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ADMINISTRACAO - Governanca, accountability

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ADMINISTRAÇÃO
GERAL E PÚBLICA
GOVERNANÇA, GOVERNABILIDADE E ACCOUNTABILITY
Livro Eletrônico
PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro
VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado
COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes
ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho
SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo
ASSISTENTES DE PRODUÇÃO:
Giulia Batelli, Juliane Fenícia de Castro, Laís Rodrigues e Thaylinne 
Gomes Lima
REVISORES: Ângela Pereira da Silva de Oliveira e Luciana Postiglioni
DIAGRAMADORES: Antonio Jr, Leandro Chaves Padilha
CAPA: Washington Nunes Chaves
Gran Cursos Online
SBS Quadra 02, Bloco J, Lote 10, Edifício Carlton Tower, Sala 201, 2º Andar, Asa Sul, Brasília-DF
CEP: 70.070-120
Capitais e regiões metropolitanas: 4007 2501
Demais localidades: 0800 607 2500 Seg a sex (exceto feriados) / das 8h às 20h
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TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19.02.1998, nenhuma parte deste livro pode 
ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recupe ração de informações ou transmitida 
sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos 
autorais e do editor.
© 05/2019
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ADRIEL SÁ
Professor de Direito Administrativo, Administra-
ção Geral e Administração Pública em diversos 
cursos presenciais e telepresenciais. Servidor 
público federal da área administrativa desde 
1999 e, atualmente, atuando no Ministério Pú-
blico Federal. Formado em Administração de 
Empresas pela Universidade Federal de Santa 
Catarina, com especialização em Gestão Públi-
ca. Foi militar das Forças Armadas por 11 anos, 
sempre atuando nas áreas administrativas. É 
coautor da obra “Direito Administrativo Facili-
tado” e autor da obra “Administração Geral e 
Pública - Teoria Contextualizada em Questões”, 
ambas publicadas pela Editora Juspodivm.
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ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Governança, Governabilidade e Accountability
Prof. Adriel Sá
Governabilidade, Governança e Intermediação de Interesses ............................6
1 Origens ..................................................................................................6
2 Governabilidade .......................................................................................6
2.1 Conceito ..............................................................................................6
2.2 Ingovernabilidade ou não Governabilidade ................................................8
3 Governança ............................................................................................9
3.1 Origem do Conceito de Governança .........................................................9
3.2 Princípios Básicos de Governança Corporativa .........................................11
3.3 Metodologia dos 8P’s ...........................................................................12
3.4 Governança Pública .............................................................................13
3.5 Governança e o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (1995) ....15
3.6 Princípios Básicos da Governança para o Setor Público .............................17
3.7. Decreto n. 9.203, de 22 de Novembro de 2017 ......................................23
4 Intermediação de Interesses ...................................................................32
Processos participativos de gestão pública ...................................................36
1 Introdução e conceitos ...........................................................................36
2 Conselhos .............................................................................................37
2.1 Conselhos Temáticos Institucionalizados .................................................38
2.1 Conselhos Tutelares .............................................................................39
2.3 Conselhos Gestores de Políticas Públicas ................................................39
3 Orçamento participativo ..........................................................................41
4 Ouvidorias ............................................................................................43
Resumo ...................................................................................................44
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Governança, Governabilidade e Accountability
Prof. Adriel Sá
Mapas Mentais .........................................................................................49
Questões de Concurso ...............................................................................51
Gabarito ..................................................................................................64
Gabarito Comentado .................................................................................65
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Governança, Governabilidade e Accountability
Prof. Adriel Sá
GOVERNABILIDADE, GOVERNANÇA E INTERMEDIAÇÃO 
DE INTERESSES
1 Origens
Os conceitos de governabilidade e governança surgiram nos Estados moder-
nos do século XIX (democracia liberal-burguesa), não apresentando uma definição 
muito clara e precisa, além de possuírem variáveis conforme o autor e sua nacio-
nalidade, orientação ideológica e a ênfase dada a cada elemento que os compõem.
No entanto, é importante destacar que governabilidade e governança são temas 
indissociáveis e que se complementam entre si. Assim, estudar um conceito sem 
conhecer o outro é praticamente impossível. Além disso, as provas insistem nas 
comparações entre os termos justamente por causa desse vínculo forte existente 
entre ambos.
É por isso que as cobranças em concursos públicos, muitas vezes, causam con-
fusões e mexem com a “cabeça” dos candidatos. O que queremos apresentar não é 
uma discussão doutrinária aprofundada, mas “caminhos” que permitam fazê-lo(a) 
gabaritar as questões de provas.
Assim, apenas para fins didáticos e uma análise mais pormenorizada, vamos 
estudá-los de forma destacada, mas sempre que necessário, faremos remissões de 
um ao outro.
2 Governabilidade
2.1 Conceito
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Governança, Governabilidade e Accountability
Prof. AdrielSá
A governabilidade das democracias teve iniciada sua discussão sobre a causa 
dos problemas de governabilidade e não governabilidade na Europa ocidental, no 
Japão e nos Estados Unidos, considerando o aumento das demandas sociais e a 
falta de recursos (financeiros e humanos) e de capacidade de gestão.
De forma direta, podemos entender a governabilidade como o próprio poder 
político, legitimado e contando com o apoio da sociedade e de seus represen-
tantes.
No entanto, outros conceitos se ramificam dessa definição inicial. Veja:
• Condições substantivas, sistêmicas, materiais e institucionais de exercício do 
poder e de legitimidade do Estado.
• Capacidade política de decidir e governar.
• Capacidade para agregar múltiplos interesses da sociedade e apresentar-lhes 
um objetivo comum.
• Definição de atuação do espaço público.
• Envolve o sistema de intermediação de interesses, as características do siste-
ma político, a forma de governo e as relações entre os Poderes.
• Termo que possui como fonte ou origem os cidadãos, além dos partidos polí-
ticos, as associações e demais grupos representativos da sociedade.
Na prática, um governo tem governabilidade na medida em que seus dirigentes 
contem com os necessários apoios políticos para governar. Portanto, a governabi-
lidade, ou seja, capacidade política de governar decorre do relacionamento do 
Estado e do seu governo com a sociedade.
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2.2 Ingovernabilidade ou não Governabilidade
Se a governabilidade decorre do relacionamento do Estado e do seu governo 
com a sociedade, a ingovernabilidade é a negação desse relacionamento, ou 
seja, é a relação de conflito do Estado e do seu governo com a sociedade.
Para Bobbio (2000),1 a ingovernabilidade ou a não governabilidade pode estar 
associada à sobrecarga fiscal, excesso de demandas e à crise de legitimidade do 
Estado.
A sobrecarga fiscal se refere à sobrecarga de problemas aos quais o Estado deve 
responder com a expansão de seus serviços e intervenção.
O excesso de demandas se refere ao desequilíbrio entre as demandas da popu-
lação e a capacidade estatal em atendê-las.
A crise de legitimidade que se origina quando a sociedade não aceita a legitimi-
dade dos atos administrativos e políticos do Estado, considerando o problema de 
acumulação, distribuição e redistribuição de recursos, bens e serviços.
