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Aula 02

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Patrimônio
Introdução
Inicialmente, para que sejam contemplados os tópicos relativos ao 
Patrimônio, serão vistos os Princípios de Contabilidade, que são regras jun-
tamente com as Normas Brasileiras de Contabilidade e que deverão ser 
seguidos e entendidos para o registro e reconhecimento dos elementos 
patrimoniais.
Princípios da contabilidade
Para que haja uma padronização, no Brasil existem alguns órgãos res-
ponsáveis pela normatização contábil. Entre os principais está o Instituto 
dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), responsável pela emis-
são de normas e procedimentos de contabilidade, de auditoria, interpre-
tações e comunicados técnicos.
Outro órgão, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), é responsável 
pela disciplinação do mercado de valores mobiliários nacional.
Por fim, existe o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que é o órgão 
responsável pela emissão de normas profissionais contábeis e normas 
técnicas, que servem para regulamentar os procedimentos contábeis.
Assim, para a padronização da contabilidade existem os conhecidos 
Princípios Contábeis, definidos pela Resolução 750/93, emitida pelo CFC. 
Assim, utilizando como base a Resolução CFC 750/93, que foi atualizada 
pela Resolução CFC 1.282/2010, entre os Princípios é possível destacar:
O princípio da Entidade – segundo esse princípio o patrimônio deve �
ser reconhecido como objeto da contabilidade, e é preciso diferen-
ciar o patrimônio de uma pessoa física do da pessoa jurídica, ou seja, 
a pessoa do dono da empresa e a empresa não podem se confundir. 
A seguinte situação ilustra o princípio da entidade: um sócio que faz 
o pagamento de suas contas pessoais com o dinheiro da empresa, ao 
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Patrimônio
fazer isso está indo contra o princípio da Entidade, pois não está re-
conhecendo a autonomia, ou seja, a diferença da pessoa física e da 
pessoa jurídica.
O princípio da Continuidade – esse princípio versa sobre a continui- �
dade ou não da empresa. Por esse princípio estende-se que a conti-
nuidade influencia o valor econômico dos ativos e também o venci-
mento dos passivos, em especial quando a extinção da empresa tem 
prazo determinado, previsto ou previsível. Para o entendimento desse 
princípio podemos utilizar como exemplo determinadas épocas em 
que ocorrem muitas chuvas no Brasil. Para o socorro aos necessitados, 
são criadas empresas, que irão durar somente o tempo para terminar 
a obra de reconstrução do lugar, para esses casos, deve-se imaginar 
que as dívidas dessa empresa terão que ter prazo de vencimento in-
fluenciado por esse fato, uma vez que ninguém irá vender ou fornecer 
dinheiro por mais de dois anos, por exemplo, para uma empresa que 
tem prazo de continuidade de somente um ano.
O princípio da Oportunidade – de acordo com esse princípio, deter- �
minado fato deve ser registrado no exato momento em que acontece. 
Outra interpretação está ligada ao registro, mesmo que tecnicamente 
estimável, de variações patrimoniais, isso quer dizer que ainda que so-
mente exista a possibilidade de o lançamento ocorrer, ele deverá ser 
registrado. Assim, no caso das ações judiciais, por exemplo, é preci-
so que seja feita a provisão do valor, ou seja, um registro mesmo que 
aproximado dos valores referentes a essa ação, para que o resultado da 
empresa não seja impacto de uma só vez.
O princípio do Registro pelo valor original – esse princípio versa sobre �
o registro dos componentes do patrimônio, sempre expressos a valor 
presente na moeda do país, e que deverão ser mantidos na avaliação 
das variações patrimoniais posteriores, inclusive aquelas que configu-
ram agregações ou decomposições no interior da entidade. Da inter-
pretação desse princípio, resulta saber que os registros dos componen-
tes patrimoniais deverão ser feitos com base nos valores de entrada, 
quando integrados ao patrimônio o bem, direito ou obrigação. Não se 
pode ter elementos agregados de forma parcial ou integral a outros 
elementos patrimoniais. Enquanto o bem permanecer como parte do 
patrimônio o valor original de registro deverá ser mantido.
