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228 H is tó ri a G e ra l Unidade 2 Antiguidade oriental Aos poucos, começaram a surgir as primeiras civilizações na região do Oriente Médio. Surgiram civilizações ribeirinhas ou hidráulicas, como o Egito e a Mesopotâmia, onde predominava um Estado despótico que organizava a produção. Contemporâneas a estas, surgiram outras ci- vilizações nas regiões costeiras do mar Mediter- râneo e nas áreas mais desérticas, onde as ati- vidades econômicas eram o comércio marítimo (Fenícia) e o pastoreio (hebreus). Essa região, que se estendia do Egito ao golfo Pérsico, onde se de- senvolveram essas primeiras civilizações, ficou co- nhecida como Crescente Fértil. Egito antigo Aspectos geográficos O Egito antigo era um grande corredor que acompanhava o vale do Nilo. Entre os meses de julho e outubro o rio inundava a região, deixando uma rica camada de húmus, que permitia, após a cheia, uma agricultura farta. A evolução histórica As populações que se estabeleceram ao longo do vale do Nilo desde o Paleolítico foram se organizando em pequenas comunidades ou aldeias conhecidas como nomos. Por volta de 3500 a.C., os nomos iniciaram um processo de unificação que deu origem a dois reinos: o Alto Egito (ao longo do vale do rio Nilo) e o Baixo Egito (no delta que o Nilo forma ao desembocar no mar Objetivo(s) • Estudar as civilizações da Antiguidade oriental que se desenvolveram no chamado Crescente Fértil, comparando-as. Arábia M a r V e rm e lh o Golfo Pérsico Egito R io J o rd ão Mar Mediterrâneo Mar Negro Mar Cáspio Grécia Ásia Menor Fenícia HebreusÁFRICA M esopotâm ia Rio Eufrates R io T ig re R io N ilo SusaBabilônia Tebas Sais Jerusalém Ugarit Biblos Sídon Tiro Nínive Mênfis Crescente Fértil N 290 km 0 Crescente Fértil Pintura de cerca de 1292-1187 a.C., com casal arando e semeando a terra na parte superior e plantação de coco e tâmaras na parte inferior. B rid ge m an Im ag es /E as yp ix /D ei r el -M ed in a, T eb as , E gi to ARRUDA, José J. de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2000. (Adaptado.) ARRUDA, José J. de A. Atlas histórico básico. São Paulo: Ática, 2000. (Adaptado.) Mênfis Tebas 1ª catarata 2ª catarata Alto Egito Núbia Baixo Egito Mar Mediterrâneo M a r V e rm e lh o Trópico de Câncer R io N ilo N 200 km 0 Egito antigo 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 228 10/3/17 10:26 AM Anotações 229 H is tó ri a G e ra l Mediterrâneo). Atribuiu-se a Menés, um príncipe do sul, a unificação dos dois reinos em 3200 a.C., tornan- do-se o primeiro faraó egípcio. O Antigo Império (3200 a.C.-2300 a.C.) O Antigo Império caracterizou-se pelo isolamento do Egito. O poder do faraó era absoluto, e o monarca tinha características de divindade. Nesse período ocorreu a construção das grandes pirâmides, entre as quais destacam-se as de Quéops, Quéfren e Miquerinos, na planície de Gizé. A numerosa camada sacerdotal aumentou e consolidou seu poder. A vasta burocracia dos escribas con- trolava a administração que dominava a arrecadação e a distribuição dos estoques de alimentos. Aos poucos, a nobreza, que controlava os nomos, voltou a se fortalecer, enfraquecendo o poder do faraó. A fragmentação do poder central foi acompanhada de uma onda de revoltas camponesas e invasões ao norte, que provocaram a desestabilização do governo, pondo fim ao Antigo Império. O Médio Império (2000 a.C.-1580 a.C.) Depois de um período intermediário, iniciou-se o Médio Império, com a retomada do poder pelo faraó, que conseguiu submeter novamente os nomarcas (chefes dos nomos). Ocorreu uma fase de conquistas militares, e os egípcios estenderam seus domínios em direção ao sul – Núbia, rica em ouro, granito e marfim – e a leste até a península do Sinai. Ao norte, o delta do Nilo começou a ser ocupado por vários grupos asiáticos, entre eles os hicsos. Os hicsos conseguiram conquistar o poder e foram responsáveis pela introdução de novas técnicas agrícolas e militares e pela utilização do cavalo. Também os hebreus se estabeleceram no Egito durante o Médio Império. Ao final desse período, os egípcios iniciaram a luta para expulsar os hicsos, utilizando-se de muitas técnicas introduzidas pelos invasores, que acabaram sendo expulsos. A autoridade do faraó estava nova- mente restabelecida. O Novo Império (1580 a.C.-1200 a.C.) Depois de um segundo período intermediário, iniciou-se o Novo Império. Sua principal marca foi o expan- sionismo militar, que se estendeu até a Mesopotâmia. Durante o século XIV a.C., o trono foi ocupado por Ame- nófis IV, que, preocupado em diminuir o poder dos sacerdotes, implantou o monoteísmo no Egito, substituiu o culto a Amon pelo culto a Aton, mudou seu nome para Akhenaton (filho do Sol) e proclamou a si próprio único sacerdote do novo deus. Após sua morte, seu sucessor, Tutancâmon, pressionado pelos sacerdotes, restaurou o culto politeísta. A partir do século XI a.C., o Império Egípcio começou a entrar em lento processo de decadência, marcado pelo enfraquecimento do poder do faraó, pelas constantes invasões e pela crise econômica e social. Grande templo de Abu Simbel, construído durante o reinado do faraó Ramsés II. Conjunto de pirâmides na planície de Gizé. W a j/ S h u tt e rs to ck A n to n _ Iv a n o v /S h u tt e rs to ck 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 229 10/3/17 10:26 AM Anotações 230 H is tó ri a G e ra l Em 671 a.C., o