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CFP Modulo II - Gestao de Ativos e Investimentos

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1. Princípios de Investimento 3
1.1 Principais Fatores de Análise de Investimentos 3
1.2 Tipos de Risco 5
1.3 Suitability 12
2. Finanças Comportamentais 15
3. Instrumentos de Investimentos 23
3.1.1 Instrumentos de Renda Fixa 23
3.1.2 Instrumentos de Renda Variável 43
3.1.3 Oferta Pública de Valores Mobiliários (renda fixa e variável) 54
3.2.1 Fundo de Investimento 71
3.3 Instrumentos de Derivativos 109
3.4 Investimentos no Exterior 125
3.5 Imóveis 146
4. Teoria de Carteiras 149
4.1 - 
4.3 Fronteira Eficiente de Markovitz e Beta 151
4.4 Modelos de Precificação 162
5. Seleção e Alocação de Ativos 165
5.1 Seleção de ativos de renda variável 165
5.2 Seleção de ativos de Renda Fixa: Rating, yield to maturity (YTM), current yield (CY) 173
5.3 Alocação de Ativos: estratégica e tática; dinâmica e estática 176
5.4 Rebalanceamento 178
6. Gestão e Mensuração de Risco e Retorno 185
6.1
Gestão e Mensuração de Risco: Value at Risk (VAR), Stress test, Stop loss, 
Risco de reinvestimento, Risco de resgate antecipado (liquidez), Imunização 
de carteira de Renda Fixa, Duration (Macaulay e Modified Duration)
185
6.2 Gestão e Mensuração de Risco e Retorno: Índice de Sharpe, Índice de Treynor, Beta 190
6.3 Principais índices de referência 192
CONTEÚDO
MÓDULO II
PRINCÍPIOS DE
INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS FATORES DE ANÁLISES DE INVESTIMENTOS
Rentabilidade
Existem diversas formas de verificar a rentabilidade de um determinado investimento, seja ela 
comparando com algum benchmark (relativa), líquida, bruta, descontada da inflação, etc.
Veja abaixo os tipos de rentabilidade presentes nos investimentos:
1. Rentabilidade Absoluta: Aponta o % bruto de rentabilidade em determinado período. Exemplo: 
O fundo de renda fixa XYZ do banco XPTO rendeu 1,10 % no mês de janeiro.
2. Rentabilidade Relativa: É a rentabilidade em relação a outro ativo (normalmente um 
benchmark). Exemplo: O fundo de renda fixa XYZ do banco XPTO teve um rendimento de 120% do 
CDI no mês janeiro.
3. Rentabilidade Observada: Está relacionada com o conceito de passado. É a rentabilidade 
divulgada pelos fundos de investimento, por exemplo.
4. Rentabilidade Esperada: É calculada como a média da rentabilidade observada. Representa 
uma expectativa (esperança) de retorno do investidor. Rentabilidade observada não é garantia de 
rentabilidade esperada.
5. Rentabilidade Bruta: É a rentabilidade que ainda não foram descontados impostos.
6. Rentabilidade Líquida: É o retorno, já descontado os impostos.
Exemplo: Fernando aplicou em uma LC e obteve uma rentabilidade bruta de 10% no período 
aplicado. Considerando que a alíquota de IR seja 15%, o retorno líquido será: 10 x 0,85 = 8,5% 
7. Rentabilidade Nominal: Equivale ao rendimento total da aplicação.
8. Rentabilidade Real: Obtida após a dedução da inflação no período do investimento.
Exemplo: Suponha que um investimento rendeu 9,5% e que a inflação no período foi de 5%, qual o 
rendimento real da aplicação?
Taxa real = (1 + 0,095) / (1 + 0,05) – 1 x 100
*Converter para decimal para aplicar a fórmula
= 1,095 / 1,05
= 1,04 – 1 
= 0,04 x 100 
= 4% de ganho real na aplicação
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 4
Liquidez
Este conceito corresponde à facilidade e velocidade com as quais um ativo pode ser convertido em 
dinheiro novamente. Ou, em uma definição mais simples, é a capacidade de transformar um ativo 
(bens ou investimentos) em dinheiro.
A partir de tal contextualização, pode-se compreender que quanto mais rápida for a conversão 
do ativo em dinheiro, mais líquido ele será. Um ativo com pouca liquidez, portanto, é aquele mais 
difícil de ser resgatado.
Os motivos podem ser diversos. Por exemplo, simplesmente pela falta de compradores ou mesmo 
pelo tempo necessário para liquidar o investimento. A venda de um imóvel é considerada de baixa 
liquidez, já que costuma ser necessário um tempo maior até conseguir efetivá-la.
A liquidez, na verdade, envolve duas dimensões: a facilidade de conversão e a perda de valor. 
Afinal, a velocidade é relativa, já que muitas vezes é possível ter resgate mais rápido perdendo os 
rendimentos da aplicação ou diminuindo o preço de venda de um ativo. Quem deseja vender uma 
casa mais rapidamente provavelmente precisará reduzir o preço cobrado. Logo, podemos dizer 
que um investimento com alta liquidez é aquele que pode ser convertido em dinheiro com rapidez, 
sem que haja uma perda significativa de valor.
Risco de um investimento
Pode ser definido como a probabilidade de se obter uma rentabilidade diferente da esperada. 
Normalmente, quanto maior for o risco de um determinado investimento, maior tende a ser a 
possibilidade de ganho e também a possibilidade de perda para o investidor. 
A teoria econômica se baseia em dois princípios sobre o investidor:
 • Quanto maior a rentabilidade do investimento, melhor
 • Quanto menor o seu risco, melhor
Risco versus Retorno
Considerando que os investidores são racionais, concluímos que os mesmos só estarão dispostos a 
correrem maior risco em uma aplicação financeira para ir em busca de maiores retornos. 
Segundo o princípio da dominância, entre dois investimentos de mesmo retorno, o investidor 
prefere o de menor risco e entre dois investimentos de mesmo risco, o investidor prefere o de 
maior rentabilidade. 
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 5
Principais riscos encontrados nos investimentos:
 • Risco de Crédito
 • Risco de Mercado
 • Risco de Liquidez
Risco de Crédito
O risco de crédito está associado a possíveis perdas que um credor possa ter pelo não pagamento 
por parte do devedor dos compromissos assumidos em uma data acertada, seja este compromisso 
os juros (cupons) ou o principal. Existem vários tipos de risco de crédito: um investidor, ao comprar 
um título, sempre estará incorrendo em um ou mais destes tipos de risco de crédito. 
As empresas normalmente contratam as agências especializadas (agências de rating) como 
Standard & Poor’s e Moody’s para que elas classifiquem o risco de crédito referente às obrigações 
que vão lançar no mercado (e que serão adquiridas por investidores), como debêntures (bonds), 
commercial papers, securitizações, etc.
O rating depende da probabilidade de inadimplência da empresa devedora, assim como das 
características da dívida emitida. 
Quanto pior for o rating atribuído, maior será a taxa de juros exigida como retorno pelo investidor.
Exemplo: Uma debênture com classificação AA oferece menor risco do que uma com rating BBB, 
logo, a segunda (de maior risco) deverá pagar juros superiores, comparado com a primeira.
Quando uma empresa emite debêntures e não consegue honrar seus pagamentos, seus 
investidores estão sujeitos a terem perdas financeiras devidas ao risco de crédito existente. 
Aplicações em ações NÃO possuem RISCO DE CRÉDITO, 
 apenas risco de mercado e de liquidez
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 6
Risco do Spread de Crédito
É quando há a variação no spread de crédito de um título devido à mudança de percepção de risco 
da instituição emissora deste título pelo mercado.
Com essa variação de taxa o preço atual do papel flutua para se ajustar a esta mudança de 
percepção. 
Exemplo: Em um momento em que a taxa de juros está em 6% e você possui um CRA prefixado 
com remuneração de 8% ao ano, nesse momento, você já possui um certo prêmio de risco em 
relação a taxa de juros. Se a percepção de risco aumentar sobre esse CRA, a taxa do título irá 
aumentar e o preço do título irá cair. Ao cair o preço do título, se você tentar realizar a venda do 
título no mercado, irá verificar que ocorreu uma variação negativa caso a marcação a mercado 
fique abaixo do preço na curva do título. 
Marcação na curva é a rentabilidade com base na taxa contratada, 
sendo levada até o vencimento.
Entre 2019 e 2020, com a queda da taxa de juros básica da economia e dos juros futuros, houve 
um grande movimento de venda de títulos privados. Esse movimento combinado com uma Selic 
extremamente baixa, fez com que a oferta e demanda realizasse um aumentodas taxas dos títulos, 
gerando um aumento do spread de crédito.
Abaixo há um gráfico ilustrando a média do spread de crédito entre as debêntures incentivadas 
IPCA+ sobre as NTN-Bs.
Esse ajuste ocorreu também em virtude da percepção de rentabilidade sobre os títulos. Imagine 
um fundo de renda fixa com taxa de administração de 1%, CDI a 1,9% e uma carteira de títulos 
pagando 100% do CDI. Nesse cenário, descontando a taxa de administração o fundo renderia 0,9% 
ao ano, ou seja, aproximadamente 47% do CDI, não fazendo jus ao risco de crédito de se investir 
no fundo. Em virtude disso os títulos acabaram sofrendo com o spread de crédito, somado a outros 
eventos. 
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 7
Risco de Mercado
Risco de mercado é a potencial oscilação dos valores de um ativo durante um período de tempo. 
O preço dos ativos oscila por natureza. Uns mais, outros menos, a isso chamamos de volatilidade, 
que é uma medida dessa oscilação. Assim, os preços das ações são mais voláteis (oscilam mais) 
que os preços dos títulos de renda fixa. O Risco de Mercado é representado pelos desvios (ou 
volatilidade) em relação ao resultado esperado. 
Risco de mercado, volatilidade e desvio padrão, na prática podem ser utilizados como sinônimos.
O Desvio padrão é a principal medida de risco de mercado.
