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Gestao de Materiais

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2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor. 
 
Gestão de Materiais 
Giovanna Carranza 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 2 
 
 
 
 
 
Definição e Objetivos 
 
Pesquisas feitas em algumas empresas revelaram os seguintes dados: 
 30% a 60% do estoque de ferramentas ficam espalhados pelo chão 
das fábricas, perdidos, deteriorando-se ou não disponíveis ( dentro de caixas 
de ferramentas pessoais); o que resulta em média de 20% do tempo dos 
operadores desperdiçado procurando por ferramentas. 
 
Se somarmos meia hora por turno, chegaremos em mais de três semanas de 
trabalho perdidas por ano. Imagine quanto estas empresas deixaram de ganhar 
por não estarem gerenciando de maneira eficaz estes recursos do processo 
produtivo. 
 
A administração de materiais é muito mais do que o simples controle de 
estoques, envolve um vasto campo de relações que são interdependentes e que 
precisam ser bem geridos para evitar desperdícios. 
 
A meta principal de uma empresa é maximizar o lucro sobre o capital 
investido e para atingir mais lucro ela deve usar o capital para que este não 
permaneça inativo. Espera-se então, que o dinheiro que está investido em estoque 
seja necessário para a produção e o bom atendimento das vendas. Contudo, a 
manutenção de estoques requer investimentos e gastos elevados ; evitar a 
formação ou, quando muito, tê-los em número reduzidos de itens e em 
quantidade mínimas , sem que , em contrapartida, aumente o risco de não ser 
satisfeita a demanda dos usuários é o conflito que a administração de materiais 
visa solucionar. 
 
O objetivo, portanto, é otimizar o investimento em estoques , aumentando o 
uso eficiente dos meios internos da empresa, minimizando as necessidades de 
capital investido. 
 
A grande questão é poder determinar qual a quantidade ideal de material 
em estoque, onde tanto os custos, como os riscos de não poder satisfazer a 
demanda serão os menores possíveis. 
 
A administração de recursos escassos é uma grande preocupação dos 
gerentes, engenheiros, administradores e praticamente todas as pessoas direta ou 
indiretamente ligadas às atividades produtivas, tanto na produção de bens 
tangíveis quanto na prestação de serviços. As empresas possuem e precisam de 
cinco tipos de recursos: 
 
1. materiais; 
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 3 
2. patrimoniais; 
3. de capital ou financeiros; 
4. humanos; e 
5. tecnológicos. 
 
A administração dos recursos materiais engloba uma sequência de 
operações que tem seu início na identificação do fornecedor, passando para a 
compra do bem, seu recebimento, transporte interno e acondicionamento, além 
de seu transporte durante o processo produtivo, sua armazenagem como produto 
acabado e, finalmente, sua distribuição ao consumidor final. A figura abaixo de-
monstra esse ciclo. 
 
A administração de recursos materiais trata de uma sequência de operações 
que, assim como a administração dos recursos materiais, tem início na 
identificação do fornecedor, passando pela compra e recebimento do bem para, 
depois, lidar com sua conservação, manutenção ou, quando for o caso, 
alienação. 
A administração de materiais tem por finalidade principal assegurar o 
contínuo abastecimento de artigos necessários para comercialização direta ou 
capazes de atender aos serviços executados pela empresa. As empresas 
objetivam diminuir os custos operacionais para que elas e seus produtos possam 
ser competitivos no mercado. 
Mais especificamente, os materiais precisam ser de qualidade produtiva para 
assegurar a aceitação do produto final. Precisam estar na empresa prontos para o 
consumo na data desejada e com um preço de aquisição acessível, a fim de que 
o produto possa ser competitivo, dando, assim, à empresa um retorno satisfatório 
do capital investido. 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 4 
Seguem os principais objetivos da área de administração de recursos 
materiais: 
 
• Preço Baixo - reduzir o preço de compra implica aumentar os lucros, se 
mantida a mesma qualidade. 
 
• Alto Giro de Estoques - implica melhor utilização do capital, aumentando o 
retorno sobre os investimentos e reduzindo o valor do capital de giro. 
 
• Baixo Custo de Aquisição e Posse - dependem fundamentalmente da 
eficácia das áreas de controle de estoques, armazenamento e compras. 
 
• Continuidade de Fornecimento - é resultado de uma análise criteriosa 
quando da escolha dos fornecedores. Os custos de produção, expedição e 
transportes são afetados diretamente por este item. 
 
• Consistência de Qualidade - a área de materiais é responsável apenas 
pela qualidade de materiais e serviços provenientes de fornecedores externos. Em 
algumas empresas, a qualidade dos produtos e/ou serviços constitui-se no único 
objetivo da Gerência de Materiais. 
 