Ainda, segundo o modelo de governabilidade proposto por Ferreira Filho (2001),2 
a crise de governabilidade, em regra, abrange três crises que estão interligadas: 
crise de sobrecarga, crise político-institucional ou agenciamento e crise democráti-
co- representativa.
A crise de sobrecarga consiste na incapacidade de o Estado dar conta de todas 
as tarefas assumidas e que lhe são atribuídas pela Constituição e leis, sendo que 
essas tarefas aumentam de forma ilimitada, e abrangem todos os setores da so-
ciedade. Para solucionar essa crise, o Estado precisa definir sua finalidade quanto 
governo. É necessário utilizar uma política racional, em que o Estado, somente, 
1 BOBBIO, N. Dicionário de Política. Brasília: UnB; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2000.
2 FERREIRA FILHO, M. G. A Democracia no Limiar no Século XXI. São Paulo: Saraiva, 2001.
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oriente, incentive, fiscalize e ampare e realize as funções que apenas ele pode de-
sempenhar.
A crise político-institucional ou agenciamento resulta da base de organização 
governamental inadequada para um Estado intervencionista, adotada por muitos 
países, que é a separação dos poderes seguindo o modelo de Montesquieu (sepa-
ração em três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, independentes e au-
tônomos entre si). Um exemplo da crise é que para o Executivo poder atuar de 
forma eficiente, ele precisa de leis e no momento que são necessárias, mas não é 
isso que ocorre, já que a própria estrutura do Legislativo dificulta muitas decisões. 
E, também, por serem poderes autônomos, o que interessa para em determinada 
ocasião, pode não interessar para o outro.
A crise democrático-representativa decorre em função da vontade real do povo 
não ser transmitida aos órgãos da administração pública. Ocorre quando os gover-
nantes, depois de eleitos, agem seguindo a própria pretensão, para o seu proveito 
e não de acordo com os interesses das pessoas que os elegeram. Soma-se a isso 
o fato de o processo de escolha dos políticos ser feito por intermédio dos partidos 
políticos, que influenciam na formação da opinião da população, resultando na es-
colha equivocada e aleatória de desconhecidos ou aproveitadores.
3 Governança
3.1 Origem do Conceito de Governança
Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organi-
zações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos 
entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle 
e demais partes interessadas.
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No Brasil, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), uma 
organização sem fins lucrativos, é a principal referência para o desenvolvimento 
das melhores práticas sobre o tema.
O instituto atualiza, periodicamente, o Código das Melhores Práticas de Go-
vernança Corporativa. Esse código foi desenvolvido, primariamente, com foco 
em empresas privadas. Entretanto, nas edições mais recentes é feita a opção pela 
palavra “organização”, a fim de tornar o documento mais abrangente e adaptável a 
outros tipos de organização, como, por exemplo, as do terceiro setor, cooperativas, 
estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista), órgãos governa-
mentais, entre outras. Isso porque cada tipo de organização tem suas peculiarida-
des em termos de governança.
Segundo Andrade e Rosseti (2006),3 há diferentes definições de governança 
corporativa. Elas podem ser classificadas em quatro grupos, que enxergam a go-
vernança como:
• Guardiã de direitos das partes com interesses em jogo nas empresas.
• Sistema de relações pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas.
• Estrutura de poder que se observa no interior das corporações.
• Sistema normativo que rege as relações internas e externas das empresas.
3 ANDRADE, A.; ROSSETI, J. P. Governança Corporativa: fundamentos, desenvolvimento e tendên-
cias. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
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3.2 Princípios Básicos de Governança Corporativa
Segundo o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, os princí-
pios básicos de governança corporativa devem permear, em maior ou menor grau, 
todas as práticas da organização, e sua adequada adoção resulta em um clima de 
confiança tanto internamente quanto nas relações com terceiros. São eles:
Transparência (disclosure): consiste no desejo de disponibilizar para as partes 
interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas im-
postas por disposições de leis ou regulamentos. Não deve restringir-se ao desem-
penho econômico-financeiro, contemplando também os demais fatores (inclusive 
intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à preservação e à oti-
mização do valor da organização.
Equidade (fairness): caracteriza-se pelo tratamento justo e isonômico de todos 
os sócios e demais partes interessadas (stakeholders), levando em consideração 
seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.
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Prestação de contas (accountability): os agentes de governança devem pres-
tar contas de sua atuação de modo claro, conciso, compreensível e tempestivo, 
assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões e atuando com 
diligência e responsabilidade no âmbito dos seus papéis.
Responsabilidade corporativa (compliance): os agentes de governança devem 
zelar pela viabilidade econômico-financeira das organizações, reduzir as externali-
dades negativas de seus negócios e suas operações e aumentar as positivas, levan-
do em consideração, no seu modelo de negócios, os diversos capitais (financeiro, 
manufaturado, intelectual, humano, social, ambiental, reputacional etc.) no curto, 
médio e longo prazos.
3.3 Metodologia dos 8P’s
Segundo Andrade e Rossetti (2014),4 a criação de um ambiente de governança 
corporativa passa, geralmente, pelas oito dimensões dos “P’s”, que são:
Propriedade: a propriedade é o atributo fundamental e diferenciador das or-
ganizações, definindo as relações com as razões de ser e com as diretrizes da go-
vernança.
Princípios: os princípios são derivados do processo ético que deve prevalecer 
no mundo dos negócios: transparência (disclosure), equidade (fairness), prestação 
responsável de contas (accountability) e responsabilidade corporativa (complian-
ce).
Propósitos: os propósitos convergem para o máximo retorno total de longo 
prazo dos acionistas, além da harmonização de interesses com outras partes inte-
ressadas.
4 ANDRADE, A.; ROSSETTI, J. P. Governança Corporativa: fundamentos, desenvolvimento e ten-
dências. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2014.
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Papéis: a segregação dos papéis resulta das diferentes atribuições de proprie-
tários, conselheiros e gestores e precisam ser claramente definidos entre os níveis 
organizacionais.
Poder: o poder, emanado dos acionistas ou proprietários, será exercido pelos 
administradores escolhidos, responsáveis pelo direcionamento da organização e 
pela geração de resultados.
Práticas: as práticas ou processos visam o estabelecimento de canais fluídos 
de informação e de consensual sistema para a tomada de decisões e acompanha-
mento das ações decorrentes.
Pessoas: na sustentação de todo os “P’s” estão as pessoas condutoras do con-
junto de legados e dos objetivos que dão vida e continuidade às operações organi-
zacionais.
Perenidade: a perenidade ou perpetuidade da organização é fortemente de-
pendente dos sete princípios precedentes, e define-se como objetivo síntese das 
organizações, sustentada por bons resultados econômicos, financeiros, sociais e 
ambientais.
3.4 Governança Pública
No setor público, é importante você compreender a governança como um con-
junto de arranjos formais e informais que determinam como são tomadas as deci-
sões públicas e como são implementadas as ações públicas.
Professor, esse conceito é muito semelhante ao de governabilidade?
• Verdade! Aí vai a primeira dica de prova:
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• Governabilidade é processo, é a análise da situação geral, é a análise de ce-
nário do governo (favorável ou desfavorável). Em suma, é a teoria!
• Governança é estruturar, é a prática das ações, é a capacidade técnica do 
governo. Em suma, é a prática!
