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Prévia do material em texto

NIVELAMENTO DE
GESTÃO DO TEMPO 
NA AUTOAPRENDIZAGEM
ETAPA 5
O TEXTO COMO ELEMENTO DE 
AUTOAPRENDIZAGEM NA EAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito
89130-000 - INDAIAL/SC
www.uniasselvi.com.br
Nivelamento de Gestão do Tempo na Autoaprendizagem
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Organização
Rodrigo Borsatto Sommer da Silva
Autora
Prof.ª Ana Clarisse Alencar Barbosa
Reitor da UNIASSELVI
Prof. Hermínio Kloch
Pró-Reitoria de Ensino de Graduação a Distância
Prof.ª Francieli Stano Torres
Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância
Prof. Hermínio Kloch
Diagramação e Capa
Renan Willian Pacheco
Revisão
José Roberto Rodrigues
APRESENTAÇÃO
A quinta etapa apresenta as principais características do leitor EaD. 
Geograficamente falando, o aluno inserido no modelo EaD consegue ajustar os seus 
horários de estudo, desenvolvendo autonomia para realizar as suas atividades. Desta 
forma, o leitor EaD gerencia a sua aprendizagem, buscando interação com os recursos 
oferecidos pela modalidade a distância. Assim, este precisa ter clareza e conhecimento 
das principais estratégias que precisam ser utilizadas para compreender um texto e os 
diferentes gêneros textuais.
28 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados.
1 CARACTERÍSTICAS DO LEITOR EAD
A construção de um tempo pedagógico é fundamental neste novo século, dada 
a velocidade que o conhecimento tem percorrido por meio do uso das tecnologias de 
informação e da comunicação. E quando este conhecimento é aplicado em um modelo 
ofertado a distância, a responsabilidade do aprendiz sobre o seu aprendizado é muito 
maior. 
As novas tecnologias possibilitam o desenvolvimento diferenciado de projetos 
instrucionais, com o uso de ferramentas tecnológicas mais potentes e que podem 
permitir a obtenção de um nível de qualidade semelhante ou superior àquele 
observado na educação formal tradicional. Alguns pesquisadores consideram 
que as pessoas que estudam na modalidade semipresencial ou em imersão total 
no virtual apresentam um melhor rendimento ao final do curso, caso sigam 
uma metodologia e uma estratégia [...] (MUNHOZ, 2011, p. 143).
O leitor inserido no perfil EaD precisa ter clareza dos seus objetivos e 
responsabilidade por sua própria aprendizagem, a partir dos recursos ofertados pelo 
modelo escolhido. Assim, ao estudar à distância, ao fazer esta escolha, “você assume 
de forma consciente a responsabilidade por seu processo de formação” (MUNHOZ, 
2011, p. 145).
E estes leitores inseridos na modalidade EaD geralmente são profissionais 
que almejam voltar ao mercado de trabalho, ou ainda, para os que já estão, melhoria 
salarial em seus empregos. Peters (apud MUNHOZ, 2011, p. 39-40) considera como 
características básicas da EaD:
• Alunos adultos que dispõem de uma experiência de vida maior e, dessa 
forma, encaram os estudos de uma forma diversa daqueles que iniciam a vida 
acadêmica.
• Alunos que trazem experiências profissionais que influenciam no modo 
como eles irão estudar. Uma parte é formada por profissionais que somente 
podem desenvolver os estudos de forma concomitante com suas atividades. 
Outra parte é formada por pessoas que têm os mais diversos impedimentos 
para frequentar a educação acadêmica formal.
Desta forma, o leitor EaD gerencia a sua aprendizagem, busca uma atividade de 
interação com os recursos oferecidos pela modalidade e deve procurar constantemente 
outros materiais para o seu autoestudo, sendo uma participação planejada em termos 
de autoavaliação e autoaprendizagem. 
O aluno da educação a distância necessita estudar pelo caderno de estudos ou 
livro pedagógico, acessar o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, fazer a leitura dos 
materiais postados, participar de fórum e enquetes. É extremamente importante o leitor 
da educação a distância fazer uso das ferramentas interativas e buscar subsídios em 
outros meios disponíveis para alavancar seus estudos. 
29
Copyright © UNIASSELVI 2016. Todos os direitos reservados.
NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
Dainese e Garbin (2017, p. 1) pontuam que na educação a distância a barreira 
espacial-temporal pode ser minimizada com o suporte de ferramentas Tecnológicas 
Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), que facilitam a conversação e envolvem 
os participantes sem muitos obstáculos. O aluno EaD, geralmente, é assessorado por 
uma equipe multidisciplinar, tendo suporte presencial e à distância para tirar suas 
dúvidas em relação ao conteúdo estudado.
FIGURA 1 – FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.estudiosite.com.br/site/wp-content/uploads/2017/02/
conceito-ead-600x400.gif>. Acesso em: 5 maio 2017.