• Despesas com Pessoal - obtenção de melhores resultados com a mesma 
despesa ou mesmo resultado com menor despesa - em ambos os casos o objetivo 
é obter maior lucro final. As vezes compensa investir mais em pessoal porque se 
pode alcançar com isso outros objetivos, propiciando maior benefício com 
relação aos custos. 
 
• Relações Favoráveis com Fornecedores - a posição de uma empresa no 
mundo dos negócios é, em alto grau, determinada pela maneira como negocia 
com seus fornecedores. 
 
• Aperfeiçoamento de Pessoal - toda unidade deve estar interessada em 
aumentar a aptidão de seu pessoal. 
 
• Bons Registros - são considerados como o objetivo primário, pois 
contribuem para o papel da administração de material, na sobrevivência e nos 
lucros da empresa, de forma indireta. 
 
Nível de Serviço: Atendimento, pontualidade e flexibilidade 
 
As Organizações cada vez mais percebem a necessidade de 
implementação de novas tecnologias e novas práticas de gestão. As melhorias ou 
sua falta acabam por impactar toda a cadeia produtiva onde a Organização 
está inserida. 
Para que estas melhorias ou ações implementadas não falhem, torna-se 
necessário um acompanhamento constante para medir e avaliar os seus 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 5 
resultados. A utilização de Indicadores de Desempenho busca cumprir este papel, 
dentro do processo de melhoria contínua. 
Indicadores de Desempenho são indicadores quantitativos que permitem 
mensurar as ações nos processos, ou seja, permitem que os gestores avaliem as 
ações e melhorias implementadas. 
 
Um modelo para avaliar o desempenho em uma cadeia produtiva considera 
os seguintes parâmetros: 
1 – necessidade de identificar e estabelecer indicadores para cada fator 
condicionante da competitividade, relacionados à dimensão da Organização, 
que engloba produtividade, capacidade gerencial, qualidade, logística interna, 
marketing e capacidade de inovação; 
2 – necessidade do acompanhamento global, que implica na condição de 
conhecer a performance de cada um dos elos, que no conjunto são 
determinantes da competitividade da cadeia produtiva; 
3 – necessidade de um modelo de indicadores que sejam passíveis de 
comparação, em relação a si próprio ou à sua evolução em relação a 
indicadores equivalentes de organizações similares, nacionais ou de outros países, 
consideradas benchmark, ou seja, verificar o que as organizações líderes no seu 
segmento de mercado estão utilizando como processos e adaptar o modelo, de 
acordo com as características da Organização. 
Temos três áreas onde devemos atuar para montar os Indicadores de 
Desempenho, que são: 
- Transportes; 
- Armazenagem/manutenção de estoques, e 
- Processamento de pedidos 
Na área de Transportes é fundamental conhecer e cadastrar todos os 
eventos importantes que ocorrem quando da distribuição física dos produtos. 
- Levantar os custos com transportes a partir de frota própria e da frota 
locada para fins decomparação de custos, incluindo custos com mão-de-obra, 
combustível, taxas, licenciamento, percentual de oferta dos serviços (% de 
contratação de veículos x necessidades ou frota própria x % de veículos 
efetivamente em serviço excluídos tempos de paradas para manutenção e/ou 
reparos); 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 6 
- Comparar os custos dos produtos quando a entrega é feita pelos 
fornecedores com aqueles quando a entrega é centralizada e/ou regionalizada 
(Unidades Armazenadoras Regionais); 
Na área de Armazenagem/Manutenção de Estoques é fundamental 
conhecer e cadastrar todos os eventos importantes que ocorrem quando da 
armazenagem dos produtos. 
- Levantar os custos de manutenção de estoques na Unidade Armazenadora 
de Materiais, basicamente: os Giros de Estoque, materiais inservíveis, obsoletos, 
sem utilização, perdas, desvios, furtos; custos com serviços públicos (telefonia, 
comunicação de dados, energia elétrica, gás, aluguel); manutenção predial; 
custos com mão-de-obra própria e terceirizada; custos com equipamentos de 
manuseio de materiais, custo com estantes, paletes, prateleiras, etc. 
- Na área de Processamento de Pedidos, apesar de seus valores serem 
inexpressivos em relação aos demais custos logísticos, devem ser levantados para 
análise de possíveis distorções. 
- Levantar os salários dos funcionários envolvidos com as aquisições, o aluguel 
do espaço destinado ao setor de compra, os papéis usados na emissão do 
pedido, utilização de sistemas informatizados, etc. 
Finalmente, de posse destes dados cadastrais dos custos podemos 
estabelecer Indicadores de Desempenho, estabelecer estratégias de distribuição 
de materiais, aí incluída a regionalização de Unidades Armazenadoras de 
Materiais, baseados em: 
- Tempo de Atendimento dos pedidos; 
- Índice de Eficácia de Atendimento dos pedidos: que depende da fixação 
do Tempo Padrão de Atendimento; 
- Nível de Serviço: número de requisições atendidas em relação às requisições 
efetuadas 
- Acurácia do Inventário ou Indicador de Eficácia do Inventário: quantidade 
de itens com saldo correto em relação ao total de itens em estoque; 
 
