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DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. LUCAS MARTINS @proflucasmartins (instagram) www.youtube.com/proflucasmartins www.facebook.com/proflucasmartins ATOS ADMINISTRATIVOS ATOS ADMINISTRATIVOS 1. Considerações Iniciais 2. Requisitos (Elementos) 3. Planos de Constituição 4. Atributos 5. Extinção 6. Classificações 7. Espécies 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS ❑ Teoria do Fato Jurídico ❑ Ato Administrativo X Ato da Administração ❑ Conceito de Ato Administrativo 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO Trata-se de “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria". HELY LOPES MEIRELLES CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO Trata-se da "manifestação de vontade do Estado, por seus representantes, no exercício regular de suas funções, ou por qualquer pessoa que detenha, nas mãos, fração de poder reconhecido pelo Estado, que tem por finalidade imediata criar, reconhecer, modificar, resguardar ou extinguir situações jurídicas subjetivas, em matéria administrativa". JOSÉ CRETELLA JUNIOR CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO Trata-se da "declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes - como, por exemplo, um concessionário de serviço público) no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei, a título de lhe dar cumprimento, e sujeitos a controle de legitimidade por órgão jurisdicional". CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO Trata-se da “declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário". MARIA SYLVIA ZANELLA DE PIETRO 2. REQUISITOS (ELEMENTOS) 2. REQUISITOS (ELEMENTOS) 2.1. Competência 2.2. Finalidade 2.3. Forma 2.4. Motivo 2.5. Objeto 2.1. COMPETÊNCIA 2.1. COMPETÊNCIA ❑ “Sujeito competente” ❑ Características a) Primária b) Irrenunciável c) Imprescritível d) Improrrogável 2.1. COMPETÊNCIA ❑ Elemento sempre vinculado ❑ Vício sanável (admite convalidação) ➢ Exceção: competência exclusiva (vício insanável) 2.1. COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA ➢ Lei 9.784/99 Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA ➢ Lei 9.784/99 Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA ➢ Lei 9.784/99 Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA ➢ Lei 9.784/99 Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: I - a edição de atos de caráter normativo; II - a decisão de recursos administrativos; III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA ➢ Lei 9.784/99 Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA ➢ Lei 9.784/99 §1º - O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA ➢ Lei 9.784/99 §2º - O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante. §3º - As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA ➢ Lei 9.784/99 Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA ➢ Lei 9.784/99 Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a unidade fundacional competente em matéria de interesse especial. COMPETÊNCIA ADMINISTRATIVA ➢ Lei 9.784/99 Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor grau hierárquico para decidir. RESPONSABILIDADE DELEGATÁRIO Súmula 510, STF Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. 2.2. FINALIDADE 2.2. FINALIDADE ❑ “O que se busca com o ato” ❑ Espécies a) Finalidade Genérica b) Finalidade Específica ❑ Elemento sempre vinculado ❑ Vício insanável (não admite convalidação) ❑ Tredestinação lícita (desapropriação) 2.2. FINALIDADE 2.3. FORMA 2.3. FORMA ❑ “Como o ato é praticado” ❑ Princípio da Solenidade das Formas ➢ Exceções: ato verbal; ato gestual; símbolos ❑ Elemento sempre vinculado ❑ Vício sanável (admite convalidação) ➢ Exceção: forma essencial à validade do ato ❑ Silêncio Administrativo 2.3. FORMA 2.4. MOTIVO 2.4. MOTIVO ❑ Pressuposto fático e jurídico ❑ Elemento vinculado ou discricionário ❑ Vício insanável (não admite convalidação) ❑ Motivo X Motivação ❑ Teoria dos Motivos Determinantes 2.4. MOTIVO ATOS QUE DEVEM SER MOTIVADOS ➢ Lei 9.784/99 Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; ATOS QUE DEVEM SER MOTIVADOS ➢ Lei 9.784/99 II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; ATOS QUE DEVEM SER MOTIVADOS ➢ Lei 9.784/99 IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; ATOS QUE DEVEM SER MOTIVADOS ➢ Lei 9.784/99 VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. ATOS QUE DEVEM SER MOTIVADOS ➢ Lei 9.784/99 §1º - A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. ATOS QUE DEVEM SER MOTIVADOS ➢ Lei 9.784/99 §2º - Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos interessados. ATOS QUE DEVEM SER MOTIVADOS ➢ Lei 9.784/99 §3º - A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo escrito. 2.5. OBJETO 2.5. OBJETO ❑ Efeito principal que o ato produz (conteúdo) ❑ Elemento vinculado ou discricionário ❑ Vício insanável (não admite convalidação) ❑ Efeitos secundários/acidentais/acessórios ➢ Efeito Reflexo ➢ Efeito Prodrômico 3. PLANOS DE CONSTITUIÇÃO 3. PLANOS DE CONSTITUIÇÃO 3.1. Perfeição 3.2. Validade 3.3. Eficácia 4. ATRIBUTOS 4. ATRIBUTOS 4.1. Presunção de Legitimidade 4.2. Presunção de Veracidade 4.3. Tipicidade 4.4. Imperatividade 4.5. Coercibilidade 4.6. Autoexecutoriedade 4. ATRIBUTOS 5. EXTINÇÃO 5. EXTINÇÃO 5.1. Natural 5.2. Renúncia 5.3. Desaparecimento do Sujeito ou do Objeto 5.4. Retirada 5.4. EXTINÇÃO POR RETIRADA a) Anulaçãob) Revogação c) Cassação d) Caducidade e) Contraposição 5.4. EXTINÇÃO POR RETIRADA Anulação Revogação Ato inválido Ato válido Ato vinculado ou discricionário Ato discricionário Por parte da Administração ou do Poder Judiciário Apenas por parte da Administração Efeito retroativo (“ex tunc”) Efeito não retroativo/prospectivo (“ex nunc”) Prazo decadencial de 5 anos da prática – boa fé do terceiro (Art. 54, Lei 9.784/99) Não há prazo decadencial 5.4. EXTINÇÃO POR RETIRADA ➢ Lei 9.784/99 Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos. 5.4. EXTINÇÃO POR RETIRADA Súmula 473, STF A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. 5.4. EXTINÇÃO POR RETIRADA ➢ Lei 9.784/99 Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. 5.4. EXTINÇÃO POR RETIRADA ➢ Lei 9.784/99 §1º - No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. §2º - Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. 5.4. EXTINÇÃO POR RETIRADA ➢ Lei 9.784/99 Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. 5.4. EXTINÇÃO POR RETIRADA ➢ Atos que não admitem revogação Atos inválidos, atos vinculados, atos consumados, atos praticados no bojo de processos administrativos, atos declaratórios, atos enunciativos (certidões, atestados, apostilas, pareceres), etc. 6. CLASSIFICAÇÕES 6. CLASSIFICAÇÕES 6.1. Quanto ao grau de Liberdade 6.2. Quanto aos Destinatários 6.3. Quanto à Estrutura 6.4. Quanto ao Resultado na Esfera Jurídica 6.5. Quanto à Formação 6.6. Quanto ao Objeto 6.7. Quanto aos Efeitos 6.8. Quanto ao Alcance 6.1. QUANTO AO GRAU DE LIBERDADE Atos Vinculados Atos Discricionários Ato que possui todos seus elementos objetivamente definidos em lei. A lei não confere ao agente nenhuma margem de escolha, devendo o agente se sujeitar às determinações da lei. Nos atos vinculados, portanto, a lei não confere qualquer grau de liberdade ao agente. É o que ocorre, por exemplo, com o ato de licença e com o ato de aposentadoria compulsória. Ato que não possui todos seus elementos objetivamente definidos em lei. A lei confere ao agente margem de escolha quanto ao elemento motivo ou quanto ao elemento objeto, para que aquele julgue o que reputa mais conveniente/oportuno (mérito administrativo) dentro dos limites legais. Nos atos discricionários, portanto, a lei confere certo grau de liberdade ao agente. É o que ocorre, por exemplo, com o ato de autorização e com o ato de permissão. 6.2. QUANTO AOS DESTINATÁRIOS Atos Individuais Atos Gerais Aqueles que são destinados a uma pessoa determinada ou a um grupo de pessoas determinadas. Trata-se de ato onde se pode individualizar seu (seus) destinatário (destinatários). É o que ocorre, por exemplo, com a demissão de um servidor ou com a nomeação de dez candidatos aprovados em um determinado concurso público. Perceba que pouco importa se o ato é destinado a uma ou a mais pessoas. Para ser ato individual, não é preciso que o ato seja destinado a uma única pessoa. Precisa que se tenha como individualizar a pessoa ou as pessoas a quem o ato é destinado. Aqueles que são destinados a pessoas indeterminadas. Trata-se de ato onde não se pode individualizar seus destinatários. É o que ocorre, por exemplo, com o edital de um concurso público ou com uma circular disciplinando a forma de utilização do estacionamento de uma determinada unidade administrativa. A Administração descreve uma determinada situação fática e todos aqueles que se adequarem à situação prevista no ato deverão respeitá-lo. Dessa forma, não é aquele que diz respeito a mais de um indivíduo, mas aquele que não individualiza aquele(s) que será(ão) por ele atingido(s). 