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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/376072868 A LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO CENÁRIO DOS INSTITUTOS FEDERAIS: UMA REVISÃO DAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS Article in Temas em Educação Física Escolar · November 2023 DOI: 10.33025/tefe.v8i1.3922 CITATIONS 0 READ 1 3 authors, including: Temas Em Educação Física Escolar Colégio Pedro II 183 PUBLICATIONS 117 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Temas Em Educação Física Escolar on 30 November 2023. The user has requested enhancement of the downloaded file. https://www.researchgate.net/publication/376072868_A_LICENCIATURA_EM_EDUCACAO_FISICA_NO_CENARIO_DOS_INSTITUTOS_FEDERAIS_UMA_REVISAO_DAS_PRODUCOES_ACADEMICAS?enrichId=rgreq-2504230caf2cd58b358ed50feb5c12c9-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM3NjA3Mjg2ODtBUzoxMTQzMTI4MTIwNzgzNzA2NkAxNzAxMzYwOTk4NzM0&el=1_x_2&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/publication/376072868_A_LICENCIATURA_EM_EDUCACAO_FISICA_NO_CENARIO_DOS_INSTITUTOS_FEDERAIS_UMA_REVISAO_DAS_PRODUCOES_ACADEMICAS?enrichId=rgreq-2504230caf2cd58b358ed50feb5c12c9-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM3NjA3Mjg2ODtBUzoxMTQzMTI4MTIwNzgzNzA2NkAxNzAxMzYwOTk4NzM0&el=1_x_3&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/?enrichId=rgreq-2504230caf2cd58b358ed50feb5c12c9-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM3NjA3Mjg2ODtBUzoxMTQzMTI4MTIwNzgzNzA2NkAxNzAxMzYwOTk4NzM0&el=1_x_1&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Temas-Em-Educacao-Fisica-Escolar?enrichId=rgreq-2504230caf2cd58b358ed50feb5c12c9-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM3NjA3Mjg2ODtBUzoxMTQzMTI4MTIwNzgzNzA2NkAxNzAxMzYwOTk4NzM0&el=1_x_4&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Temas-Em-Educacao-Fisica-Escolar?enrichId=rgreq-2504230caf2cd58b358ed50feb5c12c9-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM3NjA3Mjg2ODtBUzoxMTQzMTI4MTIwNzgzNzA2NkAxNzAxMzYwOTk4NzM0&el=1_x_5&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/institution/Colegio_Pedro_II?enrichId=rgreq-2504230caf2cd58b358ed50feb5c12c9-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM3NjA3Mjg2ODtBUzoxMTQzMTI4MTIwNzgzNzA2NkAxNzAxMzYwOTk4NzM0&el=1_x_6&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Temas-Em-Educacao-Fisica-Escolar?enrichId=rgreq-2504230caf2cd58b358ed50feb5c12c9-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM3NjA3Mjg2ODtBUzoxMTQzMTI4MTIwNzgzNzA2NkAxNzAxMzYwOTk4NzM0&el=1_x_7&_esc=publicationCoverPdf https://www.researchgate.net/profile/Temas-Em-Educacao-Fisica-Escolar?enrichId=rgreq-2504230caf2cd58b358ed50feb5c12c9-XXX&enrichSource=Y292ZXJQYWdlOzM3NjA3Mjg2ODtBUzoxMTQzMTI4MTIwNzgzNzA2NkAxNzAxMzYwOTk4NzM0&el=1_x_10&_esc=publicationCoverPdf 1 A LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO CENÁRIO DOS INSTITUTOS FEDERAIS: UMA REVISÃO DAS PRODUÇÕES ACADÊMICAS THE DEGREE IN IN PHYSICAL EDUCATION IN THE SCENARIO OF FEDERAL INSTITUTES: A REVIEW OF ACADEMIC PRODUCTIONS Rebeka Martins Florêncio de Sousa1 Universidade do Vale do São Francisco Daniel Texeira Maldonado2 Instituto Federal de São Paulo Resumo: Objetivou-se refletir sobre a presença da Educação Física nos Institutos Federais, a partir de uma análise da literatura composta por teses e dissertações, de modo a compreender as narrativas que orientam essa área de conhecimento. Com isso, alinha-se a uma revisão integrativa, de abordagem qualitativa e cunho exploratório. Foram localizados 154 estudos, todavia, somente 53 se enquadraram nos critérios estabelecidos. O material empírico foi submetido à análise temática. Os achados demonstraram que a Educação Física enquanto disciplina do Ensino Médio sofreu fortes influências do viés tradicional e técnico, porém se nota novas perspectivas para o ensino sob a visão das tendências críticas. Em relação à licenciatura em Educação Física, conclui-se que há uma insuficiência de reflexões e investigações no cenário dos Institutos. Palavras-chave: Educação Física; Institutos Federais; Ensino Médio Integrado; Formação Docente. Abstract: The objective was to reflect on the presence of Physical Education in Federal Institutes, based on an analysis of the literature composed of theses and dissertations, in order to understand the narratives that guide this area of knowledge. With this, it aligns with an integrative review, with a qualitative approach and an exploratory nature. A total of 154 studies were found, however, only 53 met the established criteria. The empirical material was subjected to thematic analysis. The findings showed that Physical Education as a High School subject was strongly influenced by traditional and technical bias, but new perspectives for teaching can be seen from the point of view of critical trends. Regarding the degree in Physical Education, it is concluded that there is a lack of reflections and investigations in the scenario of the Institutes. Keywords: Physical Education; Federal Institutes; Integrated High School; Teacher Training. 1 Rebeka.martins95@gmail.com. Mestranda em Educação Física pela Universidade Federal do Vale do São Francisco. 2 danieltmaldonado@yahoo.com.br. Doutor em Educação Física pela Universidade São Judas Tadeu. Professor do Instituto Federal de São Paulo. COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS mailto:danieltmaldonado@yahoo.com.br mailto:Rebeka.martins95@gmail.com SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. INTRODUÇÃO Os estudos sobre a formação docente têm sido objeto de grandes problematizações. À vista disso, a presente pesquisa centraliza as discussões no processo de formação inicial em Educação Física (EF). O desenvolvimento da EF esteve vinculado por um longo período a uma formação de caráter sistemática, sendo relacionada aos traços higienistas do cuidado ao corpo “saudável”, preparação militar e esportivização. Diante de tal conjuntura, o percurso histórico do campo e sua constituição enquanto profissão é marcado pela luta e busca de espaço na sociedade. Diante desse esforço, a legitimação da área e o reconhecimento social desse(a) profissional se consagra a partir da Constituição de 1937 (BRASIL, 1937), a qual implementou o caráter obrigatório da EF nas escolas, fazendo surgir outras imposições, sobretudo, relacionadas à profissão, como a exigência de um currículo mínimo no interior das universidades (SOUZA NETO et al., 2004). Segundo Benites, Souza Neto e Hunger (2008), o processo de formação em EF teve os seus currículos vinculados às instituições militares, ainda nas primeiras décadas do século XX. Esses resquícios perpassaram pela Escola de EF da Força Policial, Centro Militar de EF e a Escola de EF do Exército (SOUZA NETO et al., 2004). O propósito dessas escolas estava orientado para a formação de instrutores(as) de ginástica, entretanto, de acordo com Castellani Filho (1988), tal circunstância influenciou e impulsionou a estruturação da área. A posteriori, com a criação da Escola Nacional de EF e Desportos, o currículo da EF começou a se firmar diante das discussões sobre o processo de organização e regulamentação da área enquanto formação. No geral, pretendeu-se pensar em uma matriz comum de disciplinas básicas que atendessem às necessidades e as funções da atuação profissional (SOUZA NETO et al., 2004). Com as mudanças e regulamentações para atender à dinâmica do período, as propostas curriculares também passaram por reformulações. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 4.024/61, surge um novo panorama sobre a formação de professores(as), logo, a obrigatoriedade da EF foi consolidada, introduzindo a implementação de um currículo com disciplinas que abarcassem a formação cultural, profissional e Temas em Educação FísicaEscolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/2023 3 específica à formação do(da) docente (BRASIL, 1961; BENITES, SOUZA NETO; HUNGER, 2008; CARNEIRO, 2021). As considerações pedagógicas nesse período ainda se mostravam unificadas, permanecendo nas perceptivas militaristas, na qual o processo de ensino- aprendizagem e o sistema educacional respaldavam-se em tendências tecnicistas, pautando a formação como uma qualificação mecanicistas técnica-profissionalizante (CASTELLANI FILHO, 1988). Em síntese, o currículo da EF não demonstrava uma formação alinhada aos conhecimentos da área didática-pedagógica, mas sim, ao desenvolvimento de modalidades esportivas e outras práticas corporais, as quais se fortalecem nas décadas de 1970 e 1980 com as criações de academias de ginástica. Com os avanços nesse contexto educacional, em 2002, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para formação de professores(as) da Educação Básica constituíram e organizaram os currículos que deveriam ser estabelecidos pelas Instituições de Ensino Superior (IES) (BRASIL, 2002). Perante a essa circunstância, o presente estudo propõe-se a delimitar as discussões sobre a formação inicial em EF no cenário dos Institutos Federias (IFs). Criados no ano de 2008, os IFs foram constituídos com o propósito de reorganizar as Redes Federais com a união de diversas escolas técnicas profissionais como: Escolas Agrotécnicas Federais, Escolas Técnicas Federais, Centros Federais de Educação Tecnológica e Escolas Técnicas Vinculadas às Universidades Federais (BRASIL, 2008; LIMA; BARREYRO, 2018). Atualmente, a Rede Federal dispõe de 38 Institutos em todo território nacional, sendo reconhecida pela qualidade do ensino, bem como pela oferta de diversos cursos, buscando potencializar o desenvolvimento cada região a qual se integra. Dessa maneira, no que tange o sistema educacional, os IFs são instituições de educação, pluricurriculares e multicampi, especializados na oferta de educação profissional básica integrada ao ensino profissionalizante, básica na modalidade da Educação de Jovens e Adultos (PROEJA) e educação superior, sendo, nesta última, onde se inclui a formação de professores(as). Demarcada pela Lei nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008, de acordo com o art. 8°, os IFs devem garantir a oferta mínima de 20% de suas vagas a cursos com vistas na formação de professores(as) para a Educação Básica (BRASIL, 2008). COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. A iniciativa de expansão e os principais motivos dessa obrigatoriedade dos cursos de Licenciatura estão diretamente associadas à escassez de professores(as) das diversas áreas de conhecimento. Segundo Lima (2016, p. 03) “as licenciaturas oferecidas pelos Institutos Federais revelam um lócus diferente daquelas oferecidas por outras instituições de educação superior”, esse fato leva em consideração que os IFs possuem organizações especificas e particulares, tendo em vista suas características de educação técnica profissionalizante. Ressaltando a EF, as investigações sobre essa formação ainda são inconclusivas no âmbito dos IFs, carecendo assim um olhar mais aprofundado para a área, visto que, atualmente, há uma escassez de estudos sobre essa graduação nestas instituições. Embasados nesse cenário, buscaremos com a presente pesquisa refletir sobre a presença da EF nos IFs, a partir de uma análise da literatura composta por teses e dissertações, de modo a compreender as narrativas que orientam essa área de conhecimento. MÉTODOS A pesquisa se caracteriza como bibliográfica, de forma específica a uma revisão integrativa da literatura, apoiando-se em uma abordagem qualitativa que permite identificar características e complexidades de um determinado problema, entendê-las e descrevê-las, possibilitando dar significado aos fatos (GIBBS, 2009). É também de cunho exploratório, tendo como propósito maximizar a familiaridade com o problema, aprimorando os conhecimentos do(da) pesquisador(a) com vistas a torná-los mais explícitos (GIL, 2002). Segundo Souza, Silva e Carvalho (2010), a revisão integrativa possibilita determinar os conhecimentos atuais sobre uma temática. Nesse caso específico, a formação de professores(as) de EF oriunda dos IFs, e conduzir de modo a identificar, analisar e sintetizar resultados de estudos independentes sobre o mesmo assunto. Botelho, Cunha e Macedo (2011) mencionam as seis etapas para sua realização, sendo elas: identificação do tema; criação de critérios de inclusão e exclusão; identificação dos estudos pré-selecionados; categorização dos estudos selecionados; interpretação dos dados e apresentação dos conhecimentos da revisão. Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/2023 5 Sabendo disso, iniciou-se o levantamento das produções acadêmicas a partir do catálogo de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) para investigação e identificação de estudos relacionados à temática do presente estudo. Para a identificação e levantamento dos estudos foram estabelecidos os descritores “Instituto Federal” AND “Educação Física” e “Licenciatura” AND “Instituto Federal” no campo de busca geral das teses e dissertações na base de dados. Tais investigações ocorreram no mês de março a abril de 2023. Elencou-se como critérios de inclusão: teses e dissertações que abordam as Licenciaturas ofertadas pelos IFs; pesquisas relacionadas ao componente EF no contexto do IF; e a disponibilização do texto na íntegra. Como critérios de exclusão, foram descartadas as pesquisas que não mencionavam a EF como objeto participante de investigação, temáticas sem nenhuma relação com os IFs e pesquisas repetidas. Partindo disso, a filtragem dos textos aconteceu por meio da leitura de título, resumo e pesquisa na íntegra. Em casos específicos, foram enviados e-mails para alguns autores(as) solicitando as teses e dissertações que não estavam completas na íntegra. Na busca geral, com a junção de todos os descritores e critérios, foram localizados 154 estudos. Após realizar o refinamento e a filtragem desses resultados, restaram 53 teses e dissertações, sendo apresentadas com mais detalhes do diagrama a seguir. Diagrama 1: Organização do levantamento Fonte: Dados da pesquisa (2023) COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS Teses e dissertações localizadas (n=154) Excluídas por repetição (n=2) Excluídas após os critérios (n=94) Seleção para análise na integra (n=58) Excluídas após leitura do texto (n=5) Quantitativo final n=(53) SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. Os textos que se enquadraram nos critérios estabelecidos foram submetidos à análise temática, que segundo Braun e Clarke (2006), caracteriza-se como um conjunto de técnicas de análise de informações, tendo a intenção de contribuir para o entendimento do observador, agregando informações de um determinado assunto que se assimilam, complementam ou divergem. A partir dessa análise, identificaram- se os padrões (temas) das informações e construiu-se a tematização com os achados. RESULTADOS E DISCUSSÕES A partir da leitura dos 53 textos, foi realizada a construção das categoriastemáticas de acordo com produções científicas que correlacionam os conhecimentos sobre a EF aos IFs. Desse modo, apresentam-se no quadro a seguir os respectivos temas encontrados. Quadro 1: Temas das pesquisas que envolvem a EF e os IFs no Brasil ASSUNTO TEMAS IDENTIFICADOS AUTORES(AS) Trajetória profissional dos(as) docentes de EF dos IFs Prática pedagógica; Experiências profissionais; Construção da identidade pedagógica; Percepção e saberes do(a) docente; Mendonça (2016); Mesquita Junior (2014); Reis (2013); Boynard (2015); Vitorio (2020); Marques (2022); Gomes (2022). Panorama curricular da EF e do Ensino Profissionalizante no IF Organização curricular; Percurso da disciplina; Propostas e transformações curriculares; Visão crítica do currículo; Currículo e Educação de Jovens e Adultos. Resende (2009); Almeida (2011); Pupatto Júnior (2013); Cunha (2012); Carvalho (2017); Silva, (2014); Souza Filho (2011); Silveira (2014); Andreani (2018); Boscatto (2017); Silva (2015); Medeiros (2020). Dinâmica da EF no Ensino Médio Integrado Cultura corporal; Práticas corporais; Proposta de modelos didáticos e intervenção pedagógica; Temas transversais; Atividades interdisciplinares; Contribuições da EF para formação crítica; Perspectiva inclusiva; Atividade curricular Cancella (2018); Lima (2017); Reis (2014); Silva (2011); Silva (2014); Lourenção (2017); Santos (2010); Aguiar (2015); Rosseti (2018); Castro (2011); Borowski (2021); Silva (2018); Ramos (2015); Santos (2016); Marques (2019); Silva (2022); Magalhães (2022); Ferreira (2013); Leitão (2021); Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/2023 7 e extracurricular; Recursos didáticos; Tecnologias digitais. Bolsanello (2022); Matos (2022); Pina (2022); Azevedo (2020); Santos (2021); Rocco (2020); Lima (2022); Gaia (2016); Zanella (2017); Bessa (2022); Montiel (2019); Faé (2022); Pantoja (2022). Real contexto da formação inicial em EF no IF Reestruturação curricular da EF; Processo formativo e as Relações Étnico-Raciais. Pinto (2022); Alves (2022). Fonte: Dados da Pesquisa (2023) Os achados mostram que quando se busca investigar o processo de formação provenientes desses Institutos, ainda há poucas referências. Por isso, muito embora não seja o objeto central da pesquisa discutir a EF no Ensino Médio Integrado (EMI), os resultados mostram um significativo índice de estudos nessa modalidade de ensino. Com isso, ressalva-se também a importância e, sobretudo, a necessidade de debates que adentrem nesse universo tão amplo que é a formação do(a) profissional de EF. Potencializando essas discussões, expõem-se de forma sintética os resultados dos trabalhos encontrados Trajetória profissional dos(as) docentes de EF dos IFs A categoria temática relacionada ao caminho traçado pelos(as) docentes da disciplina de EF nos IFs foi composta por oito pesquisas, sendo sete dissertações e uma tese de doutorado que tratam temas como: prática pedagógica desses(as) docentes, formação e experiências profissionais, construção de uma identidade pedagógica, assim como as percepções e saberes do(a) professor(a) sobre temáticas específicas como a EF inclusiva. Os estudos de Mendonça (2016), Mesquita Junior (2014) e Boynard (2015) apresentam as práticas pedagógicas e as experiências profissionais desses(as) docentes que atuam nas aulas de EF do EMI dos IFs, assim como buscam compreender a construção da identidade pedagógica, correlacionado as influências do processo de formação/trajetória docente. COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. Dessa forma, foi realizado um trabalho de campo e utilizado o instrumento de entrevista em ambas as investigações. Através desses procedimentos tornou-se possível verificar as experiências profissionais produzidas no processo de formação ao longo da carreira docente. Isto posto, Mesquita Junior (2014) explora ainda como as vivências dos sujeitos interferem na dinâmica curricular e pedagógica da disciplina. Diferentes questões são debatidas pelos(as) autores(as), no entanto, Mendonça (2016) traz a discussão sobre a formação e suas repercussões na experiência profissional, seja inicial e/ou continuada. O autor verificou incongruência nos achados, nos quais houve relatos que consideraram que durante a formação inicial os conhecimentos vistos são suficientes para encarar a realidade escolar e iniciar a carreira docente. No entanto, também foi encontrada a narrativa da necessidade de maiores vivências durante esse processo, como a participação em projetos de pesquisa e extensão. Inerente a esse percurso formativo está o processo de construção da identidade docente e das ações que iram implicar diretamente no desenvolvimento e na prática pedagógica. Dito isso, o período de formação inicial é caracterizado como um momento que exerce grandes influências na construção dessas ações e isso é evidenciado por Mesquita Junior (2014), quando apresenta que esse vínculo é fortemente relatado pelos(as) entrevistados(as) tanto na edificação das suas concepções sobre EF como em suas práticas. Fatores como as vivências nas aulas do componente curricular ainda enquanto educando(a) da Educação Básica também são consideradas marcadores pela escolha profissional e pela representação do ser professor(a). No que se refere aos