território egípcio foi invadido por exércitos assírios, que ali permaneceram até 653 a.C., quan- do foram expulsos por Psamético I, que iniciou uma fase em que se buscou trazer novamente o poder e o pres- tígio ao império: era o Renascimento Saíta, que recebeu esse nome devido à transferência da capital para Saís. No século VI a.C., os persas atingiram o território do Egito, conquistando-o na Batalha de Pelusa, em 525 a.C. No século IV, a região foi dominada pelos exércitos macedônios e no ano 30 a.C. acabou incorporada ao Império Romano. A economia A economia egípcia baseava-se na agricultura propiciada pelo rio Nilo. A ação do Estado, organizando a construção de diques, canais e reservatórios e dirigindo o trabalho dos camponeses, permitiu o aprovei- tamento das potencialidades do rio. Desenvolviam-se também a pesca, a caça e a criação de animais e um requintado artesanato baseado em ouro, cobre, bronze, couro e madeira. Também era importante para a economia do Egito antigo o comércio com outras regiões, com exportação de cereais, vinho, óleos e papiro e compra de artigos de luxo. A religião Existiam alguns traços marcantes na religiosidade egípcia, como a crença na imortalidade da alma e o antropozoomorfismo (divindades com forma humana mesclada à forma de animais). A ligação estreita que os egípcios mantinham com a natureza gerou o culto a uma infinidade de deuses, que iam das forças da natureza até os animais. A diversidade de deuses e cultos fazia proliferar o número de templos e sacerdotes. A mumificação dos corpos era fundamental e uma prática generalizada, pois garantia a conservação do corpo, que era a residência da alma, para onde ela deveria voltar após o julgamento no tribunal de Osíris. Os faraós e integrantes da nobreza tinham seus corpos guardados em grandes construções, e os mais pobres eram colocados em covas comuns. A cultura As artes A arquitetura e a escultura egípcias eram dominadas pela grandiosidade, visível na construção de enor- mes palácios e templos. O que predominou foi a arquitetura funerária, com a construção de mastabas, pirâmi- des e hipogeus, onde faraós e nobres eram sepultados com seus pertences. A pintura era dominada pela lei da frontalidade, segundo a qual as figuras deveriam tera cabeça, os bra- ços, as pernas e os pés de perfil, e os olhos e ombros de frente. A escrita consistia em hieróglifos – sinais sagrados que representavam coisas (escrita ideográfica) e não sons (escrita fonética) –, utilizados em túmulos e templos. A simplificação dos hieróglifos gerou a escrita hierá- tica, e havia ainda a escrita demótica ou popular, usada no cotidiano dos escribas. L u is a R ic c ia ri n i/ L e e m a g e /A F P /M u s e u B ri tâ n ic o , L o n d re s , In g la te rr a Família caçando pássaros, em pintura de cerca de 1350 a.C. 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 230 10/3/17 10:26 AM Anotações 231 H is tó ri a G e ra l As ciências Os antigos egípcios conheciam as operações de soma e subtração, a raiz quadrada e as frações. Na Geo- metria, conheciam os cálculos do círculo e do trapézio. Criaram o calendário solar de 365 dias. Apesar de impregnada de magia, a prática da mumificação propi- ciou aos egípcios um avançado conhecimento sobre anatomia humana, permitindo, assim, o desenvolvimento da Medicina. Mesopotâmia Aspectos geográfi cos Os povos da Mesopotâmia (termo que significa “entre rios”) dependiam das cheias dos rios Tigre e Eufrates. Ao norte estavam as montanhas da Armênia, ao sul o deserto da Arábia, a leste o planalto do Irã e a oeste o deserto da Síria. A Mesopotâmia tam- bém se constituía num grande oásis, porém numa região aberta, que era atravessada e às vezes tomada por nômades que tentavam se estabele- cer na região devido a seus ricos re- cursos naturais. A parte norte da Mesopotâmia, a Assíria, era uma região montanhosa, seca e quente. Na região sul, a Caldeia, a vegetação se intensificava, com a presença também de pântanos e ter- renos alagados. A evolução histórica Os sumérios A presença humana na Mesopotâmia pode ser verificada desde o Paleolítico. Durante o Neolítico, ocorreu uma onda migratória que contribuiu para o povoamento da região sul, a Caldeia ou Baixa Mesopotâmia. Entre 3200 a.C. e 2800 a.C. chegaram e se estabeleceram na região os sumérios. Sabe-se que se organizavam em cidades-Estado. As terras eram consideradas propriedade dos deuses e administradas pelos sacerdotes, que cuidavam do templo, também conhecido como zigurate (centro político, administrativo, econômico e financeiro). Aos sumérios é atribuída a formação da base de todas as civilizações mesopotâmicas posteriores. Te- riam sido eles os primeiros a organizar o sistema de irrigação das terras próximas aos rios Tigre e Eufrates. Também teriam sido os sumérios os inventores da escrita cuneiforme, destinada a registrar o controle da produção e dos estoques do templo. As principais cidades eram Ur, Uruk e Lagash. Ali, além das rotas de comércio que se estendiam até as Índias, desenvolveu-se também um sofisticado artesanato. As disputas entre as cidades pelo controle político e econômico da região acabaram provocando o seu enfraquecimento e abrindo espaço para que, por volta de 2330 a.C., o território fosse ocupado pelos acádios. Ásia Menor Palestina DESERTO DA ARÁBIA Síria Chipre Pérsia Fenícia Assíria amoritas sumérios acádios Caldeia Ur Uruk LagashNippur Babilônia Assur Nínive Golfo Pérsico 30º N Rio Eufrates R io Tigre Mar Mediterrâneo Mar Vermelho N 180 km 0 M e s o p o t â m i a Antiga Mesopotâmia DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. (Adaptado.) 