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Felicidade traz dinheiro Uma revisão sistemática da literatura sobre a economia da felicidade

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DOI: 10.55905/cuadv16n1-034 
 
Recebimento dos originais: 08/12/2023 
Aceitação para publicação: 10/01/2024 
 
620 
 
CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
Felicidade traz dinheiro? Uma revisão sistemática da literatura 
sobre a economia da felicidade 
 
Does happiness bring money? A systematic review of the 
happiness economy literature 
 
Ahmed Sameer El Khatib 
Doutor em Educação, em Administração de Empresas 
Instituição: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) 
Endereço: Rua Oleska Winogradow, 100, Jardim das Flores, Osasco - SP, 
CEP: 06120-042 
E-mail: ahmed.sameer@unifesp.br 
 
RESUMO 
A mais antiga referência da filosofia sobre o termo felicidade é derivada do 
filósofo grego Tales de Mileto, que designa felicidade como ter um corpo 
saudável, uma alma com boa formação e ser um indivíduo de sorte. Já para 
Sócrates, a felicidade não possui uma conexão tão direta com o corpo, a maior 
importância é dada a estar bem com a alma, propiciado por uma conduta 
adequada e virtuosa. Para Kant, a felicidade está ligada com os desejos e 
prazeres, não constitui parte de uma investigação filosófica. Nas últimas décadas 
que os estudos que envolvem felicidade na Economia se estabelecem de fato 
como temática alternativa. A explicação para isto encontra-se no progresso 
material alcançado pelo mundo e pelos questionamentos de alguns economistas 
da validade de indicadores estritamente econômicos, como o Produto Interno 
Bruto (PIB), para representar a satisfação com a vida dos cidadãos de um país. 
Dessa forma, o objetivo principal deste é contribuir para o corpo de conhecimento 
existente, consolidando as descobertas da literatura sobre Economia da 
Felicidade; agrupando-as em temas e subtemas principais; descrevendo os 
mecanismos com base nos artigos empíricos precedentes, destacando as 
variáveis independentes, dependentes, de controle e moderadoras, para estudar 
as relações causais entre as variáveis em estudo; propondo uma agenda para 
pesquisas futuras; e informar os legisladores sobre as decisões que influenciam 
o nível de felicidade humana por meio de regras e regulamentos legislativos. 
Nossos resultados sugerem priorizar a conceituação de felicidade enquanto 
computa o nível de felicidade nos níveis individual ou coletivo. Além disso, o 
estudo recomenda que os governos estabeleçam as condições que permitam 
aos indivíduos relatar a felicidade independentemente da pressão política para 
responder estrategicamente por números impressionantes de nível de felicidade 
no nível macro. 
 
Palavras-chave: felicidade, bem-estar subjetivo, economia da felicidade. 
 
ABSTRACT 
Philosophy's earliest reference to happiness is derived from the Greek 
philosopher Thales of Miletus, who designates happiness as having a healthy 
mailto:ahmed.sameer@unifesp.br
 
 
 
 
621 
 
CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
body, a well-formed soul, and being a lucky individual. For Socrates, happiness 
does not have such a direct connection with the body, the greatest importance is 
given to being well with the soul, fostered by a proper and virtuous conduct. For 
Kant, happiness is linked to desires and pleasures, not part of a philosophical 
investigation. In recent decades, studies involving happiness in economics have 
established themselves as an alternative theme. The explanation for this lies in 
the material progress achieved by the world and the questioning of some 
economists of the validity of strictly economic indicators, such as the Gross 
Domestic Product (GDP), to represent satisfaction with the life of the citizens of 
a country. Thus, the main objective of this is to contribute to the existing body of 
knowledge, consolidating the findings of the literature on the Economy of 
Happiness; grouping them into main themes and subthemes; describing the 
mechanisms based on previous empirical articles, highlighting the independent, 
dependent, control and moderating variables, to study the causal relationships 
between the variables under study; proposing an agenda for future research; and 
informing legislators about the decisions that influence the level of human 
happiness through legislative rules and regulations. Our results suggest 
prioritizing the concept of happiness while computing the level of happiness at 
the individual or collective levels. In addition, the study recommends that 
governments establish the conditions that allow individuals to report happiness 
regardless of political pressure to strategically account for impressive numbers of 
happiness level at the macro level. 
 
Keywords: happiness, subjective well-being, economy of happiness. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Alcançar a felicidade é o objetivo final do ser humano (Nagraj, 2008). 
Todas as atividades humanas, sejam elas econômicas, políticas ou sociais, são 
direcionadas para atingir esse objetivo (Gaur, Sangal & Bagaria, 2009). 
Aristóteles (350 a.C.) afirmou que o não cumprimento dessa meta renova a 
motivação de pensar além do material para que os humanos sejam felizes (Irwin, 
1985). 
Como parte do movimento geral, em conjunto com a fundação da 
economia comportamental, uma nova linha de pesquisa, outra tem despertado 
interesse de pesquisadores: A Economia da Felicidade. A economia da 
felicidade se baseia no conceito mais amplo de utilidade e bem-estar, incluindo 
a função de utilidade interdependente, utilidade procedimental e a interação 
entre influências racionais e não racionais na determinação do comportamento 
 
 
 
 
622 
 
CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
econômico (Graham, 2005). O estudo da felicidade e do bem-estar subjetivo está 
crescendo para incorporar publicações em várias disciplinas, da psicologia à 
economia e sociologia (Diener, 1984). A pesquisa sobre felicidade também 
cresceu em campos como filosofia, psiquiatria, neurociência cognitiva e 
gerontologia, significando um relato acadêmico mais amplo sobre como os 
sentimentos e expectativas das pessoas mudam com diferentes experiências de 
vida (Hallberg & Kullemberg, 2020). 
A economia da felicidade tem atraído cada vez mais a atenção de 
pesquisadores e formuladores de políticas no campo da economia e dos 
negócios. Este conceito intrigou os estudiosos desde que a questão se a 
felicidade é relativa ou absoluta foi destacada (Hsee, Yang, Li & Shen, 2009). 
Hsee et al. (2009) afirmaram que tal argumento tem implicações sociais, onde a 
felicidade é relativa ao dinheiro e à aquisição de um item, mas pode ser relativa 
ou absoluta com o consumo do item. 
No início dos anos 1970, Richard Easterlin foi o primeiro economista 
moderno a revisitar o conceito de felicidade. Easterlin relatou um aumento na 
felicidade nos Estados Unidos de 1946 a 1956-1967, com um declínio na década 
de 1970 e, em seguida, com mudanças mínimas nos próximos 24 anos 
(Easterlin, 1974). Décadas depois, Easterlin (2013) implementou uma pesquisa 
em diferentes países e descobriu que, em curtos períodos, o crescimento 
econômico e a felicidade estavam positivamente correlacionados, enquanto no 
longo prazo as tendências de felicidade e renda não estavam relacionadas. 
Outra contradição marcante no artigo foi que a satisfação com a vida na China 
não aumentou, independentemente do aumento do PIB real per capita de um 
nível inferior. 
Todo esse debate nos leva a revisar criticamente a literatura existente 
associada ao campo da economia da felicidade a partir das lentes de um 
indivíduo (compreender a si mesmo), família (relação entre pessoas), sociedade 
(relação entre pessoas e sociedade) e meio ambiente (relação das pessoas com 
a natureza). Tem havido pouca pesquisa incorporando todas essas questões e 
reconhecendo a felicidade de um ponto de vista holístico. Portanto, isso nos 
 
 
 
 
623 
 
CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
incita a identificaras lacunas e definir a agenda para futuros pesquisadores neste 
campo que está por vir. 
O arcabouço deste artigo está dividido em sete grandes temas: 1) 
Conceitualização de Felicidade; 2) Compreensão do Sujeito; 3) Relações 
Humanas; 4) Facilidades Físicas ou Materiais; 5) Meio Ambiente; 6) Política e 
Governo; e 7) Mensuração da Felicidade. Este artigo contribui para o corpo de 
conhecimento existente, consolidando as descobertas da literatura ao agrupar 
em temas e subtemas principais, descrever os mecanismos com base nos 
artigos empíricos, destacar as variáveis independentes, dependentes, de 
controle e moderadoras consideradas para avaliar as relações causais entre as 
variáveis em estudo, propor uma agenda para pesquisas futuras na área; e 
informar os legisladores sobre as decisões que influenciam o nível de felicidade 
humana por meio de regras e regulamentos legislativos. 
O restante do artigo está organizado da seguinte forma. A seção 2 discute 
a plataforma teórica, discutindo especificamente o conceito de felicidade e 
apresenta a metodologia de revisão; A seção 3 apresenta a plataforma 
metodológica do estudo. A seção 4 apresenta os achados, segregados em 
achados descritivos e discussão temática. Já a seção 5 destaca as lacunas na 
literatura existente. A seção 6 apresenta as orientações para pesquisas futuras 
e a última seção apresenta as conclusões. 
 