saberes docentes, é importante considerar que a subjetividade é um elemento central. Desse modo, salienta-se que as experiências profissionais, no decorrer da trajetória docente, são caracterizadas como múltiplas e heterogêneas (MENDONÇA, 2016). Essa narrativa coincide com os resultados da autora Vitório (2020), que buscou compreender a relação entre a formação e a composição dos saberes experienciais dos(as) professores(as) do IFPI. Ressaltou- se no estudo que os saberes das experiências são constituídos através de diferentes contextos como o histórico formativo, educativo, social e cultural, e logo são Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/2023 9 vivenciados e transformados em saberes práticos. É sabido que a formação é marcada por muitas experiências, no entanto, elas ainda se mostram insuficientes para abarcar a diversidade e as potencialidades da EF na realidade escolar, principalmente pelo relevante papel que o(a) professor(a) assume dentro da escola na valorização da diversidade e na construção de um espaço inclusivo. Tais fatos são reiterados por Reis (2013) ao correlacionar os temas já mencionados nos trabalhos anteriores, como os saberes e conhecimentos e a práticas pedagógicas de professores(as), em especial no IFRR, porém dialogando a respeito da inclusão de educandos(as) com deficiência física. Os resultados mostraram que os(as) docentes enxergavam certa fragilidade no que diz respeito aos conhecimentos da área da EF inclusiva, visto que sentiam uma falta de preparo, muito embora demonstrassem interesse e a necessidade de buscar mais qualificações. Diante dessas circunstâncias, pode-se associar a falta de preparação a uma formação inicial insipiente. De modo particular, a formação profissional em EF se encontra fragmentada, a qual ainda pondera discussões sobre as realidades educacionais e da sociedade, não oportunizado os conhecimentos essenciais e os suportes pedagógicos para tornar possívela inclusão de maneira efetiva no cotidiano escolar. Panorama curricular da EF e do Ensino Profissionalizante no IF No que se refere às pesquisas sobre o panorama curricular da EF e do Ensino Profissionalizante nos IFs, foram contemplados 13 estudos, sendo nove dissertações e quatro teses de doutorado. Os achados apresentam o contexto do percurso da EF no IFs em campus específicos, as organizações e propostas desse componente no currículo do EMI. O panorama da disciplina de EF é evidenciada nas dissertações de Almeida (2011) no IFMT – Campus Cuiabá Octayde Jorge da Silva, por Cunha (2012) no IFSC – Campus de São José e por Resende (2009) no IFES – Campus Itapina. O aparato histórico da EF enquanto componente obrigatório da Educação Básica ganha destaque e é abordado de maneira especifica os fatores preponderantes, as COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. transformações que ocorreram nos referidos institutos e, juntamente disso, a constituição do IF se torna também um objeto de debate. Além das fontes históricas primárias como documentos, arquivos fotográficos disponibilizados na biblioteca do IF, Almeida (2011) buscou potencializar sua pesquisa com entrevistas e questionários que propiciassem a obtenção de informações que ultrapassaram o caráter descritivo. Foram identificados nos arquivos permanentes do IFMT elementos como planos de ensino, planos de aula, ficha funcional de professores(as), histórico escolar de estudantes e estrutura curricular dos cursos (ALMEIDA, 2011). As tendências relacionadas à EF higienista, militaria, o esporte e o treinamento entram em consonância com as respostas das entrevistas realizadas com os(as) egressos(as) desse período, que mencionaram a prática esportiva como parte do desenvolvimento das aulas e, sobretudo, participação em eventos esportivos como identidade da EF (ALMEIDA, 2011). No decorrer dos capítulos, um marco histórico como a abertura para o ingresso de discentes mulheres e os primeiros registros de professoras de EF que lecionavam unicamente nas turmas femininas para desenvolver as modalidades esportivas e na ginástica é pontuado. O enriquecimento da discussão com a fala das educadoras do período está destacado ao mencionar os embates e desafios de lecionar em uma época militarista, no qual o ambiente, a carga horária, o planejamento, a metodologia e outros fatores eram pontos de preocupações e questionamentos para diferenciar as aulas das turmas masculinas. Tais fatos possibilitaram a conclusão de que o planejamento didático não teve uma orientação no sentido de integrar-se ao projeto político pedagógico da escola na época (ALMEIDA, 2011). De outra perspectiva, Cunha (2012) se propõe a verificar o percurso da EF no IFSC do Campus São José, buscando especialmente identificar as alterações no marco legal decorrentes da LDB/1996 que incidiram na reorganização dos currículos dos cursos de ensino técnico integrado. Foi realizada uma análise da evolução das aulas de EF a partir das matrizes curriculares dos anos 1988, 2001, 2005 e 2009, nas quais, com as mudanças regidas pelas diretrizes, percebeu-se em um primeiro momento que houve modificação na carga horária, passando de 360 horas aulas Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/2023 11 (1988 – anual) para 160 horas aulas (2009 – semestral), assim como a redução do número de aulas semanais e o período de duração. Ao relatar acerca do modelo pedagógico implementado em 2009, respaldou- se em referências propagadas a partir da década de 1990 como a criatividade nas aulas de EF, a fenomenologia, a transformação didático-pedagógica do esporte, assim como outras perspectivas que defendiam a pedagogia crítica (CUNHA, 2012). Os percalços e possibilidades da EF ao longo do tempo no IFES foram investigados por Resende (2009), a qual verificou que entre o período de 1956 a 2009 a EF passou por diversas reformas políticas e educacionais e que, em função dessas modificações postas, determinou-se a organização curricular da área. Em concordância com os trabalhos já citados, a autora menciona que no campus Itapina, as aulas do componente curricular sofreram influência das tendências higienista, militarista e mais fortemente a esportivista, que predominava até os dias do estudo. “Há nas atividades influências explícitas dessa tendência, com intensa elaboração sobre aprendizagem do esporte, fundamentada basicamente em aspectos técnico-táticos e anatômico-fisiológicos do treinamento esportivo” (RESENDE, 2009, p. 54). No entanto, é explicito pela pesquisadora a importância da EF relacionada aos aspectos sociais, morais, intelectuais e políticos como fatores necessários para a formação do(a) educando(a), bem como para permitir que a disciplina ganhe o destaque curricular e que a sua unção social possa