Exemplificando:
Um governo pode possuir uma governabilidade (apoios políticos e da sociedade); 
ainda assim, poderá governar mal se lhe faltar a capacidade de governança (capa-
cidade técnica). Ou seja, a governança pode se apresentar deficiente em condições 
satisfatórias de governabilidade.
Imagine você e sua família na plateia de uma apresentação da Orquestra Real do 
Concertgebouw (Holanda), uma das melhores sinfônicas do mundo. De repente, o 
maestro passa mal e precisa ser conduzido ao hospital. Você, que naquela semana 
havia iniciado um curso básico de violão, grita algo do tipo “deixa comigo!”, achan-
do-se capaz de assumir o lugar do maestro; sua família coloca-se em pé em mani-
festo de apoio total à sua decisão “maluca” e toda a plateia, desconhecendo suas 
capacidades, também começa a apoiá-lo. Pergunta-se: mesmo com o apoio total 
de sua família e da plateia, teria você condições de conduzir a sinfônica pelo res-
tante do espetáculo? Não!
Pois é, você possui apoio de sua família e da plateia (governabilidade), mas não 
tem condições técnicas e prática necessária para conduzir a orquestra (governan-
ça).
Então, vamos comparar os conceitos de governabilidade aos de governança, 
para que tudo fique mais claro!
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GOVERNABILIDADE GOVERNANÇA
Condições substantivas, sistêmicas, mate-
riais e institucionais de exercício do poder e 
de legitimidade do Estado.
Capacidade que um determinado governo 
tem para formular e implementar as suas 
políticas – regulação de transações e ope-
racionalização de soluções.
Capacidade política de decidir e governar. Capacidade técnica de gerir os recursos 
públicos.
Capacidade para agregar múltiplos inte-
resses da sociedade e apresentar-lhes um 
objetivo comum.
Surgem e se desenvolvem as condiçõesacordadas com a sociedade – capacidade 
de representar os interesses da sociedade.
Definição de atuação do espaço público. Atuação no espaço público.5
Envolve o sistema de intermediação de 
interesses, as características do sistema 
político, a forma de governo e as relações 
entre os Poderes.
Mecanismos formais e informais para ope-
racionalizar as políticas públicas.6
Termo que possui como fonte ou origem os 
cidadãos, além dos partidos políticos, as 
associações e demais grupos representati-
vos da sociedade.
Termo que possui como fonte ou origem os 
próprios agentes públicos ou servidores do 
Estado que possibilitam a implementação 
das políticas públicas.
Relaciona-se com processo. Relaciona-se com estrutura.
Conceito mais simples e restrito. Conceito mais complexo e amplo.
3.5 Governança e o Plano Diretor da Reforma do Aparelho 
do Estado (1995)
A governança, como já vimos, pode ser entendida como a capacidade de o Es-
tado implementar, forma eficiente, políticas públicas.
Segundo o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE), a reforma 
gerencial de 1995 pretendia reforçar a governança – a capacidade de governo 
5 Em relação ao espaço público de atuação, a definição desse espaço se refere ao conceito de governabilidade, 
enquanto que a atuação propriamente dita se vincula ao conceito de governança.
6 Os mecanismos formais abrangem as próprias instituições governamentais; já os mecanismos 
informais, de caráter não governamental, como associações e organizações, impõem uma con-
duta determinada dentro da sua área de atuação, satisfazendo as necessidades e demandas da 
sociedade.
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ADMINISTRAÇÃO GERAL E PÚBLICA
Governança, Governabilidade e Accountability
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do Estado – por meio da transição programada de um tipo de administração pública 
burocrática, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, 
para uma administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o aten-
dimento do cidadão.
Nesse sentido, destaca o documento que o governo brasileiro não carecia 
de “governabilidade”, ou seja, de poder para governar, dada sua legitimidade 
democrática e o apoio com que contava na sociedade civil. Enfrentava, entretanto, 
um problema de governança, na medida em que sua capacidade de implementar as 
políticas públicas era limitada pela rigidez e ineficiência da máquina administrativa.
Afirmava-se que a administração pública deveria reduzir o seu tamanho, ou 
seja, reduzindo seu papel de executor ou prestador direto de serviços, mantendo-
-se, entretanto, no papel de regulador e provedor ou promotor desses serviços. 
Assim, a administração pública deveria ser permeável à maior participação dos 
agentes privados e das organizações da sociedade civil (pluralismo), des-
locando a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins).
Pelo contexto apresentado no PDRAE, temos a governança pública como uma 
consequência do movimento da Administração Pública Gerencial, com uma visão de 
mudança do papel do Estado (menos hierárquico e menos monopolista) na solução 
de problemas públicos. Por isso, a governança pública significa um resgate da polí-
tica dentro da administração pública, diminuindo a importância de critérios técnicos 
nos processos de decisão e um reforço de mecanismos participativos de delibera-
ção na esfera pública – modelo horizontal de relação entre atores públicos e 
privados no processo de elaboração de políticas públicas.
Diferença entre “Reformar do Aparelho do Estado” e “Reforma do Estado”:
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Por aparelho do Estado, o PDRAE conceitua-o como a estrutura organizacional do 
Estado, em três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis (União, 
Estados-membros e municípios). Assim, o aparelho do Estado é constituído pelo 
governo, isto é, pela cúpula dirigente nos três poderes, por um corpo de funcioná-
rios e pela força militar.
O Estado, por sua vez, é mais abrangente que o aparelho, porque compreende adi-
cionalmente o sistema constitucional-legal, que regula a população nos limites de 
um território.
O PDRAE focaliza-se na reforma do aparelho do Estado. Essa reforma visava esta-
belecer as condições para tornar a administração pública mais eficiente, ou seja, 
capaz de implementar políticas públicas. Logo, a Reforma do Aparelho do Estado 
volta-se para a estrutura: Governança!
Já a reforma do Estado seria um projeto mais amplo, que diria respeito às várias 
áreas do governo e, ainda, ao conjunto da sociedade brasileira. Logo, a Reforma do 
Estado volta-se para o processo: Governabilidade!
3.6 Princípios Básicos da Governança para o Setor Público
Vimos que a governança está ligada à democratização do processo decisório, à 
inserção do Estado na sociedade e à participação da sociedade civil organizada na 
formulação e gestão de políticas públicas.
De acordo com o TCU,7 especificamente no que se refere ao setor público, a 
crise fiscal dos anos 1980 exigiu novo arranjo econômico e político internacional, 
com a intenção de tornar o Estado mais eficiente. Esse contexto propiciou discutir a 
governança na esfera pública e resultou no estabelecimento dos princípios básicos 
7 Referencial Básico de Governança – aplicável a órgãos e entidades da administração pública. Brasília: TCU, 
2014.
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que norteiam as boas práticas de governança nas organizações públicas: transpa-
rência, integridade e prestação de contas.
Um dos estudos que se destacou foi o estudo n. 13 – Boa governança no setor 
público –, da International Federation of Accountants (IFAC), publicado em 2001,8 
que definiu os princípios e recomendações da governança corporativa para o setor 
público, com o objetivo de contribuir para a melhoria da transparência e do controle 
sobre o desempenho da gestão: transparência, integridade e accountability.
