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2018-07-16466-Desenvolvimento-cognitivo_-fases-características-e-comportamentos

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Prévia do material em texto

BIOLOGIA 
HUMANA
AULA 7
ABERTURA 
Olá!
O desenvolvimento ocorre desde a etapa embrionária até o fim da vida. Nas inúmeras fases pelas 
quais o ser humano passa, o desenvolvimento ocorre de variadas formas, como sendo motor, 
social e cognitivo. 
O desenvolvimento cognitivo apresenta características inerentes ao ser humano, e, para 
desenvolvê-lo, alguns elementos são essenciais, como a memória, a percepção, a atenção e o 
raciocínio. Jean Piaget é o autor destaque nos estudos sobre o desenvolvimento cognitivo e traz 
conceitos como a acomodação e a assimilação, bem como as fases de cada criança nesse 
desenvolvimento.
Nesta aula, serão apresentados os conceitos e as características do desenvolvimento cognitivo. 
Bons estudos.
Desenvolvimento 
Cognitivo
REFERENCIAL TEÓRICO
Diversas teorias e estudiosos buscam entender e explicar como ocorre o processo 
de aprendizado no ser humano. O que se sabe é que envolve inúmeros aspectos, como 
biológico, social psíquico e cognitivo. No que se trata do desenvolvimento cognitivo, este pode 
se destacar como um processo contínuo, permanente e cumulativo, que acompanha o 
sujeito desde a formação embrionária até o final da vida.
No capítulo "Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos", da 
obra Crescimento e desenvolvimento humano e aprendizagem motora, você conferirá os 
conceitos e as características do desenvolvimento cognitivo, as fases propostas por Piaget e, 
ainda, estudos de caso relativos aos estágios.
Ao final, saberá:
• Definir o desenvolvimento cognitivo e suas características.
• Enumerar as fases e características específicas do desenvolvimento cognitivo.
• Avaliar o estágio de desenvolvimento cognitivo a partir de estudos de caso.
Boa leitura.
Desenvolvimento cognitivo: 
fases, características 
e comportamentos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Definir o desenvolvimento cognitivo e suas características.
 � Enumerar as fases e as características específicas do desenvolvimento 
cognitivo.
 � Avaliar o estágio de desenvolvimento cognitivo a partir de estudos
de caso.
Introdução
Desde sua concepção, no período embrionário, o ser humano está se 
desenvolvendo e, até o envelhecimento, ele passa por inúmeras fases 
nesse processo, que pode ser um desenvolvimento físico, motor, social 
ou cognitivo. 
O desenvolvimento cognitivo apresenta características inerentes ao 
ser humano e, para desenvolvê-lo, algumas características são essenciais, 
como a memória, a percepção, a atenção e o raciocínio. Um dos pensa-
dores importantes nessa área é Jean Piaget, que traz conceitos como a 
acomodação e a assimilação, bem como as fases de cada criança nesse 
desenvolvimento. 
Neste capítulo, você compreenderá os conceitos e as características 
do desenvolvimento cognitivo, bem como suas fases e seu estágio a 
partir de estudos de caso.
Desenvolvimento cognitivo — conceitos 
e características
O processo do aprender sempre causou grandes dúvidas e inquietações no ser 
humano. Há algum tempo tanto os profissionais da educação como da psico-
logia se desdobram na tentativa de explicá-lo, sendo que, atualmente, diversas 
teorias falam como acontece a aprendizagem e suas variadas formas. O que 
se sabe é que esse processo envolve inúmeros aspectos como o biológico, o 
social, o psíquico e o cognitivo.
No entanto, antes de abordar o desenvolvimento cognitivo, considere que o 
processo de aprendizagem acontece desde o período uterino até o estágio final 
da vida, sendo contínuo, permanente e cumulativo. Para o professor atingir seu 
objetivo ao ensinar, se faz necessário compreender tanto as características do 
seu aluno como do funcionamento desse processo de ensino-aprendizagem. 
Del Prette (2012) aponta que ela pode ser não reflexiva (que exige pouca 
atividade intelectual de parte de quem aprende) e reflexiva (quando requer 
uma capacidade cognitiva maior).
Segundo Linhares (2017), o desenvolvimento cognitivo ocorre por meio 
de processos relativos à aquisição de conhecimento, os quais são a percepção 
(reconhecer determinada situação), a atenção (estar centrado nela), a memória 
(lembrar-se dela) e o raciocínio (resolver ou pensar nela). Veja a seguir o que 
significa cada um desses processos, segundo a autora.