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Patrimônio
 Para esse princípio é possível imaginar, por exemplo, a compra de 
um carro e que ele sofre desvalorização com o passar do tempo, por 
desgaste, uso e outras condições, porém essa condição deverá ser re-
gistrada em uma conta à parte, chamada de depreciação acumulada, 
para que o bem sempre esteja registrado na contabilidade de acordo 
com o que determina o referido princípio.
O princípio da Competência – esse princípio rege a relação entre as re- �
ceitas e as despesas. De acordo com ele as receitas e as despesas devem 
ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, 
e assim sendo as receitas consideram-se realizadas quando, nas transa-
ções com terceiros, estes efetuarem o pagamento ou assumirem forte 
compromisso de efetivá-lo, também será reconhecida quando da ex-
tinção parcial ou total de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem 
o desaparecimento (ao mesmo tempo) de um ativo de valor igual ou 
maior. Já as despesas consideram-se incorridas quando o ativo corres-
pondente deixar de existir, por transferência de sua propriedade a ter-
ceiro, pela diminuição ou extinção de um ativo e pelo surgimento de um 
passivo, sem o correspondente ativo. No que diz respeito a esse princí-
pio é preciso imaginar contas que têm seu período de competência, ou 
seja, são referentes a um determinado mês e deverão ser reconhecidas 
naquele período. Isso acontece, por exemplo, com os salários, cada mês 
que você trabalha seu salário é reconhecido para o ganho de receita da-
quele determinado mês, e geralmente (isso porque algumas empresas 
fazem o pagamento no mesmo mês) o pagamento ocorre no início do 
mês seguinte. Mas o que é preciso destacar é que contas como salário, 
energia, água, telefone, entre outras contas que são consumidas no mês, 
precisam ser reconhecidas como referentes àquele mês.
O princípio da Prudência – para esse princípio deverão ser adotados �
menores valores para os componentes do Ativo e maiores para os 
componentes do Passivo, sempre que estes apresentarem alternati-
vas igualmente válidas para registro. Aceitar o princípio da Prudência 
consiste em utilizar a hipótese que resulte em um menor patrimônio 
líquido. 
De acordo com as alterações propostas pela Resolução 1.282/2010 o �
princípio da Atualização monetária foi revogado para que a contabili-
dade brasileira ficasse de acordo com a harmonização proposta pelas 
normas internacionais de contabilidade.
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Patrimônio
Patrimônio
O Patrimônio é o conjunto de Bens, Direitos e Obrigações de uma pessoa 
física ou jurídica. Entretanto, essa apresentação ocorre de forma ordenada e 
exige que sejam conhecidos alguns conceitos de forma mais profunda.
Os bens são todas aquelas coisas capazes de satisfazer às necessidades 
humanas e que podem de alguma forma ser mensuradas economicamente, 
ou seja, que podem ter algum valor atribuído.
Imaginando uma loja de eletrodomésticos, você teria inicialmente três 
categorias de bens:
Bens de uso da loja – balcão, prateleiras, armários, entre outros utiliza- �
dos para o uso da loja, ou seja, para a exploração da atividade princi-
pal, que é a venda de eletrodomésticos.
Bens de troca – eletrodomésticos em geral, ou seja, os produtos que �
formam a base da atividade da empresa.
Bens de consumo – as caixas que a empresa usa para vender os pro- �
dutos, papéis que usa para embalar, eventuais materiais de escritório. 
Os bens de consumo estão relacionados com bens que serão consumi-
dos, ou seja, que não são duráveis na entidade.
E que outras classificações poderiam existir para os bens?
Bens materiais são aqueles que possuemcorpo ou que podem ser toca-
dos. Englobam ainda dois outros conceitos, os de bens móveis e imóveis.
Já os bens intangíveis ou imateriais são aqueles que não têm matéria, ou 
seja, que não podem ser tocados. São aqueles bens que não possuem um 
corpo. Um bom exemplo é uma determinada marca, alguns produtos têm 
tanta influência da marca que é só olhar a fonte da marca que já se lembra 
dela, outros dão até nome para o produto.
Outros exemplos de bens imateriais são as patentes, que nada mais são 
do que registros de invenções de uma pessoa ou empresa, nesse caso a 
pessoa ou empresa tem o direito de explorar os benefícios advindos daquela 
determinada invenção.
