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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 1 NOÇÕES BÁSICAS E CONCEITOS .................................................................. 4 1.1 Ética na Antiguidade ......................................................................................... 6 1.2 Ética na Idade Média ........................................................................................ 7 1.3 A Idade Moderna e a Ética ............................................................................... 8 1.4 O período contemporâneo .............................................................................. 10 2 PRINCÍPIOS DE ÉTICA ................................................................................... 11 3 ÉTICA PROFISSIONAL ................................................................................... 13 3.1 Serviços .......................................................................................................... 15 3.2 Qualidade no setor do serviço ........................................................................ 16 3.3 Ética nos serviços de saúde ........................................................................... 18 4 RELAÇÕES HUMANAS, TRABALHO EM EQUIPE, QUALIDADE NO ATENDIMENTO PÚBLICO. ...................................................................................... 23 4.1 A ética na saúde como Política Pública .......................................................... 28 4.2 Princípios da Política Nacional de Humanização ............................................ 30 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 34 INTRODUÇÃO Prezado aluno, O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 1 NOÇÕES BÁSICAS E CONCEITOS Fonte: https://bit.ly/3S6ePzW Ao longo dos anos a ética foi conceituada por vários filósofos e esse conceito evoluiu até os dias de hoje. Vários princípios filosóficos têm sido postulados como aspectos norteadores da ética do indivíduo, e compreendê-los nos ajudará a compreender melhor o que significa ser ético. Um dos aspectos mais importantes da ética, é a ética profissional, que está relacionada ao comportamento individual no ambiente de trabalho. Antigamente, os filósofos gregos e romanos eram adeptos a ideia de que a vida ética era uma luta constante entre os desejos e vontades do homem e a sua razão. Eles decifravam os indivíduos como seres originalmente passionais, de modo que a ética teria objetivo de acompanhá-los e educá-los na busca e prática da razão. Sendo assim, uma pessoa passional pode ser compreendida como aquela que é escravizada por seus próprios desejos. Para os filósofos antigos, a ética poderia ser compreendida sob três aspectos: o racionalismo, que está vinculado à necessidade de agir conforme a razão; o naturalismo, o qual enfatiza a importância de agir conforme a natureza; e a inseparabilidade da ética e da política, de forma que a conduta individual deve concordar com os valores da sociedade (CHAUÍ, 2000). 5 Dessa maneira, a ética era vista nessa época como a educação da natureza do indivíduo, deforma a dominar seus impulsos e desejos, harmonizando o caráter individual com os valores coletivos. A ética também pode ser definida como “a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a qualidade desta conduta, quando se julga do ponto de vista do Bem e do Mal” (WALKER, 2015, p. 3). Além disso, para Marilena Chauí, a ética surge de questões relacionadas ao costume e à busca de compreender o caráter individual e o senso moral. Para ela, o senso moral é uma forma de avaliar situações para justiça - boas ou ruins (CHAUÍ, 2000). A Ética é a ciência da verdade; não existe uma ética da mentira, nem a meia ética e ambas, ética e verdade são a essência da consciência humana. Ninguém lhes pode ser indiferente. A omissão da consciência é tão dolorosa que o homem, quando não consegue seguir seus ditamos, inventa simulacros de ética e de verdade. Cria caricaturas da ética, sacrificando a verdade por meio de retóricas ideológicas, assim, prevalecem as exteriorizações que nada mais são do que a relativização da ética, que corresponde à elasticidade da consciência. A ética e a verdade, por habitarem a consciência, vêm de dentro, têm a ver com o ser: ou é, ou não se é! (MATOS, 2008). O filósofo e professor da USP Sérgio Cardoso expõe um sentido mais amplo sobre a definição de ética, nos dizendo que: [...] remete às ações livres e responsáveis de um agente humano, um sujeito moral, autônomo, que orienta seus atos por valores, hoje, ao usarmos o vocábulo, tendemos prontamente a associar tal gênero de ações a uma vontade racional determinada por leis ou princípios normativos (universais ou gravados em práticas sociais de caráter histórico) (CARDOSO, 2010, p. 2). Quando falamos em ética, é importante lembrar dos princípios, pois eles estão intimamente ligados ao conceito de ética. Eles são pensamentos reflexivos sobre normas e valores que regem o comportamento humano, e não devem ser vistos de uma forma absoluta ou como já finalizados. A ética, como ciência da moral, será sempre pensada eternamente, refletindo e construindo o bem para a humanidade. Contudo, nada dura para sempre. Tudo depende de como a sociedade se comporta e determina seu modo de vida. As escolhas sempre estão presentes nas diversas situações que a vida traz. 6 Deve-se sempre ter em mente que ao organizar ações éticas, valores como respeito às diferenças, solidariedade, cooperação, rejeição à injustiça e discriminação, essa organização pode trazer diferenças significantes diante do que o ser humano pensa e faz em relação à ética, embora a realidade não demonstra isso. A justiça entre as pessoas ainda é um valor ético para a sociedade em que vivemos, embora vejamos na mídia fatos que parecem o oposto. 1.1 Ética na Antiguidade Viver bem em comunidade, teoria e sabedoria, eram os pilares da filosofia dos antigos pensadores gregos e foram mantidos até os dias atuais pelos autores daquela época. Para eles, os pensamentos sobre a ética sempre estiveram associados ao conceito de felicidade, pois o bem supremo é a busca e manutenção da existência humana. Um dos principais pioneiros na busca de conhecimento em relação à existência humana foi Sócrates. Para ele, a felicidade é o objetivo central do ser humano, e por isso a alma seria objeto de estudo. Na questão da impossibilidade individual do ser humano de encontrar a verdade (felicidade infinita) que está no fundo de sua alma, ele acreditava e incentivava as comunidades a encontrarem o lado nobre do mundo, sempre priorizando bondade, alegria e devoção (COTRIM; FERNANDES, 2013). Ele preconizava um "cidadão perfeito", que suprimisse seus desejos em benefício da comunidade. Todavia, devemos lembrar de todas as camadas sociais que existiam na época. Mulheres, escravos e estrangeiros não eram considerados “cidadãos". Ou seja, não faziam parte do processo virtuoso de liberdade, virtude e boa vontade. Para ele, a prática da ética seria possibilitar a equalização dos indivíduos e diluir as diferenças em prol da coletividade. Ele acreditava que viver em uma sociedade com valores éticos centrados no bem comum era fundamental para a felicidade plena, e que existem quatro formas de governo na política, todas formadas por cidadãos antiéticos. 