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By Giovanna Mantoani Considerações gerais sobre o dorso e a coluna vertebral Dorso O dorso compreende a face posterior do tronco, inferior ao pescoço e superior às nádegas. É a região do corpo na qual estão fixados a cabeça, o pescoço e os membros. O dorso inclui: - Pele e tecido subcutâneo. - Músculos. - Coluna vertebral. - Costelas (na região torácica). - Medula espinal e meninges (membranas que envolvem a medula espinal). - Vários nervos e vasos segmentares. Coluna vertebral É formada pelo conjunto das vértebras e dos discos intervertebrais. É o esqueleto do pescoço e do dorso, que é a principal parte do esqueleto axial (isto é, os ossos articulados do crânio, coluna vertebral, costelas e esterno). Estende-se do crânio até o ápice do cóccix. Aproximadamente 1/4 dela é formada pelos discos intervertebrais, que estão situados entre as vértebras e as mantêm unidas. Funções da coluna vertebral: - Protege a medula espinal e os nervos espinais. - Sustenta o peso do corpo superior no nível da pelve. - Garante um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e uma base alargada sobre a qual a cabeça está posicionada e gira. - Tem um papel importante na postura e locomoção (o movimento de um local para outro). Coluna vertebral A coluna vertebral é composta por 33 vértebras e os componentes que as unem para formar uma unidade funcional e estrutural - o eixo do esqueleto axial. Articulações da coluna vertebral: - Articulações dos corpos vertebrais. - Articulações dos arcos vertebrais. - Articulações craniovertebrais (atlantoaxis e atlantoccipitais). - Articulações costovertebrais. - Articulações sacroilíacas. Articulações dos corpos vertebrais As articulações dos corpos vertebrais são sínfises (articulações cartilagíneas secundárias). São destinadas à sustentação de peso e resistência. As faces articulares das vértebras adjacentes são unidas por discos intervertebrais e ligamentos. Discos intervertebrais oferecem fixações fortes entre os corpos vertebrais, unindo-os em uma coluna vertebral semirrígida contínua. - Possibilitam o movimento entre vértebras adjacentes. - Sua deformabilidade elástica permite que absorvam o choque. - Cada disco intervertebral é formado por um anel fibroso, uma parte fibrosa externa, composta de lamelas concêntricas de fibrocartilagem, e uma massa central gelatinosa, denominada núcleo pulposo. O anel fibroso é um anel saliente que consiste em lamelas concêntricas de fibrocartilagem que formam a circunferência do disco intervertebral. - Essa organização permite rotação limitada entre vértebras adjacentes, enquanto proporciona uma forte ligação entre elas. - O anel é mais fino posteriormente e pode ser incompleto posteriormente na região cervical no adulto. - A vascularização do anel diminui progressivamente em direção central, e apenas o terço externo do anel recebe inervação sensitiva. O núcleo pulposo é o núcleo central do disco intervertebral. - Sua natureza semilíquida é responsável por grande parte da flexibilidade e resiliência do disco intervertebral e da coluna vertebral como um todo. Forças verticais deformam os discos intervertebrais, que absorvem o choque. Os núcleos tornam-se mais largos quando são comprimidos e mais finos quando são tensionados ou distendidos (como ocorre quando estão pendentes ou suspensos). Há compressão e tensão simultâneas no mesmo disco durante a flexão anterior e lateral e a extensão da coluna vertebral. Como as lamelas do anel fibroso são mais finas e menos numerosas posteriormente do que anterior ou lateralmente, o núcleo pulposo não está centralizado no disco, e sim posicionado entre o centro e a face posterior do disco. O núcleo pulposo é avascular; é nutrido por difusão de vasos sanguíneos situados na periferia do anel fibroso e do corpo vertebral. Não há disco intervertebral entre as vértebras C I e C II; o disco funcional mais inferior está entre as vértebras L V e S I. A espessura dos discos varia nas diferentes regiões. - A espessura é mais uniforme na região torácica. - Os discos são mais espessos na parte anterior nas regiões cervical e lombar. O ligamento longitudinal anterior é uma faixa fibrosa forte e larga que cobre e une as faces anterolaterais dos corpos vertebrais e discos intervertebrais. - Impede a hiperextensão da coluna vertebral, mantendo a estabilidade das articulações entre os corpos vertebrais. - É o único ligamento que limita a extensão; todos os outros ligamentos intervertebrais limitam formas de flexão. O ligamento longitudinal posterior é uma faixa muito mais estreita e um pouco mais fraca do que o ligamento longitudinal anterior. - Resiste pouco à hiperflexão da coluna