6.3. QUANTO À ESTRUTURA Atos Concretos Atos Abstratos São atos praticados para produzirem efeitos em uma única aplicação, isto é, em um único caso concreto. O ato esgota/exaure seus efeitos numa só aplicação. É o que ocorre, por exemplo, com o ato de multa. Depois que o apenado vem a pagá-la, ela deixa de existir. Outro bom exemplo é o ato de demissão. Despois que o servidor é demitido o ato deixa de existir. São atos praticados para produzirem efeitos em mais de uma aplicação, isto é, em mais de um caso concreto. O ato abstrato produzirá efeito até que outro ato venha a retirá-lo do mundo jurídico. É o que ocorre, por exemplo, com o ato de circular determinando o horário de funcionamento de uma unidade administrativa ou o regulamento que proíbe de estacionar e uma determinada via pública. 6.4. QUANTO AO RESULTADO NA ESFERA JURÍDICA Atos Ampliativos Atos Restritivos Atos que ampliam, isto é, aumentam a esfera jurídica do destinatário, concedendo a ele basicamente direitos, vantagens, prerrogativas. Em uma palavra simples, é um ato “bom” para o destinatário. É o que ocorre, por exemplo, com os atos negociais em geral (licença; autorização; permissão; admissão; etc). Atos que restringem, isto é, diminuem a esfera de ação jurídica do destinatário ou lhe impõem deveres, obrigações, proibições, etc. Em uma palavra simples, é um ato “ruim” para o destinatário. É o que ocorre, por exemplo, com os atos punitivos em geral (interdição; demissão; multa; apreensão; suspensão; cassação; etc). 6.5. QUANTO À FORMAÇÃO a) Atos Simples b) Atos Complexos c) Atos Compostos A) ATOS SIMPLES Atos que dependem de uma única manifestação de vontade de um só órgão, seja ele órgão singular (um só agente), seja ele órgão colegiado (mais de um agente). É dizer, uma única manifestação de vontade de um só órgão já faz com que o ato esteja formado. É o que ocorre, por exemplo, com um despacho, uma deliberação de um determinado Conselho ou a licença expedida para dirigir veículo automotor. Os atos complexos e compostos dependerão de mais de uma vontade de mais de um órgão. B) ATOS COMPLEXOS Atos que dependem de mais de uma vontade de, pelo menos, dois órgãos diferentes. Aqui as diferentes vontades se unem para a formação de um único ato. Há quem sustente que as vontades devem ser de órgãos independentes entre si. Dessa forma, o ato complexo seria aquele em que se somam duas ou mais vontades absolutamente independentes (vontade 1 + vontade 2, por exemplo) para a prática de um único ato. É o que ocorre, por exemplo, com o ato de aposentadoria, onde a vontade do órgão no qual trabalha o servidor se une à vontade do respectivo tribunal de contas para a formação do ato. B) ATOS COMPLEXOS É o que ocorre, também, com a nomeação de dirigente de uma agência reguladora, onde a vontade do chefe do poder executivo (Presidente da República, se for entidade federal) se une à vontade da respectiva casa legislativa (Senado Federal) para a formação do ato. C) ATOS COMPOSTOS Atos que dependem de mais de uma vontade de, pelo menos, dois órgãos diferentes (assim como ocorre com os atos complexos). Entretanto, ao contrário dos atos complexos, onde há mais de uma vontade pra a formação de um único ato, aqui haverá mais de um ato para a formação de um novo ato. É dizer, aqui cada órgão irá praticar um ato diferente (o primeiro chamado de ato principal e o segundo de ato acessório) que juntos irão formar um terceiro ato. Há quem sustente ainda que, ao contrário dos atoscomplexos (onde as vontades são independentes), nos atos compostos as vontades são dependentes entre si (daí se falar em ato principal e ato acessório). C) ATOS COMPOSTOS São vontades proferidas geralmente por órgãos que integram um mesmo órgão, porém em patamar de hierarquia diferente (órgão de recursos humanos e órgão de direção da Receita Federal do Brasil, por exemplo) . Dessa forma, o ato composto seria aquele em que se somam dois ou mais atos (ato 1 + ato 2) para a formação de um novo ato (ato 3). É o que ocorre, por exemplo, com atos que ficam sujeitos a um visto ou a uma homologação de outras autoridades, que verificação se o primeiro ato (principal) foi praticado de forma válida. Perceba que, no caso, o visto ou a homologação são atos que apenas ratificam (atos acessórios) as vontades manifestadas em atos anteriores (atos principais). 6.6. QUANTO AO OBJETO Atos de Império Atos de Gestão Atos de Expediente Atos praticados pela Administração Pública em posição de superioridade (jus imperium) ao particular (relação vertical). São atos que a Administração pratica amparada por normas de direito público que a ela conferem prerrogativas não estendidas ao particular. É o que ocorre, por exemplo, com a desapropriação de um particular, com a interdição de um estabelecimento, com a multa aplicada a um condutor infrator. Atos praticados pela Administração Pública em posição de igualdade com o particular (relação horizontal). São atos que a Administração pratica amparada por normas de direito privado, sem prerrogativas, portanto. É o que ocorre, por exemplo, com a alienação de um bem ao particular ou com o aluguel de um imóvel de algum particular. Trata-se de posicionamento isolado do professor Hely Lopes Meirelles. De acordo com o autor, são atos praticados por agentes subalternos que manifestam simples rotina interna, conferindo andamento à atividade administrativa, sem expressar qualquer manifestação de vontade. É o que ocorre, por exemplo, com o ato de protocolo. 6.7. QUANTO AOS EFEITOS a) Atos Constitutivos b) Atos Declaratórios A) ATOS CONSTITUTIVOS São aqueles que constituem, isto é, que fazem nascer uma nova situação jurídica, seja produzindo-a originariamente, seja extinguindo-a ou modificando situação anterior. É o que ocorre, por exemplo, com a autorização concedida para que um particular faça uso privativo de um bem público. Até a prática do ato, ele não tinha esse direito. Com a prática do ato, esse direito nasce, isto é, o ato constitui uma nova situação jurídica, no caso, produzindo-a originariamente. Outro exemplo seria a demissão de um servidor. Até a prática do ato, o servidor tinha direito à permanência no cargo. Com a prática do ato, perde o direito, isto é, mais uma vez, tem-se um ato constituindo uma nova situação jurídica, entretanto, no caso, para extinguir algo preexistente. B) ATOS DECLARATÓRIOS São aqueles não constituem nenhuma nova situação jurídica, pois apenas afirmam a preexistência de uma situação anterior. É o que ocorre, por exemplo, com a aposentadoria compulsória de um determinado servidor, após alguns dias da data em que completou 75 anos de idade. Ele estará aposentado desde o dia em que completou a idade da compulsória, muito embora sua aposentadoria apenas passe a produzir efeitos após a prática do ato que venha a declarar sua aposentadoria. É o que ocorre também com o ato de anulação. O ato anulado já é inválido desde sua origem, porém os efeitos da invalidez apenas passam a existir quando um segundo ato vem a declarar sua invalidade. B) ATOS DECLARATÓRIOS Vale destacar, portanto, os atos declaratórios possuem efeito retroativo. Outro bom exemplo de ato declaratório, para parte da doutrina , seria o ato de certidão atestando com um determinado contribuinte está quite com suas obrigações tributárias. O ato não constitui nenhuma nova situação, mas, tão somente, afirma algo a ele pré-existente. Perceba que, em todas situações, o ato declaratório ao afirmar uma situação pré-existente produz efeito retroativo. 6.8. QUANTO AO ALCANCE Atos Internos Atos Externos Produzem efeitos dentro da estrutura da Administração Pública responsável por sua edição, estabelecendo normas que obrigam os agentes e órgãos de determinado ente estatal (seja integrante da Administração Direta ou Indireta). Exatamente por se destinarem apenas ao âmbito interno, em regra, não dependem de publicação em órgão oficial. É o que ocorre, por exemplo, com uma ordem de serviço que divide a atividade de um órgão entre seus servidores, um memorando de comunicação entre setores diferentes de um mesmo órgão, ou uma circular exigindo que os servidores de uma determinada unidade administrativa venham trabalhar de farda. Produzem efeitos fora da estrutura da Administração Pública responsável por sua edição, estabelecendo normas destinadas a pessoas a ela estranhas (terceiros/particulares). Exatamente por se destinarem a pessoas estranhas à Administração, dependem de publicação em órgão oficial. É o que ocorre, por exemplo, com a admissão de um aprovado no Enem para estudar numa universidade pública, ou com a licença concedida a um particular que veio a cumprir os requisitos legais para dirigir veículo automotor. 7. ESPÉCIES 7. ESPÉCIES 7.1. Atos Normativos 7.2. Atos Ordinatórios 7.3. Atos Negociais 7.4. Atos Enunciativos 7.5. Atos Punitivos 7.1. ATOS NORMATIVOS a) Decreto b) Regulamento c) Instrução Normativa d) Resolução e) Regimento f) Deliberação A) DECRETO Ato de competência exclusiva do Chefe do Executivo. Divide-se em: a) decreto regulamentar (executivo) – explica a lei e facilita sua execução, detalhando seus mandamentos e orientando sua aplicação; b) decreto autônomo – dispõe sobre a matéria ainda não regulada especificamente em lei. B) REGULAMENTO Assim como o decreto, também é de competência exclusiva do Chefe do Executivo. É ato que é posto em vigência através de um decreto, ora para especificar os mandamentos da lei, ora para prover situações ainda não disciplinares por lei. C) INSTRUÇÃO NORMATIVA Ato expedido pelos Ministros de Estado ou por alguns órgãos superiores (Receita Federal do Brasil, por exemplo) para a execução das leis, dos decretos e dos regulamentos. D) RESOLUÇÃO Ato expedido pelas altas autoridades do Poder Executivo (menos pelo Chefe do Executivo) ou pelos Presidentes dos Tribunais, dos Órgãos Legislativos (Câmara, Assembleia, Senado, etc) e Colegiados, para disciplinar matéria de sua competência específica. E) REGIMENTO Ato de atuação interna, pois se destina a disciplinar o funcionamento de órgãos colegiados e de corporações legislativas. F) DELIBERAÇÃO Ato decisório expedido por órgãos colegiados. 