7 Platão propôs então a construção de um estado ideal, conhecido como República Platônica, no qual as virtudes da sabedoria, coragem e moderação seriam cultivadas por filósofos, soldados e especialistas. Escravos e mulheres não faziam parte dessa felicidade, e o poeta, por mais sentimental que fosse, não tirava a sanidade das pessoas (COTRIM; FERNANDES, 2013). Aristóteles foi o primeiro filósofo a nominar o termo ética em suas publicações: Ética a Nicómaco (seu filho) e Ética a Eudemo (seu aluno). Ele também via a ética como uma forma de conciliar a vida com os grupos e resolver as desigualdades, mas contradizia Platão ao lidar com liberdades individuais e não com grupos de cidadãos. O filósofo acrescentou ainda conceitos como prudência, sabedoria e justiça à sua lista de virtudes essenciais para os cidadãos gregos. Ele acreditava que a repetição e a racionalização dessas boas ações fariam da polis um lugar ordenado, alcançando assim a felicidade. Esta forma de vida comunitária começa a partir de alguns conceitos, como, por exemplo, daquilo que é bom, belo e honesto, e estende-se do indivíduo aos membros da comunidade. As observações humanas formam normas de comportamento individual e coletivo, sendo tratadas como ciência normativa. A chamada ética aristotélica diferia do pensamento de Platão. Para este segundo, assim como ele idealmente imaginou grupos de liderança, a ética seria padronizada e dividida por grupo. Esse tipo de treinamento foi utilizado na ética profissional, e cada profissão possui princípios éticos de conduta. 1.2 Ética na Idade Média O historiador e filósofo Fábio Pestana Ramos, no artigo “A evolução conceitual da Ética”, expôs que o período medieval foi dominado pelo catolicismo na Europa Ocidental e vinculou a ética à religião e a dogmas cristãos. Os séculos VI a XV foram quase completamente influenciados por esta nova ordem, e ela trouxe a ideia de que uma vida virtuosa só poderia ser alcançada por meios divinos, separando a felicidade da racionalização do mundo terreno. O martírio (jejum e cortes) foi decretado para 8 alcançar boas virtudes, e a felicidade hedônica (devido aos prazeres terrenos) foi excluída da possibilidade de uma vida boa. Em outras palavras, se uma pessoa puder fazer o que a igreja achar adequado, teria uma conquista celestial. As ideias de Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino e Santo Anselmo foram muito influentes naquela época, e suas visões filosóficas eram basicamente a lei. Santo Agostinho introduziu a ideia de que a Igreja é a autoridade suprema, à qual o Estado e a política estão subordinados. Tudo era uma questão de fé revelada por Deus, e a razão foi vencida. Naquela época, a moralidade era mais importante que a ética, em contraste com o que pensava Aristóteles e Platão. O pensamento de São Tomás de Aquino, por outro lado, foi uma tentativa de conciliar fé e razão, mas não teve sucesso porque colidiu com a natureza divina do comportamento humano. Ele introduziu a ideia de uma “grande ética” que ordenaria a sociedade de acordo com um justo equilíbrio divino. Também trazia uma fragmentação da ética que seria aplicada conforme o grupo social, pois segundo ele os princípios comuns não poderiam ser aplicados a todos os homens indiscriminadamente por serem variadas as raças, costumes e assuntos humanos e, como já trazia na concepção do Santo Agostino, a moral seria referencial de conduta e harmonização da sociedade ao invés de uma ética universal. Isso também aconteceu com a Escolástica, a escola filosófica criada por Santo Anselmo. Esta é uma teoria que confirma que a educação é o meio de doutrinação da fé cristã e que os princípios morais são superiores à razão. Outra tendência de subordinar as ações terrenas à vontade de Deus como princípio de justiça. Essa visão cristã dos três principais pensadores da Idade Média parte do conceito inicialmente elaborado pelos filósofos antigos, adaptando-se à ética da época, superando a moral e dividindo-a quando necessário. 1.3 A Idade Moderna e a Ética A partir do século XV, a separação entre igreja e estado tornou-se mais arraigada à medida que os estados-nação da Europa se consolidaram gradualmente. 9 A ciência avançou e voltou ao pensamento humano, ao antropocentrismo, como centro da ação e das decisões. A religião continuou muito importante, mas deixou de ter o mesmo papel de antes, a política se restabeleceu levando à realização da cidadania, a sociedade começou a pensar nos problemas, a se aprimorar por meios legítimos, e o Estado atuou como facilitador e garantidor das condições que levam os indivíduos ao direito à justiça e aos meios de subsistência. Em outras palavras, a sociedade feudal medieval mudou seu sistema político, e em alguns países, como, por exemplo, na Holanda, Inglaterra e França, ocorreram grandes revoluções, introduzindo novos sistemas políticos com Estados modernos, individualizados e centralizados. Alguns países não tiveram o mesmo crescimento político e econômico, a Alemanha e a Itália, por exemplo, só experimentaram a unificação nacional e um maior crescimento no século XIX. Essas mudanças foram confirmadas na ordem social, especialmente pelo surgimento e ascensão de uma nova classe social, a burguesia. Novas formas de relações produtivas e forças produtivas estavam surgindo na ordem econômica. Galileu e Newton revelaram novas construções científicas, estabeleceram novos modelos éticos, e a Igreja Católica, fundamental na Idade Média, perdeu sua função de líder espiritual após a Reforma predominantemente protestante. Essa visão absolutista de um novo modo de vida na Europa Ocidental aliou-se a outras ciências, como Descartes, o filósofo e matemático que, por meio de suas suspeitas, descobriu como os cidadãos deveriam seguir as leis e os costumes de seu país, que seria com aderência à religião e à crença em Deus, evitando o excesso e cultivando o bom senso. Baruch Spinoza publicou sua obra Ethica em 1677, definindo- a como parâmetro para definir o bem e o mal, e a razão como meio de limitar a paixão. Neste livro, ele observa a submissão a Deus como uma razão intelectual e uma maneira de alcançar alegria e felicidade. Por sua vez, Thomas Hobbes trouxe uma base de sustentação para um estado absolutista, no qual estabeleceu um vínculo direto entre a vontade de Deus e o monarca. Isso também foi defendido por John Locke, que previa o contrato social como limitando o poder absoluto da autoridade e promovendo a felicidade por meio da liberdade pessoal ilimitada. Todos esses fundamentos teóricos serviram como pilares e suportes do absolutismo. Foi um 10 período em que a ética era vista como forma de manutenção do poder nacional diante da vida coletiva e pessoal (LAISSONE; AUGUSTO; MATIMBIRI, 2017). 