- Custo de transporte para entrega dos pedidos; 
- Custo médio por Unidade Armazenadora de Materiais; 
- Índice de Rotatividade ou Giro de Estoque; 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 7 
- Custo de um determinado produto quando entregue diretamente pelo 
fornecedor; 
- Custo médio de determinado produto armazenado 
 
Para tratar sobre o tema níveis de serviço em relação à gestão de recursos 
materiais, vamos conhecer seus indicadores de desempenho: 
 
• tempo do ciclo do pedido para cada fornecedor (qual o tempo entre a 
solicitação da compra até o seu recebimento); 
• média de pedidos e valor faturado para cada fornecedor no período; 
• porcentagem de pedidos atrasados de cada fornecedor; 
• porcentagem de pedidos de produção não realizados em tempo; 
• número de indisponibilidades resultantes de atrasos na produção; 
• número de atrasos na produção devido às indisponibilidades. 
 
 
 
 
 Parâmetros de gestão de estoques 
a) tempo de reposição é o prazo entre a emissão de ordens de compra e de 
atendimento, composto por: 
• prazo do pedido, dias necessários para que o pedido seja realizado; 
• prazo de entrega, dias necessários para o produto chegar à empresa; 
• prazo de recebimento, tempo ideal para conferir, etiquetar e utilizar a 
mercadoria; 
• margem de segurança, tolerância de atrasos, extravios etc. (normalmente 
três dias). 
b) estoque mínimo é a quantidade mínima de mercadoria ou matéria-prima que 
a empresa deve manter em estoque. 
Fórmula: estoque mínimo = venda ou consumo médio x tempo de reposição 
c) lote de reposição é a quantidade média mensal de produtos vendidos, 
dividido pela freqüência de compras de mercadoria ou matéria-prima. Para 
determinar os lotes de reposição é preciso ter cuidado com: custo do frete, 
tamanhos de lotes definidos pelos fornecedores, produtos frágeis que podem 
se deteriorar no estoque, datas de validade em relação ao consumo e 
compra de oportunidade. 
Fórmula: lote de reposição = consumo médio mensal ÷ freqüência de compra 
d) estoque máximo é a quantidade máxima de uma mercadoria ou matéria-
prima que a empresa deve estocar. É importante saber: o espaço disponível 
de seu almoxarifado, o custo financeiro do estoque, lotes que demandam 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 8 
muito tempo para serem consumidos, produtos que requerem cuidados 
especiais de armazenamento e produtos voláteis ou que tenham 
características modificadas com o tempo. 
Fórmula: estoque máximo = estoque mínimo + lote de reposição 
Modelos de gestão de estoque 
a) reposição contínua (ponto de pedido) é aquela em que se providencia a 
reposição dos estoques quando atinge o estoque mínimo, não importando o 
intervalo de tempo entre as reposições; 
b) reposição periódica é aquela na qual é verificada, a um período fixo, a 
situação do estoque e, quando necessária, é providenciada sua 
complementação. Este período varia em função da classificação ABC dos 
produtos, conforme retratamos na edição anterior. 
Análises de estoque 
a) giro de estoque é o número de vezes, durante um período, em que o estoque 
foi renovado. Este período pode ser de um dia, uma semana ou um mês. 
Fórmula: giro de estoque = valor consumido no período ÷ valor de estoque 
médio no período 
b) tempo de cobertura é o período em que o estoque médio será suficiente para 
cobrir a demanda média, ou seja, tempo que o produto leva para sair do 
estoque. 
Fórmula: cobertura (dias de estoque) = número de dias do período ÷ giro 
 
PONTO DE PEDIDO 
 
Os pedidos de compra devem ser emitidos quando as quantidades 
estocadas atingirem níveis suficientes apenas para cobrir o estoque de segurança 
(que corresponde à quantidade mínima que deve existir em estoque, destinada a 
cobrir eventuais atrasos no ressuprimento, mantendo o fluxo regular de produção) 
e os de consumo previstos para o período correspondente ao prazo de entrega 
dos fornecedores. 
 
