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Discalculia e aprendizagem de matematica

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LABORATÓRIO DE PSICOPEDAGOGIA 
DISCALCULIA 
ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO 
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DISCALCULIA 
 
 
 
 CONCEITO 
 
 A palavra discalculia é originária do grego (dis, mal) e do latim (calculare, contar), 
formando a expressão “contando mal”. Ladislav Košč (1924-2016) foi um dos pioneiros 
nos estudos sobre habilidades matemáticas e discalculia, também chamada de 
discalculia do desenvolvimento. A discalculia pode ser entendida como uma desordem 
estrutural nas habilidades matemáticas, tendo origem em desordens genéticas ou 
congênitas nas partes do cérebro que são um substrato anatômico-fisiológico de 
maturação das habilidades matemáticas (BERNARDI; STOBÄUS, 2011). 
 Segundo a quinta edição do Manual diagnóstico e estatístico de transtornos 
mentais (DSM-5) (2014), a discalculia é reconhecida como um transtorno específico de 
aprendizagem, sendo que: 
Discalculia é um termo alternativo usado em referência a um padrão de 
dificuldades caracterizado por problemas no processamento de informações 
numéricas, aprendizagem de fatos aritméticos e realização de cálculos 
precisos ou fluentes. Se o termo discalculia for usado para especificar esse 
padrão particular de dificuldades matemáticas, é importante também 
especificar quaisquer dificuldades adicionais que estejam presentes, tais 
como dificuldades no raciocínio matemático ou na precisão na leitura de 
palavras (APA, 2014, p. 67). 
 
 
 Além de sua definição, em 1974, Košč classificou a discalculia em seis diferentes 
tipos: 
• Discalculia verbal: dificuldades em nomear quantidades matemáticas, 
números, termos e símbolos. 
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• Discalculia practognóstica: dificuldades em enumerar, comparar e 
manipular objetos reais ou em imagens. 
• Discalculia léxica: dificuldades na leitura de símbolos matemáticos. 
• Discalculia gráfica: dificuldades na escrita de símbolos matemáticos. 
• Discalculia ideognóstica: dificuldades em fazer operações mentais e 
compreender conceitos matemáticos. 
• Discalculia operacional: dificuldades na execução de operações e cálculos 
numéricos. 
 
 CARACTERÍSTICAS E SINTOMAS 
 
 A discalculia é um transtorno que afeta de 3% a 6% das pessoas em fase escolar, 
“caracterizado por dificuldades no processamento numérico e em cálculos básicos que 
prejudicam o rendimento escolar da criança e o seu desempenho em atividades de vida 
diária que requerem manipulação de números” (HAASE et al., 2011, p. 140). Sua 
manifestação pode ocorrer em indivíduos intelectualmente inteligentes, sem 
dificuldades escolares ou em outras disciplinas que não a matemática. Além disso, 
caracteriza-se por um processo evolutivo, não lesional nem cognitivo, que causa 
dificuldades específicas em uma ou mais operações matemáticas. 
 Quando não detectada de forma precoce, principalmente no ambiente escolar, 
a discalculia poderá ter consequências negativas para aprendizagem, além de perda de 
autoestima e falta de motivação para aprender. Por isso, torna-se fundamental a 
intervenção de profissionais no diagnóstico e manejo do discalcúlico. Além disso, 
salienta-se a importância de profissionais especializados que possam contribuir tanto 
para a orientação de educadores quanto para a elaboração de estratégias de 
aprendizagem para o sujeito com discalculia (TAVARES, 2022). Dessa forma, o 
psicopedagogo é responsável por identificar e trabalhar questões que interferem no 
processo de aprendizagem dos indivíduos. 
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 Cabe salientar que o psicopedagogo está entre os profissionais “que podem 
atuar no trabalho interdisciplinar nos âmbitos do diagnóstico, intervenção e orientação 
do transtorno específico da aprendizagem, e, portanto, da discalculia” (TAVARES, 2022, 
p. 63). Nesse sentido, ainda segundo Tavares (2022), a atuação focada na prevenção 
será direcionada para prever problemas de aprendizagem. Para isso, serão necessárias 
ações orientativas em relação à metodologia de ensino e à didática, bem como à 
estrutura curricular da instituição de ensino. A intervenção será feita quando o 
problema de aprendizagem já estiver ocorrendo, sendo necessárias ações no sentido de 
identificar suas causas e características, para facilitar o processo de aprendizagem e 
minimizar as consequências. 
 Sendo assim, após os pontos aqui discutidos, cabe salientar que a discalculia, 
apesar de ser um transtorno de aprendizagem evolutivo, não cognitivo e relacionado à 
área matemática, pode ser diagnosticada de forma precoce, evitando prejuízos para o 
indivíduo. Nesse sentido, a atenção por parte da família, dos professores e de outros 
envolvidos é fundamental, assim como a figura do psicopedagogo, profissional 
habilitado e preparado para lidar com questões de aprendizagem dentro e fora do 
contexto escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. DSM-5: manual diagnóstico e estatístico de 
transtornos mentais. 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2014. 
 
BERNARDI, J.; STOBÄUS, C. D. Discalculia: conhecer para incluir. Revista Educação 
Especial, v. 24, n. 39, p. 47-59, 2011. 
 
BRUM, E. S.; LARA, I. C. M. Discalculia do desenvolvimento: um mapeamento sobre 
intervenções pedagógicas e psicopedagógicas. Práxis Educativa, v. 15, e2013155, 2020. 
Disponível em: http://educa.fcc.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
43092020000100107&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 16 fev. 2023. 
 
HAASE, V. G. et al. O estatuto nosológico da discalculia do desenvolvimento. 
Transtornos de Aprendizagem, v. 2, p. 139-144, 2011. 
 
KOSC, L. Developmental dyscalculia. Journal of Learning Disabilities, v. 7, p. 164-177, 
1974. 
 
TAVARES, S. C. Estudos sobre discalculia e instrumentos de avaliação psicopedagógica. 
Revista Psicopedagogia, v. 39, n. 118, p. 61-82, 2022. 
 
 
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