1.4 O período contemporâneo Com o advento do século XVIII, o iluminismo trouxe uma nova interpretação da ética, centrada na razão, na autonomia do ser e uma crença confiante no progresso. A Revolução Francesa é um exemplo de como as sociedades iniciaram um processo de diálogo e a implementação de diversos direitos. Alguns valores, como liberdade, igualdade e fraternidade, foram as virtudes que surgiram com objetivo de uma melhor regência na vida dos cidadãos. Immanuel Kant propôs que as ordens deveriam servir como padrões de comportamento e que as regras essenciais são essenciais para levar uma vida racional. No artigo "O pensamento ético filosófico: da Grécia antiga à idade contemporânea", escrito por Silva, o autor expõe que todas as modificações que ocorreram nos séculos XIX e XX em meio à sociedade contemporânea, teriam três características importantes. Em suas palavras, a “[...] reflexão ética toma um novo direcionamento: desenvolvido em um pathos da economia para Marx; na cultura para Nietzsche; e no psiquismo para Freud. Novas influências marcam a ética do século XX [...]” (SILVA, 2011). Em outras palavras, a ética se fundamenta em três paradigmas éticos. Um primeiro que estaria voltado para a observação do psiquismo humano individualizado, sob uma perspectiva de Freud; um segundo que estava vinculado a uma continuidade do racionalismo, proposto por Descartes e continuado através de Nietzsche, e, finalmente, segundo Marx, uma visão econômica trazida da Alemanha, onde o indivíduo é a força de trabalho, o modo coletivo de produção na posse capitalista. Kant foi um representante muito importante do pensamento iluminista alemão, construindo uma teoria baseada na consciência moral que existe no ser humano. Para ele, a consciência moral não requer nenhuma lei externa além da lei interna para cumprir puramente o dever. Os humanos tornam-se agentes livres, autônomos, criativos, formando suas próprias leis independentemente das circunstâncias sociais. 11 Outro importante pensador, Friedrich Hegel, contraria a obra de Kant ao considerar a posição do filósofo muito abstrata, revisitando a ideia de que, para se realizar, o ser humano deve respeitar suas próprias tradições e valores. Na metade do século XIX, surge Friedrich Nietzsche, desvinculando integralmente a ética da religião, tornando-a uma ciência. Para ele, a ética seria o centro, justificativa e fundamentação das ações humanas; constituindo o elemento que possibilita a convivência, estabelecendo padrões de comportamento que reprime a natureza (NIETZSCHE, 1974). A partir dessa concepção, a ética tornou-se uma ciência normativa baseada na estrutura interna do indivíduo, mas exteriorizada à ciência dos outros. Isso pode ser classificado, por exemplo, como ética profissional. 2 PRINCÍPIOS DE ÉTICA Fonte: https://bit.ly/3drITqR O comportamento ético requer tanto um senso moral quanto uma consciência moral. O senso moral está preocupado com a forma como julgamos uma determinada situação de acordo com princípios como justiça e admiração. A consciência moral, por outro lado, preocupa-se não apenas com os sentimentos morais, mas também com as avaliações comportamentais na tomada de decisões, de modo que somos responsáveis pelas consequências de nossas ações (WALKER, 2015). 12 Dessa forma, a ética é formada tanto pelo sujeito moral como por valores morais e virtudes éticas. Para que um indivíduo seja ético ou moral, de acordo com Marilena Chauí, ele deve agir de acordo com as seguintes condições: Ter uma consciência de si e dos outros que reconheça os outros como sujeitos éticos iguais a si; Ter vontade e capacidade de controlar seus desejos e impulsos, sempre os voltando para um comportamento ético, com capacidade de ponderar possíveis alternativas diante das situações que surgirem; Reconheça-se como o iniciador de suas ações, conheça as consequências para si e para os outros, aceite e assuma a responsabilidade pelas consequências de suas ações; Se libertar, reconhecer-se a si mesmo como a causa interna dos seus comportamentos, evitar se expor a forças externas que o compelem a agir. Essa liberdade significa dar a si mesmo regras de conduta (CHAUÍ, 2000). Outro aspecto do campo da ética é o meio pelo qual os indivíduos atingem seus objetivos. Para alguns autores os fins justificam os meios. No entanto, em ética, essa afirmação nem sempre é verdadeira. No campo da ética, nem todos os meios disponíveis para atingir determinado objetivo são válidos ou justificáveis. Para Chauí, “fins éticos exigem meios éticos." (CHAUÍ, 2000, p. 435). 13 3 ÉTICA PROFISSIONAL Fonte: https://bit.ly/3SkMeqb Um campo fundamental da ética é a sua aplicação à vida profissional das pessoas. A ética profissional preocupa-se, portanto, com um conjunto de normas e valores que dizem respeito ao comportamento e às relações no ambiente de trabalho, e o comportamento ético contribui para as relações de qualidade com os colegas, o bom funcionamento das rotinas de trabalho, e ainda na formação da imagem que determinada instituição transmite. Nesse sentido, foram desenvolvidos códigos de ética para cada profissão visando padronizar o comportamento dos profissionais de cada área. Os Códigos de Ética estabelecem as condutas que sustentam toda a ética profissional, incluindo a aplicação de medidas disciplinares para quem não as cumprir. Os conselhos profissionais individuais são responsáveis por monitorar o cumprimento de seus respectivos códigos de ética. A importância desses códigos também é manter a integridade profissional, manter a confiança do cliente e incentivar o público a continuar usando os determinados serviços, proporcionando tranquilidade aos profissionais de ética, garantindo que nenhum dano possa ser causado por aqueles que deturpam os princípios éticos. Algumas organizações profissionais, impõem uma abordagem ética e aquilo que se espera de seus empregados profissionais. Dentro dessa abordagem, geralmente se encontra honestidade, integridade, transparência, confidencialidade, respeito, etc. 14 Nessa perspectiva, surge o conceito de profissionalismo, que pode ser definido como a conduta de um indivíduo no ambiente de trabalho (MCKAY,2017). É importante ressaltar que essa característica nada tem a ver com o nível de qualificação exigido para o exercício da profissão. Ela afeta apenas os indivíduos e seu comportamento em seu trabalho diário. Ademais, o profissionalismo também deve ser observado sob duas visões técnicas, e não apenas uma. Deve ser observado como o trabalho está sendo realizado, se bom ou ruim, e também se o profissional demonstra na prática o comportamento ético de acordo com os valores socialmente acordados. De acordo com Machado, existem três aspectos importantes que contribuem na estrutura do profissionalismo: competência técnica, compromisso público e autorregulação. A competência técnica pode ser compreendida como um saber fazer. A falta desse traço indica falta de profissionalismo. No entanto, a competência por si só não é suficiente para caracterizar o perfil de um indivíduo em termos de profissionalismo. Na maior parte das vezes, quem é considerado profissional usa sua competência para o bem público e tem uma responsabilidade que vai além da sua remuneração. Grandes profissionais se dedicam aos seus projetos, independentemente de seus interesses pessoais. Por fim, o profissionalismo também inclui a autorregulação da prática profissional, que se refere a adesão do cumprimento do código de ética da profissão. Essa adesão ao cumprimento, é extremamente necessária para o verdadeiro compromisso público de determinada profissão (MACHADO, 2003). Portanto, a atuação ética dos profissionais deve estar alicerçada em valores pré-acordados, cujos princípios vão além da busca do lucro ou ganho pessoal. No entanto, os princípios que norteiam a ética de qualquer profissão devem ser considerados pelos futuros profissionais tanto antes da escolha da profissão a seguir quanto durante a formação profissional. É importante lembrar que, ao se formar em um curso superior, os alunos fazem um juramento, por meio do qual se comprometem e aderem a um conjunto de regras estabelecidas para o exercício de sua profissão. Esses aspectos devem ser sempre lembrados para uma conduta ética e profissional durante o exercício de uma profissão. 