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Patrimônio
Os direitos são os valores que a empresa tem para receber de terceiros, 
geralmente alheios à empresa. Por exemplo, a empresa vende mercadoria e 
o cliente fica de pagar essa mercadoria no prazo de um mês, logo a empresa 
terá o direito de receber o valor em um mês. Nessa situação um terceiro, não 
envolvido diretamente com a empresa, está relacionado na situação.
Outro tipo comum de direito acontece quando a empresa adianta salários 
ou valores de viagens para funcionários, após determinado período, no caso 
dos salários na data de pagamento que ocorre até o quinto dia do mês pos-
terior o funcionário terá esse valor descontado do seu salário, pois recebeu 
um valor da empresa que ainda não era efetivamente seu, isso quer dizer 
que a empresa deu ao funcionário um valor antecipado e tem o direito de 
descontar do salário do funcionário esse valor. Já no caso dos adiantamentos 
para viagem, a empresa “empresta” determinado valor para um funcionário 
viajar e quando ele retorna deve prestar contas do valor adiantado com as 
notas fiscais dos gastos que teve, ficando a empresa com o direito de exigir 
essa prestação de contas.
Nas entidades é comum realizar algumas operações a prazo como, por 
exemplo, compra de mercadoria ou, ainda, operações que têm uma deter-
minada data de vencimento e um determinado cobrador, nesse caso os for-
necedores. Ela possui ainda outras possíveis contas a pagar, como impostos 
em geral, salários e obrigações diversas com terceiros.
Outro tipo de passivo é o patrimônio líquido, pois a empresa “deve” para 
os sócios o capital por eles investido na empresa. Assim, eles diferenciam-se 
das obrigações com terceiros por não terem data de vencimento e por não 
poderem ser “cobrados”.
Representação gráfica do patrimônio
Na contabilidade, ficou convencionado que o lado esquerdo seria deno-
minado Ativo, é o lado positivo, que engloba os bens e os direitos, e no lado 
esquerdo tem-se o lado do Passivo, que engloba as obrigações.
Patrimônio
Ativo Passivo
Bens e Direitos Obrigações
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Patrimônio
Essa representação gráfica, que lembra um “T”, é denominada Balanço 
Patrimonial, e o próprio nome, que lembra balanço, pede que haja um equi-
líbrio. Na contabilidade é preciso que exista uma igualdade entre bens, direi-
tos e obrigações, ou seja, o total do lado esquerdo deverá ser igual ao total 
do lado direito, porém, como isso é possível?
É nesse ponto que surge um novo elemento na equação patrimonial de-
nominado Patrimônio Líquido.
Patrimônio
Ativo Passivo
Bens e Direitos Obrigações
Patrimônio Líquido
Esse novo grupo ficará do mesmo lado do Passivo, ou seja, das obrigações, 
o Patrimônio Líquido – diferença entre o ativo menos o passivo, ou seja, é o 
valor líquido resultante da seguinte equação: Bens + Direitos – Obrigações.
Outra definição que pode ser dada ao patrimônio líquido é que este é o 
grupo que representa o valor referente aos acionistas, ou que a eles perten-
ce. Para entender como funciona o Balanço Patrimonial, segue um exemplo 
demonstrando os conceitos vistos anteriormente:
Balanço Patrimonial
Ativo Passivo
Bens 1.000 Obrigações 1.500
Direitos 1.500
Patrimônio Líquido
Capital 1.000
Total do Ativo 2.500 Total do Passivo 2.500
No balanço patrimonial, o dinheiro “entra” pelo lado do passivo. De que 
forma isso ocorre? Quando os sócios abrem a empresa eles colocam o capi-
tal nela, e ele fica registrado no passivo, ou seja, sua origem foi no passivo 
dentro do Patrimônio Líquido na conta Capital Social, em contrapartida, o 
dinheiro é aplicado no ativo. O mesmo ocorre, por exemplo, com os fornece-
dores, pois determinada mercadoria aparecerá no ativo e o registro da entra-
da ficará no passivo. Assim o fluxo de origens e aplicações é o seguinte:
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Patrimônio
Aplicações
Ativo Passivo
Origens
Bens 1.000 Obrigações 1.500
Direitos 1.500 Patrimônio Líquido
Capital 1.000
Total do Ativo 2.500 Total do Passivo 2.500
Assim, as origens de recursos correspondem às obrigações e podem ser 
divididas em dois tipos:
De terceiros – são recursos provenientes de entes alheios à companhia, �
ou que não fazem parte diretamente desta. Nessa categoria estão os 
fornecedores, o governo (através dos impostos), financiamentos, salá-
rios a pagar, entre outras dívidas.