2 PLATAFORMA TEÓRICA 
2.1 ECONOMIA DA FELICIDADE: CONCEITOS 
Filósofos e economistas, de Aristóteles a Bentham, Mill e Smith, 
integraram a busca pela felicidade em seus trabalhos. Com esforços mais 
rigorosos dos economistas, surgiram explicações mais frugais do bem-estar. O 
advento da economia comportamental levou à fundação de novas linhas de 
pesquisa. A economia da felicidade depende de um ponto de vista mais 
abrangente sobre a utilidade e o bem-estar, incluindo o comportamento 
econômico (Graham, 2005). Do ponto de vista da filosofia utilitarista, a pesquisa 
da felicidade se refere ao bem-estar como um estado discreto e subjetivo dos 
 
 
 
 
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indivíduos. Nesse sentido, a maximização do bem-estar pode estar baseada no 
julgamento ético de acordo com as pesquisas sobre felicidade (Boffo, Brown & 
Spencer, 2017). Por exemplo, Layard (2005) identifica o bem-estar positivo com 
“um sentimento bom” e o bem-estar negativo com “um sentimento ruim”. 
Por outro lado, a abordagem “eudemônica” do bem-estar pode ser 
extraída da obra de Aristóteles e de sua ideia sobre o tipo de vida que se pode 
levar, contrapondo-se à abordagem subjetiva (Austin, 2016). Aristóteles sugere 
que riqueza e renda são meios de propósito geral para ter mais liberdade para 
levar o tipo de vida que se deseja e, pela mesma razão, o crescimento 
econômico não é o fim e o desenvolvimento deve se preocupar em melhorar a 
vida e a liberdade de um indivíduo. A liberdade crescente não apenas torna a 
vida mais produtiva e irrestrita, mas também nos permite ser pessoas sociais 
mais plenas, interagindo e influenciando o mundo em que vivemos (Sen, 1999). 
Assim, de acordo com Sen (1999), bem-estar se refere ao que as pessoas são 
capazes de ser e fazer, entendendo as múltiplas necessidades objetivas, que 
incluem não só as necessidades físicas básicas, mas também as necessidades 
fundamentais para avançar no cumprimento de objetivos pessoais com liberdade 
e criatividade no trabalho, educação e construção de relações familiares e 
sociais saudáveis, e outras atividades (Boffo et al., 2017). 
Bem-estar subjetivo é o termo científico para felicidade, conforme 
elaborado de forma concisa por Diener (2015). Refere-se a um estado 
relativamente estável, como satisfação com a vida e experiências emocionais 
(Eid & Diener, 2004). Assim, o bem-estar subjetivo compreende três 
componentes principais, a saber: a existência de emoções positivas ou altos 
níveis de efeitos positivos, ausência de emoções negativas ou baixos níveis de 
efeitos negativos e satisfação com a vida (Diener, 1984). A presença de efeitos 
positivos e a ausência de efeitos negativos atualizam o equilíbrio afetivo e são 
afetados por eventos diários (por exemplo, comer uma comida saborosa, 
enfrentar o trânsito), enquanto a satisfação com a vida se refere a uma avaliação 
cognitiva de longo prazo da própria vida (Yang & Srinivasan, 2016). 
 
 
 
 
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Bem-estar econômico é indicado pela autossuficiência econômica de uma 
pessoa, como resultado do resultado econômico de um indivíduo (por exemplo, 
renda), situação financeira (por exemplo, ativos e dívidas) e escolha futura em 
relação à situação econômica (Judge, Ilies & Dimotakis, 2010). Sem (1999) 
sugeriu o uso de renda e commodities como a base material de nosso bem-estar. 
A economia no Arthasastra de Kautilya (a versão editada, reorganizada, 
traduzida e introduzida produzida por L. N. Rangarajan séculos depois) é definida 
como "algo como instruções sobre a prosperidade material" (Kautilya, 1992). O 
bem-estar econômico se refere à segurança financeira presente e futura. A 
segurança financeira presente implica na capacidade de atender às 
necessidades básicas e controlar as finanças de rotina, junto com a capacidade 
de fazer escolhas econômicas que proporcionem uma sensação de satisfação e 
segurança e uma situação financeira e de emprego sólida. A segurança 
financeira futura refere-se à capacidade de superar choques financeiros e 
manter renda suficiente ao longo da vida (Bascug & Birkenmaier, 2016). 
 
3 PLATAFORMA METODOLÓGICA 
Este artigo tem como objetivo principal discutir os temas explorados pela 
literatura existente em todos os países. A abordagem metodológica deste artigo 
envolve a Análise dos artigos precedentes publicados até o ano de 2020; a 
categorização dos temas de acordo com diferentes parâmetros; a apresentação 
de um resumo de cada uma das contribuições; e o fornecimento de um escopo 
para pesquisas futuras. 
A metodologia da revisão foi inspirada nos trabalhos de Tranfield, Denyer 
e Smart (2003), Nofal, Nicolaou, Symeonidou e Shane (2018), Talan e Sharma 
(2019) e Bansal, Garg e Sharma (2020), envolvendo uma revisão protocolo para 
permitir transparência e replicabilidade, fornecendo uma descrição explícita de 
cada etapa realizada durante todo o processo de revisão, especificando as 
questões de pesquisa abordadas, a estratégia de busca e os critérios de 
exclusão e inclusão dos estudos na revisão (Davies & Crombie, 1998). A 
 
 
 
 
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metodologia envolve três estágios - planejamento, condução e relatório da 
revisão. 
 
3.1 PLANEJAMENTO E CONDUÇÃO DA REVISÃO 
O banco de dados Web of Science (WoS) foi acessado para pesquisar 
literatura relevante. Como um banco de dados multidisciplinar, o WoS facilita o 
acesso à literatura de finanças, economia, tecnologia e outros campos e permite 
a obtenção das pesquisas mais recentes e significativas. Além disso, em 
comparação com o Scopus, o WoS tem uma cobertura confiável que remonta a 
1990 (Aghaei, Salehi, Yunus, Farhadi, Fooladi, Farhadi & Ale Ebrahim, 2013). A 
consulta de pesquisa resultou em uma lista inicial de 411 artigos, dos quais 218 
foram finalmente selecionados, conforme ilustrado na Figura 1 a seguir: 
 
Quadro 1 - Diagrama de fluxo (com base nas diretrizes de itens de relatório preferenciais para 
revisões sistemáticas e meta análises (PRISMA)). 
 
Fonte: Do Autor (2020) 
 
Somente documentos em inglês na forma de um artigo, revisão ou 
editorial foram considerados para nossa pesquisa. Artigos baseados em 
 
 
 
 
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tecnologia pura foram excluídos da pesquisa. Trabalhos baseados em várias 
outrasáreas de pesquisa, a saber, reabilitação, biomédica, ciências sociais, 
comunicação, odontologia, cirurgia oral, medicina, abuso de substâncias, 
urologia, nefrologia, abuso de substâncias, pediatria, nutrição, dietética e 
hereditariedade genética foram excluídos da nossa pesquisa. Excluímos os 
artigos em que a felicidade é apenas um meio e não o objetivo final de realização, 
por exemplo, artigos que sugerem uma orientação para a felicidade. 
A busca foi conduzida no ano de 2020 usando os critérios booleanos em 
que o termo “felicidade” é usado como sinônimo de Bem-estar Subjetivo (BES), 
satisfação com a vida, bem-estar e bem-estar, como evidenciado em trabalhos 
anteriores (Vitterso & Nilsen, 2002; Backman, 2016). 
 