vertebral e ajuda a evitar ou redirecionar a herniação posterior do núcleo pulposo. - É bem suprido por terminações nervosas nociceptivas (de dor). Articulações dos arcos vertebrais São as articulações dos processos articulares ou zigapofisárias (articulações facetárias). Articulações sinoviais planas entre os processos articulares superiores e inferiores de vértebras adjacentes. Cada articulação é circundada por uma cápsula articular fina. Na região cervical, elas são mais finas e frouxas, refletindo a grande amplitude de movimento. As articulações dos processos articulares permitem movimentos de deslizamento entre os processos articulares. Nas regiões cervical e lombar essas articulações sustentam algum peso, compartilhando a função com os discos intervertebrais, sobretudo durante a flexão lateral. Ligamentos acessórios das articulações intervertebrais Ligamentos amarelos - São faixas largas e amarelo-claras de tecido elástico. - Unem as lâminas de arcos vertebrais adjacentes. - Estendem-se quase verticalmente entre a lâmina superior e a lâmina inferior. - São ligamentos longos, finos e largos na região cervical, tornam-se mais espessos na região torácica e têm espessura máxima na região lombar. - Resistem à separação da lâmina vertebral por limitação da flexão abrupta da coluna vertebral, evitando, assim, a lesão dos discos intervertebrais. - Ajudam a preservar as curvaturas normais da coluna vertebral e auxiliam na extensão da coluna após a flexão. Os processos espinhosos adjacentes são unidos por ligamentos interespinais fracos, muitas vezes membranáceos, e por ligamentos supraespinais fortes e fibrosos Ligamento nucal - Forte e largo. - Constituído de tecido fibroelástico espesso. - Se estende como uma faixa mediana desde a protuberância occipital externa e a margem posterior do forame magno até os processos espinhosos das vértebras cervicais. - É o local de fixação dos músculos que se fixam nos processos espinhosos das vértebras em outros níveis. Ligamentos intertransversários - Unem processos transversos adjacentes. - Consistem em fibras dispersas na região cervical e cordões fibrosos na região torácica. - Na região lombar esses ligamentos são finos e membranáceos. Articulações craniovertebrais Existem dois grupos de articulações craniovertebrais: 1. Articulações atlantoccipitais: formadas entre o atlas (vértebra C I) e o occipital no crânio. 2. Articulações atlantoaxiais: entre o atlas e o áxis (vértebra C II). As articulações craniovertebrais são articulações sinoviais que não têm discos intervertebrais. Sua arquitetura permite uma amplitude de movimento maior do que a do restante da coluna vertebral. As articulações incluem os côndilos occipitais, o atlas e o áxis. Articulações atlantoccipitais - Situam-se entre as faces articulares superiores das massas laterais do atlas e os côndilos occipitais. - Permitem acenar com a cabeça, como na flexão e extensão da cabeça indicativa de aprovação - movimento do SIM. - Também possibilitam a inclinação lateral da cabeça. - O principal movimento é de flexão, com leve flexão lateral e rotação. - São articulações sinoviais elipsóideas e têm cápsulas articularesfinas e frouxas. ➡ O crânio e C I também estão unidos por membranas atlantoccipitais anterior e posterior. - As membranas atlantoccipitais ajudam a evitar o movimento excessivo das articulações atlantoccipitais. Articulações atlantoaxiais - Existem três articulações atlantoaxiais: 2 articulações atlantoaxiais laterais (direita e esquerda) e 1 articulação atlantoaxial mediana. - As articulações atlantoaxiais laterais são sinoviais planas. - A articulação atlantoaxial mediana é trocóidea. - O movimento das três articulações atlantoaxiais permite que a cabeça gire de um lado para outro, como ocorre ao girar a cabeça para indicar desaprovação - o movimento do NÃO. - Durante esse movimento, o crânio e C I giram como uma unidade, sobre C II. - Durante a rotação da cabeça, o dente de C II é o eixo ou pivô, que é mantido em uma cavidade ou colar formado anteriormente pelo arco anterior do atlas e posteriormente pelo ligamento transverso do atlas. Movimentos da coluna vertebral A mobilidade da coluna vertebral decorre principalmente da compressibilidade e elasticidade dos discos intervertebrais. A amplitude de movimento normal possível em adultos jovens saudáveis sofre normalmente uma redução de 50% ou mais com o envelhecimento. A coluna vertebral faz movimentos de flexão, extensão, flexão e extensão laterais, e rotação (torção). - A flexão da coluna vertebral para a direita ou esquerda a partir da posição neutra (ereta) é a flexão lateral. - O retorno à postura ereta a partir de uma posição de flexão lateral é a