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Composição e Coagulação Sanguínea

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Composição Sanguínea
· O Plasma e os Elementos Celulares do Sangue
->O sangue é um tecido conjuntivo, composto de elementos celulares suspensos em uma matriz fluida, chamada de plasma (O plasma constitui um quarto do líquido extracelular, o meio interno que banha as células, e atua como intermediário entre as células e o meio externo).
->O sangue é a porção circulante do líquido extracelular responsável por transportar material de uma parte do corpo para outra
-> O Plasma é a parte líquida do sangue (Parte que não tem células), representando a maior parte do sangue, e os elementos celulares do sangue (parte figurada do sangue) é a parte sólida do sangue, composta de células e partículas celulares.
· O plasma é composto de matriz extracelular
->O plasma é a matriz fluida do sangue, dentro do qual os elementos celulares estão suspensos.
->A maioria do plasma sanguíneo é composto de água (cerca de 92%), o resto do plasma é composto de proteínas, compostos orgânicos dissolvidos, íons, vitaminas, elementos-traço e oxigênio e gás carbônico.
->O plasma sanguíneo é muito semelhante ao líquido intersticial (líquido que fica entre as células nos tecidos), porém se diferencia pela presença de proteínas plasmáticas. As albuminas são as proteínas mais abundantes no plasma sanguíneo (cerca de 60% das proteínas do plasma são as albuminas). Há outras proteínas que também compõem a maior parte do plasma, como o fibrinogênio e a transferrina .
->A presença de proteínas no plasma torna a pressão osmótica do plasma maior que a do líquido intersticial. Esse gradiente tende a puxar água do líquido intersticial para os capilares e compensar a filtração dos capilares criada pela pressão do sangue.
Obs.: A falta de albumina, geralmente relacionada a problemas no fígado, irá causar edemas no pacientes (inchaços), pois a albumina tem o papel de retirar o excesso de líquido dos espaços intersticiais e retorna-lo para a corrente sanguínea.
Proteínas Plasmáticas:
Obs.: Pressão coloidosmótica = É a pressão osmótico gerada pelas proteínas.
· Os elementos celulares incluem: Eritrócitos, Leucócitos e Plaquetas
1°) Eritrócitos (Sinônimos: Glóbulos Vermelhos; Hemácias)
-São células que perdem o seu núcleo quando entram na corrente sanguínea, portanto não têm a capacidade de se multiplicar. A perda do núcleo se vincula a necessidade de maior volume interno na célula para transporte de gases, como oxigênio (O2) e o gás carbônico (CO2)
-Tem um papel fundamental no transporte desses gases para os tecidos e para o pulmão
2°) Leucócitos (Sinônimos: Glóbulos Brancos)
-Desempenha um papel fundamental na resposta imune, defendendo o corpo contra invasores, como bactérias, vírus e parasitas em geral.
-A maioria dos leucócitos circulam na corrente sanguínea, mas acabam atuando mais nos tecidos, em vez de no sistema circulatório em si.
-Os 5 tipos de leucócitos maduros do sangue: (1) linfócitos, (2) monócitos, (3) neutrófilos, (4) eosinófilos e (5) basófilos
-Monócitos que deixam a circulação e entram nos tecidos se diferenciam em macrófagos
-Basófilos teciduais são chamados de mastócitos.
-Os tipos de leucócitos podem ser agrupados de acordo com características morfológicas ou funcionais comuns. Neutrófilos, monócitos e macrófagos são coletivamente conhecidos como fagócitos, pois eles podem fagocitar partículas estranhas.
-Os linfócitos, muitas vezes, são denominados imunócitos, porque são responsáveis por respostas imunes específicas contra os invasores.
-Os basófilos, os eosinófilos e os neutrófilos são denominados granulócitos, uma vez que contêm inclusões citoplasmáticas que lhes dão uma aparência granular.
3°) Plaquetas (Sinônimos: Trombócitos)
-Não são células, na realidade são fragmentos celulares originados de uma grande célula-mãe, chamada de megacariócito
-Fundamental no processo de coagulação sanguínea
· Produção de Células Sanguíneas
->As diferentes células sanguíneas são derivadas de um único tipo de célula precursora, denominada célula-tronco hematopoiética pluripotente. Esse tipo de célula é encontrado na medula óssea, um tecido mole que preenche o oco dos ossos, tais células pluripotentes podem se transformar em vários tipos de células.
->As células progenitoras diferenciam-se em eritrócitos, linfócitos, outros leucócitos e em megacariócitos, as células que dão origem às plaquetas.