 � Percepção: conjunto de processos psicológicos pelos quais as pessoas 
reconhecem, organizam, sintetizam e atribuem significado (no cére-
bro) às sensações recebidas dos estímulos ambientais (nos órgãos dos 
sentidos).
 � Atenção: relação cognitiva entre a quantidade limitada de informação, 
que é realmente manipulada mentalmente, e a enorme quantidade de in-
formação disponível por meio dos sentidos e das memórias armazenadas.
 � Memória: meios pelos quais as pessoas recorrem ao conhecimento 
passado, a fim de utilizá-lo no presente. Servem para codificar, arma-
zenar e recuperar uma informação.
 � Raciocínio: processo cognitivo pelo qual uma pessoa pode inferir 
uma conclusão a partir de um grupo de evidências ou de declarações 
de princípios.
Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos2
Os autores que seguem esta corrente enfatizam uma linha chamada de 
teorias cognitivas. Cavalcanti e Ostermann (2011, p. 31) apontam que ela 
“preocupa-se com o processo de compreensão, transformação, armazenamento 
e uso da informação envolvido na cognição e procura regularidades nesse 
processo mental”. Entre seus autores, se destacam Jerome Bruner, David 
Ausubel e, sobretudo, Jean Piaget.
Jean Piaget (1896-1980), psicólogo e biólogo francês, é considerado um dos mais 
importantes pensadores relacionados à educação e aprendizagem. Ele desenvolveu 
conceitos usados até hoje, como a acomodação, a assimilação e, ainda, a teoria das 
fases de desenvolvimento. Você pode vê-lo na Figura 1.
Figura 1. Busto de Jean Piaget, em Genebra, na Suíça.
Fonte: EQRoy/Shutterstock.com.
Piaget é o principal autor da linha construtivista, a qual não aceita uma 
visão imutável e tradicional de educação, em que o conhecimento está pronto 
e acabado. O construtivismo se baseia em mudanças de ordem qualitativa 
3Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos
que ocorrem no decorrer do desenvolvimento (LINHARES, 2017), no qual o 
conhecimento parte da interação dos seres humanos com os outros, com o meio 
ambiente e os objetos, e a aprendizagem somente acontece com a desordem e 
ordem daquilo que já existe dentro de cada sujeito (PIAGET, 1973).
Esse processo de conhecimento baseado na interação se chama de assi-
milação e acomodação. 
Segundo o Piaget (1973, p. 13), assimilação é: 
[...] uma integração a estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis 
ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem 
descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas 
simplesmente acomodando-se à nova situação.
Linhares (2017) sublinha que ela é a incorporação de dados sobre os objetos, 
acontecimentos ou conceitos aos esquemas existentes. Por exemplo, ao ter um 
esquema de cachorro na mente, a criança pode chamar qualquer animal de 
quatro patas de cachorro.
Já a acomodação é toda mudança de comportamento e alteração do sujeito, 
que acontece apenas quando este se transforma, amplia ou muda os seus es-
quemas (NEVES, 2018). Linhares (2017) afirma que ela se trata de qualquer 
modificação de um esquema ou uma estrutura pelos elementos assimilados 
e leva à construção de novos esquemas de assimilação, promovendo, dessa 
forma, o desenvolvimento cognitivo (CAVALCANTI; OSTERMANN, 2011). 
Para Piaget (1973), somente há aprendizagem quando o esquema de assimila-
ção sofre acomodação. Por exemplo, ao acomodar o esquema do cachorro, a 
criança sabe que não se aplica a um gato, apesar de ambos terem quatro patas.
Acesse o link ou o código a seguir para assistir a um vídeo 
sobre o funcionamento dos processos de assimilação e 
acomodação.
https://goo.gl/SrY2Du
Desenvolvimento cognitivo: fases,características e comportamentos4
Outro elemento importante na aprendizagem para Piaget é o processo de 
equilibração:
A mente, sendo uma estrutura para Piaget, tende a funcionar em equilíbrio. No 
entanto, quando esse equilíbrio é rompido por experiências não assimiláveis, 
a mente sofre acomodação a fim de construir novos esquemas de assimilação 
e atingir novo equilíbrio. Esse processo de reequilíbrio é chamado de equili-
bração majorante e é o responsável pelo desenvolvimento mental do indivíduo. 
