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Crimes contra a administração pública praticados por particular

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LEGISLAÇÃO 
PENAL 
APLICADA
Carolina Soares 
dos Santos
Revisão técnica:
Gustavo da Silva Santanna
Bacharel em Direito
Especialista em Direito Ambiental Nacional 
e Internacional e em Direito Público
Mestre em Direito
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB -10/2147
L514 Legislação penal aplicada / Mariana Gloria de Assis... [et al.] ; 
[revisão técnica: Gustavo da Silva Santanna]. – Porto 
Alegre: SAGAH, 2018.
418 p. : il. ; 22,5 cm
ISBN 978-85-9502-433-5
1. Direito penal. I. Assis, Mariana Gloria de.
CDU 343
Crimes contra a 
administração pública 
praticados por particular
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar os crimes de contrabando e descaminho.
  Reconhecer os crimes de desobediência, resistência e desacato, bem 
como reconhecer o direito à fuga.
  Analisar os demais tipos penais dos crimes praticados por particular 
contra a administração em geral.
Introdução
Os crimes contra a administração pública se encontram previstos no 
último título da parte especial do Código Penal (BRASIL, 1940). Essa de-
signação possui semelhança com o Código Zanardelli de 1889. Assim, 
esse título dispõe sobre infrações penais que infringem contra o fun-
cionamento regular da administração, ou seja, da máquina estatal. Essa 
violação pode ser do aspecto externo, ou seja, da relação do Estado 
com os indivíduos, ou ainda do aspecto interno, que concerne à relação 
estatal propriamente dita. Os crimes praticados por particular são comuns 
(podem ser praticados por qualquer pessoa), e o sujeito ativo sempre será 
o particular. Há possibilidade de o funcionário público auxiliar o particular, 
mas nesse caso ele será considerado coautor ou partícipe do fato.
Neste capítulo, você vai estudar os crimes contra a administração 
pública praticados por particulares.
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Descaminho e contrabando
Os crimes de descaminho e contrabando confi guravam o mesmo tipo penal até 
o advento da Lei nº 13.008, de 26 de junho de 2014. Ambos eram previstos no 
art. 334 do Código Penal com a seguinte redação (BRASIL, 1940, documento 
on-line): “Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em 
parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou 
pelo consumo de mercadoria: Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos”.
Desse modo, a pena para ambos os delitos era a mesma, pois, embora 
autônomos, pertenciam ao mesmo tipo penal. Porém, mesmo previstos no 
mesmo artigo, já se verificava a diferença entre os dois delitos: a primeira parte 
(importar ou exportar mercadoria proibida) tratava do crime de descaminho, 
enquanto a segunda parte (iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito 
ou imposto devido pela entrada) referia-se ao crime de contrabando.
No entanto, a Lei nº 13.008/2014 (BRASIL, 2014) separou os dois tipos 
penais em artigos diversos. Você pode perceber, portanto, que a lei se trata 
de uma novatio legis in pejus que, além de separar os delitos, aumentou a 
pena de contrabando. Mas você vai ver esses pontos mais detalhadamente 
ao longo do capítulo.
Descaminho
O crime de descaminho se encontra previsto no art. 334 do Código Penal 
(BRASIL, 1940, documento on-line), conforme redação a seguir.
Art. 334 Iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido 
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria (Redação dada pela 
Lei nº 13.008, de 26.6.2014);
Pena — reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 
13.008, de 26.6.2014).
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014)
I – pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei; (Re-
dação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014) II – pratica fato assimilado, em 
lei especial, a descaminho; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
III – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza 
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, 
mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no 
País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução 
clandestina no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de 
outrem; (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
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IV – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício 
de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira, 
desacompanhada de documentação legal ou acompanhada de documentos que 
sabe serem falsos. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer 
forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias estrangeiras, inclu-
sive o exercido em residências. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de descaminho é praticado em 
transporte aéreo, marítimo ou fluvial. (Redação dada pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014).