OBS.: Hematopoiese = Processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos figurados do sangue, a partir de célula-tronco hematopoiética pluripotente
· As Células Sanguíneas São Produzidas na Medula Óssea
->A hematopoiese, a síntese de células sanguíneas, começa no início do desenvolvimento embrionário e continua ao longo da vida de uma pessoa. Por volta da terceira semana de desenvolvimento fetal, células especializadas do saco vitelino do embrião formam aglomerados. Alguns desses aglomerados de células estão destinados a se tornarem o revestimento endotelial dos vasos sanguíneos, ao passo que outros se tornam células sanguíneas. A origem embrionária comum do endotélio e das células sanguíneas talvez explique por que muitas citocinas que controlam a hematopoiese são liberadas pelo endotélio vascular.
-> Após o nascimento, o fígado e o baço param de produzir células sanguíneas. A hematopoiese continua ocorrendo na medula de todos os ossos do esqueleto até a idade de 5 anos. Como a criança continua a envelhecer, as regiões ativas da medula diminuem. Em adultos, as únicas áreas que produzem células sanguíneas são a pelve, a coluna vertebral, as costelas, o crânio e as extremidades proximais dos ossos longos.
->A medula óssea ativa é vermelha porque contém hemoglobina, a proteína ligadora de oxigênio dos eritrócitos. A medula inativa é amarela devida à abundância de adipócitos (células de gordura).
OBS.: Embora a síntese sanguínea nos adultos seja limitada, o fígado, o baço e as regiões inativas (amarelas) da medula óssea podem retomar a produção de células sanguíneas se houver necessidade. 
->Nas regiões da medula que produzem ativamente células sanguíneas, cerca de 25% das células em desenvolvimento são eritrócitos, ao passo que 75% são destinadas a se tornarem leucócitos. O tempo de vida dos leucócitos é bem mais curto do que o dos eritrócitos; por isso, os leucócitos devem ser substituídos mais frequentemente. Por exemplo, os neutrófilos têm uma meia-vida de 6 horas, e o corpo precisa produzir mais de 100 milhões de neutrófilos a cada dia, a fim de substituir os que morrem. Os eritrócitos, por outro lado, vivem cerca de quatro meses na circulação.
· A hematopoiese é controlada por citocinas
->As citocinas (chamadas de fatores) são peptídeos ou proteínas liberadas de uma célula, que afetam o crescimento ou a atividade de outra célula.
->Algumas das citocinas mais conhecidas na hematopoiese são os fatores estimuladores de colônia, moléculas produzidas por células endoteliais e leucócitos. Outros são as interleucinas, que são liberadas por um leucócito para agirem em outro leucócito (as interleucinas também agem de forma importante no sistema imune).
->Outra citocina hematopoiética é a eritropoetina, que controla a síntese de eritrócitos. A eritropoetina é frequentemente chamada de hormônio, mas tecnicamente ela se encaixa na definição de citocina.
· Os Fatores Estimuladores de Colônia (CSFs) Regulam a Leucopoiese
->Leucopoiese = Formação, desenvolvimento e maturação dos leucócitos
->Tem a função de regular a produção e o desenvolvimento de leucócitos, ou leucopoiese.
-> Os fatores estimuladores de colônia (CSFs) induzem a divisão celular (mitose) e a maturação celular das células-tronco.
-> São produzidas por : células endoteliais, fibroblastos medulares e leucócitos.
OBS.: Quando um leucócito fica maduro, ele perde sua capacidade mitótica.
->Um aspecto fascinante da leucopoiese é que a produção de novos leucócitos é regulada em parte pelos leucócitos existentes. Essa forma de controle permite que o desenvolvimento dos leucócitos seja muito específico e conforme as necessidades do corpo. Quando o sistema dedefesa do corpo é chamado para combater invasores estranhos, o número absoluto de leucócitos e as proporções relativas dos diferentes tipos de leucócitos na circulação mudam. Por exemplo, uma pessoa com uma infecção bacteriana normalmente apresenta um número total de leucócitos alto no sangue, com um aumento do percentual de neutrófilos. As citocinas liberadas pelos leucócitos ativos combatendo a infecção bacteriana estimulam a produção de neutrófilos e monócitos adicionais. Uma pessoa com infecção viral pode ter uma contagem total de leucócitos alta, normal ou baixa, mas apresenta, muitas vezes, um aumento na porcentagem de linfócitos.
