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Direito Civil - Disposições Gerais – Negócio Jurídico

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www.acasadoconcurseiro.com.br
Direito Civil 
Disposições Gerais – Negócio Jurídico
Professor Fidel Ribeiro
www.acasadoconcurseiro.com.br 3
Direito Civil 
NEGÓCIO JURÍDICO
Negócio jurídico é uma das espécies de fatos jurídicos(sentido amplo), que caracteriza-se pela 
vontade criadora das partes. Ex: contratos de doação, contratos de compra e venda, contratos 
de locação, contratos de trabalho, etc. 
NEGÓCIO JURÍDICO → VONTADE → AUTONOMIA PRIVADA
Diferença entre ato jurídico em sentido estrito e negócio jurídico: a complexidade da vontade. 
ATO JURÍDICO EM SENTIDO ESTRITO → Ex: Reconhecimento de filho(ato jurídico em sentido 
estrito). A parte não pode escolher como vai dar-se o reconhecimento de filho. Embora ela 
possa ter a “vontade” de reconhecer o filho, esta vontade produz os efeitos decorrentes da 
lei(registro civil, sobrenome, obrigações alimentares, etc). A vontade não possui complexidade, 
não é capaz de escolher os efeitos a serem produzidos. Chamamos de “vontade aderente”. 
Quanto aos efeitos, são irrevogáveis e irretratáveis. Embora irrevogável e irretratável, é ANULÁ-
VEL, nas mesmas situações do negócio jurídico, por interpretação do art. 185 do Código Civil:
Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, 
as disposições do Título anterior.
NEGÓCIO JURÍDICO → Ex: compra e venda. As partes convencionam os detalhes da compra 
e venda, não limitando-se a sofrerem as consequencias previamente estipuladas pela lei. En-
quanto no ato jurídico em stricto sensu a vontade limita-se ao ato, não tendo influência quanto 
à definição de consequencias, o negócio jurídico pauta-se totalmente no princípio da autono-
mia da vontade, onde as partes, respeitando as previsões e vedações legais, pactuam o negó-
cio conforme sua melhor conveniência. Chamamos de “vontade criativa”. Quanto aos efeitos, 
são revogáveis e retratáveis. 
CONCEITO:
“Negócio jurídico é aquela espécie de ato jurídico que, além de se originar de um ato de vontade, 
implica a declaração expressa da vontade, instauradora de uma relação entre dois ou mais sujeitos 
tendo em vista um objetivo protegido pela ordenamento jurídico. Tais atos, que culminam numa 
relação intersubjetiva, não se confundem com os atos jurídicos em sentido estrito, nos quais não há 
acordo de vontade, como, por exemplo, se dá nos chamados atos materiais, como os da ocupação 
ou posse de um terreno, a edicficação de uma casa no terreno apossado, etc. Um contrato de com-
pra e venda, ao contrário, tem a forma específica de um negócio jurídico...” (Miguel Reale).
“Por negócio jurídico deve-se entender a declaração de vontade privada destinada a produzir 
efeitos que o agente pretende e o direito reconhece. Tais efeitos são a constituição, modifica-
 