ser evidenciada no campus. Seguindo esse viés de discutir o caminho da EF articulado com o currículo, autoras(es) como Souza Filho (2011), Pupatto Júnior (2013), Silva (2015) e Boscotto (2017) exploraram a importância da EF no contexto dos cursos de educação profissional, assim como a sua configuração/organização curricular, o processo didático pedagógico e as possibilidades dessa disciplina na formação integral do(a) estudante dos IFs. As reflexões acerca do papel da EF na formação dos(as) discentes e, consequentemente, como esse componente está sendo organizado, é objeto de estudo de diferentes regiões do Brasil, como no IFMT, IFRN, IFSP, IFMS e IFSC. COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. Pupatto Júnior (2013) realizou um grupo focal com os(as) estudantes do EMI do IFMT campus Juína. Com isso, constatou-se que os(as) educandos(as) demonstraram um impacto positivo em relação ao desenvolvimento das aulas, indo ao encontro dos preceitos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que orientaram o ensino formativo. Além disso, consideraram que a EF exercia um importante papel na formação técnica, haja vista a possibilidade de desenvolver valores, liderança, trabalho em equipe, empatia entre outros aspectos, através dos conteúdos abordados. Nas dissertações de Silva (2015) e Sousa Filho (2011), quando se discute as principais orientações e perspectivas de ações pedagógicas utilizadas pelos(as) professores(as) para o desenvolvimento das aulas, os fundamentos dos PCNs e a cultura corporal de movimento aparecem como grandes influenciadores, além das orientações previstas dos ementários da disciplina. O esporte aparece como o principal e unânime objeto da cultura corporal, visto que mais de 80% dos(as) docentes utilizam este tema, seguido pelos conhecimentos ligados ao corpo, assim como atividade física, saúde e qualidade de vida que, de certo modo, estão associados aos saberes sobre o corpo (SILVA, 2015). O autor resume de forma objetiva a realidade da EF em seu contexto profissional quando menciona que A tendência existente hoje nos cursos de EMI no IFMS é de uma educação física que continua contribuindo mais para preparar corpos e mentes para a obediência aos imperativos do mercado de trabalho, do que para a formação de trabalhadores livres, autônomos e reflexivos.Isso, na realidade, reflete a lógica do jogo capitalista sobre a qual o Instituto foi criado e está inserido. (SILVA, 2015. p 146). Perante isso, Sousa Filho (2011) relata que as orientações previstas nos PCNs são percebidas como principal orientação pedagógica, porém também como um instrumento ideológico e alienante do sistema neoliberal no contexto educacional. Reforça ainda que essas questões ideológicas, especialmente na EF, não têm sido debatidas, criticadas e transformadas no âmbito escolar. Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/2023 13 Corroborando com essa discussão, Medeiros (2020), Andreani (2018), Silveira (2014) e Silva (2014) buscam propagar uma narrativa crítica da EF no currículo do ensino técnico integrado nos IFs. Orientada pela constituição do ensino técnico no Brasil, Silveira (2014) articula a disciplina de EF para refletir o proceder dessa área de conhecimento como símbolo de resistência à logica neoliberal que conduziu a reformulação do Ensino Profissionalizante. Desse modo, as resistências adiante da hegemonia do mercado neoliberal está explícita no currículo quando se analisa a importância de uma disciplina que não ocupa o mesmo espaço dos componentes de formação técnica, afinal o “currículo adquire uma função ligada à formação dos alunos-técnicos naquilo que potencializa os processos de resistência às normativas profissionalizantes” (SILVEIRA, 2014. p. 183). A pesquisadora problematiza o espaço da EF, assim como outras disciplinas como Artes, Filosofia e Sociologia, como componentes que habitam um território que não estabelece de maneira direta uma relação com a vida profissional e que não possui um viés tecnológico, descolando-se na contramão da lógica profissionalizante nos IFs. Silva (2014) e Madeiros (2020) discutem o processo adaptativo da EF diante das transformações curriculares nas redes federais de ensino. Madeiros (2020) realizou uma etnografia crítica em 28 meses de um trabalho de campo no IFRS para se apropriar dos saberes sobre o fenômeno e compreender como a EF está posicionada no currículo, como foco na análise de uma relação de dominação e poder que orienta o componente curricular nesse campus, partindo dos pensamentos de Michael Apple. Apesar de identificar no projeto institucional que as concepções progressista, humanizadora e libertadora se encontram materializadas nos documentos oficiais, possuindo potencialidades democráticas e contra-hegemônicas, notou-se que mesmo de maneira inconsciente, a política educacional e cultural do Campus Darcy Assis tem fomentado uma lógica de mercado contraditória ao princípio educativo dos IF, relatadanas entrevistas com os(as) professores(as) em que se destaca a reprodução de um modelo hegemônico de ensino que privilegia e fortifica o caráter esportivizante no currículo (MADEIROS, 2020). COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. Similar a isso, buscando analisar as orientações curriculares de EF no IFSP, Andreani (2018) verificou os planos de ensino da disciplina dos 33 campi de São Paulo (SP), o que possibilitou notar que sua construção baseou-se em fontes como o currículo da rede estadual de SP, os PCNs, as orientações curriculares para o Ensino Médio, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e os projetos pedagógicos dos cursos de IFs de outros estados. Com isso, um fator determinante para a estrutura curricular foi que a cultura deveria estar atrelada aos eixos de conteúdos (cultural corporal) e aos eixos temáticos (temas transversais dos PCNs e conhecimentos críticos). De modo particular, com a análise curricular (planos de ensino) a autora observou que há predominância de uma formação crítica estando presente em 22 campi. Diferente de Madeiros (2020) que relatou inconsistências entre o currículo e as práticas pedagógicas, Andreani (2018) também investigou a percepção dos(as) docentes desse componente, e identificou a prevalência de professores(as) que buscam desenvolver uma EF que corrobore na formação humana e reflexiva, pautando as problemáticas socias e/ou saberes críticos que não se resumem a aulas tradicionais. Em outra circunstância, sob uma percepção reducionista da disciplina, também associada a práticas esportivas, Carvalho (2017) analisou a implementação do Programa de Integração da Educação Profissional (PROEJA) através do processo de elaboração do currículo, procurando compreender os princípios que