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03_04 - Conferências sobre a história da filosofia política (Rousseau)

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
CURSO DE DIREITO
Ana Beatriz Mendes Simon Machado – RA00284221 – MG3
Atividade - Conferências sobre a história da filosofia política (Rousseau)
Professora Maria Celeste Cordeiro Leite dos Santos
2022
Tendo em vista o capítulo Rousseau II do livro Conferências sobre a história da filosofia política, alguns pontos cabem a ser mencionados. O primeiro deles é a questão do pacto social, o qual, segundo Rousseau é o ato pelo qual os indivíduos se tornam um povo. Nesse sentido, esse pacto define os termos da cooperação social que se refletirão nas instituições políticas e sociais, e é fundamentado em quatro pressupostos: o fato de que os indivíduos em cooperação têm por objetivo promover seus interesses fundamentais; o fato de que esses mesmos sujeitos devem promover seus interesses sob as condições de interdependência social com os outros, além de que os homens são completamente dependentes da sociedade como um todo; o fato de que todas as pessoas têm igual capacidade e interesse no que se refere à liberdade, tendo em vista as razões válidas; e por fim, o fato de que todos têm as mesmas capacidades de ter um senso político de justiça e um interesse em agir com base nele.
Outro ponto que vale ser ressaltado é a vontade geral, a qual passa existir quando o pacto social entra em vigor, de modo que, por meio do trecho “Cada um de nós põe sua própria pessoa e todo o seu poder nas mãos de todos sob a direção suprema da vontade geral; assim como em um corpo, recebemos cada membro como parte indivisível do todo”, fica clara a relação entre esses dois conceitos. Nesse sentido, tratando-se da vontade geral, cabem ser pontuados cinco aspectos relacionados a ela, que são mencionados no texto: a vontade geral é uma forma de razão deliberativa compartilhada e exercida por cada cidadão como membro do corpo político, que passa a existir quando pacto entra em vigor; ela é o bem comum, o qual é compreendido como as condições sociais que tornaram possível que os cidadãos concretizem seus interesses comuns; o que torna possíveis nossos interesses comuns são os interesses fundamentais compartilhados com os demais; e, por fim; o que determina esses interesses fundamentais são a natureza humana e os interesses fundamentais que lhe são próprios.
Além disso, outro ponto a ser mencionado são as três formas de liberdade citadas por Rousseau: a liberdade natural, civil e moral. Nesse aspecto, entende-se que, por meio do pacto social, a liberdade natural dos indivíduos é perdida, ou seja, o direito de realizar suas próprias vontades de maneira ilimitada se encerra. Contudo, em troca, são concedidas aos homens a liberdade civil, a qual é limitada pela vontade geral, e a liberdade moral. A concessão dessas duas “novas” liberdades torna os homens senhores de si mesmos “pois o impulso do puro apetite é escravidão, e a obediência à lei que se prescreveu a si mesmo é a liberdade” (CS, 1:8.3).
Por fim, também é interessante realizar um paralelo entre as ideias do Contrato Social e o ordenamento jurídico atual. Rousseau, em sua obra, determina que os menores, por não terem atingido a idade da razão, ainda não são plenamente razoáveis e racionais, cabendo a seus pais ou curadores agir em seu nome até que atinjam a maioridade (CS, 1:2.1 s.). Essa ideia, expressa por Rousseau no Contrato Social no século XVIIIl, ainda é tida no Direito, de maneira que no ordenamento jurídico brasileiro é expressa pelos artigos 3º e 4º, inciso I do Código Civil. 
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