Portanto, o domínio da leitura e da escrita é fundamental neste processo. De 
acordo com Munhoz (2011), você deve mensurar a sua capacidade crítica para poder 
separar conteúdos de interesse, a partir de um grande volume de informações. Se você 
descobrir dificuldades de leitura e escrita, elas não devem desanimá-lo. Até porque a 
leitura é um processo de interação entre o leitor e as diversas fontes de leitura que este 
fará no decorrer de sua vida. O leitor precisa ser participante deste processo.
Leffa (1999) resume este processo de interação da seguinte forma: quando lemos 
um livro, provocamos uma mudança em nós mesmos, e essa mudança, por sua vez, 
provoca uma mudança no mundo. E acrescenta que ler envolve a capacidade de avaliar 
e controlar a própria compreensão, podendo, a qualquer momento, adotar medidas 
corretivas. 
Diante deste processo, “[...] o leitor deverá ser capaz de dizer se está ou não 
compreendendo o texto, de identificar os problemas encontrados e especificar as 
estratégias que devem ser usadas para melhorar sua compreensão” (LEFFA, 1999, p. 
13-14).
30 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
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2 ORIENTAÇÃO PARA LEITURA 
A relação entre leitor, autor dos materiais de estudo ou dos materiais 
disponibilizados pela modalidade EaD e o contexto no qual o aluno está inserido 
é extremamente importante para as competências e habilidades necessárias para 
a sua formação profissional. Assim, identificar as ideias centrais destes materiais é 
compreender que esta leitura precisa ter um engajamento reflexivo por parte do leitor. 
Freire (1999, p. 11) reafirma esta posição quando diz que “a compreensão do texto a 
ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o 
contexto”. 
A leitura dos alunos não pode limitar-se à decodificação. Formar um aluno que 
realize uma leitura proficiente e seja crítico supõe formar alguém cuja com-
preensão da leitura ultrapasse a simples decodificação, alguém que construa 
um significado através dos elementos linguísticos e dos elementos implícitos 
no texto, que estabeleça relações com outros textos já lidos, posicionando-se 
diante das ideias do autor (FERREIRA, 2009, p. 29).
A capacidade de leitura e escrita para além da decodificação é fundamental para 
que a leitura seja proficiente. E para que esta condição seja efetivada para a eficácia na 
leitura de textos, vamos observar algumas orientações (NEVES apud MUNHOZ, 2011, 
p. 128-129):
• Aprender a “falar” a língua que se “lê”, o que cria o costume de falar e ler 
corretamente e influencia também na compreensão do texto.
• Adquirir familiaridade com a leitura e aproveitar para ler revistas, jornais 
e outros textos. Ter em mente buscar aumentar ou corrigir seu vocabulário, o 
que ajuda a completar a primeira orientação.
• No começo das atividades, procure ler pausadamente e identificar os ele-
mentos assinalados.
• Procure entender o significado e a razãode uso dos sinais de pontuação, das 
letras maiúsculas, das letras minúsculas, das margens do texto, com a intenção 
de reproduzir ou construir um enredo, seus personagens, raciocínios, argu-
mentos e linhas de tempo. 
• Compreender a importância da leitura para a sua vida pessoal e social. 
Transforme-a em um hábito que o leve a gostar de ler.
• Use a postura mais adequada para a leitura, sentado e em silêncio.
• Procure, individualmente ou com ajuda dos professores especialistas ou re-
gentes, dos orientadores acadêmicos ou de seus colegas de curso, administrar 
a escolha de livros.
• Caso encontre alguma palavra que não compreenda, não pare a leitura do 
texto, anote ou marque para buscar seu significado em algum dicionário, a 
menos que isso impeça a compreensão das formas de escrita.
• Fale com seus colegas de trabalho, familiares e colegas de estudo sobre suas 
leituras e troque impressões sobre leituras comuns.
• As transformações impostas pela tecnologia apenas mudam de lugar. As 
bibliotecas tornam-se virtuais, mas não perdem o seu encanto como local 
onde se encontra um tesouro do conhecimento construído historicamente pela 
humanidade.
• Procure ampliar seu leque inicial de leituras: busque enciclopédias, mapas, 
atlas, manuais, revistas, livros de todos os tipos e sobre todos os assuntos.
• Procure leituras de aprofundamento de texto e crie condições para adquirir 
o amadurecimento intelectual.
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NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
• Procure dialogar com o texto, como se estivesse em uma conversa com seu 
autor. Busque dar um significado pessoal àquilo que lê. Essa atividade evita 
um dos grandes problemas em nosso meio acadêmico, que é a dificuldade de 
compreender o texto, aquilo que se lê.
 