corroboraram para a ausência da EF na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do campus do IFRJ. Desse modo, enquanto modalidade de ensino da Educação Básica, a EJA deve ser regida pelas mesmas políticas educacionais, e com isso, o componente EF deve estar de maneira integrada no currículo do Ensino Médio nos IFs. O autor buscou resgatar a memória do desenvolvimento da disciplina Qualidade de Vida nas matrizes curriculares entre os anos 2009 e 2012, que possui um caráter multidisciplinar, sendo notável certa integração dos conteúdos com a área da EF, como benefícios da atividade física e elaboração de programas de atividade física (CARVALHO, 2017). Dessa forma, evidencia-se que não há nenhuma referência às DCN que conduzem o PROEJA ou a obrigatoriedade da EF Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/2023 15 nessa modalidade. Além disso, em contextos atuais, referente ao ano da realização da pesquisa, embora haja o reconhecimento acerca dos conteúdos teóricos e práticos da EF, é visto no currículo que a instituição prezou somente pela manutenção da disciplina Qualidade de Vida (CARVALHO, 2017). Diante de tal conjuntura, os estudos que compõem a categoria panorama curricular da EF nos IFs vai de encontro com a legitimidade que a EF ainda enfrenta em tempos atuais, sendo fortemente presenciado o uso de teorias tradicionais e esportivizantes. Apesar de observar estudos que apresentam as transformações educacionais e pedagógicas da disciplina, o currículo é exibido como documento reprodutor do ensino centrado nos esportes e nos parâmetros orientadores alienantes que influenciam diretamente na organização das aulas. Muito embora exista limitações de práticas contra-hegemônicas no currículo, estudos mais recentes apoiam e instituem perspectivas diferentes de ensino, a exemplo das tendências progressistas, vista em algumas realidades de forma esperançosa, sendo materializadas no currículo e outros contextos que já demonstram um caminhar promissor para tornarem efetivas essas ações pedagógicas críticas e libertadoras. Dinâmica da EF no ensino médio integrado Em relação às discussões sobre a EF como disciplina do Ensino Médio, constataram 32 pesquisas que relacionam as diversas temáticas da área. Dessa maneira, os estudos que comtemplam essa categoria dizem respeito a 29 dissertações e três teses, sendo discorridos temas como: os elementos da cultura corporal, práticas corporais, temas transversais e interdisciplinaridade, educação inclusiva, recursos didáticos e digitais etc. Além disso, projetos extracurriculares de esporte e lazer (RAMOS, 2015; SANTOS, 2016) e análise sobre os jogos escolares enquanto prática curricular foram encontrados na investigação (LIMA, 2017). Os elementos da cultura corporal, em especial os esportes, são reconhecidos como temasque possuem maiores predominâncias nas práticas pedagógicas da EF. Atualmente, essa hegemonia tem oportunizado o desenvolvimento de novos estudos que vislumbram pautar esses elementos sob outras perspectivas. A indissociabilidade na relação teoria e prática e entre educação e prática social é COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. presenciada no estudo de Borowski (2021), no qual retrata a urgência por um EF que se apoie em práticas mais problematizadoras. Corroborando com essa ideia, Silva (2014) buscou refletir sobre uma proposta pedagógica para o ensino dos esportes com vista em uma abordagem crítica. Desse modo, o autor teve o intuito de permitir aos(às) educandos(as) uma maior compreensão desses temas enquanto fenômenos sociais e, assim, demonstrar a importância e potencialidade crítica dos conhecimentos da cultura corporal. Na sociedade, o esporte assume funções plurais que necessitam ser exploradas como instrumentos ideológicos, econômicos, profissionais e culturais. Assim, as ações da intervenção apresentadas pela proposta do autor supracitado abarcam blocos temáticos que originaram as discussões e compreensões produzidas pelos(as) estudantes, sendo eles: elementos históricos, conceituais e culturais do esporte; políticas públicas do esporte; e características individuais, grupais e ambientais (SILVA, 2014). Em suma, a proposta de intervenção com base na formação de sujeitos críticos, reflexivos e autônimos, realizada pelo autor em suas aulas de EF no IFRN, gerou efeitos positivos, enfatizando as possibilidades de uma transformação pedagógica do esporte. Sob essa ótica, Castro (2011) e Montiel (2019) defendem uma EF perante a visão da educação transformadora, que corrobore para o desenvolvimento da autonomia do(a) educando(a). No entanto, os resultados encontrados por Castro (2011) ainda evidenciam que, na maioria dos discursos, as perspectivas de educação estão ligadas às teorias liberais, que atuam de forma a aprimorar e/ou manter a sociedade vigente, logo, as perspectivas de EF transformadoras se mostraram minimizadas. Por outro lado, há uma resistência por partes de alguns(mas) docentes que buscam problematizar e desenvolver a compreensão da realidade, tornando os(as) educandos(as) mais conscientes e participativos no exercício de uma prática social. Sob outro enfoque, foram identificados trabalhos relacionados aos temas transversais e práticas corporais. Os estudos de Rosseti (2018), Reis (2014), Silva (2022), Gaia (2016) e Bessa (2022) possuem semelhanças acerca do fenômeno investigado, visto que os(as) autores(as) buscam ampliar o debate sobre a EF e a Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/2023 17 Educação Ambiental (EA), como também as relações interdisciplinares desse contexto. As atividades interdisciplinares que integram as disciplinas de EF e Biologia estiveram presentes nas dissertações de Silva (2022) e Gaia (2016), os quais buscaram contextualizar as Práticas Corporais de Aventura (PCA) com a EA. Gaia (2016), especialmente, tratando das trilhas ecológicas em contextos não formais amazônicos, a fim de contribuir para a formação do indivíduo em relação à conscientização ambiental. Na intenção de reconhecer as possibilidades pedagógicas da EF e dos conteúdos da EA, Rosseti (2018) visou a compreensão de ambos os saberes, além de propor a construção de uma educação crítica e emancipatória, comprometida com os desafios do mundo e com a vida dos(as) estudantes-cidadãos, agentes transformadores – ou não – de seus espaços. De modo geral, os trabalhos mencionados propõem-se a problematizar a interação ambiental, da botânica, do nicho ecológico com os(as) estudantes dos cursos técnicos dos IFs e desfrutar das perspectivas inovadoras, fora do espaço tradicional da sala de aula, de forma a propagar os conhecimentos e contribuir com a EA em prol da formação do cidadão crítico (REIS, 2014; SILVA; 2022; GAIA, 