15 3.1 Serviços Um serviço pode ser compreendido como uma, ou um conjunto de atividades de natureza mais ou menos intangível, geralmente na interação que ocorre entre o cliente e os recursos físicos ou bens e sistemas dos prestadores de serviços. Esses recursos são fornecidos com o objetivo de solucionar problemas do cliente (GRÖNROOS, 2003). A afirmação de que o serviço é mais ou menos intangível, parte do pressuposto de que ele se constituí por meio de atuações e experiências, impedindo o estabelecimento de especificações precisas para alcançar uma qualidade consistente no processo de produção. Lado posto, são heterogêneos: a sua performance varia de pessoa para pessoa, de consumidor para consumidor e de dia para dia (ZEITHMAL et al. 1990). Kotler e Bloom definem serviço como sendo “qualquer atividade ou benefício que uma parte possa oferecer à outra, que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de qualquer coisa. Sua produção pode ou não estar vinculada a um produto físico” (KOTLER E BLOOM, 1984 e KOTLER, 1988). Já Bowen e Schneider, considera o serviço “uma ação, um desempenho, um evento social, ou uma atividade, ou produção consumida onde é produzida” (BOWEN e SCHNEIDER, 1988). Os autores supracitados afirmam ainda que, em alguns casos, se torna um pouco difícil entender a extensão de tais serviços, pois são intangíveis, não apenas fisicamente, mas também mentalmente. Para os consultores Juran (1990), Teboul (1991) Berry Parasuraman (1992) serviço é o trabalho desempenhado por alguém; caracteriza-se essencialmente pela sua interface, ou seja, o local onde o cliente e o prestador de serviços interagem; um processo que reúne os desejos dos clientes. Já na visão de Albrecht (1992) o serviço pode ser um produto básico que requer controle e pesquisa sistemática ou trabalho realizado por uma pessoa em benefício de outra. Os serviços geralmente são o resultado de interações entre fornecedores e clientes, nas quais há desejo, sentimento e até expectativa de receber benefícios. Cabe aos fornecedores atender às expectativas dos clientes, transformando serviços 16 intangíveis em tangíveis. Essa é a parte mais difícil, pois exige profundo conhecimento do provedor (especialista) e reconhecimento do cliente. Medir a qualidade do serviço é uma tarefa mais difícil do que medir a qualidade do produto. Os produtos têm muitas propriedades físicas que também podem ser registradas com alta precisão usando equipamentos de medição. Já os serviços incluem características psicológicas e aspectos qualitativos que são difíceis de capturar com algum grau de certeza. A qualidade do serviço geralmente vai além da prestação do serviço em si. Por exemplo, em um hospital, o serviço impacta a qualidade de vida futura de seus clientes. A qualidade do serviço geralmente vai além da prestação do serviço em si. Por exemplo, em um hospital, o serviço impacta a qualidade de vida futura de seus clientes. A qualidade do serviço geralmente vai além da prestação do serviço em si. Por exemplo, em um hospital, o serviço impacta a qualidade de vida futura de seus clientes (GRÖNROOS, 2003). A qualidade técnica no tratamento de saúde é definida principalmente baseada na exatidão técnica do diagnóstico e procedimentos e a qualidade funcional está relacionada à maneira da prestação dos serviços de tratamento de saúde. Qualquer serviço oferecido deve estar centrado nas necessidades do cliente. Na área de saúde, os serviços prestados devem ir ao encontro das necessidades do cidadão, levando em consideração suas expectativas sobre os cuidados à saúde, devendo assegurar sua participação por meio do compartilhamento de responsabilidade pelo seu bem-estar. 3.2 Qualidade no setor do serviço A qualidade de serviço tem se tornado um importante tema de pesquisa, em virtude de seu envolvimento significativo quanto à satisfação do consumidor (Bolton e Drew, 1991; Boulding et al., 1993), retenção do consumidor (Reicheld e Sasser, 1990) e garantia de serviço (Kandampully e Butler, 2001). 17 Por ter sido tendência dominante durante a última década, os teóricos desenvolveram vários modelos para explicar como percepções de qualidade de serviços são formadas, o que provocou amplos debates na comunidade acadêmica (Parasuraman et al.1985). Assim, a qualidade de serviço tem sido reconhecida como um condutor de marketing corporativo e desempenho financeiro (GRÕONROOS, 1993; BUTLER et al, 1996; SOHAIL, 2003). Para se implantar e manter excelente qualidade percebida do serviço é necessário, compreender que a qualidade é definida pelo cliente; é uma jornada e um trabalho de todos; é liderança e comunicação, qualidade e integridade são inseparáveis. Nessa perspectiva, um Programa de Gestão da Qualidade de Serviço envolve subprogramas como: o desenvolvimento de um conceito de serviço; programa de gerenciamento das expectativas dos clientes; programa de gerenciamento do resultado do serviço; programa de endomarketing; programa de gerenciamento do ambiente físico e programa de gerenciamento da participação do consumidor. Para estudar os determinantes da qualidade de serviço e como os clientes avaliam a qualidade se toma por base os dez determinantes que caracterizam a percepção que os clientes têm do serviço, entre estes: competência está relacionada com a qualidade técnica do resultado, e o outro, credibilidade, tem uma ligação muito próxima com o aspecto imagem da qualidade percebida (Grönroos, 2003). Entretanto, as demais determinantes estão relacionadas, em maior ou menor grau, com a dimensão do processo da qualidade percebida. A qualidade de um serviço, conforme percebida pelos clientes, tem as seguintes dimensões: o que o cliente recebe e como o cliente recebe. O resultado técnico do processo-qualidade técnica - e a dimensão funcional do processo qualidade funcional (GRÖNROOS, 2003). Quanto à qualidade percebida, Parasuraman et al (1991) enfatiza a dificuldade de identificar a percepção da qualidade por parte do cliente para o setor de serviços, uma vez que, características como intangibilidade e inseparabilidade convidam o cliente a participar e a interagir, tornando-se parte atuante em sua elaboração. Nessa perspectiva, propuseram uma escala denominada SERVQUAL, que serve para mensurar a percepção de qualidade em serviços. O referido modelo fornece um 18 delineamento por meio do formato de comparação entre expectativas e percepções, estruturando em cinco dimensões, que pode ser adaptado ou suplementado para atender às características ou necessidades específicas do pesquisador. De acordo com Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), ao contrário de um produto que possui características físicas que podem ser medidas objetivamente, a qualidade de serviço contém muitas características psicológicas e comportamentais muito difíceis de mensurar. Nesse sentido, pode-se afirmar que a prestação de um serviço frequentemente se confunde, no mesmo momento, com o seu consumo. Portanto, os serviços são processos consistindo em uma série de atividades em vez de coisas, por isso, não é possível manter serviços em estoque, como acontece com os bens físicos, mas admite-se, que, mesmo não sendo possível manter serviços em estoque, pode- se tentar manter clientes em estoque. 3.3 Ética nos serviços de saúde Fonte: https://bit.ly/3f9e1LT Ética profissional exige a deontologia, palavra que deriva do grego, significando deontos, obrigatório, logia e estudos. Portanto, é o mesmo que: “o estudo dos deveres específicos que orientam o agir humano no seu campo profissional; de outro lado, exige a diceologia, isto é, o estudo dos direitos que a pessoa tem ao exercer suas atividades” (CAMARGO, 1999). 