3.2 SELEÇÃO DE ARTIGOS 
Inicialmente, cada artigo foi avaliado na primeira triagem de acordo com 
a área de estudo, resultando na exclusão de 85 artigos. Esse processo resultou 
em 326 artigos, que foram avaliados com base em resumo e palavras-chave. Em 
seguida, 65 artigos foram excluídos por estarem em duplicidade quanto ao 
método, tema e amostra estudada. Desses 326 artigos, excluímos os que 
realizavam pesquisas baseadas na felicidade com alunos da pré-escola e 
incluímos aqueles em que o estudo foi realizado com alunos do ensino médio e 
superior. Isso levou à exclusão de 43 artigos e à pré-seleção de 218 artigos. Com 
isso, 218 artigos foram selecionados. Com uma análise aprofundada, 
categorizamos as questões levantadas pelos autores e suas contribuições feitas 
neste campo. 
 
3.3 ETAPAS DA REVISÃO 
Para a revisão da literatura, buscou-se uma abordagem de revisão 
sistemática, que envolveu uma análise aprofundada da literatura existente 
indexada na base de dados Web of Science (WoS), com o intuito de delinear os 
tópicos críticos de pesquisa nesta área, seguida por a identificação de lacunas 
na literatura. 
 
 
 
 
628 
 
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4 RESULTADOS 
4.1 DESCOBERTAS DESCRITIVAS 
Os artigos em estudo foram analisados em termos de publicações anuais 
definindo o número de publicações por ano e citações anuais destacando o 
número de artigos citados em cada ano. 
Dos 218 artigos considerados para a análise, o máximo de artigos foi 
publicado no ano de 2016 (37), seguido do ano de 2017 (23) e 2013 (22). A 
origem da pesquisa em economia da felicidade remonta a 1989, quando três 
artigos foram publicados. 
 
4.2 DISCUSSÃO TEMÁTICA 
A partir da categorização, esta seção apresenta os temas e os subtemas 
de cada um dos artigos estudados (Tabelas 1 e 2), seguidos da tabela de 
mecanismo que discute os diversos artigos empíricos, destacando os mais 
independentes, mediadores e de controle variáveis. 
 
Tabela 1 - Temas e Subtemas considerados na Revisão Sistemática da Literatura 
Temas Subtemas 
Tema 01: Conceitualização de Felicidade 
01.1: Conceitos 
01.2: Hedonismo 
01.3: Eudaimonismo 
Tema 02: Compreensão do Sujeito (Ser Humano) 
02.1: Bem-estar Físico 
02.2: Bem-estar Psicológico 
02.3: Bem-estar Emocional e 
Mental 
02.4: Bem-estar Espiritual 
02.5: Religião 
02.6: Traços de Personalidade 
02.7: Fatores Socioeconômicos 
Tema 03: Relações Humanas 
03.1: Casamento 
03.2: Família 
03.3: Rede Social 
03.4: Sociedade 
03.5: Cultura 
03.6: Diferenças de Gênero 
03.7: Educação 
 
 
 
 
Tema 04: Facilidades Físicas ou Materiais 
 
04.1: Renda 
04.2: Inflação 
04.3: PIB 
04.4: Desemprego 
04.5: Eventos da Vida 
 
 
 
 
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04.6: Adaptação 
04.7: Liberdade 
04.8: Comparação Social 
Tema 05: Meio Ambiente 
05.1: Segurança e Proteção 
05.2: Meio Ambiente 
Tema 06: Política e Governo 
06.1: Política Governamental 
06.2: Contexto Político e 
Economia 
06.3: Programa de 
Desenvolvimento 
06.4: Desigualdade Geográfica 
06.5: Migração 
Tema 07: Mensuração Da Felicidade 
07.1: Escala 
07.2: Survey 
07.3: Modelo 
Fonte: Do Autor (2020). 
 
Os resultados podem ser úteis para os formuladores de políticas tomarem 
decisões práticas em termos de emprego, saúde, educação, engajamento no 
trabalho, crescimento social e econômico que afetam direta ou indiretamente os 
níveis de felicidade, por meio de reformas legislativas e mudanças institucionais. 
As referências são indicadas na Tabela 2 a seguir: 
 
Tabela 2 - Principais temas de pesquisa em economia da felicidade 
Temas Referências Principais 
Tema 01: Conceitualização de Felicidade 
Vermunt (1989); Ryan & Deci (2001); Sousa 
(2005); Martin (2008); Feldman (2008); 
Svensson (2011); Caunt, Franklin, Brodaty & 
Brodaty (2013); Straume & Vitterso (2012); 
Badhwar (2014); Lepp (2018). 
Tema 02: Compreensão do Sujeito (Ser 
Humano) 
Ryff (1989); Vermunt (1989); Hosen (1993); 
Bishop et al. (2006); Miquelon & Vallerand 
(2006); Di Tella & MacCulloch (2008); Selim 
(2008); Siahpush, Spittal & Singh (2008); 
Linley, Maltby, Wood, Osborne & Hurling 
(2009); Simsek (2009); Spiers & Walker 
(2009); Xiao, Tang & Shim (2009); Raibley 
(2012); Edouard & Duhaime (2013); Power 
(2013); Schutz et al. (2013); Ramanathan et 
al. (2014); Backman (2016); Mujcic & Oswald 
(2016); Pandya (2017). 
Tema 03: Relações Humanas 
Ruvolo (1998); Stacy J. Rogers & DeBoer 
(2001); Roysamb et al. (2003); Di Tella & 
MacCulloch (2008); Benjamin, Heffetz, 
Kimball & Szembrot (2014); Jones (2014); 
Schnitzlein & Wunder (2016); Heizomi, 
Allahverdipour, Jafarabadi, and Safaian 
(2015); Bartels (2015); Kelley & Evans (2017). 
 
 
 
 
630 
 
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Tema 04: Facilidades Físicas ou Materiais 
Stacy J. Rogers & DeBoer (2001); Biswas-
Diener and Diener (2006); Leigh & Wolfers 
(2006); Clark, Frijters & Shields (2008); Di 
Tella & MacCulloch (2008); Mahadea & 
Rawat (2008); Selim (2008); Hsee, Yang, Li & 
Shen (2009); Xiao at al. (2009); Boyce, Brown 
& Moore (2010); Delhey (2010); Easterlin, 
McVey, Switek, Sawangfa & Zweig (2010); 
Delhey & Kohler (2011); Oishi, Kesebir & 
Diener (2011); Blanchflower, Bell, Montagnoli 
& Moro (2014); Strizovic & Mratinkovic (2016); 
Graham, Zhou & Zhang (2017); 
Poormahmood, Moayedi & Alizadeh (2017); 
Joo & Lee (2017). 
Tema 05: Meio Ambiente 
Roysamb et al. (2003); Di Tella & MacCulloch 
(2008); Benjamin et al. (2014); Potapov, 
Shafranskaya & Bozhya-Volya (2016); 
Ambrey & Daniels (2019). 
Tema 06: Política e Governo 
Radcliff (2001); Gundelach & Kreiner (2004); 
Di Tella & MacCulloch (2008); Clapham 
(2010); Kroll (2015); Meier & Chakrabarti 
(2016); Strotmann & Volkert (2018); 
Alessandrini & Jivraj (2017); Oishi et al. 
(2020). 
Tema 07: Mensuração Da Felicidade 
Lewis & Joseph (1995); Hills & Argyle (2002); 
Joseph, Linley, Harwood, Lewis & McCollam 
(2004); Cox (2012); Weiss et al. (2013); 
Santos (2013); Benjamin et al. (2014); 
Roberts, Tsang & Manolis (2015); Choi & 
Jang (2016); Joshanloo (2017). 
Fonte: Do autor (2020). 
 