Além destas orientações à leitura, é importante interpretar a escrita de um texto. 
Campanaro (2007 apud MUNHOZ, 2011, p. 132) nos apresenta dicas fundamentais para 
uma interpretação de sucesso. São elas:
• Ler todo o texto e procurar ter uma visão geral do assunto.
• Se encontrar palavras desconhecidas, não interromper a leitura, prosseguir 
até o fim.
• Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três 
vezes ou mais.
• Voltar ao texto quantas vezes precisar.
• Esclarecer o vocabulário.
• Entender o vocabulário.
• Viver a história.
• Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor.
• Interpretar o que o autor escreveu e não o que você pensa.
• Dividir o texto em pedaços (parágrafos, partes).
• Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafos, partes) do texto correspon-
dente.
• Ativar sua leitura.
• Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas.
• Procurar um fundamento de lógica objetiva quando o autor apenas sugerir 
uma ideia.
• Tomar cuidado com as opiniões pessoais. Elas não devem prevalecer para 
que se compreenda o texto.
• Sentir, perceber a mensagem do autor.
• Descobrir o assunto e procurar pensar sobre ele.
• Procurar estabelecer as opiniões expostas pelo autor e definir o tema e a 
mensagem embutidos no texto.
• Perceber as ideias defendidas pelo autor.
• Lembrar que os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são impor-
tantíssimos na intepretação do texto.
Assim, ao optar pelo ensino a distância ou presencial, é totalmente relevante 
ficarmos atentos a estas dicas. Desta forma, dificilmente você encontrará dificuldades 
em estudar neste processo que é autônomo. Claro que cada um buscará a melhor forma 
de se adequar. 
 