Características e classificação do crime
O crime só ocorre na forma dolosa, sendo o Estado o sujeito passivo, por meio 
da União. A pena prevista continuou sendo de um a quatro anos, portanto 
é cabível a suspensão condicional do processo. A competência é da Justiça 
Federal, conforme art. 109, IV, da Constituição Federal (CF) (BRASIL, 1988). 
Veja, a seguir, as características do descaminho.
  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  Material (ou de resultado): sua consumação ocorre no momento em 
que se causa prejuízo ao erário.
  Formal: o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de 
Justiça (STJ) entendem que o crime é formal, se configurando somente 
com o ato de iludir o pagamento do imposto;
  Instantâneo: na previsão do caput;
  Permanente: nas condutas equiparadas (parágrafos);
  Plurissubsistente: permite tentativa, pois o iter criminis pode ser 
interrompido.
O tipo penal, portanto, consiste no ato de iludir (dissimular, defraudar) 
o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, saída ou consumo 
de mercadoria. Os impostos considerados aqui são o Imposto de Importação 
(II) ou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
Ou seja, o crime é realizado por meio da entrada ou saída de mercadorias 
(produtos lícitos) do território nacional, contudo burlando-se o pagamento de 
imposto. A expressão “produtos lícitos” será de grande relevância para o seu 
estudo das principais diferenças sobre os crimes de descaminho e contrabando.
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Há controvérsia acerca da aplicação do ICMS à importação e ainda das 
contribuições de seguridade social que incidem sobre a importação, como o 
PIS-Importação e a Cofins-Importação. No entanto, o Superior Tribunal de 
Justiça tem afastado a aplicação desses impostos supracitados, tendo em vista 
que em caso de perdimento as contribuições não incidiriam, conforme art. 2º, 
III, da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004 (BRASIL, 2004).
Natureza fiscal do crime de descaminho
A natureza fi scal do crime de descaminho é relevante para a verifi cação do 
momento de tipifi cação do crime, bem como para a aplicação de dispositivos 
específi cos para os crimes tributários. Contudo, há controvérsia sobre se o 
crime de descaminho está englobado pela Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 
1990 (aquela que prevê os crimes tributários).
Parte da doutrina defende que, por ser um ilícito tributário (deixar de re-
colher tributo), está se realizando a mesma conduta prevista de modo geral na 
Leinº 8.137/1990 (BRASIL, 1990). Desse modo, se tratará de ilícito tributário. 
Para alguns doutrinadores, como Roque Antonio Carrazza (apud STEFAN, 
2018), José Paulo Baltazar Junior (2017) e Fernando Capez (2016), o descaminho 
(previsto no art. 334 do Código Penal) é somente uma modalidade especial do 
crime de sonegação fiscal (previsto no art. 1º da Lei nº 8.137/1990). Assim, 
pelo princípio da especialidade, deve ser aplicada somente uma conduta, a de 
descaminho, que sobressai à norma geral de sonegação fiscal.
Sendo ilícito tributário, discute-se a aplicação da Súmula Vinculante nº 24 
do STF, que assim dispõe (BRASIL, 2009, documento on-line): “Não se tipifica 
crime material contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incisos I a IV, da 
Lei nº 8.137/90, antes do lançamento definitivo do tributo”. Estefam (2018) vai 
ao encontro da referida Súmula, afirmando que o ilícito tributário é um crime 
de natureza fiscal. Por outro lado, Paulsen (2017) defende que o ilícito tributário 
não é indispensável à conclusão de procedimentos administrativos, julgando, 
portanto, inaplicável a Súmula nº. 24 do STF.
O Supremo Tribunal Federal, na mesma linha de Paulsen (2017), julgou o 
Habeas Corpus nº 218.961/SP (BRASIL, 2013) afirmando que, por se tratar de 
crime formal (que se consuma no momento da ausência de pagamento do tributo), 
não há necessidade do exaurimento do processo administrativo, sendo dispen-
sável o auto de lançamento e, por consequência, a aplicação da Súmula nº 24.