Exemplo: se esperarmos que um determinado fundo de investimento entregue um retorno de 25% 
ao ano, a expectativa de que ao aplicarmos R$ 100, obteremos um retorno de R$ 25. Quaisquer 
rentabilidades observadas acima ou abaixo são consideradas risco de mercado. 
Algumas fontes de risco de mercado:
 • Macroeconômico e política econômica
 • Taxa de juros e inflação
 • Câmbio
 • Relação com outros países 
 • Político: variação de acordo com política liberal ou social
 • Social: meio ambiente, desastres naturais, produtos que caem em desuso
Risco Sistemático
Risco sistemático afeta todos os ativos do mercado, sendo normalmente originado por grandes 
eventos no mercado, tais como: 
 • Eleições presidenciais
 • Recessão global 
 • Pandemias 
 • Impeachment 
 • Guerra
O risco sistemático NÃO é diversificável.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 8
Risco Não Sistemático
O Risco não sistemático é também conhecido como: risco setorial, risco específico ou risco 
diversificável.
Quando o investidor compra apenas uma ação em sua carteira, fica refém desse tipo de risco, pois 
caso aconteça algo especificamente com aquela companhia ou com aquele setor da economia, sua 
carteira como um todo será impactada.
Risco não sistemático é aquele que tem origem em características específicas da empresa. Por 
exemplo:
 • Capacidade gerencial
 • Tipo de produto
 • Mercado consumidor e fornecedor
 • Endividamento
 • Tecnologia utilizada
Diversificação
A diversificação, no mundo dos investimentos, é como o investidor divide seus recursos nos 
diversos ativos financeiros e reais, como: colocar 10% do seu dinheiro na poupança, 50% em 
fundos de renda fixa, 20% em fundo imobiliário e 20% em ações. 
A diversificação ajuda a reduzir os riscos de perdas. É o velho ditado: “não coloque todos os ovos 
na mesma cesta”. Desta forma, quando um investimento não estiver indo muito bem, os outros 
podem acabar compensando, de forma que na média não tenha perdas mais expressivas.
Deve-se ter em mente, entretanto, que a diversificação não é capaz de eliminar todo o risco de 
mercado de um investimento. Isso devido ao fato de que no mercado existem riscos que afetam 
todos os ativos no mesmo sentido, seja positivo ou negativo. A expectativa de uma recessão 
econômica, por exemplo, muito provavelmente levará a uma queda nos preços de todos os ativos. 
A isso chamamos de risco sistemático ou não diversificável. A diversificação consegue reduzir 
apenas o risco Não Sistemático. 
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 9
No gráfico abaixo conseguimos verificar os efeitos da diversificação em uma carteira de ações:
Risco de Liquidez
O risco de liquidez trata-se da impossibilidade de vender um determinado ativo pelo preço justo 
e no momento desejado. A realização da operação, se ela for possível, implica numa alteração 
substancial nos preços do mercado. 
Caracteriza-se quando o ativo possui muitos vendedores e poucos compradores.
Investimento em imóveis é um exemplo de uma aplicação com alto risco de liquidez.
Outros tipos de Riscos 
Risco de Contraparte
Este é o risco de que um negócio não cumpra as suas obrigações contratuais. Mesmo que o risco 
de contraparte lembre o risco de crédito a grande diferença é que este tipo de risco pode existir 
com uma contraparte com a qual não exista nenhuma relação de financiamento/empréstimo. É 
um tipo de risco de crédito, porém nesse caso, não existe o título de crédito. É uma operação 
realizada entre duas partes, onde uma das partes não honra com a sua obrigação.
 • A contratação de seguros prestamistas em operações de crédito, tem como objetivo 
minimizar esse tipo de risco. 
 • Nas operações de mercado futuro, como a bolsa de valores exige margem de garantia, a 
mesma assume o Risco de Contraparte.
Exemplo: dar uma ordem de compra de uma ação e o operador não executar imediatamente, 
executando-a apenas quando preço do papel subiu, acarretando prejuízo. 
Frequentemente, o risco de contraparte está associado ao mercado de derivativos de balcão.
A perda pelo risco de contraparte pode ser parcial (normalmente) ou total.
https://topinvest.com.br/risco-de-credito/
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 10
Formas de mitigar o risco de contraparte:
 • Avaliar o crédito da contraparte
 • Aprovar linhas de crédito para as contrapartes
 • Utilização de clearings (câmaras de compensação)
 • Utilizar margem de garantia
Risco Soberano
É o risco de um país não honrar um empréstimo ou outros compromissos devido às mudanças em 
sua política nacional
Exemplos: 
 • Não pagamento de uma dívida
 • Proibir envio de recursos ao exterior
 • Nacionalizar empresas
Quando uma agência de rating avalia a capacidade de pagamento de um país, atribuindo uma nota 
aos títulos públicos, esse risco é chamado de risco soberano.
Justifica-se o nome pelo fato do governo federal ser a “instituição” mais sólida dentre todas que 
existem naquele país, logo, espera-se que a melhor nota de crédito seja atribuída a seus títulos.
Risco de Liquidação
O risco de liquidação é o ato de finalizar uma operação. Se for de venda, entrega do ativo 
e recebimento do dinheiro. Se for de compra, o processo inverso. O risco de liquidação ocorre 
quando esta troca não ocorre.
Esse risco é mitigado graças a presença das clearing houses (B3, Selic, etc)
Na tabela abaixo é possível ver os prazos de liquidação de alguns ativos.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 11
Risco Legal
É a possibilidade de um investidor ou uma instituição financeira (ou empresa não financeira) 
enfrentar problemas relativos à legislação e, com isso, experimentar perdas financeiras. 
Em risco legal também podemos considerar a impossibilidade de se executar os termos de um 
contrato, incluindo os riscos provenientes de documentação insuficiente, falta de poderes dos 
representantes da contraparte para assumir o compromisso, desconhecimento de algum aspecto 
jurídico relevante, gerando a incapacidade de se implementar uma cobrança, por falta de amparo 
legal
Exemplo: empréstimo de recursos, a clientes que possuem garantias amplas, porém, com a 
documentação da operação não calçada em instrumentos legais corretos, ou com a documentação 
incompleta, ou com falta de assinaturas, ou as pessoas que assinaram não são os reais 
representantes, no caso de o tomador ser uma empresa.
Tipos de riscos legais:
 • Risco de Litígio: Ocorre em função de direitos não respeitados.
 • Risco Regulatório: alteração de legislação ou legislação “excessiva” de diversas origens. 
Também falta de conhecimento sobre legislação (outros países).
 • Risco de Fraude: falta de segurança jurídica em determinados investimentos (ex.: 
“pirâmides” financeiras).• Risco Tributário: volume de legislação e potenciais conflitos entre Federação, Estados e 
Municípios.
Risco Geopolítico
Ocorre fundamentalmente nas disputas entre nações que podem ser por razões comerciais, 
bélicas, de influência política, territoriais, religiosas que provocam desequilíbrios e aumento de 
risco no cumprimento de obrigações.
Exemplos: 
 • Disputa comercial EUA e China
 • Crescimento bélico da Coreia do Norte
 • Conflitos nas regiões petrolíferas
 • Saída do Reino Unido da União Europeia
Risco de Imagem (Reputação)
O risco de imagem de refere ao impacto negativo da opinião pública sobre as operações/atividades 
da instituição. O risco de imagem pode danificar o negócio de uma instituição de muitas formas, 
como por exemplo: queda no valor das ações, perda do apoio da clientela e desaparecimento de 
oportunidades de negócios.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 12
Exemplo: Operação lava jato, ações da Petrobras, valor da ação saiu de mais de R$ 23,00 em 2014 
(início das denúncias contra a empresa) e chegou a pouco mais de R$ 4,00 no início de 2016, 
conforme mostra o gráfico abaixo: 
Outros Tipos de Risco que Influenciam o Mercado
 • Operacional: falhas de processamento e controle de operações
 • Risco cambial: risco oriundo da oscilação das taxas de câmbio
 • Taxa de Juros: marcação a mercado
 • Maior o prazo até o vencimento, maior o risco da taxa de juros
 • Maior a taxa de cupom, menor o risco de taxa de juros, pois quanto antes o investidor 
receber o seu rendimento, menor a flutuação do preço
Suitability – Instrução CVM 539: dever de verificação da adequação dos 
produtos, serviços e operações ao perfil do cliente 
As pessoas habilitadas a atuar como integrantes do sistema de distribuição e os consultores de 
valores mobiliários não podem recomendar produtos, realizar operações ou prestar serviços sem 
que verifiquem sua adequação ao perfil do cliente. A principal ferramenta para tornar o processo 
de adequação aos produtos de investimento mais claro e objetivo, é o questionário de Análise 
de Perfil do Investidor. Esta é uma metodologia que oriente o investidor a identificar seu perfil e 
verificar a adequação de produtos de investimentos a ele.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 13
A Análise do Perfil do Investidor (API) é geralmente desenvolvida a partir de um questionário 
preenchido pelo investidor, antes da decisão sobre em quais produtos ele irá aplicar seus recursos.
As regras previstas na Instrução CVM 539 de 2013, são aplicáveis às recomendações de produtos 
ou serviços, direcionados a clientes específicos, realizadas mediante contato pessoal, seja sob 
formas oral, escrita, eletrônica ou pela internet.
Principais aspectos observados na Análise do Perfil do Investidor:
 • Tolerância aos riscos
 • Necessidade futura de recursos
 • Categorias de produtos
 • Categorias de perfil de risco
 • Adequação aos produtos e serviços
Pontos para verificação se há adequação entre a recomendação de produtos ou serviços ao perfil 
do cliente:
 • O produto, o serviço ou a operação são adequados aos objetivos de investimento do 
cliente;
 • A situação financeira do cliente é compatível com o produto, o serviço ou a operação;
 • O cliente possui conhecimento necessário para compreender os riscos relacionados ao 
produto, o serviço ou a operação.