4.1.1 Conceitualização de felicidade 
Os conceitos de eudaimonia e prazer hedônico de Aristóteles constituem 
duas distantes concepções filosóficas de felicidade (Irwin, 2005). O hedonismo 
define o bem-estar como obtenção de prazer ou evitação da dor, enquanto a 
eudaimonia se refere às atualizações do potencial humano, significando a crença 
de que o bem-estar constitui a realização ou realização da verdadeira natureza 
de alguém (Waterman,1993; Kahneman, Diener & Schwarz, 1999). A hedonomia 
é um ramo emergente da economia, onde a economia se concentra em 
maximizar a riqueza com recursos limitados, o que se refere a maximizar a 
felicidade com riqueza limitada. Além disso, é complementar à economia 
convencional na definição da ideia de felicidade. A análise econômica da 
felicidade é behaviorista e focada na escolha externa, e a hedonomia argumenta 
ainda que a felicidade pode ser melhorada aumentando a associação entre631 
 
CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
resultados externos, preferências e experiências. Ele examina o grau em que os 
resultados externos afetam a felicidade, e quando e por que as escolhas falham 
em aumentar o nível de felicidade (Hsee, Hastie & Chen, 2008). 
As pessoas geralmente valorizam a felicidade (Diener, 2000) e, com base 
em seu valor, a busca pela felicidade é reconhecida como um “direito inalienável” 
na Declaração de Independência dos Estados Unidos. Portanto, é razoável 
esperar que as pessoas que valorizam a felicidade relatem níveis mais elevados 
de felicidade. No entanto, Mauss et al. (2011) descobriram que valorizar a 
felicidade é autodestrutivo, o que implica que valorizar a felicidade aumenta a 
chance de ficar mais decepcionado. Contraditório a isso, Luhmann et al. (2016) 
empregou a Escala de Valorização da Felicidade e opinou que valorizar a 
felicidade pode não ter um impacto negativo no bem-estar de alguém. Raibley 
(2012) aspirou definir a conexão teórica entre felicidade e bem-estar e 
argumentou que a felicidade é altamente favorável quando valorizada ou quando 
é definida como a referência para realizar o potencial de alguém e, portanto, não 
é exclusivamente suficiente para atingir altos níveis de bem-estar. Joshanloo et 
al. (2016) examinaram a associação entre quatro concepções de felicidade e 
satisfação com a vida entre 2.715 estudantes universitários e descobriram que a 
autotranscedência e o conservadorismo afetam positivamente a satisfação com 
a vida, mas o hedonismo autodirigido e o autoaprimoramento minam a satisfação 
com a vida. 
Luhmann et al. (2016) afirmaram a necessidade de uma definição mais 
aprimorada, base teórica e operacionalização da felicidade. 
Correspondentemente, Carlquist et al. (2017) e Judge et al. (2010) opinou que 
muitos cientistas sociais e economistas têm destacado a necessidade de clareza 
conceitual na pesquisa sobre bem-estar, que pode então fornecer insights 
significativos para desenvolvimentos científicos e para formular políticas e 
programas apropriados. Além disso, a partir do número de artigos que enfocam 
os conceitos de felicidade ou bem-estar subjetivo, há a necessidade de uma 
definição bem elaborada e elevada de felicidade 
 
 
 
 
 
632 
 
CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
4.2.2 Compreensão do ser humano 
Extensas pesquisas transversais e longitudinais relatam diferenças no 
bem-estar psicológico em relação ao status socioeconômico. Judge et al. (2010) 
observaram a relação entre capacidade mental e bem-estar psicológico ao tomar 
o comportamento não saudável como uma variável mediadora e encontraram 
uma relação significativa entre eles. As circunstâncias contextuais podem causar 
instabilidade na satisfação de vida moderadamente estável por longos períodos 
(Martin, 2008). Uma distinção pode ser feita entre as condições organizacionais 
sociais e individuais de felicidade no nível macro da sociedade, no nível meso 
da organização e no nível micro do estado individual (Veenhoven, 2015). 
Chan, Wong e Yip (2017) relataram uma forte ligação negativa entre a 
depreciação relativa da renda e a felicidade percebida. No entanto, foi observada 
uma ligação negativa fraca entre felicidade e autoavaliação de saúde no caso de 
Hong Kong ter políticas de saúde equitativas. Graham et al. (2017) relataram que 
descanso e lazer insuficientes resultam em menor satisfação. Um estudo em 
uma amostra de países europeus relatou que o PIB per capita nacional aumenta 
o bem-estar subjetivo, a situação financeira e a saúde nas sociedades 
avançadas, sugerindo que os formuladores de políticas deveriam gastar menos 
fundos na redução das desigualdades (Zagorski, Evans, Kelley & Piotrowska, 
2014). 
Os entrevistados em cidades com educação são considerados menos 
felizes do que seus colegas que vivem em áreas rurais e são menos instruídos. 
Em alguns fundamentos morais, algum nível de virtude é necessário para o bem-
estar, onde virtude é o valor intrínseco de qualquer ser humano (Haybron, 2016; 
Snow, 2016). A felicidade é uma condição interna e um reflexo de boas 
experiências de vida (Lepp,2018). A compreensão de si mesmo melhora o bem-
estar fisiológico, o que leva a melhores relacionamentos que impactam ainda 
mais o desempenho e o crescimento (Heizomi, Allahverdipour, Jafarabadi & 
Safaian, 2015). Os indivíduos que têm um forte sentimento de autoengano dão 
maior prioridade à sua opinião sobre a vida do que as circunstâncias reais da 
vida, por exemplo, um dos estudos opinou que as crianças envolvidas no cuidado 
 
 
 
 
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
de alguém podem ter problemas de saúde e ter diminuído o bem-estar por causa 
da baixa autoestima (Lloyd, 2013). Compreender a si mesmo reduz a taxa de 
divórcio e aumenta o bem-estar conjugal (Rogers & DeBoer, 2001). Por outro 
lado, também gera um sentimento de gratidão e promove consistência, o que 
causa felicidade, e esse sentimento de gratidão disposicional é considerado 
muito relevante para o bem-estar subjetivo. Está estabelecido que a 
autoatualização é mais relevante do que a riqueza material e são os ricos que 
podem elaborar mais sobre esse conceito de forma mais realista do que os 
pobres, que ainda estão empenhados em satisfazer suas necessidades básicas 
de acordo com a teoria da hierarquia de necessidades de Maslow. Tomando a 
criatividade no trabalho e a autonomia pessoal como indicadores de 
preocupações pós-materialistas e a renda como um substituto da preocupação 
material, Delhey (2010) discutiu a relevância de se compreender a si mesmo. As 
atividades religiosas, por exemplo, diminuíram de alguma forma o desempenho 
econômico, mas podem não afetar significativamente o bem-estar das pessoas 
e da sociedade (Campante & Yanagizawa-Drott, 2015). 
 
4.2.3 Relações humanas 
Independentemente do status econômico da família, a integração social 
contribui positivamente para a felicidade (Tsai & Qian, 2015). Algumas formas 
de felicidade, quando levadas ao extremo, entre as culturas, podem causar uma 
aversão à felicidade (Joshanloo & Weijers, 2013). Contextualmente, a felicidade 
varia entre as culturas. Na cultura ocidental, os indivíduos tentam encontrar a 
felicidade por meio de uma agência independente; enquanto na Ásia Oriental, a 
cultura define a felicidade como um equilíbrio entre o eu e os outros. Um dos 
estudos relata que a variação observada na eficiência dos indivíduos entre os 
continentes estabeleceu que os países do norte e centro da Europa são mais 
eficientes em comparação com as economias de transição asiáticas (Ferrera, 
Salinas-Jimenez, 2015). Além disso, Ford et al. (2015) testaram o impacto das 
diferenças culturais e opinou que a cultura medeia a associação de ser inspirada 
 
 
 