Por fim, quanto à extinção da punibilidade do agente pelo pagamento, 
o Superior Tribunal de Justiça entende não ser possível. Essa extinção se 
mostra desproporcional, tendo em vista que é desigual e desarrazoada se 
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comparada ao que ocorre nos demais crimes tributários, devendo ter aplicação 
justamente pela isonomia.
Princípio da insignificância no crime de descaminho
O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça consolidaram 
entendimento de que se deve reconhecer como aplicável o princípio da insig-
nifi cância sempre que o valor do tributo totalizar montante inferior ao mínimo 
necessário para o ajuizamento da execução fi scal.
No entanto, a controvérsia não reside na aplicação do princípio, e sim no valor 
que será parâmetro para sua aplicação. Inicialmente, era pacífico que o valor 
limite perfazia R$ 10 mil, considerando a previsão do art. 20 da Lei nº 10.522, 
de 19 de julho de 2002 (BRASIL, 2002, documento on-line), que assim dispõe:
Art. 20 Serão arquivados, sem baixa na distribuição, mediante requerimento 
do Procurador da Fazenda Nacional, os autos das execuções fiscais de débitos 
inscritos como Dívida Ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda 
Nacional ou por ela cobrados, de valor consolidado igual ou inferior a R$ 
10.000,00 (dez mil reais).
Assim, com base no desinteresse, inclusive administrativo, de cobrar im-
postos, ambos os tribunais entenderam que não haveria motivo para persecução 
penal. Contudo, em 2012 foram instauradas as Portarias nº 75 (BRASIL, 2012a) 
e nº 130 (BRASIL, 2012b) do Ministério da Fazenda, cujo conteúdo estabelece 
como limite o valor de R$ 20 mil para o arquivamento.
Para o Supremo Tribunal Federal (BRASIL, 2017b, documento on-line):
Nos termos da jurisprudência deste Tribunal, o princípio da insignificância 
deve ser aplicado ao delito de descaminho quando o valor sonegado for in-
ferior ao estabelecido no artigo 20 da Lei 10.522/2002, com as atualizações 
feitas pelas Portarias 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. Precedentes.
Já para o Superior Tribunal de Justiça (BRASIL, 2017a, documento on-line): 
A Terceira Seção desta Corte Superior, sob a égide dos recursos repetitivos, 
art. 543-C do CPC, no julgamento do Resp 1112748/TO, Rel. Ministro FELIZ 
FISCHER, Dje 13-10-2009, firmou posicionamento no sentido de que incide 
o princípio da insignificância no crime de descaminho quando o valor dos 
tributos elididos não ultrapassar o montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais), 
de acordo com o disposto no artigo 20 da Lei n. 10.522/2002.
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É importante você saber que o Supremo Tribunal Federal não tem admitido a aplicação 
do princípio da insignificância no crime de contrabando. 
Contrabando
O crime de contrabando está previsto no art. 334-A do Código Penal (BRASIL, 
1940, documento on-line), que assim dispõe:
Art. 334-A Importar ou exportar mercadoria proibida: (Incluído pela Lei nº 
13.008, de 26.6.2014)
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. (Incluído pela Lei nº 13.008, 
de 26.6.2014)
§ 1º Incorre na mesma pena quem: (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; (Incluído pela Lei 
nº 13.008, de 26.6.2014)
II – importa ou exporta clandestinamente mercadoria que dependa de registro, 
análise ou autorização de órgão público competente; (Incluído pela Lei nº 
13.008, de 26.6.2014)
III – reinsere no território nacional mercadoria brasileira destinada à expor-
tação; (Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
IV – vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, 
utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial 
ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira; (Incluído pela Lei nº 
13.008, de 26.6.2014)
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício 
de atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. 