www.acasadoconcurseiro.com.br4
ção, ou extinção de relações jurídicas, de modo vinculante, obrigatório para as partes interve-
nientes. De qualquer modo, o negócio jurídico é o meio de realização da autonimia privada, e o 
contrato é o seu símbolo.” (Francisco Amaral)
FINALIDADE NEGOCIAL → No negócio jurídico a manifestação da vontade tem finalidade 
negocial, que abrange a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos. 
CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
Quanto ao número de declarantes ou de manifestações de vontade necessárias ao seu 
aperfeiçoamento, podem ser UNILATERAIS, BILATERAIS ou PLURILATERAIS.
→ Unilaterais: aperfeiçoam-se com uma única manifestação de vontade. Dependem da 
manifestação de unicamente uma pessoa no momento de sua formação. Ex: Testamento, 
renúncia à herança.
→ Bilaterais: necessitam duas manifestações de vontade coincidentes sobre o objeto, isto é, 
“consentimento mútuo”. Ex: contratos em geral (compra e venda, doação, etc). 
→ Plurilaterais: envolvem mais de duas partes. Ex: contrato de sociedade com mais de dois 
sócios.
Quanto às vantagens patrimoniais que podem produzir, classificam-se em GRATUITOS E ONE-
ROSOS, NEUTROS E BIFRONTES.
→ Gratuitos: somente uma das partes é beneficiada, sem qualquer contraprestação. Ex: Re-
núncia à herança, doação, comodato. 
→ Onerosos (sinalagmáticos): ambos os contratantes auferem vantagem e sujeitam-se a uma 
contraprestação. Sacrifícios e benefícios recíprocos. Ex: compra e venda, locação, empreitada. 
Subdividem-se em comutativos(de prestações certas e definidas, geralmente de forma equili-
brada às partes, ex: compra e venda) e aleatórios(ficam condicionados a fatos incertos e futu-
ros, as prestações em regra são desproporcionais, ex: contratos de seguros). 
→ Neutros: não possuem atribuição patrimonial. Ex: “cláusula de inalienabilidade em uma do-
ação”. 
→ Bifrontes: são os contratos que podem ser onerosos ou gratuitos, segundo a vontade das 
partes (ex.: mútuo, mandato, depósito, etc.).
Quanto ao momento da produção dos efeitos, podem ser “INTER VIVOS” e “MORTIS CAUSA”
→ “Inter vivos” – destinam-se a produzir efeitos desde logo, isto é, estando as partes ainda vi-
vas (ex.: promessa de venda e compra).
→ “Mortis causa” – são os negócios jurídicos destinados a produzir efeitos após a morte do 
agente (ex.: testamento).
Quanto ao modo de existência, denominam-se PRINCIPAIS E ACESSÓRIOS:
→ Principais – são os negócios jurídicos que têm existência própria e não dependem da exis-
tência de qualquer outro para produzir efeitos (ex.: compra e venda, locação, etc.).
Direito Civil – Disposições Gerais – Negócio Jurídico – Prof. Fidel Ribeiro
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→ Acessórios – são os que têm sua existência subordinada a um negócio jurídico principal 
(ex.: cláusula penal, fiança, etc.), de forma que seguem o destino do principal (nulo este, nulo 
também será o negócio acessório, sendo que a recíproca não é verdadeira).
Quanto às formalidades a serem observadas, podem ser SOLENES OU FORMAIS E NÃO 
SOLENES OU DE FORMA LIVRE:
→ Solenes ou formais – são os negócios jurídicos que devem obedecer à forma prescrita em lei 
para que se aperfeiçoem. Quando a forma é exigida como condição de validade do negócio, este 
é solene e a formalidade é “ad solemnitatem”, isto é, constitui a própria substância do ato (ex.: 
escritura pública na alienação de imóvel, no testamento público, etc.). Mas determinada forma 
pode ser exigida apenas como prova do ato. Nesse caso, se diz tratar-se de uma formalidade 
“ad probationem tantum” (ex.: assento do casamento no livro de registro – art. 1536).
→ Não solenes ou de forma livre – são os negócios jurídicos de forma livre. Como a lei não 
reclama nenhuma formalidade para o seu aperfeiçoamento, podem ser celebrados por 
qualquer forma, inclusive a verbal (art. 107).
Quanto ao número de atos necessários, classificam-se em SIMPLES, COMPLEXOS E COLIGA-
DOS:
→ Simples – são os negócios que se constituem por ato único. 
→ Complexos – são os que resultam da fusão de vários atos com eficácia independente. 
Compõem-se de várias declarações de vontade, que se completam, emitidas pelo mesmo 
sujeito ou diferentes sujeitos, para a obtenção dos efeitos jurídicos pretendidos na sua unidade 
(ex.: alienação de um imóvel em prestações, que se inicia pela celebração de um compromisso 
de compra e venda, e se completa com a outorga da escritura definitiva). O negócio jurídico 
complexo é único e não se confunde com o coligado.
→ Coligados – são os que se compõem de vários outros negócios jurídicos distintos (ex.: 
arrendamento de posto de gasolina, coligado pelo mesmo instrumento ao contrato de locação 
das bombas, de comodato de área para funcionamento de lanchonete, de fornecimento de 
combustível, de financiamento, etc.).
INTERPRETAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
De acordo com a doutrina de Francisco Amaral:
“Interpretar o negócio jurídico é precisar o sentido e alcance do conteúdo da declaração de 
vontade. Busca-se apurar a vontade concreta das partes, não a vontade interna, psicológica, 
mas a vontade objetiva, o conteúdo, as normas que nascem de sua declaração”.
Regra Principal X Regras Acessórias
PRINCIPAL(regrade ouro) – Deve estar sempre obrigatoriamente presente.→ boa fé objetiva. 
Regra relacionada ao comportamento.
Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar 
de sua celebração.
 
