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Enfermidades articulares

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Página 1 de 6 
 
CLÍNICA CIRÚRGICA GRANDES 
AULA 01/11/2023
Enfermidades articulares 
Articulações que NÃO apresentam movimento: 
Suturas – escamosas, entre ossos parietal e temporal 
Sinartroses, fibrosas 
 
Articulações com POUCA amplitude de movimento 
Sínfise – sínfise pélvica 
Anfiartroses, cartilaginosas 
 
Articulações com ampla movimentação* 
Articulações sinoviais – carpo, tarso etc. 
Diartroses 
 
ARTICULAÇÕES SINOVIAIS 
Estruturas presentes: 
• Ligamentos periarticulares colaterais (se não há luxação etc.) é tecido denso que impeça que a força de distração 
desalinhe 
• Cavidade articular – espaço geralmente preenchido por líquido sinovial 
• Cartilagem articular – capacidade de regeneração baixa (injetar célula tronco pra nascer cartilagem) 
Composição: elementos celulares e não celulares 
o Celular = condrócitos (1 a 2% da cartilagem) 
o Não celulares = matriz extracelular (fibras colágenas de 80 a 90% do tipo II; proteoglicanas de vários tipos) 
Condrócitos (célula fundamental da cartilagem) tem disposição peculiar, quando mais perto do osso subcon-
dral os condrócitos estão dispostos randomicamente, mais dispersos, mais redondos, e mais pra cima ficam bem 
ovais e dispostos mais horizontalmente 
Proteoglicanas = proteínas centrais, glicosaminoglicanas (sulfato de condroitina 4 e 6 e sulfato de queratina) e 
hialuronan (ácido hialurônico) 
Quanto mais pesado o animal, mais espessa a cartilagem. 
• Cápsula articular – membrana fibrosa que tem como função de isolar e ajudar união. Na face interna dela temos a 
membrana sinovial (onde temos sinoviócitos, células fundamentais na membrana) 
• Periósteo – se funde com cápsula articular, não tem uma delimitação específica 
• Osso subcondral – osso abaixo da cartilagem, é muito importante (osteocondrite dissecante) 
 
A cartilagem é translúcida, não tem vasos e inervação! Esse é o problema de aplicar injeções intra-articulares, 
lesão que dificilmente se regenera. 
Como consegue nutrição dela? O líquido tem os nutrientes que ela precisa pra metabolismo celular e tudo mais. 
Como o líquido sinovial é produzido? A membrana sinovial é rica em vasos, ocorre diapedese, se o cavalo estiver 
bem nutrido, o e extravasamento dos vasos na membrana produz o líquido. Quando ocorre inflamação articular 
aumenta permeabilidade e articulação incha, aumenta quantidade e diminui qualidade (menos viscoso), o ácido 
hialurônico de pior qualidade. 
 
Enfermidades articulares 
➢ Artrite traumática 
• Sinovite e capsulite (difícil vir uma sem a outra) 
• Luxação/subluxação ou entorse 2A 
• Fraturas intra-articulares (não veremos) 2B 
• Enfermidades do menisco 2C 
➢ Artrite séptica 
➢ Osteoartrite doença articular degenerativa (DAD) – artrose 
➢ Sinovite idiopática (não veremos) 
 
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DAD pode vir de forma primária (até mesmo em jovens) mas é raríssimo. É comum ser estágio final 
comum a várias doenças, como por exemplo artrite séptica, não tem resolução completa. 
 
Sinovite e capsulite 
Sinovite é inflamação da membrana sinovial. 
Capsulite é inflamação da cápsula articular como um todo. 
Como se fosse a mesma coisa! 
 