É importante lembrar que cada pessoa (leitor) irá interagir com o texto de formas 
diferentes, dependendo sempre dos conhecimentos prévios que este tem sobre o assunto 
e dos objetivos e intenções sobre a leitura realizada.
 
Dando continuidade, vamos compreender as dicas para se efetuar uma boa leitura.
32 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
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2.1 TÉCNICAS DE LEITURA 
 
Vargas (2009) afirma que ler significa para sempre o ato de compreender, 
estabelecer relações inicialmente individuais com cada objeto ou ser que nomeia, 
ampliando-as mais tarde. Ao fazer este movimento, descobre-se a função desse objeto 
no contexto em que está inserido. 
 
Ainda de acordo com Vargas (2009, p. 26), a palavra ler vem do latim legere, 
significando ler e colher.
A leitura constitui-se em uma das atividades humanas essenciais: penso, falo, 
ouço, escrevo e leio [...] Ler, portanto, significa colher conhecimentos, e o co-
nhecimento é sempre um ato criador, pois me obriga a redimensionar o que já 
está estabelecido, introduzindo meu mundo em novas séries de relações e em 
um novo modo de perceber o que me cerca.
 
A leitura como conhecimento é fruir o texto, descobrir a vida em suas malhas. 
Significa perceber a realidade de forma mais palpável por meio da impalpável trama 
da linguagem (VARGAS, 2009). 
FIGURA 2 – GOSTO PELA LEITURA 
FONTE: Disponível em: <http://concursologia.com/wp-content/uploads/2017/01/
shutterstock_151586948-800_0.jpg>. Acesso em: 5 maio 2017.
Precisamos considerar que o desenvolvimento pelo gosto da leitura passa por 
três momentos, são eles (VARGAS, 2009, p. 29):
• “Os processos cognitivos envolvidos no ato de leitura.
• O processo de dominação da realidade advindo do ato de ler e sua consequente 
formação-informação.
• A importância de conscientizar o aluno de todos esses processos”.
 
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NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
Desta forma, o ambiente de leitura é fundamental para alinhar estes três 
momentos. De acordo com Vargas (2009, p. 118), este ambiente “deve ser acolhedor, 
silencioso, evitando-se movimentações ou interrupções desnecessárias [...], pois deve 
contribuir para esse momento de intimidade em que leitor e texto fazem contato”.
 
Assim, para nos auxiliar a descrever os passos de um bom resultado de leitura, 
recorremos a Abaurre, Pontara e Fadel (2003, p. 289-291 apud FILHO, 2011, p. 1726 -1727):
1º PASSO: Delimitar a unidade de leitura (seleção) - O primeiro passo a ser tomado 
pelo leitor é o estabelecimento da unidade de leitura, que é o setor do texto que forma 
uma totalidade de sentido. Podemos considerar um capítulo, uma seção ou qualquer 
outra subdivisão. Ou seja, o autor se atém apenas à parte do conteúdo que lhe interessa. 
2º PASSO: Identificar o tema do texto - Esse passo nos indica que precisamos fazer 
as seguintes perguntas ao texto: do que trata o texto? Qual seria o seu foco principal 
(assunto em torno do qual as informações se organizam)? Qual o grau de conhecimento 
que tenho sobre esse tema? Alto (que me permita avaliar o que dito no texto a ser lido), 
médio (posso obter informações ainda ignoradas) ou baixo (em que é difícil julgar a 
qualidade das informações oferecidas pelo texto)? 
3º PASSO: Localizar o texto no tempo e no espaço - Nesse passo, devemos 
perguntar ao texto: quem é o seu autor? Quando o escreveu? Quais as condições da 
época em que produziu sua obra? Quais as principais características de seu pensamento? 
Quais as influências que recebeu e também exerceu? 
4º PASSO: Elaborar uma síntese do texto - Nesse passo será exigido que o 
leitor faça uma seleção e uma organização dos elementos mais importantes do texto, 
estabelecendo um critério de relevância (o que é mais importante? O que é menos 
importante?).
5º PASSO: Organizar as próprias ideias com relação aos elementos relevantes - 
Nesse ponto é preciso um posicionamento do leitor que decorrerá da avaliação do que 
foi dito com base nos critérios que se resolveu adotar para a elaboração da síntese. É 
importante verificar os conhecimentos prévios que se já possui sobre o tema. Com base 
nesses conhecimentos, adota-se uma posição em relação às novas informações: concordacom elas? Discorda delas? Por quê? 
6º PASSO: Demonstrar capacidade para interpretar dados e fatos apresentados 
- Agora, a partir das relações estabelecidas, o leitor deverá construir uma resposta para 
a seguinte pergunta: que sentido faz o que eu acabei de ler? 
34 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
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7º PASSO: Elaborar hipóteses explicativas para fundamentar sua análise das 
questões tematizadas no texto - O leitor deve procurar uma explicação para a razão 
de elas serem o que são. A elaboração das hipóteses explicativas para o conjunto de 
informações obtidas pela leitura do texto vai além do que foi dito pelo autor e permite 
que se construa um novo conhecimento acerca da questão tematizada. Estamos, pois, 
diante da conclusão do processo de leitura e construção de sentido do texto, isto é, a 
apropriação do texto lido pelo leitor.
Então, além destes passos, Duke e Pearson (2002 apud CANTALICE, 2004, p. 1) 
demonstram seis tipos de estratégias de leitura, são elas: predição, pensar em voz alta, 
estrutura do texto, representação visual do texto, resumo e questionamento. Veja os 
quadros para melhor compreensão.
FONTE: Duke e Pearson (2002 apud CANTALICE, 2004, p. 1)
FIGURA 3 – ESTRATÉGIAS DE LEITURA
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Ainda com relação ao resumo, Lourenço (2017) pontua quatro dicas para esta 
construção, até porque esta é uma ferramenta fundamental para o fechamento de suas 
leituras. São elas:
FIGURA 3 – ETAPAS DO RESUMO
FONTE: Adaptado de: <http://guiadoestudante.abril.com.br/blog/dicas-estudo/4-passos-para-fazer-
um-bom-resumo/>. Acesso em: 8 maio 2017.
Assim, caro leitor, acreditamos que estas dicas são importantes para a 
conscientização do significado da leitura, estas transformam-se em conhecimento e 
desdobramento de estratégias e decodificação aprofundada da leitura de um texto. 
Outra dica que pode ser proposta para o seu estudo na modalidade EaD são os mapas 
conceituais, que veremos a seguir. Antes, responda à autoatividade.
AUTOATIVIDADE 1
Duke e Pearson (2002 apud Cantalice, 2004, p. 1) demonstram seis tipos de 
estratégias de leitura. Sobre a estrutura do texto é correto afirmar:
a) Implica em antecipar, prever fatos ou conteúdos do texto utilizando o conhecimento 
já existente para facilitar a compreensão.
36 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
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b) Auxilia os alunos a aprenderem a usar as características dos textos, como cenário, 
problema, meta, ação, resultados, resolução e tema, como um procedimento auxiliar 
para compreensão e recordação do conteúdo lido.
c) Auxilia leitores a entenderem, organizarem e lembrarem algumas das muitas palavras 
lidas quando formam uma imagem mental do conteúdo.
d) É quando o leitor verbaliza seu pensamento enquanto lê. 
2.2 MAPAS CONCEITUAIS
Os mapas conceituais servem para dar uma visão mais abrangente do que vai 
ser estudado, devem ser usados principalmente quando o aluno já tem conhecimento 
do assunto, ou que pelo menos já tenha feito uma boa leitura ou síntese do texto, sendo 
ligados por palavras. Assim, esta técnica pode ser uma alternativa para você estudar 
na modalidade a distância.
O mapa conceitual é organizado por diagramas, estes podem estar dispostos 
horizontalmente, verticalmente ou bidimensionalmente. Para serem representados, 
necessitam fundamentalmente de três elementos: conceito, proposição e palavras de 
enlace (ONTORIA et al. apud SOUZA, 2017).
Por meio deste instrumento, sua aprendizagem poderá se tornar mais significativa. 
Conforme Ausubel, Novak e Hanesian (1980), a aprendizagem significativa incide na 
integração de novos conceitos à estrutura cognitiva do aprendiz, porque é possível 
relacioná-los com os saberes prévios.
Barbosa e Favere (2013, p. 180) apresentam possibilidades de aprendizagens 
propiciadas pelos mapas conceituais. 
Privilegia conceitos-chave; hierarquiza ideias, fazendo negociações de sig-
nificados; estabelece relações e integra conteúdos; favorece a negociação de 
significados e formas de estruturação; permite capacidade e análise de síntese; 
estímulo ao pensamento reflexivo e à construção social do conhecimento e 
proporciona o feedback. 
 
