESS) como órgão executivo de regulação do exercício profissional. 
A partir dessa lei, o conjunto CFESS-CRESS trabalha para apreender questões 
e demandas postas ao profissional.
Dispondo sobre o exercício profissional, a lei prevê, no art. 4º, ascompe-
tências do assistente social:
I — elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos 
da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organi-
zações populares; 
II — elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos 
que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da so-
ciedade civil; 
III — encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, 
grupos e à população;
IV — (Vetado); 
V — orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido 
de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa 
de seus direitos; 
VI — planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais; 
VII — planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a 
análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;
VIII — prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública 
direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias 
relacionadas no inciso II deste artigo; 
IX — prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacio-
nada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos 
e sociais da coletividade; 
X — planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de 
Unidade de Serviço Social; 
XI — realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de be-
nefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e 
indireta, empresas privadas e outras entidades.
As competências direcionam-se fundamentalmente aos direitos civis, 
políticos e sociais no atendimento das políticas sociais aos indivíduos, bem 
como apontam que, mais do que prever a normatização, os direitos e os deveres, 
o CE é uma expressão do projeto ético-político da categoria profissional na 
cotidianidade. O profissional deve conhecer, apropriar e conduzir suas ações 
junto à população usuária e às instituições contratantes referenciadas nas suas 
competências, respondendo às demandas colocadas pelos empregadores e pela 
dinâmica da realidade social.
Projeto ético-político do serviço social8
Projeto ético-político do serviço social — estado 
atual e desafios 
No cenário marcado pela continuidade ofensiva do capital e pelo enfraque-
cimento das lutas e da resistência dos movimentos organizados do trabalho, 
o projeto ético-político profissional encontra-se em um momento crucial da 
sua trajetória que remete à manutenção de bases teóricas e respostas políti-
cas profissionais que serão dadas aos desafios atuais no âmbito do exercício 
profissional e nos campos de formação. Como pontua Iamamoto, o desafio 
encontra-se posto aos profissionais no redescobrir: 
Como reforçar e consolidar esse projeto político profissional em um terreno 
de profundas mudanças; como atualiza-lo ante o novo contexto social, sem 
abrir mão dos princípios éticos políticos que o norteiam. Ora, a vitalidade 
desse projeto encontra-se relacionada à capacidade de adequá-lo aos novos 
desafios conjunturais, reconhecendo as tendências dos processos sociais, de 
modo que torne possível a qualificação do exercício profissional (IAMA-
MOTO, 1998, p. 113–114). 
Entre os inúmeros desafios colocados à categoria, existem a necessidade 
do trabalho de base, educação, mobilização e organização popular no forta-
lecimento de sujeitos coletivos; o estímulo à inserção social que potencialize 
a democratização da vida em sociedade; a formação profissional tendo em 
vista sua dimensão investigativa; e a afirmação da indissociabilidade entre 
os fundamentos teóricos e a prática profissional.
Diante desse cenário, o futuro do projeto está na sua estratégia emancipa-
dora, “[...] um combate ético, teórico, político e prático-social ao neoliberalismo 
e aí reside o futuro do projeto ético-político profissional” (NETTO, 1995, 
p. 115 apud ABRAMIDES, 2006, p. 35).
ABRAMIDES, M. B. C. O Projeto Ético-Político Profissional do Serviço Social Brasileiro. 2006. 
426 f. Tese (Doutorado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade Católica de São 
Paulo, São Paulo, 2006. Disponível em: <http://www.ssrede.pro.br/wp-content/uplo-
ads/2017/06/t5.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL. Projeto 
ABEPSS itinerante 2014: estágio supervisionado em Serviço Social: desfazendo os 
9Projeto ético-político do serviço social
nós e construindo alternativas. Brasília: ABEPSS, 2014. 17 p. Disponível em: <http://
www.abepss.org.br/arquivos/textos/documento_201604041620107714300.pdf>. 
Acesso em: 12 nov. 2018.
BRASIL. Congresso Nacional. Lei N.º 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a 
profissão de Assistente Social e dá outras providências. Casa Civil – Presidência da 
República. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8662.htm>. 
Acesso em: 22 nov. 2018.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Resolução N.º 273/93 de 13 de março de 1993. 
Institui o Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais e dá outras providências. 
Conselho Federal de Serviço Social, Brasília, 1993. Disponível em: <http://www.cfess.org.
br/arquivos/resolucao_273-93.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018.
FRANÇA JÚNIOR, R. P. Os Elementos do Projeto Ético Político Profissional e Seu Debate. 
2012. 186 f. Dissertação (Mestrado em Serviço Social) – Pontifícia Universidade Católica 
de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em: <https://sapientia.pucsp.br/handle/
handle/17591>. Acesso em: 12 nov. 2018.
IAMAMOTO, M. V. As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no serviço 
social contemporâneo. In: MOTA, A. E. et al. (Org.). Serviço social e saúde: formação e 
trabalho profissional. São Paulo: Organização Panamericana de Saúde: Ministério da 
Saúde, 2006, p. 161-196. Disponível em: <http://www.fnepas.org.br/pdf/servico_so-
cial_saude/texto2-2.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018.
NETTO, J. P. A Construção do Projeto Ético-Político do Serviço Social. In: MOTA, A. E. et 
al. (Org.). Serviço social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: Organização 
Panamericana de Saúde: Ministério da Saúde, 2006, p. 139-160. Disponível em: <http://
www.fnepas.org.br/pdf/servico_social_saude/texto2-1.pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018.
TEIXEIRA, J. B.; BRAZ, M. O projeto ético-político do Serviço Social. In: CONSELHO 
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM 
SERVIÇO SOCIAL. Serviço social: direitos sociais e competências profissionais. Brasília: 
CFESS; ABEPSS, 2009. p. 185-200. Disponível em: <http://www.abepss.org.br/arquivos/
anexos/teixeira-joaquina-barata_-braz-marcelo-201608060407431902860.pdf>. Acesso 
em: 12 nov. 2018.
Leituras recomendadas
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Código de ética do/a assistente social: lei 
8.662/93 de regulamentação da profissão. 10. ed. Brasília: Conselho Federal de Serviço 
Social, 2012. 60 p. Disponível em: <http://www.cfess.org.br/arquivos/CEP_CFESS-SITE.
pdf>. Acesso em: 12 nov. 2018.
GUERRA, Y. O projeto profissional crítico: estratégia de enfrentamento das condições 
contemporâneas da prática profissional. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, v. 28, n. 
91, p. 5-33, set. 2007.
Projeto ético-político do serviço social10
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