OBS.:
· Hemograma
->É uma contagem sanguínea completa
->Normalmente contém:
 • Volume corpuscular médio (VCM): o volume médio de um eritrócito. Um corpúsculo é uma pequena célula única (diminutivo de corpus, corpo). 
• Hemoglobina corpuscular média (HCM): quantidade de hemoglobina por eritrócito
 • Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM): a quantidade de hemoglobina por volume de um eritrócito.
OBS 1.: As leucemias são um grupo de doenças caracterizadas pelo crescimento e desenvolvimento anormal de leucócitos.
OBS 2.: . Nas neutropenias, os pacientes têm poucos leucócitos e são incapazes de combater infecções bacterianas e virais.
OBS 3.: N L M E B
· A Trombopoetina (TPO) regula a produção de plaquetas
->A Trombopoetina (TPO) é uma glicoproteína que regula o crescimento e a maturação dos megacariócitos, as células progenitoras das plaquetas.
-> Essencial para o processo de coagulação sanguínea, uma vez que os megacariócitos só irão se desenvolver e produzir as plaquetas se forem estimulados por essa citocina.
· A eritropoetina regula a produção de eritrócitos (glóbulos vermelhos/hemácias)
->Eritropoese = Produção de eritrócitos na medula óssea vermelha
-> A produção de eritrócitos (eritropoiese) é controlada pela glicoproteína eritropoetina (EPO), auxiliada por várias citocinas.
-> O estímulo para a síntese e liberação da EPO é a hipóxia, baixos níveis de oxigênio nos tecidos, de modo a manter a homeostasia com a liberação dessa citocina.
· Eritrócitos
->Sinônimos: Glóbulos Vermelhos; Hemácias
->Os eritrócitos, ou glóbulos vermelhos, estão entre os mais abundantes tipos celulares no sangue. Um microlitro de sangue contém cerca de 5 milhões de glóbulos vermelhos, comparados com somente 4 mil a 11 mil leucócitos e 150 mil a 450 mil plaquetas.
->A principal função dos eritrócitos é o transporte de gases (O2 e CO2) pela corrente sanguínea.
->A faixa normal de hematócrito (Porcentagem do volume do sangue total que os eritrócitos ocupam quando sedimentados) é de 40 a 54%, para homens, e de 37 a 47%, para mulheres. O exame de hematócrito consegue analisar a contagem de eritrócitos no sangue de um indivíduo.
· Eritrócitos Maduros Não Possuem Núcleo e nem Mitocôndrias
->Na medula óssea, as células progenitoras comprometidas se diferenciam, após vários estágios, em grandes eritroblastos nucleados. Com os eritroblastos maduros, o núcleo é condensado e a célula encolhe de um diâmetro de 20 mm para cerca de 7 mm. No último estágio antes da maturação, o núcleo é perdido e fagocitado por macrófagos da medula óssea. Ao mesmo tempo, outras organelas com membrana (como as mitocôndrias) são degradadas e desaparecem. A forma celular imatura final, chamada de reticulócito, deixa a medula e entra na circulação, onde amadurece até um eritrócito em cerca de 24 horas.
-> Pelo fato dos Eritrócitos não conterem mitocôndrias, eles não podem realizar metabolismo aeróbico. Assim, a glicólise é a sua fonte principal de ATP (A perda da mitocôndria pelos eritrócitos se relaciona, também, ao fato de que se os eritrócitos consumissem o O2 que eles carregam, o suprimento de oxigênio para os tecidos seria prejudicado).
->Sem um núcleo ou retículo endoplasmático para executar a síntese proteica, os eritrócitos são incapazes de produzir novas enzimas ou de renovar componentes de membrana. Essa incapacidade leva a uma perda da flexibilidade da membrana, tornando as células velhas mais frágeis e passíveis de ruptura.
-> Os eritrócitos possuem uma forma bicôncava, mas ele é bastante flexível (Essa forma se relaciona, também, a um maior volume do eritrócito para o transporte de gases).
Obs.: Alterações no formato dos eritrócitos pode indicar doença (Ex.: Anemia falciforme)
· A síntese de Hemoglobina requer Ferro
->A hemoglobina (Hb) é uma grande e complexa proteína, com cadeias proteicas globulares que contém ferro.
->A hemoglobina (Hb), o principal componente dos eritrócitos, tem o papel de transporte do oxigênio.
->A maior parte do ferro vem da alimentação, de alimentos como carne, feijão, espinafre, pão fortificado com ferro. O ferro é absorvido no intestino delgado por transporte ativo, uma proteína carreadora – chamada de transferrina – liga-se ao ferro e o transporta no sangue.