19 Nesse sentido, a ética profissional torna-se inerente à natureza humana, pois se baseia em um rol de direitos e deveres relacionados às responsabilidades que todo ser humano deve exercer em seu ambiente de trabalho. No âmbito da saúde, a relação entre ética e prática profissional é fundamental, uma vez que influencia positivamente nas pessoas, alinhando engajamento e habilidade na formação das estruturas necessárias para que o sistema funcione, e também bons comportamentos na própria comunidade, de uns com os outros (BUSS, 1990). Dessa forma, a ética não pode ser separada da prática profissional, uma vez que o bem-estar pessoal e social depende dessa união no local de trabalho. Afinal, “a qualidade de vida é influenciada pelo bem ou mal-estar físico, mas não depende apenas disso”. Já que “as metanecessidades são uma realidade evidente, para quem quer que analise o ser humano em profundidade” (MEZZOMO 2003). Por tudo isso, podemos dizer que a ética profissional é um conjunto de regras de conduta que devem ser praticadas por todo o exercício profissional, principalmente na área da saúde. É importante ressaltar que as considerações éticas para os profissionais de saúde nesse sentido incluem, entre outras coisas, a adesão dos “deveres e responsabilidades no exercício das atividades assistenciais” (GRACIANO; BADIM, 2009, p. 37-38). Para os profissionais de saúde, a reflexão ética ocupa, assim, um papel altamente relevante na qualidade do comportamento humano e nas diversas relações profissionais, funcionando de fato como um conjunto de princípios éticos prescritivos, que busca a integridade de todos. Esses princípios são escritos na forma de um código chamado código de ética. Sua finalidade é orientar o comportamento humano individual dos profissionais coletivamente de acordo com os princípios de convivência da sociedade em geral, mas especificando as diferentes áreas profissionais (LISBOA, 1997). Os códigos de ética profissional permitem um desenvolvimento harmonioso e regulam procedimentos e proibições que regulam o comportamento, os interesses da 20 sociedade, a formação de consciências coletivas e os padrões de conduta aceitáveis numa determinada profissão. Dessa forma é possível assegurar a sinceridade dos participantes dentro e fora da classe profissional a qual pertencem (CAMARGO, 1999; LISBOA, 1997; SÁ, 2000). Cada corpo profissional é normalmente composto por um número ímpar de especialistas da área, que se reúnem em comitês de ética por meio de conselhos de classe designados para a função de para proteger os interesses dos profissionais por meio dos Códigos de Ética. Um código de ética profissional, portanto, visa garantir o cumprimento por todos os membros envolvidos no grupo profissional no exercício de suas funções ou cargos (LISBOA, 1997). Uma violação da ética profissional significa, portanto, a violação de uma lei de consciência. Atitudes como o descumprimento de obrigações associadas a um emprego ou cargo, utilizando-o apenas em benefício próprio, prejudicando os seus dependentes, enfim, qualquer tendência a ofender as pessoas ou prejudicar a comunidade em geral que a profissão se destina a servir, é considerada conduta inadequada que viola as diretrizes da ética profissional. Um código de ética destina-se a regular e mitigar disputas no campo profissional, e muito embora não possa resolver todos os problemas que surgem, se trata de um documento normativo e moral que contribui para estabelecer a ordem e os princípios éticos das profissões. Qualquer falta de ética deve ser relatada ao conselho de classe ou autoridade de saúde relevante quando se trata de saúde pública. De modo geral, as pessoas que são usuárias dos serviços de saúde devem estar atentas as condutas que não condizem com os princípios éticos dos servidores dessa área, uma vez que eles estão mais próximos, e poderão detectar mais facilmente esses atos. Contudo, se sabe que não é fácil efetivar as denúncias, principalmente na ausência de provas concretas. Segundo os ensinamentos de Camon et al, existe a falta de ética até mesmo entre os próprios profissionais: Pacientes em condição de discernir sobre a conduta profissional dos especialistas, em condições de avaliar criticamente o atendimento recebido e de optar sobre o tratamento a que se submetem dificilmente são incluídos nas pesquisas de saúde[...] o trabalho sobre tudo na área 21 da saúde prefere não contar com interferências críticas, e não há nada de ético nestas ações (CAMON et al., 2002, p.37). De acordo com Mezzomo, “os profissionais da saúde [...] encontram pessoas com emoções, valores e crenças mais diversas. Nem sempre se dá a devida atenção a essas realidades pessoais objetivas e subjetivas”. Ao contrário, os profissionais médicos devem entender que todo e qualquer estado de doença revela que os humanos são mais do que uma realidade biofísica. Portanto, é preciso um cuidado que vai além do tratamento médico, abrangendo também os direitos e obrigações que o profissional deve ter com a sociedade. Qualquer programa de humanização terá forte apoio e será mais sólido se for efetuado pela aceitação de uma nova imagem da pessoa enferma e um novo conceito de responsabilidade perante a mesma saúde. Na verdade, mais que a pessoa em si, guarda a relação com a vida, ou melhor, com a qualidade de vida (MEZZOMO et al., 2003, p. 37-38). Dessa forma, pode-se dizer que a vida não pode ser vista e entendida como uma coisa sem valor; a vida deve ser instaurada, como afirma Mezzomo et al. (2003, p. 38), com qualidade real, que, por sua vez, “só existe quando procede ou resulta de valores profundos e transcendentais”. Portanto, a promoção desses valores e respeito ao paciente na área da saúde torna-se “condição indispensável para se fazer humanização” (MEZZOMO et al, 2003). Nesse sentido, a ética do cuidado humanizado tem papel fundamental para o sucesso profissional, e é um pré-requisito para a coexistência humana em todas as áreas da vida. Afinal, a ética nos remete a compreender que “somente o ser humano é constituído como ser ético por causa do uso da razão, capacidade, liberdade e consciência dos seus próprios atos, pois envolve a si mesmo, o outro e a sociedade” (OQUISSO, 2006, p. 45). Schuh e Albuquerque afirmam que a ética na saúde é essencial para que os profissionais promovam a prestação de serviço responsável e qualificada aos brasileiros (SCHUH E ALBUQUERQUE 2012). Além disso, como afirmam Brandt e Monzillo, ela ainda possibilita algumas soluções aos novos desafios que surgem devido aos avanços tecnológicos da Medicina (BRANDT, MONZILLO, 2009). 