7.2. ATOS ORDINATÓRIOS 7.2. ATOS ORDINATÓRIOS a) Portaria b) Circular c) Ordem de Serviço d) Aviso e) Memorando f) Ofício g) Despacho h) Instrução i) Provimento A) PORTARIA Ato administrativo interno e individual, pois, em regra, destina-se a pessoas determinadas. É o que ocorre, por exemplo, com uma portaria concedendo férias a cinco servidores, nomeando dez candidatos, exonerando um determinado servidor, etc. B) CIRCULAR Ato administrativo interno e geral, pois é destinado a pessoas indeterminadas. É, portanto, ato utilizado para expedir normas internas uniformes, não se referindo a indivíduos específicos, mas a todos aqueles que se adequarem a determinada situação fática. É o que ocorre, por exemplo, com a circular que estabelece o horário de funcionamento da repartição, a forma de utilização das garagens do estacionamento, determinado que os servidores de determinado órgão não podem trabalhar de bermuda, etc. C) ORDEM DE SERVIÇO Determinação especial dirigida aos responsáveis por obras ou serviços públicos, autorizando seu início, ou contendo imposições de caráter administrativo ou especificações técnicas sobre o modo e a forma de realização. Exemplo: setor X deverá executar atividade A. D) AVISO Ato emanadopor Ministros de Estado a respeito de assuntos ligados aos Ministérios. E) MEMORANDO Ato de comunicação interna entre agentes de um mesmo órgão. F) OFÍCIO Ato de comunicação externa entre agentes de órgãos diferentes ou entre a Administração e alguma entidade privada (banco, por exemplo). G) DESPACHO Decisão que as autoridades proferem em papéis, requerimentos e processos sujeitos à sua apreciação. H) INSTRUÇÃO Ordem escrita e geral a respeito do modo e forma de execução de determinado serviço público, expedida pelo superior hierárquico com o escopo de orientar os subalternos no desempenho das atribuições que lhe são afetas. I) PROVIMENTO Ato interno, contendo determinações e instruções que a Corregedoria ou os Tribunais expedem para a regularização e uniformização dos serviços, especialmente os da Justiça. 7.3. ATOS NEGOCIAIS 7.3. ATOS NEGOCIAIS a) Licença b) Autorização c) Permissão d) Admissão e) Visto 7.3. ATOS NEGOCIAIS f) Homologação g) Dispensa h) Renúncia i) Aprovação j) Protocolo Administrativo A) LICENÇA É decorrência do poder de polícia. Trata-se de ato vinculado e definitivo através do qual a Administração, verificando que o particular atendeu aos requisitos legais, faculta-lhe o desempenho de atividades ou a realização de fatos materiais antes a ele vedados. É o que ocorre, por exemplo, quando é expedida uma licença para construção ou reforma de uma casa. B) AUTORIZAÇÃO Pode decorrer do (1) poder de polícia (assim como a licença) ou ser utilizada para possibilitar o (2) uso privativo (especial) de determinado bem público. Em qualquer dos dois casos, a autorização será sempre ato discricionário e precário e é nisso que difere da licença. C) PERMISSÃO Ato utilizado para possibilitar o uso privativo (especial) de determinado bem público. Assim como a autorização pra uso de bem público, a permissão também é ato discricionário e precário. A diferença entre eles reside no seguinte: a) na autorização para uso de bem público o interesse público é reduzido e a utilização é transitória (utilização da praia para a realização de um casamento; b) na permissão para uso de bem público, o interesse público é maior e a utilização é duradoura (construção de uma banca de jornal numa praça). D) ADMISSÃO Ato vinculado pelo qual o Poder Público, verificando a satisfação de todos os requisitos legais pelo particular, defere-lhe determinada situação jurídica de seu exclusivo ou predominante interesse. E) VISTO Ato pelo qual o Poder Público controla outro ato da própria Administração ou do administrado, aferindo sua legitimidade formal para dar-lhe exequibilidade. F) HOMOLOGAÇÃO Ato de controle pelo qual a autoridade superior examina a legalidade e a conveniência de ato anterior da própria Administração, de outra entidade ou de particular, para dar-lhe eficácia. Trata-se de ato vinculado. G) DISPENSA Ato que exime o particular do cumprimento de determinada obrigação até então exigida por lei. É o que ocorre, por exemplo, quando o particular vem a ser eximido do serviço militar obrigatório. H) RENÚNCIA Ato pelo qual o Poder Público extingue unilateralmente um crédito ou um direto próprio, liberando a pessoa obrigada perante a Administração. I) APROVAÇÃO Ato pelo qual o Poder Público verifica a legalidade e o mérito de outro ato ou de situações e realizações materiais de seus próprios órgãos, de outras entidades ou de particulares, dependentes de seu controle. É ato discricionário. J) PROTOCOLO ADMINISTRATIVO Ato através do qual o Poder Público acerta com o particular a realização de determinado empreendimento ou atividade ou a abstenção de certa conduta, no interesse recíproco da Administração e do administrado. 7.4. ATOS ENUNCIATIVOS 7.4. ATOS ENUNCIATIVOS a) Certidão b) Atestado c) Apostila d) Parecer A) CERTIDÃO É ato através do qual a Administração comprova algo que já está registrado em algum processo, livro ou documento presente na repartição. Nasce uma criança, por exemplo, e esse fato é registrado no cartório. Para comprovar esse nascimento, é expedida uma certidão comprovando uma situação já registrada (o nascimento). Particular que pretende provar que contribuiu por dez anos para o regime geral da previdência pede que a Administração emita, mais uma vez, certidão, pois a situação (dez anos de contribuição) já está registrada. B) ATESTADO É ato através do qual a Administração comprova algo que ainda não está registrado em qualquer processo, livro ou documento. Servidor que pretende comprovar que está doente para gozar de licença para tratamento de saúde. Essa informação não está previamente registrada na repartição. Dessa forma, a Administração irá comprová-la através de um atestado. Aqui a Administração comprova um ato que tenha conhecimento, mas que não consta em seus registros. C) APOSTILA Também chamada de apostilamento ou averbação, é ato através do qual a Administração acrescenta ou altera informações num determinado registro público. Servidor que entrou em exercício solteiro e contraiu matrimônio. Vaio ao setor de pessoal e pede para que o servidor responsável altere essa informação em seu assentamento funcional. Isso é feito através de uma apostila ou averbação. D) PARECER Ato através do qual a Administração emite opiniões acerca de uma determinada situação. Não gera efeitos diretamente, isto é, é ato que não tem consequências diretas no mundo jurídico. A decisão e a fundamentação do parecer não ensejam nenhuma situação jurídica posterior. Apenas emite uma opinião que será analisada por um agente público que então poderá expedir um ato em conformidade ou não com esse parecer. São, portanto, manifestações de órgãos técnicos sobre assuntos submetidos à sua consideração. 7.5. ATOS PUNITIVOS 7.5. ATOS PUNITIVOS a) Internos b) Externos DIREITO ADMINISTRATIVO PROF. LUCAS MARTINS @proflucasmartins (instagram) www.youtube.com/proflucasmartins www.facebook.com/proflucasmartins DIREITO ADMINISTRATIVO VIDEOAULA PROF. LUCAS MARTINS ATOS ADMINISTRATIVOS www.acasadoconcurseiro.com.br http://www.acasadoconcurseiro.com.br DIREITO ADMINISTRATIVO 3 DIREITO ADMINISTRATIVO ATOS ADMINISTRATIVOS PROFESSOR LUCAS MARTINS Advogado e consultor jurídico. Graduado pela Universidade de Fortaleza – UNIFOR. Pós- graduado em Direito Processual Civil pela Universidade Cândido Mendes – UNICAM/RJ - em convênio com o Curso Ênfase. Pós-graduando em Direito Administrativo pela Estácio de Sá em convênio com o Complexo de Ensino Renato Saraiva – CERS. Professor de diversos cursos preparatórios para concursos públicos, Exame da Ordem e pós-graduação. CONTATO INSTAGRAM: @proflucasmartins FACEBOOK: facebook.com/proflucasmartins YOUTUBE: youtube.com/lucasmartinspessoa ATOS ADMINISTRATIVOS 1. Considerações Iniciais 2. Requisitos 3. Planos de Constituição 4. Atributos 5. Formas de Extinção 6. Classificações 7. Espécies 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS O Estado surge para garantir o interesse público. Para alcançar essa finalidade, exerce suas três funções básicas, quais sejam: 1) legislativa; 2) jurisdicional; 3) executiva ou administrativa. Quando atua no exercício da função administrativa, tem-se o chamado Estado-Administração, que também é designado Administração Pública. Esta, por sua vez, se subdivide em Administração Direta e Indireta e, por meio dos chamados poderes administrativos, passa a ter meios para alcançar o fim de garantir o interesse público. Entretanto, para se fazer presente, a Administração atua por meio de pessoas físicas, que são os agentes públicos. Estes, por sua vez, ao atuarem, praticam os chamados atos da Administração, que podem ou não aparecerem como atos administrativos, como será trabalhado adiante. 