Assim, de acordo com Sacristán (2000, p. 304), o “mapa pode se referir a conceitos, 
fatos, dados relevantes, teorias, normas, princípios, generalizações etc.” 
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NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
FIGURA 4 – MAPA CONCEITUAL
FONTE: Disponível em: <htt p://rosangelamentapde.pbworks.com/w/page/9127635/Mapas%20
Conceituais>. Acesso em: 5 maio 2017.
Percebam que para se fazer um mapa conceitual, o conceito geral fi ca em 
evidência, em seguida usa-se palavras-chave ou frases simples de enlace, seguidas de 
conceitos intermediários entre estas palavras de enlace.
AUTOATIVIDADE 2
Que tal você tentar fazer um mapa conceitual dos assuntos que foram abordados? Fica a sugestão!Que tal você tentar fazer um mapa conceitual dos assuntos que foram abordados? Fica a sugestão!
DICA
Agora vamos compreender a importância da produção textual no Ensino 
Superior, afi nal, quando chegamos nesta etapa é relevante demonstrarmos produções 
textuais coerentes, coesas e interessantes, tendo em vista a cientifi cidade que emerge dos 
38 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
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trabalhos que serão produzidos e, muitas vezes, publicados em congressos, seminários, 
entre outros.
3 PRODUÇÃO TEXTUAL E SUA DIVERSIDADE
Mikhail Bakhtin, pensador russo que no início do século XX dedicou-se aos 
estudos da linguagem e da literatura, foi o primeiro a falar sobre gêneros. Segundo 
Bakhtin, os textos que produzimos, orais ou escritos, apresentam um conjunto de 
características relativamente estáveis, tenhamos consciência ou não delas. 
Bakhtin (1992) configura os diferentes textos em gêneros textuais ou discursivos, 
caracterizados por três aspectos, são eles: o tema (conteúdo), o modo composicional (a 
estrutura) e o estilo (usos específicos da língua). Ainda segundo o autor, “a riqueza e a 
variedade dos gêneros do discurso são infinitas, pois a variedade virtual da atividade 
humana é inesgotável”. (BAKHTIN,1992, p. 279).
FIGURA 5 – MIKHAIL BAKHTIN – 1895-1975
FONTE: Disponível em: <http://entrecruzandodiscursos.blogspot.com.
br/2010/12/mikhail-bakhtin.html>. Acesso em: 24 abr. 2017.
A escolha do gênero não é completamente espontânea, leva-se em conta algumas 
situações sobre essa comunicação, são elas: quem fala, sobre o que fala, com quem fala, 
com qual finalidade. 
Para Bakhtin, os gêneros têm seu próprio âmbito de existência e não podem ser 
substituídos aleatoriamente. O que determina o uso deste ou daquele gênero 
são as necessidades comunicativas dos membros de uma determinada esfera 
da atividade social (LIMA, 2007, p. 19).
39
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NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
Ainda segundo o autor, “os enunciados e seus tipos, isto é, os gêneros discursivos, 
são correias de transmissão entre a história da sociedade e a história da linguagem” 
(BAKHTIN apud LIMA, 2007, p. 19). 
Desta forma, Bakhtin classifica os gêneros do discurso em dois grupos: primários 
e secundários. Os gêneros primários “correspondem aos gêneros simples ou do cotidiano 
e são produzidos onde cada esfera da atividade humana se realiza, materializando-se 
em seu contexto específico, como a conversação informal face a face ou os bilhetes 
pessoais, informais” (LIMA, 2007, p. 19). Os gêneros secundários “[...] elaborados, porexemplo, romances, conferências acadêmicas, dramas, pesquisas científicas de toda 
espécie, entre outros. Esses [...] são desenvolvidos com base em um convívio cultural 
mais formal [...]” (LIMA, 2007, p. 19).
Assim, o acadêmico inserido no Ensino Superior, independentemente da 
modalidade escolhida, precisa ter clareza dos gêneros textuais, não apenas para 
compreendê-los, mas também para eventuais práticas linguísticas, por exemplo, as 
pesquisas científicas de toda espécie. 
Desta forma, o aluno inserido na modalidade EaD, ao fazer a leitura dos materiais 
de estudo (cadernos, materiais de apoio, objetos de aprendizagem, fórum, enquetes, entre 
outros) disponibilizados em seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, precisa exercer 
uma posição ativa, responsiva, concordando ou discordando total ou parcialmente do 
enunciado, da produção que lhe for apresentado. Ou ainda, na condição de autor, ter 
responsabilidade sobre as leituras e escrita destes textos, pensando sempre que estes 
chegarão para muitos destinatários. Para Bakhtin (2003, p. 301 apud LIMA, 2007, p. 22), 
[...] todo texto tem um destinatário, seja ele “um participante-interlocutor direto 
do diálogo”; seja ele “uma coletividade diferenciada de especialistas de algum 
campo especial da comunicação cultural”; seja ele “um público mais ou menos 
diferenciado, um povo, [...] uma pessoa íntima, um estranho etc.”. Seja qual for 
o destinatário, ele é sempre determinado pelo campo da atividade humana e 
da vida aos quais se referem os enunciados. São os destinatários, para quem 
falamos ou escrevemos, que determinam a composição e, em particular, o es-
tilo do enunciado. “Cada gênero do discurso em cada campo da comunicação 
discursiva tem a sua concepção típica de destinatário que o determina como 
gênero (op. cit.)”. 
 