De recursos próprios – recursos provenientes de capital dos sócios, ou �
do capital social, ou ainda de lucros e reservas que são valores decor-
rentes das atividades normais da empresa.
Aspectos quantitativo e qualitativo
Pode-se dizer que o Balanço Patrimonial possui dois aspectos básicos 
relacionados aos elementos que foram apresentados; o primeiro deles é 
o aspecto qualitativo, que é o que define os elementos, conforme já visto, 
dividindo-os em bens, direitos e obrigações. Porém para saber conhecer ou 
mensurar o patrimônio é preciso conhecer outro aspecto, o quantitativo, que 
apresenta os elementos patrimoniais acompanhados dos seus devidos valo-
res, pois somente assim é possível conhecer o patrimônio de uma entida-
de. A seguir serão conhecidos os aspectos do Ativo, Passivo e do Patrimônio 
Líquido.
Ativo
Para Iudícibus (2009) o ativo pode ser definido como o conjunto de bens 
e direitos de uma entidade, ou como a aplicação de recursos de uma deter-
minada empresa. Já segundo Hendriksen e Van Breda (2007) os ativos são 
considerados como reservas de benefícios futuros, ou ainda como benefí-
cios econômicos futuros prováveis, obtidos ou controlados por determinada 
entidade e que são decorrentes de atividades passadas. O ativo é dividido 
em Ativo Circulante e Não Circulante. Dentro do Ativo Circulante, que na 
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Patrimônio
maioria das empresas possui essa classificação por apresentar bens e direi-
tos realizáveis em até 360 dias, de acordo com o grau de liquidez existem 
quatro grupos, o primeiro grupo é o de Disponibilidades, e possui as seguin-
tes contas:
Caixa �
Bancos – Conta movimento �
Aplicações financeiras de curto prazo �
O grupo seguinte é denominado de clientes ou créditos de curto prazo, e 
apresenta como principais elementos as seguintes contas:
Duplicatas a receber; �
Outras contas a receber; �
(–) Provisão para créditos de liquidação duvidosa. �
Nesse grupo existe uma conta conhecida como Duplicatas descontadas 
(que possui saldo credor, ou seja, é uma conta retificadora do Ativo, especi-
ficamente de clientes). Essa conta representa as duplicatas que foram entre-
gues ao banco para antecipação de recebíveis. De acordo com as mudanças 
estabelecidas pela internacionalização da contabilidade, em alguns casos 
essa conta será considerada como Passivo Circulante, porém deve-se obser-
var que as duas formas podem ser admitidas. O próximo grupo, de acordo 
com a liquidez, é o grupo de Estoques:
Mercadorias ou produtos acabados; �
Produtos em elaboração; �
Matéria-prima. �
O último grupo do Circulante, por sua vez, é conhecido como Despesas 
antecipadas ou Despesas pagas antecipadamente,entretanto é um grupo 
de Ativo, e possui esse nome pois, em geral, é formado por contas que já 
foram pagas antecipadamente e que geraram o direito de se consumir algo, 
como um seguro, uma assinatura de jornal, por exemplo, e que será consu-
mido em um determinado período, configurando-se em despesa somente 
após o consumo efetivo do direto, alguns exemplos são:
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Patrimônio
Seguros a vencer; �
Aluguéis pagos antecipadamente; �
Assinaturas de jornais e revistas. �
O Ativo não circulante possui liquidez com prazo superior a 12 meses, na 
maioria das empresas. Dentro dele, o primeiro grupo é o Ativo realizável a 
longo prazo, que normalmente apresenta as seguintes contas:
Empréstimos a sócios; �
Empréstimos a coligadas; �
Despesas antecipadas. �
Outro grupo do Ativo não circulante é o grupo que congrega os investi-
mentos e apresenta, entre outras contas, as seguintes:
Aplicações em ouro; �
Ações de empresas coligadas; �
Outras participações. �
O imobilizado por sua vez, apresenta os bens físicos, que servem para a 
manutenção da estrutura da empresa, para que elas possam cumprir a sua 
atividade, entre eles estão:
Veículos; �
Móveis e utensílios; �
Máquinas e equipamentos; �
Terrenos e edificações; �
Florestas. �
Com o advento da Lei 11.638/2007 o grupo Diferido, que em sua maioria 
apresentava as despesas pré-operacionais da empresa e gastos com pes-
quisa e desenvolvimento, passou a não mais figurar na nova estrutura do 
Balanço Patrimonial, apesar de ainda ser apresentado naquelas empresas 
que ainda não amortizaram totalmente o seu saldo.