Essa mesma publicação também fez constar quatro pilares ou dimensões para 
a governança no setor público:
1) Padrões de comportamento: relacionados ao exercício de liderança para 
a determinação de valores, padrões de comportamento e cultura da organização;
2) Estruturas e processos organizacionais: relacionados à forma como a 
alta gestão é indicada, as responsabilidades são definidas e a organização se torna 
confiável;
3) Controle de risco: relacionados à instituição dos controles de forma a sub-
sidiar o alcance dos objetivos da entidade, a eficiência a efetividade das operações, 
a confiabilidade dos relatórios e a conformidade com relação à aplicação de leis e 
regulamentos.
4) Relatórios externos: relacionados à forma como a alta gestão da organi-
zação demonstra sua responsabilização pela administração das finanças públicas edesempenho no uso dos recursos.
Adotando como referência essas quatro dimensões, a IFAC estabeleceu os ele-
mentos-chave para a definição das melhores práticas de governança, com foco na 
responsabilidade da gestão:
8 INTERNATIONAL FEDERATION OF ACCOUNTANTS – PSC/IFAC. Study 13. Governance in the Public Sector: A 
Governing Body Perspective, 2001.
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DIMENSÕES DA GOVERNANÇA NO SETOR PÚBLICO
Padrões de
Comportamento
Liderança
Código de conduta: probidade e proprie-
dade, objetividade, integridade, honesti-
dade e relacionamento
Estruturas e Processos
Organizacionais
Responsabilidade de prestar conta estatu-
tária
Responsabilidade de prestar contas pelo 
uso do dinheiro público
Comunicação com as partes interessadas
Papéis e responsabilidades: equilíbrio de 
poder e autoridade, o grupo governante, o 
presidente do grupo de governo, o grupo 
governante não executivo e política de 
remuneração
Controle de Risco
Gestão de risco
Auditoria interna: comitês de auditoria, 
controle interno, orçamento, administração 
financeira e treinamento
Relatórios Externos
Relatórios anuais
Normas contábeis apropriadas
Medidas de desempenho
Auditores externos
Com o passar do tempo, novos princípios foram agregados à governança públi-
ca. Segundo a publicação do TCU, a governança pública, para ser efetiva, pressu-
põe a existência de um Estado de Direito; de uma sociedade civil participativa no 
que tange aos assuntos públicos; de uma burocracia imbuída de ética profissional; 
de políticas planejadas de forma previsível, aberta e transparente; e de um braço 
executivo que se responsabilize por suas ações.
Enfim, falar em princípios da governança pública não envolve uma lista exausti-
va, mas uma lista exemplificativa. Resoluções de questões de provas devem consi-
derar a análise das características do próprio conceito de governança. Ainda assim, 
vamos analisar alguns postulados doutrinários.
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Por exemplo, conforme sugerido pelo Banco Mundial, atualmente, podemos 
considerar como princípios da boa governança: a legitimidade, a equidade, a 
responsabilidade, a eficiência, a probidade, a transparência e a accountability.
Legitimidade: princípio jurídico fundamental do Estado Democrático de Direito 
e critério informativo do controle externo da administração pública que amplia a 
incidência do controle para além da aplicação isolada do critério da legalidade. Não 
basta verificar se a lei foi cumprida, mas se o interesse público, o bem comum, 
foi alcançado. Admite o ceticismo profissional de que nem sempre o que é legal é 
legítimo.
Equidade: promover a equidade é garantir as condições para que todos tenham 
acesso ao exercício de seus direitos civis – liberdade de expressão, de acesso à 
informação, de associação, de voto, igualdade entre gêneros –, políticos e sociais – 
saúde, educação, moradia, segurança.
Responsabilidade: diz respeito ao zelo que os agentes de governança devem 
ter pela sustentabilidade das organizações, visando sua longevidade, incorporando 
considerações de ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações.
Eficiência: é fazer o que é preciso ser feito com qualidade adequada ao menor 
custo possível. Não se trata de redução de custo de qualquer maneira, mas de bus-
car a melhor relação entre qualidade do serviço e qualidade do gasto.
Probidade: trata-se do dever dos servidores públicos de demonstrar probidade, 
zelo, economia e observância às regras e aos procedimentos do órgão ao utilizar, 
arrecadar, gerenciar e administrar bens e valores públicos. Enfim, refere-se à obri-
gação que têm os servidores de demonstrar serem dignos de confiança.
Transparência: caracteriza-se pela possibilidade de acesso a todas as informa-
ções relativas à organização pública, sendo um dos requisitos de controle do Estado 
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pela sociedade civil. A adequada transparência resulta em um clima de confiança, 
tanto internamente quanto nas relações de órgãos e entidades com terceiros.
Accountability: as normas de auditoria da Intosai conceituam accountability 
como a obrigação que têm as pessoas ou entidades às quais se tenham confiado 
recursos, incluídas as empresas e organizações públicas, de assumir as responsa-
bilidades de ordem fiscal, gerencial e programática que lhes foram conferidas, e de 
informar a quem lhes delegou essas responsabilidades. Espera-se que os agentes 
de governança prestem contas de sua atuação de forma voluntária, assumindo in-
tegralmente as consequências de seus atos e omissões.
Já o autor Barrett (2005)9 assim elenca os principais princípios a que as enti-
dades do setor público devem aderir para efetivamente aplicar os elementos de 
governança corporativa:
Liderança: a governança do setor público requer liderança no governo e/ou do 
órgão executivo da organização. Um quadro efetivo requer a clara identificação e 
articulação da responsabilidade, bem como a compreensão real e apreciação das 
várias relações entre os stakeholders da organização e aqueles que são responsá-
veis pela gestão dos recursos e obtenção dos desejados resultados (outcomes).
Integridade: a integridade tem a ver com honestidade e probidade na adminis-
tração dos fundos públicos. Ela é dependente da eficácia do controle estabelecido 
e dos padrões pessoais e profissionalismo dos indivíduos dentro da organização. A 
integridade reflete-se nas práticas e processos de tomada de decisão e na qualida-
de e credibilidade do relatório de performance.
Compromisso: as melhores práticas de governança pública requerem um forte 
compromisso de todos os participantes, para serem implementados os elementos 
9 BARRET, P. Achieving Better Practice Corporate Governance in the Public Sector. AM Auditor General for Aus-
tralia. Disponível em: <http://www.anao.gov.au/uploads/documents/>. Acesso em: 17 dez. 2013.
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fundamentais da governança corporativa. Isso exige boa orientação das pessoas; 
melhoria na comunicação; uma grande ênfase nos valores da entidade e conduta 
ética; gestão do risco; relacionamento com os cidadãos e os clientes e prestação 
de serviço de qualidade.
Responsabilidade/prestação de contas(accountability): os envolvidos devem 
identificar quem é responsável por que, perante quem, e quando. Requer tam-
bém uma compreensão clara e apreciação dos papéis e das responsabilidades dos 
participantes no quadro da governança, em que os Ministros, a Administração da 
entidade e o CEO (executivo principal) são componentes-chave de uma responsa-
bilidade saudável.