O Ponto de Pedido corresponde à quantidade que, ao ser atingida, dá início 
ao processo de reposição. Ele é calculado da seguinte forma: 
 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 9 
 
JUST IN TIME 
É um sistema de administração da produção que determina que nada deve 
ser produzido, transportado ou comprado antes da hora exata. Pode ser aplicado 
em qualquer organização, para reduzir estoques e os custos decorrentes. 
O just in time é o principal pilar do Sistema Toyota de Produção ou Produção 
enxuta. 
Com este sistema, o produto ou matéria prima chega ao local de utilização 
somente no momento exato em que for necessário. Os produtos somente são 
fabricados ou entregues a tempo de serem vendidos ou montados. 
O conceito de just in time está relacionado ao de produção por demanda, 
onde primeiramente vende-se o produto para depois comprar a matéria prima e 
posteriormente fabricá-lo ou montá-lo. 
Nas fábricas onde está implantado o just in time o estoque de matérias primas 
é mínimo e suficiente para poucas horas de produção. Para que isto seja possível, 
os fornecedores devem ser treinados, capacitados e conectados para que 
possam fazer entregas de pequenos lotes na frequência desejada. 
A redução do número de fornecedores para o mínimo possível é um dos 
fatores que mais contribui para alcançar os potenciais benefícios da política just in 
time. Esta redução, gera, porém, vulnerabilidade em eventuais problemas de 
fornecimento, já que fornecedores alternativos foram excluídos. A melhor maneira 
de prevenir esta situação é selecionar cuidadosamente os fornecedores e arranjar 
uma forma de proporcionar credibilidade dos mesmos de modo a assegurar a 
qualidade e confiabilidade do fornecimento (Cheng et. al., 1996, p. 106). 
As modernas fábricas deautomóveis são construídas em condomínios 
industriais, onde os fornecedores just in time estão a poucos metros e fazem 
entregas de pequenos lotes na mesma frequência da produção da montadora, 
criando um fluxo contínuo. 
O sistema de produção adapta-se mais facilmente às montadoras de 
produtos onde a demanda de peças é relativamente previsível e constante, sem 
grandes oscilações. 
Uma das ferramentas que contribui para um melhor funcionamento do 
sistema Just in Time é o Kanban. 
KANBAN 
 É uma palavra japonesa que significa literalmente registro ou placa visível. 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 10 
Em Administração da produção significa um cartão de sinalização que 
controla os fluxos de produção ou transportes em uma indústria. O cartão pode ser 
substituído por outro sistema de sinalização, como luzes, caixas vazias e até locais 
vazios demarcados. 
Coloca-se um Kanban em peças ou partes específicas de uma linha de 
produção, para indicar a entrega de uma determinada quantidade. Quando se 
esgotarem todas as peças, o mesmo aviso é levado ao seu ponto de partida, 
onde se converte num novo pedido para mais peças. Quando for recebido o 
cartão ou quando não há nenhuma peça na caixa ou no local definido, então 
deve-se movimentar, produzir ou solicitar a produção da peça. 
O Kanban permite agilizar a entrega e a produção de peças. Pode ser 
empregado em indústrias montadoras, desde que o nível de produção não oscile 
em demasia. Os Kanbans físicos (cartões ou caixas) podem ser Kanbans de 
Produção ou Kanbans de Movimentação e transitam entre os locais de 
armazenagem e produção substituindo formulários e outras formas de solicitar 
peças, permitindo enfim que a produção se realize Just in time. 
CENTRALIZAÇÃO VS DESCENTRALIZAÇÃO DE COMPRAS 
Com a crescente competitividade no mercado em todos os segmentos da 
economia, algumas questões tornam-se fator primordial para as empresas. Entre 
elas, a distribuição e colocação de produtos nas prateleiras, sem contar a 
imprescindível boa qualidade de serviços a ser ofertada aos clientes, sempre 
obedecendo aos desejos e necessidades dos demandantes. 
 
A evolução da Tecnologia de Informação (TI) possibilita a quebra das barreiras 
detempo e espaço, gerando impacto nas organizações e na maneira como elas 
se relacionam. Este movimento tecnológico remete as organizações à 
reestruturação de padrões. Tecnologias de capacitação, como a computação 
em grupo e a interconexão em rede, permitem que as 
empresas ampliem seus desempenhos de maneira integrada e ampliada. 
 
Cunha (1991) e Caetano (1983) apud Almeida (2000, p.21) mencionam que, em 
linha geral, o movimento para a centralização “tem como objetivo uma melhor 
funcionalidade geral e uma exploração mais econômica, devido a uma maior 
economia de meios humanos e materiais e a uma melhor gestão pelas 
possibilidades de controle que oferece” 
 
 Em empresas, conforme ressaltado por Parente (2000), o administrador deve 
decidir sobre o grau de centralização nas decisões de compra. Essa decisão de 
compra pode ser desenvolvida de maneira centralizada ou descentralizada, 
veremos a seguir as vantagens e desvantagens de cada um. 
 