Portanto, na abordagem piagetiana, ensinar significa provocar o desequilíbrio 
na mente da criança para que ela, procurando o reequilíbrio, se reestruture 
cognitivamente e aprenda (CAVALCANTI; OSTERMANN, 2011, p. 33).
Há também outro elemento essencial na aprendizagem, o erro. La Taille, 
Oliveira e Dantas (1997, p. 25) citam que a teoria piagetiana da inteligência 
humana reorganizou o enfoque sobre esse aspecto, porque, para Piaget, se 
uma pessoa segue errando, três situações podem ocorrer. 
Na primeira, a pessoa não tem estrutura suficiente para compreender o 
conhecimento desejado e, para isso, deve-se criar um ambiente melhor de 
clima, diálogo ou trabalho para atingir tais estruturas. Já na segunda situação, 
ela pode estar com estruturas em formação e, portanto, trabalha-se com a ideia 
de que o erro é constitutivo e o professor deve fazer a mediação colaborando, 
assim, para que o aluno supere suas dificuldades. Na última, ela possui as 
estruturas formadas e não aprende, com isso, os procedimentos estão errados.
Piaget aponta, ainda, que as respostas erradas são geralmente associadas 
à imprecisão ou à falta de conhecimento do aluno, porém, afirma que elas 
sublinham o estágio do pensamento da criança. Assim, o autor sugere que o 
professor, antes de tudo, observe a criança frente à tarefa dada para saber de 
qual ajuda ela necessita.
Nesta seção, você viu os conceitos e as características do desenvolvimento 
cognitivo baseado nas ideias de Jean Piaget, assim como os conceitos de 
assimilação, acomodação e equilibração. No próximo tópico, serão abordadas 
suas fases, bem como suas características e diferenciações.
Fases do desenvolvimento cognitivo
Entre as análises dos modos de aprendizagem e conhecimento do ser hu-
mano, Jean Piaget caracterizou, em quatro períodos, o estágio de desenvol-
vimento cognitivo: sensório-motor, pré-operacional, operacional-concreto e 
operacional-formal.
5Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos
Sensório-motor
Abrange, aproximadamente, dos 0 aos 2 anos e está dividida em seis subestá-
gios. Piaget (1973) aponta as seis características principais dessa fase.
1. Reflexo: no qual ela não se diferencia do mundo exterior, servindo como 
um conector entre o bebê e seu ambiente. Os bebês têm a capacidade 
de diferenciar objetos (como quando aprendem que alguns podem ser 
sugados, e outros não); quanto à integração, característica que permite 
uma coordenação com as duas mãos, por exemplo, quando seguram 
um brinquedo com uma mão, e o braço da mãe com a outra (COLE, 
M.; COLE, S. R., 2003).
2. Primeiras diferenciações: nelas, existe uma coordenação entre mão 
e boca, bem como uma diferenciação entre pegar e sugar, surgem os 
primeiros sentimentos como a alegria, a tristeza, o prazer e desprazer, 
que estão ligados à ação. Meneses (2012) aponta que, nessa etapa, os 
bebês também começam a se atentar aos sons, demonstrando capacidade 
de coordenar diferentes tipos de informações sensoriais, como visão e 
audição, e seu universo visual com o tátil.
3. Reprodução de eventos interessantes: nela, surge os primeiros sons 
da fala, e os bebês começam a entender que os objetos são mais que 
extensões de suas próprias ações, no entanto, não possuem noção de 
espaço a sua volta (COLE, M.; COLE, S. R., 2003).
4. Coordenação de esquemas: nela, começa-se a usar um esquema em 
outras coisas para ver se obtém o mesmo resultado, por exemplo, a 
criança balança um chocalho e vê que aquilo faz barulho, ao pegar 
outro objeto, ela vai balançar para ver se também fará barulho.
5. Experimentação: nela, há a invenção de novos meios, a criança passa 
a criar novos comportamentos, ações a partir da tentativa e do erro, 
bem como consegue a inteligência ao solucionar problemas. Meneses 
(2012) cita que ela realiza imagens mentais, a capacidade de representar 
de modo simbólico uma realidade mentalmente.
6. Representação: nela, começa-se a ter um sentimento de escolha, o que 
quer ou não fazer. A criança passa a escolher objetos, brinquedos de 
que mais gosta, preterindo os demais. 
