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Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autoras GIOVANNA VALENZA THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS GIOVANNA VALENZA Olá. Meu nome é Giovanna Valenza. Sou formada em Letras, com experiência técnico-profissional na área de Produção de Texto e Língua Portuguesa nos formatos Presencial e a Distância há mais de 10 anos. Faço edição e revisão de textos para várias editoras e também sou autora de materiais didáticos para EAD. Adoro dar aulas e escrever materiais, pois assim posso compartilhar minha experiência e meu conhecimento com aqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA Olá! Seja bem-vindo(a). Sou Thalyta Mabel. Graduada em Serviço Social e Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), tendo como objeto de estudo o Serviço Social na Previdência Social. Possuo experiência como docente, na graduação e na pós-graduação, tanto em instituições públicas quanto privadas, principalmente nas disciplinas de Política de Previdência Social e Social, Fundamentos Teórico-Metodológicos do Serviço Social, Trabalho de Conclusão de Curso, Metodologia Científica, Docência no Ensino Superior, Introdução à Educação a Distância, Introdução ao Ensino Superior e Tecnologias Educacionais. A minha trajetória acadêmica-profissional está ligada à área da Educação a Distância há aproximadamente 15 anos. Nessa larga trajetória atuo como Designer Instrucional de materiais didáticos para a EaD, desde a sua orientação pedagógica até o produto final, em Instituições de Ensino Superior (IES) Públicas e Privadas e de Educação Corporativa, como autora e organizadora de e-books e demais materiais didáticos, facilitadora de treinamento de professores/autores/conteudistas quanto à escrita de conteúdo dos materiais didáticos a serem utilizados na EaD nas IES e nas instituições de Educação Corporativa e também como tutora. Para que possamos obter êxito nessa caminhada rumo ao conhecimento acadêmico, recomendamos que você esteja atento aos conceitos aqui apresentados. Vamos começar. Autoras INTRODUÇÃO: para o início do desen- volvimento de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações es- critas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e inda- gações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoaprendi- zagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO A leitura e seus estágios .....................................................11 Leitura: como definir?.......................................................11 Estágios da leitura.............................................................17 Reconhecimento ou pré-leitura..............................18 Leitura seletiva.......................................................18 Leitura interpretativa ............................................19 Leitura crítica ou reflexiva.................................20 Os estágios da leitura nos estudos...................................23 Decodificação e diferenciação...........................................23 Os estágios da leitura nos estudos..................................24 Reconhecimento ou pré-leitura .......................................24 Leitura seletiva.......................................................27 Leitura interpretativa..............................................28 Leitura crítica ........................................................29 Análise de textos ...............................................................32 Análise ..............................................................................32 Análise textual.......................................................33 Análise temática....................................................33 Análise interpretativa e crítica.............................34 Uma nota sobre a leitura na educação a distância.................36 Elaboração de sínteses.....................................................38 Retenção e capacidade de síntese.....................................38 Etapas de elaboração de um resumo........................40 Introdução à Ead8 UNIDADE 02 Introdução à Ead 9 Olá! Seja bem-vindo (a)! Nesta unidade estudaremos temas importantes sobre habilidades que auxiliarão em muito nos estudos. A leitura é o primeiro passo para que o estudante consiga apreender o conteúdo, uma vez que encontramos o conhecimento em livros, artigos, vídeos (sim, podemos fazer uma leitura de imagens também!). Veremos que há várias definições e características da leitura, e vários estágios dela também. Porém, não basta ler, somente, é preciso compreender. E é por isso que conversaremos sobre interpretação. Por fim, você aprenderá a elaborar uma síntese, uma das maneiras de estudar que comprovadamente contribui muito para a retenção do conteúdo. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Introdução à Ead10 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender o conceito de leitura e seus estágios; 2. Utilizar os estágios de leitura nos estudos; 3. Ser capaz de analisar textos; 4. Aprender a elaborar uma síntese. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! OBJETIVOS Introdução à Ead 11 A leitura e seus estágios OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de compreender o conceito de leitura e os seus estágios. Isto será fundamental para aluno em formação na modalidade de ensino da educação a distância. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Leitura: como definir? Segundo o último Censo do IBGE (2018), existem 11,3 milhões de analfabetos no Brasil. Esse número vem diminuindo ao longo dos anos, porém, outro termo ganhou bastante destaque: o analfabetismo funcional. Você sabe a diferença entre analfabetismo e analfabetismo funcional? Analfabetas são as pessoas que não conhecem o alfabeto ou não sabem ler nem escrever e, os analfabetos funcionais são pessoas que sabem ler e escrever, mas não são capazes de interpretar o texto que leem, e essa parte da população corresponde a 30% dos brasileiros que têm entre 15 e 64 anos (AÇÃO EDUCATIVA; INSTITUTO PAULO MONTENEGRO, 2018). ACESSE: Veja gráficos sobre resultados da pesquisa sobre analfabetismo e analfabetismo funcional em: https://bit.ly/2QQnnxa https://bit.ly/2QQnnxa Introdução à Ead12 SAIBA MAIS: Às pessoas que sabem ler e escrever dá-se o nome de alfabetizadas e, às pessoas quesabem ler, escrever e conseguem usar essas habilidades nas demandas sociais são denominadas letradas. Mas o que significa ler? Você já parou para pensar nisso? Uma busca rápida em qualquer dicionário mostrará como definição de leitura o “ato de ler”, juntamente com “o ato de compreender o conteúdo de um texto escrito”. Porém, como acabamos de ver, há muitas pessoas que não conseguem compreender aquilo que leem. Sendo assim, podemos usar as duas definições para o ato da leitura? Figura 1 – A leitura é uma atividade exclusivamente humana Fonte: Freepik A leitura é uma atividade