 
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
para buscar a felicidade na Rússia e no Leste Asiático, mas ele não é válido para 
os EUA e Alemanha. 
É provável que um aspecto da felicidade tenha uma utilidade marginal 
relativamente alta (Baetschmann, Staub & Studer, 2016) levando ao bem-estar. 
A felicidade, se valorizada mais, pode causar decepção psicológica (Mauss, 
Tamir, Anderson & Savino, 2011). Cuidar melhora a qualidade de vida, o que 
aumenta ainda mais o bem-estar psicológico. No entanto, cuidar desde muito 
jovem tem uma relação negativa com a felicidade, pois os resultados de um 
estudo realizado com 4.192 crianças da escola primária indicaram que as 
autoridades devem fornecer um ambiente de apoio para confidenciar e buscar 
ajuda (Lloyd, 2013). Foi recomendado às autoridades de saúde e bem-estar que 
elaborassem políticas e programas com foco no bem-estar e na qualidade de 
vida das pessoas com deficiência (Lin, Lin & Wu, 2010). 
Criar uma famíliafoi positivamente associado à satisfação com a vida 
(Botha & Booysen, 2014; Baetschmann, Staub & Studer, 2016). Os autores 
relaram o impacto da distância geográfica e do tempo no bem-estar psicológico 
das correlações intergeracionais, sugerindo que, se os irmãos ficam distantes da 
casa dos pais, os fatores da comunidade são considerados mais influentes do 
que as características dos pais (Schnitzlein & Wunder, 2016). Um aumento na 
renda familiar supostamente aumentou a felicidade conjugal em um curto prazo; 
ao passo que, no longo prazo, a relação entre os indicadores era fraca (Rogers 
& DeBoer, 2001). As funções familiares influenciam a satisfação com a vida; 
Botha e Booysen (2014) relataram que o funcionamento familiar equilibrado 
torna as pessoas mais satisfeitas e felizes em comparação com os indivíduos 
que vivem em operações familiares instáveis, com foco na dinâmica intrafamiliar 
para o bem-estar. Estudos eudemônicos e hedonômicos sustentam que a 
satisfação com a vida influencia positivamente a reprodução infantil (Kim & Hicks, 
2016). O estudo relatou que o bem-estar marcial aumenta ao longo do tempo, 
afirmando que a felicidade conjugal mais elevada em um ano anterior levará a 
um nível de felicidade mais alto nos anos seguintes (Dush, Taylor & Kroeger, 
2008). Além disso, um dos estudos relatou uma associação positiva entre dados 
 
 
 
 
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
demográficos e felicidade auto-relatada e opinou que pessoas casadas e 
educadas são relativamente mais felizes, mas ter muitos filhos supostamente 
prejudica a felicidade. 
As pessoas, por meio da resiliência, desenvolvem uma abordagem 
progressiva em relação às emoções positivas, levando-as à satisfação com a 
vida à medida que desenvolvem os recursos para viver bem (Cohn, Fredrickson, 
Brown, Conway & Mikels, 2009). Uma comparação entre países da felicidade 
sugeriu que os bens relacionais estão positivamente associados ao bem-estar 
subjetivo (Sarracino, 2013). A autora, por meio de narrativas, estabeleceu a 
relação incerta entre felicidade e bem-estar por meio de estudos femininos com 
foco na ideologia da igualdade de gênero na Europa Ocidental (Snow et al., 
2017). No que diz respeito à educação de lazer, o autor relatou uma relação 
positiva significativa entre felicidade e experiências de lazer, incluindo desafios, 
consciência, tédio e angústia e felicidade (Lepp, 2018). Um dos autores usou o 
método de regressão de quantis para observar a relação positiva da felicidade 
com a situação decrescente de renda, saúde e fatores sociais; enquanto a 
educação tem uma relação positiva nos quantis inferiores e uma relação negativa 
nos quantis superiores com a felicidade (Binder & Coad, 2011). 
Um dos estudos em Ruanda indicou que a valorização dos amigos e o 
orgulho nacional previam felicidade na vida (Ngamaba, 2015). O comércio do 
indivíduo determinava a felicidade - os empreendedores são mais felizes do que 
os funcionários e, ao mesmo tempo, a contribuição das ideias e o crescimento 
pessoal dos funcionários os levam a experimentar a felicidade (Mahadea & 
Ramroop, 2015). O comportamento pró-social causa felicidade (Ambrey & 
Daniels, 2017). Comprar pelos canais de mídia promove a exclusão social, que 
afeta a felicidade e o bem-estar (Dennis, Alamanos, Papagiannidis & Bourlakis, 
2016). O sentimento de gratidão deixa a pessoa feliz. O autor conduziu o teste 
de apreciação de gratidão (Gratitude Test), ou seja, uma medida de gratidão 
disposicional, e os resultados corroboraram a teoria, concluindo que a gratidão 
está positivamente relacionada ao bem-estar social (Watkins, Woddward, Stone 
& Kolts, 2003). 
 
 
 
 
636 
 
CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
4.2.4 Facilidades materiais ou físicas 
As instalações físicas consistem em fisioquímicos que ajudam a nutrir e 
proteger nossos corpos. Essas reações físico-químicas produzem sensações 
positivas que nos fazem felizes ou infelizes. Esse processo depende do contato 
constante com os resultados físico-químicos. Portanto, pode ser complicado 
manter a felicidade, uma vez que a dependência dessas instalações é 
temporária. 
A literatura existente apoia a realização das necessidades materiais 
básicas para uma vida confortável (Veenhoven, 2015). A desigualdade de renda 
por desemprego leva à infelicidade (Oshio & Kobayashi, 2011). O estado civil 
pelo aumento absoluto e relativo da renda no caso das mulheres leva à felicidade 
e bem-estar conjugal e reduz o risco de divórcio. No entanto, a maior contribuição 
das mulheres na renda familiar tem um efeito inverso sobre a felicidade e o bem-
estar (Rogers & DeBoer, 2001). Além disso, eventos de vida como morte, 
divórcio e deficiência têm um impacto ao longo da vida no nível de felicidade de 
um indivíduo, mas também retornam a um nível de ponto definido conhecido 
como adaptação hedônica (Lucas & Donnellan, 2007). 
Fisher (1930) e Boulding (1950) sugerem que o “capital de consumo” é a 
fonte final de prosperidade. A relação renda-felicidade pode ser menos relevante 
para a economia em comparação com a relação capital-felicidade (Van Hoorn & 
Sent, 2016). A exclusão social leva a menos felicidade, especialmente no caso 
das pessoas com problemas de mobilidade e deficiência, e os consumidores que 
compram através dos canais online enfrentam mais infelicidade e menos bem-
estar (Dennis, Alamanos, Papagiannidis & Bourlakis, 2016). Uma pesquisa 
significativa sobre as economias asiáticas relata a relevância da integração 
social em comparação ao status econômico, contrastando as economias 
ocidentais (Tsai & Qian, 2015). Kroll (2015) opinou que as necessidades 
materiais influenciam o bem-estar subjetivo de um indivíduo, com os ricos sendo 
mais satisfeitos do que os cidadãos pobres. Comparações sociais e adaptação 
hedônica podem ser razões importantes por trás do paradoxo felicidade-renda 
(encaixado em questões sociais ou de renda), como a expansão do déficit de 
 
 
 
 
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
capital social, desequilíbrio trabalho-vida pessoal e desigualdade social (Li, 
2016). A pesquisa relata que mais riqueza líquida está mais relacionada à 
satisfação com a vida (Ruberton, Gladstone & Lyubomirsky, 2016). Felicidade 
entre os jovens é um eufemismo de satisfação financeira, que leva ainda mais à 
satisfação com a vida (Xiao, Tang & Shim, 2009). 
A crença de que a felicidade está positivamente correlacionada com renda 
e riqueza é refutada pelo paradoxo felicidade-renda em comparações 
internacionais, mas é aceita em comparações nacionais (Ma & Zhang, 2014). 
Kobayashi (2010) e Oshio (2011) investigaram a associação entre a 
desigualdade regional e a valorização da felicidade de um indivíduo e concluíram 
que áreas com alta desigualdade de renda relata ser infelizes e insalubres. A 
literatura estabeleceu empiricamente uma associação positiva entre risco e bem-
estar individual; quanto mais arriscados são os empreendimentos, melhor é o 
bem-estar do consumidor (Ayadi, Paraschiv & Vernette, 2017). O conceito 
subjetivo de felicidade, em contraste com o conceito objetivo, é influenciado 
significativamente pelas instalações físicas (Tenaglia, 2018). Uma ligação direta 
e indireta por meio de comportamento não saudável às pressões ocupacionais 
foi estabelecida através da saúde ao bem-estar subjetivo (Judge, Ilies & 
Dimotakis, 2010). O domínio econômico afeta o bem-estar individual e social e 
tem um efeito de transbordamento em outros domínios da vida (Tay, Batz, 
Parrigon & Kuykendall, 2017). Poucos estudos científicos relataram 
herdabilidade substancial entre bem-estar e satisfação com a vida (Roysamb, 
Tambs, Reichborn-Kjennerud, Neale & Harris, 2003; Bartels, 2015). Além disso, 
com base no fato de que uma alimentação saudávelleva à felicidade, os 
legisladores devem se concentrar nas questões de nutrição de seus cidadãos 
para serem um país feliz. 
 