1.1. TEORIA DO FATO JURÍDICO A análise dos atos administrativos, pressupõe a rápida análise dos atos jurídicos, que pressupõe,por sua vez, a análise da teoria do fato jurídico. Entende-se por fato jurídico todo acontecimento que, uma vez ocorrendo, produza efeitos jurídicos, isto é, crie, extinga ou modifique direitos, deveres ou obrigações para alguém. Tratando-se de acontecimento que ocorre independentemente da vontade humana, termos o chamado fato jurídico em sentido estrito. Por outro lado, sendo um acontecimento que parte da vontade humana será denominado ato jurídico. Ambos são fatos jurídicos em sentido amplo. Dessa forma, o fato jurídico em sentido amplo se subdivide em (1) fato jurídico em sentido estrito (independe da vontade humana) e (2) ato jurídico (parte da vontade humana). 4 1.2. ATO ADMINISTRATIVO X ATO DA ADMINISTRAÇÃO Quando o ato jurídico é praticado pela Administração Pública teremos o chamado ato da Administração, consistente, portando, em ato jurídico onde a manifestação da “vontade humana” seja de alguém atuando em nome da Administração Pública. Entretanto, vale destacar que nem todo “ato da Administração” será um “ato administrativo”, por haver uma relação gênero-espécie entre aquele e este. Ato da Administração é simplesmente todo e qualquer ato praticado pelo Poder Público, seja no exercício da função administrativa ou da função política, seja amparado pelo direito público ou pelo direito privado, seja manifestando sua vontade ou apenas dando execução a ato anteriormente praticado. O ato administrativo, por sua vez, é espécie de ato da Administração. Há, portanto, como já dito, uma relação “gênero-espécie” entre Ato da Administração (gênero) e ato administrativo (espécie de ato da Administração). Nesse sentido, a Administração poderá atuar através de um ato administrativo ou de outros atos da Administração, quais sejam: a) Atos Políticos: Também denominados atos de governo são praticados pela Administração pública no desempenho de função política de Estado (e não no desempenho de função administrativa). Ocorre, por exemplo, quando o Presidente da República sanciona ou veta um determinado projeto de lei. É ato da Administração, embora não seja ato administrativo (mas sim ato político). b) Aos Privados: Praticados sob o regime de direito privado, quando a Administração abre mão de suas prerrogativas atinentes ao regime jurídico administrativo. Ocorre, por exemplo, quando o Poder Público pratica atos decorrentes de um contrato de locação de bem imóvel (contrato tipicamente regido pelo direito civil – privado). É ato da Administração, embora não seja ato administrativo (mas sim ato privado). c) Atos Materiais: São os também denominados atos executórios ou, simplesmente, fatos administrativos. Trata-se de mera execução da atividade pública, não havendo qualquer manifestação de vontade do Estado na prática do referido ato. Ocorre, por exemplo, quando a Administração executa a demolição de um determinado prédio ou quando dá andamento a processos administrativos. É ato da Administração, embora não seja ato administrativo (mas sim ato material). d) Atos Administrativos: Finalmente, são os atos praticado pela Administração no exercício da (1) função administrativa (ao contrário dos atos políticos), sob o regime de (2) direito público (ao contrário dos atos privados), através dos quais a Administração (3) manifesta sua vontade (ao contrário dos atos materiais). Vale destacar, ainda, que os atos administrativos são (4) unilaterais (ao contrário dos contratos administrativos, que são bilaterais), (5) produzem efeitos jurídicos e, por estar a Administração subordinada à lei (princípio da legalidade), estão seus atos suscetíveis ao (6) controle de legalidade, inclusive, por parte do Poder Judiciário. Por fim, vale destacar além da Administração, particulares que atuem em nome dela também poderão praticar atos administrativos (concessionárias, permissionárias, etc). 1.3. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO Veja abaixo alguns conceitos que costumam aparecer nas provas: DIREITO ADMINISTRATIVO | LUCAS MARTINS 5 1.2. ATO ADMINISTRATIVO X ATO DA ADMINISTRAÇÃO Quando o ato jurídico é praticado pela Administração Pública teremos o chamado ato da Administração, consistente, portando, em ato jurídico onde a manifestação da “vontade humana” seja de alguém atuando em nome da Administração Pública. Entretanto, vale destacar que nem todo “ato da Administração” será um “ato administrativo”, por haver uma relação gênero-espécie entre aquele e este. Ato da Administração é simplesmente todo e qualquer ato praticado pelo Poder Público, seja no exercício da função administrativa ou da função política, seja amparado pelo direito público ou pelo direito privado, seja manifestando sua vontade ou apenas dando execução a ato anteriormente praticado. O ato administrativo, por sua vez, é espécie de ato da Administração. Há, portanto, como já dito, uma relação “gênero-espécie” entre Ato da Administração (gênero) e ato administrativo (espécie de ato da Administração). Nesse sentido, a Administração poderá atuar através de um ato administrativo ou de outros atos da Administração, quais sejam: a) Atos Políticos: Também denominados atos de governo são praticados pela Administração pública no desempenho de função política de Estado (e não no desempenho de função administrativa). Ocorre, por exemplo, quando o Presidente da República sanciona ou veta um determinado projeto de lei. É ato da Administração, embora não seja ato administrativo (mas sim ato político). b) Aos Privados: Praticados sob o regime de direito privado, quando a Administração abre mão de suas prerrogativas atinentes ao regime jurídico administrativo. Ocorre, por exemplo, quando o Poder Público pratica atos decorrentes de um contrato de locação de bem imóvel (contrato tipicamente regido pelo direito civil – privado). É ato da Administração, embora não seja ato administrativo (mas sim ato privado). c) Atos Materiais: São os também denominados atos executórios ou, simplesmente, fatos administrativos. Trata-se de mera execução da atividade pública, não havendo qualquer manifestação de vontade do Estado na prática do referido ato. Ocorre, por exemplo, quando a Administração executa a demolição de um determinado prédio ou quando dá andamento a processos administrativos. É ato da Administração, embora não seja ato administrativo (mas sim ato material). d) Atos Administrativos: Finalmente, são os atos praticado pela Administração no exercício da (1) função administrativa (ao contrário dos atos políticos), sob o regime de (2) direito público (ao contrário dos atos privados), através dos quais a Administração (3) manifesta sua vontade (ao contrário dos atos materiais). Vale destacar, ainda, que os atos administrativos são (4) unilaterais (ao contrário dos contratos administrativos, que são bilaterais), (5) produzem efeitos jurídicos e, por estar a Administração subordinada à lei (princípio da legalidade), estão seus atos suscetíveis ao (6) controle de legalidade, inclusive, por parte do Poder Judiciário. Por fim, vale destacar além da Administração, particulares que atuem em nome dela também poderão praticar atos administrativos (concessionárias, permissionárias, etc). 1.3. CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO Veja abaixo alguns conceitos que costumam aparecer nas provas: HELY LOPES MEIRELLES Conceitua ato administrativo como “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria". JOSÉ CRETELLA JUNIOR Conceitua ato administrativo como a "manifestação de vontade do Estado, por seus representantes, no exercício regular de suas funções, ou por qualquer pessoa que detenha, nas mãos, fração de poder reconhecido pelo Estado, que tem por finalidade imediata criar, reconhecer, modificar, resguardar ou extinguir situaçõesjurídicas subjetivas, em matéria administrativa". CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO Conceitua ato administrativo como a "declaração do Estado (ou de quem lhe faça as vezes - como, por exemplo, um concessionário de serviço público) no exercício de prerrogativas públicas, manifestada mediante providências jurídicas complementares da lei, a título de lhe dar cumprimento, e sujeitos a controle de legitimidade por órgão jurisdicional". MARIA SYLVIA ZANELLA DE PIETRO Conceitua ato administrativo como a “declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário". QUESTÕES 01. (FCC/TRT15/Analista Judiciário/2018) Praticam atos administrativos que geram efeitos externos, como manifestações de vontade da Administração pública, dentre outros, a) as sociedades que integram a Administração indireta, sejam empresas públicas ou sociedades de economia mista, na realização de todas as suas atividades, fins ou meios. b) os órgãos e agentes integrantes da Administração direta, não alcançando os entes integrantes da Administração indireta, dada a independência e autonomia de que foram dotados. c) os órgãos da Administração direta e as pessoas jurídicas de direito privado para as quais tenham sido delegados poderes e atribuições para tanto, de forma expressa. d) os dirigentes de organizações sociais e consórcios públicos, dada a natureza jurídica de direito público das referidas pessoas jurídicas. e) as organizações sociais, no que se refere às atividades dirigidas a saúde e educação, na qualidade de serviços públicos exclusivos e típicos. 