exclusivamente humana, que nos permite o acesso a um infinito conhecimento. Ela está intimamente ligada ao processo de aprendizagem. Por isso, o tema é amplamente estudado por várias perspectivas: do ponto de vista linguístico, é claro, mas também psicológico, biológico, social, entre outros. Introdução à Ead 13 Etimologicamente, a palavra vem do verbo em latim lego, cuja primeira acepção é “juntar, reunir”. Ele também significa “ler”, pois essa ação nada mais é que juntar e reunir as palavras, as sentenças e as partes de um texto. O educador Paulo Freire dedicou uma obra inteira ao assunto, “A importância do ato de ler”, em que afirma que “A leitura do mundo precede a leitura da palavra” (FREIRE, 1988). Nesse sentido, todos nós temos a capacidade de ler, já que estamos, a todo o momento, lendo a realidade que nos cerca, isto é, lendo o mundo. A definição apresentada no texto dos Parâmetros Curriculares Nacionais (2001, p. 53) é a seguinte: A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita etc. Vilson Leffa (1996, p. 11), pesquisador da UFRGS, define leitura como o “processo de interação entre o leitor e um determinado segmento da realidade, que é usado para representar um outro segmento”. Ao estudar o tema, o autor nos lembra das duas definições restritas de leitura, as quais são antagônicas: [...] (a) ler é extrair significado do texto e (b) ler é atribuir significado ao texto. O antagonismo está nos sentidos opostos dos verbos extrair e atribuir. No primeiro, a direção é do texto para o leitor. No segundo, é do leitor para o texto. Ao se usar o verbo extrair, dá-se mais importância ao texto. Usando o verbo atribuir, põe-se a ênfase no leitor. (LEFFA, 1996, p. 11) Leffa segue explicando que a melhor definição, por vários motivos, é a segunda: ler é atribuir significado ao texto. O autor explica: A qualidade do ato da leitura não é medida pela qualidade intrínseca do texto, mas pela qualidade da reação do leitor. A riqueza da leitura não está necessariamente nas grandes obras clássicas, mas na experiência do leitor ao processar o texto. O significado não está na mensagem do texto, mas Introdução à Ead14 na série de acontecimentos que o texto desencadeia na mente do leitor. (LEFFA, 1996, p. 14) Vamos concordar com o autor ao optar por essa definição, já que acreditamos que a leitura depende sim, mais do leitor do que do texto em si e da forma como o primeiro interage com o segundo. Isso vai ao encontro dos resultados que trazem as pesquisas no que se refere à taxa de analfabetismo funcional. Significa que aqueles que não compreendem o que está escrito não estão conseguindo interagir com o texto. E como podemos realizar a leitura de modo a interagir com o texto e alcançar a sua compreensão total? Para Leffa (1996, p. 25), Para compreender um texto devemos relacionar os dados fragmentados do texto com a visão que já construímos do mundo. Todo texto pressupõe essa visão do mundo e deixa lacunas a serem preenchidas pelo leitor. Sem o preenchimento dessas lacunas a compreensão não é possível. Para Andrade (2016, p. 1-2), tal definição é, hoje, muito mais complexa: Sabe-se que o conceito de leitura foi aperfeiçoado nas últimas décadas. Nos dias atuais, a leitura não se constitui um processo de decodificação do texto, nem somente a compreensão e interpretação do signo linguístico. Na verdade, a leitura possui uma dimensão mais ampla do que apenas atribuir significado às palavras e frases. Pereira, Souza e Kirchof (2012) afirmam que o ato de ler transcende à simples decodificação, compreensão e interpretação do signo linguístico, porquanto pressupõe o ato de dar sentido ao texto, o que estará sempre na dependência da vivência histórica do sujeito, do seu modo de pensar e olhar o mundo. O que observamos no comentário de Andrade (2016) é, novamente, que o foco está no leitor, o sujeito que olha para o texto. Podemos aproximar essa afirmação do que queremos dos nossos alunos, tanto no ensino presencial como no ensino a distância. A habilidade de leitura Introdução à Ead 15 é algo trabalhado na escola desde os primeiros anos. E assim deve ser em todos os níveis de ensino, já que os textos vão ganhando mais complexidade ao longo da vida escolar. Ora, se lemos e estudamos por meio da leitura durante a nossa vida toda, por que então, existem tantas pessoas que não conseguem compreender um texto? Segundo Silva, Ler é básico para o progresso na aprendizagem de qualquer assunto. A formação de um leitor competente, segundo os PCN (2001, p. 54), “só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de um trabalho que deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam socialmente”. (2011, p. 25) Tal questionamento é objeto de estudo de muitos pesquisadores, que tentam entender o que está errado na educação básica/ fundamental, por que motivo os alunos estão chegando muito fracos ao ensino superior, no que diz respeito à leitura, e o que pode ser feito para que a prática se torne hábito na população brasileira, assim como já acontece em outros países. Uma nota, antes de seguirmos: quando falamos de leitura, estamos nos referindo à leitura de objetos das mais variadas espécies. Podemos ler um texto, um filme, uma obra de arte, até mesmo uma expressão facial, já que, como apontou Freire, a leitura do mundo vem antes da leitura da palavra. Nesse sentido, estamos lendo (e interpretando) todas as coisas a todo o momento. Nesta unidade, porém, vamos nos deter à leitura de um texto escrito, que constitui a maior fonte de pesquisa para os estudantes. Ainda que existam materiais em outros formatos, vamos nos concentrar no texto escrito por se tratar de objeto de fundamental importância, e que ainda causa muita dificuldade de interpretação por parte dos alunos. Introdução à Ead16 REFLITA: Com certeza você já teve dificuldade de ler e compreender um texto, não é mesmo? Muitas vezes parece que estamos lendo um texto escrito em outra língua, tão distante nos parece do que costumamos ler no dia a dia. Por que será que isso acontece? Problemas de compreensão de texto começam a aparecer já na infância, assim que começamos a “juntar as palavras”, e nunca mais deixam de existir. De tempos em tempos nos deparamos com algo difícil de compreender, seja no nosso dia a dia, como leitores de jornais e revistas, seja no contexto acadêmico, como leitores de ciência. Mas ninguém pode negar que a leitura é essencial para a nossa vida escolar, nos mais diversos níveis. Observe o que afirmam Lakatos e Marconi (2018, p. 1) à respeito da importância da leitura para os estudos: [A leitura] favorece a obtenção de informações já existentes, poupando o trabalho da pesquisa de campo ou experimental. Ela propicia a ampliação do conhecimento, abre horizontes na mente, aumenta o vocabulário, permitindo melhor entendimento do conteúdo das obras. [...] Dois são os seus objetivos fundamentais: serve como meio eficaz para aprofundamento dos