Políticas públicas

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1. As finanças públicas não possuem objetivo de lucro e estão isentas de pagamento de impostos, visto que visam a coesão social e manutenção da máquina pública. As finanças públicas se diferenciam das privadas quanto à questão dos impostos, O Estado tema possibilidade de recorrer aos impostos como forma de receita, demonstrando, assim, que não são as receitas que determinam as despesas. O objetivo do Estado é satisfazer as necessidades coletivas, ao passo que as empresas privadas visam a redução de despesas com a maximização de receitas e aumentar os lucros. assim, as finanças públicas dizem respeito ao pagamento de atividades coletivas e governamentais, e o desempenho dessas atividades. 
2. O Planejamento Estratégico Governamental seria a materialização instrumental e operacional dessa agenda, transformando e processando uma determinada visão de futuro do país em um sistema de planejamento concreto, com instituições, organizações, burocracia, recursos, macroprocessos, cadeia de valor público. Ou seja, se traduz principalmente no escopo do Plano Plurianual, estruturado em programas, diretrizes, objetivos e metas, com vistas a orientar as ações econômicas para o ciclo de governo.
3. Nas finanças públicas estão incluso a Tributação, os Gastos Públicos e a Dívida Pública, nas atividades econômicas, bem como, os processos políticos pelos quais estas políticas são definidas. Compreende a execução orçamentária das administrações públicas federal, estadual e municipal e resultados das empresas públicas, abrangendo detalhamento de contas de receita e despesa, fluxos de caixa, ativo e passivo, entre outros aspectos. O objetivo das finanças é maximizar o valor das empresas e indivíduos, fazendo uso adequado dos recursos disponíveis.
As finanças privadas, têm como objetivo a maximização dos lucros reduzindo as despesas e aumentando as receitas pela comercialização de seus produtos ou serviços. Para tanto, a empresa precisa adotar uma série de medidas, como incorporar a educação financeira, possuir conhecimento do mercado no qual atua, assim como as variáveis como, por exemplo, tipo de câmbio, taxa de inflação e juros, utilizar-se de empréstimos apenas nos casos em que o valor seja destinado ao aumento de produção ou venda, desenvolver cálculos para estipular qual a margem de lucro etc. Os aspectos das finanças privadas são de natureza monetária do financiamento de uma economia ou agente econômico, a empresa privada tem uma finalidade completamente diferente da finalidade do Estado, visando o aumento do lucro, ao passo que o Estado deve investir toda a sua receita em sua manutenção e em proporcionar serviços que atendam o bem-estar social, como saúde, educação, segurança e infraestrutura.
Introdução
As políticas públicas consubstanciam-se em compromissos e práticas originarias do poder público ou privado para a cidadania, assim, independente de quem propõe políticas, deve-se considerar a responsabilidade de politização dos cidadãos como sujeito dessas políticas. São a expressão e a incorporação de necessidades e interesses gerais da população, transformados em demandas e problemas sociais e objetos das  decisões, que dão origem a origem a programas e projetos na direção da cidadania. 
A sociedade civil está cada vez mais exigente com relação à transparência e aplicação de recursos financeiros destinados aos programas sociais e administração pública, principalmente em se tratando da educação e a promoção do bem estar de famílias carentes. Diante disso, busca-se entender um pouco sobre a atuação do Conselho de Acompanhamento Municipal de FUNDEB, o CACs. Assim como as relações de verbas recebidas e complementação realizada pelo governo municipal, e também de outro programa muito importante desenvolvido pelo CRAS, o Programa de Fortalecimento Familiar e Comunitário cujo objetivo é o fortalecimento do autodesenvolvimento humano, familiar e comunitário. 
A questão das políticas públicas, no Brasil ganha relevo com a CF de 1988, tendo como resultado das resultando lutas populares, surgindo nova legislação, que inclui os Conselhos, traduzindo a presença popular no processo de formulação e de controle das decisões políticas, pela parceria entre governo e sociedade civil.