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ACESSÓRIAS(combinantes) – Irão modelar-se para interpretação de certas circunstâncias. 
a) negócios formais
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, 
este é da substância do ato.
Ex: negócios imobiliários precisam ser celebrados por escritura pública. Há exceção: Art. 108. 
Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos 
que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis 
de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
b) negócios com reserva mental
Entende-se por reserva mental o interesse prévio de descumprir o negócio. Se for desconhecida 
pela outra parte, o contrato é válido e resolve-se em perdas e danos eventual prejuízo. Porém, se 
a reserva mental for conhecida pela outra parte, caracteriza simulação, tornando negócio nulo. 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental 
de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento.
c) negócios celebrados pelo silêncio
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não 
for necessária a declaração de vontade expressa.
d) manifestação de vontade nos negócios
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do 
que ao sentido literal da linguagem.
Ex: o sujeito pretende realizar testamento deixando bem para o bombeiro que salvou seu filho, 
imaginando ser Tiago. Mas, por equívoco, deixa para o bombeiro João, que sequer conhece. 
Prevalece a intenção. 
e) interpretação restritiva dos negócios
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
f) interpretação do autocontrato (contrato consigo mesmo)
Art. 117. Salvo se o permitir a lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o 
representante, no seu interesse ou por conta de outrem, celebrar consigo mesmo.
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante o negócio 
realizado por aquele em quem os poderes houverem sido subestabelecidos.
Elementos dos Negócios Jurídicos
EXISTÊNCIA: O negócio jurídico só irá existir se possuir todos os elementos estruturais da exis-
tência, também chamados de pressupostos de existência. Inexiste unanimidade na doutrina 
quais são os pressupostos, porém a maioria dos autores, dentre eles Carlos Roberto Gonçalves, 
menciona como tais:
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 • Manifestação da vontade: Declaração de vontade com a intenção de produzir determina-
dos efeitos.
Declaração expressa: Verbal, por escrito, gestos ou mímica (forma direta).
Declaração Tácita: Conduta compatível com a de quem deseja determinado resultado (forma 
indireta). Obs.: Será tácita apenas quando a lei não exigir que seja expressa.
 • Finalidade Negocial: Intenção de produzir certos efeitos, como adquirir, conservar, modifi-
car ou extinguir direitos;
 • Objeto idôneo: Aquele que apresenta os requisitos ou qualidades que a lei exige para que 
o negócio produza efeito. Objeto adequado à lei
Para concursos públicos, recomendável conhecer tanto os pressupostos supracitados, quanto o 
entendimento mais “simplista” do plano existencial, que entende como necessários para exis-
tência dos negócios, apenas: agente, objeto, forma, vontade externada. Para estes, 
Vale ressaltar que, caso não houver um desses elementos citados acima, o fato não ingressa no 
mundo jurídico e é assim, inexistente. Em outras palavras, se faltar um dos elementos mencio-
nados, não há contrato. Outro ponto a ser ressaltado é que neste plano, não se pergunta quan-
to a sua validade ou eficácia.
 • Eficácia e validade são independentes entre si
 • Eficácia e validade são dependentes da existência de negócio
 • Só o que EXISTE pode ser válido ou inválido, eficaz ou ineficaz.
VALIDADE: O ato, sendo existente, deve ser analisado quanto à sua regularidade para 
ingressar no plano da validade. Para que um negócio produza efeito, o qual possibilite a 
aquisição, modificação, conservação ou extinção de um direito, deve atender aos requisitos 
de validade abaixo:
 • Agente capaz: Capacidade é a aptidão para intervir em uma negociação. Portanto, para ser 
válido em relação às qualidades da parte, o negócio jurídico deve constituir-se de declaração 
feita diretamente pela pessoa física capaz, pelo representante do absolutamente incapaz, 
pelo assistente do relativamente incapaz ou pelo representante legal (ativo e passivo, 
judicial e extrajudicial) da pessoa jurídica. Atendidos esses pressupostos, confere-se 
validade ao negócio jurídico.
 • Objeto lícito, possível, determinado ou determinável:
Lícito: Que não atenta contra a lei, a moral e os bons costumes. Se for ilícito o objeto, nulo será 
o negócio jurídico (artigo 166, inciso II do Código Civil), não produzindo qualquer efeito jurídico.
Objeto Possível: a impossibilidade do objeto pode ser física ou jurídica. Impossibilidade física é a 
que emana das leis físicas ou naturais (deve ser absoluta, isto é, alcançar a todos, indistintamente, 
como, por exemplo, a que impede o cumprimento da obrigação de colocar toda a água dos 
oceanos num copo d’água. A impossibilidade física relativa, que atinge o devedor, mas não outras 
pessoas, não constitui obstáculo ao negócio jurídico, conforme o artigo 106 do Código Civil). A 
impossibilidade jurídica do objeto ocorre quando o ordenamento jurídico proíbe, expressamente, 
negócios a respeito de determinado bem, como a herança de pessoa viva (artigo 426 do Código 
Civil). Quando o objeto for impossível (física ou juridicamente), o negócio jurídico será nulo.
 
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Objeto determinado ou determinável:
Suscetível de determinação no momento da execução;
Art. 243 CC: Gênero e quantidade – Individualiza o objeto;
Determinável é aquele que pode ser suscetível de determinação no momento da execução. 
Admite-se, assim, a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade 
(artigo 243 do Código Civil).
 • Forma prescrita ou não defesa em lei (condição formal)
Forma: conjunto de solenidade
Consensualismo: Forma livre;
Formalismo: Prescrito na lei
EFICÁCIA: É no plano da eficácia onde os fatos jurídicos produzem seus efeitos. Um negócio 
jurídico pode existir, ser válido, mas não ter eficácia, como por exemplo, por não ter ocorrido 
ainda o implemento de uma condição imposta. Obs.: Pode existir, mas não ser válido e assim, 
não ter eficácia, ou seja, seja ele existente, válido ou inválido, o negócio jurídico será eficaz 
quando os efeitos pretendidos pelos sujeitos declarantes se realizaram de forma espontânea 
ou por meio do Poder Judiciário.
O plano da eficácia é onde os fatos jurídicos produzem seus efeitos.

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