Transparência: a abertura, ou a equivalente transparência, consiste em provi-
denciar aos stakeholders a confiança no processo de tomada de decisão e nas ações 
de gestão das entidades públicas durante a sua atividade. Comunicações completas 
e informação segura e transparente geram ações mais efetivas. A transparência é 
essencial para ajudar a assegurar que os corpos dirigentes são verdadeiramente 
responsáveis. A informação deve ser exibida e não detida por qualquer entidade 
particular – ela é um recurso público, assim como o dinheiro público ou os ativos.
Integração: os vários elementos da governança devem estar holisticamente in-
tegrados no programa organizacional, bem compreendida e aplicada pelos funcio-
nários dentro das entidades. Se estiver corretamente implementada, a governança 
pode providenciar a integração do quadro de gestão estratégica, necessária para 
obter os padrões de performance necessários para atingir as suas metas e objeti-
vos.
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Para o autor Matias-Pereira (2008),10 a governança pública está apoiada em 
quatro princípios:
Relações éticas: dizem respeito a permissões de ações, cujo parâmetro limita-
dor é a não nocividade social.
Conformidade: refere-se à compatibilidade dos procedimentos com as leis e 
regulamentos.
Transparência: visa disponibilizar às partes interessadas as informações que 
sejam de seu interesse, e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou 
regulamentos.
Prestação de contas (accountability): é o dever dos agentes de governança 
nas justificativas de suas atuações, assumindo integralmente as consequências de 
seus atos e omissões.
3.7. Decreto n. 9.203, de 22 de Novembro de 2017
Dispõe sobre a política de governança da administração pública federal direta, 
autárquica e fundacional.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, 
caput, inciso VI, alínea “a”, da Constituição, DECRETA:
Art. 1o Este Decreto dispõe sobre a política de governança da administração 
pública federal direta, autárquica e fundacional.
Art. 2o Para os efeitos do disposto neste Decreto, considera-se:
I – governança pública – conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e 
controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas 
à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da socieda-
de;
10 MATIAS-PEREIRA, J. Administração Pública Comparada: uma avaliação das reformas administra-
tivas do Brasil, EUA e União Europeia. Revista de Administração Pública, v. 42, n. 1, 2008.
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II – valor público – produtos e resultados gerados, preservados ou entregues 
pelas atividades de uma organização que representem respostas efetivas e úteis 
às necessidades ou às demandas de interesse público e modifiquem aspectos do 
conjunto da sociedade ou de alguns grupos específicos reconhecidos como destina-
tários legítimos de bens e serviços públicos;
III – alta administração – Ministros de Estado, ocupantes de cargos de natureza 
especial, ocupantes de cargo de nível 6 do Grupo-Direção e Assessoramento Supe-
riores – DAS e presidentes e diretores de autarquias, inclusive as especiais, e de 
fundações públicas ou autoridades de hierarquia equivalente; e
IV – gestão de riscos – processo de natureza permanente, estabelecido, di-
recionado e monitorado pela alta administração, que contempla as atividades de 
identificar, avaliar e gerenciar potenciais eventos que possam afetar a organização, 
destinado a fornecer segurança razoável quanto à realização de seus objetivos.
Art. 3o São princípios da governança pública:
I – capacidade de resposta;
II – integridade;
III – confiabilidade;
IV – melhoria regulatória;
V – prestação de contas e responsabilidade; e
VI – transparência.
Art. 4o São diretrizes da governança pública:
I – direcionar ações para a busca de resultados para a sociedade, encontrando 
soluções tempestivas e inovadoras para lidar com a limitação de recursos e com as 
mudanças de prioridades;
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II – promover a simplificação administrativa, a modernização da gestão pública 
e a integração dos serviços públicos, especialmente aqueles prestados por meio 
eletrônico;
III – monitorar o desempenho e avaliar a concepção, a implementação e os 
resultados das políticas e das ações prioritárias para assegurar que as diretrizes 
estratégicas sejam observadas;
IV – articular instituições e coordenar processos para melhorar a integração 
entre os diferentes níveis e esferas do setor público, com vistas a gerar, preservar 
e entregar valor público;
V – fazer incorporar padrões elevados de conduta pela alta administração para 
orientar o comportamento dos agentes públicos, em consonância com as funções e 
as atribuições de seus órgãos e de suas entidades;
VI – implementar controles internos fundamentados na gestão de risco, que 
privilegiará ações estratégicas de prevenção antes de processos sancionadores;
VII – avaliar as propostas de criação, expansão ou aperfeiçoamento de políticas 
públicas e de concessão de incentivos fiscais e aferir, sempre que possível, seus 
custos e benefícios;
VIII – manter processo decisório orientado pelas evidências, pela conformidade 
legal, pela qualidade regulatória, pela desburocratização e pelo apoio à participação 
da sociedade;
IX – editar e revisar atos normativos, pautando-se pelas boas práticas regula-
tórias e pela legitimidade, estabilidade e coerência do ordenamento jurídico e rea-
lizando consultas públicas sempre que conveniente;
X – definir formalmente as funções, as competências e as responsabilidades das 
estruturas e dos arranjos institucionais; e
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XI – promover a comunicação aberta, voluntária e transparente das atividades 
e dos resultados da organização, de maneira afortalecer o acesso público à infor-
mação.
Art. 5o São mecanismos para o exercício da governança pública:
I – liderança, que compreende conjunto de práticas de natureza humana ou 
comportamental exercida nos principais cargos das organizações, para assegurar a 
existência das condições mínimas para o exercício da boa governança, quais sejam:
a) integridade;
b) competência;
c) responsabilidade; e
d) motivação;
II – estratégia, que compreende a definição de diretrizes, objetivos, planos e 
ações, além de critérios de priorização e alinhamento entre organizações e partes 
interessadas, para que os serviços e produtos de responsabilidade da organização 
alcancem o resultado pretendido; e
III – controle, que compreende processos estruturados para mitigar os possíveis 
riscos com vistas ao alcance dos objetivos institucionais e para garantir a execução 
ordenada, ética, econômica, eficiente e eficaz das atividades da organização, com 
preservação da legalidade e da economicidade no dispêndio de recursos públicos.
Art. 6o Caberá à alta administração dos órgãos e das entidades, observados as 
normas e os procedimentos específicos aplicáveis, implementar e manter mecanis-
mos, instâncias e práticas de governança em consonância com os princípios e as 
diretrizes estabelecidos neste Decreto.
Parágrafo único. Os mecanismos, as instâncias e as práticas de governança de 
que trata o caput incluirão, no mínimo:
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I – formas de acompanhamento de resultados;
II – soluções para melhoria do desempenho das organizações; e
III – instrumentos de promoção do processo decisório fundamentado em evi-
dências.
Art. 7o Fica instituído o Comitê Interministerial de Governança – CIG, com a 
finalidade de assessorar o Presidente da República na condução da política de go-
vernança da administração pública federal.
Art. 8o O CIG será composto pelos seguintes membros titulares:
I – Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República, que o 
coordenará;
II – Ministro de Estado da Fazenda;
III – Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; e
IV – Ministro de Estado da Transparência e Controladoria-Geral da União.
§ 1o A suplência dos membros titulares será exercida pelos Secretários-Execu-
tivos.
§ 2o As reuniões do CIG serão convocadas pelo seu Coordenador.
§ 3o Representantes de outros órgãos e entidades da administração pública fe-
deral poderão ser convidados a participar de reuniões do CIG, sem direito a voto.