 
DESENVOLVIMENTO
O controle dos conflitos de interesses podem ser realizados pela coerção física, pelo choque entre os mais fortes ou pela política, utilizando meios coercitivos legitimados pelo consenso. O resultado é que a política é a  resolução pacifica dos conflitos quanto a bens públicos através de um conjunto de procedimentos formais e informais nas relações de poder a que se destinam. Compreendem o conjunto das decisões e ações relativas à alocação imperativa de valores de satisfação de demandas por intermédio da ação governamental contando com a participação de atores políticos que recebem apoio ou a pressão de outros atores  privados (RUA, 2020). 
Decorrente de  demandas  do ambiente político e social, caracterizado pela qualificação de coisas, a mobilização de uma ação política constitui uma situação de crise e oportunidade para o enfrentamento, no primeiro estágio  de formulação de alternativas, sofrerá influxos dos atores se digladiando nas arenas públicas reguladoras e distributivas, com decisões implementadoras. Vencido o primeiro estágio, implementa-se a política pública resultante subordinada à existência de condições políticas e financeiras, a avaliação é a fase final onde os responsáveis analisam os resultados. Todas as fases devem interagir para vencer os obstáculos que se apresentam. 
Os atores públicos são os que se caracterizam por exercer funções públicas e por mobilizar recursos associados a estas funções, podendo ser de três categorias: os políticos, que são atores cuja posição está associada a mandatos eletivos; os burocratas, integrados em um sistema de carreira pública, ocupam cargos que exigem conhecimento especializado; e os tecnocratas, que podem ser públicos ou privados, ocupam altos cargos de empresas estatais ou privadas, com formação técnica qualificada e competência executiva. Os agentes internacionais são de grande  importância, destacando os agentes financeiros como o FMI, o Banco Mundial, assim como organizações e governo de países com os quais  se mantém relações decorrentes de convenções, acordos, protocolos, de importância no que diz respeito a questões econômicas. Ao lado desses estão outros de igual importância que  criam fluxos de influência caracterizados como grupos de  pressão, regionais, setoriais e institucionais, além da mídia como formadora de opinião e com capacidade de mobilização. 
As relações entre a sociedade civil e o Estado também são mediatizadas pelas políticas públicas. Quando se pensa em esfera pública como lugar e mediação entre interesses privados e interesses gerais da sociedade deve-se pensar também as políticas públicas. 
Para melhor entender o que é política e o que é público é importante clarificar que política pública é o espaço onde os conselheiros atuam, pois, a política é um espaço do agrupamento humano das relações entre grupos de pessoas, instituições, onde aparece o poder como elemento fundamental. A política está presente no Estado, nas diversas representações, na participação, sob a forma de discussões, de normatizações, de decisões, de vontades. Público é aquilo que é geral de livre acesso, o não secreto, aquilo que se manifesta em larga escala, transparente e não é de propriedade de alguns. 
Dessa forma, o sistema tributário se constitui em instrumento de reprodução de justiça ou injustiça na forma de apropriar e (re)distribuir a riqueza nacional. Dessa forma,
A reprodução estrutural da fragilidade social é demonstrada pela diferença entre os que pagam de tributos os que ganham menos e os que ganham mais, entre o que é arrecadado e o que é investido em políticas públicas para a população em maior grau de fragilidade, assim como na falta de visibilidade dos impostos embutidos em produtos e serviços que a maioria da população paga. (FERNANDES, 2016, p. 22)
Portantoé necessária que a população brasileira obtenha todas as informações acerca de Educação Fiscal no ambiente escolar em todos os niveis, pois é positiva, porque oferece ao indivíduo condições necessárias para a interpretação e a intervenção no mundo em que está inserido. Inserção que, creio, não deveria acontecer em projetos pontuais ou isolados, mas sim, acontecer de forma articulada com as todas as disciplinas e com o projeto pedagógico da escola. 