4.2.5 Meio ambiente 
O equilíbrio ecológico leva a uma vida sustentável. A população deve ser 
informada sobre as questões críticas do meio ambiente para que uma vida 
sustentável possa ser alcançada, já que a natureza é responsável pelo bem-
 
 
 
 
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
estar geral do mundo (CBS/GNH, 2017). Um estudo internacional usando dados 
de satisfação com a vida estabeleceu empiricamente uma diferença 
estatisticamente significativa na poluição do ar como o preditor de bem-estar 
subjetivo (Welsch, 2006). Pegadas de carbono mais altas estão negativamente 
associadas ao bem-estar. A relação é linear, orientando estrategicamente os 
formuladores de políticas sobre os benefícios de aumentar o bem-estar por meio 
da redução das pegadas de carbono (Ambrey & Daniels, 2020). 
O meio ambiente está positivamente associado à percepção de saúde, 
que, por sua vez, impacta o bem-estar (Roysamb, Tambs, Reichborn-Kjennerud, 
Neale & Harris, 2003). Shier e Graham (2015) estudaram o impacto do meio 
ambiente no bem-estar dos assistentes sociais e concluíram um impacto direto 
do meio ambiente físico, cultural e sócio-político fatores sobre seu bem-estar. 
Além disso, Nisbet, Zelenski e Murphy (2011) exploraram a associação entre 
natureza e bem-estar e concluíram que a natureza tem um efeito positivo que é 
suficiente para superar emoções negativas e ajuda as pessoas a se recuperarem 
de situações adversas, descobrindo que a natureza tem potencial para melhorar 
saúde psicológica. Di Tella e MacCulloch (2008) estudaram as respostas de 
felicidade de 350.000 pessoas nos países da OCDE (Organização para 
Cooperação e Desenvolvimento Econômico) de 1975 a 1997 e concluíram sua 
correlação negativa com a degradação ambiental (medida pelas emissões de 
óxido de enxofre) e taxas de criminalidade. Além disso, Benjamin et al. (2014) 
estimou a alta utilidade marginal relativa para aspectos relacionados à 
segurança ao propor uma pesquisa para um índice de bem-estar em nível 
individual. 
Proteção e segurança são outras condições para a felicidade, que 
requerem controle e intervenção governamental. O combate ao crime e, em 
particular, ao crime violento, é uma prioridade. O crime prejudica as vítimas 
financeiramente e muitas vezes psicologicamente, como em um caso em que 
uma experiência direta de roubo reduz significativamente o nível de felicidade da 
vítima, indicando o maior impacto dos custos psicológicos não pecuniários do 
que as perdas pecuniárias (Kuroki, 2013). Felicidade média e seguridade social 
 
 
 
 
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
estão positivamente relacionadas, mas essa correlação se dissolve quando o 
PIB é controlado. Consequentemente, isso requer mais pesquisas sobre esse 
“vazamento de felicidade” oculto (Veenhoven, 2018; Fabian, 2020). 
 
4.2.6 Política e governança 
A literatura existente revela que o bem-estar subjetivo é altamente 
influenciado por fatores sociopolíticos, mas os acadêmicos deixaram de 
considerar o tamanho e o papel do governo como determinantes do bem-estar 
(Pacek, Radcliff & Brockway, 2020). A satisfação com a vida pode ser vista 
através das lentes das ideologias políticas, uma vez que os países com 
democracias estáveis têm alta satisfação com a vida em comparação com os 
países com democracias fracas (Loubser & Steenekamp, 2017), sugerindo que 
os governos devem fortalecer as democracias para aumentar a satisfação com 
a vida. Alessandrini e Jivraj (2017) enfocaram os aspectos dos laços de impacto 
social e a Felicidade Nacional Bruta do Butão (FNBB) para enfatizar o estudo de 
contextos e iniciativas individuais, e sugeriram ainda evitar a fusão de diferentes 
agendas de bem-estar para a elaboração de políticas sofisticadas. Os 
indicadores objetivos de bem-estar do Programa de Desenvolvimento das 
Nações Unidas são distintos da percepção subjetiva dos próprios indivíduos 
(Schimmel, 2009). Os eventos políticos podem influenciar a felicidade e o bem-
estar da população, que sempre aumenta com o aumento da renda do país à 
medida que as normas materiais aumentam com a renda (Easterlin, McVey, 
Switek, Sawangfa & Zweig, 2010). Países com democracias estáveis têm um 
alto nível de satisfação com a vida do que países com desafios políticos e 
econômicos (Radcliff, 2001; Loubser, Steenekamp, 2017), afirmando ainda que 
a economia política é um fator essencial para atingir o objetivo de felicidade 
individual (Boffo, Brown & Spencer, 2017). 
Tenaglia (2007) discutiu o impacto das variáveis macroeconômicas na 
felicidade e encontrou uma relação significativa do conceito externo de felicidade 
com os desejos objetivos, renda e trabalho, enquanto não existia uma relação 
significativa entre os conceitos subjetivos de felicidade e os desejos subjetivos. 
 
 
 
 
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
O desemprego afeta negativamente a satisfação com a vida, mas não afeta a 
felicidade (Böckerman & Ilmakunnas, 2006). A depreciação da renda relativa 
impacta negativamente a felicidade percebida dos indivíduos, sugerindo que os 
formuladores de políticas desenvolvam mais esquemas de bem-estar para lidar 
com o sentimento de privação (Chan, Wong & Yip, 2017). A própria situação 
econômica dos indivíduos e as condições econômicas gerais têm um impacto 
significativo na satisfação com a vida, mas a situação econômica tem um impacto 
mais influente no bem-estar (Maennig & Wilhelm, 2012), sinalizando que os 
formuladores de políticas devem enfatizar mais as percepções no que diz 
respeito à satisfação com a vida. em causa, o que pode acontecer devido à falta 
de autocompreensão. 
De acordo com o famoso fenômeno do paradoxo de Easterlin, os níveis 
de felicidade não aumentam apesar do crescimento econômico sustentado [161]. 
O paradoxo da felicidade explica que o aumento na renda dos pares prejudica 
mais os pobres do que os ricos (Paul & Guilbert, 2013; Sarracino, 2013). Um dos 
estudos na China discutiu o “paradoxo do crescimento”, argumentando que a 
satisfação com a vida na China foi reduzida com seu crescimento econômico 
sem precedentes e redução da pobreza (Li, 2016; Graham; Zhou & Zhang, 
2020). A desigualdade de felicidade tem uma relação inversa com o crescimento 
da renda (Clark, Fleche & Senik, 2016). O autor argumentou que, no caso dos 
países avançados, a desigualdade medida pelo coeficiente de Gini não tem 
impacto na saúde e no bem-estar, direcionando a política para a redução de 
desigualdade dificilmente afetará o bem-estar, embora seja significativamente 
evidente e necessária no caso de países em desenvolvimento e menos 
desenvolvidos (Zagorski, Evans, Kelley & Piotrowska, 2014) 
Em contraste, um dos estudos argumentou que o crescimento da renda 
não leva à felicidade uma vez que um nível limite é atingido e a situação é 
evidente em países com privação de crescimento da renda (Mahadea & Rawat, 
2008). A desigualdade de renda afeta significativamente a felicidade pessoal (Yu 
& Wang, 2017). Portanto, os formuladores de políticas devem se concentrar na 
distribuição de renda de forma a reduzir a desigualdade e aumentar o bem-estar. 
 