Para verificar a adequação do produto, serviço ou da operação aos objetivos de investimento do 
cliente, é necessário analisar, no mínimo:
 • O período em que o cliente deseja manter o investimento
 • As preferências declaradas do cliente quanto à assunção de riscos
 • As finalidades do investimento
Para determinar a situação financeira do cliente, é preciso analisar, no mínimo:
 • O valor das receitas regulares declaradas pelo cliente
 • O valor dos ativos que compõem o patrimônio do cliente
 • A necessidade futura de recursos declarada pelo cliente
Após esta análise, deve-se avaliar e classificar o cliente em categorias de perfil de risco previamente 
estabelecidas (Exemplo: Conservador, Moderado e Agressivo). 
Para determinar o nível de conhecimento financeiro do cliente, deve-se analisar, no mínimo:
 • Os tipos de produtos, serviços e operações com os quais o cliente tem familiaridade
 • A natureza, o volume e a frequência das operações já realizadas pelo cliente no mercado 
de valores mobiliários, bem como o período em que tais operações foram realizadas
 • A formação acadêmica e a experiência profissional do cliente.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 14
Profissionais devem analisar e classificar as categorias de produtos com que atuem, identificando 
as características que possam afetar sua adequação ao perfil do cliente, devendo ser considerados, 
no mínimo:
 • Os riscos associado ao produto e a seus ativos subjacentes
 • O perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto
 • A existência de garantias
 • Os prazos de carência
É vedada a recomendação de produtos ou serviços ao cliente quando:
 • O perfil do cliente não for adequado ao produto ou ao serviço
 • Não forem obtidas informações que permitam a identificação do perfil do cliente
 • As informações relativas ao perfil do cliente não estiverem atualizadas
Antes da primeira operação, a ser feita pelo cliente o profissional deve: 
 • Alertar o cliente acerca da ausência ou da desatualização de perfil ou da sua inadequação, 
com a indicação das causas da divergência
 • Obter declaração expressa do cliente de que está ciente da ausência, da desatualização ou 
da inadequação de perfil
A atualização das informações relativas ao perfil de clientes, à análise e à classificação das 
categorias de valores mobiliários que compõe as carteiras de clientes deve ser feita em intervalos 
de, no mínimo 24 meses.
O profissional fica dispensado do dever de verificar a suitability dos seguintes investidores:
 • Investidor qualificado ou profissional (com exceção das pessoas físicas)
 • Pessoa jurídica de direito público
 • Clientes cuja carteira de valores mobiliários administrada discricionariamente por 
administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM
 • Já tiver o seu perfil definido por um consultor de valores mobiliários autorizado pela CVM 
e esteja implementando a recomendação por ele fornecida.
Os profissionais devem manter, pelo prazo mínimo de 5 anos, contados da última 
recomendação prestada ao cliente ou da última operação realizada pelo cliente, conforme 
o caso, ou prazo superior por determinação expressa da CVM, em caso de processo 
administrativo, todos os documentos e declarações exigidos pela Instrução CVM 539. 
FINANÇAS
COMPORTAMENTAIS
FINANÇAS TRADICIONAIS E FINANÇAS COMPORTAMENTAIS
Finanças Comportamentais é um assunto que tem ganho cada vez mais destaque em estudos 
do mundo acadêmico e se refere a uma ramificação ou área das finanças modernas. As Finanças 
Comportamentais são um ramo do estudo de Finanças que tem como objetivo a revisão e o 
aperfeiçoamento do modelo econômico-financeiro atual, pela incorporação de evidências sobre a 
irracionalidade do investidor com relação à tomada de decisões sobre os investimentos. Em outras 
palavras, as finanças comportamentais contestam as premissas de que os agentes econômicos 
operam de forma inteiramente racional, e que buscam, em suas decisões, a maximização de 
resultados. Essa contestação se dá através da incorporação de outras áreas de conhecimento 
(Psicologia, Sociologia, etc) à economia para explicar as decisões financeiras dos indivíduos.
As finanças comportamentais não buscam substituir os pressupostos da teoria econômica 
tradicional, mas sim incluir aspectos psicológicos em suas análises com o objetivo de incluir 
situações relevantes e práticas que não são contempladas na teoria tradicional. Um exemplo 
importante de evento que originou a busca por novas teorias foi a ineficiência do modelo moderno 
de finanças em conseguir explicar na totalidade as fortes correções de preços dos ativos durante 
crises financeiras.A concepção tradicional de finanças assume que os investidores possuem três características 
principais:
1. São avessos a riscos: investidores procuram minimizar risco e maximizar os retornos de suas 
aplicações.
2. Expectativas racionais: as avaliações e projeções do investidor refletem toda a informação 
relevante disponível.
3. Integração dos seus investimentos: o investidor avalia seus investimentos como um todo, ou 
seja, o investidor é conhecedor da Teoria Moderna das Carteiras.
Por sua vez a escola de finanças comportamentais considera que os investidores não agem de 
forma totalmente racional, por esse motivo, cometem erros sistemáticos, concluindo então que 
os investidores:
1. São avessos a perdas: investidores procuram evitar incorrer em perdas, mesmo que isso 
implique manter ativos perdedores nas carteiras.
2. Operam sob racionalidade limitada: o processo decisório é influenciado por uma série de 
fatores, o que leva o investidor nem sempre à decisão que irá maximizar a utilidade esperada. 
3. Segregam seus investimentos: os investidores tendem a visualizar seus investimentos de forma 
separada, o que pode implicar diversificações desfavoráveis.
Em síntese, o foco das finanças modernas está voltado para os resultados do mercado, tais como 
volume negociado, preço, indicadores, dividendos, etc, tendo como relevantes as causas que 
produzem os resultados. Já o foco das finanças comportamentais está no indivíduo que toma a 
decisão, que por consequência será refletida nos preços dos ativos.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 16
Teoria da Perspectiva
A Teoria da Perspectiva (ou Teoria do Prospecto) é uma teoria da psicologia cognitiva que descreve 
o modo como as pessoas escolhem entre alternativas que envolvem risco, onde as probabilidades 
de resultados são incertas. A teoria afirma que as pessoas tomam decisões mais baseadas em 
potenciais valores de perdas e ganhos do que no resultado final. Em síntese, a teoria da perspectiva 
descreve a forma como as pessoas tomam decisões que envolvam incertezas. Embora incontáveis 
variáveis possam impactar em ganhos ou perdas nos investimentos, a teoria da perspectiva 
demonstra que em muitos casos o investidor acaba usando como referência um ponto específico 
e desprezando as demais variáveis. Entre diversos aspectos que envolvem um ativo, o preço de 
aquisição parece ter a maior importância.
A teoria foi desenvolvida por Daniel Kahneman e Amos Tversky em 1979. Kahneman e Tversky 
também propuseram que uma perda tem um impacto emocional maior sobre qualquer pessoa do 
que o ganho equivalente. Então, provavelmente uma pessoa tentará evitar uma perda mais do que 
tentar obter um ganho.
Outro aspecto relevante na teoria da perspectiva é que os investidores costumam separar cada 
investimento para monitorar ganhos e perdas e reexaminar as posições periodicamente. Essas 
contas separadas fazem parte de uma contabilidade mental, onde o investidor acaba pensando 
suas aplicações, não como integrantes de um portfólio que funciona de maneira a se complementar, 
mas sim como compartimentos isolados, o que leva muitas vezes ao uso de atributos muitos 
superficiais na gestão de recursos. O investidor que vê os investimentos dessa forma, dificilmente 
conseguirá analisar a relação entre essas aplicações numa perspectiva integrada de risco e retorno.
As consequências desse comportamento podem levar à construção de uma carteira com maior 
risco do que o necessário em virtude de inexistência ou baixa diversificação. Outra consequência é 
rejeição de ativos de maior risco na carteira, pois a análise de determinado ativo foi feita de forma 
individual, não considerando o papel da alocação na carteira como um todo.
Heurísticas e Vieses Comportamentais
Um importante resultado observado nas pesquisas de Daniel Kahneman e Amos Tverrsky, foi 
que os alunos que serviram de amostra dos experimentos, aceleravam os processos decisórios, 
simplificando a tomada de decisão. Ao invés de buscarem mais informações para tomada de 
decisão em circunstâncias de incerteza, como preconizado pelas finanças tradicionais, os alunos 
pesquisados se mostravam mais aptos a concluir o processo decisório assim que acreditavam ter 
feito análises suficientes. Segundo os pesquisadores, isso ocorria porque as pessoas, para avaliarem 
probabilidades e prever valores em processos decisórios, se baseiam em um número limitado de 
princípios heurísticos. 
Heurísticas são regras de bolso que agilizam e simplificam a percepção e a avaliação das 
informações que recebemos. Por um lado, elas simplificam enormemente a tarefa de tomar 
decisões, mas por outro, podem nos induzir a erros de percepção, avaliação e julgamento que 
escapam à racionalidade ou estão em desacordo com a teoria estatística. Os diferentes tipos 
de erros nos quais o investidor pode incorrer são classificados como Vieses Comportamentais 
ou Vieses Cognitivos, ou seja, distorções de raciocínio, causadas pela utilização unicamente de 
heurísticas ao invés de análises mais profundas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Psicologia_cognitiva
https://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lculo_de_risco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Daniel_Kahneman
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amos_Tversky
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 17
Embora existam diversas heurísticas e vieses comportamentais o foco desta apostila será abordar a 
parte conceitual exigida na prova da certificação CFP:
 • Principais heurísticas: ancoragem, disponibilidade, representatividade
 • Principais vieses: status quo, movimento de manada, framing, desconto hiperbólico, 
excesso de confiança, aversão a perda
Principais Heurísticas
Ancoragem
A heurística da Ancoragem faz com que a exposição prévia a uma informação leve o investidor a 
considerá-la fortemente na tomada de decisão ou na formulação de estimativas, independente de 
sua relevância para o que é decidido ou estimado. Um dos principais motivos para isso é que nossa 
mente tende a avaliar de forma ineficiente as magnitudes absolutas, precisando sempre de um 
ponto de referência para basear suas estimativas e julgamentos. 