estudos e para aaquisição de cultura geral. De fato, a leitura é uma atividade complexa. Na sequência, você verá que muitas vezes, não é na primeira leitura que chegamos a uma compreensão total. Existem alguns estágios para chegar a uma compreensão completa de um texto escrito, de modo que se possa refletir sobre ele. Introdução à Ead 17 Estágios da leitura Os estágios da leitura dizem respeito ao nível de compreensão que uma pessoa tem ao ler um texto, desde o seu primeiro contato com ele até a fase em que é capaz de realizar uma leitura crítica a respeito do que foi abordado. Figura 2 – Os estágios da leitura dizem respeito ao nível de compreensão que uma pessoa tem ao ler um texto Fonte: Freepik VOCÊ SABIA? A informatividade de um texto é medida pelo grau de intimidade que o leitor tem com determinado assunto. Quanto mais uma pessoa sabe sobre um tema, menos informativo, para ela, vai ser um texto sobre esse tema, e vice-versa. Por exemplo: se você é fã de super-heróis, um texto que explica as características dos super-heróis vai ser menos informativo para você do que para uma pessoa que nunca se interessou por eles. Logo, não podemos dizer que um texto é bastante informativo ou não, pois isso vai depender mais do que o leitor sabe sobre o assunto do que do conteúdo do texto. Introdução à Ead18 Vamos conhecer, a partir de agora, os quatro estágios: Reconhecimento ou pré-leitura; Leitura seletiva; Leitura interpretativa; Leitura crítica (ou reflexiva) e suas características. Reconhecimento ou pré-leitura Aa leitura superficial do texto serve para se ter uma ideia do que ele trata – seu conteúdo e sua organização. No caso de textos de jornal, por exemplo, trechos são destacados para fazer com que o leitor observe quais são as principais partes. O título e subtítulo (se houver) são extremamente importantes, pois chamam a atenção para o tema principal que será abordado. Nesse estágio, o leitor pode responder à pergunta: de que trata o texto? Assim, ele tem uma visão global do assunto, porém, não se aprofundará em subtemas ou informações mais específicas. É muito comum hoje, nas redes sociais, nos depararmos com títulos de textos. E muitas vezes, ficamos só no título: não lemos o texto, nem sequer clicamos no link para acessar mais informações sobre o assunto. Está aí uma boa maneira de confirmar de que modo fazemos essa leitura de reconhecimento. Faça o teste. Quando estiver em uma rede social e se deparar com uma notícia, pare para refletir: o título me chamou a atenção? Eu estou interessado em saber mais sobre isso? Leitura seletiva Neste segundo estágio de leitura, a pessoa realiza uma leitura mais atenta do texto, inspecionando-o. Ela presta atenção nas sentenças, compreende o contexto envolvido na sua produção. Aqui, o leitor ainda não faz uma leitura minuciosa, mas inicia esse processo, separando aquilo que é essencial e deixando de lado o que é desnecessário. Vamos continuar com o exemplo de uma notícia que você encontrou ao navegar em sua rede social. Você se interessou pelo assunto e quer saber mais: se tiver acesso ao texto completo da notícia, Introdução à Ead 19 de que forma você vai lê-lo? Vai passar o olho para “pescar” algumas informações relevantes ou vai ler atentamente? É bem provável que você dê uma “sondada”, uma passada de olho nesse momento. E isso vai fazer com que se interesse ou não por uma leitura mais minuciosa. Leitura interpretativa Na leitura interpretativa, o leitor consegue identificar as informações que estão sendo colocadas no texto, bem como o que o autor dele quer dizer. O leitor analisa as partes do texto – introdução, desenvolvimento, conclusão – estabelecendo uma correlação entre elas. Aqui, a leitura é minuciosa e não se perde nada. Se há alguma palavra que o leitor não conhece, ele vai procurar o seu significado e, se algo passou despercebido durante a leitura, o leitor vai voltar atrás para entender melhor. Figura 3 – O terceiro estágio da leitura compreende a fase interpretativa Fonte: Freepik Introdução à Ead20 Neste estágio, o leitor é capaz de entender a intenção do autor ao escrever aquele texto, e de relacionar o seu posicionamento com outros textos que já leu. É importante dizer que, neste caso, o aproveitamento do texto dependerá da bagagem que o leitor já tem acerca do assunto. Se houver alguma referência ou uma informação implícita (um pressuposto), o leitor experiente será capaz de localizá-la. Continuando com o exemplo do texto encontrado na rede social, o leitor após se interessar sobre o tema e fazer uma leitura seletiva, mergulha de fato, em todas as suas partes, percebendo alguns fatores, por exemplo: como foi construído, por que, em que contexto. Assim, o leitor é capaz de falar sobre o assunto, explicando a outras pessoas aquilo que leu. Leitura crítica ou reflexiva Neste estágio podemos dizer que há uma compreensão maior do texto por parte do leitor, pois ele reflete de maneira crítica sobre o conteúdo. Ele compara, julga as informações apresentadas de modo a tomar uma posição. Nesta fase, portanto, o leitor vai além da mensagem do texto, fazendo juízo de valor a respeito daquilo que leu. Neste nível, que é o último, o leitor já é capaz de responder criticamente ao texto que leu, pois compreende todas as suas nuances – o tema tratado, as partes do texto, de que modo foi construído, a intenção do autor, o contexto em que foi escrito, como se relaciona com o mundo e com outras produções sobre o mesmo tema etc. – e, além disso, consegue julgar o texto, estabelecendo a ele um valor a partir do que já leu sobre o assunto: é um texto mais completo? Cai em contradição? É coerente e apresenta concisão? A opinião do autor é bem fundamentada? Está de acordo com a minha? Vai de encontro com a de outros autores? No exemplo que utilizamos, finalizado este estágio de leitura – e somente após isso –, o leitor poderia escrever sobre o assunto, fazendo uma crítica (positiva ou negativa) a respeito do texto, pois tem total intimidade e compreensão daquilo que leu que é capaz de opinar sobre. Introdução à Ead 21 Quadro 1 - Estágios da leitura Fonte: Adaptado de Lakatos e Marconi (2019) REFLITA: A partir de sua experiência com o uso de redes sociais e observando o comportamento dos outros, você acredita que as pessoas realizam uma leitura crítica dos textos antes de compartilhá-los ou de comentar sobre eles? Retomando os quatro níveis de leitura, podemos estabelecer um quadro que sintetiza o que acontece em cada um deles: Estágio Definição Questão Reconhecimento ou pré-leitura Leitura superficial Qual é o tema? Seletiva Inspeção Quais são as principais informações que o texto traz? Interpretativa Leitura minuciosa Qual é o posicionamento do autor sobre o tema? Crítica ou reflexiva Julgamento do conteúdo Concordo ou discordo do posicionamento do autor e por quê? É fundamental que você aluno, que está em formação profissional e que está realizando está formação em um curso na modalidade a distância, atente-se para as informações que foram apresentadas até aqui. Faça da leitura a sua aliada no processo da aprendizagem. Introdução à Ead22 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir o que vimos. Você deve ter aprendido que as definições de leitura e teve a oportunidade de conhecer os seus quatro estágios ou níveis: o reconhecimento, a leitura seletiva, a interpretativa e a crítica. É muito importante que você aluno, faça com que a leitura se torne um hábito, pois dessa forma, conseguirá passar por esses estágios de modo a compreender e julgar um texto. Introdução à Ead 23 Os estágios da leitura nos estudos OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de identificar e utilizar esses estágios de leituraem seus momentos de estudo. Isto será fundamental para você em processo de formação profissional. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Decodificação e diferenciação Como vimos no capítulo anterior, uma primeira definição de leitura seria a de extrair significado do texto. Seria como decodificar os símbolos que ali estão colocados. Porém, já vimos que essa não é a melhor maneira de conceituar o ato de ler. Estamos entendendo aqui, a leitura como uma atividade além da decodificação: ela depende do sujeito leitor e da sua experiência, constituindo-se um processo interacional. Ao ler, estamos estabelecendo uma relação com o texto, relação esta que será diferente para cada leitor, pois depende da bagagem que ele tem, do que ele espera do texto, de como ele o recebe. Vamos imaginar que você está assistindo a um filme pela primeira vez, e a primeira leitura que faz dele é mais superficial, você pode não entender algumas partes, outras podem até passar despercebidas; você está focado no enredo, numa primeira camada da história, que é a mais explícita e que a maioria dos espectadores vai compreender. Na segunda vez que você assiste a esse filme, como já conhece o enredo, presta atenção em aspectos menos evidentes e, descobre alguns efeitos de sentido, detalhes que passaram despercebidos da primeira vez. Além disso, os espectadores de uma época podem assistir a esse filme de maneira diferente daquela que pessoas de décadas anteriores o assistiram. E o que podemos comprovar com isso? Que o sentido ou a compreensão de uma obra (seja ela um filme, um texto) não está na Introdução à Ead24 forma como ela foi elaborada, e sim na relação estabelecida entre ela e o seu leitor. E quando mais experiente for o leitor, melhor será a interação entre ele e o objeto que está lendo. Afinal, as nossas leituras constituem nosso repertório. Sendo assim, que tal nos aprofundar nos estágios da leitura, utilizando-os em nossos momentos de estudo? Parece complicado, mas a prática fará com que a leitura se torne algo cada vez mais confortável. Os estágios da leitura nos estudos Para ilustrar como isso acontece em um ambiente escolar ou acadêmico, vamos tomar como exemplo um aluno que esteja pesquisando sobre o tema “novas tecnologias na educação a distância”, passando pelos quatro estágios de leitura. Vamos lá! Reconhecimento ou pré-leitura Como vimos, há um estágio anterior ao que consideramos, de fato, uma leitura. É aquele momento em que nos deparamos com uma manchete de jornal, a capa de um livro, mas ainda não sabemos mais detalhes sobre o texto dentro dele. Chama-se pré-leitura ou leitura de reconhecimento. Utilizamos esse nível de leitura quando procuramos referências sobre um tema que estamos estudando: fazemos uma seleção de documentos relevantes a respeito de determinado assunto a partir de uma leitura pré-seletiva, observando a capa de um livro, seu sumário, o título de um artigo, o texto de introdução ou conclusão, por exemplo. No caso do aluno, seria o ponto de partida, isto é, a procura por materiais que tratem do tema “novas tecnologias na educação a distância”. Uma rápida busca na internet vai gerar alguns primeiros resultados. É importante que você saiba que na unidade seguinte veremos as técnicas a serem utilizadas no momento da busca na internet através dos buscadores. Então, recomendamos que você associe os conhecimentos adquiridos nas duas unidades para que tenha proveito em seus estudos. Introdução à Ead 25 Voltamos ao que estávamos comentando anteriormente, que era a busca por materiais na internet. Vejamos o que o resultado nos apresentou. Quadro 2 - Exemplos de resultados. 1. EAD e as Novas Tecnologias O atual sucesso da modalidade de Ensino a Distância (EAD) só se faz possível devido à constante evolução das Tecnologias de Informação e de Comunicação. 2. Conheça as tecnologias usadas no ensino a distância - EAD São milhares de novos cursos superiores autorizados pelo MEC todo ano e essa modalidade de ensino tem tornado possível o sonho do diploma para muitas... 3. 9 tecnologias para EAD essenciais nos cursos à distância As novas tecnologias agora incluem fóruns de discussão, e-mail, gravações de áudio e vídeo, biblioteca virtual, etc. www.epdonline.com.br › noticias › EaD-a-tecnologia-a-favor-da- educ... 4. EAD: A tecnologia a favor da educação | EPD Online O ensino a distância (EAD) é uma modalidade que usa a tecnologia... e realizar um curso que possibilite a conquista de novos caminhos. 5. As novas tecnologias a serviço da educação à distância Nos anos 1996, a nova LDB, Lei nº. 9.394/96 contemplou novos avanços a EaD, estabelecendo a regulamentação da modalidade de Educação a Distância ... 6. Educação a distância e as novas tecnologias Consulta a “material já elaborado, constituído principalmente de [...] artigos... Seguindo esse raciocínio, a EaD é fruto de tecnologias que possibilitaram o seu. Introdução à Ead26 7. Seminário discute uso da tecnologia na EAD - MEC A tecnologia tem sido uma importante ferramenta para a melhoria da... Em educação a distância e em novas tecnologias de aprendizagem Fonte: as autoras Com essa lista de resultados, o aluno fará uma pré-leitura para descartar os textos que não são relevantes para o seu trabalho. Por exemplo: textos sem autoria ou de sites não acadêmicos. Ele vai preferir livros e artigos científicos sobre o tema, pois estes podem servir como referenciais teóricos. Vamos imaginar que o aluno tenha escolhido o artigo que aparece no sexto resultado dessa lista: “Educação a distância e as novas tecnologias”. O fato de se tratar de um artigo já é um ponto positivo para que o texto faça parte da sua lista de referências utilizadas no trabalho, pois contém um autor e foi publicado em alguma revista científica, o que, por si só, lhe confere credibilidade. Além disso, o título confirma que vai abordar o assunto que é tema da pesquisa do aluno. Neste estágio, o aluno pode ler o título, o resumo do artigo, a introdução, mas não mais que isso – do contrário, já estaria na fase posterior de leitura. Observe que, ao ler o resumo, o aluno é capaz de saber que se trata de material relevante para a