->O excesso de ferro ingerido é estocado, sobretudo, no fígado. O ferro fica estocado dentro de uma proteína esférica, chamada de ferritina.
OBS.: O excesso de ferro é tóxico e pode causar intoxicação, gerando sintomas como: dor abdominal, sangramento interno etc.
· Os Eritrócitos Vivem cerca de Quatro Meses (+ Informações da bilirrubina)
->A média de vida de um eritrócitos é de 100 a 140 dias, essa célula tem esse período de vida, pois não tem a capacidade de reciclar e reconstituir seus elementos celulares, uma vez que não possui núcleo.
->Os eritrócitos mais velhos, cada vez mais frágeis, podem romper-se quando tentam passar através de capilares estreitos, ou eles podem ser engolidos por macrófagos quando passam através do baço (Representado pelo número 6 da figura 16.6).
->Muitos componentes das células destruídas são reciclados. Os aminoácidos das cadeias globina da hemoglobina são incorporados em novas proteínas, e algum ferro dos grupos heme é reutilizado para a produção de novos grupos heme.
->O restante dos grupos heme é convertido pelas células do baço e do fígado em um pigmento colorido, chamado de bilirrubina. Esta é transportada pela albumina plasmática para o fígado, onde é metabolizada e incorporada a uma secreção, chamada de bile. A bile é secretada no trato digestório, e os metabólitos da bilirrubina deixam o corpo nas fezes. Pequenas quantidades de outros metabólitos da bilirrubina são filtradas do sangue para os rins, onde contribuem para a cor amarela da urina.
OBS.: Em algumas circunstâncias, os níveis de bilirrubina no sangue tornam-se elevados (hiperbilirrubinemia). Essa condição, denominada icterícia, produz um tom amarelado na pele e na conjuntiva (parte branca dos olhos). O acúmulo de bilirrubina pode ocorrer por diversas causas, como disfunção do fígado na metabolização e excreção da bilirrubina.
· Distúrbios nos Eritrócitos diminuem o transporte de Oxigênio
->A contagem dos eritrócitos e o conteúdo da hemoglobina do corpo são fatores importantes na eficiência do transporte de O2 pelo sangue. Se o conteúdo da hemoglobina é muito baixo – condição conhecida como Anemia – o sangue não consegue transportar oxigênio suficiente para os tecidos. Pessoas com anemia geralmente sentem-se cansadas e fracas, sobretudo durante o exercício físico.
->Nas anemias hemolíticas, a taxa de destruição de eritrócitos excede a taxa de produção dos mesmos. As anemias hemolíticas geralmente são defeitos hereditários em que o corpo produz células frágeis.
->As anemias hemolíticas geralmente são defeitos hereditários em que o corpo produz células frágeis. Por exemplo, na esferocitose hereditária, o citoesqueleto do eritrócito não se fixa corretamente, devido a proteínas citoesqueléticas deficientes ou defeituosas. Como consequência, a forma das células são mais parecidas com esferas do que com discos bicôncavos. Essa alteração no citoesqueleto resulta em eritrócitos que se rompem facilmente e são incapazes de resistir a mudanças osmóticas tão bem quanto as células normais. Várias anemias hemolíticas são doenças adquiridas.
->Algumas anemias são resultado demoléculas de hemoglobina anormais. A anemia falciforme é um defeito genético no qual o glutamato, o sexto aminoácido da cadeia Beta de 146 aminoácidos da hemoglobina, é substituído por valina. O resultado é hemoglobina anormal (uma forma referida como HbS) que cristaliza quando libera seu oxigênio. Essa cristalização deixa os eritrócitos com uma forma de foice, semelhante a uma lua crescente. As células falciformes se enredam com outras células falciformes, à medida que passam pelos vasos sanguíneos menores, fazendo as células se aglomerarem e bloquearem o fluxo sanguíneo para os tecidos. Esse bloqueio causa danos nos tecidos e dor por hipóxia.
->Outras anemias resultam da falha da medula óssea em produzir quantidades adequadas de hemoglobina. Um dos exemplos mais comuns de uma anemia que resulta da síntese insuficiente de hemoglobina é a anemia por deficiência de ferro (Anemia Ferropriva). Se a perda de ferro pelo corpo é maior do que a ingestão de ferro, a medula óssea não possui quantidades de ferro adequadas para a produção de grupos heme, e a síntese da hemoglobina torna-se mais lenta. Pessoas com anemia por deficiência de ferro têm baixa contagem de eritrócitos (refletida em um hematócrito baixo) ou baixo conteúdo de hemoglobina no sangue. Os seus eritrócitos são frequentemente menores que o normal (eritrócitos microcíticos), e o menor conteúdo de hemoglobina pode tornar as células mais pálidas do que o normal; nesse caso, elas são descritas como hipocrômicas.