É muito comum a ancoragem se basear em valores. Por exemplo, um investidor que toma decisões 
financeiras por impulso, se exposto recentemente à informação de que a ação da companhia 
X custa R$ 50, tende a achar barata a ação da companhia Y, cotada a R$ 20, ainda que as duas 
empresas não tenham nenhuma correlação. Outra tendência comum é o investidor se ancorar 
no preço de compra de um papel ou no valor da cota de entrada de um fundo de investimento 
ao tomar a decisão de manter a aplicação ou de se desfazer dela. O efeito resultante pode ser a 
manutenção de uma posição perdedora à espera de uma recuperação até o preço original, mesmo 
que as perspectivas futuras não indiquem tal possibilidade. 
Existe também a situação em que a pessoa define mentalmente uma faixa de valores como “justa” 
com base nos valores de mercado de uma ação durante um dado período. A partir de então, avalia 
se as cotações futuras do papel estão caras ou baratas apenas comparando-as com a faixa anterior, 
o que pode gerar decisões duvidosas de investimento.
A ancoragem se deve principalmente a um mecanismo relacionado à forma como a nossa mente 
funciona: o priming. O priming é o efeito decorrente da enorme capacidade associativa da nossa 
mente, que faz com que palavras, conceitos e números evoquem outros similares, um após o 
outro, numa reação em cadeia. Ou seja, uma palavra é mais rapidamente lembrada, e se torna mais 
disponível na nossa mente, se tiver conexão com outras vistas/ouvidas em um momento recente. 
É também o processo pelo qual experiências recentes nos predispõem, de forma automática, a 
adotar determinado comportamento.
Disponibilidade
A disponibilidade remete à facilidade com que determinadas ideias, lembranças ou situações vêm 
à mente e influenciam, dessa forma, o processo decisório. Essa associação é mais relevante quando 
se trata de memória recente do decisor. A heurística dedisponibilidade é um fenómeno no qual 
as pessoas predizem a frequência de um evento, ou a proporção de uma população, baseando-se 
no quão fácil se conseguem lembrar de um exemplo. Em outras palavras, as pessoas estimam a 
frequência de uma classe ou a probabilidade de um evento pela facilidade com que instâncias ou 
ocorrências podem ser trazidas à mente. 
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 18
Um exemplo do efeito da disponibilidade foi a queda nas vendas de passagens aéreas nos Estados 
Unidos logo após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Probabilisticamente, o 
transporte aéreo é mais seguro que o transporte terrestre, se avaliarmos o número de acidentes 
comparativamente ao número de viagens realizadas. Contudo, em virtude da grande repercussão 
dos ataques terroristas na mídia, que foram caracterizados pelo uso de aviões, muitas pessoas 
optaram, num período recente aos acontecimentos, viajar de forma menos segura utilizando o 
transporte terrestre.
Representatividade
A heurística da representatividade ocorre quando são tomadas decisões a partir de associações 
com estereótipos formados e desprezo de informações relevantes que levariam a escolhas melhor 
pensadas. As pessoas julgam os eventos pela sua aparência e semelhança, não pela probabilidade 
de eles acontecerem. Essa heurística também pode se relacionar à influência de acontecimentos 
passados no processo decisório. 
Num dos experimentos de Kahneman, foi solicitado aos participantes que determinassem a 
profissão de um indivíduo com base numa lista de possibilidades: fazendeiro, vendedor, piloto de 
avião, bibliotecário e médico. O relato a respeito do indivíduo relatava que ele era um sujeito tímido 
e reservado, disposto a ajudar, porém sem muito interesse no convívio social. Como resultado 
do estudo, a resposta mais frequente para a profissão do sujeito foi bibliotecário. Com isso ficou 
evidente a presença da heurística da representatividade, pois não havia informações suficientes 
para justificar, racionalmente, qual seria a ocupação do indivíduo. Além disso, probabilisticamente 
a profissão menos provável seria a de bibliotecário, haja vista que existem poucos profissionais 
com essa ocupação se comparado às demais profissões listadas.
Um exemplo típico dessa heurística é de um investidor que se baseia somente no desempenho 
passado do preço de uma ação para adquiri-la, pressupondo que no futuro o ativo se comportará 
da mesma forma que fez no passado.
Principais Vieses
Status Quo
Consiste na preferência por manter o estado atual, seja por não fazer nada ou por insistir em 
uma decisão já tomada, ainda que uma mudança possa representar a escolha mais proveitosa, 
proporcionando maiores ganhos. Este viés pode também estar relacionado a outros vieses, como 
à aversão a perda. Onde o investidor ao invés de vender determinado ativo com desempenho 
desfavorável, prefere mantê-lo, para não precisar assumir um prejuízo, com essa não movimentação, 
estaria também se valendo do viés status quo.
Movimento de Manada
O processo de tomada de decisão também pode ser simplificado se o investidor ao invés de 
tomar a decisão por conta própria opta por acompanhar a decisão que demais investidores estão 
tomando. Essa dinâmica se faz presente principalmente quando investidor tem pouca ou nenhuma 
informação a respeito do problema envolvido. Nesse caso seguir a maioria simplifica o processo 
decisório. Um exemplo comum é a venda de ativos quando o mercado passa por uma crise ou 
evento que gera uma baixa acentuada nos preços.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 19
Framing
Framing ou efeito de enquadramento é um conceito que aponta que a forma como as informações 
são apresentadas pode gerar alterações de percepções e de julgamento. Ou seja, determinada 
tomada de decisão pode ser diferente caso o cenário seja apresentado de forma diferente. 
No estudo de Kahneman e Tversky, foi relatado o seguinte exemplo: 
Uma doença infectou 600 pessoas e os decisores deveriam optar entre os programas A e B.
 • Programa A: 200 pessoas serão salvas
 • Programa B: haverá 1/3 de chance de que 600 pessoas serão salvas e 2/3 de chances de 
que todos morrerão
Os pesquisadores relataram que que a maioria dos decisores optou pelo programa A.
Após isso os pesquisadores enquadraram estes mesmos programas de formas diferentes, 
renomeando-os para C e D.
 • Programa C: 400 pessoas morrerão
 • Programa D: haverá 2/3 de chances de 600 pessoas morrerem e 1/3 de chances de todas 
se salvarem.
Nesse cenário, a maioria dos decisores optou pelo programa D, ou seja, o mesmo problema, 
formulado de maneira diferente, impactou no processo decisório levando a um resultado diferente.
Desconto Hiperbólico
Além de vieses e heurísticas de julgamento, outros estudos que se destacam nas finanças 
comportamentais, são aqueles que buscam explicar a interferência da variável tempo na tomada 
decisão. Damos mais valor a benefícios que são recebidos agora do que benefícios a serem recebidos 
no futuro. Ou seja, tendemos a reduzir (descontar) o valor das coisas quanto mais no futuro for o 
seu recebimento. De maneira similar, pagamentos a serem feitos no futuro também tendem a ser 
sentidos menos profundamente do que os pagamentos que temos que fazer no presente. Dessa 
forma, parece existir uma inclinação pela valorização do presente, melhor representada, por uma 
curva com o formato de uma hipérbole, resultando no termo “Desconto Hiperbólico”. 
Exemplo:
Ao ter que escolher ganhar R$100 hoje ou R$110 amanhã, muitas pessoas escolhem a primeira 
opção. Já ao ter que escolher entre ganhar R$100 daqui a um ano e R$110 daqui a um ano e um 
dia, muitos decidem esperar um dia a mais pelos R$10 adicionais.
Excesso de Confiança
O viés do excesso de confiança leva o investidor a confiar excessivamente em seus próprios 
conhecimentos e opiniões, além de superestimar sua contribuição pessoal para a tomada de 
decisão, tendendo a acreditar que sempre está certo em suas escolhas e atribuindo seus eventuais 
erros a fatores externos. Este viés deriva, entre outros motivos, da crença em que a nossa habilidade 
de previsão é suficiente para a tomada de decisão, que somos mais hábeis em controlar os eventos 
e riscos do que realmente somos ou, ainda, que possuímos capacidade de análise acima da média 
dos outros agentes do mercado. 
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O viés do excesso de confiança tem relação estreita com o viés de Confirmação, segundo o qual a 
pessoa dá mais valor àquilo que confirma suas ideias do que ao que as contraria, o que alimenta 
sua autoconfiança, sendo incapaz de medir o grau do próprio desconhecimento. A confiança que 
uma pessoa deposita em suas próprias crenças depende mais da narrativa que é capaz de construir 
com os dados disponíveis, por mais escassos e imprecisos que sejam, do que da quantidade e 
qualidade desses dados. Soma-se a isso a forte tendência da mente humana de identificar padrões 
naquilo que é aleatório. Quando alguém diz, por exemplo, que as ações da empresa X são um ótimo 
investimento “porque uma pesquisa revelou que 65% dos gestores de grandes fundos investem 
nessa empresa”, é mais conveniente tomar essa informação como verdadeira e tomar uma decisão 
de investimento a partir daí do que procurar saber sobre a confiabilidade de tal pesquisa e do 
que pesquisar vários outros dados não mencionados na frase, mas que seriam indispensáveis para 
poder tomar uma decisão financeira consciente e informada. Além disso, quando um investidor tem 
sucesso com seus investimentos ele corre o risco de acreditar demais em sua própria capacidade, 
subestimando o papel do acaso, o fato de o mercado estar em alta e outros fatores que possam ter 
sido mais decisivos para seu êxito do que sua aptidão para investir. 
Para ilustrar esse ponto, um estudo de 2006 realizado com 300 gestores de fundos mostrou que 
74% da amostra declararam que seu desempenho está acima da média, enquanto quase todos 
os 26% restantes informaramque possuem desempenho mediano, o que é impossível do ponto 
de vista estatístico. O que acontece de fato é que investidores excessivamente autoconfiantes, 
por acreditarem que são superiores à maioria em identificar as melhores opções de investimento 
e os momentos certos para investir, acabam conduzindo mais negociações e, em consequência, 
aumentando seus custos de transação, o que resulta em um retorno menor do que a média do 
mercado.