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 231 10/3/17 10:26 AM 232 H is tó ri a G e ra l Os acádios Sargão I, rei de Acad, cidade situada na parte norte da Caldeia, iniciou o processo de conquista das cidades sumérias e de toda a Baixa Mesopotâmia. Formou-se assim um grande reino controlado por Acad. Mas, apesar do poderio do Império Acadiano, a Mesopotâmia continuou sendo atacada e invadida por vários povos. O Primeiro Império Babilônico Babilônia, cidade da Baixa Mesopotâmia, fundada às margens do Eufrates, não merecera nenhum destaque maior até 2000 a.C. Em 1728 a.C., passou a ser governada por Hamurabi, que iniciou uma expansão militarista, es- tabelecendo o controle político e econômico sobre toda a Mesopotâmia. Além de seu poderio militar, Hamurabi destacou-se pela realização de grandes obras de irrigação, e é atribuí- da a ele a criação do primeiro código de leis escritas da História, ainda que muitos historiadores afirmem que seu código foi herdado dos antigos sumérios. Por volta de 1513 a.C., os hititas invadiram e domina- ram a Babilônia, seguidos pelos cassitas, que deram fim ao Primeiro Império Babilônico. O Império Assírio Os assírios habitavam a parte norte ou Alta Mesopotâmia: região árida e montanhosa, cujas principais cida- des foram Assur e Nínive. A partir de 1375 a.C., iniciou-se o seu expansionismo militar. Aos assírios atribui-se a formação do primeiro exército profissional do mundo, com infantaria (arqueiros e lanceiros), cavalaria, carros de combate, aríetes e catapultas. Com uma máquina de guerra tão poderosa, estenderam seus domínios até o Egito. A dominação assíria era marcada pela violência, pelo terror e pela crueldade. Sob o comando de Assurbanipal, entre os anos 668 a.C. e 626 a.C., o Império Assírio atingiu o apogeu após a conquista do Egito e a criação da grandiosa Biblioteca de Nínive. As revoltas internas, as crescentes pressões nas fronteiras e a grande extensão do império impediam a estabilidade interna. Em 612 a.C., uma aliança entre medos e babilônios conseguiu derrotar o exército assírio, tomando Assur e Nínive e colocando fim ao império. Glossário Aríete: engenho bélico para derrubar grandes portas e muralhas. Exército assírio atacando fortaleza, retratado em relevo. Z e v R a d o v a n /B ib le L a n d P ic tu re s /A la m y /F o to a re n a E ri ch L e s s in g /a lb u m /F o to a re n a /M u s e u d o L o u v re , P a ri s , F ra n ç a O Código de Hamurabi. Estela em basalto preto, com Hamurabi em pé diante do deus sol Samas e, logo abaixo, 282 leis esculpidas na pedra em escrita cuneiforme. 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 232 10/3/17 10:26 AM Anotações 233 H is tó ri a G e ra l Os caldeus ou novos babilônios Com o fim da dominação assíria, Nabopolassar, rei dos caldeus da Baixa Mesopotâmia, organizou um império que englobou os territórios antes ocupados pelos assírios. No governo seguinte, Nabucodonosor estendeu o império pela Síria e pela Palestina. Foram realizadas grandes obras públicas, como templos, torres e os Jardins Suspensos da Babilônia. Após a morte de Nabucodonosor, os novos babilônios não conseguiram dar continuidade ao expansionis- mo. Logo a região foi tomada por um povo que vinha se organizando militarmente para dominar todo o antigo Oriente Próximo – os persas –, em 539 a.C. A economia Assim como no Egito, a base da economia mesopotâmica foi a agricultura de regadio, praticada com o aproveitamento das enchentes dos rios Tigre e Eufrates. Desenvolveu-se também a pecuária bovina, para o trabalho nos campos agrícolas, e a ovina, para ob- tenção de lã. Os artesãos produziam, além de tecidos de lã, móveis e pequenos objetos de metal para uso no trabalho cotidiano. O comércio mesopotâmico se desenvolveu intensamente, com rotas comerciais que iam das montanhas do Cáucaso às Índias. A religião A prática religiosa dos mesopotâmios era politeísta: adoravam deuses com forma humana, que represen- tavam as forças da natureza, e os astros. Anu, deus do céu; Enlil, deus do ar; e Enki, deus das águas, formavam a trindade principal. O culto a Ishtar (Vênus) era o mais popular entre os mesopotâmios. Nos registros encontrados, fala-se de uma vida única na Terra, que termina com a morte.Percebe-se uma forte tendência fatalista, determinista e pessimista na religião mesopotâmica. A cultura A arquitetura mesopotâmica se caracterizou pela construção de palácios e principalmente zigurates, pirâ- mides escalonadas com funções administrativas, religiosas e econômicas. A escultura desenvolveu-se como atividade complementar à arquitetura por meio de altos-relevos e estatuária. O desenvolvimento da escrita cuneiforme em pequenas tabuletas de argila, com a impressão de sinais em forma de cunha (daí o nome ‘cuneiforme’), propiciou o registro de obras literárias, entre as quais O poema da criação, Dilúvio e Epopeia de Gilgamesh. Tornou possível também a compilação das leis escritas no Código de Hamurabi, baseado na lei de Talião, o princípio do “olho por olho, dente por dente”. A Astronomia também se constituiu numa área do conhecimento bastante desenvolvida pelos meso- potâmios, que identificaram planetas e estrelas, nomearam