 Vantagens da Centralização de Compras 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 11 
Centralizar o processo de compras é uma alternativa que pode prover algumas 
vantagens referentes ao processo. Conforme citado por Reis e Brito (2010), as 
vantagens dependem de como o executivo lidará com o poder de compra de 
sua empresa. Ou seja, depende da sua habilidade em consolidar exigências, 
desenvolver fontes, racionalizar estoques, simplificar procedimentos, negociação 
com fornecedores, a fim de diminuir custos desnecessários e promover o fluxo de 
informações eficaz dentro da organização. Esta 
alternativa possibilitará o atendimento das exigências da empresa. 
 
A estratégia de compras está baseada em uma perspectiva global de mercado, 
em fontes de fornecimento únicas ou número reduzido de fontes. Releva uma 
cooperação com o fornecedor, que deve ser orientada para a melhoria contínua 
da qualidade, embasada nas filosofias do Just-in-Time e no conceito de custo 
ótimo. 
 
A centralização de compras envolve menores custos no processamento de 
pedidos, e possibilita a compra de maiores quantidades, oferecendo ganhos de 
escala nas negociações. 
 
Decisões são tomadas por gestores que possuem uma visão global da empresa. 
Estas escolhas são mais consistentes com os objetivos empresariais globais, 
eliminando esforços duplicados e reduzindo os custos operacionais. A intenção é 
promover uma maior especialização e o aumento das habilidades com a 
centralização das atividades/operações. 
 
Os custos com o processamento dos pedidos, tais como colocação dos pedidos, 
o recebimento, a inspeção, dentre outros são relevados. Pretende-se que estes 
sejam substancialmente reduzidos devido aos pedidos de grandes quantidades. 
Contudo, também existem desvantagens neste processo, discutidas na seqüência 
deste trabalho. Após a discussão da problemática de centralização, ou 
desvantagens, considerações sobre a descentralização das compras, suas 
vantagens e desvantagens inerentes ao processo. 
 
Desvantagens da Centralização de Compras 
 
Uma das grandes desvantagens desta alternativa para comprar decorre em razão 
das decisões serem tomadas por gestores que estão distanciados dos fatos. Não 
há contato com as pessoas e conhecimento acurado das situações envolvidas. As 
linhas de comunicação mais distanciadas provocam demoras e maior custo 
operacional. Pelo envolvimento de muitas pessoas, cresce a possibilidade de 
distorções e erros pessoais no processo. 
 
O próprio conceito da centralização evidencia seus problemas inerentes. 
Conforme Mintzberg (1995, p.102), a estrutura centralizada existe “quando todo o 
poder para a tomada de decisões está em um só local da organização, no final 
das contas nas mãos de uma pessoa”. 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 12 
 Descentralização das Compras 
A descentralização no processo de comprar ocorre quando cada loja toma suas 
próprias decisões em termos do que, quando e quanto comprar. Esse sistema 
pode ser adotado quando as unidades da rede estão localizadas 
geograficamente distantes ou quando os clientes apresentam preferências 
diferentes. Também é uma formatação adotada quando as lojas apresentam 
volumes expressivos de venda diferenciados entre suas unidades de negociação. 
 
Neste sentido, torna-se evidente que “à medida que a organização cresce, torna-
se difícil para a alta administração manter o mesmo nível de centralização da 
decisão” (VASCONCELLOS, p.101). 
 
Outras considerações são apontadas por autores que lidam com o estudo de 
estratégias organizacionais. De acordo com Hamel e Prahalad: 
 
“A descentralização não pode ser absoluta nem a estratégia 
empresarial opressiva, mas a organização precisa desenvolver 
uma estratégia coletiva, o que exige do corpo gerencial postura 
mais cooperativa e menos competitiva em relação aos seus 
pares” (HAMEL, PRAHALAD, 1995, p.333). 
 
 Vantagens da Descentralização de Compras 
 
A descentralização do processo de compras agrega algumas vantagens. O 
atendimento rápido e mais adequado às necessidades dos clientes, bem como a 
maior motivação dos gestores, e o desenvolvimento da capacidade de gestão, 
são exemplos destas adequabilidades. 
 
As decisões de modo geral, são tomadas mais rapidamente pelos próprios 
executores da ação, pois são eles que têm mais informações sobre a situação, 
exercendo neste sentido maior controle dos processos (LUCAS, 2007). Nesta 
modalidade de escolha, é notável a maior participação no processo essencial da 
tomada de decisão. Além dos aspectos já referidos, promove-se a motivação e a 
moral, o que proporciona novas oportunidades de treinamento. O conhecimento 
mais profundo dos fornecedoreslocais pode constituir outra 
importante faceta, qual se torna viável através das compras descentralizadas. 
 