(Incluído pela Lei nº 13.008, de 26.6.2014)
§ 2º Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, 
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias 
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. (Incluído pela Lei nº 
4.729, de 14.7.1965)
§ 3º A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em 
transporte aéreo, marítimo ou f luvial. (Incluído pela Lei nº 13.008, de 
26.6.2014)
Características e classificação do crime
O contrabando só ocorre na forma dolosa, sendo o Estado o sujeito passivo, 
por meio da União. A pena é de dois a cinco anos, portanto não sendo 
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cabível a suspensão condicional do processo. A competência é da Justiça 
Federal, conforme art. 109, IV, da Constituição Federal (BRASIL, 1988). 
O delito sempre esteve previsto, contudo o aumento de pena mencionado 
no início do capítulo só será aplicado a partir do início da vigência da Lei 
nº 13.008/2014.
A consumação do crime ocorre com o ingresso ou a saída da mercadoria do 
território nacional, sendo possível a tentativa. Veja a seguir as características 
do contrabando.
  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  Material (ou de resultado): sua consumação ocorre no momento em 
que se causa prejuízo ao erário;
  Instantâneo: na previsão do caput; 
  Permanente: nas condutas equiparadas (parágrafos);
  Plurissubsistente: permite tentativa, pois o iter criminis pode ser 
interrompido.
O tipo penal, portanto, consiste no ato de importar e exportar merca-
dorias proibidas de forma absoluta ou relativa. Ocorre proibição absoluta 
quando a entrada ou saída do bem é vedada pela sua própria natureza. Já a 
proibição relativa ocorre quando o impedimento se dá mediante algumas 
condições.
No caso de importação de colete à prova de balas, há proibição relativa, tendo em 
vista que se exige prévia autorização do Comando do Exército.
No Quadro 1, a seguir, você pode ver as principais diferenças entre o 
descaminho e o contrabando.
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Fonte: Adaptado de Brasil (1940).
Descaminho (art. 
334 do CP)
Contrabando (art. 
334-A do CP)
Tipo penal Iludir imposto de 
mercadoria lícita
Importar ou exportar 
mercadoria proibida
Pena 1 a 4 anos 2 a 5 anos
Suspensão 
condicional
Cabe Não cabe
Princípio da 
insignificância
Se aplica Não se aplica
Prisão preventiva Não cabe Se presentes os demais 
requisitos, cabe
Quadro 1. Distinções entre descaminho e contrabando.
Como você viu, a principal diferença entre os crimes de contrabando e descaminho 
é que o primeiro consiste na ilusão de impostos de mercadorias lícitas, enquanto 
o crime de contrabando refere-se ao fato de importar e exportar mercadorias 
proibidas. O crime de contrabando, na visão do legislador e dos tribunais, é muito 
mais severo, seja pela pena aplicada, seja pela (in)aplicabilidade do princípio da 
insignificância.
Desobediência, resistência, desacato 
e direito de fuga
Os três delitos tutelam a administração pública. Do mesmo modo, os crimes 
de resistência e desobediência exigem que o ato ao qual se opõem seja legal 
(do ponto de vista formal e substancial, ou seja, atendendo aos requisitos 
extrínsecos e intrínsecos da ordem).
O elemento subjetivo dos crimes é o dolo, ou seja, deve-se ter a intenção 
de violar ato legal.
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Crime de resistência (art. 329 do CP) (BRASIL, 1940)
A ação nuclear consiste em se opor a algum ato funcional, mediante o 
emprego de violência ou grave ameaça a funcionário competente ou a 
quem o auxilia.
Não configura crime de resistência aquele praticado contra pessoa desacompanhada 
de funcionário público. É elementar do tipo ser praticado contra funcionário público 
ou contra quem o auxilia.
Trata-se de crime formal, pois, embora o ato consiga ser cumprido, 
é consumado com o emprego da violência e de grave ameaça. Permite 
tentativa e há possibilidade de cumulação com os crimes de lesão corporal 
ou homicídio.