Aversão a Perda
A Aversão a Perda é um viés que faz o investidor atribuir maior importância às perdas do que aos 
ganhos, induzindo-o, frequentemente a correr mais riscos no intuito de tentar reparar eventuais 
prejuízos. Alguns estudos sugerem que isso se dá porque, do ponto de vista psicológico, a dor da 
perda é sentida com muito mais intensidade do que o prazer com o ganho. Essa assimetria na 
forma como as perdas e ganhos são sentidos leva o investidor também ao medo de desperdiçar 
boas oportunidades de investimento, deixando-o exposto a possíveis armadilhas disfarçadas de 
“oportunidades imperdíveis”. A Aversão a Perda pode fazer o investidor insistir em investimentos 
sem perspectiva futura de melhora, seja pelo medo da dor de realizar prejuízo, seja pela recusa em 
admitir eventuais erros na escolha da aplicação. Outro efeito potencialmente prejudicial desse viés 
é liquidar precipitadamente as posições lucrativas e ainda promissoras, por receio de perder o que 
já foi ganho.
Essa ideia foi muito bem representada em um dos estudos realizados por Kahneman e Tverski 
(1979), apresentado a seguir:
A um grupo de pessoas foi apresentado o seguinte problema:
 1. Além de tudo o que possui, você recebeu $1 mil. Você deve, então, escolher entre:
 a) um ganho certo de $ 500;
 b) uma chance de 50% de ganhar mais $ 1 mil e 50% de chance de não ganhar nada.
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A outro grupo foi apresentado outro problema:
 2. Além de tudo o que possui, você recebeu $ 2 mil. Você deve, então, escolher entre:
 a) uma perda certa de $ 500;
 b) uma chance de 50% de perder $ 1 mil e 50% de chance de não perder nada.
No primeiro grupo, 84% dos integrantes responderam a); no segundo grupo, 69% dos integrantes 
responderam b). Os dois problemas são idênticos no que diz respeito à variação total do nível de 
riqueza, porém a maneira como eles são formulados gera a discrepância entre os dois resultados. 
Diante da perda, as pessoas assumem riscos somente pela chance de não realizar a perda, ou seja, 
com relação aos ganhos, as pessoas são avessas ao risco, mas diante da possibilidade de perder, as 
pessoas são avessas à perda.
INSTRUMENTOS DE 
INVESTIMENTOS
PRINCIPAIS CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS 
DE ATIVOS DE RENDA FIXA
O termo “renda fixa” refere-se, de forma geral, ao mercado de títulos e instrumentos de crédito. 
Os títulos de renda fixa possuem regras definidas de remuneração, cujo rendimento é conhecido 
previamente (juro prefixado) ou depende de indexadores (juro pós-fixado pela taxa de câmbio ou 
de inflação, taxa de juros, etc.). Um título de renda fixa se trata de uma obrigação, formalizado 
através de um certificado (título de crédito) indicando que um tomador de fundos deve uma 
quantia determinada (valor de face, principal ou denominação), que será paga ao portador da 
obrigação em certa data futura (vencimento ou prazo). O certificado também pode prever que o 
tomador pagará ao portador certas quantias em intervalos regulares antes do vencimento. Essas 
quantias são chamadas de cupons do título e correspondem a um percentual do seu valor de face.
Eles podem ser:
 • Públicos: emitidos pelos governos federal, estadual e municipal. Os títulos públicos 
federais devem ser obrigatoriamente custodiados no SELIC (Sistema Especial de Liquidação 
e Custódia). 
 • Privados: emitidos por empresas e pelas instituições financeiras de modo geral, sejam 
elas públicas, privadas ou de economia mista. Os títulos privados, assim como os títulos 
públicos estaduais e municipais, devem ficar obrigatoriamente custodiados na CETIP 
(Central de Liquidação e Custódia de Títulos Privados).
Conceitos:
 • Cupom: é a taxa de juros que será paga periodicamente sobre o valor principal ao investidor. 
Esta taxa pode ser fixa ou variável, podendo ser paga em qualquer periodicidade, mas o 
mais comum é anualmente ou semestralmente.
 • Maturidade: é o prazo de vencimento do empréstimo.
 • Valor de face: é o valor principal do empréstimo a ser retornado pelo emissor ao investidor 
na data do vencimento, ou antes da expiração do papel. O principal de um título é a base 
utilizada para o cálculo dos juros periódicos. O principal é igual ao valor de face no instante 
da emissão, mas pode se diferenciar desse valor para títulos amortizáveis e/ou indexados.
Índices de Mercado de Renda Fixa
Índices podem ser entendidos como uma cesta de ativos (ações ou títulos) mais negociados, com 
respectivos pesos, representativas do mercado como um todo ou setor econômico específico e 
metodologia de cálculo definida.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 24
Dificuldades de construção de índices de renda fixa: 
 • Universo muito mais amplo
 • Mudanças constantes
 • Volatilidade de preços muda constantemente (duration muda com yield, maturidade, etc.)
 • Falta de informações de negociação
IMA-Geral
O IMA-Geral é obtido agregando-se diariamente a rentabilidade dos Índices a seguir relacionados. 
É construído a partir do valor ponderado das carteiras do IRF-M, do IMA-S, do IMA-C e do IMA-B.
Fonte: ANBIMA
IMA Geral ex-C:
Em função da restrita liquidez da dívida atrelada ao IGP-M (NTN-C) e da expectativa de perda de 
sua relevância com a extinção das ofertas dessa categoria de títulos pela Secretaria do Tesouro 
Nacional, a ANBIMA passou a divulgar o IMA-Geral ex-C, calculado nos mesmos moldes do IMA-
Geral, mas sem incorporar a parcela relativa do IMA-C.
IMA-B
É composto por títulos públicos federais atrelados ao IPCA (NTN-B) que estejam em poder do 
público. Ele é segmentado segundo o prazo de seus componentes: IMA-B 5 (prazo menor que 5 
anos) e IMA-B 5+ (prazo maior ou igual a 5 anos).
IMA-C
É composto por títulos públicos federais atrelados ao IGP-M (NTN-C) que estejam em poder do 
público.
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IRF-M
Indicador utilizado para medir o desempenho dos títulos de renda fixa prefixados. É um índice 
de rentabilidade calculado para uma carteira teórica composta por títulos públicos federais (LTNs 
e NTN-Fs). É considerado um bom parâmetro para acompanhar o desempenho dos fundos de 
investimento em renda fixa prefixados que concentram suas carteiras em papéis com este perfil. 
Ele é segmentado segundo o prazo de seus componentes: IRF-M 1 (prazo menor que 1 ano) e 
IRF-M 1+ (prazo maior ou igual a 1 ano).
IMA-S
É composto por títulos públicos federais pós-fixados (indexados à Taxa SELIC) – LFT – em poder do 
público. Não estão incluídas na carteira do Índice as LFT-A e LFT-B.
IDKA
O Índice de Duração Constante ANBIMA é um conjunto de Índices que medem o comportamento 
de carteiras sintéticas de títulos públicos federais com prazo constante. Os benchmarks são 
calculados a partir de vértices escolhidos da Estrutura a Termo da Taxa de Juros (ETTJ) prefixada 
e da indexada ao IPCA disponibilizadas pela ANBIMA, construídas com base nas taxas indicativas 
de títulos públicos de mercado secundário divulgadas diariamente pela Associação. Por 
representar ganhos e perdas oriundos dos movimentos nas curvas de juros, constituem novas 
ferramentas para diversificação de estratégias e parâmetro de referência aos investidores que, 
devido às características de seu passivo, procuram adequar suas carteiras a determinados prazos/
indexadores.
Estrutura de Negociação do Mercado de Títulos Públicos e Privados
No caso dos títulos públicos federais, o único órgão emissor é o Tesouro Nacional e o Banco Central 
é o responsável por sua colocação no mercado primário por meio dos leilões. A negociação dos 
títulos públicos federais pode ocorrernos mercados primário ou secundário. O mercado primário 
representa a primeira negociação do título, quando emitido, após a colocação dos títulos no 
mercado primário, qualquer negociação posterior dos títulos públicos será realizada no mercado 
secundário, inclusive as operações de mercado aberto. Os títulos públicos podem ser emitidos para 
serem vendidos ao público ou então para fazerem parte da carteira de títulos do Banco Central e 
serem vendidos posteriormente. 
No caso dos títulos emitidos pelas instituições financeiras, como os CDBs e as letras crédito 
imobiliário, para efetuar a compra do título, basta entrar em contato com o banco ou com 
qualquer outra instituição financeira para saber das oportunidades de investimento. Já no caso 
das debêntures, apesar de poderem ser negociadas em Bolsa de Valores, na maioria das vezes 
as debêntures são negociadas em mercado de balcão. O mercado de balcão define a compra e 
a venda de títulos fora do ambiente das bolsas, por meio de contato direto com os bancos de 
investimentos, bancos múltiplos com carteira de investimento, sociedades corretoras e sociedades 
distribuidoras.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 26
Títulos Públicos Federais
O Tesouro Nacional utiliza a emissão de títulos públicos como uma das formas de captação de 
recursos para financiar atividades do governo federal, tais como investimentos em educação, 
saúde e infraestrutura. Os títulos públicos representam a dívida mobiliária da União e são 
resgatados em data predeterminada por um valor específico, atualizado ou não por indicadores 
de mercado, como, por exemplo, índices de preços. Os papéis mais negociados são as Notas do 
Tesouro Nacional (NTNs), as Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) e as Letras do Tesouro Nacional 
(LTNs).
LETRAS DO TESOURO NACIONAL (LTN) 
A LTN é um título com rentabilidade definida no momento da compra (prefixado), com o resgate 
do valor do título (R$ 1.000,00) na data do vencimento. Cada título é adquirido com deságio 
(desconto) e não paga juros intermediários (cupom). São emitidas pelo Tesouro Nacional 
com o objetivo de cobrir o déficit orçamentário, bem como para a realização de operações por 
antecipação de receitas.