Desse modo, o leitor precisa buscar uma diversidade textual/diferentes gêneros 
textuais ou discursivos que aprofundarão os seus estudos e habilidades linguísticas a 
partir dos seus interesses, ampliando o repertório fornecido pela instituição de ensino. 
 
Este movimento é satisfatório quando, desde cedo, nos aprofundamos e 
retomamos conceitos e áreas de interesse para produzir textos, artigos para possíveis 
publicações, possíveis destinatários dos discursos aprendidos e ampliados. 
40 NIVELAMENTO DE GESTÃO DO TEMPO NA AUTOAPRENDIZAGEM
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AUTOATIVIDADE 3
Bakhtin configura diferentes textos ou gêneros textuais em três aspectos básicos. 
Com relação à afirmação, marque a alternativa correta.
a) Tema (conteúdo), modo composicional (a estrutura) e o estilo (usos específicos da 
língua).
b) Tema (conteúdo), ferramenta composicional (a estrutura) e o estilo (usos específicos 
da língua).
c) Tema (conteúdo), modo composicional (a estrutura) e a recepção (usos específicos da 
língua).
ESTRATÉGIAS DE LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS 
NA UNIVERSIDADE: DA DECODIFICAÇÃO À LEITURA CRÍTICA
Urbano Cavalcante Filho (UESC, UFBA, IFBA) 
1 INTRODUÇÃO 
A leitura é uma habilidade indispensável à vida social. É através dela que 
entendemos o mundo e interagimos com o outro, seja nos estudos, na nossa comunicação, 
na forma de nos expressarmos, nos conhecimentos que ela nos proporciona. A 
necessidade pela leitura e pelo domí- nio da linguagem escrita em nossa sociedade é 
cada vez mais intensa. 
No mundo de hoje, são muitas as situações que exigem, cada vez mais, indivíduos 
com habilidades diversas em comunicação, capacidade leitora e interpretativa e boa 
desenvoltura redacional. 
Dessa forma, este texto, se utilizando de uma linguagem marcadamente didática, 
objetiva a apresentar e discutir os principais aspectos relacionados ao processo de leitura, 
em especial da leitura informativa ou de estudo, a fim de preparar o acadêmico enquanto 
leitor proficiente dos mais variados gêneros textuais que circulam na universidade. Com 
isso, o desenvolvimento dessa exposição perpassará os seguintes objetivos: i) conceituar 
leitura; ii) identificar os diferentes tipos de leitura e as fases da leitura de estudo; iii) 
reconhecer os níveis de leitura de um texto; iv) identificar os passos necessários para 
a garantia de uma leitura satisfatória de diferentes textos; v) ler, analisar e interpretar 
textos. Tomamos como alicerce teórico os postulados de Andrade (1999), Freire (1989), 
LEITURA COMPLEMENTAR
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Medeiros (2004), Paulo et al. (2001), Severino (2002) e, principalmente, as reflexões 
apresentadas por Cavalcante Filho (2010).
2 LER, LEITURA... O QUE É ISSO? 
O entendimento do conceito de leitura ultrapassa a concepção de decodificação 
do código escrito. Ou seja, a habilidade que se deve ter de leitura não é somente 
reconhecer e traduzir sílabas ou palavras (signos linguísticos), em sons, isoladamente 
(a decodificação), mas é atribuir significado àquilo que é lido. 
Buscando a definição do Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa, 
encontramos que leitura é: 
1. ato de decifrar signos gráficos que traduzem a linguagem oral; arte de ler. 2. 
ação de tomar conhecimento do conteúdo de um texto escrito, para se distrair 
ou se informar. 3. maneira de compreender, de interpretar um texto, uma 
mensagem, um acontecimento. 4. ato de decifrar qualquer notação; o resultado 
desse ato. 
No entanto, para compreendermos, de fato, o fenômeno da leitura, não basta o 
seu sentido dicionarizado. Por isso, vamos buscar a definição apresentada por Lajolo 
(1982, p. 59), que afirma: 
Ler não é decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. É 
a partir do texto, ser capaz de atribuir-lhe significado, conseguir relacioná-lo 
a todos os outros textos significativos para cada um, reconhecer nele o tipo de 
leitura que seu autor pretendia e, dono da própria vontade, entregar-se a esta 
leitura, ou rebelar-se contra ela, propondo outra não prevista. 
Nesse sentido, segundo a autora, a leitura é um processo de interlocução entre 
leitor/autor mediado pelo texto. É uma espécie de encontro com o autor, que está ausente, 
mas mediado pela palavra escrita. 
Paulino et al (2001, p. 11), ao discutirem o conceito de leitura, partem da etimologia 
da palavra ler, que vem do latim legere. Segundo os autores, na origem do vocábulo, 
encontram-se três significados: primeiro, ler significa soletrar, agrupar as letras em 
sílabas; segundo, ler está relacionado ao ato de colher, a leitura passa a ser a busca de 
sentidos no interior do texto, nessa concepção os sentidos vivem no texto, basta que eles 
sejam retirados, colhidos como uvas no vinhedo; e, terceiro e último sentido apontado 
vincula o ler ao roubar, isto é, o leitor tem a possibilidade de tirar do texto sentidos que 
estavam ocultos, o leitor cria até significados que, em princípio, não tinha autorização 
para construir. Nesta última acepção, o sentido nasce das vontades do leitor - o autor 
escreve o texto, mas quem lhe confere vida é o leitor.
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2.1. LER É IMPORTANTE? QUAL A FINALIDADE DA LEITURA? 
Ler adequadamente é mais do que ser capaz de decodificar as palavras ou 
expressões linearmente ordenadas em sentenças ou textos. Se as pessoas lessem assim, 
não seriam capazes de perceber quando um texto é irônico, não entenderiam “indiretas” 
e duplos sentidos, muitos avisos, e, além disso, a maior parte das piadas e textos de 
propaganda, por exemplo. 
Assim, ler adequadamente é sempre o resultado da consideração de dois tipos 
de fatores: os propriamente linguísticos (ou significados literais das palavras, os fatores 
sintáticos etc.) e os contextuais ou situacionais (que podem ser de natureza bastante 
variada).O bom leitor, por exemplo, é aquele capaz de integrar, ao interpretar um 
texto, estes dois tipos de fatores. Mas será que todos os tipos podem ser lidos da mesma 
maneira? 
As finalidades da leitura estão relacionadas com as diversas modalidades 
de leitura. Em alguns momentos, lemos com o objetivo de adquirir conhecimentos, 
noutros momentos buscamos simplesmente lazer ou entretenimento. Por isso que, da 
forma que lemos um jornal ou uma revista, em que a leitura pode ter como finalidade a 
informação, sobre fatos ou notícias, não lemos um romance, cuja finalidade é a distração, 
o entretenimento. 
3 TIPOS DE LEITURA 
Partindo do pressuposto de que os textos não são lidos da mesma maneira, 
interessa-nos perguntar: se há diferentes textos, quais são os tipos diferentes de leitura? 
Dentre os diversos tipos de leitura apresentados por muitos autores, podemos 
sintetizar, com base em Andrade (1999, p. 19-20), em: i) leitura de higiene mental ou 
recreativa; ii) leitura técnica; 3) leitura de informação; e 4) leitura de estudo. 
A leitura de higiene mental (ou recreativa) tem como objetivo trazer satisfação 
à inteligência, a distração, o entretenimento, o lazer. É o caso da leitura de romances, 
revistas em quadrinhos etc. A leitura técnica implica, muitas vezes, a habilidade de ler 
e interpretar tabelas e gráficos. Por exemplo: relatórios ou obras de cunho científico. Já a 
leitura de informação está ligada às finalidades da cultura geral. Por fim, temos a leitura 
de estudo, que visa à coleta de informações para determinado propó- sito, aquisição e 
ampliação de conhecimentos. 
De todos esses tipos de leitura, interessa-nos aprender como realizar uma leitura 
informativa ou de estudo, já que, a todo momento, no âmbito acadêmico nos deparamos 
com textos técnicos, teóricos, de cunho filosófico-científico Para isso, precisa dominar as 
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fases e as estratégias necessárias para a realização de uma leitura adequada e satisfatória 
dos seus textos, principalmente daqueles que constituem seu material de estudo.
3.1 FASES DA LEITURA INFORMATIVA OU DE ESTUDO 
Como visto, a leitura informativa ou leitura de estudos tem como objetivo adquirir 
e ampliar nossos conhecimentos, coletar dados e informações que serão utilizados na 
elaboração de um trabalho científico ou para responder questões específicas, sendo 
muito utilizada nas escolas, faculdades ou quando nos interessamos em conhecer algo 
novo. Por isso, além de conhecermos os aspectos para uma leitura proveitosa, é muito 
importante que conheçamos as fases da leitura informativa ou de estudo. 
Segundo Cervo & Bervian (1983, apud ANDRADE, 1999, p. 20- 21), as fases da 
leitura informativa ou de estudo são: 
i) leitura de reconhecimento ou pré-leitura: também classificada por outros 
autores como leitura prévia ou de contato, tem como finalidade dar uma vi-
são global do assunto, ao mesmo tempo em que permite ao leitor verificar a 
existência ou não de informações úteis para o seu objetivo específico; tratase 
de uma leitura rápida, “por alto”, apenas para permitir um primeiro contato 
com o texto;
 