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Patrimônio
O grupo que passou a fazer parte do Ativo não circulante é o Intangível, 
que irá congregar todas aquelas contas que não possuem substância física, 
mas que mesmo assim podem gerar benefícios futuros para a empresa, entre 
eles estão:
Marcas e patentes; �
Softwares; �
Fundo de comércio; �
Carteira de clientes. �
Passivo
O Passivo apresenta as obrigações com terceiros e se divide em Circulante 
(com exigibilidade em até 360 dias) e Não Circulante (com prazos de venci-
mento superior a 360 dias). No Passivo Circulante as principais contas são:
Fornecedores; �
Obrigações trabalhistas; �
Impostos a recolher; �
Contas diversas a pagar. �
O Passivo Não Circulante, por sua vez, apresenta as contas que possuem 
exigibilidade superior a 360 dias, entre elas:
Financiamentos; �
Empréstimos; �
Impostos com prazo superior a 12 meses; �
Outras dívidas de longo prazo. �
Patrimônio Líquido
O Patrimônio Líquido é a diferença entre os valores do ativo e os do passi-
vo, sendo apresentados os recursos próprios da empresa, representados em 
sua maioria pelo Capital Social. Pode-se afirmar que as principais contas que 
compõe o patrimônio líquido são:
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Patrimônio
Capital Social; �
Reservas de Capital; �
Reservas de Lucro; �
Ações em tesouraria; �
Prejuízos Acumulados. �
Com o advento da Lei 11.638/2007 a conta de Lucros Acumulados não 
deverá mais apresentar saldo. Esses saldos precisam ser devidamente desti-
nados de acordo com a proposta da administração, no caso das sociedades 
por ações. Essa destinação dos lucros poderá ser feita através do pagamen-
to de dividendos, novos investimentos (uso) ou, então, deverá compor as 
contas de reservas de lucros.
Ampliando seus conhecimentos
Ativos intangíveis e o desempenho empresarial
(PEREZ; FAMÁ , 2004)
[...]
Os ativos intangíveis
Os ativos intangíveis, chamados por alguns de ativos invisíveis e por outros 
de ativos intelectuais, entre tantas outras denominações atuais, formam, de 
acordo com Hendriksen e Van Breda (1999), uma das áreas mais complexas 
e desafiadoras da contabilidade e, provavelmente, também das finanças em-
presariais. Parte dessa complexidade deve-se às dificuldades de identificação 
e definição desses ativos, mas certamente os maiores obstáculos estão nas 
incertezas quanto à mensuração de seus valores e à estimação de suas vidas 
úteis. Ainda de acordo com Hendriksen e Van Breda (1999), a palavra intangí-
vel tem sua origem no latim tangere, que significa tocar. Manobe (1986) com-
plementa ao afirmar que tangível originou-se, também, do latim tango que 
significa perceptível ao toque. Entretanto, embora a própria nomenclatura 
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Patrimônio
sugira, os mesmos autores afirmam que a falta de forma ou existência física 
não é uma condição para separação entre os ativos tangíveis e os intangíveis. 
