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2007-01-18583-Introdução-à-histologia-e-origem-embrionária-dos-tecidos_Ocultado

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FÃVENI 
>>>>>>> 
ABERTURA 
Olá! 
Introdução à 
Histologia 
Você já se perguntou como os seres humanos podem ser organismos tão complexos, 
com funções corporais tão específicas e, ainda assim, serem tão diferentes um dos outros? 
Essa "mágica" da vida humana é respondida a partir de seus constituintes menores: as 
células, sua evolução e, em especial, como ela se deu. 
Nesta aula, você vai compreender esses fatos e refletir sobre o organismo humano de uma 
micro para uma macrovisão. Vai ter a oportunidade de conhecer a constituição, 
desenvolvimento e função do nosso organismo desde a concepção. Será uma verdadeira 
viagem de volta ao tempo em que sua vida começou. 
Bons estudos. 
REFERENCIAL TEÓRICO 
O desenvolvimento das nossas células desde a nossa concepção passa por uma 
"viagem" longa e complexa na qual passam de básicas a células altamente 
especializadas, dando origem aos nossos tecidos e órgãos e completando nosso organismo 
complexo. No capítulo "Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos", da 
obra Dimensões biológicas e bioquímicas da atividade motora, você verá o processo de 
especialização que transformam nossas células em tecidos e órgãos que compõem nosso 
corpo humano e quais as principais características dos primeiros tecidos formados em nosso 
organismo. Ao final desta leitura, você terá aprendido a: 
• Discutir o processo de especialização celular para formação de tecidos.
• Identificar os tecidos presentes na origem embrionária.
• Descrever o desenvolvimento dos tecidos a partir da ectoderme, da mesoderme e da 
endoderme.
Boa leitura! 
Introdução à histologia 
e origem embrionária 
dos tecidos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Discutir o processo de especialização celular para a formação dos 
tecidos.
  Identificar os tecidos presentes na origem embrionária.
  Descrever o desenvolvimento dos tecidos a partir da ectoderme, da 
mesoderme ou da endoderme.
Introdução
Nosso organismo é constituído por milhares de células. Ao refletirmos 
sobre nossa identidade, é possível que indaguemos por que e o que 
determina nossas características tão peculiares e, ao mesmo tempo, 
como se dá a formação de seres tão complexos como nós a partir das 
unidades simples dos organismos que são as células?
Em razão dos avanços tecnológicos e de nossos conhecimentos 
teóricos e práticos sobre o assunto, desvendamos os segredos mais 
determinantes de nossas vidas: o processo de especialização celular e o 
controle gênico. Duas tarefas tão complexas a partir da menor unidade 
constituinte de nosso organismo determinam a mágica da vida: nos tor-
namos indivíduos únicos e ao mesmo tempo possuímos um organismo 
altamente especializado.
Neste capítulo, veremos como esses processos de controle de nossas 
características e funções ocorrem desde a fecundação de um óvulo e 
um espermatozoide até o desenvolvimento fetal, repercutindo em um 
organismo adulto. 
Das células aos tecidos: o grande truque
Você já parou pra pensar por que as células do seu organismo que possuem o 
mesmo gene formam diferentes tecidos? Por exemplo, como suas células que 
possuem o seu gene formaram tecidos da boca, dos olhos e assim por diante, 
com tantos detalhes e funções tão específi cas? O grande truque para a formação 
de organismos tão complexos como nós é a diferenciação ou especialização 
celular por meio de um controle sobre a expressão de genes. É por esse evento 
que nossas células constituem todo nosso organismo.
A expressão de genes, isto é, o controle dos genes que serão expressos 
e dos que não serão culmina no processo de especialização celular. Assim, 
as células de um mesmo organismo tornam-se diferentes umas das outras 
porque sintetizam moléculas de RNA e, consequentemente, de proteínas 
diferentes, e não por possuírem os genes diferentes. É por isso que elas 
diferem tanto em suas estruturas e em suas funções, pois cada célula, por 
meio da expressão de genes, sintetiza proteínas que formarão tecidos com 
funções diferentes (ALBERTS et al., 2002; KLUG et al., 2010; MOORE; 
PERSAUD, 2003).
Como ocorre, então, o controle da expressão gênica? Uma célula pode 
controlar as proteínas que produz por diferentes mecanismos: 
a) controlando quando e como um determinado gene é transcrito; 
b) controlando o processamento de seus RNAs já transcritos; 
c) controlando a saída dos RNAs do núcleo para o citoplasma; 
d) controlando quais mRNAs, presentes no citoplasma, serão traduzidos; 
e) controlando a degradação dos mRNAs; 
f) controlando a atividade, a estrutura e a degradação de proteínas formadas 
ou em formação (ALBERTS et al., 2002; KLUG et al., 2010; MOORE; 
PERSAUD, 2003).
Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos2
A ilustração a seguir evidencia os passos para controle da expressão gênica, isto é, a 
produção de uma proteína que comporá os genes de uma célula.
Fonte: Klug et al. (2010, p. 6).
Tudo começa em uma única célula: o zigoto! É a partir do zigoto que 
todos nós, organismos complexos e completos, nos formamos. O zigoto nada 
mais é do que o óvulo fertilizado, ação após a qual uma série de divisões são 
repetidamente realizadas produzindo outras tantas células que se organizarão 
em diferentes funções por meio da especialização celular formando os 200 
tecidos celulares humanos (GARCIA; GARCIA FERNÁNDEZ, 2012; KLUG 
et al., 2010; MOORE; PERSAUD, 2003).
3Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos
Do zigoto para o embrião (estágio inicial do desenvolvimento humano) a 
expressão gênica controla a especialização celular por meio de quatro pro-
cessos principais:
1. proliferação celular, ou seja, a produção de muitas células a partir de 
uma, originando células-filhas idênticas à mãe;
2. especialização celular, ainda que as células-filhas sejam idênticas à 
mãe, elas controlam seus genes gerando células com características 
diversas — mais especializadas (pois expressam diferentes conjuntos 
de genes), em diferentes posições do corpo;
3. interações entre células, o que permite a coordenação do comporta-
mento de uma célula em relação ao de suas vizinhas, assim as células 
se comunicam umas com as outras e nesse processo também induzem 
a especialização das células vizinhas a ela;
4. movimentos celulares, possibilitando a organização próxima das células 
com características comuns ou afins para formar tecidos e órgãos. 
A ilustração evidencia os quatro processos principais que controlam o processo de 
especialização celular para o desenvolvimento embrionário.
Fonte: Adaptada de [Sem título] ([201-?]). 
Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos4
Nas primeiras divisões celulares do zigoto, são geradas células classificadas 
como totipotentes, pois ainda possuem a característica de se especializar para for-
mação de qualquer tecido ou órgão humano. Após outras divisões e especializações 
celulares, o então blastocisto produzirá células classificadas como pluripotentes, 
pois terão capacidade para se especializar em tecidos e órgãos do corpo humano. 
Conforme as células do embrião vão se especializando e se organizando, surgem 
as primeiras células comprometidas com um destino celular. Essas células-tronco 
podem dar origem apenas aos diferentes tipos de células de um mesmo tecido e, 
portanto, são classificadas como células-tronco onipotentes (GARCIA; GARCIA 
FERNÁNDEZ, 2012; KLUG et al., 2010; MOORE; PERSAUD, 2003).
Dessa maneira, é possível inferir que há uma perda do potencial nuclear 
celular à medida que ocorre a diferenciação das células, pois elas perdem a 
capacidade de originar outros tipos celulares. Quanto maior for a diferenciação 
nuclear celular, menor será a potencialidade, e vice-versa. Após essas modifi-
cações, as células movem-se, agrupando-se de acordo com suas características 
(cor e forma), originando, assim, as estruturas teciduais do futuro bebê.
Depois de apresentado como se forma o embrião e principalmente como 
as célulasse especializam/diferenciam, vamos lançar nossa “lupa” sobre os 
tecidos presentes na origem embrionária (GARCIA; GARCIA FERNÁNDEZ, 
2012; KLUG et al., 2010; MOORE; PERSAUD, 2003).
O site “Células Tronco: Centro de Estudo e Pesquisa” é formado por um grupo de 
médicos de diversas especialidades e também por outros profissionais da área da 
saúde que enfrentam no dia a dia doenças crônicas degenerativas de difícil controle, 
e que têm em comum o interesse na evolução da aplicabilidade clínica da terapia 
com células-tronco. Nesse site, é possível aprender muito mais sobre as células-tronco 
e suas aplicações e assistir a relatos de casos reais com a terapia de células-tronco 
(CÉLULAS..., [201-?]). 
https://goo.gl/ANp2d
O embrião e seus tecidos
Mas, afi nal, o que são tecidos? Tecido nada mais é do que um conjunto de 
células que desempenham função determinada em nosso organismo. Os te-
5Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos
cidos, por sua vez, formam os órgãos, que formam nossos sistemas, que, por 
fi m, constituem nosso organismo. Diante dessa premissa, vamos iniciar o 
estudo deste tópico identifi cando os processos de formação do embrião e seu 
desenvolvimento. 