Animais mais acometidos - animais de alta performance e de várias modalidades. É muito comum. 
Articulações mais frequentemente acometidas: articulações do carpo, metacarpo e metatarso 
falângica 
Causa: traumas constantes (jovens que não teve síntese completa), trauma pode piorar se for com 
aprumos incorretos. Mais comum é trauma repetitivo e crônico 
Quando o cavalo apoia o membro anterior, considerando toda a articulação a deposição da massa 
corpórea força pra baixo, esse deslocamento causa uma extensão, e durante essa extensão a face com-
primida é a dorsal. De maneira repetitiva essas forças de compressão na face dorsal causam inflamação, 
culminando em sinovite capsulite. Os ossinhos podem fraturar. 
Compressão vertical principalmente do aspecto dorsal da articulação do carpo. 
Fratura intra-articular – osso terceiro metacarpiano?? 
Aprumos incorretos: animal em estação já há forças não fisiológicas atuando na articulação 
 
TRAUMA REPETIDO → HIPEREXTENSÃO (carpo e metacarpo/tarso falângica) → COMPRESSÃO CONS-
TANTE → SINOVITE/CAPSULITE → AUMENTO DA PRODUÇÃO DE LÍQUIDO SINOVIAL – ENTESÓFITOS, LIBERAÇÃO DE 
ENZIMAS, DESTRUIÇÃO DA CARTILAGEM → DAD 
Articulação distendida, aumento flutuante com aumento de líquido articular 
As enzimas proteolíticas ou lisossomais começam a degradar cartilagem articular, capacidade in-
terrompida de regeneração 
Organismo frente a essa inflamação (dor articular...) tenta colocar estabilidade a mais, começa 
surgir entesófitos que são pequenas proliferações ósseas que surgem em origem ou inserção de liga-
mento, tendão ou cápsula articular. 
Dor vem da cápsula articular 
 
SINAIS CLÍNICOS – AGUDO 
• Claudicação evidente – a fase cranial do passo pode estar diminuída (dor) 
• Distensão articular flutuante – aumento da produção do líquido sinovial, articulação fica 
distendida como um todo (aumento de volume difuso), efusão articular 
• Quando animal permanece em repouso fica com o arpo levemente flexionado (quando for 
o carpo acometido) – o cavalo nunca faz isso com o torácico (dor) 
 
Cada articulação tem suas características, onde tem o ligamento periarticular, não consegue dis-
tender. Tem articulação mais livre e outras que não. 
SINAIS CLÍNICOS – CRÔNICO (meses, semanas) 
• Claudicação não tão evidente – quando fazemos prova de flexão depois do exercício pode estar 
mais evidente 
• Distensão articular menos intensa – ao invés de aspecto flutuante está mais fibroso 
• Pode ter sinais radiográficos – sinais de doença articular degenerativa, exostoses são compatíveis 
 
Entesófilos – artrite – sinais RX 
Lise óssea – falta osso, artrite crônica – sinais RX 
 
 
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DIAGNÓSTICO 
• Sinais clínicos 
• Exame radiográfico – diferencia de fraturas intra-articulares 
• Análise do líquido sinovial – revela se é séptica, ou outra afecção articular. Se for não séptica não 
tem proliferação de células de defesa presentes em uma séptica 
 
Aderência articular, fibrose articular, se houver um repouso de muito tempo, o objetivo mesmo é o 
retorno do animal a sua fisiologia articular 
 
TRATAMENTO 
• Objetivo de ter retorno da fisiologia articular o mais cedo possível 
• Diminuição da dor 
• Eliminar processo inflamatório, mediadores inflamatórios – lavagem articular com solução fisiológi-
ca 
• Repouso inicial de 30 a 60 dias com caminhadas 
• Crioterapia nas primeiras 48h com episódios de 20 minutos – diminui processo inflamatório 
• Termoterapia após 48h 
• Ideal natação – exercício sem ter impacto 
• DMSO tópico – excelente como anti-inflamatório, passar 2x dia, cuidado usar luvas por ser cancerí-
geno 
• Lavagem articular no hospital ou a campo, precisa sedar, 2 acessos, colocar agulha e fazer 2 L 
Risco de levar uma artrite séptica iatrogênica 
• Corticoide + ácido hialurônico IA (componentes da cavidade articular) 
CORTICOIDE - Metilpredinisolona (Depomedrol) 40 mg/ml por articulação; aprox. 1 mês 
ÁCIDO HIALURÔNICO – 40 mg IV ou IA (dose total) 
Glicosaminoglicanas polissulfatadas 500 mg IM 
• DAINEs – Fenilbutazona, Flunixina meglumina IV 
Bandagem simples diminui dor, edema, dá sustentação 
 