ii) leitura seletiva: o objetivo é a seleção de informações mais importantes e que 
interessam à elaboração do trabalho em perspectiva;
 
iii) leitura crítica ou reflexiva: leitura de análise e avaliação das informações 
e das intenções do autor. A reflexão se dá por meio da análise, comparação e 
julgamento das ideias contidas no texto;
 
iv) leitura interpretativa: é a mais completa, é o estudo aprofundado das ideias 
principais, onde se procura saber o que realmente o autor afirma, quais os 
dados e informações ele oferece, além de correlacionar as afirmações do autor 
com os problemas em questão. 
Feita a análise e o julgamento daquilo que foi lido, o leitor está apto agora para 
fazer a síntese de tudo o que leu, a integrar os dados descobertos durante a leitura ao 
seu cabedal de conhecimentos.
4 NÍVEIS DE LEITURA: OS DEGRAUS DA ESCADA 
Geralmente, no primeiro contato com qualquer tipo de texto, normalmente o leitor 
se depara com a dificuldade de encontrar unidade por trás de tantos significados que o 
texto apresenta em sua superfície. Por isso que, para realizarmos uma leitura proveitosa, 
é preciso que saibamos os níveis pelos quais devemos passar para alcançarmos nosso 
objetivo de leitor. 
Segundo Mortimer J. Adler e Charles Van Doren (1940 apud MEDEIROS, 2004, 
p. 35), os níveis de leitura de um texto são: 
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i) elementar: leitura básica ou inicial. Ao leitor cabe reconhecer cada palavra de 
uma página. Leitor que dispõe de treinamento básico e adquiriu rudimentos 
da arte de ler; 
ii) inspecional: caracteriza-se pelo tempo estabelecido para a leitura. Arte de 
folhear sistematicamente; 
iii) analítica: é minuciosa, completa, a melhor que o leitor é capaz de fazer. É 
ativa em grau elevado. Tem em vista principalmente o entendimento; 
iv) sintópica: leitura comparativa de quem lê muitos livros, correlacionando-os 
entre si. Nível ativo e laborioso de leitura. 
5 TIPOS DE ANÁLISE DE TEXTO 
Para que nos tornemos um bom leitor, é preciso que saibamos analisar os textos 
com os quais nos deparamos, realizando uma leitura significativa e proveitosa destes. 
Com base em Severino (2002, p. 51- 58), as etapas de análise de um texto são: 
i) análise textual: esta é a primeira abordagem do texto com vistas à prepa-
ração da leitura. Uma espécie de primeira leitura do texto, buscando uma 
visão panorâmica, o que permite ao leitor sentir o estilo de escrita do autor e 
a estrutura do texto. Nessa etapa, é preciso que o leitor busque esclarecimen-
tos para melhor compreensão do texto: a) dados a respeito do autor do texto 
(busca que fornecerá elementos úteis para uma elucidação das ideias expostas 
no texto); b) estudo do vocabulário (levantamento dos conceitos e dos termos 
fundamentais para a compreensão do texto); c) esquematização do texto (que 
permitirá apresentar uma visão do conjunto da unidade); e d) resumo do texto 
com as ideias mais relevantes; 
ii) análise temática: é a etapa em que se procura ouvir o autor, apreender, sem 
intervir nele, o conteúdo da mensagem. É aqui que fazemos uma série de per-
guntas ao texto, como: de que fala o texto? como o texto está problematizado? 
qual dificuldade deve ser resolvida? qual problema a ser solucionado? como 
o autor responde à dificuldade, ao problema levantado? que ideias paralelas 
(secundárias) são apresentadas ao tema central? 
iii) Análise interpretativa: interpretar, em sentido restrito, é tomar uma posição 
própria a respeito das ideias enunciadas, é ler nas entrelinhas. Nessa etapa, que 
é a mais difícil e delicada, o leitor deve: a) situar o texto no contexto da vida 
e da obra do autor, assim como no contexto da cultura de sua especialidade, 
tanto do ponto de vista histórico, quando do ponto de vista teórico; b) associar 
as ideias do autor com outras ideias relacionadas à mesma temática; c) exercer 
uma atitude crítica diante das posições do autor em termos de validade dos 
argumentos empregados, originalidade do tratamento dado ao problema 
que está sendo discutido, profundidade da análise do tema, alcance de suas 
conclusões e consequências e apreciação e juízo pessoal das ideias defendidas. 
Essa estratégia é também chamada de leitura crítica; d) problematização: trata-
-se da discussão do texto; é o levantamento e debate de questões explícitas ou 
implícitas no texto; e e) síntese pessoal: é a reelaboração da mensagem com 
base na reflexão pessoal. 
6 COMO GARANTIR UM BOM RESULTADO DURANTE A LEITURA DE 
UM TEXTO? 
Para que possamos, enquanto leitores de um texto, coletar informações, 
verificandoa validade de tais informações, comparando-as ao seu conjunto de 
referências, procurando argumentos ou outras informa- ções para sustentar nossas 
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posições, é preciso que estabeleçamos alguns passos a serem dados no alcance desse 