extensão lateral. A amplitude de movimento da coluna vertebral é limitada por: - Espessura, elasticidade e compressibilidade dos discos intervertebrais. - Formato e orientação das articulações dos processos articulares. - Tensão das cápsulas articulares das articulações dos processos articulares. - Resistência dos músculos e ligamentos do dorso. - Fixação à caixa torácica. - Volume de tecido adjacente. Os movimentos não são produzidos exclusivamente pelos músculos do dorso ➡ eles são auxiliados pela gravidade e pela ação dos músculos anterolaterais do abdome. Os movimentos entre vértebras adjacentes ocorrem nos núcleos pulposos resilientes dos discos intervertebrais (que atuam como eixo de movimento) e nas articulações dos processos articulares. A orientação das articulações dos processos articulares permite alguns movimentos e restringe outros; com exceção talvez de C I‒C II, nunca há movimento isolado em um único segmento da coluna. Os movimentos da coluna vertebral são mais livres nas regiões cervical e lombar do que nas outras partes. A flexão, a extensão, a flexão lateral e a rotação do pescoço são mais livres porque: - Os discos intervertebrais, embora sejam finos em relação à maioria dos outros discos, são espessos em relação ao tamanho dos corpos vertebrais nesse nível. - As faces articulares das articulações dos processos articulares são relativamente grandes e os planos articulares são quase horizontais. - As cápsulas articulares das articulações dos processos articulares são frouxas. - O pescoço é relativamente delgado. A flexão da coluna vertebral é máxima na região cervical. Os planos articulares sagitais da região lombar conduzem a flexão e extensão. A extensão da coluna vertebral é mais acentuada na região lombar e geralmente tem maior amplitude do que a flexão. A região lombar, como a cervical, tem discos intervertebrais grandes em relação ao tamanho dos corpos vertebrais. ➡ A flexão lateral da coluna vertebral é máxima nas regiões cervical e lombar. A região torácica tem discos intervertebrais finos em relação ao tamanho dos corpos vertebrais. - Essa parte da coluna vertebral também tem relativa estabilidade porque está unida ao esterno pelas costelas e cartilagens costais. - A rotação da parte superior do tronco, associada à rotação permitida na região cervical e àquela nas articulações atlantoaxiais, possibilita a torção do esqueleto axial que ocorre quando se olha para trás sobre o ombro. No entanto, a flexão na região torácica é limitada, incluindo a flexão lateral. Curvaturas da coluna vertebral A coluna vertebral em adultos tem quatro curvaturas que ocorrem nas regiões cervical, torácica, lombar e sacral. Cifoses torácica e sacral (primárias) - São côncavas anteriormente. - São curvaturas primárias que se desenvolvem durante o período fetal em relação à posição fetal (fletida). - As curvaturas primárias são mantidas durante toda a vida em consequência de diferenças na altura entre as partes anterior e posterior das vértebras. Lordoses cervical e lombar - São côncavas posteriormente. - São curvaturas secundárias que resultam da extensão a partir da posição fetal fletida. - Começam a aparecer durante o período fetal, mas só se tornam evidentes na lactância (aproximadamente, o 1o ano). - As curvaturas secundárias são mantidas basicamente por diferenças de espessura entre as partes anterior e posterior do sdiscos intervertebrais. As curvaturas da coluna vertebral proporcionam flexibilidade adicional (resiliência com absorção de choque), aumentando ainda mais a flexibilidade proporcionada pelos discos. Quando a carga sustentada pela coluna vertebral é muito aumentada (como ao carregar um objeto pesado), há compressão dos discos e das curvaturas flexíveis (ou seja, as curvaturas tendem a aumentar). Vascularização da coluna vertebral As vértebras são irrigadas por ramos periosteais e equatoriais das principais artérias cervicais e segmentares e por seus ramos espinais. As artérias que dão origem aos ramos periosteais, equatoriais e espinais ocorrem em todos os níveis da coluna vertebral, em íntima associação a ela, e incluem as seguintes artérias: - Artérias vertebrais e cervicais ascendentes no pescoço. - As principais artérias segmentares do tronco: ○ Artérias intercostais posteriores na região torácica. ○ Artérias subcostais e lombares no abdome. ○ Artérias iliolombar e sacrais lateral e mediana na pelve. As veias espinais formam plexos venosos ao longo da coluna vertebral dentro - plexos venosos vertebrais internos (plexos venosos peridurais) - e fora do canal vertebral - plexos venosos vertebrais externos. Veias basivertebrais, grandes e tortuosas, emergem dos forames nas superfícies dos corpos