Classificação do crime
  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  Formal: independe do resultado pretendido pelo agente;
  Instantâneo: na previsão do caput;
  Permanente: nas condutas equiparadas (parágrafos);
  Plurissubsistente: permite tentativa, pois o iter criminis pode ser 
interrompido.
Crime de desobediência (art. 330 do CP) (BRASIL, 1940)
A ação nuclear consiste em desobedecer à ordem legal de funcionário público. 
Ou seja, infringir, transgredir ordem legal, sem necessidade de violência ou 
grave ameaça.
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Atenção: o tipo penal exige a ordem legal (verbal ou escrita). Não basta que haja uma 
simples recomendação ou pedido; deve haver uma inequívoca determinação.
Quando houver previsão de outra punição, esta se sobrepõe ao crime de 
desobediência. Considere este exemplo: um agente de trânsito pede para o dono 
de um carro tirar seu veículo de algum lugar após multá-lo. Caso o motorista 
não queria tirar, o agente deve guinchar o carro, e não prender o motorista por 
desobediência. A seguir, veja as características do crime de desobediência.
  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  Formal: não requer a produção de resultado naturalístico;
  Instantâneo: a fase consumativa não se prolonga com o tempo;
  Plurissubsistente: permite tentativa, pois o iter criminis pode ser 
interrompido.
A demora para deixar o oficial de Justiça ingressar em uma empresa para proceder 
penhora poderá configurar o crime de desobediência. Já agredi-lo para que não 
cumpra o mandado configurará o crime de resistência.
Crime de desacato (art. 331 do CP) (BRASIL, 1940)
A ação nuclear consiste em ofender, humilhar, ou seja, desacatar o funcio-
nário público, seja com gestos, palavras ou qualquer outro meio com o fi m 
específi co do crime.
O crime deve ser realizado diretamente ao funcionário público, ou de 
forma que ele pessoalmente tenha ouvido. Se as ofensas forem feitas para 
terceiros que levem ao conhecimento do funcionário público, não se confi-
gurará o crime de desacato. Do mesmo modo, se o crime for realizado por 
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escrito, tipificará o crime de injúria qualificada (BRASIL, 1940, art. 141, 
II). Por fim, não há crime de desacato no que concerne a funcionário público 
aposentado, pois não há mais bem jurídico a ser tutelado, qual seja, a função 
pública. Veja as características:
  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  De mera conduta ou simples atividade: o tipo penal descreve a ação, 
sem existir resultado naturalístico;
  Instantâneo: a fase consumativa não se prolonga com o tempo;
  Plurissubsistente: permite tentativa, pois o iter criminis pode ser 
interrompido.
Direito à fuga e atipicidade dos crimes 
de resistência e desobediência
O Supremo Tribunal Federal tem reconhecido o direito à fuga, considerando o 
direito constitucional da liberdade. De acordo com o ministro Marco Aurélio, 
a liberdade é direito natural do ser humano e a obstrução ao constrangimento, 
nitidamente ilegal (MAHON, 2008). Ainda que ela não esteja inscrita em 
lei positiva, é imanente dos direitos da cidadania brasileira. Desse modo, se 
tornariam atípicos, em caso de fuga, os crimes de resistência e desobediência, 
respondendo-se pelos eventuais resultados de grave ameaça e violência.
Outros crimes contra a administração 
pública cometidos por particulares
Usurpação de função pública (art. 328 do CP) 
(BRASIL, 1940)
A ação nuclear consiste em o agente exercer indevidamente ou assumir 
de modo ilícito funções ou atribuições que não competem a ele, como se 
funcionário fosse. O objeto material do crime é a própria função pública. 
A usurpação exige o dolo de agir indevidamente e pode ser praticada por 
particular, ou funcionário público em função diversa. Veja as características 
desse crime a seguir.