sua pesquisa: RESUMO As inovações tecnológicas transformaram nossa relação num ambiente constante de troca de informações, que caracteriza a sociedade moderna e os indivíduos das gerações “Z” e Millennials, surgidos no contexto da internet e das redes sociais. A irreversibilidade desta realidade se confirma no surgimento dos softwares de Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e na evolução tecnológica por qual passa a Educação a Distância (EaD). A metodologia deste estudo é uma pesquisa de caráter qualitativo e cunho bibliográfico, no objetivo de analisar a evolução tecnológica Introdução à Ead 27 dessa ferramenta, suas aplicações e características – positivas e negativas – apontando desafios e tendências. Os resultados indicaram que a evolução tecnológica e modernização da EaD se deu graças ao desenvolvimento das TICs, identificando-se duas fortes tendências para o futuro: o mobile learning e a gamification. No Brasil, o atraso tecnológico – falta de acesso à internet (inclusão digital) e social – qualificação de profissionais; são consequência da falta de Políticas Públicas que contemplem a Educação e desafios da EaD no país. Portanto, novas linhas de pesquisa relacionadas a esta discussão teórica podem ser feitas e espera-se que este trabalho tenha contribuído para instigar a pesquisa acadêmica na Educação, visando uma sociedade com melhores expectativas para o futuro. (MENDES; ZAFINO, EZEQUIEL, 2018, p. 1) Conseguiu compreender a importância de se analisar bem os resultados de uma pesquisa realizada na internet como também de verificar a autenticidade, credibilidade e confiabilidade dos resultados?Veja o quanto é importante você saber desse assunto para que a partir de então tenha proveito nas elaborações dos seus trabalhos acadêmicos. TESTANDO: Recomendamos a você agora que realize uma busca na internet seguindo os passos que apresentamos e em seguida análise o seu material. É importante você se auto avaliar sobre o seguinte: será que até agora eu estava realizando as buscas da maneira correta? O que posso fazer para melhorar as minhas buscas e obter bons resultados? Leitura seletiva Chega o momento de realizar uma leitura de sondagem, identificando os subtemas tratados, “passando o olho” para verificar se este texto corresponde às expectativas do leitor quanto ao conteúdo abordado. Introdução à Ead28 Em trabalhos acadêmicos, os subtítulos são muito importantes. Se estiverem nítidos no artigo, é possível perceber a hierarquia dos assuntos tratados e ter uma ideia de como foi construído o texto. No caso deste artigo em análise, alguns subtemas se destacam e já é possível confirmar que o texto será útil para a pesquisa. Uma olhada rápida sobre o texto garante que o tema das tecnologias aparece constantemente, com definições, exemplos etc. Aqui nessa fase devemos garimpar o que temos em mãos. Uma vez verificada a relevância do trabalho, chega-se à decisão de ler o texto de maneira mais minuciosa. É quando se passa para o outro estágio. Vamos lá! Leitura interpretativa Neste estágio, o pesquisador observa e relaciona o que está escrito no texto com aquilo que busca solucionar. Também compara o posicionamento do autor de acordo com teorias de outros pesquisadores, localizando-o em determinada escola de pensamento. Trata-se de uma leitura mais atenta, em que se pode destacar os trechos que servirão para corroborar a opinião do estudante em seu trabalho. Por exemplo: se o aluno está pensando em trazer o uso dos aplicativos de smartphones como uma nova tecnologia que auxiliará o EAD, neste artigo que está lendo, poderá utilizar os seguintes trechos: O desenvolvimento recente de tecnologias móveis, como smartphones e tablets, vem permitindo o uso de informações fornecidas e compartilhadas por aplicativos (OLIVEIRA FILHO, 2012) e se tornando cada vez mais popular como nova forma de acesso à informação e ao ensino/ aprendizado, pois são dinâmicos e contam com a vantagem da mobilidade – tecnologia acessível em qualquer local (QUEIROZ et al, 2014) e que demanda menor investimento em infraestrutura. Para acessar um AVA é necessário o uso de um computador, enquanto que no conceito do Mobile Learning (Aprendizado Móvel), qualquer dispositivo com acesso a rede sem fio (wireless) é uma ferramenta de estudo. (MENDES; ZAQUINO; EZEQUIEL, 2018, p. 8) Introdução à Ead 29 O uso de aplicativos na Educação a Distância pode promover o ensino e auxiliar o aluno na construção e socialização do saber (QUEIROZ et al, 2014), sendo que as redes sociais têm ganhado destaque como a primeira ou mais recorrente forma de interação da maior parte das pessoas (OLIVEIRA FILHO, 2012). Chats e fóruns e/ou redes com estrutura semelhante ao LinkedIn, pautadas na interatividade (BISSOLOTTI; NOGUEIRA; PEREIRA, 2014) trazem como conceito o Flipped Classroom. A ideia surgiu nas escolas do ensino médio americano, com Jonathan Bergman e Aaron Sams, para atender alunos que precisavam se ausentar e quando regressavam, discutiam dúvidas e davam contribuições em momentos de reflexão. A iniciativa se estendeu a todos os alunos, sendo conhecida como blendedlearning: inversão lógica das aulas – os alunos decidem o conteúdo teórico das disciplinas, apresentam conceitos, autores e diferentes proposições a respeito do tema de estudo (SCHNEIDER et al, 2013) com apoio do professor que funciona como um facilitador para o processo de aprendizagem. (MENDES; ZAQUINO; EZEQUIEL, 2018, p. 9) Com a leitura interpretativa, o aluno já está munido das informações que precisava para continuar o seu trabalho. Na próxima etapa, fará uma leitura que lhe permitirá criticar as ideias apresentadas pelo autor no que se refere ao tema estudado. Leitura crítica Por fim, o aluno chega à etapa mais complexa dos estágios da leitura, em que é capaz de refletir sobre o texto fazendo juízo de valor. Neste momento, o leitor procura trechos com que concorde e que discorde, se for o caso. Em seu trabalho, poderá utilizá-los para enriquecer sua linha de raciocínio. Vejamos um exemplo. Suponha que o aluno seja contra o uso de jogos na EAD, pelo motivo de que, pela sua experiência pesquisando esses recursos, acredita serem os jogos educativos, ferramentas não Introdução à Ead30 atrativas como os jogos comuns. Ao encontrar o seguinte trecho no artigo, poderá fazer uso dele para discordar: A massificação de conteúdo tem sido uma das preocupações ao se introduzir elementos computacionais e da web no ensino/aprendizado. Seu efeito potencializador na construção do conhecimento, interpretação e compreensão de contextos e na formação do senso crítico e reflexivo, têm levado a trabalhar EaD numa lógica de jogos e Alves (apud OLIVEIRA FILHO, 2012) esclarece que o papel e a responsabilidade da escola é atentar para as necessidades e demandas modernas. Os jogos enquanto ferramentas de aprendizagem são lúdicos, excitantes e transformam o esforço em algo que traz satisfação (OLIVEIRA