vertebrais (principalmente na face posterior) e drenam para os plexos venosos vertebrais externos anteriores e principalmente para os plexos venosos vertebrais internos anteriores. As veias intervertebrais recebem veias da medula espinal e dos plexos venosos vertebrais enquanto acompanham os nervos espinais através dos forames intervertebrais para drenar nas veias vertebrais do pescoço e veias segmentares (intercostais, lombares e sacrais) do tronco. Nervos da coluna vertebral A coluna vertebral é inervada por ramos recorrentes meníngeos dos nervos espinais; esses ramos são os únicos oriundos do nervo espinal misto. Alguns ramos meníngeos permanecem fora do canal e são distribuídos para a face anterolateral dos corpos vertebrais e discos intervertebrais. Eles também inervam o periósteo e principalmente os anéis fibrosos e o ligamento longitudinal anterior. No interior do canal vertebral, ramos transversos, ascendentes e descendentes distribuem fibras nervosas para: - Periósteo (que recobre a superfície dos corpos vertebrais posteriores, pedículos e lâminas). - Ligamentos amarelos. - Anéis fibrosos da face posterior e posterolateral dos discos intervertebrais. - Ligamento longitudinal posterior. - Dura-máter espinal. - Vasos sanguíneos no canal vertebral. ➡ As fibras nervosas para o periósteo, anéis fibrosos e ligamentos proveem receptores de dor. ➡ As fibras para os anéis fibrosos e ligamentos também suprem os receptores de propriocepção (sensibilidade sobre a própria posição). ➡ As fibras simpáticas para os vasos sanguíneos estimulam a vasoconstrição.Box azul Anestesia peridural (epidural) caudal - Na anestesia peridural caudal ou analgesia caudal, um anestésico local é injetado na gordura do canal sacral que circunda as partes proximais dos nervos sacrais. Isso pode ser feito por várias vias, inclusive o hiato sacral. - Como o hiato sacral está situado entre os cornos sacrais e abaixo do processo espinhoso de S IV ou da crista sacral mediana, esses pontos de referência ósseos palpáveis são importantes para localizar o hiato. - A solução anestésica difunde-se em direção superior e extradural, atuando sobre os nervos espinais da cauda equina. - Há perda da sensibilidade abaixo do bloqueio peridural. Conteúdo do canal vertebral A medula espinal, as raízes dos nervos espinais, as meninges espinais e as estruturas neurovasculares que as suprem estão localizadas no canal vertebral. Medula espinal A medula espinal é o principal centro reflexo e via de condução entre o corpo e o encéfalo. É protegida pelas vértebras, por seus ligamentos e músculos associados, pelas meninges espinais e pelo líquido cerebrospinal (LCS). Possui 42 a 45 cm de comprimento em adultos e é a continuação do bulbo, a parte caudal do tronco encefálico. Estende-se do forame magno no osso occipital até o nível da vértebra L I ou L II. Ocupa apenas os dois terços superiores do canal vertebral. É alargada em duas regiões relacionadas com a inervação dos membros: - Intumescência cervical: supre os mesmos superiores. - Intumescência lombossacral: supre os membros inferiores. Nervos espinais e raízes nervosas Na vida pós-natal, a medula espinal é mais curta do que a coluna vertebral; consequentemente, há obliquidade progressiva das raízes dos nervos espinais. As raízes nervosas lombares e sacrais são as mais longas, estendendo-se além do término da medula espinal no adulto, no nível aproximado de L II, para chegar aos forames intervertebrais lombares, sacrais e coccígeos remanescentes. Esse feixe frouxo de raízes nervosas espinais, originado na intumescência lombossacral e no cone medular e que segue dentro da cisterna lombar do LCS, caudal ao término da medula espinal, assemelha-se à cauda de um cavalo, daí seu nome - cauda equina. Meninges espinais e líquido cerebrospinal A dura-máter, a aracnoide-máter e a pia-máter espinais que circundam a medula espinal formam as meninges espinais. - Essas membranas circundam, sustentam e protegem a medula espinal e as raízes dos nervos espinais, inclusive as da cauda equina, e contêm o LCS no qual essas estruturas estão suspensas. - Formada por tecido fibroso resistente com algumas fibras elásticas. - É a membrana de revestimento mais externa da medula espinal. - É separada do osso coberto por periósteo e dos ligamentos que formam as paredes do canal vertebral pelo espaço extradural (epidural). - Esse espaço é ocupado pelo plexo venoso vertebral interno incrustado em matriz adiposa (gordura extradural). - A dura-máter espinal forma o saco dural espinal, uma longa bainha tubular dentro do canal vertebral. - Inervação: ramos recorrentes meníngeos distribuem fibras nervosas para a parte espinal da duramáter. Parte