constelações e previram eclipses. Organizaram, ainda, um calendário com 12 meses, dividido em semanas de 7 dias de 12 horas. Desenvolveram também a Astrologia, com a criação dos signos do zodíaco. Álgebra, raiz cúbica, as operações de divisão e multiplicação, além de um sistema de pesos e medidas foram algumas das importantes contribuições desses povos para a Matemática. Escrita cuneiforme em argila. Detalhe de estela mesopotâmica de 1125-1100 a.C., com deuses e signos do zodíaco. E ri ch L e s s in g /a k g -i m a g e s /a lb u m /F o to a re n a P ri s m a /A lb u m /F o to a re n a /M u s e u B ri tâ n ic o , L o n d re s , In g la te rr a 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 233 10/3/17 10:26 AM Anotações 234 H is tó ri a G e ra l Os hebreus Aspectos geográficos De origem nômade, os hebreus vagaram pela região da Mesopotâmia até se fixar na região da Palestina. A Palestina era uma estreita faixa de terras áridas ao sul da Fenícia, banhada pelo Mediterrâneo, e que tinha no rio Jordão sua única e limitada fonte de água doce. Apesar dessas condições naturais, por se tratar de uma região de passagem entre a Mesopotâmia, a África e a Ásia Menor (atual Turquia), a Palestina sempre foi dis- putada por vários povos. Evolução histórica Os patriarcas Ainda num processo de transição do nomadismo para o sedentarismo, os hebreus apresentavam uma organização política simples, com o poder sendo exercido por líderes, posteriormente chamados patriarcas. Abraão foi o primeiro patriarca do povo hebreu e conduziu seu povo para a atual Palestina, que eles chamavam de Canaã (terra prometida), por volta do ano de 1800 a.C. Estabelecendo-se na região com seus rebanhos, viviam em tendas. Com a morte de Abraão, seu filho Isaac se tornou patriarca, seguido por seu neto Jacó. Pressionada pelas secas da região, a comunidade hebraica retornou à vida nômade, e Jacó liderou a migração para o Egito. O Êxodo A permanência dos hebreus no Egito foi longa, e sua vida foi se tornando extremamente difícil devido aos impostos, trabalhos e até a condição de escravidão a que eram submetidos. Liderados por Moisés, de origem hebraica, mas criado na corte do faraó, os hebreus deixa- ram o Egito em direção à Palestina. Esse movi- mento de migração foi chamado de Êxodo e é lembrado na Páscoa judaica. Para atingir a Pales- tina, os hebreus atravessaram o deserto do Sinai. Canaã Neguebe Padã-Arã Arábia Egito Pérsia Assíria Babilônia Assíria Ur SusaSiquém Jerusalém Nínive Harã R io N ilo Golfo Pérsico 30º N Rio Eufrates Rio Tigre Mar Mediterrâneo M ar V erm elh o N 215 km 0 M eso p o tâ m ia Trajetória de Abraão DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. (Adaptado) Canaã Egito Jericó Gaza Arad Monte Sinai R io N ilo Golfo Pérsico Rio Eufrates Rio Tigre Mar Mediterrâneo Mar Vermelho Mar Morto N 275 km 0 M esop o tâm ia DESERTO DO SINAI Peregrinações do Êxodo DUBY, Georges. Atlas historique mondial. Paris: Larousse, 2003. (Adaptado.) 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 234 10/3/17 10:26 AM Anotações 235 H is tó ri a G e ra l A monarquia Para se estabelecerem na Palestina, durante dois séculos, os hebreus tiveram que disputar a hegemonia da região como outros povos. Na luta contra cananeus e filisteus, as 12 tribos eram lideradas por juízes esco- lhidos por elas próprias. O último juiz foi Samuel, que, pressionado pelas tribos influenciadas pelas monarquias vizinhas, ungiu Saul como primeiro rei dos hebreus em 1010 a.C. O governo de Saul foi marcado por instabilidade interna e constantes lutas contra os filisteus. Davi sucedeu-o e obteve brilhantes vitórias, levando os hebreus a tomar Jerusalém e transformá-la em sua capital. Iniciava-se o apogeu da civilização hebraica. Salomão, filho de Davi, liderou um período de grande desenvolvimento comercial na Palestina. Nesse pe- ríodo foi construído o grandioso Templo de Jerusalém, onde ficava a Arca da Aliança, dentro da qual estavam as Tábuas da Lei de Moisés. Após a morte de Salomão, ocorreu uma divisão entre as tribos, dando origem a dois reinos. Formou-se o reino de Judá, ao sul, com capital em Jerusalém, com base nas tribos de Benjamim e Judá. Ao norte formou-se o reino de Israel, com capital em Samaria, reunindo as demais tribos. Era o Cisma de Israel. Durante a expansão militarista dos assírios, no século VIII a.C., o reino de Israel foi dominado e anexado. O rei- no de Judá escapou da dominação assíria, mas acabou conquistado por Nabucodonosor, rei dos caldeus, que des- truiu Jerusalém e levou seus habitantes do reino de Judá para a Babilônia (cativeiro da Babilônia) no século VI a.C. Depois que Ciro, rei dos persas, dominou a Babilônia, os hebreus foram autorizados a regressar a Jerusa- lém, passando a ser chamados de judeus, por serem do reino de Judá ao sul. Os habitantes do norte ficaram conhecidos como samaritanos. Até o século II a.C., os hebreus praticamente não conheceram mais a liberdade política, já que, após a dominação persa, foram dominados pelos macedônios sob Alexandre Magno. No século I a.C., os romanos se estabeleceram na Palestina e, em 70 d.C., houve uma grande revolta contra a sua presença. O imperador romano Tito determinou, então, a destruição de Jerusalém, ocasionando a disper- são dos judeus pelo mundo, evento que ficou conhecido como Diáspora. Somente no século XX, após a Segunda Guerra Mundial, os judeus voltariam a ter um Estado organizado e a ocupar a região com fronteiras determinadas. B e n ja m in W e s t/ G a le ri a d e A rt e d e N o v a G a le s d o S u l, S id n e y, A u s tr á lia Josué atravessando o rio Jordão com a Arca da Aliança (1800), de Benjamin West. Óleo sobre madeira, 50,8 cm x 72,7 cm. 