O desenvolvimento embrionário se dá em três fases: segmentação, gas-
trulação e organogêneses (GARCIA; GARCIA FERNÁNDEZ, 2012; KLUG 
et al., 2010; KUNZLER, 2018; MOORE; PERSAUD, 2003). A segmentação 
ocorre após a fecundação (formação do zigoto), uma série de divisões celula-
res ou clivagens que ocorrem repetidamente para a formação da mórula (um 
maciço celular). Ocorre nessa fase um aumento do número de células, mas 
praticamente não há aumento do volume total do embrião, pois as divisões 
celulares são muito rápidas e as células não têm tempo para crescer. Então esse 
aumento celular forma a blástula ou blastocisto, um aumentado de células 
com uma cavidade cheia de líquido. 
Nesse estágio, após a formação da blástula, ocorre a gastrulação (formação 
da gástrula), um aumento do número de células e do volume total, no qual 
ocorre o primeiro processo de especialização celular que vai diferenciar as 
células externas da blástula, agora blastocisto, que darão origem aos anexos 
embrionários (servem de nutrição para o embrião: saco embrionário e líquido 
amniótico), enquanto as células da massa interna podem dar origem a todos 
os tecidos e órgãos de um ser humano. 
Ao final da gastrulação, a gástrula aumenta de tamanho e ocorre a formação 
da mesoderme e de outras estruturas. Como o primeiro sistema formado é o 
nervoso, o início da organogênese é chamado de neurulação. Na neurulação, 
a gástrula se alonga e sua região dorsal fica achatada e com blastômeros mais 
espessos, formando a placa neural na linha medial. Os micrômeros penetram 
primeiro pelo lábio ventral. O blastóporo apresenta o formato de um círculo. 
Então, os micrômeros entram na blastocele, demarcando o arquêntero (intestino 
primitivo do organismo). Assim dizemos que o desenvolvimento humano é 
cefalocaudal. Nesse estágio, a gástrula passa a se chamar nêurula.
A notocorda, uma vareta flexível localizada nas costas do embrião, vai 
diminuir totalmente durante o desenvolvimento e dará lugar à coluna ver-
tebral com início do mesoderma. Há também nessa fase o aparecimento do 
sulco primitivo. Todo esse processo da neurulação acontece basicamente por 
invaginação das células (cria-se uma abertura: o blastóporo que futuramente 
formará a boca e o ânus do organismo). Os somitos são pequenas bolsas que 
surgem a partir das porções laterais da mesoderme. Cada uma dessas bolsas 
apresenta uma cavidade interna, denominada celoma. O celoma é delimitado 
Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos6
por dois folhetos de mesoderme, o folheto parietal, colado à ectoderme, e 
o folheto visceral, colado à endoderme. O folheto parietal e a ectoderme 
formam a somatopleura, enquanto o folheto visceral e a endoderme formam 
a esplancnopleura. Ocorre, então, a distinção dos três folhetos embrionários. 
Nessa fase, portanto, diferenciam-se os folhetos germinativos ou embrionários, 
que darão origem a todos os tecidos e órgãos. Esses folhetos são: ectoderma (o 
mais externo), mesoderma (o intermediário) e endoderma (o mais interno) 
(GARCIA; GARCIA FERNÁNDEZ, 2012; KLUG et al., 2010; KUNZLER, 
2018; MOORE; PERSAUD, 2003).
No canal “Biologia Total”, o professor Paulo Jubilut faz 
um resumo das fases do desenvolvimento embrionário 
e exemplifica possíveis erros durante esse processo, os 
quais geram alterações muitas vezes incompatíveis com 
a vida (DESENVOLVIMENTO..., 2012). 
https://goo.gl/WV6ns8 
As especializações para formação dos órgãos e sistemas que constituem 
nosso organismo ocorrem a partir da formação dos três folhetos embrioná-
rios. Assim, vamos detalhar a formação dos principais tecidos e sistemas do 
organismo humano no próximo tópico.
Organogênese: ecto, meso e endoderme 
na formação dos tecidos
Após a formação dos três folhetos embrionários pela gastrulação, inicia-
-se a fase da organogênese, na qual serão formados os primeiros órgãos do 
organismo humano. Assim, depois da neurulação, os folhetos embrionários 
continuam a se diferenciar, originando os tecidos especializados do adulto 
(GARCIA; GARCIA FERNÁNDEZ, 2012; KUNZLER, 2018). Na Figura 1, 
é possível identifi car o processo de formação da ectoderme, da mesoderme 
e da endoderme.
7Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos
Figura 1. Modificações ocorridas entre a gástrula e a nêurula no desenvolvimento fetal humano.
Fonte: Adaptada de Garcia e García Fernández (2012, p. 428); Ellepigrafica/Shutterstock.com.
Mais externamente se encontra a ectoderme, folheto que dá origem à epi-
derme (o maior tecido humano), que formará o tecido presente nas glândulas 
mamárias, todas as formações do sistema nervoso central e periférico, epitélio 
de revestimento das câmaras nasais, bucal e anal, como pelos, unhas, esmalte 
dentário, retina, orelha, nariz e hipófise. 
Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos8
Já a mesoderme embrionária é a camada intermediária e dá formação a derme, 
músculos, ossos, cartilagem e demais tecidos conectivos, medula óssea, sangue e 
tecido linfáticos, órgãos dos sistemas urinário e genital, baço, rins, cavidades peri-
cárdica, pleura e peritoneal, além de formar a maior parte do sistema cardiovascular.
Por fim, a endoderme (a camada mais interna) dá origem ao epitélio de 
revestimento do trato digestório, pâncreas e fígado, sistema respiratório, 
glândulas da tireoide e paratireoide, timo, fígado e pâncreas. 
Também são oriundos dos folhetos embrionários os anexos embrionários, 
isto é, órgãos e membranas que, no entanto, não são parte constituinte do 
embrião. São constituídos por alantoide, âmnio, cório, vesícula vitelínica, 
placenta e cordão umbilical. Essas estruturas servem de proteção e auxiliam 
na alimentação e no desenvolvimento do embrião. 
Dessa maneira, após a formação dos folhetos embrionários por meio do 
processo de especialização celular e controle gênico, serão formados os tecidos 
primários ou básicos, que basicamente constituem um conjunto de células 
especializadas numa determinada função. À medida que ocorre a progressão 
da especialização celular, o potencial do núcleo é reduzido para a formação 
dessas funções específicas. Assim, as células passam de totipotentes para 
pluripotentes, multipotentes até se tornarem unipotentes, isto é, especializadas.
Apenas quatro tecidos básicos compõem o organismo humano, sendo pos-
sível encontrá-los em um mesmo órgão. O conhecimento dos tecidos básicos 
é fundamental para o entendimento da estrutura e do funcionamento dos 
diferentes órgãos e dos sistemas que compõem o nosso organismo (GARCIA; 
GARCIA FERNÁNDEZ, 2012; KUNZLER, 2018). A Figura 2 apresenta as 
disposições das camadas da célula e as formas desta. A seguir, vamos entender 
melhor a constituição dos tecidos básicos: epitelial, conectivo, muscular e 
nervoso. 
  Epitelial: o tecido epitelialé o tecido que cobre a superfície do corpo, 
reveste cavidades ou canais e toma parte da formação de glândulas. É 
constituído por células mais ou menos poliédricas que se encontram 
adjacentes (em contato íntimo), sem que haja aparentemente qualquer 
tipo de substância intersticial ou fundamental entre elas. O tecido epi-
telial pode ser subdividido em tecido epitelial de revestimento e tecido 
epitelial glandular. Quase todas as células epiteliais estão situadas sobre 
uma membrana basal, rica em glicoproteínas que serve para ancorar as 
células epiteliais ao tecido subjacente. O tecido epitelial é classificado 
de acordo com o número de camadas de células e com a forma das 
células da sua camada superficial.
9Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos
Figura 2. Formas das células e disposições das camadas do epitélio de revestimento e 
cobertura.
Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 75).
  Conectivo: o tecido conectivo é caracterizado por sua constituição 
fibrosa: elementos intercelulares e substância intercelular amorfa que 
confluem para a formação da matriz. O tecido conectivo está presente 
em quase todos os tecidos e órgãos, ligando umas partes com outras 
e separando grupos de células. Ainda possui papel como tecido de 
enchimento, sob a pele, entre os músculos e ao longo dos nervos e 
vasos sanguíneos, ou ainda como depósito de substâncias de reserva. 
Na Figura 3, é possível ver um exemplo desse tipo de tecido.
Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos10
Figura 3. Células representativas e fibras presentes nos tecidos conectivos.
Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 84).