Martins (1972) é ainda mais taxativo:
Se quisermos ligar a etimologia da palavra Intangível à definição dessa categoria de 
ativos, nada conseguiremos, a não ser concluir que não há tal significado etimológico 
no conceito contábil. Patentes são consideradas Ativo Intangível, mas, Prêmios de 
Seguros Antecipados não possuem qualquer caráter de tangibilidade maior do que 
aquelas, porém, não pertencem ao grupo dos Intangíveis. Na verdade, Investimentos, 
Duplicatas a Receber, Depósitos Bancários, representam todos eles, direitos, mas, 
apesar da falta de existência corpórea, são considerados tangíveis. (MARTINS, 1972, 
p. 53)
Fica evidente que a definição de ativo intangível como aquele que não 
possui existência física ou que não pode ser tocado é simplista e incompleta, 
pois, como mencionado, uma empresa pode possuir diversos outros ativos 
que não podem ser tocados, como, por exemplo, créditos fiscais, despesas 
pagas antecipadamente, entre outros, que não são considerados ativos intan-
gíveis. No entanto, para Reilly e Schweihs (1998), os ativos intangíveis devem 
ter um respaldo tangível, isto é, ativos intangíveis, como marcas, patentes ou 
bancos de dados, apesar de sua natureza intangível, devem estar devidamen-
te registrados e/ou mostrar evidências físicas de sua existência.
Mas como definir os ativos intangíveis? A dificuldade é tanta que Mar-
tins (1972), em sua Tese de Doutoramento, enfatizou a dificuldade de uma 
definição formal para o termo. Kohler (In: IUDÍCIBUS, 2000) define com muita 
propriedade os ativos intangíveis, como sendo ativos de capital que não têm 
existência física e cujo valor é limitado pelos direitos e benefícios que sua 
posse confere ao proprietário.
Hendriksen e Van Breda (1999, p. 387) definem ativos intangíveis como,
[...] ativos que carecem de substância. Como tais, esses ativos devem ser reconhecidos 
sempre que preencherem os requisitos de reconhecimento de todo e qualquer ativo, 
ou seja, devem atender à definição de ativo, devem ser mensuráveis e devem ser 
relevantes e precisos.
Já Lev (2001) define ativo intangível como um direito a benefícios futu-
ros que não possui corpo físico ou financeiro, que é criado pela inovação, por 
práticas organizacionais e pelos recursos humanos. Ainda segundo o autor, 
os ativos intangíveis interagem com os ativos tangíveis na criação de valor 
corporativo e no crescimento econômico.
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Patrimônio
Upton (2001) define os ativos intangíveis como recursos não físicos, gera-
dores de prováveis benefícios econômicos futuros para uma entidade, que 
foram adquiridos por meio de troca ou ainda desenvolvidos internamente 
baseados em custos identificáveis, que têm vida limitada, possuem valor de 
mercado próprio e que pertencem ou são controlados pela entidade. O autor 
afirma, ainda, que os ativos intangíveis podem ser todos os elementos de uma 
empresa que existem além dos ativos monetários e dos ativos tangíveis.
Kayo (2002, p. 14) complementa,
Ativos intangíveis podem ser definidos como um conjunto estruturado de 
conhecimentos, práticas e atitudes da empresa que,interagindo com seus ativos 
tangíveis, contribui para a formação do valor das empresas.
Como base nas definições de ativos apresentadas anteriormente, pode-se 
pensar os ativos intangíveis como ativos de natureza permanente, sem exis-
tência física e que, à disposição e controlados pela empresa, sejam capazes de 
produzir benefícios futuros. São exemplos de alguns ativos intangíveis: paten-
tes, franquias, marcas, goodwill, direitos autorais, processos secretos, licenças, 
softwares desenvolvidos, bancos de dados, concessões públicas, direitos de 
exploração e operação, uma carteira fiel de clientes etc.
Atividades de aplicação
1. No Brasil, para elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, 
que regras deverão ser seguidas?
2. De acordo com as modificações propostas pela Resolução 1.282/2010 em 
relação à Resolução 750/93 qual princípio atualmente não é mais pratica-
do no Brasil?
3. Como pode ser definido o Patrimônio do ponto de vista contábil?
4. Como funciona a origem e a aplicação de recursos no Balanço Patri-
monial?
5. Quais os dois aspectos inerentes ao Balanço Patrimonial e como eles 
podem ser definidos?
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