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  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  Formal: independe de qualquer dano;
  Instantâneo: a fase consumativa não se prolonga com o tempo;
  Plurissubsistente: permite tentativa, pois o iter criminis pode ser 
interrompido.
É importante você notar que não há um requisito subjetivo específico, 
portanto basta a vontade de usurpar alguma função. Se houver ganho de 
alguma vantagem, haverá tipificação da forma qualificada. No entanto, se 
o objetivo for alcançado, se consuma o tipo de forma derivada. Permite-se a 
tentativa, caso a vantagem não seja auferida.
Tráfico de influência (art. 332 do CP) (BRASIL, 1940)
O tipo penal é misto alternativo, pois, praticando-se mais de um verbo previsto 
no artigo, confi gura-se crime único. A ação nuclear consiste em solicitar, 
exigir, cobrar e obter alguma vantagem, alegando poder infl uenciar algum 
ato de funcionário público. Possui elemento subjetivo específi co, qual seja,o 
dolo e a vontade de obter vantagem para si ou outrem.
O crime envolve a presença de três pessoas:
a) o funcionário público que se pretende influenciar;
b) a pessoa que diz possuir prestígio e possibilidade de influenciar o 
funcionário público;
c) o comprador, ou seja, aquele que é o interessado na influência.
No entanto, você deve observar que no crime de tráfico de influência o 
funcionário público não possui conhecimento sobre a ação do indivíduo que 
diz possuir o prestígio sobre ele. Veja as características a seguir.
  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
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  Formal: independe de qualquer resultado naturalístico, salvo quando 
pressupõe obter a vantagem, sendo de natureza material;
  Instantâneo: a fase consumativa não se prolonga com o tempo;
  Unissubsistente: o iter criminis não admite fracionamento.
Corrupção ativa (art. 333 do CP) (BRASIL, 1940)
O tipo penal consiste em oferecer ou promover alguma vantagem indevida 
ao servidor para que pratique, omita ou retarde algum ato de ofício. Essa 
proposta pode ser realizada de forma expressa ou implícita. A promessa deve 
ser passível de concretização, bem como a vantagem deve ser ilícita, sob pena 
de atipicidade da conduta.
Pressupõe dolo, portanto deve haver consciência e vontade de se realizar 
o ato. A consumação ocorre no momento da oferta ou promessa, expressa ou 
velada. A seguir, veja as características do crime de corrupção ativa.
  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  Formal: independe de qualquer resultado naturalístico, salvo quando 
pressupõe obter a vantagem, sendo de natureza material;
  Instantâneo: a fase consumativa não se prolonga com o tempo;
  Unissubsistente: o iter criminis não admite fracionamento.
Impedimento, perturbação ou fraude de concorrência 
(art. 335 do CP) (BRASIL, 1940)
Embora o dispositivo se encontre tacitamente revogado pelos arts. 93 e 95 da 
Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (BRASIL, 1993), é relevante uma breve 
observação para o seu estudo. O crime consiste em fraudar procedimento 
licitatório, compreendendo todo o período entre a abertura do processo até 
o julgamento e a adjudicação. Os meios utilizados para cometer o crime são 
violência, grave ameaça, fraude e oferecimento de qualquer vantagem. Além 
disso, ele pressupõe dolo. Veja suas características a seguir.
  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
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  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  Material (de resultado): exige a produção do resultado naturalístico 
na hipótese do art. 93 da Lei nº 8.666/1993 (BRASIL, 1993);
  Formal: na hipótese do art. 95 (BRASIL, 1993);
  Instantâneo: a fase consumativa não se prolonga com o tempo;
  Plurissubsistente: o iter criminis comporta fracionamento.