  Muscular: a contratilidade é a característica mais proeminente do tecido 
muscular, composto de células que possuem essa propriedade desenvol-
vida ao mais elevado nível. Esse tecido tem grande importância para a vida 
animal e, consequentemente, humana, pois sua função é vital para nosso 
organismo, não se relacionando apenas aos movimentos do corpo, mas 
também a funções essenciais, como a respiração, a contração do coração, 
movimentos viscerais etc. A Figura 4 apresenta tipos de tecido muscular. 
Figura 4. Tipos de tecido muscular: esquelético, cardíaco e liso.
Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 200).
  Nervoso: o tecido nervoso é altamente especializado e complexo, for-
mado por células com os seus prolongamentos citoplasmáticos, podendo 
agrupar-se em massas ou feixes (os neurônios, como se pode ver na 
11Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos
Figura 5). As células nervosas constituem o sistema nervoso, dividido 
em: central, constituído pelo cérebro e medula, e periférico, formado 
por nervos, terminações nervosas e parte dos órgãos dos sentidos.
Figura 5. Neurônio.
Fonte: Tortora e Derrickson (2017, p. 240).
Assim, concluímos que o processo de especialização e controle gênico 
(produção específica de proteínas) são as ferramentas importantes não 
somente para nosso desenvolvimento, permitindo funções específicas e 
cada vez mais complexas, formando assim nossos órgãos e sistemas, mas 
também para o desenvolvimento dos seres vivos de maneira geral, pois, foi 
por meio desses mecanismos relacionando as condições ambientais que os 
Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos12
organismos vivos mais simples se diferenciaram, evoluíram e formaram 
nosso grande ecossistema. Os avanços na tecnologia, no conhecimento e 
nossa busca incessante por conhecimento nos permitiram avaliar e entender 
esses processos celulares de maneira a compreender melhor nosso organismo 
e o de outros seres vivos, entendendo e relacionando o ambiente com as 
constantes transformações nos organismos.
Neste link, é possível conferir um resumo do destino dos folhetos embrionários (DES-
TINO..., 2014).
https://goo.gl/2T92df
[SEM título]. [201-?]. 1 ilustração, color. Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-
-HqQQu19bIvk/VecCI4zoYcI/AAAAAAAAVw8/maGID2xeCd8/s1600/a.JPG>. Acesso 
em: 3 nov. 2018.
ALBERTS, B. et al. Molecular biology of the cell. 4th ed. New York: Garland Science, 2002.
CÉLULAS tronco: estudo e pesquisa. [S. l.], [201-?]). Disponível em: <https://goo.gl/
ANp2d>. Acesso em: 3 nov. 2018.
DESENVOLVIMENTO embrionário: embriologia. Videoaula ministrada por professor 
Paulo Jubilut. [S. l.], 2012. 1 vídeo (22min21s). Disponível em: <https://goo.gl/WV6ns8>. 
Acesso em: 3 nov. 2018.
DESTINO dos folhetos embrionários. Videoaula ministrada por professora Carol. [S. l.], 
2014. 1 vídeo (5min). Disponível em: <https://goo.gl/2T92df>. Acesso em: 3 nov. 2018.
GARCIA, S. M. L. de; GARCIA FERNÁNDEZ, C. In: ______. Embriologia. 3. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2012. cap. 25.
KLUG, W. S. et al. Conceitos de genética. 9. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
KUNZLER, A. Citologia, histologia e genética. Porto Alegre: SAGAH, 2018.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. The developing human: clinically oriented embryology. 
7th ed. Philadelphia: Saunders, 2003.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 
10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
13Introdução à histologia e origem embrionária dos tecidos
PORTFÓLIO 
Ao pensarmos nos diferentes tipos de tecidos formados a partir dos folhetos embrionários, 
pode parecer difícil relacionar essas estruturas. 
Pesquise e descreva os destinos dos folhetos embrionários para a formação dos principais 
tecidos humanos. 
PESQUISA 
DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO 
Disponível em https:/ /www.youtube.com/watch?v=fmtzuhemDdY 
No vídeo, você assiste ao resumo do desenvolvimento embrionário. Lembrando que 
na segmentação que acontece diversas divisões da célula-ovo (zigoto) e da 
origem a mórula seguido pela blástula. Depois, na gastrulação é definido o plano 
corporal do indivíduo, a partir da formação dos folhetos germinativos: ectoderma, 
endoderma e mesoderma e as células da blástula se rearranjam. A organogênese é 
a fase em que ocorre a diferenciação dos folhetos em órgãos. Ela se inicia, nos 
cordados, com a neurulação, que consiste na formação do tubo neural a partir da 
ectoderme. 
N

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