22 Há também uma crescente investigação profissional sobre a aplicação da bioética, o que acabou resultando em um aumento do pensamento crítico, uma vez que leva a uma descrição do comportamento em determinada situação, quando ocorre a prática de uma atividade profissional ou pesquisa em saúde (SANTANNA; ENNES, 2006). Repensar a formação dos profissionais da saúde, principalmente na dimensão ética do fazer cotidiano, é ponto fundamental na atualidade, visto que as transformações ocorrem numa escala incontrolável e as questões humanas estão fortemente condicionadas ao avanço técnico- científico revolucionário, levando o homem a mudanças no seu modo de pensar, de agir, de ser ético (FURLAN, 2008, p. 1). Sendo assim, o reflexo da ética na atenção à saúde é tão notório quanto sua necessidade em outros espaços, uma vez que independente do resultado final estar voltado para a prática humanitária em si, ou na observância de princípios éticos, ambos pressupõem os valores morais e culturais, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa (SCHUH; ALBUQUERQUE, 2012). Outro importante ponto que caracteriza uma prática da ética, é quando o profissional se encontra más condições de trabalho, e ainda assim buscar melhoria da qualidade da assistência médica e das capacidades de decisão, quer sejam elas por parte dos profissionais ou dos usuários dos serviços (BRANDT; MONZILLO, 2009). De acordo com Buss, esta ação, no sentido de reconhecer a necessidade de formação continuada, deve envolver profissionais com experiência e habilitações técnico-científicas nas mais diversas áreas do sistema de saúde (BUSS, 1990). De modo geral, podemos concluir que os desafios relacionados a ética profissional têm aumentado ao passo que a contemporaneidade traz novas profissões e comportamentos. Nas palavras de Huhne, “agora ao alcance de todos, renasce” e o “desafio é encontrar um ponto de partida novo, abrangente e capaz de interpretar o homem, a terra e o universo nas suas novas circunstâncias” (HÜHNE, 1997, p. 27). Diante dessa afirmação, é notório a necessidade e importância do resgate ético como mediação e diálogo não só para a aplicação da ética na prática dos profissionais médicos, mas também para sobreviver a um século marcado pela desigualdade e por 23 um intenso individualismo que se impõe em meio aos grandes paradoxos e contradições do mundo de hoje (COSTA, 2003; RUSS,1999). 4 RELAÇÕES HUMANAS, TRABALHO EM EQUIPE, QUALIDADE NO ATENDIMENTO PÚBLICO. De acordo com Pepe, cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de pensar a vida e assim também o trabalho é visto de sua forma especial. Há pessoas mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há àquelas que se interessam em aprender constantemente, outras não, enfim, muitas têm objetivos diferenciados e nesta situação, por vezes priorizam o que melhor lhes convém e às vezes estará em conflito com a própria empresa (PEPE, 2008). Como observado por Bom Sucesso, o autoconhecimento e o conhecimento do outro, são componentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no trabalho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades mais observadas, destacam-se: a falta de objetivos pessoais, dificuldade em priorizar e dificuldade em ouvir (BOM SUCESSO, 2002). É bom lembrar também que o ser humano é individual, é único e que, portanto, também reage de forma única e individual a situações semelhantes. Para Bom Sucesso (1997, p. 176) no cenário idealizado de pleno emprego, mesmo de ótimas condições financeiras, conforto e segurança, alguns trabalhadores ainda estarão tomados pelo sofrimento emocional. Outros, necessitados, cavando o alimento diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes, esperançosos. Nesse contexto e de acordo com os processos dinâmicos e interativos de gerir pessoas (agregar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar) estabelecidos por Chiavenato (2005), a promoção da socialização do funcionário ou colaborador também agrega valor às inter-relações no ambiente de trabalho, ou seja, as empresas precisam promover a socialização dos novos funcionários, o que pode acontecer através de vários programas de integração, quer sejam do tipo formal ou informal; individual ou coletivo; uniforme ou variável, dentre outros. 24 Um ambiente saudável, rico, tranquilo e, ao mesmo tempo desafiador, que leve o indivíduo a buscar novas conquistas, a satisfazer novas necessidades, favorece não só as relações pessoais, mas o bom desenvolvimento, a fruição dos trabalhos e o atendimento dos objetivos da administração, quer seja ela pública ou privada. Em 1956, Armand V. Feigenbaun lançou o livro Total Quality Control: Engineering and management, através do qual surgiu o conceito de Controle de Qualidade Total (CQT), tendo o mesmo defendido a ideia de que a qualidade só poderá resultar de um trabalho feito em conjunto de todos os que estão envolvidos no desempenho da organização, não apenas de um grupo de pessoas (FEIGENBAUM, 1956). Para o autor, o conceito de Qualidade Total, significa qualidade em todos os aspectos das operações da empresa, é responsabilidade de todos e de cada um dos membros da organização que intervêm em cada etapa do processo. No que diz respeito ao desenvolvimento da qualidade total, na literatura alguns autores afirmam que é sinônimo de qualidade absoluta ou qualidade acabada. Entretanto, Mezzomo (2001) afirma que essas expressões não têm sentido, porque qualidade não é algo estático, mas dinâmico; qualidade não é um estado, mas, processo (busca continuada). Pode-se definir a qualidade total como um esforço corporativo (compromisso de todos e em todos os níveis) para adquirir a estrutura e os processos à produção dos resultados previstos/satisfação dos clientes: internos e externos, e a sua melhoria continuada. A busca da qualidade pelos consumidores ocorre como reflexo de suas necessidades e expectativas em relação ao serviço a ser recebido. São componentes inseparáveis para a prática do gerenciamento da qualidade total, o planejamento da qualidade, a manutenção da qualidade, a melhoria da qualidade. Nesse sentido, Varo (1994 p.10) afirma que na atualidade, “a extensão do conceito de qualidade a todas as áreas da empresa conduz ao conceito de qualidade total”. Para ele, qualidade total é o conjunto de princípios e métodos organizados e de estratégia global que intentam mobilizar toda a empresa, com o fim de obter uma melhor satisfação do cliente ao menor custo. Portanto, é um sistema integrador dos esforços de melhoria contínua da qualidade de todas as pessoas de uma organização, para prover produtos e serviços que satisfaçam às necessidades dos consumidores. 25 Os autores José de Domingo e Alberto Arranz, explicitam os princípios básicos de comportamento que se encontram implícitos na própria definição de qualidade total: a) Conseguir satisfazer os clientes: Estabelecer e melhorar as relações cliente-provedor; Satisfazer a (os) clientes internos; Conhecer os requisitos dos clientes; Medir o grau de satisfação do cliente; Responder a todas as expectativas do cliente. b) Implicação e apoio incondicional da direção: Deve fazer patente de seu compromisso pela qualidade e dispor os meios; Deve liderar a implantação da Qualidade Total; Deve planejá-lo de um modo permanente; Deve estabelecer canal de comunicação. c) Participação e Cooperação do Pessoal: Coordenação e participação de todos os departamentos; Atribuição de responsabilidades, e motivar; Fomentar e obter a adesão e participação do pessoal; Possibilitar o desenvolvimento pessoal e profissional. d) A melhora contínua e a inovação: Inovação em tecnologia, e em novos produtos; Prevenção e avaliação; Inovação em novos sistemas; Para a melhora, contar com o potencial humano. e) A formação permanente: Para envolver o pessoal é necessário formá-lo; 26 Estabelecer planos de formação; Facilitar e fomentar sua educação; Informação e reconhecimento. (ACINAS; MOLINERO, 1997). Essa visão traduz um enfoque que tem em vista melhorar a eficácia e a flexibilidade global da empresa, uma via para envolver toda a organização, todos os departamentos, grupos, pessoas e atividades. É, portanto, uma filosofia empresarial que conforma uma estratégia de mudança na organização e um modelo de gestão. Esse modelo se apoia em três pilares: orientação ao cliente; liderança em custo de produção; orientação ao cliente interno. A qualidade total é “um método