Piaget aponta que, até os 8 meses, há uma total ausência de noção, em que, 
se um objeto é ocultado da frente da criança, ela age como se ele não existisse 
mais, como a brincadeira em que os pais cobrem o rosto, sendo que, para ela, 
Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos6
eles não estão mais ali. A partir dessa idade, existe o desenvolvimento, a noção 
de que algo segue a existir mesmo que não esteja em sua frente (LINHARES, 
2017). Depois dos 18 meses, a criança passa a ter um pensamento representa-
tivo, a representar o que não está ausente, usando, assim, as imagens mentais 
para realizar ações. 
Pré-operacional
Abrange, aproximadamente, dos 2 aos 6 anos e chama-se de fase pré-escolar, 
na qual surge a inteligência simbólica, como uso de imagens e da linguagem 
(Figura 2). Neves (2018, documento on-line) aponta algumas das principais 
características dessa fase: 
Primeira – a imitação diferida ou imitação de objetos distantes; segunda 
– jogo simbólico é também imitativo, a criança não se preocupa se o outro 
irá entendê-la, ela se preocupa com o seu entendimento, é uma forma de se 
auto expressar; terceira – desenho, é a sua forma de deixar uma marca, ela 
desenha o que quer, sendo ou não real; quarta – imagem mental, as imagens 
são estáticas, são imagens que representa o interno, algo que já foi passado; 
quinta – linguagem falada, a criança começa a falar uma palavra como se 
fosse uma frase, aos pouco ela vai aumentando o seu repertório vocábulo.
Figura 2. Criança na fase pré-operacional.
Fonte: Sunny studio/Shutterstock.com.
7Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos
Nesta fase, o pensamento se caracteriza por ser egocêntrico, intuitivo e 
mágico. O egocentrismo ocorre por volta dos 4 aos 5 anos, no qual a criança 
imagina que todos pensam como ela. Linhares (2017) aponta que o pensamento 
pré-operacional é marcado por irreversibilidade e uma certa confusão entre 
a aparência e a realidade.
A irreversibilidade se caracteriza por pensamentos como um machucado ou uma 
lesão ser incurável. Já na confusão entre aparência e realidade, pode-se pensar que 
um monstro ou um vilão de um desenho vai atacá-lo.
Operacional-concreto
Abrange, aproximadamente, dos 7 aos 11 anos e se caracteriza como a fase 
escolar, em que a criança desenvolve os pensamentos lógicos e começa a 
apresentar argumentos mais elaborados para suas questões, como aponta 
Neves (2018, documento on-line):
A criança descentra suas percepções e acompanha as transformações, ela 
também começa a ser mais social saindo da sua fase egocêntrica ao fazer o 
uso da linguagem, a fala é usada com a intenção de se comunicar, ela percebe 
que as pessoas podem pensar e chegar a diferentes conclusões, sendo elas 
diferentes das suas, ela interage mais com as pessoas, quando aparece um 
conflito ela usa o raciocínio para resolver.
Linhares (2017) diz que o pensamento nesse período é reversível com 
coordenações mentais e esquemas conceituais, em que se passa a compreender 
noções lógico-matemáticas de conservação de massa, volume e classificação. 
Já o egocentrismo diminui, surgindo a ideia de equipe e cooperação. 
Operacional-formal
Esta fase, adolescente, ocorre após os 12 anos, aproximadamente, em que surge 
o pensamento hipotético-dedutivo e se começa a levantar hipóteses e deduzir 
conclusões. Piaget (1973) aponta que o adolescente usaesquemas aprendidos 
Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos8
dos estágios anteriores para fortalecer as hipóteses deste estágio, assim ele vai 
aprimorando cada vez mais os estágios anteriores. Deste estágio em diante o 
que ocorre é o aperfeiçoamento dos estágios passados.
Esse período é marcado por inteligência abstrata (operações formais), 
pensamento igualmente abstrato, reflexão de conceitos não concretos reais 
ou observáveis e experiência. O egocentrismo tende a desaparecer, tendo o 
aumento significativo do processo de socialização e a construção da autonomia.
Neste tópico, foram apresentadas as fases do desenvolvimento cognitivo 
segundo a teoria piagetiana. Na sequência, você acompanhará estudos de caso 
conforme os estágios citados.
Desenvolvimento cognitivo a partir 
de estudos de caso
Neste tópico, serão abordados estudos de caso com crianças para que se 
possa avaliar seu desenvolvimento cognitivo, os quais investigam casos ou 
indivíduos específicos, resultando em minuciosa observação e, logo após, 
interpretação do avaliado. 