 
 
 
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
Um estudo realizado no Japão sobre o impacto da desigualdade de renda 
sobre a felicidade indicou que as pessoas que vivem em áreas de alta 
desigualdade são percebidas como menos felizes, o que reforça ainda mais que 
as pessoas com menos estabilidade no emprego são sensíveis à desigualdade. 
O bem-estar das pessoas, direcionando os formuladores de políticas sociais a 
mitigar a desigualdade com a intenção de promovera felicidade, é afetado 
negativamente pela desigualdade em nível de área (Oshio & Kobayashi, 2011). 
O estudo discutiu a influência do crime no bem-estar psicológico dos 
indivíduos, sugerindo que os formuladores de políticas enfatizam mais a 
diminuição das taxas de crime para aumentar o bem-estar psicológico (Kuroki, 
2013). Binder e Coad (2011) observaram que a relevância da renda, estado de 
saúde e fatores sociais diminui com o aumento dos níveis de felicidade. Uma 
alimentação saudável melhora o bem-estar. Portanto, o governo deve se 
concentrar na nutrição e promover a agricultura natural para melhorar a vida 
saudável (Mujcic & Oswald, 2016). Um estudo realizado em Ruanda sustentou 
que um aumento no bem-estar da renda e no bem-estar financeiro aumenta a 
felicidade (Ngamaba, 2016) e o foco em indicadores demográficos e econômicos 
pode melhorar o bem-estar da economia. A literatura ainda apóia o 
empreendedorismo para promover o bem-estar (Mahadea & Ramroop, 2015). 
Em um estudo cross-country, o autor discutiu que um aumento na liberdade 
econômica está positivamente associado a uma melhoria no bem-estar até um 
certo nível, mas com o tempo o aumento da liberdade econômica diminui o bem-
estar subjetivo, mantendo outros fatores constantes (Pruk & Keseljevic, 2016). 
 
4.2.7 Medição da felicidade 
Numa primeira tentativa de revisitar o conceito de felicidade, Richard 
Easterlin relatou que, independentemente do crescimento do PIB per capita, o 
nível de felicidade dos cidadãos não melhora no longo prazo (Easterlin, 1974; 
Easterlin, 2013). Em resposta a esta pesquisa, Adler e Seligman (2016) 
sugeriram que o bem-estar subjetivo está correlacionado com diferentes 
aspectos da vida (incluindo renda) e, portanto, índices multidimensionais que são 
 
 
 
 
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CUADERNOS DE EDUCACIÓN Y DESARROLLO, Portugal, v.16, n.1, p. 620-652, 2024 
 
descritivos devem ser construídos, e vários fatores refletindo o as preferências e 
os valores dos próprios cidadãos podem ser incorporados. Além disso, os erros 
de medição relataram que a felicidade não é afetada pela desigualdade da 
nação, mas ao alterar as medições, os resultados corrigidos declararam que a 
desigualdade de renda afeta a desigualdade de felicidade (Delhey & Kohler, 
2011). 
Lewis e Joseph (1995) também investigaram a confiabilidade interna e a 
validade de uma escala de depressão-felicidade, indicando maior felicidade e 
satisfação com a vida. Complementarmente, Joseph et al. (2004) desenvolveram 
uma forma curta de seis itens da escala de depressão-felicidade e examinaram 
sua validade e confiabilidade e, adicionalmente, confirmaram ter uma pontuação 
de validade discriminante desejável com medidas de felicidade, depressão e 
personalidade. 
Benjamin et al. (2014) propuseram fundamentos e uma metodologia para 
uma pesquisa para rastrear o bem-estar em um nível individual, enfatizando a 
utilidade em "aspectos fundamentais" do bem-estar e concluíram altas utilidades 
marginais relativas para aspectos relacionados à família, saúde, segurança, 
liberdade, valores e mais alguns. 
Lucas e Donnellan (2007) investigaram a estabilidade de longa duração e 
mudança de bem-estar usando um modelo estatístico (Stable Trait, 
AutoRegressive Trait, and State - STARTS) para analisar os dados de satisfação 
com a vida e encontraram um grau considerável de instabilidade que pode ser 
devido a circunstâncias contextuais. Além disso, Roberts et al. (2015) 
recomendaram um modelo que explica a associação negativa entre materialismo 
e satisfação com a vida e concluíram efeitos negativos, efeitos positivos e 
gratidão como fatores essenciais que associam materialismo e insatisfação com 
a vida. 
Por outro lado, Bond e Lang (2019) destacaram que a felicidade é ordinal 
e, portanto, usando respostas de pesquisas que envolveram escalas de intervalo 
e razão, os dados de felicidade ordinal são impossíveis de afirmar e as 
conclusões apropriadas não podem ser tiradas. Além disso, Adler e Seligman 
 
 
 
 
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(2016) sugeriram que, em vez de almejar números de crescimento do PIB, os 
governos deveriam fornecer melhores condições de bem-estar por meio de 
melhores serviços públicos, planejamento urbano e uma rede de segurança 
social mais forte. 
 
4.3 MECANISMO 
Inúmeros estudos precedentes incluíram nas pesquisas as variáveis 
independentes, mediadoras e de controle. Pesquisas diversas e escalas foram 
desenvolvidas neste campo e, portanto, é imperativo destacar as variáveis em 
cada categoria, que também auxiliará um futuro pesquisador na seleção das 
variáveis adequadas desejadas para a realização de pesquisas empíricas. 
Diversos levantamentos e escalas têm sido desenvolvidos neste campo 
e, portanto, é imperativo destacar as variáveis em cada categoria (variáveis 
independentes, mediadoras e de controle) o que também auxiliará futuras 
pesquisas na seleção das variáveis adequadas desejadas para a realização de 
pesquisas empíricas. Para todos os artigos mencionados abaixo, a variável 
dependente foi denominada felicidade, bem-estar subjetivo, satisfação com a 
vida, bem-estar ou bem-estar e, como discutido na Seção 2, nós as usamos 
indistintamente para uma melhor compreensão do conceito sobre o todo 
(Vitterso & Nilsen, 2002; Boo, Yen, & Lim, 2016; Lepp, 2018). 
A felicidade é essencial não apenas para o bem-estar dos indivíduos, mas 
para o bem-estar da sociedade, e para garantir a maximização da felicidade, é 
necessário considerar mais do que apenas o dinheiro (Nagraj, 2008; Gaur et al., 
2009). Os esforços globais têm crescido para considerar esses fatores; por 
exemplo, o Butão desenvolveu o Gross National Happiness Index, ou Social 
Impact Bonds no Reino Unido (Alessandrini & Jivraj, 2017), que, junto com a 
economia, considera outros problemas sociais na determinação do bem-estar de 
seus cidadãos. É necessário focar nas experiências das pessoas para obter uma 
compreensão mais profunda de como o crescimento econômico afeta o bem-
estar das pessoas. No entanto, muitos economistas concluíram que a renda 
relativa é mais importante para as pessoas, o que acaba afetando seu nível de 
 
 
 
 
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felicidade [(e.g., Mahadea & Ramroop , 2015; Clan, Wong & Yip, 2017). As 
pessoas geralmente fazem escolhas que envolvem um relacionamento misto 
entre suas preferências existentes (felicidade) e as opções que fornecem o apelo 
imediato mais significativo ao custo da felicidade de longo prazo (como consumir 
drogas e comer demais). Um debate recorrente discute as preferências das 
pessoas e um estudo conhecido de Henrich et al. (2001) concluiram que as 
preferências sobre as escolhas econômicas não são derivadas externamente, 
mas sim determinadas pelas interações entre as interações econômicas e 
sociais da vida cotidiana. 
A maioria dos estudos controlou as variáveis sociodemográficas, incluindo 
idade, sexo, educação, desemprego e outras variáveis. Existem 31 variáveis 
mediadoras, enquanto em alguns casos, as variáveis sociodemográficas, 
nomeadamente idade e sexo, também são utilizadas como variáveis mediadoras 
(Austin, 2016; Kushlev et al., 2017; Heintzelman & Diener, 2020). Por outro lado, 
no que diz respeito à variável independente, rendimento e outras relacionadas 
com o rendimento variáveis, a saber, renda absoluta ou per capita (Sarracino, 
2013), renda relativa (Boyce, Brown & Moore, 2010; Melzer & Muffels, 2017), 
renda familiar (Mujcic & Oswald, 2016; Ngamaba, 2016), nível de renda ou 
desigualdade de renda em nível de área (Oishi, Kesebir & Diener, 2011; Oshio 
& Kobayashi, 2011; Yu & Wang, 2017; Cheung, 2016) são vistas como as 
maiores variáveis independentes no impacto da felicidade/bem subjetivo-
ser/satisfação com a vida. 
 
