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BREVE HISTÓRICO As reflexões a seguir são provenientes do Atlas escolar histórico, geográfico e ambiental de Ribeirão Preto. A localidade onde se encontra o município de Ribeirão Preto e sua região no tempo das primeiras bandeiras era chamada de “Sertão do Rio Pardo” e foi confirmada existência indígena através de escavações arqueológicas iniciadas na década de 1960 realizadas nos municípios vizinhos e nos vales de rios, as quais encontraram diversos e variados artefatos, e também baseando-se em documentos antigos, acredita-se que a etnia dominante que ocupava essa região eram Kayapó que pertenciam a nação Macro-Jê, A partir do século XVII, mais especificamente em 1722, o bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva encontrou ouro no atual estado de Goiás e estabeleceu a rota chamada de o Caminho de Goiás ou do Anhanguera, que saia da atual cidade de São Paulo em direção a Goiás. Fonte: LEAPP - Barão de Mauá. Com isso a região Nordeste do estado de São Paulo, na qual se localiza Ribeirão Preto, tornou-se área de trânsito de exploradores e suas mercadorias. Esse processo foi promovendo o surgimento dos chamados pousos e algumas lavouras que davam suporte aos viajantes. A ocupação em desenvolvimento promoveu o deslocamento das populações indígenas como forma de escapar dos bandeirantes e sua escravidão e doenças. Porém, a região do atual município de Ribeirão Preto só foi a ser ocupada no fim do século XVIII, com o crescente esgotamento das antigas minas de ouro e pelo surgimento de novas minas, fato esse que incentivou uma migração dos chamados “entrantes mineiros” para o então chamado Sertão do rio Pardo. Esses migrantes iniciaram a ocupação da região entre os rios Pardo e Mogi a oeste do Caminho de Goiás e passaram a tomar posse de grandes áreas, promover o desmatamento e iniciar a agricultura de subsistência e a criação de gado. O ciclo econômico que realmente configurou o desenvolvimento do município de Ribeirão Preto foi o café que chegou em 1860, que já na década de 1870 estava sendo plantado em grande escala e em grandes fazendas. Esse rápido processo se deve as condições favoráveis para seu plantio, como o clima quente e o latossolo vermelho-escuro, a chamada terra roxa. Devemos salientar que a monocultura do café se organizava em grandes latifúndios através do trabalho escravo, mão de obra essa responsável pela própria formação dessas fazendas através da derrubada e queima da mata. Com a abolição do trabalho escravo teve inicio a imigração européia para a região, provenientes principalmente da Itália, e trabalhavam em regime de colonato. Posteriormente imigraram portugueses, espanhóis e japoneses que se direcionavam diretamente as plantações de café ou concentravam-se na cidade como profissionais liberais e comerciantes, que com iniciativa e preparo técnico diversificaram os serviços e as atividades. Nesse momento devemos ressaltar que o conjunto de povos promoveram novos costumes e tradições que compuseram o município de Ribeirão Preto, fato de grande importância para o desenvolvimento das características culturais e arquitetônicas de seu povo e cidade. O cultivo do café teve início no Brasil no estado do Rio de Janeiro e foi seguindo rumo ao oeste paulista, como era principalmente um produto para exportação através do porto de Santos ocorreu a criação da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, empreendimento esse feito com investimentos dos cafeicultores, a qual iniciou suas atividades no oeste paulista em 1872, porém atendendo Ribeirão Preto somente em 1883. Fonte:http://www.cmef.com.br/pp_mapa.htm Adaptdo por: LEAPP O café teve grande importância para o desenvolvimento e caracterização de Ribeirão Preto devido aos recursos provenientes dessa atividade. O processo de urbanização da cidade corresponde a esses recursos, pois os grandes cafeicultores promoveram transformações expressivas direcionadas a suas vontades e interesses. Como relatado ocorreu a construção da ferrovia em 1883 que promovia o intercambio econômico e populacional, o ajardinamento da cidade em 1897, construção de teatros e instalação de rede de água e esgoto em 1898, iluminação pública e Mercado Municipal em 1899 e calçamento em 1904. Cabe ressaltar que essas transformações foram promovidas e direcionadas a atender as vontades dos cafeicultores, ou como eram chamados, “barões do café”, e se concentravam na área central da cidade, chamada de “quadrilátero central” e tentava copiar os padrões europeus, principalmente parisienses. Enquanto para as cercanias dessa área o descaso e ausência do poder público eram brutais. O poder e influência dos cafeicultores de Ribeirão Preto era tamanha que exerciam grande pressão e influencia política nos âmbitos regionais e nacionais. Como exemplo temos o nomeado Coronel da Guarda Nacional Francisco Schmidt que com empréstimos feitos junto à companhia alemã Theodor Ville, alcançou o número de 70 fazendas de café, tornando-se o maior cafeicultor do mundo na época. A crise da Bolsa de Valores de Nova Iorque de 1929 promoveu a queda do ciclo econômico do café brasileiro devido ser a base das exportações para o então Brasil monocultor e agroexportador, com isso outras atividades econômicas foram sendo desenvolvidas. No caso de Ribeirão Preto, o cultivo da cana-de-açúcar tornou-se mais intenso, pois ela já era cultivada inexpressivamente na região, e com o incentivo do Governo Federal, o excedente de mão-de-obra provenientes das plantações de café, o latifúndio, o clima favorável, o solo adequado e a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool-IAA, entre outras medidas e incentivos, permitiu uma intensa prosperidade dessa cultura, que já na década de 1950, coloca em destaque Ribeirão Preto. No entanto o período que vai efetivar a monocultura da cana-de-açúcar no município e região de ribeirão preto é o ano de 1975, pois frente ao aumento do preço do barril de petróleo no mercado internacional, o governo militar brasileiro tenta promover uma mudança da matriz energética brasileira, criando o Programa Nacional do Álcool - PROÁLCOOL . A partir desse momento desenvolve na região um forte setor sucroalcooleiro, atividade monocultora agrária que predomina e se amplia até os dias atuais na região de Ribeirão Preto, perpetuando seus problemas econômicos, sociais e ambientais. . Atualmente Ribeirão Preto se destaca no setor do agronegócio, realizando uma feira voltada ao setor com projeção internacional, a Agrishow, desenvolvendo pesquisas sobre o etanol e se intitulando a capital do agronegócio. . Fonte: Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Ambiental. Adaptado por LEAPP
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