Para realizar um estudo de caso, o professor pode utilizar as provas ope-
ratórias criadas por Jean Piaget:
Por meio da aplicação das provas operatórias, teremos condições de conhecer 
o funcionamento e o desenvolvimento das funções lógicas do sujeito. Sua 
aplicação nos permite investigar o nível cognitivo em que a criança se encon-
tra e se há defasagem em relação à idade cronológica, ou seja, um obstáculo 
epistêmico (SAMPAIO, 2010, p. 41).
As provas operatórias avaliarão o estágio de desenvolvimento por meio da noção 
de tempo, número, causalidade, conservação, etc. Sua forma de organização é pelo 
diálogo com perguntas e respostas nas quais se busca o entendimento do pensamento 
da criança. 
9Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos
Veja a seguir a análise de dois estudos de caso referentes ao desenvolvi-
mento cognitivo.
Estudo de caso 1
Atividades propostas:
Foram espalhadas diferentes bolas (de tamanhos e cores variadas) e solicitado ao 
aluno para que ele as organizasse na seguinte sequência: por tamanho, por cores e 
das menores para as maiores.
Idade do aluno: 5 anos.
Ações da criança:
 � separou corretamente a bola por cores;
 � separou corretamente a bola por tamanho, porém, mostrou-se surpresa com eles;
 � mostrou-se dispersa para realizar a tarefa;
 � teve o pensamento focado em si mesma.
Após a tarefa, os resultados foram estes:
 � classifica as cores;
 � reconhece a diferença de tamanhos;
 � é imatura no princípio da conservação;
 � possui pensamento reversível;
 � é egocêntrica;
 � tem pouca concentração.
No estudo de caso relatado, a criança apresenta um desenvolvimento cog-
nitivo de acordo com sua idade, pois possui características inerentes à sua 
fase, ao período pré-operatório. O pensamento tem características reversas 
e egocêntricas, e os reconhecimentos e as classificações estão dentro do 
período adequado.
Apesar de estar de acordo com sua idade, o professor pode estimular o aluno 
no que ele ainda apresenta uma maior dificuldade. A busca pela socialização 
nessa fase também é um fator importante.
Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos10
Estudo de caso 2
Atividades propostas:
Espalhar fichas coloridas (cartolinas) e pedir ao aluno que faça, com elas, o maior 
número de combinações de cores possíveis. Pedir que faça todas as duplas possíveis 
sem repetir. É valido fazer a combinação visual com um par.
Cores das fichas: azul, vermelho, verde, amarelo, laranja e preto.
Idade do aluno: 11 anos.
Ações da criança:
 � não conseguiu fazer muitas combinações;
 � não estabeleceu critérios entre as cores;
 � apresentou dificuldades de interação com o avaliador;
 � teve o pensamento focado em si mesma;
 � ficou dispersa na realização da tarefa.
Dados do aluno:
 � realiza apenas atividades concretas;
 � possui dificuldade para usar as diversas formas de linguagem;
 � tem problemas de interação;
 � possui pensamento egocêntrico;
 � tem média concentração;
 � apresenta-se pouco cooperativa.
Neste caso, tem-se um adolescente que ainda não desenvolveu cognitiva-
mente as fases do pensamento operacional-formal, o qual corresponde à sua 
idade. A criança ainda apresenta características dos períodos anteriores (pré-
-operatório e operacional-concreto) como a realização de atividades concretas 
e a dificuldade para usar as formas de linguagem. Aqui, o aluno já não tende 
a ter o pensamento egocêntrico, o qual passa a ser hipotético-dedutivo com 
as linguagens desenvolvidas. 
O professor precisa explorar as diversas formas de linguagem para esti-
mular o aluno para que, por meio dela, possa obter resultados nas atividades. 
A cooperação e a integração também devem ser desenvolvidas para fortalecer 
o desenvolvimento cognitivo.
11Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos
Estudo de caso 3
Atividades propostas:
Mostrar duas fitas, uma larga e outra estreita, e perguntar ao aluno: se na estrada 
A vai se caminhar a mesma coisa que na estrada B? A estrada A é menos comprida, 
mais comprida ou a mesma coisa que a estrada B? Depois, as fitas são deformadas, e 
se pergunta se a formiguinha vai caminhar a mesma coisa nessas duas estradas? Em 
seguida, faz-se o mesmo com curvas.