 Osistema tributário brasileiro é injusto e contribui para a perpetuação e o aprofundamento das desigualdades sociais, constata o estudo "Indicadores do Sistema Tributário Nacional", elaborado pelo Observatório da Equidade, órgão do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CEDES). O documento recebeu parecer favorável durante a 30ª Reunião Plenária do CDES, realizada em 4 de junho, em Brasília.
 Os princípios constitucionais de participação popular, as legislações regulamentadoras das políticas sociais e o processo de descentralização estimularam a implantação de diversos conselhos setoriais nos estados e municípios. Sucintamente, os conselhos são “canais de participação que articulam representantes da população e membros do poder público estatal em práticas que dizem respeito à gestão de bens públicos”. (GOHN, 2001, p.7). Mas esta forma de organização, em que pese a existência de profundas variações, não é nova na história. 9 Particularmente no Brasil, a forma “conselhos” se insere na agenda política dos anos 70 e 80, adaptando-se aos modelos de participação vigentes. Assim, são criados pelo poder público conselhos comunitários para negociar demandas dos movimentos populares e, pelo lado dos próprios movimentos, conselhos populares não institucionalizados, autônomos e reivindicativos. Estas experiências e os embates em torno da definição de sua natureza, cuja discussão central referiase “ a ser ou não o conselho um órgão embrionário de um novo poder, de uma forma de democracia direta, com autonomia em relação ao Estado”, tornaramse referências importantes para a Assembléia Constituinte. Nesta, acabou prevalecendo a visão do conselho como “uma das formas de participação visando a mudanças na gestão pública e na elaboração de políticas, tendo em vista sua democratização e transparência, portanto, como canal de relação entre Estado e sociedade, espaço de administração de conflitos”; uma forma distinta dos dois modelos, comunitário e popular, até então experimentados. (TEIXEIRA, 1996, p.8)
 
Entrevista com Conselheiros do Fundeb 
 1. O CACS está devidamente organizado, e possui a representação dos segmentos sociais previstos na Lei?
Sim 
2. Os conselheiros conhecem a legislação referente ao FUNDEB?
Sim, no inicio do mandado deste conselho os mesmos ganharam um manual com a legislação completa do CACS 
3. Há um processo interno de discussões quanto às atribuições e competências desse colegiado?
Sim, todos têm direitos a se manifestar livremente, os CACS do FUNDEB municipal é bastante participativo.
4. Foi aprovada legislação específica para a criação do CACS local?
Sim
5. O conselho tem recebido apoio do Poder Executivo local (Prefeitura,Secretaria de Educação, etc.) para exercer suas funções?
O atual conselho vem desenvolvendo um trabalho de parceria com o Poder Executivo Municipal, todas as reivindicações levadas até o executivos tem sido atendidas ou sanadas a contendo de ambas as partes.
6. O Conselho possui regimento interno?
Sim.
7. O CACS tem o hábito de se reunir para deliberar sobre as questões de sua responsabilidade?
Sim, toda a vez que é solicitado.
8. O Conselho tem acompanhado a execução do Fundo, em todas as suas fases, ou seja: Elaboração da Programação Orçamentária (Plano de Execução); Crédito dos recursos financeiros na conta; Aplicação dos recursos  e Prestação de contas.
Sim, periodicamente o conselho recebe toda a documentação para o acompanhamento, tais documentos são disponibilizados pelo setor financeiro e pelo RH da Prefeitura, pode-se citar que são apresentados extratos das contas do Fundo, plano de aplicação de recursos, demonstrativos financeiros, balancetes dos recursos, empenhos realizados e a realizar, relação de funcionários que recebem pelo fundo entre outros documentos.
Programa de Fortalecimento Familiar e Comunitário 
 
A organização Aldeias Infantis SOS acredita que a melhor coisa para a criança é ser criada dentro do seio da sua família de origem desde que sua saúde física e mental não esteja em risco. O Programa de Fortalecimento Familiar e Comunitário visa: “Fortalecer o auto-desenvolvimento humano, familiar e comunitário”. 