FILHO, 2012). Neste contexto a gamificação (gamification) tem sido incorporada a dinâmica e as formas de EaD, com elementos, mecanismos e técnicas (NAVARRO, 2013) para reduzir a baixa autoestima, o desestímulo nos espaços de interação grupal (QUEIROZ et al, 2014) e trabalhar a motivação síncrona para maior sinergia (FARIAS, 2013). Por tornar as atividades menos cansativas, engajar as pessoas para resolver problemas e encorajar a aprendizagem (KAPP, 2012), estimular a traçar e conquistar metas, e obter feedback de seu resultado (NAVARRO, 2013), tem sido benéfico na Educação a ação de aprender com o jogo para desenvolver várias dimensões humanas (OLIVEIRA FILHO, 2012). Percebeu como esse último estágio da leitura é bem mais complexo? O leitor, além de decodificar, selecionar, interpretar, agora é capaz de avaliá-lo, de se posicionar contra, caso seja pertinente ao seu trabalho. Neste momento o leitor já é capaz de transformar em autor, pois além de ler, está produzindo conteúdo a partir disso. Entendidos os estágios ou níveis de leitura? Sugiro que você, ao ler os próximos textos, faça o teste. Escolha um texto para fazer uma leitura passando pelos seus quatro níveis e depois comente com seus colegas sobre a sua experiência. Introdução à Ead 31 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Neste capítulo você aprendeu como utilizar os quatro níveis de leitura no processo de aprendizagem. Usamos um artigo como exemplo para que os estágios ficassem ainda mais claros. Introdução à Ead32 Análise de textos OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de analisar textos que aparecerão nos seus estudos, de modo que tenha um bom desempenho durante a sua trajetória acadêmica. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Análise O ato de ler é uma atividade muito maior do que apenas decodificar os símbolos e juntar palavras. Se formos analisar a origem da palavra texto, veremos que vem do latim textum, cujo significado é “tecido”. Nesse sentido, o texto como conhecemos hoje nada mais é do que a costura de enunciados linguísticos. Não se trata apenas de um amontoado de palavras e frases soltas, sem conexão entre elas, assim como um amontoado de fios não faz um tecido: é preciso que eles sejam costurados. Assim, também é complexa a atividade de ler, pois exige o reconhecimento de todos esses mecanismos textuais. Nos capítulos anteriores, estudamos a compreensão do texto a partir de uma abordagem centrada em seusestágios. Neste capítulo, vamos conhecer outra perspectiva do ato de ler: a análise de textos. Essa abordagem é muito comum em manuais de metodologia científica e focam nos textos que os alunos vão encontrar na sua vida escolar e acadêmica, observando, além do conteúdo, a estrutura textual. Tem como objetivo preparar o aluno para a leitura crítica dos textos, de modo que consiga produzir conteúdo a partir disso. Conforme explicam Lakatos e Marconi (2019, p. 14), Analisar significa estudar, decompor, dissecar, dividir, interpretar. A análise de texto refere-se ao processo de conhecimento de determinada realidade e implica o exame dos elementos; portanto, implica decompor um todo em suas partes, a fim de: (a) poder efetuar um estudo mais completo, encontrando o elemento-chave do autor; (b) determinar as relações que prevalecem nas partes constitutivas, compreendendo a Introdução à Ead 33 maneira pela qual estão organizadas; (c) estruturar as ideias de maneira hierárquica. Ela pode, segundo as mesmas autoras (2019), ser dividida em três partes: • Análise dos elementos – levantamento dos elementos básicos do texto com o objetivo de compreendê-lo. • Análise das relações – identificação das principais relações e conexões entre os elementos que constituem o texto. • Análise da estrutura – verificação das partes que compõem o todo para entender as relações existentes entre elas. Podemos classificar em três as espécies de análise de texto: textual, temática, interpretativa. Observe a seguir as características de cada uma! Análise textual A análise textual tem por finalidade aproximar-se do texto. É uma primeira leitura, de modo a identificar de que ele trata. É o momento de ler o texto do início ao fim, sem a preocupação de interpretá-lo. Pode-se sublinhar as palavras desconhecidas para voltar nelas depois. Agora é hora de identificar o tema principal. Análise temática Na etapa seguinte, a da análise temática, o leitor compreende melhor o texto, distinguindo as ideias principais e secundárias e a relação entre elas. É o momento de esquematizar a linha de raciocínio do autor, fazendo anotações no texto. Devem ser observadas: a estrutura do texto, as suas partes (introdução, desenvolvimento e conclusão), argumentação utilizada pelo autor, entre outros aspectos importantes para um entendimento total do que foi elaborado. O leitor, neste momento, apreende o texto. Observe que ainda não é o momento de discuti-lo, mas sim de compreendê-lo profundamente para, a partir dai, ir para a próxima etapa. Introdução à Ead34 Figura 4 – A análise temática é o momento de esquematizar a linha de raciocínio do autor Fonte: Freepik Análise interpretativa e crítica Na análise interpretativa, o leitor é capaz de associar o pensamento do autor com o que já conhece sobre o assunto. Isso lhe permite fazer uma crítica do texto, observando se é coerente, se os argumentos são válidos e pertinentes, se há originalidade nas suas ideias. É o momento de avaliar o texto, relacionando-o com outros sobre o mesmo tema – caso o aluno já tenha lido bastante sobre o assunto, será capaz, inclusive, de inserir o texto em determinada escola de pensamento ou corrente filosófica, por exemplo. Também é preciso ler o que está nas entrelinhas, identificando não só o que está explícito, mas o que está subentendido. Introdução à Ead 35 SAIBA MAIS: Pesquise por textos que diferenciem e exemplifiquem informações explícitas e implícitas (também chamadas de pressupostos). O leitor finalmente adota uma posição pessoal sobre aquilo que leu, e se torna preparado para elaborar seu próprio texto crítico. Lakatos e Marconi (2019, p. 14) propõem um esquema para diferenciar os três tipos de análise: Análise textual: • Leitura rápida de todo texto para obter uma visão global, assinalando palavras desconhecidas e dúvidas. • Encontrar o significado das palavras e dirimir dúvidas. • Formar um esquema, visando à estrutura redacional. • Análise temática: • Releitura para apreender o conteúdo. • Nova leitura para separar ideias centrais das secundárias. • Verificar a correlação entre elas, seu modo e forma. • Procurar respostas para as questões: sobre o que versa este texto? O que influi para lhe dar uma unidade global? • Reconhecer o processo de raciocínio do autor. • Redigir um esquema que revele o pensamento lógico do autor. • Análise interpretativa e crítica: • Correlacionar as ideias do autor com outras sobre o mesmo tema. • Realizar uma crítica fundamentada