sistemático de aperfeiçoamento do conhecimento dos processos e sistemas que permitem colocar cada pessoa no comando do seu próprio processo, para modificá-lo, melhorando-o, simplificando-o ou revendo-o” (TEBOUL, 1991 p.282). Em outras palavras, é uma filosofia de gestão que pressupõe um envolvimento de todos os membros de uma organização em uma constante busca de autossuperação e contínuo aperfeiçoamento. Essa filosofia traz resultados concretos, como comprovam as empresas bem-sucedidas no mundo atual (CHIAVENATO, 1999). De acordo com Chiavenato, as características básicas da qualidade total são formadas por sete aspectos distintos: Organizacionalmente extenso e se transmite por meio das áreas funcionais; Evidencia a qualidade dos processos que levam ao produto ou serviço; É um processo de melhoria contínua; Necessita de total apoio da alta administração e o envolvimento de todos no esforço pela qualidade; A pessoa central é o consumidor; Baseia-se na solução de problemas e no empowerment da força de trabalho; Envolve uma abordagem de equipes (CHIAVENATO, 2000). Dessa forma, o sucesso dos programas de qualidade total, depende, essencialmente, da atuação dos gerentes em todos os níveis hierárquicos da organização (CARVALHO, 1995:168). Todas as características descritas acima, 27 formam o TQM, que é a gestão de qualidade total. Trata-se de uma autêntica revolução administrativa, onde os gerentes devem observar algumas tarefas, como, por exemplo: analisar o desenvolvimento individual e coletivo da sua equipe de trabalho, em função dos resultados esperados; controlar a prática do processo de qualidade, inovando as oportunidades para que seus colaboradores possam avaliar e acompanhar sua viabilidade, custos, expectativas etc.; desenvolver programas de treinamento e reciclagem de seus auxiliares, em face dos desafios impostos pelo processo de qualidade; divulgar a política da qualidade adotada pela empresa a cada membro do grupo, monitorando e aperfeiçoando os índices de erros, defeitos e desperdícios (CARVALHO, 1995). O desempenho geral da liderança deve, portanto, estar imbuído do desejo de realmente melhorar a qualidade dos produtos e serviços. Para Varo, a qualidade total, que consiste no controle total da qualidade (TQC) e no total quality managemment (TQM), levam a um processo de análise de cada sistema crítico de uma organização e estabelecimento de ações básicas que sempre funcionam, com o objetivo de alcançar o funcionamento ideal do sistema (VARO, 1994). Deve-se considerar, que a qualidade total afeta todas as áreas da empresa, portanto: “a organização deve ser conduzida como um sistema aberto que integra elementos externos, tais como os clientes e os provedores, e toda a sua cadeia produtiva, inclusive seu desenho, normalização, tecnologia, provedores e compras, pessoal, produção, controle final, promoção da saúde, assistência continuada, clientes e usuários, marketing e investigação e desenvolvimento” (VARO, 1994, p. 344). Do ponto de vista empresarial, para funcionar plenamente, a qualidade total deve ser aplicada a todas as áreas, iniciando-se pelo topo da empresa. Os problemas para a implantação da qualidade total podem ser solucionados com diversas atuações dirigidas a toda a empresa: a formação, a comunicação e a informação, a participação e colaboração de todo o pessoal, o apoio e facilidades às pessoas, a orientação dos objetivos, a prioridade de ação sobre as pessoas, a promoção e seleção do pessoal e a avaliação contínua da qualidade (VARO, 1994). 28 A implementação do processo da qualidade total requer uma visão de futuro, o envolvimento de todos, em todos os níveis, através de um consistente plano de educação e treinamento. Exige ainda a criação de uma estrutura de apoio, de monitoria e de realimentação do processo, a celebração dos sucessos e a permanente avaliação do nível de satisfação dos clientes, de modo a poder antecipar, atender e exceder sua expectativa. O movimento da qualidade total no Brasil foi iniciado na década de 1970 pelos pioneiros professores Vicente Falconi e José Martins de Godoy. O caminho percorrido foi mais ou menos semelhante ao de outros países: começou pela área industrial, com rápida expansão para os setores de serviços, estendendo-se para a educação, a saúde, a administração pública, alcançando, por fim, todos os setores de atividades, em empresas e organizações públicas e privadas, nas diversas regiões brasileiras (NOGUEIRA, 1999). 4.1 A ética na saúde como Política Pública O final da década de 1990 foi marcado por uma ampliação das propostas de políticas governamentais para humanizar a atenção à saúde. No ano de 2001, o Ministério da Saúde lançou o Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH). O programa propõe uma série de ações integradas que visam à mudança dos padrões de atendimento ao usuário no ambiente hospitalar público. Esse programa teve como foco a necessidade de mudança cultural no ambiente hospitalar, pautado pelo atendimento humanizado aos usuários, pois levaria à maior qualidade e efetividade das medidas desenvolvidas. Ele demonstrou ainda como é necessário e importante que as relações humanas vinculadas à saúde exigem "agregar à eficiência técnica e científica uma ética que considere e respeite a singularidade das necessidades do usuário e do profissional, que acolha o desconhecido e imprevisível, que aceite os limites de cada situação" (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000). Uma diferença notável em relação à proposta dos Direitos do Usuário é que este programa incorpora o interesse em atualizar, capacitar e desenvolver 29 profissionais de saúde para desempenhar as tarefas de cuidado com seus pacientes. As políticas de saúde devem sempre observar e garantir a eficácia dos direitos dos usuários, garantindo que eles se mantenham satisfeitos e amparados. O principal objetivo desse programa foi capacitar os profissionais de saúde para abordar os aspectos psicossociais dos usuários e seus familiares. Com a crescente especialização e mecanização das condutas desempenhadas pelos profissionais de saúde e a consequente emergência de progressivas novas formas de organização do trabalho, esta é uma das condições essenciais para a eficácia da prática humanizada, que inspirou o trabalho em equipe multidisciplinar. O PNHN mostrou que a qualidade da assistência à saúde deve consistir não apenas em aspectos técnicos ou organizacionais, mas também em competências e interações técnicas, incorporando valores e atitudes que respeitem a vida humana. O documento base do programa também enfatiza a necessidade de melhorar a imagem dos serviços públicos de saúde, não apenas entre os usuários, mas entre os próprios profissionais de saúde. Quando o profissional se sente respeitado pela instituição a qual ele está inserido, ele irá atender com mais eficiência. O Programa mostra ainda o papel do gestor para dar eficácia ao processo de humanização dos serviços de saúde, pois ele é um dos principais responsáveis por prover condições apropriadas para que os funcionários e servidores sejam valorizados em seu trabalho e os usuários tenham seus direitos garantidos. No ano de 2003, o Ministério da Saúde iniciou uma proposta que ampliasse a humanização para além do ambiente hospitalar e determinou a Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão em Saúde no SUS. Essa política visa atingir todos os níveis de atenção à saúde, entendendo a humanização como uma transformação cultural do cuidado aos usuários e a