02. (FCC/DPE-AM/Assistente Técnico de Defensoria/2018/Adaptada) As manifestações administrativas podem se dar por atos administrativos em sentido estrito, que podem ser emanados pelo Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, nestes dois últimos casos em função atípica, sendo passíveis tanto de autotutela como de controle judicial. 03. (DEPSEC/UNIFAP/Assistente em Administração/2018) Marque a alternativa que corresponde a conceituação de Ato Administrativo. 6 a) Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direito, ou impor obrigações aos administrados ou a si próprio. b) Ato administrativo é aquele que a Administração Pública necessita da manifestação de vontade do administrado para que possa praticá-lo. c) Ato administrativo é aquele em que o administrado possui a condição de aceitar ou rejeitar em momento imediatamente posterior a sua prática. d) Ato administrativo é somente a manifestação da Administração Pública para dar andamento aos processos administrativos e com isso manter a máquina administrativa em constante movimento. e) Ato administrativo é exclusivamente o ato do gestor público no exercício da decisão sobre o mérito administrativo ou no exercício da função de fomentador do serviço público, devendo ser fundamentado no caso de decisão administrativa, prescindido de fundamentação nos casos de fluxo contínuo das atividades correntes do órgão público. 04. (FUNDATEC/PC-RS/Delegado de Polícia/2018/Adaptada) Porque submetidos ao regime jurídico de direito público, os atos administrativos não podem ser praticados por pessoas que não integram a Administração Pública em sentido formal ou subjetivo. 05. (IESES/TJ-CE/Titular de Serviços de Notas e Registros/2018/Adaptada) Ato administrativo é a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. 06. (FCC/ALESE/Técnico Legislativo/2018/Adaptada) A expressão fato jurídico é sinônima de fato administrativo, pois ambos englobam também os fatos simples, ou seja, aqueles que não repercutem na esfera de direitos, mas estampam evento material ocorrido no seio da Administração. 07. (FUNDATEC/AL-RS/Técnico Legislativo/2018/Adaptada) Quanto aos atos administrativos, é correto afirmar que são declarações do Estado ou de quem lhe faça as vezes no exercício de prerrogativas públicas, manifestadas mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e sujeitas a controle de legitimidade pelo Poder Judiciário. 08. (FUNDATEC/AL-RS/Técnico Legislativo/2018/Adaptada) No exercício da função administrativa, a administração pública não utiliza atos de gestão que são peculiares ao exercício da atividade privada. 09. (AOCP/FUNPAPA/Assistente em Administração/2018/Adaptada) Ato administrativo é todo ato praticado pela administração pública ou por quem lhe faça as vezes, no exercício da função administrativa, sob o regime de direito privado, manifestando a vontade do poder público em casos concretos ou de forma geral. 10. (CESGRANRIO/Petrobras/Advogado Junior/2018/Adaptada) Conforme entendimento doutrinário, os atos administrativos subordinam-se ao fato jurídico do direito privado. 11. (FUNDEP/CODEMIG/Assistente Administrativo/2018/Adaptada) Não constitui ato administrativo o contrato celebrado entre a administração pública estadual e uma empresa privada vencedora de procedimento licitatório. DIREITO ADMINISTRATIVO | LUCAS MARTINS 7 a) Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direito, ou impor obrigações aos administrados ou a si próprio. b) Ato administrativo é aquele que a Administração Pública necessita da manifestação de vontade do administrado para que possa praticá-lo. c) Ato administrativo é aquele em que o administrado possui a condição de aceitar ou rejeitar em momento imediatamente posterior a sua prática. d) Ato administrativo é somente a manifestação da Administração Pública para dar andamento aos processos administrativos e com isso manter a máquina administrativa em constante movimento. e) Ato administrativo é exclusivamente o ato do gestor público no exercício da decisão sobre o mérito administrativo ou no exercício da função de fomentador do serviço público, devendo ser fundamentado no caso de decisão administrativa, prescindido de fundamentação nos casos de fluxo contínuo das atividades correntes do órgão público. 04. (FUNDATEC/PC-RS/Delegado de Polícia/2018/Adaptada) Porque submetidos ao regime jurídico de direito público, os atos administrativos não podem ser praticados por pessoas que não integram a Administração Pública em sentido formal ou subjetivo. 05. (IESES/TJ-CE/Titular de Serviços de Notas e Registros/2018/Adaptada) Ato administrativo é a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. 06. (FCC/ALESE/Técnico Legislativo/2018/Adaptada) A expressão fato jurídico é sinônima de fato administrativo, pois ambos englobam também os fatos simples, ou seja, aqueles que não repercutem na esfera de direitos, mas estampam evento material ocorrido no seio da Administração. 07. (FUNDATEC/AL-RS/Técnico Legislativo/2018/Adaptada) Quanto aos atos administrativos, é correto afirmar que são declarações do Estado ou de quem lhe faça as vezes no exercício de prerrogativas públicas, manifestadas mediante providências jurídicas complementares da lei a título de lhe dar cumprimento e sujeitas a controle de legitimidade pelo Poder Judiciário. 08. (FUNDATEC/AL-RS/Técnico Legislativo/2018/Adaptada) No exercício da função administrativa, a administração pública não utiliza atos de gestão que são peculiares ao exercício da atividade privada. 09. (AOCP/FUNPAPA/Assistente em Administração/2018/Adaptada) Ato administrativo étodo ato praticado pela administração pública ou por quem lhe faça as vezes, no exercício da função administrativa, sob o regime de direito privado, manifestando a vontade do poder público em casos concretos ou de forma geral. 10. (CESGRANRIO/Petrobras/Advogado Junior/2018/Adaptada) Conforme entendimento doutrinário, os atos administrativos subordinam-se ao fato jurídico do direito privado. 11. (FUNDEP/CODEMIG/Assistente Administrativo/2018/Adaptada) Não constitui ato administrativo o contrato celebrado entre a administração pública estadual e uma empresa privada vencedora de procedimento licitatório. 12. (CESPE/TCE-PA/Conhecimentos Básicos/2016) No que concerne à administração pública, julgue o item a seguir. Situação hipotética: O TCE/PA alugou várias salas de aula de uma escola privada para a realização do curso de formação de seus novos servidores. Assertiva: Nessa situação, o ato de locação, ainda que seja regido pelo direito privado, é considerado um ato administrativo. 13. (CESPE/TCE-PA/Auditor de Controle Externo - Área Fiscalização/2016) Acerca dos atos administrativos, julgue o item subsequente. O conceito de ato administrativo é praticamente o mesmo de ato jurídico, diferindo o primeiro do segundo por ser aquele uma categoria informada pela administração de áreas meio. 14. (ESAF/ANAC/Técnico Administrativo/2016/Adaptada) Os atos políticos não estão sujeitos à teoria geral dos atos administrativos. 15. (CESPE/TRE-RS/Técnico Judiciário/2015) Em sentido amplo, é considerada ato administrativo toda declaração unilateral de vontade do poder público no exercício de atividades administrativas, revestido de todas as prerrogativas de regime de direito público, visando o cumprimento da lei, sujeito a controle jurisdicional, excluídos os atos gerais, abstratos e os acordos bilaterais firmados pela administração pública. 16. (CESPE/MPOG/Administrador – Cargo 1/2015) O fato administrativo trata de ações que não representam uma vontade, mas puramente a necessidade executória, ao passo que um ato administrativo pode ser considerado uma manifestação de vontade e uma declaração do Estado com produção imediata de efeitos. 17. (CESPE/ANATEL/Analista Administrativo – Direito/2014) Os atos administrativos são praticados por servidores e empregados públicos, bem como por determinados particulares, a exemplo dos concessionários e permissionários de serviços públicos e oficiais de cartórios. 18. (CESPE/TCE-RO/Analista de Informática/2013) Existem atos administrativos produzidos por agentes de entidades que não integram a estrutura da administração pública, mas que nem por isso deixam de qualificar-se como tais, como no caso de certos atos praticados por concessionários e permissionários de serviços públicos, quando regidos pelo direito público. 19. (CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário/2014/Adaptada) Os atos administrativos abrangem os denominados atos de direito privado praticados pela administração, tais como a compra e venda e a locação. 20. (CESPE/TC-DF/Técnico de Administração Pública/2014) O aluguel, pelo TCDF, de espaço para ministrar cursos de especialização aos seus servidores constitui ato administrativo, ainda que regido pelo direito privado. 