Os seus objetivos são : Fortalecer as famílias para assumir suas responsabilidades na proteção de seus filhos. Desenvolver o protagonismo familiar e comunitário buscando a sustentabilidade da proteção da infância.  
O Programa de Fortalecimento Familiar e Comunitário através dos Centros Sociais assegura, garante e protege o direito da criança, a partir do fomento e desenvolvimento humano, social das famílias atendidas e de suas comunidades, tendo ponto de referência a figura da mulher, buscando sua cidadania. 
Nos Centros Sociais, as estratégias de combate e redução dos índices de abandono infantil se dão a partir do trabalho realizado nos espaços dos respectivos centros, trabalhando não só a criança, mas como a família na comunidade, bem como no desenvolvimento do programa em espaços pertencentes à comunidade, tais como Associações de Moradores, Agremiações, etc. 
As bases de apoio para o desenvolvimento do programa de Prevenção ao Abandono estão no estabelecimento de uma rede de serviços e o trabalho, em parceria com diversas instâncias, articulando as políticas de atendimento, envolvendo Poder Público, Setor Privado e Comunidade. 
Objetivando desenvolver atividades educacionais, artísticas, culturais, esportivas e de capacitação profissional para crianças e jovens da comunidade. Capacitar agentes sociais e lideranças comunitárias que atuarão como articuladores, implementadores e multiplicadores de ações para o desenvolvimento de suas comunidades. 
O Centro Social é compreendido como um espaço de formação, capacitação e treinamento de agentes de educação comunitária com vistas à implantação dos lares comunitários e centros comunitários. O programa estabelece uma relação com a comunidade e atua como facilitador, oferecendo experiência para proporcionar seu desenvolvimento, através de uma capacitação continuada garantindo que um maior número de famílias seja atendido, favorecendo seu desenvolvimento educacional, social e cultural, minimizando a situação do abandono. Desenvolver projetos de geração de renda para jovens e mulheres e estimular e orientar as iniciativas/ações empreendedoras. 
O Centro Social trabalha em parceria com as organizações, comitês, associações, entre outros, na capacitação, supervisão e gestão dos projetos lares comunitários, fomentando ações de pequeno porte, visando potencializar soluções alternativas de geração de renda, iniciativas empreendedoras e minimizar o quadro de exclusão social, ampliando as oportunidades 
 
BELLEN, Hans Michael van. TREVISAN, Andrei Pittol. Avaliação de políticas públicas: uma revisão teórica de um campo em construção. RAP – Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro 42(3):529-50, maio/jun. 2008.disponível em: https://www.scielo.br/j/rap/a/bCWckwnwwrvF8Pb9kDtjDgy/?format=pdf&lang=pt. Acesso: 10 de julho de 2023. 
CONIL, E. M. – Políticas e Estratégias Urbanas: o potencial político do conselho de saúde na construção de uma esfera pública democrática. Serviço Social e Sociedade.  Ano XVI, maio de 1995. Cortez. São Paulo. 
 
 
FERNANDES, Rodrigo Cardoso. Sistema Tributário e Desigualdade: Uma análise do impacto distributivo do imposto de renda no Brasil. Belo Horizonte, 2016. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/34300/1/Dissertac%CC%A7a%CC%83o%20-%20Rodrigo%20Cardoso%20Fernandes%20FINAL.pdf. Acesso: 9 de julho de 2023.
RUA, Maria das Graças. Análise de Políticas Públicas:Conceitos Básicos. Dissertação de Mestrado em Gestão de Políticas Publicas da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. 2020. Disponível em: https://www.univali.br/pos/mestrado/mestrado-em-gestao-de-politicas-publicas/processo-seletivo/SiteAssets/Paginas/default/RUA.pdf. Acesso 10 de julho de 2023.