nível desejável de leitura (ABAURRE; PONTARA; FADEL, 2003, p. 289-291). São eles: 
1º PASSO: Delimitar a unidade de leitura (seleção) - O primeiro passo a ser tomado 
pelo leitor é o estabelecimento da unidade de leitura, que é o setor do texto que forma 
uma totalidade de sentido. Podemos considerar um capítulo, uma seção ou qualquer 
outra subdivisão. Ou seja, o autor se atém apenas a parte do conteúdo que lhe interessa. 
2º PASSO: Identificar o tema do texto - Esse passo nos indica que precisamos fazer 
as seguintes perguntas ao texto: do que trata o texto? qual seria o seu foco principal 
(assunto em torno do qual as informações se organizam)? qual o grau de conhecimento 
que tenho sobre esse tema: alto (que me permita avaliar o que dito no texto a ser lido), 
médio (posso obter informações ainda ignoradas) ou baixo (em que é difícil julgar a 
qualidade das informações oferecidas pelo texto?) 
3º PASSO: Localizar o texto no tempo e no espaço - Nesse passo, devemos 
perguntar ao texto: quem é o seu autor? quando o escreveu? quais as condições da época 
em que produziu sua obra? quais as principais características de seu pensamento? quais 
as influências que recebeu e também exerceu?
4º PASSO: Elaborar uma síntese do texto - Nesse passo, será exigido que o 
leitor faça uma seleção e uma organização dos elementos mais importantes do texto, 
estabelecendo um critério de relevância (o que é mais importante? o que é menos 
importante?) 
5º PASSO: Organizar as próprias ideias com relação aos elementos relevantes - 
Nesse ponto, é preciso um posicionamento do leitor que decorrerá da avaliação do que 
foi dito com base nos critérios que se resolveu adotar para a elaboração da síntese. É 
importante verificar os conhecimentos prévios que se já possui sobre o tema. Com base 
nesses conhecimentos, adota-se uma posição em relação às novas informações: concorda 
com elas? discorda delas? por quê? 
6º PASSO: Demonstrar capacidade para interpretar dados e fatos apresentados 
- Agora, a partir das relações estabelecidas, o leitor deverá construir uma resposta para 
a seguinte pergunta: que sentido faz o que eu acabei de ler? 
7º PASSO: Elaborar hipóteses explicativas para fundamentar sua análise das 
questões tematizadas no texto - O leitor deve procurar uma explicação para a razão 
de elas serem o que são. A elaboração das hipó- teses explicativas para o conjunto de 
informações obtidas pela leitura do texto vai além do que foi dito pelo autor e permite 
que se construa um novo conhecimento acerca da questão tematizada. Estamos, pois, 
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diante da conclusão do processo de leitura e construção de sentido do texto, isto é, a 
apropriação do texto lido pelo leitor. 
Todos esses passos sugeridos para a garantia de uma boa leitura podem ser 
sintetizados nos cinco elementos que todo leitor deve identificar num texto. Ei-los: 
i) TEMA – ideia central ou assunto tratado pelo autor, o fenômeno que se 
discute no decorrer do texto; 
ii) PROBLEMA – aquilo que “provocou” o autor, isto é, pode ser visto como o 
questionamento de motivação do autor; 
iii) TESE: a ideia de afirmação do autor a respeito do assunto. O que o autor 
fala sobre esse tema? Que posição assume, que ideia defende? O que quer 
demonstrar? 
iv) OBJETIVO – a finalidade que o autor busca atingir. O objetivo pode estar 
implícito ou explícito no texto; 
v) IDEIAS CENTRAIS – ideias principais do texto. A cada parágrafo podemos 
selecionar ideias centrais ou secundárias.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nesse texto, vimos que a leitura é parte essencial na vida em sociedade. É através 
dela que nos comunicamos, interagimos com o outro, adquirimos conhecimento etc. 
Por isso, ler é muito mais do que decifra- ção do código escrito, é muito mais do que o 
reconhecimento das letras, das palavras... Ler é, antes de tudo, atribuição de sentido ao 
que se lê. Realizamos a leitura por diversas finalidades: para adquirirmos conhecimento, 
para distrairmos, para nos mantermos informados etc. Para cada finalidade de leitura, 
há um tipo específico de leitura.
Para finalizar, para a garantia de um nível desejável de leitura, é preciso que se 
obedeça a alguns passos, como a identificação de elementos básicos do texto, como: 
tema, problema, tese, objetivos, ideias centrais.
FONTE: Disponível em: <http://www.filologia.org.br/xv_cnlf/tomo_2/144.pdf>. 
Acesso em: 5 maio 2017.
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GABARITO DAS AUTOATIVIDADES
1 – B
2 – Sugestão a critério do aluno(a). 
3 - A
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Centro Universitário Leonardo da VinciRodovia BR 470, km 71, n° 1.040, Bairro Benedito
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