Inutilização de edital ou de sinal (art. 336 do CP) 
(BRASIL, 1940)
O artigo prevê dois crimes distintos no mesmo tipo penal. O crime mencionado 
na primeira parte consiste em rasgar, manchar ou inutilizar o edital afi xado 
por funcionário público. O edital pode ser judicial ou administrativo, como 
o edital de citação de praça. Já a segunda parte refere-se ao fato de violar ou 
inutilizar selo empregado por determinação legal ou autoridade judicial. Só 
ocorre na forma dolosa. Veja as características a seguir.
  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  Material (de resultado): exige a produção do resultado naturalístico;
  Instantâneo: a fase consumativa não se prolonga com o tempo;
  Plurissubsistente: o iter criminis comporta fracionamento.
Subtração ou inutilização de livro ou documento 
(art. 337 do CP) (BRASIL, 1940)
O crime consiste na subtração ou na inutilização de livro ofi cial, processo 
judicial ou administrativo, ou documento que esteja sob custódia de funcionário 
público em razão de ofício ou de particular em serviço público. O dolo nesse 
caso é genérico. A seguir, veja as características. 
  Comum: pode ser praticado por qualquer pessoa;
  De forma ou ação livre: pode ser cometido por qualquer meio;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  Material (de resultado): exige a produção do resultado naturalístico;
Crimes contra a administração pública praticados por particular14
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  Instantâneo: a fase consumativa não se prolonga com o tempo;
  Plurissubsistente: o iter criminis comporta fracionamento.
Sonegação de contribuição previdenciária 
(art. 337-A do CP) (BRASIL, 1940)
A tipifi cação do crime ocorre mediante a supressão ou a redução da contri-
buição previdenciária e qualquer acessório. Só é realizado na forma dolosa, 
devendo haver consciência da supressão. Há previsão de perdão judicial, 
extinção da punibilidade e redução de pena nos parágrafos. Veja as carac-
terísticas a seguir.
  Próprio: só é cometido pelo sujeito passivo da relação tributária ou 
responsável por pessoa jurídica encarregada do recolhimento do tributo;
  De forma vinculada: só pode ser realizado da forma descrita nos 
incisos;
  Monossubjetivo ou de concurso eventual: pode ser realizado por uma 
só pessoa ou várias em concurso de agentes;
  Material (de resultado): exige a produção do resultado naturalístico;
  Instantâneo: a fase consumativa não se prolonga com o tempo;
  Plurissubsistente: o iter criminis comporta fracionamento.
1. Os crimes de descaminho e 
contrabando configuravam 
o mesmo tipo penal até o 
advento da Lei nº 13.008/2014. 
Ambos eram previstos no art. 
334 do Código Penal (BRASIL, 
1940). Sobre os crimes de 
descaminho e contrabando, 
marque a opção correta.
a) A alteração legislativa modificou 
a pena para ambos os delitos, 
impedindo a decretação de 
prisão preventiva e a suspensão 
condicional do processo.
b) O Supremo Tribunal Federal, 
quanto ao crime de descaminho, 
julgou o Habeas Corpus nº 
218.961/SP, afirmando que, por 
se tratar de crime formal (que 
se consuma no momento da 
ausência de pagamento do 
tributo), não há necessidade 
do exaurimento do processo 
administrativo, sendo dispensável 
o auto de lançamento e, por 
consequência, a aplicação da 
Súmula nº 24 para a tipificação 
do crime de descaminho.
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c) O Supremo Tribunal Federal e 
o Superior Tribunal de Justiça 
consolidaram entendimento 
de que se deve reconhecer 
como aplicável o princípio da 
insignificância nos crimes de 
descaminho e contrabando.
d) O crime de descaminho consiste 
na ilusão de impostos de 
mercadoria proibida, enquanto o 
crime de contrabando refere-se 
ao fato de se importar e exportar 
mercadorias proibidas.
e) O crime de contrabando é formal.