Desvantagens da Descentralização nas Compras 
Também existem problemas nesta alternativa de decisão para efetividade das 
compras empresariais. Pode, por exemplo, ocorrer falta de informação, e falhas na 
coordenação entre os departamentos envolvidos com o processo. Maior custo 
pela exigência de melhor seleção e treinamento dos gestores também é uma 
possibilidade que não pode ser descartada. 
 
A compra em linhas gerais tende a ser em menores volumes, não gerando os 
melhores condicionantes referentes ao preço (limitação no tamanho dos lotes de 
compra, gerando a perda da economia de escala, viável em compras de maior 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 13 
quantidade). Não será, por sua vez, um departamento orientado à padronização, 
especialmante diante dos procedimentos adotados. Existe nesta modalidade a 
especialização do comprador, que é uma vantagem por um lado, mas uma 
grande perda quando este colaborador deixa a organização, especialmente 
quando a decisão é desconhecida pelos gestores, que precisarão com urgência 
preparar seu sucessor. O tempo perdido neste processo deve ser considerado 
como um risco da escolha. 
 
ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS 
 
Para falar sobre ética na administração de materiais vamos, primeiramente, 
entender o conceito de ética. 
Valores éticos podem se transformar, da mesma forma como a sociedade se 
transforma, considerando que, na sociedade, desempenhamos papéis 
diferenciados e adequados a cada espaço de convivência. Cada sociedade se 
compõe de um conjunto de ethos, ou seja, de um modo de ser, que confere um 
caráter àquela organização. 
A palavra "ética" vem do grego ethos, que, por sua vez, significa "modo de 
ser" ou "costume" ou "caráter". 
Conceitualmente, ética é um conjunto de princípios e normas que devem 
direcionar a boa conduta dos seres humanos. Ética pode ser o estudo das ações 
ou dos costumes e pode ser a própria realização de um tipo de conhecimento. 
A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em 
sociedade. 
Agora que já sabemos o que é Ética, vamos entender seu funcionamento na 
administração de materiais. 
Apesar de, teoricamente, quanto mais se vende mais se obtém ganho, torna-
se estratégico para qualquer empresa o controle adequado de seus estoques, de 
forma a reduzir os custos gerados pela existência deles. 
Ao se administrar de forma adequada os estoques e se empregar a logística 
nos processos de compra e venda, algumas das etapas mais importantes na 
gestão do negócio estarão asseguradas. 
Agir de forma correta em prol dos interesses organizacionais; priorizá-los 
atendendo as questões individuais e, ao mesmo tempo, sendo honesto; respeitar 
os clientes, a concorrência; ser cumpridor das leis e saber valorizar de qualquer 
organização. Já o manter-se ético diante das situações do dia a dia vai depender 
de cada indivíduo, de cada administrador. Todo administrador em seu processo 
de formação é brindado com uma série de saberes sociológicos, filosóficos e 
humanos que o credenciam a agir de maneira ética no exercício da profissão. 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 14 
A análise das relações de poder e de comportamentos esperados em um 
sistema organizacional qualquer requer uma concepção de ser humano e de 
trabalho. 
As empresas, em geral, procuram minimizar o desperdício de materiais, tendo 
um eficiente controle do seu estoque (entrada/saída de material) no 
almoxarifado. Os estoques são um ativo da firma e, como tal, comparecem em 
valor monetário no balanço mensal das empresas. Do ponto de vista financeiro, 
representam um investimento de capital, disputando os fundos limitados ou 
escassos da mesma. 
Os investimentos totais em estoques devem ser relacionados às eficiências 
relativas segundo as quais seus fundos são usados. Dessa forma, um dos índices 
financeiros que têm sido usados tradicionalmente para avaliar o desempenho 
global das empresas é o quociente de rotação do estoque. Um alto quociente de 
rotação é considerado desejável, pois indicará que a empresa está atingindo o 
seu objetivo de venda com o mínimo investimento em estoques. 
Nos dias de hoje, é essencial uma adequação das empresas aos novos 
programas da Administração, muito mais voltada para a valorização profissional 
que para a exploração do trabalhador, ainda que essas duas perspectivas sejam 
antagónicas na sociedade brasileira. 
É possível alterar concepções éticas na Administração, procurando adaptar-
se às novas realidades de um mundo em contínua transformação. 
Para além do mercado e do lucro, outros valores devem ser levados em 
consideração nos processos empresariais. 
A ética é o "pilar" de qualquer sistema administrativo, que não se resume em 
decorar o "código de ética", mas sim em assumir uma postura proativa na 
construção da consciência e responsabilidade social. 
 