Idade do aluno: 6 anos.
Ações da criança:
 � não conservou o tamanho quando a fita foi transformada;
 � não conseguiu justificar o porquê de suas respostas;
 � fez apenas apontamentos.
Dados do aluno:
 � realiza apenas atividades concretas;
 � possui dificuldade para usar as diversas formas de linguagem;
 � tem média concentração.
Neste estudo de caso, a criança apresenta um desenvolvimento cognitivo 
de acordo com sua idade, pois possui características inerentes à sua fase, ao 
período pré-operatório, em que ainda não consegue conservar o princípio do 
tamanho, nem justificar o porquê de suas escolhas. Nesse caso, é importante 
que o professor busque ajudar nas dificuldades dos alunos, o estimulando.
Neste capítulo, você estudou o desenvolvimento característico, os con-
ceitos e as características baseados na teoria de Piaget, como a assimilação, 
a acomodação, a equilibração e a importância do erro para a aprendizagem. 
Retomando as ideias de Linhares (2017), assimilação se trata da incor-
poração de dados sobre objetos, acontecimentos ou conceitos aos esquemas 
existentes; e acomodação, qualquer modificação de esquema ou estrutura 
pelos elementos assimilados. Já a equilibração é um ponto de equilíbrio entre 
a assimilação e a acomodação. Piaget cita a importância do erro ao aprender, 
pois este sublinha o estágio do pensamento da criança, e propõe as fases de 
desenvolvimento (sensório-motor, pré-operatório, operacional-concreto e 
operacional-formal. Por fim, você viu as características de três crianças para 
análise de estudo de caso. 
Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos12
CAVALCANTI, C. J. H.; OSTERMANN, F. Teorias de Aprendizagem. Porto Alegre: Evangraf; 
UFRGS, 2011. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/sead/servicos-ead/publicacoes-1/
pdf/Teorias_de_Aprendizagem.pdf>. Acesso em: 7 ju. 2018
COLE M.; COLE, S R. O desenvolvimento da criança e do adolescente. 4.ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2003. 
DEL PRETTE, Z. A. P. Psicologia, educação e LDB: novos desafios para velhas questões? 
In: GUZZO, R. S. L. (Org.). Psicologia escolar: LDB e educação hoje. 4. ed. Campinas, SP: 
Alínea, 2012, p. 11-34.
LA TAILLE, Y.; OLIVEIRA, M. K.; DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: perspectivas psico-
genéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1997.
LINHARES, M. B. Desenvolvimento cognitivo. 2017. Disponível em: <https://edisciplinas.
usp.br/pluginfile.php/3197594/mod_resource/content/1/Desenvolvimento%20Cogni-
tivo%20e%20Plasticidade%20Neural.pdf>. Acesso em: 7 jul. 2018.
MENESES, H. S. O período sensório-motor de Piaget. 2012. Disponível em: <https://
pt.slideshare.net/rosellematos/o-perodo-sensrio>.Acesso em: 7 jul. 2018.
NEVES, R. S. O desenvolvimento cognitivo. Disponível em: ?<https://meuartigo.brasiles-
cola.uol.com.br/educacao/o-desenvolvimento-cognitivo.htm>. Acesso em: 7 jul. 2018.
PIAGET, J. A psicologia. 2. ed. Lisboa: Bertrand, 1973.
SAMPAIO, S. Manual do diagnóstico psicopedagógico clínico. Rio de Janeiro: WaK, 2010. 
13Desenvolvimento cognitivo: fases, características e comportamentos
PORTFÓLIO
Uma das maneiras de trabalhar a atenção com o aluno é explorando o seu tempo de reação 
(TR), que é uma medida que indicará o tempo que o aluno demora a planejar e iniciar um 
movimento, ou seja, o intervalo de tempo entre estímulo e resposta.
O tempo de reação pode ser simples (quando há um sinal para realizar a tarefa) ou de 
escolha (quando cada sinal significa uma resposta).
Pensando nessas possibilidades, de que maneira você, como professor de Educação Física, 
exploraria essa temática em uma aula específica ou por meio de algum tipo de esporte? 
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ARTIGO
Desenvolvimento cognitivo: um estudo de caso na segunda infância
Neste artigo, as autoras fazem um estudo de caso sobre o desenvolvimento cognitivo 
com uma criança de 5 anos.
ACESSE ARTIGO 01 - 2018 - AULA 07
N

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