->Embora as anemias sejam comuns, também é possível ter eritrócitos em excesso. A policitemia vera é uma disfunção de células-tronco que produz muitas células sanguíneas, tanto brancas quanto vermelhas. Os pacientes podem apresentar hematócritos tão altos quanto 60 a 70% (o normal é 37-54%). O aumento do número de células deixa o sangue mais viscoso e, desse modo, mais resistente ao fluxo pelo sistema circulatório. Na policitemia relativa (não há uma patologia real), o número de eritrócitos da pessoa é normal, mas o hematócrito é elevado, devido ao baixo volume de plasma. Isso pode ocorrer na desidratação, por exemplo. O oposto também pode ocorrer. Se um atleta se super-hidrata, o hematócrito pode diminuir temporariamente devido ao aumento do volume do plasma. Em ambas as situações, não há patologia real envolvendo os eritrócitos.
· Plaquetas
->Plaquetas são fragmentos de células produzidas pelos megacariócitos, estes que são feitos na medula óssea.
Obs.: Os megacariócitos são células poliploides, replicam seu DNA vários vezes sem se dividir, esse é um dos motivos para o seu grande núcleo.
->As plaquetas são menores do que os eritrócitos, sem cor, e não possuem núcleo. Seu citoplasma contém mitocôndria, retículo endoplasmático liso e numerosas vesículas ligadas à membrana, chamadas de grânulos, que são preenchidos com uma variedade de citocinas e fatores de crescimento.
->As plaquetas estão sempre presentes no sangue e têm uma vida útil de cerca de 10 dias.
->O papel mais conhecida das plaquetas é o relacionado à coagulação. Porém, atualmente, já se descobriram a relação dela atuando no sistema imune e na mediação de respostas inflamatórias.
Hemostasia e Coagulação Sanguínea
· A Hemostasia Evita a Perda de Sangue dos Vasos Danificados
->Hemostasia é, o processo fisiológico do corpo humano responsável, em manter o sangue fluído no interior do vaso sanguíneo (A hemostasia é o processo de manter o sangue dentro de um vaso sanguíneo danificado)- é o que se costuma chamar de coagulação sanguínea. O oposto de hemostasia é hemorragia.
->A Hemostasia possui três passos principais:
1°) Vasoconstrição
-Constrição imediata dos vasos danificados, a fim de reduzir o fluxo sanguíneo e a pressão no vaso.
-A vasoconstrição normalmente é causada por substâncias parácrinas liberadas pelo endotélio.
2°) Bloqueio temporário por tampão plaquetário
-A formação do tampão plaquetário se inicia com a adesão plaquetária (Quando as plaquetas aderem ou são expostas ao colágeno na área danificada)
-As plaquetas aderidas tornam-se ativas, liberando citocinas na área ao redor da lesão. Esses fatores plaquetários (PAF) reforçam a vasoconstrição local e ativam mais plaquetas, que se agregam ou se ligam umas às outras para formar um tampão plaquetário solto. As plaquetas ativando mais plaquetas são um exemplo de alça de retroalimentação positiva.
3°) Coagulação
-Simultaneamente, o colágeno exposto e o fator tecidual (uma mistura de proteínas e fosfolipídeos) inicia o terceiro passo, a formação de uma rede de proteína fibrina, que estabiliza o tampão plaquetário para formar um coágulo.
-A fibrina é o produto final de uma série de reações enzimáticas, denominada cascata da coagulação. Alguns fatores químicos envolvidos na cascata da coagulação também promovem a adesão e a agregação plaquetária na região danificada. Por fim, quando o vaso danificado é reparado, o coágulo retrai quando a fibrina é lentamente dissolvida pela enzima plasmina.
OBS.: O corpo deve manter o equilíbrio adequado durante a hemostasia. Pouca hemostasia permite sangramento excessivo; muita cria trombos - coágulos sanguíneos que aderem a paredes de vasos não danificados. Um trombo grande pode bloquear o lúmen do vaso e interromper o fluxo sanguíneo.