gestão dos processos de trabalho que devem permear todas as ações e serviços de saúde, com caráter transversal. A proposta do Humaniza SUS apresenta algumas diferenças de seus antecessores ao incluir nos conceitos de humanização, além dos direitos do usuário e do "cuidado do cuidador", o sistema de saúde e os serviços de saúde prezam por melhorar os aspectos organizacionais, fundamental para criar as condições 30 adequadas para o desenvolvimento do comportamento humanizado. Todas essas propostas preservam os princípios e diretrizes contidos nas leis e regulamentos relativos à estrutura do SUS, como atenção integral, universalidade, hierarquização e localização dos serviços e controle social. A prática humanizadora, consiste no tratamento e solução de problemas, como, por exemplo, as filas de espera e outras diversas dificuldades enfrentadas por grande parte dos usuários dos serviços de saúde. Existe uma intensa necessidade de ampliar os mecanismos de comunicação e informações nesses setores. Nos serviços de atenção básica, devem ser desenvolvidos projetos de tratamento individual e coletivo para os usuários, formas de aceitação e engajamento do cliente, práticas que promovam a redução do uso de drogas e fortaleçam as relações entre a saúde. 4.2 Princípios da Política Nacional de Humanização Como já enfatizado no tópico anterior, de forma simplificada podemos dizer que a Política Nacional de Humanização, que também é chamada de Humaniza SUS, preconiza o envolvimento de trabalhadores, usuários e gestores na produção e gestão do cuidado no âmbito da saúde. A humanização se manifesta como a aceitação de diferenças nos processos de gestão e cuidado por meio de mudanças, que são moldadas coletiva e cooperativamente e não por indivíduos ou grupos isolados. Isso significa que precisamos envolver todos os envolvidos direta ou indiretamente no processo para desenvolver novas formas de cuidado e novas formas de organização do trabalho. A PNH foi construída a partir de princípios, métodos, diretrizes e dispositivos baseados no conceito de humanização centrado em três pilares: ética, estética e política. Essa associação visa, portanto, segregar, ao invés de generalizar, a experiência humana por meio do engajamento social e político somado à realidade, a partir da escuta das diferenças entre os sujeitos. Ética: compromisso de reconhecimento do outro, acolhendo-o em suas diferenças, dores, alegrias, modos de ver, sentir e estar na vida. 31 Estética: invenção de estratégias, nas relações e no cotidiano, significando a vida e o viver na construção da própria humanidade. Política: compromisso coletivo em envolver-se no contexto de saúde. (BRASIL, 2013). A dimensão ética caracteriza-se, assim, pela escuta e pela mudança que traz a todos os seres humanos, aceitação de outros modos de ser, afirmação da vida como diversidade, abertura ao diálogo e mudança de atitude. Já a dimensão estética, em seu compromisso com o movimento contínuo e o fluxo criativo, é empregada na invenção de várias técnicas e determina novas formas de subjetividade. Por fim, a dimensão política problematiza e critica a realidade e emerge nas relações de poder e na democratização institucional, a partir do princípio de protagonistas dos diversos sujeitos da própria PNH. O paradigma científico representa os desafios enfrentados pela PNH, desde a produção de conhecimento e educação em saúde, desde a compreensão das propostas até sua implementação no SUS. Essa área inclui esforços para formar apoiadores institucionais. A PNH é constituída por três princípios, por meio do qual ela se manifesta como política pública de saúde. O primeiro princípio se trata da transversalidade, onde diferentes disciplinas e práticas de saúde podem influenciar a experiência dos atendidos, e juntos esses saberes criam saúde de forma mais corresponsável. Esse princípio possibilita a transformação das relações de trabalho ao aumentar o grau de contato e comunicação entre pessoas e grupos, minimizando o isolamento e as relações de poder hierárquicas (BRASIL, 2013). O segundo princípio é a indissociabilidade entre atenção e gestão. Por meio dele é estabelecido que os trabalhadores sejam participantes ativos nos processos decisórios dos órgãos de saúde e nas atividades de saúde coletiva. A assistência e o apoio à saúde não devem se limitar às responsabilidades da equipe de saúde. Os usuários e suas redes sociais familiares devem cuidar de si no tratamento e ter um papel preponderante na sua saúde e na dos outros. 32 Isso nos permite determinar que as mudanças nos métodos de cuidado não podem ser separadas das mudanças na forma como o trabalho é gerenciado e atribuído. Ou seja, indissociabilidade entre clínica e política, entre saúde e produção de sujeito (BRASIL, 2013). O terceiro princípio é o Protagonismo, que está vinculado a responsabilidade conjunta e a autonomia de sujeitos e grupos, com objetivo de um maior controle e atenção construídos pela ampliação da própria autonomia e vontade das partes que compartilham a responsabilidade. Portanto, os usuários não são apenas pacientes, e os trabalhadores não estão apenas cumprindo ordens, possibilitando mudanças de acordo com o reconhecimento do papel de cada um, reforçando o trabalho na autoprodução e na produção mundial, diferentes realidades sociais, econômicas, políticas, institucionais e culturais (BRASIL, 2013). Assim, por meio dessas diretrizes, um SUS humanizado reconhece que todos são cidadãos legítimos, com direitos, valores e incentiva sua atuação na produção saudável. Como diretrizes, é determinado: acolhimento; gestão participativa e cogestão; ambiência; clínica ampliada e compartilhada; valorização do trabalhador; defesa dos direitos dos usuários (BRASIL, 2013). Os métodos da PNH, por sua vez, buscam a inclusão nos processos de produção de saúde e de seus diferentes agentes, caracterizando um “método de tríplice inclusão” (HECKERT; NEVES, p. 145-160, 2010): Envolvimento de diferentes atores (gestores, trabalhadores, usuários) — produção de autonomia, e responsabilidade compartilhada. O envolvimento de analistas sociais ou fenômenos que desestabilizam, acolhem e facilitam processos de mudança nos modelos tradicionais de atenção e gestão. 33 envolvimento de grupos, seja por movimentos sociais organizados ou como experiências pessoais sensíveis (mudanças de percepção e impacto) de trabalhadores de saúde trabalhando em grupo. De modo geral, pode-se concluir que, as diretrizes da PNH, com métodos de inclusão, devem: ampliar clínicas, promover o acolhimento, concretizar avaliações do trabalho e do trabalhador, defender os direitos dos usuários e incentivar grupos, coletivos e redes. 34 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. – 4. ed. 4. reimp. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. BOM SUCESSO, Edina de Paula. Relações Interpessoais e Qualidade de Vida no Trabalho. São Paulo: Qualitymark, 2002. COTRIM, Gilberto; FERNANDES, MIRNA. Fundamentos de filosofia. São Paulo: Saraiva, 2013 CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. CHAUÍ, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2000. JONSEN, A. R.; WINSLADE, W. J.; SIEGLER, M. Ética clínica: abordagem prática para decisões éticas na medicina clínica. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. LAISSONE, E. J. C.; AUGUSTO, J.; MATIMBIRI, L. A. Manual de ética geral. Moçambique: Universidade Católica de Moçambique, 2017. NOGUEIRA, L. C. L. 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