Na negociação desses títulos, os agentes de mercado consideram o prazo e a taxa de juros, 
determinando o valor de compra ou venda do título, denominado de PU (preço unitário). Por serem 
prefixadas, o valor das LTNs dependerá da taxa de juros praticada a cada instante pelo mercado, já 
que esta será a taxa de desconto para cálculo do valor presente do título.
A expressão para cálculo do valor das LTNs é a seguinte:
PU = 1000 / (1 + r) n/252
Onde:
PU = preço unitário;
1000 = valor de face do papel;
r = taxa de juro anual de emissão, ou de negociação em mercado, na base de 252 dias úteis por ano;
n = número de dias úteis a decorrer entre a compra do título e o vencimento.
Exemplo: Qual será o valor de negociação de uma LTN comprada com 50 dias úteis a decorrer até 
a data de vencimento e cotada a uma taxa de juros de mercado de 10% ao ano (taxa de desconto)?
PV = 1000 / (1+0,10)50/252 = 981,2609576
Letra Financeira do Tesouro (LFT)
É um título de médio e longo prazos pós-fixado com rentabilidade diária vinculada à taxa Selic. O 
resgate do principal e dos juros ocorre no vencimento do título.
O valor da LFT é dado pela seguinte fórmula:
PU = P0cor / (1 + a)n/252
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 27
Onde:
PU = preço unitário de emissão ou de negociação em mercado;
P0cor = valor pelo qual o título foi vendido, corrigido pela variação da SELIC acumulada desde a 
data da venda;
a = ágio ou deságio em pontos da taxa de juros de mercado anualizada, na base de 252 dias úteis 
por ano;
n = número de dias úteis a decorrer entre a venda do título e o vencimento.
Exemplo:
Qual será o valor de negociação de uma LFT, com valor de face de R$ 1.000,00, cotada em mercado 
com deságio de 0,50% sobre a taxa Selic anualizada, negociada com 50 dias úteis a decorrer até o 
vencimento? 
A variação da SELIC desde o lançamento do título é de 10%.
PU = 1.000 (1 + 0,10) / (1 + 0,005)50/252 = 1.098,911989
Notas do Tesouro Nacional: NTN-B, NTN-B PRINCIPAL E NTN-F
Foi o instrumento criado pelo governo, com o objetivo de alongar o prazo de financiamento da 
dívida do Tesouro. São títulos com valor nominal de emissão, em geral, escritos em múltiplos de R$ 
1.000,00. A forma de colocação pode ser direta ou por oferta pública, com a realização de leilões 
pelo Bacen. 
NTN-B:
O valor nominal do título na data-base é atualizado pela variação do Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, desde a data-base de emissão, e paga juros semestralmente 
com ajuste no primeiro período de fluência quando couber. 
O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a taxa integral definida para seis meses, 
independentemente da data de emissão do título. A taxa de juros é definida quando da emissão 
do título, em porcentagem ao ano, e é aplicada sobre o valor nominal atualizado. 
O prazo de resgate do título é definido pelo Ministério da Fazenda quando da emissão do título por 
oferta pública ou colocação direta em favor do interessado. O principal é pago em parcela única na 
data de vencimento do título.
NTN-B Principal:
Título que não paga os cupons intermediários que a NTN-B paga. O comprador desse título receberá 
apenas no vencimento o rendimento da inflação mais os juros reais negociados na compra do 
papel. Diferentemente da LTN, nesse tipo de papel o rendimento total só será conhecido no fim, 
pois a inflação que vai valorizar o papel só será conhecida com o passar do tempo.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 28
NTN-F:
Título prefixado, sendo a rentabilidade do título definida pelo deságio sobre seu valor nominal 
quando de seu lançamento. Ele paga juros semestralmente com ajuste de prazo no primeiro 
período de fluência quando couber.
Exemplo:
Assumindo uma NTN-F com 2 anos de prazo, cupom de 10% a.a. e valor nominal de R$ 1.000,00, 
calcule seu preço unitário quando a taxa efetiva anual for 18,87% a.a. e os pagamentos semestrais 
de cupom forem previstos para 127, 254, 379 e 505 dias úteis.
Assumindo uma NTN-F com 2 anos de prazo, cupom de 12% a.a. e valor nominal de R$ 1.000,00, 
calcule seu preço unitário quando a taxa efetiva anual for 14% a.a. e os pagamentos semestrais de 
cupom forem previstos para 120, 240, 360 e 480 dias úteis.
PU = 1.000 X [(1,12)1/2 – 1] / (1 + 0,14)120/252 + 1.000 X [(1,12)1/2 – 1] / (1 + 0,14)240/252 + 1.000 X 
[(1,12)1/2 – 1] / (1 + 0,14)360/252 + 1.000 X [(1,12)1/2] / (1 + 0,14)480/252 = 979,14
Tesouro Direto
O Tesouro Direto é um programa de venda de títulos públicos federais (LTN, LFT, NTN-B, NTN-C 
e NTN-F) para pessoas físicas desenvolvido pelo Tesouro Nacional em parceria com a Câmara de 
Ações (antiga CBLC). Os títulos públicos são custodiados no Selic. O Tesouro Direto possibilita a 
compra de títulos da dívida pública diretamente pela internet. Nas compras tradicionais, a parcela 
mínima de compra é de 1% do valor de um título, desde que respeitado o limite financeiro mínimo 
de R$ 30,00. O limite financeiro máximo de compras mensais é de R$ 1.000.000,00. Não há limite 
financeiro para vendas. Este limite não deve ser considerado para cada título separadamente, mas 
sim para a carteira de títulos adquirida pelo investidor durante o mês. A liquidez das aplicações é 
garantida pelas recompras diárias feitas pelo Tesouro.
Os novos nomes dos títulos públicos negociados na plataforma do Tesouro Direto são:
LTN = Tesouro Prefixado.
LFT = Tesouro Selic.
NTN-B = Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais.
NTN-B Principal = Tesouro IPCA+.
NTN-F = Tesouro Prefixado com Juros Semestrais.
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 29
Taxas
No Tesouro Direto, há duas taxas existentes. Uma é cobrada pela sua Instituição Financeira e outra, 
cobrada pela B3, referentes aos serviços prestados.
1. Taxa cobrada pela B3:
Taxa de custódia de 0,25% a.a. sobre o valor dos títulos, referenteaos serviços de guarda 
dos títulos e às informações e movimentações dos saldos. Essa taxa é provisionada diariamente 
a partir da liquidação da operação de compra (D+1). Por isso, é cobrada proporcionalmente ao 
período em que você mantiver o título.
A partir do dia 01/08/2020, o título Tesouro Selic passou a ser isento da taxa de custódia até o 
estoque de R$10.000,00. A taxa será cobrada sobre os valores que excederem o estoque de 
R$10.000,00, por investidor (CPF).
2. Taxa cobrada pela Instituição Financeira:
A taxa cobrada pela instituição financeira é livremente pactuada com o investidor. O Tesouro Direto 
disponibiliza em seu site um ranking com as taxas cobradas por cada instituição. Cabe ao investidor 
confirmá-las no momento da contratação. A taxa pode ser cobrada anualmente, modalidade mais 
comum, ou por operação. 
Quadro Resumo Principais Títulos Públicos Federais
MÓDULO II | CFP | EA BANKING SHOOL 30
Principais Títulos Privados
Poupança
Caderneta de Poupança é uma conta de depósito remunerado que se tornou popular pela 
facilidade em fazer depósitos e efetuar saques, por contar com garantia oferecida pelo Fundo 
Garantidor de Créditos – FGC, aceitar valores mínimos de depósitos baixos e contar com isenção 
de Imposto de Renda para poupadores Pessoa Física e Pessoa Jurídica sem fins lucrativos. Com o 
objetivo de continuar oferecendo facilidade ao poupador, os bancos criaram contas de poupança 
do tipo multidata, em que, a cada novo depósito efetuado, não havendo conta com data-base 
naquele dia, é gerada uma subconta com a nova data de aniversário.
Existem três tipos de contas de poupança:
 • Pessoa Física;
 • Pessoa Jurídica Sem Fins Lucrativos; e 
 • Pessoa Jurídica Com Fins Lucrativos. 
As características da Poupança Pessoa Jurídica Sem Fins Lucrativos são semelhantes às das contas 
Pessoa Física.
Os depósitos efetuados em Caderneta de Poupança recebem remuneração básica pela Taxa 
Referencial (TR), que é calculada com base nas taxas de juros das Letras do Tesouro Nacional (LTN) 
e divulgada pelo Banco Central do Brasil, mais remuneração adicional que depende da meta da 
taxa SELIC, uma taxa de juros definida pelo Comitê de Política de Monetária (COPOM) do Banco 
Central. Os rendimentos são creditados na data de aniversário da conta, correspondente ao 
dia em que foi efetuado o depósito, de acordo com a periodicidade do tipo da conta, sendo os 
rendimentos calculados sobre o menor saldo do período.
Contas de Poupança Pessoa Física e Pessoa Jurídica Sem Fins Lucrativos
Estas modalidades são isentas de Imposto de Renda e os rendimentos são creditados 
mensalmente, na data de aniversário da conta.
 • Os depósitos efetuados até 3 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela variação 
da TR no período, mais remuneração adicional de 0,5% ao mês (equivalente a 6,17% ao 
ano).
 • Os depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela 
TR no período, mais remuneração adicional de:
 • 0,5% ao mês (equivalente a 6,17% ao ano); e quando a meta da taxa SELIC for superior 
a 8,5% ao ano; e
 • 70% da meta da taxa SELIC ao ano, devidamente ajustada para o período, quando a 
meta da taxa SELIC for igual ou inferior a 8,5% ao ano.