· A Ativação das Plaquetas Inicia o Processo de Coagulação
->Quando um vaso sanguíneo é inicialmente danificado, o colágeno exposto e substâncias químicas provenientes das células endoteliais ativam as plaquetas. Em geral, o endotélio dos vasos sanguíneos separa as fibras de colágeno da matriz do sangue circulante. Todavia, quando o vaso está danificado, o colágeno é exposto e as plaquetas rapidamente começam a aderir nele
->A ligação ativa as plaquetas e elas liberam o conteúdo de seus grânulos intracelulares, incluindo serotonina (5-hidroxitriptamina), ADP e fator de ativação plaquetária (PAF). O PAF inicia uma alça de retroalimentação positiva, ativando mais plaquetas. O PAF também inicia vias que convertem os fosfolipídeos de membrana em tromboxano A2. A serotonina e o tromboxano A2 são vasoconstritores. Eles também contribuem para a agregação plaquetária, juntamente com ADP e PAF (TAB. 16.4). O resultado final é o crescimento de um tampão plaquetário que sela a parede do vaso danificado.
->Vale ressaltar que as plaquetas não conseguem aderir no endotélio normal, o óxido nítrico e a prostaciclina liberado pelo endotélio normal impede que plaquetas sejam aderidas a ele. A combinação da atração das plaquetas para o local da lesão e a repulsão da parede normal do vaso cria uma resposta localizada que limita o tampão plaquetário à área danificada.
· A Coagulação Transforma o Tampão Plaquetário em um Coágulo
->O terceiro principal passo na hemostasia, a coagulação, é um processo complexo, no qual o fluido sanguíneo forma um coágulo gelatinoso.
->A coagulação se divide em 2 vias: A via intrínseca e a via extrínseca
A) Via Intrínseca (Via de ativação por Contato)
-Usa de proteínas já presentes no plasma 
-O colágeno ativa a primeira enzima, o fator XII, iniciando a cascata
B) Via Extrínseca (Via de Lesão Celular/Via de Lesão tecidual).
-Inicia quando os tecidos danificados expõem o fator tecidual, também chamado de tromboplastina tecidual ou fator III. O fator tecidual (fator III) ativa o fator VII, iniciando a via extrínseca.
->As duas vias unem-se na via comum, produzindo trombina, que é a enzima que converte o fibrinogênio em polímeros insolúveis de fibrina. Essas fibras de fibrina se tornam parte do coágulo.
->Os coágulos são apenas uma correção temporária. Conforme o vaso danificado lentamente é reparado, o coágulo é desintegrado quando a fibrina é quebrada em fragmentos pela enzima plasmina. Uma forma inativa da plasmina, o plasminogênio, é parte do coágulo. Depois da coagulação, a trombina, um fator na cascata de coagulação, age com um segundo fator, chamado de ativador de plasminogênio tecidual (tPA) para converter o plasminogênio inativo em plasmina. A plasmina, então, quebra a fibrina, em um processo chamado defibrinólise.
OBS.: Os fatores foram numerados segundo a ordem em que foram descobertos e não segundo a ordem que participam da reação de coagulação!. 
· Os Anticoagulantes Impedem a Coagulação
->Dois mecanismos limitam a extensão da coagulação do sangue dentro de um vaso:
1°) A inibição da adesão plaquetária
-Fatores como a prostaciclina e o óxido nítrico no endotélio do vaso sanguíneo e no plasma asseguram que o tampão plaquetário fique restrito à área lesada
2°)A inibição da cascata de coagulação e produção de fibrina
-As células endoteliais liberam substâncias químicas, chamadas de anticoagulantes, que impedem a coagulação. A maioria age bloqueando uma ou mais reações da cascata da coagulação. O corpo produz dois anticoagulantes, heparina e antitrombina III as quais trabalham juntas para bloquear os fatores ativos IX, X, XI e XII. A proteína C, outro anticoagulante do corpo, inibe os fatores de coagulação V e VIII.
OBS.: O Ca 2+ é um fator coagulante crucial, algumas substâncias usadas na coleta e armazenamento de sangue retiram o cálcio do sangue para evitar a coagulação.
OBS 2.: O distúrbio da coagulação mais conhecido é a hemofilia, um nome dado a várias doenças nas quais um dos fatores da cascata de coagulação é defeituoso ou ausente. A hemofilia A, uma deficiência do fator VIII, é a forma mais comum, ocorrendo em cerca de 80% de todos os casos. Esta é uma doença recessiva ligada ao sexo que afeta normalmente só os homens. A hemofilia B resulta da deficiência no fator IX, porém essa hemofilia é tratável com terapia gênica.

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