em argumentos válidos, lógicos e convincentes. • Fazer um resumo para discussão. O que as autoras fizeram acima, ao esquematizar as espécies de análise textual, é um exemplo do que pode ser feito na primeira etapa da leitura. Na realidade, as etapas para ler um texto se parecem muito e você pode decidir qual vai seguir durante seus anos de estudo – quem sabe testar essas e outras. Não há problema, pois todos esses processos Introdução à Ead36 de leitura têm o objetivo em comum de transformar o leitor em alguém crítico sobre o assunto, de modo que também seja capaz de produzir ciência. SAIBA MAIS: Leia este artigo sobre leitura, níveis de leitura, espécies de análise de texto: http://www.filologia.org.br/xv_cnlf/tomo_2/144.pdf. Uma nota sobre a leitura na educação a distância O aluno da educação a distância estará em constante contato com os mais diversos tipos de texto: o material didático, elaborado em linguagem dialógica – e às vezes até mesmo redundante – para que a compreensão seja garantida. Assim como com o enunciado das atividades, que procuram explicar de maneira detalhada o que deve ser feito, sem espaço para dúvidas; como as postagens no fórum de discussão, escritas pelos colegas de curso, que podem trazer uma linguagem menos formal; além das orientações de tutores e professores; os avisos da coordenação de curso; o manual de utilização do ambiente virtual de aprendizagem e o manual de formatação de trabalhos acadêmicos, dentre outros. Espera-se que o aluno consiga apreender o que é oferecido a ele e também que seja capaz de pesquisar em outras fontes a fim de aumentar seu conhecimento. Então, aproveite a oportunidade para também fazer uma auto avaliação de como está a sua leitura. Um checklist simples pode te ajudar. Ao final de cada unidade, responda: http://www.filologia.org.br/xv_cnlf/tomo_2/144.pdf Introdução à Ead 37 Quadro 3 – Checklist de aproveitamento da unidade. Fonte: as autoras. Checklist – Aproveitamento da unidade Consegui realizar a leitura dos textos base de forma eficiente? Acessei o material complementar indicado na unidade (Saiba Mais, Acesse...)? Procurei me aprofundar nos conteúdos buscando outros materiais que não estavam indicados (outros textos, vídeos, podcasts)? Realizei os exercícios com atenção e comprometimento? Fiz anotações ou um resumo do conteúdo da unidade? Todas essas ações vão ajudar na retenção do conteúdo, tema do próximo capítulo. SAIBA MAIS: Leia e realize os exercícios desta aula sobre leitura: https://bit.ly/2y8C08A RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Neste capítulo você aprendeu a analisar um texto sob outra perspectiva, diferente da abordada nos capítulos anteriores. Conferiu o que é uma análise textual e conheceu três espécies dela: textual, temática e interpretativa. https://bit.ly/2y8C08A Introdução à Ead38 Elaboração de sínteses OBJETIVO Ao término deste capítulo você será capaz de elaborar uma síntese de modo a auxiliar na retenção dos conteúdos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Retenção e capacidade de síntese Até aqui trabalhamos aspectos relacionados à leitura: seus estágios e como proceder em cada etapa. Porém, um questionamento pode ser feito: passar por esses estágios garante a retenção do conteúdo? A retenção do conteúdo dizrespeito ao armazenamento daquilo que foi lido, com o objetivo de aplicar esse conhecimento na realidade que nos cerca. É preciso dizer, também, que reter o conteúdo não é a mesma coisa que decorar o conteúdo. REFLITA: Lembra-se de seus tempos de escola, quando tentava decorar o conteúdo e, na hora da prova, dava aquele branco? Ou ainda, quando você conseguia decorar o conteúdo para a prova, mas depois dela esquecia tudo? Você lembra algumas fórmulas matemáticas que utilizava na escola, mas que hoje não sabem nem para que servem? E as músicas que os professores ensinavam para decorar alguns nomes da biologia, como as funções das partes da célula? Introdução à Ead 39 Para alcançar a retenção existem técnicas, tais como: recitar o texto; copiar partes dele; utilizar sinais gráficos como setas, marcação de cores, grifos para destacar as partes mais importantes; associação de ideias; leitura dinâmica; entre outros. Uma busca na internet resultará em vários textos sobre essas técnicas. Mas, cuidado! Nem tudo é comprovado cientificamente. Escolhemos uma dentre essas técnicas, a qual é considerada efetiva para a retenção de conteúdos e muito utilizada no contexto científico: a elaboração de síntese ou resumo. Resumir significa: abreviar, sintetizar, condensar, reduzir, restringir. Certamente você já leu um resumo de filme ou de livro, isso faz parte do nosso dia a dia. No contexto acadêmico, procuramos resumos de artigos ou livros que possam nos auxiliar em nossos estudos. O resumo acadêmico é, inclusive, uma das partes obrigatórias das produções científicas. É por meio deles que os estudantes podem ter rápido acesso aos temas para verificar se o artigo é relevante para seu trabalho. O objetivo do resumo é fazer uma redução do texto original, mantendo as ideias principais do texto e descartando o que é secundário. Segundo Platão e Fiorin (2007, p. 420), o resumo é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos contidos no texto. Resumir um texto significa reduzi- lo ao seu esqueleto essencial sem perder de vista três elementos: cada uma das partes essenciais do texto; a progressão em que elas se sucedem; a correlação que o texto estabelece em cada uma dessas partes. Na opinião dos autores, “quem resume deve exprimir, em estilo objetivo, os elementos essenciais do texto. Por isso não cabem, em um resumo, comentários ou julgamentos ao que está sendo condensado” (PLATÃO; FIORIN, 2007, p. 420). Introdução à Ead40 Figura 5 – O resumo é a condensação fiel das ideias do texto Fonte: Freepik Mas resumir não significa recortar partes do texto original e reproduzi-las ipsis litteris no seu novo texto. Platão e Fiorin (2007, p. 420) lembram que “a colagem de fragmentos do texto original não é um resumo. Resumir é apresentar com as próprias palavras os pontos relevantes de um texto”. Sendo assim, o resumo será um novo texto, escrito com as palavras do autor, que é você. Etapas de elaboração de um resumo Segundo Cereja e Cochar (2009, p. 55), “para produzir um resumo, é necessário trabalhar com um processo mental chamado sumarização. Esse processo consiste em eliminar informações secundárias, que são aquelas que explicam, exemplificam ou reforçam informações já dadas”. Os autores lembram ainda que “é necessário utilizar conectivos ou elementos de coesão” para “amarrar” o texto. É importante lembrar também que o texto do resumo deverá fazer sentido para quem não leu o texto original. Introdução à Ead 41 Fonte: Freepik Figura 6 – O texto do resumo deve ser redigido com as próprias palavras de quem o escreve. O grau de dificuldade para resumir um texto, segundo Platão & Fiorin (2007), vai depender da complexidade do texto a ser resumido (dependendo do quão elaborado ele é) e da competência do leitor (do entendimento que ele teve do texto). Observe a seguir as etapas indicadas pelos autores para elaborar um bom resumo: 1. Ler o texto ininterruptamente, do começo ao fim. Já vimos que um texto não é um aglomerado de frases: sem ter noção do conjunto, é mais difícil entender o significado preciso de cada uma das partes. Essa primeira leitura deve ser feita com a preocupação de responder genericamente à seguinte pergunta: do que trata o texto? 