2. Sobre o crime de resistência 
e desobediência, assinale 
a resposta correta.
a) Se o agente que cometer o 
crime de resistência deixar um 
policial militar gravemente 
ferido, não poderá ser 
responsabilizado por lesão 
corporal grave, tendo em 
vista a impossibilidade decumulação das condutas.
b) O crime de resistência não 
exige emprego de grave 
ameaça ou violência, bastando 
que não se siga ordem legal 
para a tipificação do crime.
c) Um motorista é notificado pelo 
guarda de trânsito de que seu 
carro está estacionado em vaga 
para veículo oficial. Porém, o 
indivíduo responde que é um 
absurdo e permanece com o 
veículo estacionado. O guarda 
de trânsito deverá acusá-lo 
pelo crime de desobediência, 
em vez de guinchar o veículo.
d) O tipo penal do crime de 
desobediência exige a ordem 
legal, não bastando uma 
simples recomendação ou 
pedido; deve haver uma 
inequívoca determinação.
e) Os crimes de resistência 
e desobediência não 
permitem tentativa.
3. Determinado serventuário escuta 
um estagiário de Direito, no balcão 
do cartório, mencionar que a escrivã 
designada era uma “incompetente”, 
pois não entregou certidão no prazo 
previsto. O serventuário se dirige 
até a escrivã e conta a ela situação. 
Assim, ela resolve punir o estagiário 
pelo crime de desacato. Com base 
nisso, assinale a alternativa correta.
a) A escrivã agiu corretamente, 
tendo em vista que o estagiário 
cometeu o crime de desacato, 
lhe ofendendo perante 
terceiros, devendo inclusive 
arrolar o serventuário como 
testemunha no processo.
b) Não foi configurado o crime 
de desacato, tendo em vista 
que se trata de crime próprio, 
que, no caso concreto, só 
poderia ser cometido por 
advogado, considerando 
que se refere a processo.
c) A escrivã agiu de forma 
equivocada, pois a situação 
não configura o crime de 
desacato, já que ela não 
presenciou a ofensa; configura-se 
somente o crime de calúnia.
d) A escrivã agiu de forma 
equivocada, pois a situação 
não configura o crime de 
desacato, já que ela não 
presenciou a ofensa; configura-se 
somente o crime de injúria.
e) A escrivã agiu de forma 
equivocada, pois a situação não 
configura o crime de desacato, 
Crimes contra a administração pública praticados por particular16
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já que ela não presenciou a 
ofensa; configura-se somente 
o crime de injúria qualificada.
4. Policiais militares realizavam revista 
pessoal em um indivíduo que 
se encontrava na saída de sua 
faculdade. Após realizarem revista, 
exigiram que ele os acompanhasse 
até a delegacia, a fim de verificar a 
existência de mandado de prisão 
contra ele e se havia alguma 
pendência em seu nome. Diante 
das informações apresentadas, 
assinale a conduta penal realizada 
pelo indivíduo em se recusar 
a comparecer à delegacia.
a) Usurpação de função pública.
b) Conduta atípica.
c) Crime de resistência.
d) Crime de desacato.
e) Crime de desobediência.
5. Sobre o crime de subtração 
ou inutilização de livro ou 
documento (BRASIL, 1940, art. 337), 
marque a alternativa correta.
a) É de forma ou ação livre, 
material, monossubjetivo 
e plurissubsistente.
b) É de forma ou ação livre, 
formal, monossubjetivo 
e unissubsistente.
c) É próprio, formal, 
monossubjetivo e 
unissubsistente.
d) É de forma ou ação livre, 
formal, monossubjetivo 
e plurissubsistente.
e) Nenhuma das alternativas.
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PAULSEN, L. Curso de direito tributário completo. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
Leituras recomendadas
BITENCOURT, C. R. Tratado de direito penal: parte especial. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 
2017. v. 4.
GRECO, R. Curso de direito penal: parte especial. 11. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2015. v. 4.
19Crimes contra a administração pública praticados por particular
C23_Crimes_contra_administracao_publica.indd 19 18/05/2018 13:48:32
http://www.conjur.com.br/2008-jan-25/fuga_direito_constitu-
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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