espinal da aracnoide-máter - É uma membrana avascular delicada. - Formada por tecido fibroso e elástico. - Reveste o saco dural espinal e as bainhas durais da raiz. - Envolve o espaço subaracnóideo preenchido por LCS. - Não está fixada à dura-máter espinal, mas é mantida contra sua face interna pela pressão do LCS. - Em uma punção lombar, a agulha atravessa simultaneamente a parte espinal da dura-máter e a aracnoidemáter - essa aposição é a interface dura‒aracnoide que muitas vezes é erroneamente denominada “espaço subdural”. Parte espinal da pia-máter - Membrana mais interna de revestimento da medula espinal. - É fina e transparente. - Acompanha de perto todos os acidentes anatômicos da medula espinal. - Cobre diretamente as raízes dos nervos espinais e os vasos sanguíneos espinais. - Abaixo do cone medular, a parte espinal da pia-máter continua como filamento terminal. - A medula espinal fica suspensa no saco dural pelo filamento terminal e pelos ligamentos denticulados direito e esquerdo, que seguem longitudinalmente de cada lado da medula espinal. - O ligamento denticulado consiste em uma lâmina fibrosa de pia-máter que se estende a meio caminho entre as raízes nervosas posteriores e anteriores, a partir das faces laterais da medula espinal. Espaço subaracnóideo - Localizado entre a aracnoide-máter e a pia-máter e é preenchido por LCS. - O aumento do espaço subaracnóideo no saco dural, caudalmente ao cone medular e contendo LCS e a cauda equina, é a cisterna lombar. Vascularização As artérias que irrigam a medula espinal são ramos das: - Artérias vertebrais. - Cervicais ascendentes. - Cervicais profundas. - Intercostais. - Lombares. - Sacrais laterais. Três artérias longitudinais suprem a medula espinal: uma artéria espinal anterior e um par de artérias espinais posteriores. Essas artérias seguem longitudinalmente do bulbo do tronco encefálico até o cone medular da medula espinal. Sozinhas, as artérias espinais anteriores e posteriores irrigam apenas a parte superior curta da medula espinal. A circulação para grande parte da medula espinal depende das artérias medulares segmentares e radiculares que seguem ao longo das raízes dos nervos espinais. As artérias medulares segmentares são encontradas principalmente em associação com as intumescências cervical e lombossacral, regiões nas quais a necessidade de uma boa vascularização é maior. Elas entram no canal vertebral através dos forames intervertebrais. A artéria radicular anterior, situada no lado esquerdo em cerca de 65% das pessoas, reforça a circulação para os dois terços da medula espinal. As raízes posteriores e anteriores dos nervos espinais e seus revestimentos são supridas pelas artérias radiculares posteriores e anteriores, que seguem ao longo das raízes nervosas. As veias que drenam a medula espinal têm distribuição semelhante à das artérias espinais. Geralmente há três veias espinais anteriores e três posteriores. As veias espinais estão dispostas longitudinalmente, comunicam-se livremente entre si e são drenadas por até 12 veias anteriores e posteriores do bulbo e veias radiculares. As veias da medula espinal unem-se aos plexos venosos vertebrais internos (extradurais) no espaço extradural. Os plexos venosos vertebrais internos seguem superiormente através do forame magno para se comunicarem com os seios durais e as veias vertebrais no crânio. Os plexos vertebrais internos também se comunicam com os plexos venosos vertebrais externos na face externa das vértebras. Box azul Punção lombar - A punção lombar (PL), a retirada de amostra de LCS da cisterna lombar, é uma importante técnica de diagnóstico para avaliar vários distúrbios do sistema nervoso central (SNC). - A PL é realizada com o paciente em decúbito lateral, com o dorso e os quadris fletidos. - A flexão da coluna vertebral facilita a introdução da agulha, pois afasta as lâminas vertebrais e os processos espinhosos, distendendo os ligamentos amarelos. - A pele que recobre as vértebras lombares inferiores é anestesiada, e uma agulha de punção lombar, com um estilete, é inserida na linha mediana entre os processos espinhosos das vértebras L III e L IV (ou L IV e L V). Geralmente atravessa o processo espinhoso de L IV. Nesses níveis, não há risco de lesar a medula espinal. - A agulha perfura o ligamento amarelo com um estalo e, depois, atravessa a dura-máter e a aracnoide-máter e penetra na cisterna lombar. Raquianestesia - O anestésico é injetado no espaço subaracnóideo. Anestesia (bloqueio) epidural - Um agente anestésico é injetado no espaço extradural usando-se a mesma posição descrita para punção lombar, ou através do hiato sacral.
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