21. (CESPE/TC-DF/Analista de Administração Pública/2014) Os atos administrativos praticados pelo Poder Legislativo e pelo Poder Judiciário submetem-se ao regime jurídico administrativo. 22. (CESPE/ANTAQ/Técnico Administrativo/2014) A sanção do presidente da República é qualificada como ato administrativo em sentido estrito, ou seja, é uma manifestação de vontade da administração pública no exercício de prerrogativas públicas, cujo fim imediato é a produção de efeitos jurídicos determinados. 8 23. (CESPE/ANATEL/2012) A formalização de contrato de abertura de conta corrente entre instituição financeira sociedade de economia mista e um particular enquadra-se no conceito de ato administrativo. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 C C A E C E C E E E 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C E E C E C C C E E 21 22 23 C E E 2. REQUISITOS Também chamados de elementos do ato administrativo. A matéria não é pacífica, havendo doutrinadores que diferenciam elementos de pressupostos/requisitos, entretanto, majoritariamente, são encarados como sinônimos. As bancas em geral acabam adotando o entendimento majoritário, que retira os elementos ou requisitos dos atos administrativos do Lei da Ação Popular1, quais sejam: 2.1. Competência 2.2. Finalidade 2.3. Forma 2.4. Motivo 2.5. Objeto 2.1. COMPETÊNCIA Também aparece como sujeito competente ou simplesmente sujeito. A ideia é a de que para o ato administrativo ser praticado de forma legítima não pode ser praticado por qualquer agente público, mas sim por agente público que tenha competência legal para pratica-lo. Vale destacar que competência é elemento sempre vinculado à lei. Não haverá discricionariedade administrativa quando à definição do agente competente para praticar o referido ato2. Outro ponto bastante cobrado nas provas é a ideia de que o vício de competência, em princípio, pode ser sanado (vício sanável). Dessa forma, caso um agente pratique determinado ato para o qual não é competente, haverá vício de competência (excesso de poder). Entretanto, por se tratar de vício sanável, a autoridade competente poderá vir a convalidar o ato por ele praticado, salvo quando se tratar de competência exclusiva, ou, ainda, quando se tratar de competência em razão da matéria, quando, mesmo se tratando de vício de competência, passará a ser vício insanável e o ato não poderá ser convalidado. 1 Lei 4.717/65, art. 2º - São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade. 2 Tratando-se de ato discricionário, a discricionariedade recairá ou no elemento motivo ou no elemento objeto, mas jamais nos elementos competência, finalidade e forma, que são elementos sempre vinculados. DIREITO ADMINISTRATIVO | LUCAS MARTINS 9 23. (CESPE/ANATEL/2012) A formalização de contrato de abertura de conta corrente entre instituição financeira sociedade de economia mista e um particular enquadra-se no conceito de ato administrativo. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 C C A E C E C E E E 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C E E C E C C C E E 21 22 23 C E E 2. REQUISITOS Também chamados de elementos do ato administrativo. A matéria não é pacífica, havendo doutrinadores que diferenciam elementos de pressupostos/requisitos, entretanto, majoritariamente, são encarados como sinônimos. As bancas em geral acabam adotando o entendimento majoritário, que retira os elementos ou requisitos dos atos administrativos do Lei da Ação Popular1, quais sejam: 2.1. Competência 2.2. Finalidade 2.3. Forma 2.4. Motivo 2.5. Objeto 2.1. COMPETÊNCIA Também aparece como sujeito competente ou simplesmente sujeito. A ideia é a de que para o ato administrativo ser praticado de forma legítima não pode ser praticado por qualquer agente público, mas sim por agente público que tenha competência legal para pratica-lo. Vale destacar que competência é elemento sempre vinculado à lei. Não haverá discricionariedade administrativa quando à definição do agente competente para praticar o referido ato2. Outro ponto bastante cobrado nas provas é a ideia de que o vício de competência, em princípio, pode ser sanado (vício sanável). Dessa forma, caso um agente pratique determinado ato para o qual não é competente, haverá vício de competência (excesso de poder). Entretanto, por se tratar de vício sanável, a autoridade competente poderá vir a convalidar o ato por ele praticado, salvo quando se tratar de competência exclusiva, ou, ainda, quando se tratar de competência em razãoda matéria, quando, mesmo se tratando de vício de competência, passará a ser vício insanável e o ato não poderá ser convalidado. 1 Lei 4.717/65, art. 2º - São nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de: a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade. 2 Tratando-se de ato discricionário, a discricionariedade recairá ou no elemento motivo ou no elemento objeto, mas jamais nos elementos competência, finalidade e forma, que são elementos sempre vinculados. 2.1.1. CARACTERÍSTICAS DA COMPETÊNCIA A competência para praticar atos administrativos, chamada competência administrativa, possui algumas características, quais sejam: a) Primária b) Irrenunciável c) Imprescritível d) Improrrogável A) PRIMÁRIA Em virtude do princípio da legalidade, a competência administrativa, em princípio, decorre diretamente da lei. É dizer, é a lei que define as atribuições dos cargos e empregos públicos que vem a instituir. Entretanto, excepcionalmente é possível que a competência para a prática de determinados atos decorra de delegações e avocações, que ocorrem mediante portarias (e não mediante lei). Nesses casos excepcionais, por não decorre diretamente da lei, mas sim de portarias de delegação e avocação, a competência administrativa não seria primária, mas sim secundária, já que não possuiria fundamento direto na lei. DELEGAÇÃO E AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA: CARACTERÍSTICAS COMUNS Ambos os institutos decorrem do poder hierárquico e possuem características em comum e algumas diferenças. Quando se diz que a competência administrativa é irrenunciável, imprescritível e improrrogável a conclusão é que ela é sempre expressa e originária na lei. Em outras palavras, a competência administrativa advém diretamente da lei (originária) e apenas será competente para a prática de um determinado ato aquele agente público a quem a lei expressamente determinar. Ocorre que, em caráter excepcional, um determinado ato administrativo poderá ser praticado por agente que originariamente não era competente para tal, mas que, por um ato de delegação ou de avocação, passou a ser. Deve-se notar, ainda, que tanto a delegação como a avocação de competência serão sempre (1) excepcionais, (2) temporárias e (3) específicas. Deve-se lembrar ainda que ambos os institutos estão disciplinados na Le 9.784/99 (arts. 11 a 18) e que, no art. 13, há três matérias que não admitem delegação (e, por conseguinte, avocação), quais sejam: A) EDIÇÃO DE ATOS DE CARÁTER NORMATIVO O ato normativo é competência única da autoridade que tem competência originária. Não se pode delegar nem avocar a competência para editar atos normativos3. B) DECISÃO DE RECURSOS ADMINISTRATIVOS A competência para julgar recurso administrativo também não poderá ser objeto de delegação ou avocação. C) MATÉRIAS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DO ÓRGÃO OU AUTORIDADE Aquilo que for competência exclusiva de determinado agente também não poderá ser objeto de delegação ou avocação, mas aquilo que for de competência privativa poderá. Dessa forma, tem-se que a competência exclusiva é indelegável, enquanto a privativa é delegável. 3 Atenção! A competência para editar decreto autônomo, que é um ato normativo, é uma exceção, pois, nos termos do art. 84, parágrafo único c/c VI da Constituição Federal, poderá ser delegada aos (1) Ministros de Estado, ao (2) Procurador Geral da República e ao (3) Advogado Geral da União. 