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Trabalho de anestesiologia

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MODELO PARA ATIVIDADE EXTRA:
CASO CLÍNICO: 2 - Você é o anestesista da clínica NO PAIN e hoje irá anestesiar a Lilica,
canina, SRD, 4 anos, 12 kg, para uma cesariana com fetos vivos. Descreva os exames e medidas
empregadas ao caso. Em seguida, elabore o protocolo anestésico completo (MPA, indução,
manutenção, analgesia), contemplando os itens requeridos no modelo disponibilizado abaixo. Não
esquecer de englobar os cuidados para com os neonatos!
1. EXAMES PRÉ-OPERATÓRIOS RECOMENDADOS
a. Exames gerais: Ultrassom, hemograma completo e bioquímicos (uréia, creatinina e proteínas
totais).
b. Exames específicos para o caso: Hemograma, proteínas totais e glicose para os fetos.
2. AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
a. Exames físicos: Pressão arterial, FC, FR, Temperatura corporal, TPC, Hidratação, Altitude.
b. Classificação de risco ASA: ASA 3.
3. MEDIDAS DE ESTABILIZAÇÃO (SE NECESSÁRIO):
● Jejum: desde que viável, de 08h, enquanto que o hídrico, de 2h.
● Em casos de hipoventilação: A fêmea que faz muito esforço, vai ter o abdômen distendido e a
expansão pulmonar comprimida, já possuem uma menor capacidade residual pulmonar na
expiração e tendem a ter distúrbio ácido-base, ou seja, vai promover uma taquipneia, devido ao
aumento da frequência respiratória e vai eliminar muito C02, causando uma acidose metabólica.
● Em casos de hipoxemia: É necessário fazer a pré-oxigenação antes da indução, através de
máscaras com oxigênio, para saturar a hemoglobina com o oxigênio e evitar hipoxemia.
● Em casos de anemia: Deixar separado bolsas de sangue para transfusão se necessário, para
aumentar o volume de sangue fornecido.
● Em casos de hipotensão: Reduzir o volume de anestésicos, realizar prova de carga e utilizar
drogas vasoativas, se necessário.
● Em caso de depressão fetal: Pode ser usada adrenalina sublingual (gota).
● Aquecimento dos neonatos, massagem torácica e retirada de secreções (mecônio).
4. CUIDADOS ESPECÍFICOS DE MONITORAÇÃO ANESTÉSICA
● Controlar a pressão arterial. A fêmea pode entrar em hipotensão muito fácil, pois ela demanda de
um maior volume sanguíneo para suprir os anexos gestacionais, como a placenta e os próprios
filhotes. (Hematócrito vai estar baixo).
● Controlar a capacidade de respiração respiratória da fêmea (FR), visto que, com a capacidade
abdominal reduzida, pode aumentar e promover a uma acidose metabólica. Em casos de acidose
metabólica, pode ter taquipneia (FC) e redução de CO2 .
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● Verificar o esvaziamento gástrico, a fêmea pode apresentar um retardo na digestão em decorrência
da motilidade gástrica afetada pelo deslocamento de estômago.
O útero gravídico causa deslocamento do estômago para a porção cranial, diminuição da
motilidade gástrica e a atuação do hormônio progesterona estimula o esvaziamento estomacal
tardio. (SALES, 2021).
● Verificar se há a presença de sofrimento fetal após o nascimento.
5. ETAPAS DA ANESTESIA
a. Fármacos na MPA:
● Se for uma paciente tranquila, não precisa fazer medicação pré-anestésica. Fêmea agitada ou
com dor, podemos aplicar a dexmedetomidina ou apenas um opióide.
● Opióide de escolha, seria a metadona.
● OBS: As doses devem ser reduzidas, pensando no peso da fêmea “sem os fetos”.
b. Indução anestésica:
● Propofol como agente indutor, produz menor depressão dos reflexos neurológicos neonatais,
além disso, é bem estável e não causa tanta hipotensão e alterações cardiovasculares na fêmea.
Fornece à fêmea recuperação anestésica e metabolização mais rápidas, dando segurança
para pacientes neonatos e pediátricos, não apresentando efeito cumulativo, proporcionando uma
rápida indução com mínima depressão residual fetal. (TOLEDO et al., 2021)
c. Manutenção anestésica:
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● Propofol: O propofol, ao atravessar a barreira placentária, não apresenta ação teratogênica e não
são observados efeitos depressores significativos que comprometam a saúde fetal, se a retirada dos
fetos for realizada em até 20 minutos após a sua administração (VASCONCELOS, 2014).
d. Analgesia e bloqueios locorregionais
● Epidural com Lidocaína, o volume de anestésico local deve ser reduzido, devido à distensão dos
vasos do assoalho da medula óssea ocasionada pelo aumento do fluxo sanguíneo. Tal distensão
produz redução do espaço epidural, de modo a facilitar a transferência de fármacos para o líquido
cefalorraquidiano.
A anestesia epidural é considerada uma boa opção, principalmente para fêmeas menos
agitadas, já que os filhotes nascem vigorosos e rapidamente apresentam reflexo de sucção.
(VINHAS, 2011)
6. CONTRAINDICAÇÕES:
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a. Fármacos não recomendados:
Alfa-2 Agonistas, Benzodiazepínicos (midazolam), Fenotiazínicos (acepromazina).
b. Justificativa:
Passam para a barreira placentária; Podem promover bradicardia; Aumentam as chances de
hipotensão; Causa depressão respiratória nos fetos.
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7. REFERÊNCIAS
SALES, Janio. Considerações na anestesia cesariana em cadelas. Centro Universitário de Brasília. 2021.
Disponível em: https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/prefix/15625/1/21909494.pdf. Acesso em:
04 nov. 2023.
TOLEDO, Gabriela Noronha et al. ANESTESIA PARA CESARIANAS EM FÊMEAS
CANINAS:REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 2021. Disponível em:
https://revistaeletronica.unicruz.edu.br/index.php/revint/article/view/622/396. Acesso em: 04 nov. 2023.
VASCONCELOS, Camilla Ferreira Bonfim. ANESTESIA NA CADELA GESTANTE. 2014.
Disponível em:
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/10401/1/2014_CamillaFerreiraBonfimVasconcelos.pdf. Acesso em:
04 nov. 2023.
VINHAS, Silvia Costa. Distocia e cesariana em pequenos animais: revisão de literatura. 2011. Disponível
em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUBD-9C6G5U/1/monografia_silvia_costa_vinhas.pdf,.
Acesso em: 04 nov. 2023
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