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Contas de Poupança Pessoa Jurídica Com Fins Lucrativos
Os rendimentos desse tipo de poupança são creditados trimestralmente, na data de aniversário 
da conta. A legislação tributária dispõe que os rendimentos auferidos por pessoa jurídica com fins 
lucrativos em contas de depósito de poupança deverão ter a mesma tributação dos rendimentos 
de renda fixa, que, estão sujeitos à alíquota regressiva conforme o prazo de aplicação:
22,5%: aplicações com prazo de até 180 dias;
20%: aplicações com prazo de 181 dias até 360 dias;
17,5%: aplicações com prazo de 361 dias até 720 dias;
15%: aplicações com prazo acima de 720 dias.
 • Os depósitos efetuados até 3 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela variação 
da TR no período, mais remuneração adicional de 1,5% ao trimestre (equivalente a 6,14% 
ao ano).
 • Os depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012 recebem remuneração básica pela 
TR no período, mais remuneração adicional de:
 • 1,5% ao trimestre (equivalente a 6,14% ao ano) quando a meta da taxa SELIC for 
superior a 8,5% ao ano; e
 • 70% da meta da taxa SELIC ao ano, devidamente ajustada para o período, quando a 
meta da taxa SELIC for igual ou inferior a 8,5% ao ano.
Certificado de Depósitos Bancários (CDBs)
Os CDBs (Certificado de Depósito Bancário) são títulos de renda fixa emitidos por bancos 
comerciais e de investimento, que podem ser vistos como um depósito bancário, já que ao 
comprar o CDB o investidor está emprestando o dinheiro para o banco e recebendo em troca um 
título que contempla a devolução do principal acrescido do pagamento de juros. Os CDBs podem 
ser prefixados ou remunerados por uma taxa flutuante, ou pós-fixados (só se sabe a remuneração 
no vencimento). 
 • No caso dos prefixados, suas taxas são definidas no momento da aplicação, não há prazo 
mínimo ou máximo. 
 • Os remunerados por uma taxa flutuante podem ser indexados à taxa dos Depósitos 
Interfinanceiros (DI) e à taxa Selic. Assim como ocorre com os prefixados, não há prazo 
mínimo ou máximo para os CDBs remunerados por taxas flutuantes. 
 • Os pós-fixados podem ser indexados a TR, TJLP, TBF ou índices de inflação, como o IGP-DI 
ou IGP-M, acrescidos de uma taxa de juros também definida no momento da aplicação. 
Para todos eles, não há prazo máximo. 
Os prazos mínimos para os CDBs/RDBs indexados são:
 • TR ou TLP: prazo mínimo de um mês. 
 • TBF: prazo mínimo de 2 meses.
 • Índices de inflação: prazo mínimo de um ano. 
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Ao aplicar recursos em um CDB, o maior risco é de que o banco que o emitiu se torne inadimplente 
(Risco de Crédito). Nesse caso, a aplicação é garantida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), até 
um valor máximo de R$ 250.000,00 por CPF.
Sobre o ganho nominal das aplicações em CDB/RDB incide o imposto de renda, conforme tabela 
regressiva, recolhido pelo banco emissor no momento do resgate do título. Os CDBs estão também 
sujeitos ao IOF regressivo caso o saque aconteça antes de 30 dias, ou seja, quanto mais tempo o 
dinheiro ficar investido menos se paga em IOF. 
Recibo de Depósito Bancário (RDB)
Os bancos também emitem os RDBs (recibos de depósito bancário), que têm as mesmas 
características de um CDB, com a diferença de que não admitem negociação antes de seu 
vencimento (não são transferíveis). Pode ser rescindido em caráter excepcional, desde que em 
concordância com a instituição depositária. Neste caso só pode ser devolvido o principal, sem os 
juros. 
Letra de Câmbio (LC)
É uma ordem de pagamento à vista ou a prazo, por meio da qual o sacador (o emissor do título, 
normalmente financeiras) se dirige ao sacado (a parte que deve pagar, a pessoa a quem a ordem 
é endereçada) com o objetivo de que este pague a importância nela consignada a uma terceira 
pessoa, chamada tomador. A Letra de Câmbio não tem nenhuma relação com operações de 
câmbio (troca da moeda de um país pela moeda de outro)
Letras Financeiras
As LFs são títulos de renda fixa que podem ser emitidos por instituições financeiras e que consistem 
em promessa de pagamento.
Principais características:
 • Podem ser emitidas por bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de desenvolvimento, 
bancos de investimento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, caixas 
econômicas, companhias hipotecárias, sociedades de crédito imobiliário, cooperativas de 
crédito e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
 • Remuneração: taxas de juros prefixadas, combinadas ou não com taxas flutuantes, ou 
índices de preço.
 • Prazo mínimo: 24 meses, vedado o resgate total ou parcial antes do vencimento.
 • Podem ser recompradas pelas instituições financeiras emissoras em montante que não 
ultrapasse:
 • 5% do totalemitido se forem sem cláusula de subordinação, e
 • 3% do total emitido se forem com cláusula de subordinação, utilizadas para fins de 
composição do Patrimônio de Referência.
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 • Devem ter valor nominal unitário igual ou superior a: 
 • R$ 300.000,00 (se contiver cláusula de subordinação); e 
 • R$ 50.000,00 (se não contiver cláusula de subordinação).
 • Pagamento de rendimentos em intervalos de, no mínimo, 180 dias.
Letra de Crédito Imobiliário (LCI)
Título de crédito cujo lastro são créditos imobiliários garantidos por hipoteca ou por alienação 
fiduciária do imóvel. A LCI também pode contar com garantia de uma instituição financeira. O prazo 
das LCIs não pode ser superior ao prazo de quaisquer dos créditos imobiliários que as lastreie. Os 
títulos podem ser garantidos por um ou mais créditos imobiliários, mas a soma do valor principal 
das LCIs emitidas não pode exceder o valor dos créditos imobiliários em poder da instituição 
emissora. As LCIs podem ser emitidas pela Caixa Econômica Federal, por bancos comerciais, bancos 
múltiplos com carteiras de crédito imobiliários, sociedade de crédito imobiliário, associações de 
poupança e empréstimos, e companhias hipotecárias.
Principais características:
 • Remuneração: estes títulos permitem uma dentre as alternativas abaixo:
 • Taxa prefixada.
 • Taxa pós-fixada, atualizada monetariamente, comumente indexada ao DI ou à taxa 
Selic.
 • Indexada a índice de preços
 • Os prazos mínimos são:
 • 36 meses, quando atualizada mensalmente por índice de preços; 
 • 12 meses, quando atualizada anualmente por índice de preços; e 
 • 90 dias, quando não atualizada por índice de preços. 
 • Vantagens e riscos: as LCIs conferem aos seus tomadores direito de crédito pelo valor nominal, 
juros e, se for o caso, atualização monetária. Quando comparadas aos fundos de renda fixa e 
CDB, a isenção de imposto de renda é o que torna o investimento em LCIs mais atrativo. 
Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)
As LCAs são emitidas por instituições financeiras e possuem como lastro os direitos creditórios 
que são originados no agronegócio. Os valores dos juros aplicados são maiores do que os da 
poupança, sendo corrigidos pelo CDI, podendo chegar em média de 85% a 100%.
O risco primário da LCA é da instituição financeira. Ela conta com a garantia do emissor e com o 
adicional do lastro de operação de crédito rural à qual pertence. 
 • Prazos:
 • 12 meses, quando atualizada anualmente por índice de preços; e 
 • 90 dias, quando não atualizada por índice de preços.
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Letras Imobiliárias (LI)
As Letras Imobiliárias podem ser emitidas pelas Sociedades de Crédito Imobiliário, devidamente 
autorizadas a funcionar pelo Banco Central. A LI é uma promessa de pagamento e tem preferência 
sobre os bens do ativo da sociedade emitente em relação a quaisquer outros créditos contra a 
sociedade, inclusive os de naturezas fiscal ou parafiscal. As letras imobiliárias emitidas por 
sociedades de crédito imobiliário poderão ser garantidas com a coobrigação de outras empresas 
privadas. Também podem ser emitidas pela Caixa Econômica Federal, neste caso sendo garantidas 
pela União Federal.
Letras Hipotecárias (LH)
A Letra Hipotecária (LH) é um título de crédito de emissão de instituições que concedem 
financiamentos imobiliários com recursos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), garantido 
pela caução de créditos hipotecários, podendo contar com garantia fidejussória adicional de 
instituição financeira.
Principais características:
 • Prazos: As LHs indexadas à TR possuem prazo mínimo de 180 dias, enquanto, para 
as demais, o prazo mínimo é de 60 dias. Antes desses prazos, o investimento não terá 
rentabilidade caso seja resgatado. O prazo máximo é o do vencimento dos créditos 
hipotecários caucionados em garantia. A rentabilidade deste tipo de aplicação está 
vinculada ao valor nominal do financiamento imobiliário, ajustado pela inflação ou pela 
variação do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). 
 • Vantagens: A grande vantagem reside na isenção do IR para pessoas físicas que mantenham 
as aplicações até o seu vencimento. No caso da troca (swap) dos juros totais da LH (TR + 
juros) para o CDI, o investidor só paga IR sobre a diferença entre a remuneração atrelada 
ao CDI e a remuneração original da LH. 
 • Desvantagens: Além do grande volume de capital exigido para aplicar nas LHs, um 
inconveniente é a falta de liquidez e de prazos flexíveis de investimento em relação a 
outros produtos disponíveis no mercado. As letras são oferecidas apenas com vencimentos 
predefinidos, não existindo a possibilidade de saque dos recursos antes do prazo 
estabelecido.
 • Riscos: As LHs têm garantia real, que é o imóvel financiado com seus recursos, portanto 
possuem baixo risco. Como todo título de crédito, a LH tem o retorno do capital mais 
rentabilidade garantidos pelo banco emissor, além de contar com a cobertura do Fundo 
Garantidor de Crédito (FGC) para investimentos de até R$ 250.000,00. 
Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI)
Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI) é um título de crédito nominativo de longo prazo, 
podendo possuir garantia, de livre circulação, lastreado em créditos imobiliários (fluxo de 
pagamentos de contraprestações de aquisição de bens imóveis, ou de aluguéis), de emissão 
exclusiva das companhias abertas, caracterizadas como Companhias Securitizadoras de Créditos 
Imobiliários.