10 DELEGAÇÃO AVOCAÇÃO Delegar é estender ou ampliar a competência administrativa àquele a lei não conferiu. Deve-se tomar cuidado, pois, uma vez realizada a delegação, tanto a autoridade delegante como a autoridade delegada terão competência para a prática do ato. É exatamente por isso que se diz que a competência foi ampliada ou, ainda, estendida (e não transferida). Caso a autoridade delegante não tivesse mais competência, teríamos uma transferência de competência, o que, como visto, não se admite, na medida em que a competência administrativa é irrenunciável. Nesse sentido, a autoridade delegante se mantém competente - cláusula de reserva4. RESPONSABILIDADE PELA PRÁTICA DE ATO ADMINISTRATIVO POR DELEGAÇÃO A responsabilidade do ato praticado por delegação é do próprio agente delegado (e não do delegatário). Dessa forma, quem pratica o ato responde pelo ato, ainda que o tenha praticado por delegação5. Avocar não é estender, mas sim buscar para si a competência administrativa de outro agente. O que existe é uma “tomada” de competência. Diferente do que ocorre com a delegação, só se poderá avocar competência de agentes de hierarquia inferior. Dessa forma, a avocação de competência necessariamente é feita de um agente subordinado àquele que avoca, ao contrário da delegação, que pode ser feita a um subordinado do delegante ou não. Busca-se, com a avocação, evitar decisões contraditórias. Para se evitar que vários subordinados profiram decisões diferentes em relação à mesma matéria, o agente de nível hierárquico superior poderá tomar para si temporariamente a competência desses agentes para garantir uma uniformidade de decisões. B) IRRENUNCIÁVEL Em virtude do princípio da indisponibilidade do interesse público, o agente público não pode dispor, isto é, renunciar competência que a lei conferiu ao cargo que ocupa, posto que estaria dispondo da lei, isto é, da vontade do povo. Dessa forma, a competência administrativa é excepcionalmente delegável e avocável, mas jamais renunciável. C) IMPRESCRITÍVEL Não há prescrição pelo não exercício da competência. Em outras palavras, não se perde a competência pelo desuso. Ainda que o agente público não exerça, por qualquer motivo, a competência a ele legalmente definida, ele continuará competente para a prática do ato. D) IMPRORROGÁVEL No direito processual civil, há o instituto da prorrogação de competência, que ocorre quando um juiz, originariamente incompetente para a matéria, passa a ser competente, tendo em vista que as partes não alegaram sua incompetência. No direito administrativo, isso não 4 Atenção! Cláusula de Reserva é exatamente a ideia de que a autoridade delegante continua competente para a prática do ato, dela não renunciando. Trata-se de cláusula implícita nos atos de delegação, não havendo necessidade de constar expressamente para que tenha efeito, sendo, em verdade, decorrência da própria lei. 5 SÚMULA 510, STF - Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. DIREITO ADMINISTRATIVO | LUCAS MARTINS 11 DELEGAÇÃO AVOCAÇÃO Delegar é estender ou ampliar a competência administrativa àquele a lei não conferiu. Deve-se tomar cuidado, pois, uma vez realizada a delegação, tanto a autoridade delegante como a autoridade delegada terão competência para a prática do ato. É exatamente por isso que se diz que a competência foi ampliada ou, ainda, estendida (e não transferida). Caso a autoridade delegante não tivesse mais competência, teríamos uma transferência de competência, o que, como visto, não se admite, na medida em que a competência administrativa é irrenunciável. Nesse sentido, a autoridade delegante se mantém competente - cláusula de reserva4. RESPONSABILIDADE PELA PRÁTICA DE ATO ADMINISTRATIVO POR DELEGAÇÃO A responsabilidade do ato praticado por delegação é do próprio agente delegado (e não do delegatário). Dessa forma, quem pratica o ato responde pelo ato, ainda que o tenha praticado por delegação5. Avocar não é estender, mas sim buscar para si a competência administrativa de outro agente. O que existe é uma “tomada” de competência. Diferente do que ocorre com a delegação, só se poderá avocar competência de agentes de hierarquia inferior. Dessa forma, a avocação de competência necessariamente é feitade um agente subordinado àquele que avoca, ao contrário da delegação, que pode ser feita a um subordinado do delegante ou não. Busca-se, com a avocação, evitar decisões contraditórias. Para se evitar que vários subordinados profiram decisões diferentes em relação à mesma matéria, o agente de nível hierárquico superior poderá tomar para si temporariamente a competência desses agentes para garantir uma uniformidade de decisões. B) IRRENUNCIÁVEL Em virtude do princípio da indisponibilidade do interesse público, o agente público não pode dispor, isto é, renunciar competência que a lei conferiu ao cargo que ocupa, posto que estaria dispondo da lei, isto é, da vontade do povo. Dessa forma, a competência administrativa é excepcionalmente delegável e avocável, mas jamais renunciável. C) IMPRESCRITÍVEL Não há prescrição pelo não exercício da competência. Em outras palavras, não se perde a competência pelo desuso. Ainda que o agente público não exerça, por qualquer motivo, a competência a ele legalmente definida, ele continuará competente para a prática do ato. D) IMPRORROGÁVEL No direito processual civil, há o instituto da prorrogação de competência, que ocorre quando um juiz, originariamente incompetente para a matéria, passa a ser competente, tendo em vista que as partes não alegaram sua incompetência. No direito administrativo, isso não 4 Atenção! Cláusula de Reserva é exatamente a ideia de que a autoridade delegante continua competente para a prática do ato, dela não renunciando. Trata-se de cláusula implícita nos atos de delegação, não havendo necessidade de constar expressamente para que tenha efeito, sendo, em verdade, decorrência da própria lei. 5 SÚMULA 510, STF - Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial. ocorre. É dizer, ainda que uma autoridade incompetente para a prática de determinado venha a praticá-lo e ninguém alegue sua falta de competência para tal, isso não faz com que o agente se torne competente por prorrogação, pois a competência para a prática de atos administrativos é improrrogável. QUESTÕES 01. (FCC/DPE-RS/Defensor Público/2018/Adaptada) O ato de delegação da competência para a prática de determinado ato administrativo retira da autoridade delegante a possibilidade de também praticá-lo. 02. (INAZ do Pará/CRF-PE/Advogado/2018) Situação hipotética: Pitolomeu, titular de órgão público administrativo, resolveu delegar parte de sua competência a outro órgão, sob o fundamento do princípio da eficiência, com a finalidade de melhorar a organização interna de ambos os órgãos. Dentre as competências delegadas, estavam a de editar atos de caráter normativo e decidir recursos administrativos. Neste caso: a) Pitolomeu não poderá efetuar tais delegações uma vez que tanto a edição de atos de caráter normativo quanto as decisões de recursos administrativos não podem ser objeto de delegação. b) Pitolomeu não poderá efetuar tais delegações uma vez que há impedimento legal para que o faça a outros órgãos, mesmo que estes lhes sejam hierarquicamente subordinados. c) Pitolomeu poderá efetuar tais delegações quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou nacional. d) Pitolomeu poderá efetuar a delegação no que diz respeito às decisões de recursos administrativos, porém não poderá delegar a edição de atos de caráter normativo. e) Pitolomeu poderá efetuar a delegação no que diz respeito à edição de atos de caráter normativo, porém não poderá delegar as decisões de recursos administrativos. 03. (AOCP/FUNPAPA/Assistente em Administração/2018/Adaptada) É vedado pela legislação a delegação de competências definidas como privativas. 04. (CESPE/PGE-PE/Procurador do Estado/2018/Adaptada) Por ser a competência administrativa improrrogável, atos praticados por agente incompetente não se sujeitam a convalidação. 05. (CESGRANRIO/Petrobras/Advogado Junior/2018/Adaptada) Conforme entendimento doutrinário, os atos administrativos podem ser objeto de delegação em que conste a edição de atos de caráter normativo. 06. (AOCP/SUSIPE-PA/Engenheiro de Segurança do Trabalho/2018) Sobre competência administrativa, assinale a alternativa correta. a) A competência administrativa há de se originar de texto expresso contido na Constituição, na lei (nesse caso, a regra geral) e em normas administrativas. b) A competência administrativa não recebe a incidência de figuras normalmente aceitas no campo do direito privado. Por isso, duas são as características de que se reveste. A primeira é a improrrogabilidade, vez que a competência de um órgão não se transfere a outro por acordo entre as partes, ou por assentimento do agente da Administração. Fixada em norma expressa, deve a competência ser rigidamente observada por todos. A segunda é a inderrogabilidade, 12 que determina que a incompetência não se transmuda em competência, ou seja, se um órgão não tem competência para certa função, não poderá vir a tê-la supervenientemente, a menos que a antiga norma definidora seja alterada. c) Em algumas circunstâncias, pode a norma autorizar que um agente transfira a outro, normalmente de plano hierárquico inferior, funções que originariamente lhe são atribuídas. É o fenômeno da avocação de competência. d) Se a autoridade hierarquicamente superior atrair para sua esfera decisória a prática de ato da competência natural de agente com menor hierarquia, dar-se-á o fenômeno da delegação de competência. e) Tanto a avocação como a delegação devem ser consideradas como figuras excepcionais, só justificáveis ante os pressupostos que a lei estabelecer. Na verdade, é inegável reconhecer que ambas subtraem de agentes administrativos funções normais que lhes foram atribuídas. Por esse motivo, é válida qualquer delegação ou avocação que, de alguma forma ou por via oblíqua, objetive a supressão das atribuições do círculo de competência dos administradores públicos. 07. (CESPE/STM/Técnico Judiciário/2018) A competência pública conferida para o exercício das atribuições dos agentes públicos é intransferível, mas renunciável a qualquer tempo. 