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 235 10/3/17 10:26 AM Anotações 236 H is tó ri a G e ra l Cultura e religião A história dos hebreus não pode ser dissociada de sua religião. Há grande ligação entre o monoteísmo hebreu e sua evolução histórica. O Velho Testamento da Bíblia, escrito ao longo da história do povo hebreu, apresenta uma série de livros divididos por assuntos: livros históricos, como o Gênesis ou o Êxodo; jurídicos, como o Deuteronômio; proféticos, como os livros de Ezequiel e Isaías; sapienciais, como os de Jó, Provérbios e Eclesiastes; de orações, como os Salmos; de poemas, como o Cântico dos cânticos. Os cinco primeiros livros da Bíblia – Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio – formam o Pentateuco ou Torá (lei judaica). Fenícia Aspectos geográficos A Fenícia antiga correspondia ao Líbano atual e era composta de váriascidades-Estados independentes entre si, como Arad, Ugarit, Beritos (Beirute), Biblos, Sídon e Tiro, que desenvolveram um vasto comércio marítimo e chegaram a formar um império naval. Navio mercante fenício em ilustração de cerca de 1886. b ild a g e n tu r- o n lin e /U IG v ia G e tt y I m a g e s Biblos foi a primeira cidade a exercer controle sobre o comércio marítimo por volta de 1400 a.C. Sídon era a mais antiga das cidades fenícias. Seus habitantes estabeleceram várias colônias nas ilhas do mar Egeu e no litoral do mar Negro, mas a cidade acabou perdendo sua hegemonia sobre a região para a po- derosa Tiro. ALBUQUERQUE, Manoel Mauricio de. et al. Atlas Histórico Escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. (Adaptado.) OCEANO ATLÂNTICO Mar Mediterrâneo GRÃ-BRETANHA EUROPA FENÍCIA ÁFRICA ÁSIA Cartago Hipona Mar Negro CRETA CHIPRE Tiro Biblos Sídon Ugarit CÓRSEGA SARDENHA SICÍLIA Tânger Gades Ilhas Baleares Rotas comerciais dos fenícios Fenícia e suas colônias N 530 km 0 Fenícia: colônias e rotas comerciais 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 236 10/3/17 10:26 AM Anotações 237 H is tó ri a G e ra l Tiro, fundada por volta do ano 2700 a.C., foi a mais importante cidade fenícia. Dominou o comércio no mar Mediterrâneo, fundando várias feitorias e colônias, entre as quais Cartago, no norte da África. Os navegadores de Tiro foram ainda mais longe e atingiram as ilhas Canárias, na costa africana atlântica, e a Inglaterra. Posteriormente, toda a região foi dominada pelo Império Persa. Em 332 a.C., o território foi dominado pelas tropas macedônicas de Alexandre Magno, acabando definitivamente com a supremacia marítima fení- cia. Cartago, entretanto, continuou controlando o comércio no mar Mediterrâneo ocidental até o século II a.C., quando foi derrotada e destruída pelos romanos. Apesar de os fenícios terem desenvolvido a agricultura e o pastoreio com grande habilidade, eram, porém, o comércio e o artesanato suas principais atividades econômicas. Das florestas era retirada a madeira utiliza- da na construção de seus navios e para o comércio com outros povos. Os artesãos fenícios produziam joias de ouro, prata e marfim e também vidro trans- parente e púrpura para serem comercializados com os povos da orla do Mediterrâneo. Seu culto religioso consistia em sacrifícios de ani- mais e até de seres humanos em altares construídos nos locais mais altos. Algumas de suas divindades eram: Baal, o deus principal, Astarte, a deusa da fe- cundidade, Aliyan, o filho de Baal. Sua principal contribuição cultural foi a criação e divulgação do alfabeto fonético, devido princi- palmente às suas atividades comerciais. Eram 22 consoantes originais, às quais os gregos acrescen- taram posteriormente as vogais. O Império Persa Os persas, de origem indo-europeia, ocupavam o planalto do Irã desde 2000 a.C. R io I n d o R io N ilo M a r V e rm e lh o Mar Cáspio OCEANO ÍNDICO Mar Negro Rio Tigre Rio E ufrates Chipre Pasárgada Taxila Ecbátana Susa Persépolis Mênfis Petra Jerusalém Tiro Damasco Nínive Bizâncio Alepo Mileto Sardes Atenas Babilônia EGITO MACEDÔNIA Líbia Cilícia TRÁCIA ARÁBIA ASSÍRIA SÍRIA ARMÊNIA MÉDIA LÍDIA PÉRSIA PÁRTIA BACTRIANA ARACÓSIA Trópico de Câncer Rio Oxus M ar M editerrâneo G o lfo Pérsico Mar de Aral Estrada real do Império Persa Início do Império Persa (558 a.C.) Conquistas de Ciro (558 a.C. a 528 a.C.) Conquistas de Cambises (530 a.C. a 522 a.C.) Conquistas de Dario (522 a.C. a 486 a.C.) BÁLCÃS M ONTES TAURUS M O N TES ZAGROS HI ND U K USH CÁUCASO D E S E R T O A R Á B IC O N 575 km 0 Império Persa ALBUQUERQUE, Manoel Mauricio de. et al. Atlas Histórico Escolar. Rio de Janeiro: FAE, 1991. (Adaptado.) Evolução histórica Desde tempos remotos, o planalto do Irã era habitado por tribos medas e persas. Ao norte se formou o reino da Média e ao sul, o reino da Pérsia. Em 556 a.C., porém, Ciro, rei dos persas, impôs o seu domínio sobre todo o planalto do Irã, inclusive sobre os medos, formando assim o Império Persa. Alfabeto fenício. R e p ro d u ç ã o 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 237 10/3/17 10:26 AM Anotações 238 H is tó ri a G e ra l Logo após a unificação, Ciro iniciou a expansão sobre o Oriente, dominando