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Ele foi criado para a captação de recursos dos investidores institucionais, em prazos compatíveis 
com as características do financiamento imobiliário. Os CRIs podem possuir garantia real imobiliária 
(alienação fiduciária e hipotecas) e fidejussória, além de outros tipos de garantias menos comuns 
em emissões como, por exemplo, garantia em coobrigação ou garantia com notas promissórias. 
Eles são padronizados e registrados na Cetip, sendo negociáveis nas mesas de operação dos 
bancos. As aplicações em CRI são isentas de imposto de renda sobre ganhos de capital, da mesma 
forma que as Letras de Crédito Imobiliário.
Nas distribuições de CRIs com valor nominal unitário inferior a R$ 300 mil, exige a instrução que 
os créditos que lastreiam a emissão:
 • estejam sob regime fiduciário; 
 • sejam originados de imóveis com “Habite-se” concedido pelo órgão administrativo 
competente e, além disso, deve ser respeitado o limite máximo de 0,5% dos créditos por 
devedor.
Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
Os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) são títulos que apenas podem ser emitidos 
por companhias securitizadoras de direitos creditórios do agronegócio. Podem ser negociados 
em Bolsa de Valores ou em mercados de balcão autorizados pela CVM. O objetivo das emissões 
dos CRAs é fomentar o agronegócio, atraindo recursos para o setor, visto que as demais fontes de 
recursos são insuficientes para financiar as cooperativas e os produtores rurais.
A remuneração pode ser pré-fixada, pós-fixada ou flutuante atualizada monetariamente pelo IPCA 
ou pelo IGP-M + taxa de juros. A sistemática de reajuste por índice de preços é mais interessante 
para o investidor, pois proporciona uma rentabilidade em termos reais, ou seja, ganhos acima da 
inflação. Os CRAs podem apresentar garantia flutuante, assegurando privilégio geral sobre o ativo 
do emissor. Também podem contar com o benefício do regime fiduciário, que permite a segregação 
patrimonial. Assim, uma mesma securitizadora mantém carteiras distintas de recebíveis, sem que 
uma venha a influenciar as demais.
Debêntures e Debêntures Incentivadas
As debêntures são títulos de renda fixa emitidos por sociedades anônimas não financeiras que 
buscam obter recursos de médio e longo prazos para financiar as suas atividades ou quitar 
dívidas (forma mais barata e flexível de captação de recursos pela empresa). Ou seja, trata-se de 
uma dívida que a empresa levanta com o investidore em troca paga juros por isso.
A rentabilidade da aplicação em debênture é definida pela combinação de duas variáveis: 
Valorização do título e Juros pagos (em períodos definidos). Os juros a serem pagos devem 
refletir a qualidade da empresa, a escassez de recursos no mercado e o apetite dos investidores. 
Isso significa que empresas de melhor qualidade (do ponto de vista de resultado e estrutura de 
capital) pagam menos, pois o investidor está correndo menos risco ao emprestar o seu dinheiro. 
Normalmente, são calculados a partir da utilização de outro indexador ou podem ser simplesmente 
definidos com base num percentual a ser aplicado sobre o principal corrigido no dia de seu 
pagamento. As condições para seu cálculo são repactuadas semestralmente ou anualmente pelas 
partes. As debêntures, apesar de poderem ser negociadas em Bolsa de Valores, na maioria das 
vezes são negociadas em mercado de balcão.
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Quando um investidor compra uma debênture, está na verdade emprestando dinheiro para a 
empresa, correndo risco de que ela não venha honrar seus compromissos (risco de crédito). Para 
tornar suas debêntures mais atrativas para os investidores e, consequentemente, reduzindo os juros 
que devem pagar, algumas empresas dão garantias na emissão de debêntures. Debêntures são 
títulos não garantidos pelo FGC, mas apresentam suas garantias próprias. Existem basicamente 
quatro tipos de garantias, sendo que a diferença entre elas reside no grau de prioridade que o 
investidor tem de receber o dinheiro que emprestou em caso de falência da empresa emissora.
As debêntures podem apresentar as seguintes garantias, em ordem decrescente:
Garantia real: direitos do investidor são garantidos por um ativo da empresa, que não pode ser 
negociado até que as obrigações com os debenturistas sejam quitadas por completo. O valor da 
emissão está limitado a 80% do valor do ativo que a garante.
Garantia flutuante: o debenturista tem privilégio sobre os bens da empresa sem que com isso este 
deixe de ser negociado, o valor da emissão da debênture está limitado a 70% do valor contábil do 
ativo dado em garantia.
Garantia sem preferência ou quirografárias: não há qualquer garantia real para o debenturista 
que, em caso de falência, concorre em pé de igualdade com os demais credores sem preferência 
da empresa para receber seus direitos. Sua emissão está limitada ao valor do capital social da 
empresa que emitiu.
Garantia subordinada: debêntures sem garantia podem contar com cláusulas de subordinação, 
garantindo a preferência somente em relação aos acionistas com relação ao recebimento dos seus 
direitos. A diferença em relação às quirografárias consiste na inexistência de limite para a emissão. 
Além de possuir diferentes tipos de garantia, as debêntures podem ser simples ou conversíveis. 
Somente investidores de debêntures conversíveis podem trocar a debênture por ações da 
companhia emissora. Ou seja, o investidor pode escolher entre receber o valor do principal 
ou receber ações da companhia em troca. As regras de conversão podem variar, devendo ser 
consultado a escritura de emissão da Debênture.
As debêntures incentivadas são títulos de crédito privado com isenção fiscal (IR), emitidos por 
empresas que desejam financiar seus projetos a um custo mais acessível. Em contrapartida 
ao benefício fiscal, o governo exige que as companhias usem o dinheiro para projetos de 
infraestrutura. Geralmente a rentabilidade segue uma taxa prefixada mais a inflação pelo IPCA. 
Notas Promissórias
Notas promissórias comerciais ou commercial paper são formas de captação de recursos no curto 
prazo que podem ser emitidas por sociedades anônimas (como as debêntures, que se diferem 
por serem de longo prazo). São títulos de dívidas que podem ou não ter garantias. O prazo de 
vencimento para uma nota promissória deve ser de no máximo 360 dias a contar da data de sua 
emissão. Entretanto, qualquer companhia, de capital fechado ou aberto, pode emiti-los com 
prazo de vencimento superior a 360 dias, desde que a oferta cumpra as normas de colocação de 
esforços restritos e conte com a presença de agente fiduciário dos titulares das notas promissórias.
Os commercial papers podem ser negociados no mercado secundário e, assim como as debêntures, 
são geralmente negociadas no mercado de balcão. Seu valor pode ser calculado descontando-se os 
fluxos de caixa a uma taxa de desconto adequada. 
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As notas promissórias são utilizadas no mercado brasileiro muito mais como um instrumento de 
garantia em operações de crédito do que como uma forma de investimento. 
Certificado de Operações Estruturadas (COE)
O Certificado de Operações Estruturadas é um misto de renda fixa e renda variável, havendo a 
possibilidade de proteção do capital investido. É estruturado com base em cenários de ganhos 
e perdas selecionados de acordo com o perfil de cada investidor. É a versão brasileira das Notas 
Estruturadas. Pode ser emitido por bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento 
e caixas econômicas tendo como principal característica a captação de recursos por parte dessas 
instituições financeiras. 
Podem ser registradas as seguintes modalidades do produto, de acordo com sua estrutura de 
rentabilidades:
 • Investimento com Valor Nominal Protegido (VNP): investimento cujo valor total dos 
pagamentos mínimos previstos ao investidor seja igual ou superior ao investimento inicial.
 • Investimento com Valor Nominal em Risco (VNR): investimento cujo valor total dos 
pagamentos mínimos previstos ao investidor seja igual ou superior a uma parcela 
previamente definida do investimento inicial.
O COE tem vencimento, valor mínimo de aporte, indexador e cenário de ganhos e perdas definidos 
pelos bancos para diferentes perfis de investidor. O investidor paga imposto de renda (IR) sobre o 
lucro conforme o prazo da aplicação, pela tabela regressiva.
Oferta Pública de Distribuição de COE
A oferta pública de distribuição de COE realizada nos termos da ICVM 569 fica dispensada 
de registro na CVM e será realizada por instituições intermediárias habilitadas a atuar como 
integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários. Os bancos comerciais, as caixas 
econômicas e os bancos múltiplos sem carteira de investimento ficam dispensados da exigência 
da contratação de intermediários integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários na 
distribuição pública de COE de sua emissão, desde que atendido o disposto nesta Instrução.
A instituição intermediária, ou o emissor atuando nesta condição, deve:
I – entregar ao investidor o Documento de Informações Essenciais – DIE antes da aquisição do COE; 
e
II – manter um termo de adesão e ciência de risco, datado e assinado pelo titular, com a seguinte 
redação: “Recebi um exemplar do Documento de Informações Essenciais – DIE previamente à 
aquisição do COE e tomei conhecimento do seu funcionamento e riscos”.
O disposto nos pontos I e II acima pode ser atendido com a disponibilização do DIE e a manifestação 
do titular, ambos por meio eletrônico. Estas obrigações ficam dispensadas quando:
I – o adquirente do COE for investidor profissional; ou 
II – o COE for negociado em sistema centralizado e multilateral mantido por entidade administradora 
de mercado organizado.
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Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE)
É um título de renda fixa, emitido por bancos. Confere ao seu detentor um direito de crédito contra 
o banco emissor. Tem como principal característica a garantia do Fundo Garantidor de Créditos 
(FGC) até o montante de R$ 40 milhões e o prazo de resgate não poderá ser superior a 24 meses. 
Possui emissão mínima de R$ 1 milhão e não pode ter seu resgate antecipado.
Operações Compromissadas
Operação compromissada é aquela em que o vendedor assume o compromisso de recomprar os 
títulos que “emprestou” em uma data futura predefinida e com o pagamento de remuneração

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