08. (FGV/Câmara de Salvador-BA/Especialista/2018) Dentre os elementos do ato administrativo, a doutrina de Direito Administrativo elenca a competência, que é a atribuição normativa de legitimação para a prática de determinado ato. Nesse contexto, é característica da competência administrativa a sua: a) prorrogabilidade, pois a competência relativa se prorroga, caso o administrado não se oponha na primeira oportunidade processual; b) irrenunciabilidade, apesar de o agente público poder delegá- la ou avocá-la, nos casos permitidos pela lei; c) delegabilidade, como regra geral, como nos casos de edição de atos normativos; d) avocabilidade, quando se chama para si competência originariamente de agente de hierarquia superior; e) discricionariedade, eis que ao agente público é facultada a possibilidade de atuar quando for provocado. 09. (FGV/Câmara de Salvador-BA/Analista Legislativo Municipal/2018/Adaptada) Em matéria de elementos do ato administrativo, a doutrina de Direito Administrativo destaca o elemento da competência, que é a atribuição normativa da legitimação para a prática de um ato administrativo. 10. (FUNDATEC/DPE-SC/Analista Técnico/2018/Adaptada) A competência é o conjunto de faculdades que um órgão ou agente público pode legitimamente exercer, em razão, entre outras coisas, do território, da matéria, do grau hierárquico, do tempo, etc. Surge a partir de expressa previsão legal, sendo ela irrenunciável e intransferível. 11. (CESPE/INSS/Técnico do Seguro Social/2016) O ato praticado por agente não competente para fazê-lo poderá ser convalidado discricionariamente pela autoridade competente para sua prática, caso em que ficará sanado o vício de incompetência.12. (ESAF/FUNAI/Conhecimentos Gerais/2016) Assinale a opção que corresponda ao requisito de validade do ato administrativo que configura “o círculo definido por lei dentro do qual DIREITO ADMINISTRATIVO | LUCAS MARTINS 13 que determina que a incompetência não se transmuda em competência, ou seja, se um órgão não tem competência para certa função, não poderá vir a tê-la supervenientemente, a menos que a antiga norma definidora seja alterada. c) Em algumas circunstâncias, pode a norma autorizar que um agente transfira a outro, normalmente de plano hierárquico inferior, funções que originariamente lhe são atribuídas. É o fenômeno da avocação de competência. d) Se a autoridade hierarquicamente superior atrair para sua esfera decisória a prática de ato da competência natural de agente com menor hierarquia, dar-se-á o fenômeno da delegação de competência. e) Tanto a avocação como a delegação devem ser consideradas como figuras excepcionais, só justificáveis ante os pressupostos que a lei estabelecer. Na verdade, é inegável reconhecer que ambas subtraem de agentes administrativos funções normais que lhes foram atribuídas. Por esse motivo, é válida qualquer delegação ou avocação que, de alguma forma ou por via oblíqua, objetive a supressão das atribuições do círculo de competência dos administradores públicos. 07. (CESPE/STM/Técnico Judiciário/2018) A competência pública conferida para o exercício das atribuições dos agentes públicos é intransferível, mas renunciável a qualquer tempo. 08. (FGV/Câmara de Salvador-BA/Especialista/2018) Dentre os elementos do ato administrativo, a doutrina de Direito Administrativo elenca a competência, que é a atribuição normativa de legitimação para a prática de determinado ato. Nesse contexto, é característica da competência administrativa a sua: a) prorrogabilidade, pois a competência relativa se prorroga, caso o administrado não se oponha na primeira oportunidade processual; b) irrenunciabilidade, apesar de o agente público poder delegá- la ou avocá-la, nos casos permitidos pela lei; c) delegabilidade, como regra geral, como nos casos de edição de atos normativos; d) avocabilidade, quando se chama para si competência originariamente de agente de hierarquia superior; e) discricionariedade, eis que ao agente público é facultada a possibilidade de atuar quando for provocado. 09. (FGV/Câmara de Salvador-BA/Analista Legislativo Municipal/2018/Adaptada) Em matéria de elementos do ato administrativo, a doutrina de Direito Administrativo destaca o elemento da competência, que é a atribuição normativa da legitimação para a prática de um ato administrativo. 10. (FUNDATEC/DPE-SC/Analista Técnico/2018/Adaptada) A competência é o conjunto de faculdades que um órgão ou agente público pode legitimamente exercer, em razão, entre outras coisas, do território, da matéria, do grau hierárquico, do tempo, etc. Surge a partir de expressa previsão legal, sendo ela irrenunciável e intransferível. 11. (CESPE/INSS/Técnico do Seguro Social/2016) O ato praticado por agente não competente para fazê-lo poderá ser convalidado discricionariamente pela autoridade competente para sua prática, caso em que ficará sanado o vício de incompetência. 12. (ESAF/FUNAI/Conhecimentos Gerais/2016) Assinale a opção que corresponda ao requisito de validade do ato administrativo que configura “o círculo definido por lei dentro do qual podem os agentes exercer legitimamente sua atividade”. (CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual do Direito Administrativo. 27 ed. São Paulo: Atlas, 2014, p. 106). a) Competência. b) Forma. c) Motivo. d) Objetivo. e) Finalidade. 13. (CESPE/SEDF/Conhecimentos Básicos/2017) No que se refere aos poderes administrativos, aos atos administrativos e ao controle da administração, julgue o item seguinte. Situação hipotética: A autoridade administrativa Y, no exercício de competência que lhe foi delegada pela autoridade X e que lhe conferia poder decisório para a prática de determinado ato de autoridade, praticou determinado ato administrativo que o administrado Z entendeu ser-lhe prejudicial. Nessa situação, caso queira obstar os efeitos do referido ato mediante mandado de segurança, o administrado Z deverá dirigir sua peça contra a autoridade delegada, e não contra a autoridade delegante. 14. (CESPE/TRE-PI/Técnico Judiciário/2016/Adaptada) Um técnico judiciário do TRE/PI assinou e encaminhou para publicação uma portaria de concessão de licença para capacitação de um analista judiciário pertencente ao quadro de servidores do tribunal. O ato de concessão da licença é de competência não exclusiva do presidente do tribunal. A partir dessa situação hipotética, assinale a opção correta. Dado o vício insanável de competência, o ato deve ser revogado. 15. (CESPE/TCE-RN/Inspetor/2015) Um ato administrativo praticado por pessoa que não tenha competência para tal não poderá ser convalidado, pois, assim como os vícios de motivo e objeto, o vício de competência é insanável. 16. (CESPE/TCU/Procurador do Ministério Público/2015/Adaptada) Mediante ato específico devidamente motivado, a competência administrativa é passível de derrogação pela vontade da administração. 17. (CESPE/TCU/Técnico Federal de Controle Externo/2015/Adaptada) É proibido delegar a edição de atos de caráter normativo. 18. (CESPE/TCU/Técnico Federal de Controle Externo/2015/Adaptada) Ao delegar a prática de determinado ato administrativo, a autoridade delegante transfere a titularidade para sua prática. 19. (CESPE/STF/Técnico Judiciário/2013) O ato de delegação retira a competência da autoridade delegante, transferindo-a para a autoridade delegada. 20. (CESPE/TRF5/Juiz Federal/2015/Adaptada) A competência, como elemento do ato administrativo, pode ser delegada a outros órgãos ou agentes, se não houver impedimento legal, mesmo que estes não sejam hierarquicamente subordinados aos que possuam a competência originária. 21. (CESPE/ANTAQ/Conhecimentos Básicos/2014/Adaptada) A lei permite que órgão administrativo e seu titular deleguem parte de sua competência a órgão não hierarquicamente subordinado. 14 22. (CESPE/TRF5/Juiz Federal/2015/Adaptada) A competência, como elemento do ato administrativo, pode ser delegada a outros órgãos ou agentes, se não houver impedimento legal, mesmo que estes não sejam hierarquicamente subordinados aos que possuam a competência originária. 23. (CESPE/ANTAQ/Técnico Administrativo/2014/Adaptada) A competência, um dos requisitos do ato administrativo, é intransferível, sendo vedada a sua delegação. 24. (CESPE/TJ-DFT/Titular de Serviços de Notas e de Registros/2014/Adaptada) Incorre no vício de desvio de poder o agente público que exceda os limites de sua competência ao aplicar a subordinado penalidade além dos imites de sua alçada. GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 E A E E E A E B C E 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 C A C E E E C E E C 21 22 23 24 C C E E 2.2. FINALIDADE É aquilo que se busca com a prática do ato administrativo. Todo ato administrativo deve ser praticado em busca do interesse público (princípio da finalidade pública como decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público). Entretanto, cada ato administrativo terá sua própria finalidade. Por essa razão, a doutrina costuma afirmar que a finalidade se subdivide em duas: FINALIDADE GENÉRICA FINALIDADE ESPECÍFICA Todo ato administrativo tem como finalidade genérica a busca pelo interesse público. Na teoria, pelo menos, não existe ato administrativo praticado visando interesse privado. Quando a lei prevê a prática de um ato administrativo ela já define sua finalidade específica, estipulando exatamente o que se busca com a prática de um determinado ato administrativo. Cada ato administrativo possui uma finalidade específica6. 6 Exemplo: a demissão é a perda do cargo pelo servidor
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