Luxação, subluxação e entorse 
Entorse – “torção”, perda TEMPORÁRIA, repentina do contato entre as superfícies articulares 
Luxação – perda permanente de contato TOTAL entre as superfícies articulares 
Subluxação – perda permanente de contato PARCIAL entre as superfícies articulares 
 
Entorse 
Qualquer articulação pode ser acometida 
Mais comum: metacarpo/metatarso falange (boleto), interfalângica proximal 
Cavalo de tambor, animais que permanecem ou se exercitam em terrenos muito irregulares e aci-
dentados (vaca de leite) 
 
SINAIS CLÍNICOS 
• Início súbito 
• Claudicação depende da intensidade do trauma 
• Efusão articular e sinais inflamatórios também dependem da intensidade 
DIAGNÓSTICO 
• Anamnese 
• Sinais clínicos– quando palpação está quente, inflamada 
• RX – posição anatômica e flexionada 
• US – nesse entorse pode ter rompido vaso, hemartrose, e esperamos uma imagem com 
sangue na articulação hiperecoica com pontos de celularidade 
Avaliação se há ou não grau de lesão de ligamento periarticular (aberta, exposta) 
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TRATAMENTO 
• Crioterapia nas primeiras 48h 
• Imobilização – fundamental por poder estar estável, bandagem ajuda ele a se locomover 
• DAINEs – Fenilbutazona, Flunixina meglumina 
• Repouso 
 
Luxação 
Qualquer articulação pode ser acometida 
Mais comuns – Interfalângica proximal, metacarpo/metatarso falângica, articulações do tarso, 
femorotibial, coxofemoral (vaca de leite que abre os membros pélvicos) 
 
Luxação articulação interfalângica proximal 
• Pode ocorrer decorrente da fratura da 2ª falange 
• Perde estabilidade articular 
• Geralmente acompanha ruptura total ou parcial de estruturas periarticulares que mantem ligação 
e união articular 
• Mais comum é luxação/subluxação dorsal ou palmar/plantar 
• Etiologia - trauma 
 
TRATAMENTO 
• Artrodese da articulação – imobilização cirúrgica. Tira, coloca placa, parafuso e une articu-
lação formando anquilose, vai “cicatrizar”, “ossificar”, não mexendo nunca mais 
 
Luxação articulação metacarpo/metatarso falângica 
• Pode ocorrer medial, lateral, palmar/plantar, digital 
• Etiologia – trauma 
 
SINAIS CLÍNICOS 
• Falta de alinhamento da articulação no plano sagital 
• Efusão articular pode haver dor 
• Claudicação em variados graus 
 
DIAGNÓSTICO 
• Sinais clínicos – palpação 
• RX – descartar fratura 
Importante em potros identificar por RX, animais em crescimento, se acometeu DMC (disco 
metafisário de crescimento). Cicatriza e fecha o disco, começa problema de desvio angular. 
 
TRATAMENTO 
• Drenagem do hematoma caso haja 
• Redução da luxação 
• Imobilização com gesso por 6 semanas 
 
Artrite séptica (bactéria) 
Infecção que levou a uma artrite. Enfermidade que resultante da infecção de uma articulação por 
um microrganismo 
• Via hematógena – através do sangue o microrganismo vai para articulação 
Comum em NEONATOS com infecções secundárias como pneumonia, onfalite (inflamação das es-
truturas remanescentes do umbigo), enterite 
Agentes: Staphylococcus, Salmonella, E. coli (gram – e +) 
• Traumática – feridas em geral com comunicação articular 
Fazer artrocentese para saber se acometeu mesmo a articulação 
• Via iatrogênica – durante um tratamento, artrocentese, cirurgia 
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Bactéria → sinovite → liberação de enzimas lisossômicas da membrana sinovial → colagenase → 
protease→ diminui GAG → destrói cartilagem ... 
 