5 LACUNAS NA LITERATURAEXISTENTE 
O objetivo desta pesquisa foi consolidar a literatura já publicada ao longo 
dos anos sobre o conceito de felicidade nos diversos aspectos destacados pelos 
pesquisadores em estudos anteriores. A Economia da Felicidade levanta uma 
lista de lacunas de pesquisa que ainda precisam ser abordadas. Isso inclui as 
implicações dos resultados de bem-estar para os indicadores nacionais e os 
padrões de crescimento econômico. Numerosos pesquisadores, incluindo 
Carlquist et al. (2017) e Ford et al. (2015), defenderam a criação de uma conta 
 
 
 
 
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nacional de bem-estar para complementar as contas de renda nacional. Lloyd 
(2013) observou que nas sociedades pós-modernas, é vital estudar a associação 
entre dinheiro, desenvolvimento sustentável, crescimento econômico e felicidade 
humana. Isso apela para um índice mais amplo que pode ser usado para medir 
o objetivo social final, ou seja, felicidade e prosperidade. 
Além disso, as Diretrizes da OCDE (2020) para medir o Bem-Estar 
Subjetivo sugerem que os criadores de pesquisas incorporam armadilhas como 
preconceitos culturais (que são difíceis de capturar) ao empregar dados 
contrafactuais, vinhetas e dados de migrantes. Graham (2005) destacou os 
vieses potenciais nos dados da pesquisa, incluindo as dificuldades associadas à 
análise de tais dados, e isso defende ainda mais a necessidade de dados de 
bem-estar de qualidade superior e, em particular, dados de painel que podem 
incorporar ainda mais as limitações existentes, e facilitar a avaliação das 
direções mais adequadas de causalidade (por exemplo, causalidade entre renda 
e felicidade, saúde e felicidade, educação e felicidade). Melhores dados 
complementados com sofisticadas técnicas econométricas são os requisitos que 
permitem análises e resultados mais confiáveis. 
A literatura existente destaca que o crescimento econômico é necessário, 
mas não é exclusivamente suficiente para a redução da pobreza, destacando a 
necessidade de políticas baseadas em avaliações de bem-estar individual, em 
vez de políticas gerais ou políticas públicas (Graham, 2005). Nossos resultados 
sugeriram priorizar a conceituação de felicidade ao computar o nível de felicidade 
em um nível individual ou coletivo. Baetschmann et al. (2016) destacou que a 
pesquisa sobre o bem-estar subjetivo perde a questão do que é felicidade e, em 
vez disso, focou mais nos fatores que determinam a felicidade dos indivíduos e 
suas consequências. 
Depois de rastrear os desenvolvimentos significativos da pesquisa da 
felicidade na economia, o estudo destacou as taxas de suicídio, segurança, 
religião, desigualdade social e liberdade como as questões adicionais a serem 
considerados para pesquisas futuras sobre felicidade. Além disso, o estudo 
recomendou que os governos estabeleçam condições que permitam aos 
 
 
 
 
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indivíduos relatar a felicidade independentemente da pressão política para 
responder estrategicamente por números impressionantes de nível de felicidade 
no nível macro. Os efeitos dos fatores de política social, incluindo o orçamento 
do bem-estar e a desigualdade de renda sobre a competitividade e felicidade 
nacionais, são imperativos e devem ser considerados na construção de índices 
de bem-estar. O impacto do ambiente físico, incluindo clima, qualidade do ar, 
emissões de carbono, bem como segurança e proteção contra roubo e crime 
sobre o bem-estar, precisa de mais atenção. 
 
6 RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS 
Estudos evidenciam que os seres humanos desejam viver em um estado 
de felicidade e prosperidade (Diener, 1984), e o fator mais crucial para a 
felicidade de um ser humano é a conduta humana definitiva (Frey, 2008). No 
entanto, a maioria das pessoas não sabe compreender suas próprias 
necessidades, aspirações e desejos, o que teoricamente é denominado como 
autoconhecimento (Gaur et al., 2009). A compreensão de si mesmo é um 
caminho para a felicidade mental, que ajuda ainda mais na obtenção da 
felicidade espiritual e material (Bhattacharya, 2010; Rowold, 2011). Também 
auxilia no estabelecimento do quadro certo de valores envolvendo ações 
voltadas para a realização de objetivos e aspirações. 
Depois de rastrear os desenvolvimentos significativos da pesquisa da 
felicidade na economia, o estudo destacou as taxas de suicídio, segurança, 
religião, desigualdade social e liberdade como as questões adicionais a serem 
considerados para pesquisas futuras sobre felicidade. Além disso, o estudo 
recomendou que os governos estabeleçam condições que permitam aos 
indivíduos relatar a felicidade independentemente da pressão política para 
responder estrategicamente por números impressionantes de nível de felicidade 
no nível macro. Os efeitos dos fatores de política social, incluindo o orçamento 
do bem-estar e a desigualdade de renda sobre a competitividade e felicidade 
nacionais, são imperativos e devem ser considerados na construção de índices 
de bem-estar. O impacto do ambiente físico, incluindo clima, qualidade do ar, 
 
 
 
 
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emissões de carbono, bem como segurança e proteção contra roubo e crime 
sobre o bem-estar, precisa de mais atenção. 
Portanto, para ser continuamente capaz de cumprir as aspirações 
humanas básicas de felicidade e prosperidade, é essencial obter a compreensão 
correta de si mesmo, dos outros, ou seja, da família, da sociedade e do resto da 
natureza, e como isso garante a felicidade contínua. Essa compreensão vem 
com a transformação da auto-realização de que humano é a coexistência do eu 
e do corpo, enquanto o corpo é a entidade material. Essa compreensão amplia 
ainda mais as necessidades do eu ser temporário e transitório - ou seja, fome e 
sede - enquanto a necessidade do corpo não é materialista, mas permanente - 
ou seja, amor e respeito. Uma vez que nossos desejos e aspirações são 
baseados na aceitação natural, podemos viver em harmonia dentro de nós 
mesmos. Portanto, o objetivo geral deve incluir o entendimento correto nos níveis 
individual, familiar, social e natural (meio ambiente). 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Há uma contradição entre os novos insights e as teorias convencionais da 
felicidade e economia (Wiese, 2014). Consequentemente, Frey (2008) cunhou a 
nova divisão da economia como revolucionária, uma vez que transformou os 
métodos de pesquisa com uma nova medida de utilidade. Felicidade e economia 
enfatizam clareza conceitual, já que funções de utilidade individuais podem ser 
derivadas das pesquisas (Wiese, 2014). Este artigo analisa os conceitos 
econômicos através das lentes dos níveis individual, social e ambiental que 
reconhecem o progresso até agora, destacando as lacunas de pesquisa e 
comentários adicionais sobre os caminhos com escopo para pesquisas futuras. 
A felicidade humana tem atraído cada vez mais a atenção de pesquisadores e 
formuladores de políticas no campo da economia e dos negócios e tem crescido 
substancialmente em termos de conceitos, métodos e abordagens. A estrutura 
integrativa proposta por este artigo especifica os fatores independentes que 
impactam diretamente a felicidade humana com base em três fatores, incluindo 
 
 
 
 
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a compreensão ou conhecimento, as relações humanas e a relação homem-
natureza. 
 
 
 
 
 
 
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