Art. 9o Ao CIG compete:
I – propor medidas, mecanismos e práticas organizacionais para o atendimento 
aos princípios e às diretrizes de governança pública estabelecidos neste Decreto;
II – aprovar manuais e guias com medidas, mecanismos e práticas organiza-
cionais que contribuam para a implementação dos princípios e das diretrizes de 
governança pública estabelecidos neste Decreto;
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III – aprovar recomendações aos colegiados temáticos para garantir a coerência 
e a coordenação dos programas e das políticas de governança específicos;
IV – incentivar e monitorar a aplicação das melhores práticas de governança no 
âmbito da administração pública federal direta, autárquica e fundacional; e
V – expedir resoluções necessárias ao exercício de suas competências.
§ 1o Os manuais e os guias a que se refere o inciso II do caput deverão:
I – conter recomendações que possam ser implementadas nos órgãos e entida-
des da administração pública federal direta, autárquica e fundacional definidos na 
resolução que os aprovar;
II – ser observados pelos comitês internos de governança, a que se refere o art. 
14.
§ 2o O colegiado temático, para os fins deste Decreto, é a comissão, o comitê, 
o grupo de trabalho ou outra forma de colegiado interministerial criado com o ob-
jetivo de implementar, promover ou executar políticas o programas de governança 
relativos a temas específicos.
Art. 10. O CIG poderá constituir grupos de trabalho específicos para subsidiá-lo 
no cumprimento de suas competências.
§ 1o Representantes de órgãos e entidades públicas e privadas poderão ser con-
vidados a participar dos grupos de trabalho constituídos pelo CIG.
§ 2o O CIG definirá, no ato de criação do grupo de trabalho, seus objetivos es-
pecíficos e sua composição e, quando for o caso, o prazo para conclusão de seus 
trabalhos.
Art. 11. A Secretaria-Executiva do CIG será exercida pela Casa Civil da Presi-
dência da República.
Parágrafo único. Compete à Secretaria-Executiva do CIG:
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I – receber, instruir e encaminhar aos membros do CIG as propostas recebidas 
na forma estabelecida no caput do art. 10 e no inciso II do caput do art. 13;
II – encaminhar a pauta, a documentação, os materiais de discussão e os regis-
tros das reuniões aos membros do CIG;
III – comunicar aos membros do CIG a data e a hora das reuniões ordinárias ou 
a convocação para as reuniões extraordinárias;
IV – comunicar aos membros do CIG a forma de realização da reunião, se por 
meio eletrônico ou presencial, e o local, quando se tratar de reuniões presenciais; e
V – disponibilizar as atas e as resoluções do CIG em sítio eletrônico ou, quando 
for confidencial, encaminhá-las aos membros.
Art. 12. A participação no CIG ou nos grupos de trabalho por ele constituídos 
será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.
Art. 13. Compete aos órgãos e às entidades integrantes da administração pú-
blica federal direta, autárquica e fundacional:
I – executar a política de governança pública, de maneira a incorporar os prin-
cípios e as diretrizes definidos neste Decreto e as recomendações oriundas de ma-
nuais, guias e resoluções do CIG; e
II – encaminhar ao CIG propostas relacionadas às competências previstas no 
art. 9o, com a justificativa da proposição e da minuta da resolução pertinente, se 
for o caso.
Art. 14. Os órgãos e as entidades da administração pública federal direta, au-
tárquica e fundacional deverão, no prazo de cento e oitenta dias, contado da data 
de entrada em vigor deste Decreto, instituir comitê interno de governança ou atri-
buir as competências correspondentes a colegiado já existente, por ato de seu di-
rigente máximo, com o objetivo de garantir que as boas práticas de governança se 
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desenvolvam e sejam apropriadas pela instituição de forma contínua e progressiva, 
nos termos recomendados pelo CIG.
Art. 15. São competências dos comitês internos de governança:
I – auxiliar a alta administração na implementação e na manutenção de pro-
cessos, estruturas e mecanismos adequados à incorporação dos princípios e das 
diretrizes da governança previstos neste Decreto;
II – incentivar e promover iniciativas que busquem implementar o acompa-
nhamento de resultados no órgão ou na entidade, que promovam soluções para 
melhoria do desempenho institucional ou que adotem instrumentos para o aprimo-
ramento do processo decisório;
III – promover e acompanhar a implementação das medidas, dos mecanismos 
e das práticas organizacionais de governança definidos pelo CIG em seus manuais 
e em suas resoluções; e
IV – elaborar manifestação técnica relativa aos temas de sua competência.
Art. 16. Os comitês internos de governança publicarão suas atas e suas resolu-
ções em sítio eletrônico, ressalvado o conteúdo sujeito a sigilo.
Art. 17. A alta administração das organizações da administração pública fede-
ral direta, autárquica e fundacional deverá estabelecer, manter, monitorar e apri-
morar sistema de gestão de riscos e controles internos com vistas à identificação, 
à avaliação, ao tratamento, ao monitoramento e à análise crítica de riscos que 
possam impactar a implementação da estratégia e a consecução dos objetivos da 
organização no cumprimento da sua missão institucional, observados os seguintes 
princípios:
I – implementação e aplicação de forma sistemática, estruturada, oportuna e 
documentada, subordinada ao interesse público;
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II – integração da gestão de riscos ao processo de planejamento estratégico e 
aos seus desdobramentos, às atividades, aos processos de trabalho e aos projetos 
em todos os níveis da organização, relevantes para a execução da estratégia e o 
alcance dos objetivos institucionais;
III – estabelecimento de controles internos proporcionais aos riscos, de maneira 
a considerar suas causas, fontes, consequências e impactos, observada a relação 
custo-benefício; e
IV – utilização dos resultados da gestão de riscos para apoio à melhoria contínua 
do desempenho e dos processos de gerenciamento de risco, controle e governança.
Art. 18. A auditoria interna governamental deverá adicionar valor e melhorar as 
operações das organizações para o alcance de seus objetivos, mediante a aborda-
gem sistemática e disciplinada para avaliar e melhorar a eficácia dos processos de 
gerenciamento de riscos, dos controles e da governança, por meio da:
I – realização de trabalhos de avaliação e consultoria de forma independente, 
segundo os padrões de auditoria e ética profissional reconhecidos internacional-
mente;
II – adoção de abordagem baseada em risco para o planejamento de suas ati-
vidades e para a definição do escopo, da natureza, da época e da extensão dos 
procedimentos de auditoria; e
III – promoção à prevenção, à detecção e à investigação de fraudes praticadas 
por agentes públicos ou privados na utilização de recursos públicos federais.
Art. 19. Os órgãos e as entidades da administração direta, autárquica e funda-
cional instituirão programa de integridade, com o objetivo de promover a adoção 
de medidas e ações institucionais destinadas à prevenção, à detecção, à punição 
e à remediação de fraudes e atos de corrupção, estruturado nos seguintes eixos:
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I – comprometimento e apoio da alta administração;
II – existência de unidade responsável pela implementação no órgão ou na en-
tidade;
III – análise, avaliação e gestão dos riscos associados ao tema da integridade; e
IV – monitoramento contínuo dos atributos do programa de integridade. 