SINAIS CLÍNICOS 
• Claudicação 
• Distensão articular 
• Muita dor a palpação 
• Se acometer várias articulações – poliartrite 
• Decúbito prolongado (dor) 
• Enfermidades concomitantes – onfalite, pneumonia, enterite, colite 
 
DIAGNÓSTICO 
• Anamnese 
• Sinais clínicos como hipertermia, FC, FR 
• Exame do ônfalo 
• US – pneumonia 
• RX – descartar fraturas, osteomielite, outras enfermidades concomitantes 
• Inspecionar e palpar todas as articulações! 
 
TRATAMENTO 
• Encaminhar para centro de referência 
• Tratar causa primária 
• Artroscopia se possível 
• Lavagem articular 
• ATB sistêmico 
Penicilina G potássica 22.000 UI/kg/IV QID (pode ser Benzatina) + Gentamicina 6,6 mg/kg IV SID 
Após o resultado da cultura e antibiograma eu reavalio e readéquo o tratamento 
Não fazer Enrofloxacina em potros pois pode comprometer o crescimento!! 
 
Pode associar com ATB IA 
- Amicacina 500 mg por articulação por dia 
- Gentamicina 150 mg por articulação por dia 
- Ceftiofur (precisa permitir IV) 150 mg por articulação por dia 
• ATB local 
- Perfusão regional ou antibiose 
- Intraóssea – cânula de metal ate medula óssea 
• AINEs 
Fenilbutazona 
Flunexin meglumina 
• Nutrição, hidratação, limpeza, cama macia, trocar decúbito 
 
É uma emergência! 
 
Líquido sinovial 
Tricotomia, antissepsia, material estéril 
Colheita em 2 frascos – um com EDTA e outro sem anticoagulante estéril para cultura, isolamento e anti-
biograma 
Aspectos a avaliar 
• Coloração – amarelo opaco 
• Viscosidade – baixa viscosidade de aspecto turvo. Ácido hialurônico deixa mais viscoso, devido in-
flamação terá maior permeabilidade vascular e aumenta quantidade de líquido de ruim qualidade 
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• Quantidade – aumenta 
• Células nucleadas – total e porcentagem de neutrófilos e linfócitos 
• PT* - mais proteína na cavidade articular 
 
Fixação dorsal de patela – luxação de patela 
Patela se torna imóvel, aprisiona, por impossibilidade de sair do ligamento patelar medial na crista 
troclear medial do fêmur. 
A patela tem 3 ligamentos patelares. O problema é no ligamento medial que fica aprisionado na 
crista troclear do fêmur. 
 
ETIOLOGIA 
• Conformação dos membros muito retos 
• Perda do tônus muscular – o quadríceps femoral tem vasto lateral, medial, intermédio e re-
tro femoral. Ele se insere na patela, se perde tônus fica mais mole e permite que a patela te-
nha uma amplitude maior de movimento 
 
SINAIS CLÍNICOS 
• Membro pélvico em extensão permanente – patela impossibilitada de fazer flexão 
• Aprisionamento intermitente – pode ocorrer liberação da patela ou permanecer por horas, 
dias 
• Arrastar pinça - desgaste 
Pode confundir sinal clínico com fixação dorsal de patela – não confundir com arpejo 
 
DIAGNÓSTICO 
• Anamnese – “câimbra” 
• RX – pode levar a osteomalácia 
• Palpação – consegue aprisionar patela com a mão 
• Subir e descer rampas induz fixação dorsal ou andar em círculos fechados 
 
TRATAMENTO 
Dá pra liberar manualmente e fazendo animal andar pra trás 
Conservativo 
• Melhorar tônus muscular 
• Cirúrgico – desmotomia do ligamento patelar medial

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