o reino da Lídia, na Ásia Me- nor. Em 539 a.C., Ciro conquistou a Babilônia, incorporando a Mesopotâmia, a Fenícia e a Palestina. Seu filho, Cambises, conquistou o Egito em 525 a.C., formando o maior império do antigo Oriente. Seu sucessor, Dario I, possivelmente parente de Ciro, fez um governo marcado pela organização adminis- trativa. Os territórios imperiais foram divididos em 20 satrapias (províncias), confiadas cada uma a um sátra- pa, vigiado e fiscalizado por funcionários enviados pelo rei (“os olhos e ouvidos do rei”). Foram estabelecidas quatro cidades como capitais do império: Pasárgada, Persépolis, Babilônia e Susa. A integração das regiões e capitais era facilitada por um eficiente sistema de estradas que garantiam também a integração econômica, os deslocamentos dos exércitos e um eficiente sistema de correios. Instituiu-se, ainda, uma moeda de circu- lação em todo o império, o dárico. Em 490 a.C., o imperialismo persa entrou em choque com as cidades gregas da Ásia Menor, que, ao re- ceberem o apoio de parte da população das cidades gregas da península Balcânica, deram início às Guerras Médicas. Apesar de sua tradição e de sua superioridade, os persas foram derrotados pelos gregos. A decadência persa iniciada com a derrota nas Guerras Médicas se agravou com a expansão macedônica sob o comando de Alexandre Magno. Em 331 a.C., os exércitos macedônicos derrotaram os persas de Dario III, pondo fim ao Império Persa. A cultura e a religião A religião persa se destacou entre as demais da Antiguidade por sua dicotomia. Zaratustra ou Zoroastro pregou, antes da unificação de medos e persas, uma doutrina em que o princípio do Bem (Ahura-Mazda) e o do Mal (Arimã) tudo regiam. A vida é um cons- tante combate entre o Bem e o Mal. Assim, os seguidores do Bem serão recompensados, en- quanto os seguidores do Mal serão castigados. O zoroastrismo previa um combate final entre Bem e Mal, vencido pelo Bem. As ideias reli- giosas de Zoroastro foram agrupadas numa obra: o Zend-Avesta. Em virtude das influências recebidas dos povos conquistados, a cultura persa caracte- rizou-se pela pouca originalidade. Os persas construíram grandes palácios com decora- ções luxuosas para o enaltecimento dos im- peradores e do império. Grifo, criatura com cabeça e asas de águia e corpo de leão, em detalhe de parede do palácio de Dario I, na antiga cidade de Susa, atual Irã. D e A g o s ti n i P ic tu re L ib ra ry /G . D a g li O rt i/ B ri d g e m a n Im a g e s /E a s y p ix /M u s e u d o L o u v re , P a ri s , F ra n ç a Ruínas da antiga cidade de Persépolis, atual Irã. lk p ro /S h u tt e rs to ck 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 238 10/3/17 10:26 AM 239 H is tó ri a G e ra l Atividades Em sala 1. (PUC-PR) Sobre a produção cultural e científica da Mesopo- tâmia, é CORRETO afirmar que: a) os mesopotâmios foram exímios na elaboração de sagas que relatavam as experiências de heróis míticos em viagens de exploração marítima e colonização das costas da Arábia e da África. Além disso, desenvolveram amplamente a medicina, pois adquiriram profundos conhecimentos sobre o corpo humano com a prática da mumificação, que fazia parte de sua religião. b) os mesopotâmios desenvolveram a pintura de forma bastante rica e harmoniosa. Foram, também, os inventores do arco redondo ou de berço, muito utilizado na construção de pontese de fortificações militares. Muito engenhosos, inventaram o concreto em substituição à pedra bruta, bastante rara na região da Mesopotâmia. c) os mesopotâmios eram grandes apreciadores de esportes, em especial da tauromaquia, na qual executavam jogos e apresentações acrobáticas com touros, com participação de mulheres. Apreciavam também esportes como o lançamento de dardos e pesos à longa distância. Na arquitetura desenvolveram complexos tumulares conhecidos como nuragues, de forma cônica, que revelavam sua ampla capacidade de cálculo. d) os mesopotâmios foram os maiores especialistas da Antiguidade na construção de monumentos de pedra esculpida. Os entalhadores mesopotâmicos eram reconhecidamente os melhores de seu tempo, tanto que foram requisitados para trabalhar em complexos palacianos na Pérsia e na Índia. Na Literatura, se destacaram nos temas religiosos, reflexo de sua profunda devoção e da grande importância da religião para a população mesopotâmica, comparável ao Egito. e) os mesopotâmios sobressaíram-se nas ciências, na arquitetura e na literatura. Observando o céu, especialmente a partir de suas torres ou zigurates, e buscando decifrar a vontade dos deuses, os sacerdotes desenvolveram a astrologia e a astronomia, conseguindo atingir um amplo conhecimento sobre fenômenos celestes, como o movimento de planetas e estrelas e a previsão de eclipses. 2. (IFSUL-RS) Pelo Código, ficamos sabendo que a punição de alguns delitos variava de acordo com a posição social tanto da vítima como do infrator. Em geral, no entanto, a justiça era aplicada pelo princípio do “olho por olho, dente por dente”, ou seja, o castigo era equivalente à ofensa ou ao dano causado. No texto acima, estamos comentando o código de a) Hamurabi. b) Marduk. c) Assur. d) Nergal. 3. (IFSP) Considere a imagem e o texto a seguir. Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/o-antigo-egipto-1226595004503192-9/ 95/o-antigo-egipto-17-728.jpg?cb=1226568045>. Acesso em: 20 out. 2015. A imagem demonstra um julgamento. Nele o objetivo era pesar o coração do morto que deveria ser mais leve que a pluma para provar que sua conduta em vida era irrepreen- sível, pautada na verdade, justiça e boas ações, que dariam a ele a imortalidade e paz se houvesse êxito no julgamento. Com base na história do Antigo Egito, é correto concluir que a imagem se refere ao: a) tribunal de Osíris. b) tribunal de Hórus. c) tribunal de Tutankhamon. d) tribunal de Ísis. e) tribunal de Hator. Para casa 1. (UEL-PR) ... essencialmente mercadores, exportavam pescado, vinhos, ouro e prata, armas, praticavam a pirataria, e desen- volviam um intenso comércio de escravos no Mediterrâneo... O texto refere-se a características que identificam, na Anti- guidade oriental, os a) fenícios. b) hebreus. c) caldeus. d) egípcios. e) persas. 2. (UFRGS-RS) O soberano dividiu o seu império em províncias, chamadas satrapias, sendo a terra considerada como pro- priedade real e trabalhada pelas comunidades. Estas características identificam o a) império dos persas durante o reinado de Dario. b) império babilônico durante o governo de Hamurabi. c) antigo império egípcio durante a dinastia de Quéops. d) reino de Israel sob o comando de Davi. e) estado espartano durante a vigência das leis de Drácon. Resposta: E. Resposta: A. R e p ro d u ç ã o Resposta: A. Resposta: A. Resposta: A. 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 239 10/3/17 10:26 AM 240 H is tó ri a G e ra l 3. (Fuvest-SP) Examine estas imagens produzidas no antigo Egito: Reino Antigo (2575-2134 a.C.) Reino Novo (1550-1070 a.C.) Reino Novo (1550-1070 a.C.) Apud Ciro Flammarion Santana Cardoso. O Egito antigo. São Paulo: Brasiliense, 1982. As imagens revelam a) o caráter familiar do cultivo agrícola no Oriente Próximo, dada a escassez de mão de obra e a proibição, no antigo Egito, do trabalho compulsório. b) a inexistência de qualquer conhecimento tecnológico que permitisse o aprimoramento da produção de alimentos, o que provocava longas temporadas de fome. c) o prevalecimento da agricultura como única atividade econômica, dada a impossibilidade de caça ou pesca nas regiões ocupadas pelo antigo Egito. d) a dificuldade de acesso à água em todo o Egito, o que limitava as atividades de plantio e inviabilizava a criação de gado de maior porte. e) a importância das atividades agrícolas no antigo Egito, que ocupavam os trabalhadores durante aproximadamente metade do ano. 4. (UFSM-RS) (...) E a situação sempre mais ou menos / Sempre uns com mais e outros com menos / A cidade não para, a cidade só cresce / O de cima sobe e o de baixo desce / (...) Este trecho da música do pernambucano Chico Science (1966-1997) e grupo Nação Zumbi nos remete à vida em cidades, processo que passou a ser significativo na história, a partir do 4o milênio a.C., na Mesopotâmia. Sobre esse pro- cesso, é correto afirmar: a) Com o surgimento e crescimento das cidades, houve um progressivo aumento da especialização do trabalho e da igualdade social, enfraquecendo o poder político. b) A diminuição da produção agrícola assegurou excedentes para a manutenção de especialistas, desenvolvendo a urbanização em cidades-Estado socialmente desiguais. c) Apesar da urbanização e das novas tecnologias de irrigação, mantém-se um Estado de caráter exclusivamente político e que não intervém na economia, conservando a ordem social hierarquizada. d) A sedentarização do homem, o desenvolvimento de cidades, a especialização do trabalho e uma sociedade socialmente desigual levaram à constituição de polos de poder como o Templo e o Palácio. e) Mesmo se legitimando através de conquistas militares ou como mediadores entre o mundo terreno e o mundo divino, os soberanos separaram a esfera política da religiosa no intuito de conservar uma sociedade desigual. 5. (Fuvest-SP) No antigo Egito e na Mesopotâmia, assim como nos demais lugares onde foi inventada, a escrita esteve vin- culada ao poder estatal. Este, por sua vez, dependeu de um certo tipo de economia para surgir e se desenvolver. Considerando as afirmações acima, explique as relações entre: a) escrita e Estado; Por meio da escrita o Estado organizava a administração e controlava a economia e as leis. b) Estado e economia. Era o Estado que organizava o processo de produção dos bens necessários à sobrevivência e os trabalhos de construção. Entre os antropólogos e sociólogos a discussão persiste sobre o quanto o Estado foi uma necessidade ou um instrumento de controle. R e p ro d u ç ã o R e p ro d u ç ã o R e p ro d u ç ã o Resposta: E. Resposta: D. 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 240 10/6/17 3:48 PM 241 H is tó ri a G e ra l 6. (UFSM-RS) Observe as imagens: FARIA, R.; MIRANDA, M.; CAMPOS, H. Estudos de História. SP: FTD, 2009. Vol. 1, p. 47. (adaptado) Nas gravuras, veem-se uma pintura egípcia (2100 a.C.) e um baixo-relevo mesopotâmico (645 a.C.). A partir desses dois modos de representar a vida cotidiana na Antiguidade Orien- tal, é possível afirmar: I. Uma característica comum às civilizações do Egito e da Mesopotâmia, na Antiguidade, era o predomínio do co- mércio sobre as atividades agropastoris. II. As duas civilizações tinham como atividade primordial a agricultura de irrigação e utilizavam os animais como prin- cipal meio de transporte. III. Na produção artística de cada povo, o historiador encontra não apenas o registro do mundo do sagrado, do poder e da vida material, mas também