 
 
Função Suprimento: Métodos de Previsão da Demanda 
É necessário ressaltar que infelizmente prever é um processo falível. A fábrica 
que esperava vender um milhão de televisões descobrirá frequentemente que a 
demanda real é diferente de sua previsão. Se ela exceder a previsão, o gerente 
tem de ter em mãos uma quantidade que permita satisfazer a demanda maior. Se 
a demanda cair, poderá haver excesso de material. Então, o que fazer? O 
gerente de materiais toma suas próprias decisões, autorizado pela alta 
administração, que dará a previsão da demanda de produto final para materiais 
e não para Vendas (que deve vender tanto quanto for possível), enquanto as 
PLANEJAMENTOS DE MATERIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 15 
áreas de Materiais e Produção devem estar prontas para suprir o quanto possa ser 
vendido. 
O suprimento de materiais comprados está igualmente sujeito às flutuações 
da demanda dos mesmos. No geral, o problema básico da gerência de materiais 
consiste na rapidez com que os fornecedores possam responder às variações de 
demanda, e não na sua capacidade em responder. Quase todos os fornecedores 
ficam encantados por dobrar as remessas para seus clientes, porém, dificilmente 
seriam capazes de dobrar sua produção sem semanas, ou mesmo meses, de aviso 
prévio. 
Assim, o problema-chave do gerente de materiais raramente é sua 
capacidade de obter os produtos de que necessita, mas, sim, a maneira de obtê-
lo na data correta. 
O gerente de materiais preocupa-se com três tipos fundamentais de previsão: 
1. Demanda de materiais comprados: em geral, deriva diretamente da 
demanda pelos produtos finais da empresa. 
2. Suprimento de materiais comprados: na maioria dos casos, a 
preocupação básica é o prazo de entrega, o número de semanas ou meses que 
precisa esperar pela entrega de materiais específicos, depois de terem sido 
encomendados. 
3. Preços pagos pelos materiais comprados: isso tem relação direta com o 
sucesso da empresa, pois muito poucas podem ignorar as flutuações nos preços 
dos materiais comprados. 
Segundo Faria (1985) o conceito de planejamento de estoques seria: O 
estabelecimento da distribuição racional no tempo e no espaço dos recursos 
disponíveis, com o objetivo de atender um menor desperdício possível a hierarquia 
de prioridades necessárias para a realização, com êxito, de um propósito 
previamente definido”. 
 
O dilema do gerenciamento de estoques está fundamentado em dois 
fatores: 
 
- O primeiro consiste em manter estoques a níveis aceitáveis de acordo com o 
mercado, evitando a sua falta e o risco de obsolescência; 
- O segundo trata dos custos que esses proporcionam em relação aos níveis e 
ao dimensionamento do espaço físico. 
Assim nenhuma organização pode planejar detalhadamente todos os 
aspectos de suas ações atuais ou futuras, mas todas podem e devem ter noção 
para onde estão dirigindo-se edeterminar como podem chegar lá, ou seja, 
precisam de uma visão estratégica de todo o complexo produtivo. 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 16 
Neste posicionamento todas as empresas devem constituir políticas para a 
administração de materiais, que atribui grande ênfase às compras, criando a 
cada dia parcerias com fornecedores qualificados, mantendo a qualidade de 
seus produtos e o bom atendimento a seus clientes, ou seja, buscando criar uma 
economia de escala que é aquela que organiza o processo produtivo de maneira 
que se alcance a máxima utilização dos fatores produtivos envolvidos no processo, 
buscando como resultado baixos custos de produção e o incremento de bens e 
serviços. 
 
Ela ocorre quando a expansão da capacidade de produção de uma 
empresa ou indústria provoca um aumento na quantidade total produzida sem um 
aumento proporcional no custo de produção. Como resultado, o custo médio do 
produto tende a ser menor com o aumento da produção. 
 
 
 
 
A administração de materiais envolve vários departamentos, desde a 
aquisição até a venda para o consumidor, durante esse processo, é normal 
surgirem conflitos sobre a quantidade a ser adquirida, o prazo de entrega, os 
custos envolvidos, veremos agora em sentido estrito, o ponto de vista de alguns 
departamentos sobre a quantidade de matéria prima a ser adquirida. 
 
Departamento de compras: é a favor de grande quantidade , pois obtém 
grandes descontos, reduzindo assim, os custos e consequentemente aumentando 
os lucros. 
 
Departamento de produção: o maior medo deste departamento é que falte 
MP, pois sem ela a produção fica parada, ocasionando atrasos podendo até 
mesmo perder o cliente. Ele é a favor de grande quantidade para produzir 
grandes lotes de fabricação e diminuir o risco de não ter satisfeita a demanda de 
consumidores. 
 