Art. 20. O Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União, no prazo 
de cento e oitenta dias, contado da data de entrada em vigor deste Decreto, esta-
belecerá os procedimentos necessários à estruturação, à execução e ao monitora-
mento dos programas de integridade dos órgãos e das entidades da administração 
pública federal direta, autárquica e fundacional.
Art. 21. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 22 de novembro de 2017; 196º da Independência e 129º da República.
MICHEL TEMER
Dyogo Henrique de Oliveira
Wagner de Campos Rosário
4 Intermediação de Interesses
O estudo de temas relativos à governabilidade e à governança passa, entre ou-
tras coisas, pela reflexão sobre os mecanismos de intermediação de interesses.
Podemos dizer que tanto nas sociedades tradicionais como nas sociedades mo-
dernas, a construção da governabilidade e de governança envolve a administração 
de redes de lealdades marcadas ora pela simetria, ora pela assimetria, e, ainda, 
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pela horizontalidade e pela verticalidade, ou seja, uma rede baseada em trocas de 
todo tipo de recursos públicos por legitimação e apoio.
Veja alguns desses mecanismos!
Clientelismo – o Dicionário Aurélio (2016) conceitua clientelismo como a manei-
ra de agir que consiste numa troca de favores, benefícios ou serviços políticos ou 
relacionados com a vida política.
Nesse mecanismo, temos uma relação do tipo assimétrica (ação entre de-
siguais), em que políticos e Governo trocam serviços e empregos por votos, com 
setores pobres da população.
O clientelismo na política brasileira tem sua origem no período colonial. É possí-
vel vislumbrá-lo nas relações estabelecidas entre os grandes senhores de engenho 
e seus colonos livres, seus agregados e os agricultores pobres que rodeavam os 
latifúndios.
No entanto, essa prática acaba sendo enfraquecida à medida que o Estado dis-
ponibiliza serviços de caráter universal a toda a população.
Fisiologismo – o fisiologismo é a prática que se caracteriza pela ação de grupos, 
que buscam vantagens pessoais em detrimento do interesse público.
É um tipo de relação em que ações políticas e decisões são tomadas em troca 
de favores, favorecimentos e outros benefícios de interesses individuais, desconsi-
derando-se o bem comum.
Corporativismo – o corporativismo surgiu na Idade Média como uma forma de 
organização da sociedade, foi, também, utilizado pelo Estado. O corporativismo 
privado era uma prática em que artesãos e comerciantes promoviam a regula-
mentação de suas atividades. Dessa forma, pretendiam ordenar as margens de 
lucro, baratear os custos de produção e evitar o predomínio da concorrência.
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No âmbito público, temos o chamado corporativismo estatal, uma prática 
que se baseia em entidades representativas de interesses. Em suma, é uma ação 
sindical ou política, em que prevalece a defesa dos interesses ou privilégios de um 
setor organizado da sociedade (Dicionário Aurélio, 2003).
Segundo Schmitter (1974),11 corporativismo:
(...) é um sistema de representação de interesses cujas unidades constituintes são 
organizadas em um número limitado de entidades singulares, compulsórias, não com-
petitivas, hierarquicamente ordenadas e funcionalmente diferenciadas, reconhecidas ou 
licenciadas (quando não criadas) pelo Estado, às quais é concedido monopólio de repre-
sentação dentro de sua respectiva categoria em troca da observância de certos contro-
les na seleção de seus líderes e na articulação de demandas e suporte.
No Brasil, o corporativismo estatal emerge a partir dos anos 30, durante o go-
verno de Getúlio Vargas, caracterizando-se pela exclusão da grande maioria dos 
trabalhadores.
Neocorporativismo – no neocorporativismo, também chamado de corporati-
vismo societal, as entidades privadas conquistaram o direito de participar do 
processo decisório. Diferentemente do corporativismo estatal, o corporativismo so-
cietal agrega grupos de interesse da sociedade que condicionam o poder estatal, 
deixando-o mais dependente de sua força e organização.
Presidencialismo de coalizão – o presidencialismo de coalizão foi um termo cria-
do pelo cientista político Sérgio Abranches. Segundo ele, o termo designa a rea-
lidade de um país presidencialista em que a fragmentação do poder parlamentar 
entre vários partidos obriga o Executivo a uma prática que costuma ser mais as-
sociada ao parlamentarismo. Para governar, o Executivo precisa “costurar” uma 
ampla maioria, frequentemente contraditória em relação ao programa do partido 
no poder, difusa do ponto de vista ideológico e problemática no dia a dia, em razão 
11 SCHMITTER, P. Still a Century of Corporatism? Review of Politics, n. 36, v. 1, p. 85-131, 1974.
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do potencial de conflitos trazido por uma aliança formada por forças políticas muito 
distintas entre si e que, com frequência, travam violenta competição interna.
Em suma, representa o conhecido padrão brasileiro de governança, em que os 
partidos políticos firmam “coalizões” para formar a chamada “base aliada” e, com 
isso, fazer com que o Presidente da República tenha a maioria no Congresso.
Anéis burocráticos – anéis burocráticos é uma terminologia cunhada por Fer-
nando Henrique Cardoso, ao se referir à aliança política entre a alta tecnoburocra-
cia estatal, civil e militar, e a classe empresarial durante o período militar.
Neoliberalismo – o neoliberalismo é uma doutrina que retoma os antigos ideais 
do liberalismo clássico, preconizando a mínima intervenção do Estado na economia.
Nesse modelo socioeconômico, temos a máxima desregulamentação da força 
de trabalho, com a diminuição da renda e a flexibilização do processo produtivo. 
Outra premissa básica do neoliberalismo é o desaparelhamento do Estado, ou seja, 
as privatizações.
Nesse sentido, a função do Estado é apenas garantir a infraestrutura básica para 
o bom funcionamento e escoamento da produção de mercadorias, bem como a in-
tervenção na economia em tempos de eventuais crises.
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PROCESSOS PARTICIPATIVOS DE GESTÃO PÚBLICA
1 Introdução e conceitos
O processo de democratização vivenciado pelo Brasil após a década de 1980 al-
terou a configuração dos processos de gestão pública. Inúmeras organizações sur-
gem nesse contexto de desenvolvimento da cidadania, como por exemplo, as or-
ganizações sociais, as associações, os movimentos, os conselhos, os fóruns, dentre 
outros.
O poder entre Estado e sociedade, que antes era visto de forma vertical, tende 
a ser substituído e complementado por relações mais horizontais, privilegiando o 
diálogo e a negociação.
A democracia, no sentido etimológico da palavra, significa o “governo do povo”, 
o “governo da maioria”. Ou seja, governo democrático requer participação popular!
O conceito de governo empreendedor sinaliza o deslocamento dos centros 
decisórios do domínio da burocracia para estruturas envolvendo a participação da 
sociedade, essa influenciando de maneira mais prática nas escolhas e decisões e, 
consequentemente, na ampliação do que podemos chamar de “espaço público” ou 
“espaço participativo”.
Convém destacar que o conceito de participação social é um conceito mais 
amplo que o conceito de controle social.
Conceitualmente, participação social está relacionada à capacidade de influ-
ência dos indivíduos na organização de uma sociedade.
Já o conceito de controle social é definido como meio de compartilhar, entre 
Estado e sociedade, o poder decisório acerca das políticas públicas como instru-
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mento de expressão e, divulgação da democracia e da cidadania. Logo, pode ocor-
rer desde a criação, a execução e fiscalização das políticas públicas.