a indicação de valores e costumes existentes nas sociedades. IV. A arte dos povos antigos não tinha função política nem religiosa e era, antes de mais nada, a expressão da sensi- bilidade do artista e a fruição prazerosa do espectador. Está(ão) correta(s) a) apenas I e II. b) apenas II e III. c) apenas I, II e III. d) apenas III e IV. e) apenas IV. 7. (UFT-PR)Os hebreus se constituíram inicialmente em um pequeno grupo de pastores nômades, organizados em clãs, chefiados por um patriarca. Conduzidos por Abraão, deixaram a cidade de Ur, na Mesopotâmia, e se fixaram na Palestina (“Canaã”, a Terra Prometida), por volta de 2000 a.C. Todavia, entre os povos da Antiguidade Oriental, os hebreus foram um dos que mais influenciaram a cultura da civilização ocidental, uma vez que o cristianismo é considerado uma continuação das tradições religiosas hebraicas. Sobre esse povo, assinale a alternativa INCORRETA. a) As guerras geraram a unidade política dos hebreus. Esta unidade se firmou primeiro em torno de juízes e, depois, em volta dos reis. b) A religião foi uma das bases da cultura hebraica e sua principal característica sempre foi a crença em vários deuses, entre os quais o principal era Jeová que, segundo a tradição, morava no monte Sinai junto a outros deuses e semideuses. c) Durante o domínio romano na Palestina, o nacionalismo dos hebreus foi sufocado pelos imperadores romanos e o auge da repressão aconteceu com a destruição do templo de Jerusalém, quando os hebreus, então, dispersaram-se por várias regiões do mundo. Esse episódio ficou conhecido como Diáspora. d) A Palestina era uma pequena faixa de terra que se estendia pelo vale do rio Jordão. Limitava-se ao norte com a Fenícia, ao sul, com as terras de Judá, a leste, com o deserto da Arábia e, a oeste, com o mar Mediterrâneo. e) Os hebreus eram um povo de origem semita, assim como os árabes. D e A g o s ti n i/ G . D a g li O rt i/ G e tt y I m a g e s Resposta: B. Resposta: B. Mais Enem 1. (Enem) Ao visitar o Egito do seu tempo, o historiador grego Heródoto (484-420/30 a.C.) interessou-se por fenômenos que lhe pareceram incomuns, como as cheias regulares do rio Nilo. A propósito do assunto, escreveu o seguinte: Eu queria saber por que o Nilo sobe no começo do verão e subindo continua durante cem dias; por que ele se retrai e a sua corrente baixa, assim que termina esse número de dias, sendo que permanece baixo o inverno inteiro, até um novo verão. Alguns gregos apresentam explicações para os fenômenos do rio Nilo. Eles afirmam que os ventos do noroeste provocam a subida do rio, ao impedir que suas águas corram para o mar. Não obstante, com certa frequência, esses ventos deixam de soprar, sem que o rio pare de subir da forma habitual. Além disso, se os ventos do noroeste produzissem esse efeito, os outros rios que correm na direção contrária aos ventos deveriam apresentar os mesmos efeitos que o Nilo, mesmo porque eles todos são pequenos, de menor corrente. Heródoto. História (trad.). Livro II, 19-23. Chicago: Encyclopaedia Britannica Inc. 2a ed. 1990, p. 52-3 (com adaptações). M u s e u B ri tâ n ic o , L o n d re s , In g la te rr a 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 241 10/3/17 10:26 AM 242 H is tó ri a G e ra l Nessa passagem, Heródoto critica a explicação de alguns gregos para os fenômenos do rio Nilo. De acordo com o texto, julgue as afirmativas a seguir. I. Para alguns gregos, as cheias do Nilo devem-se ao fato de que suas águas são impedidas de correr para o mar pela força dos ventos do noroeste. II. O argumento embasado na influência dos ventos do no- roeste nas cheias do Nilo sustenta-se no fato de que, quando os ventos param, o rio Nilo não sobe. III. A explicação de alguns gregos para as cheias do Nilo basea- va-se no fato de que fenômeno igual ocorria com rios de menor porte que seguiam na mesma direção dos ventos. É correto apenas o que se afirma em a) I. b) II. c) I e II. d) I e III. e) II e III. 2. (Enem) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no pas- sado, interpretado de forma muito diferente, pois a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos. b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos. c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos. d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito. e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições. Resposta: A. Resposta: A. Sintetizando a unidade Chegamos ao final da unidade e é hora de sintetizar os conteúdos trabalhados. Como você verá no esquema a seguir, os conteúdos que estudamos mantêm relações entre si e servem de fundamento para assuntos que ainda trabalharemos neste material. Observe com atenção o esquema e complete as linhas abaixo com elementos ou expressões trabalhados nesta unidade e que estejam relacio- nados aos itens apresentados. Crescente Fértil Egípcios MesopotâmiosFenícios Hebreus Persas 1. Crescente Fértil: Oriente Médio atual 2. Egito: agricultura de regadio / politeísmo / mumificação / hieróglifos 3. Mesopotâmia: agricultura de regadio / ocupação por diferentes povos /código de Hamurabi / escrita cuneiforme 4. Hebreus: Êxodo, Diáspora, monoteísmo ético 5. Fenícios: império comercial e marítimo; alfabeto fonético 6. Persas: império extenso, zoroastrismo, administração 8_MAXI_LA_EM3_1_CAD9_HIS_A_219A292.indd 242 10/3/17 10:26 AM HIS1_U02
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