2. Uma segunda leitura é sempre necessária. Mas esta, com interrupções, com o lápis na mão, para compreender melhor o significado de palavras difíceis (se preciso, recorra ao dicionário) e para captar o sentido de frases mais complexas (longas, com inversões, com elementos ocultos). Nessa leitura, deve-se ter a preocupação Introdução à Ead42 sobretudo de compreender bem o sentido das palavras relacionais, responsáveis pelo estabelecimento das conexões (assim, isto, isso, aquilo, aqui, lá, daí, seu, sua, ele, ela etc.). 3. Num terceiro momento, tentar fazer uma segmentação do texto em blocos de ideias que tenham alguma unidade de significação. Ao resumir um texto pequeno, pode-se adotar como primeiro critério de segmentação a divisão em parágrafos. Pode ser que se encontre uma segmentação mais ajustada que a dos parágrafos, mas como início de trabalho, o parágrafo pode ser um bom indicador. Quando se trata de um texto maior (o capítulo de um livro, por exemplo), é conveniente adotar um critério de segmentação mais funcional, o que vai depender de cada texto (as oposições entre os personagens, as oposições de espaço, de tempo). Em seguida, com palavras abstratas e mais abrangentes, tenta-se resumir a ideia ou as ideias centrais de cada fragmento. 4. Dar a redação final com suas palavras, procurando não só condensar os segmentos, mas encadeá-lo na progressão em que se sucedem no texto e estabelecer as relações entre eles. (PLATÃO & FIORIN, 2007, p. 421) No contexto acadêmico, procuramos resumos de artigos ou livros que possam auxiliar em nossos estudos. O resumo acadêmico é, inclusive, uma das partes obrigatórias das produções científicas. É por meio deles que os estudantes podem ter rápido acesso aos temas para verificar se o artigo é relevante para seu trabalho. O resumo acadêmico vem sucedido por palavras-chave, que ajudam os estudantes na busca por temas que lhes interessem. Leia, como exemplo, o resumo do artigo “Leitura e EAD: diferentes suportes, diferentes modos de ler”, de Quadros e Dias (2017, p. 1): RESUMO Os modos de ler vêm se transformando no decorrer da história nas diferentes sociedades. Isso porque há mudanças no contexto, nas necessidades do ser humano, Introdução à Ead 43 nos objetivos da leitura, nos suportes, na sociedade. O fato é que, ainda que haja profundas transformações nos suportes de leitura e nos modos de ler, o ser humano sempre leu algo e, para tanto, necessitou de determinadas habilidades leitoras. Isso porque a leitura é uma necessidade. Frente ao universo digital, encontra-se a realidade do estudante do ensino a distância. E enquanto espaço de formação de leitores inserido na sociedade, a EAD também apresenta desafios nos modos de ler. O estudante dessa modalidade precisa ler textos, ícones, hipertextos, hiperlinks e demais itens que compõem o ambiente virtual de aprendizagem disponíveis no computador, tablet, celular, e estes são os suportes de leitura. Cabe destacar que os leitores dessa modalidade de ensino, também necessitam de habilidades leitoras para ser leitores eficientes. Frente a essa reflexão, o presente artigo tem como objetivo tecer olhares sobre o contexto atual da leitura e o modo de ler do estudante da modalidade ensino a distância, visto que, este tem acesso a um ambiente virtual de aprendizagem. O estudante da EaD tem, enquanto leitor, o desafio de ler em um suporte digital, que proporciona a navegação por hipertextos, hiperlinks e hipermídias, bem como uma experiência de leitura que traz o entrelace entre a palavra, a imagem e o som. Esse aluno, para ter acesso pleno à leituraem suporte virtual, deverá desenvolver certas habilidades leitoras, conforme afirmam teóricos como Manguel, Santaella, Murray, Coscarelli e Marcuschi. E é sobre o contexto da educação a distância, a relação entre leitura e os estudantes de EaD e habilidades leitoras que versará o presente artigo. Palavras-chave: Leitura. Educação a distância. Habilidades leitoras. Se o pesquisador estiver estudando a importância da leitura para os alunos de EAD, este artigo certamente será relevante para o seu trabalho. Introdução à Ead44 SAIBA MAIS: Aproveite para ler o artigo completo: https://bit.ly/3dzfjdZ RESUMINDO: E, por falar em resumir, neste capítulo definimos o que é retenção e vimos que uma das técnicas utilizadas para reter o conteúdo estudado é elaborar um resumo dele. Bons estudos! https://bit.ly/3dzfjdZ Introdução à Ead 45 BIBLIOGRAFIA AÇÃO EDUCATIVA; INSTITUTO PAULO MONTENEGRO. Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf): estudo especial sobre alfabetismo e mundo do trabalho. São Paulo: Ação Educativa; IPM, 2018. Disponível em: ANDRADE, F. F. Reflexão sobre o conceito de leitura e do modo de ler. Disponível em: <http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/afluente/article/ download/4748/2761>. Acesso em: 9 mar. 2020. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. 3. ed. Brasília: MEC, 2001. CEREJA, W.; COCHAR, T. Texto & interação: uma proposta de produção textual a partir de gêneros e projetos. 3. ed. São Paulo: Atual, 2009. FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto: leitura e redação. 17. ed. São Paulo: Ática, 2007. FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 22 ed. São Paulo: Cortez, 1988. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua 2018. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/17270-pnad-continua. html?edicao=24772&t=resultados>. Acesso em: 9 mar. 2020. LEFFA, V. J. Aspectos da leitura. Porto Alegre: Sagra: DC Luzzatto, 1996. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/textecc/traducao/teorias/files/ aspectos_leitura.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2020. LAKATOS, E. M; MARCONI, M. A.; Fundamentos de metodologia científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019. LAKATOS, E. M; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018. Introdução à Ead46 MENDES, R. R.; ZAFINO, T. M.; EZEQUIEL, V. C. Educação a distância e as novas tecnologias. Simpósio Tecnologias e Educação a Distância no Ensino Superior, 2018. Anais... Disponível em: <http://revista.uemg.br/index.php/ Simposioteceedadistnoenssuperior/article/viewFile/3009/1698>. Acesso em: 9 mar. 2020. QUADROS, D.; DIAS, Flávia B. Leitura e EaD: diferentes suportes, diferentes modos de ler. 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