Para Marcus Vinicius de Azevedo Braga (2011)12, o controle social tem:
1. Função política: que se expressa pela participação de segmentos da 
sociedade civil em processos decisórios, de promoção da transparência e do 
acompanhamento da gestão pública.
2. Função jurídica: que se faz presente ao funcionar como elemento de 
defesa dos interesses individuais e coletivos e dos aspectos de legalidade da 
gestão pública, conforme previsto no ordenamento jurídico e na legislação vi-
gente.
3. Função social: assegurar ou ampliar os direitos sociais aos cidadãos 
ou àquelas comunidades, antes excluídas desses direitos. Manifesta-se quan-
do estimulam-se os cidadãos ao aprendizado da cidadania e a serem sujeitos 
ativos.
2 Conselhos
As autoras Maria das Graças Rua e Roberta Romanini13, com maestria, apresen-
tam-nos um estudo direto e didático sobre essas formas de participação social.
No cenário brasileiro, os conselhos de participação social têm sua origem com os 
Conselhos Institucionalizados da década de 1990, que se destinavam a disciplinar 
os preceitos constitucionais da CF/1988. Portanto, compreendem nessa conceitu-
ação:
12 BRAGA, M. V. de A. Artigo: “O controle social da educação básica pública: a atuaçãodos conselheiros do 
FUNDEB”.
13 RUA, M. G.; ROMANINI, R. Para aprender políticas públicas. Brasília: IGEPP, 2013.
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• Conselhos Temáticos Institucionalizados;
• Conselhos Tutelares; e
• Conselhos Gestores de Políticas Públicas.
Vamos especificar e detalhar cada uma dessas modalidades de conselhos, se-
gundo as lições das autoras citadas.
2.1 Conselhos Temáticos Institucionalizados
Os Conselhos Temáticos Institucionalizados possuem a função de exercer o con-
trole e a fiscalização do Poder Executivo e a participação no planejamento das 
políticas de gestão de bens públicos.
Fazem parte desse tipo os conselhos de categorias sociais (idosos, indígenas, 
mulheres, etc.), os conselhos de áreas - também chamados “Conselhos de Gestão” 
ou “Conselhos Gestores” (saúde, transporte, educação, etc.) e os conselhos tarifá-
rios (atuam no âmbito das agências regulatórias e em outras instituições).
Ainda, podemos destacar nessa modalidade o “Conselho da República”, o “Con-
selho de Defesa Nacional”, o “Conselho de Governo”, dentre outros. Especifica-
mente na área econômica e de regulação, encontram-se o “Conselho Monetário 
Nacional (CMN)”, o “Comitê de Política Monetária (COPOM)”, o “Conselho Diretor 
das Agências Reguladoras”.
Com relação à área de administração de empresas estatais, empresas públicas 
e sociedades de economia mista, os “Conselhos de Administração e Deliberação”, 
os “Conselhos de Administração” e os “Conselhos Fiscais”.
Vinculados ao Poder Judiciário e Ministério Público, o “Conselho Nacional 
de Justiça (CNJ)”, o “Conselho da Justiça Federal (CJF)” e o “Conselho Nacional do 
Ministério Público (CNMP)”.
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Vinculados ao Poder Legislativo, os “Conselhos de Ética e Decoro Parlamen-
tar” da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Ainda, temos os “Conselhos Profissionais”, também chamados de “Conselhos 
Corporativos” e “Conselhos de Classe”. Possuem natureza jurídica de “autarquias 
corporativas” ou “autarquias profissionais”, regidos em parte pelo Direito Público e 
em parte pelo Direito Privado (CRM, CREA, OAB, etc.).
2.1 Conselhos Tutelares
Voltam-se para a proteção de crianças, adolescentes, idosos e incapazes. São 
instâncias encarregadas pela comunidade de zelar, no âmbito dos municípios, pelo 
cumprimento dos direitos a essas pessoas.
2.3 Conselhos Gestores de Políticas Públicas
Esse tipo de conselho é o que, comumente, é cobrado em provas.
Os conselhos de gestores de políticas públicas correspondem à novidade mais 
substantiva das políticas públicas ao longo da década de 1990. Dotados de caráter 
interinstitucional, esses conselhos são instrumentos mediadores da relação Estado-
-sociedade, sendo compostos tanto por representantes (os conselheiros) do poder 
público quanto da sociedade civil organizada. Portanto, são instâncias instituciona-
lizadas de expressão, de representação e de participação social.
Os conselhos gestores viabilizam a participação de segmentos sociais na for-
mulação, na implementação e na avaliação de políticas públicas e possibilitam à 
população o acesso aos espaços nos quais se tomam as decisões políticas.
A banca Cespe/Cebraspe, em especial, já enfatizou, várias vezes, aspectos do 
Conselho de Gestão Fiscal (CGF), previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei 
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Complementar 101/2000). Outras bancas também podem realizar essa cobrança. 
Então, vejamos:
Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma permanente, da po-
lítica e da operacionalidade da gestão fiscal serão realizados por conselho de 
gestão fiscal, constituído por representantes de todos os Poderes e 
esferas de Governo, do Ministério Público e de entidades técnicas re-
presentativas da sociedade, visando a:
I – harmonização e coordenação entre os entes da Federação;
II – disseminação de práticas que resultem em maior eficiência na alocação 
e execução do gasto público, na arrecadação de receitas, no controle do endi-
vidamento e na transparência da gestão fiscal;
III – adoção de normas de consolidação das contas públicas, padronização 
das prestações de contas e dos relatórios e demonstrativos de gestão fiscal 
de que trata esta Lei Complementar, normas e padrões mais simples para os 
pequenos Municípios, bem como outros, necessários ao controle social;
IV – divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
§ 1º O conselho a que se refere o caput instituirá formas de premiação e 
reconhecimento público aos titulares de Poder que alcançarem resultados me-
ritórios em suas políticas de desenvolvimento social, conjugados com a prática 
de uma gestão fiscal pautada pelas normas desta Lei Complementar.
§ 2º Lei disporá sobre a composição e a forma de funcionamento do con-
selho (grifei).
Salienta-se que, apesar de o Conselho de Gestão Fiscal (CGF) estar previsto 
na Lei de Responsabilidade Fiscal, até o momento não houve a sua implementação.
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3 Orçamento participativo
O orçamento participativo surge no país ainda na fase do regime militar instala-
do em 1964; no final dos anos 70, experimentos em Lages (SC), Vila Velha (ES) e 
Pelotas (RS) tiveram pouca visibilidade, dados as condições restritivas do contexto 
político.
A previsão constitucional mais evidente desse tipo de participação social está no 
art. 29, inciso XII, da CF/88:
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstí-
cio mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, 
que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Consti-
tuição do respectivo Estado e os seguintes preceitos:
(...)
XII – cooperação das associações representativas no planejamento municipal; 
(Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992)
XIII – iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da cidade 
ou de bairros, através de manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; 
(Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional n. 1, de 1992) (grifei)
A partir da promulgação da Constituição de 88, a experiência mais incisiva des-
se modelo foi a registrada no município de Porto Alegre (RS), a partir

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