2016). Bessa (2022) mantém a lógica interdisciplinar com a utilização de trilhas ecológicas integrada os conteúdos de EA, geografia e EF. Todavia, é posto inovações no processo de ensino aprendizagem com o uso de recursos tecnológicos para colaborar com as práticas. Essa abordagem revelou as potencialidades da aproximação de diferentes saberes como alternativa para ampliar as discussões sobre a educação ambiental crítica em prol da formação integral dos sujeitos (BESSA, 2022). Resultante das investigações citadas, destaca-se as práticas corporais, particularmente, as relacionadas à aventura, que tem sido objeto de diversos estudos em tempos atuais. Entretanto, outras práticas corporais e temas transversais também são discorridos como: lutas (BOLSANELLO, 2022), jogos (PINA, 2022), ginástica (LEITÃO, 2021), corpo (FAÉ, 2022; AZEVEDO, 2020; COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. FERREIRA, 2013; saúde (AGUIAR, 205; SILVA, 2011), questões étnico-raciais (PANTOJA, 2022), gênero (SILVA, 2018) e tecnologias (ZANELLA, 2017). Além disso, tem-se o exemplo do trabalho de Leitão (2021) que articula a prática da ginástica com as perspectivas da EF inclusiva, assim como outros(as) autores(as) que mencionam a inclusão, como o paradesporto (MAGALHÃES, 2022), práticas lúdicas (LOURENÇÃO, 2017) e o esporte para educandos(as) com deficiência sob essa ótica (CANCELLA, 2018). Sendo assim, os estudos demonstram a importância de uma EF progressista e libertadora, na qual o principal objetivo é desenvolver a autonomia e a consciência do sujeito enquanto ser transformador. As práticas corporais permitem sustentar várias narrativas que contribuem para a formação cidadã, o que ficou explícito nos estudos apresentados. Real contexto da formação inicial em EF no IF No que diz respeito à categoria sobre a formação em EF nos IFs, foram encontrados apenas dois trabalhos, sendo uma dissertação de mestrado e uma tese de doutorado, ambas as investigações realizadas no estado do Ceará. A tese de Pinto (2022) discorre acerca de uma reflexão crítica vivenciada pelos(as) professores(as) formadores(as) da graduação de EF do IFCE sobre o processo de reestruturação curricular realizada nos três campi (Canindé, Juazeiro do Norte e Limoeiro do Norte) que possuem o curso de Licenciatura e como isso repercutiu no seu desenvolvimento docente. Desse modo, foram entrevistados(as) seis professores(as) que participaram desse processo nos anos de 2014 a 2018. O autor assume uma concepção de desenvolvimento docente como um processo que acontece ao longo da vida, possuindo um conceito multidimensional, estando entrelaçada em suas práxis e nos mais diversos contextos em que atua. Quando questionados(as) sobre as situações vivenciadas na reestruturação curricular, se contribuíram positiva ou negativamente em seu desenvolvimento profissional, foi possível observar em algumas falas os aspectos positivos como no relato de uma professora que destaca a “possibilidade de discutir, refletir e propor de forma coletiva melhorias para a formação de seus alunos”, assim como contribuiu Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/202319 para analisar a sua prática profissional, subsidiando um postura reflexiva, dialógica e propositiva (PINTO, 2022, p. 243). A menção da colaboradora vai ao encontro com o objetivo proposto que busca estimular essa reflexão acerca do olhar para o currículo, mas também para a profissão. Em contrapartida, outro colaborador ressalta as duas visões sobre o processo, os pontos positivos e negativos. O professor defende como positivo as discussões que permitiram debater pontos em relação às diversas áreas e componentes curriculares que estruturam a matriz curricular. Como fatores negativos destaca a ênfase na construção da matriz curricular em detrimento de outros pontos fundamentais para a formação do(a) professor(a) de EF. Menciona ainda a forte influência da vivência pessoal de cada docente nessa elaboração, além da preocupação de assegurar fatores com carga horária, perfil do egresso e campo de atuação, em oposição da real necessidade dos(as) discentes (PINTO, 2022). Junto de tais circunstâncias, os espaços democráticos de debates e de formação demostraram ser importantes aliados na construção de um entendimento crítico-reflexivo da reestruturação curricular, como também implicaram em mudanças nas concepções e disposições dos(as) professores(as) para participar desse trâmites, visto que foi posto em evidência outros espaços crítico-reflexivos que manifestados por iniciativa dos(as) próprios(as) docentes, ultrapassaram os momentos institucionais como reuniões de padronização e alinhamento do currículo O termo padronização curricular é bastante utilizado para referir-se, de forma mais específica, ao que é chamando de reestruturação curricular. Contudo, ao longo deste, existiu mudanças no discurso da gestão institucional, sendo demarcada pela flexibilização no processo, que passou a ser chamado de alinhamento (PINTO, 2022). Pinto (2022) ainda relata o enriquecimento do processo no que diz respeito à participação dos(as) coordenadores(as) enquanto professores(as) formadores(as), visto que, tornou-se possível fundamentar, refletir e buscar conhecimentos sobre realidades curriculares diferentes da qual estava inserida e ao mesmo tempo comprometer-se com as necessidades e demandas do próprio campus. Diante disso, essa padronização foi apontada como causas de inquietações por parte de uma professora, a qual assumiu o compromisso de contribuir COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. politicamente com o processo. Sua participação “deu-se por meio de construções, de discussões, de elaborações de ementas e de os Planos de Unidade Didática (PUDs), da catalogação de referências e da própria estruturação do Projeto Pedagógico do Curso” (PINTO, 2022. p. 253). No mesmo viés, é exposto que o processo participativo na reestruturação oportunizou o fortalecimento perspectivas teóricas preexistentes com reflexos na prática pedagógica e promoveu o desenvolvimento profissionais desses(as) professores(as), assumindo novos papéis e se reconhecendo de forma mais efetiva como sujeitos no âmbito institucional e profissional. Por fim, o autor relata que o processo final da reestruturação do curso de EF no IFCE coincidiu com a publicação das novas DCN dos Cursos de Graduação em EF, a Resolução nº 6, de 18 de dezembro de 2018, situação essa que pode ter influenciado em uma não avaliação do currículo implementado (PINTO, 2022; BRASIL, 2018). Partindo de outra concepção sobre a formação inicial, a dissertação de Alves (2022) busca compreender o atual processo de formação dos(das) estudantes concluintes da Licenciatura em EF, referindo-se especialmente ao tema das relações étnico-raciais no IFCE (Campus Juazeiro do Norte), bem com a contribuição dos núcleos de estudos relacionados à temática (NIGER – Núcleo de Investigação dos grupos étnico-raciais /NEABI – Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas). Portanto, o estudo pretendeu investigar como a educação étnico-racial está sendo desenvolvida no campus, refletindo sob a justificativa que a referida questão ainda apresenta pouca importância e atenção na instituição, sendo necessário pensar um currículo que dialogue com essa problemática (ALVES, 2022). A análise curricular do curso foi feita para tentar buscar respostas, todavia, ao realizar a leitura do documento foi verificado que não havia menção às Resoluções que instituíam as DCN para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana - Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004. É importante destacar que o documento analisado se refere ao ano de 2011, dessa forma, já havia disponível as referidas resoluções e pareceres para a implementação no currículo. Outros movimentos são citados, como a publicação de um livro sobre a implementação da Lei nº 10.639/03 de 2003 que estabelece a obrigatoriedade da Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/2023 21 temática no currículo da educação. No entanto, esse aparato legislativo não é mencionado no documento orientador do curso (ALVES, 2022). O autor afirma a existência de falhas no processo formativo, não havendo nenhum tipo de discussão, por parte dos ementários das disciplinas, como também, evidencia a urgência de modificações institucionais, especialmente por tratar-se de uma formação que objetiva preparar o(a) docente para atuar na Educação Básica. No que concerne a compreensão dos(as) discentes que fizeram parte dos núcleos de estudo, os relatos demonstram a realidade das práticas pedagógicas no curso e reforçam a carência da educação relacionada às relações étnico-raciais, mostrando que essa questão ainda precisa ser amplamente debatida e inserida nesse contexto. Além disso, os(as) participantes colocam em discussão o fato de a narrativa do curso possuir um viés técnico, deixando de lado questões sociais, de discriminação e a complexidade do racismo estrutural que são fortemente presenciadas na realidade escolar (ALVES, 2022). Dessa forma, com a exclusão dessas problemáticas, os primeiros contatos com a temática se deram a partir da criação dos núcleos em 2014, a partir de formações, palestras, discussões de texto e reunião do grupo, inicialmente com três pessoas, o único professor negro do curso e dois educandos. Para tanto, o autor reforça que apesar das resoluções e leis, esse processo acontece de maneira tardia, entendendo que é necessário enxergar essa questão para além da obrigatoriedade curricular. Logo torna-se indispensável compreender a importância desse debate estar inserido no cotidiano da formação do(a) professor(a). Perante as ideias apresentadas, observa-se que a literatura sobre essa formação possui lacunas, visto que é exibido temáticas e investigações especificas, como é o caso dos Institutos do estado do Ceará. À vista disso, reforça-se que há mais de uma década iniciava-se o processo de construção dos cursos de Licenciaturas nos Institutos para suprir uma necessidade de docentes no sistema educacional, e nesse contexto estão inseridos os(as) professores(as) de EF, os quais desempenham funções primordiais na formação dos(as) educandos(as). COLÉGIO PEDRO II - Revista do Departamento de Educação Física https://portalespiral.cp2.g12.br/index.php/temasemedfisicaescolar/index ARTIGOS ORIGINAIS SOUSA, Rebeka Martins Florêncio; Daniel Texeira Maldonado. Diante disso, entender as nuances inerentes ao processo formativo se faz necessário,para que seja possível preencher essa ausência na literatura proporcionando que esse debate ocorra de forma contínua, como também para buscar modificar a realidade da EF no âmbito escolar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com intuito de compreender como os conhecimentos sobre a EF nos IFs estão sendo abordados na literatura, realizou-se uma revisão das produções publicadas no catálogo da CAPES, no período de março a abril de 2023. A partir disso, a análise foi composta por 53 textos devidamente lidos e organizados em categorias temáticas. O tema criado para versar acerca da trajetória docente potencializou as fragilidades da formação em EF, tornando explícitas as poucas discussões sobre a realidade educacional e social, tendo em conta que as experiências vividas nesse processo pelos(as) futuros(as) docentes irão refletir na prática político-pedagógica da EF escolar. Posteriormente, nas discussões curriculares é observado que a EF nos IFs sofreu fortes influências das tendências vinculada ao ensino tradicional e instrumental, havendo uma hipervalorização da prática esportiva e da aptidão física relacionada à saúde em um viés biológico. Todavia, é possível notar em estudos atuais novas perspectivas curriculares sob o olhar das tendências críticas, vislumbrando uma educação que luta a favor de práticas contra-hegemônicas. Essa resistência começa a ser vista também na temática sobre a dinâmica da EF no EMI, a qual começa a demonstrar um rompimento da função social do componente curricular com a disseminação do esporte de rendimento, iniciando a construção de uma nova identidade para a área na educação profissional de nível médio, estimulando as possibilidades de um processo educativo problematizador e transformador. Especificamente sobre a formação inicial em EF no IF, foram encontrados apenas dois estudos, evidenciando que essa temática ainda precisa ser amplamente explorada pelos(as) pesquisadores(as) da área, visto que não houve indícios de Temas em Educação Física Escolar, Rio de Janeiro, v. 8, jan./dez. 2023, p. 01-32. Recebido em: 15/08/2023 Publicado em: 25/11/2023 23 discussões amplas que possibilitem a compreensão sobre esse fenômeno de forma aprofundada. REFERÊNCIAS AGUIAR, Clodoaldo Duarte. Saúde e educação: o sobrepeso-obesidade, o sedentarismo e a Educação Física escolar no Instituto Federal de Educação do Amapá/Campus Macapá. 2015. 42 p. Dissertação (Mestrado em Educação Agrícola) - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, 2015. Disponível em: https://tede.ufrrj.br/jspui/handle/jspui/2885 Acesso em: 27 mar.2023 ALMEIDA, Rogério Marques de. Caminhos trilhados pela educação física no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – Campus Cuiabá - Octayde Jorge da Silva. 2011. 133 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, 2011. Disponível em: https://ri.ufmt.br/handle/1/874 Acesso em: 16 mar. 2023. ALVES, Paulo Tiago Oliveira. 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