Departamentos de vendas e marketing: é a favor de grande quantidade de 
matéria-prima, pois significa grandes lotes de fabricação e consequentemente, 
grande quantidade de material no estoque para que as entregas possam ser 
realizadas rapidamente, o que resultará em uma boa imagem da empresa, 
aumentará as vendas e consequentemente os lucros. 
 
Departamentos financeiro: è a favor de pequena quantidade de material no 
estoque, pois a medida que aumenta a quantidade significa: 
• alto investimento de capital - caso não venda, este capital fica inativo; 
• alto risco - as perdas podem ser maiores, obsolescência, 
• altos custos de armazenagem. 
 
CONFLITOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 17 
A administração de matériais visando harmonizar os conflitos existentes entres 
os departamentos e para poder determinar a quantidade ideal que deve ter no 
estoque adota a seguinte política de estoques: 
 
• Estabelece metas para entregas dos produtos aos clientes; 
• Quantidade / capacidade dos almoxarifados 
• Previsão de estoques 
• Lote econômico 
• Rotatividade, prazo médio em dias 
• Até que nível deverão oscilar os estoques para atender uma alteração de 
consumo 
• Até que ponto será permitida a especulação com estoques, fazendo 
compra antecipada com preços mais baixos ou comprando uma quantidade 
maior para obter desconto. 
 
Em função desses critérios apresentados acima, a administração de materiais 
irá determinar a quantidade ideal a se ter no estoque. Portanto, a quantidade 
ideal a permanecer no estoque é o mínimo, porém, o mínimo necessário para 
satisfazer a demanda. 
 
 
 
PLANEJAMENTO E REQUISITOS DE MATERIAL: 
 
MRP: 
Técnica para determinar a quantidade e o tempo para a aquisição de itens 
de demanda dependente necessários para satisfazer requisitos do programa 
mestre. 
 
CRP (PLANEJAMENTO DE REQUISITOS DE CAPACIDADE): 
Técnica para determinar que pessoal e capacidade de equipamentos são 
necessários para atender aos objetivos de produção incorporados no progrma 
mestre de produção e o plano de requisitos de material. 
 
 
O MRP (Planejamento das Necessidades de Materiais) é um sistema de 
inventário que consiste em tentar minimizar o investimento em inventário. Em suma, 
o conceito de MRP é obter o material certo, no ponto certo, no momento certo. 
Tudo isto através de um planejamento das prioridades e a Programação Mestra de 
Produção. 
 
Este sistema tem funções de planejamento empresarial, previsão de vendas, 
planejamento dos recursos produtivos, planejamento da produção, planejamento 
das necessidades de produção, controle e acompanhamento da fabricação, 
compras e contabilização dos custos, e criação e manutenção da infra-estrutura 
de informação industrial. 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 18 
A criação e manutenção da infra-estrutura de informação industrial passa 
pelo cadastro de materiais, estrutura de informação industrial, estrutura do produto 
(lista de materiais), saldo de estoques, ordens em aberto, rotinas de processo, 
capacidade do centro de trabalho, entre outras. 
 
A grande vantagem da implantação de um sistema de planejamento das 
necessidades de materiais é a de permitir ver, “rapidamente”, o impacto de 
qualquer replanejamento. Assim pode-se tomar medidas corretivas, sobre o 
estoque planejado em excesso, para cancelar ou reprogramar pedidos e manter 
os estoques em níveis razoáveis. 
 
 
Manutenção Preditiva 
 
Nos últimos anos, têm-se discutido amplamente a gerência de manutenção 
preditiva. Tem-se definido uma variedade de técnicas que variam desde o 
monitoramento da vibração até modificações nas peças. A manutenção 
preditiva, tem sido reconhecida como uma técnica eficaz de 
gerenciamento de manutenção. 
Desde que a maioria das fábricas de manufatura e de processo baseiam-se em 
equipamentos 
mecânicos para a maior parte de seus processos, a manutenção preditiva 
baseada em vibração é a 
técnica dominante usada para a maioria dos programas de gerência de 
manutenção. Entretanto, a 
capacidade em monitorar todas as máquinas críticas, equipamentos, e sistemas 
em uma planta 
industrial típica não pode se limitar a uma única técnica.. 
 
MANUTENÇÃO CORRETIVA : 
A lógica da gerência em manutenção corretiva é simples e direta: quando uma 
máquina 
quebra, conserte-a. Este método ( “Se não está quebrada, não conserte” ) de 
manutenção de 
maquinaria fabril tem representado uma grande parte das operações de 
manutenção da planta 
industrial, desde que a primeira fábrica foi construída e, por cima, parece razoável. 
Uma planta 
industrial usando gerência por manutenção corretiva não gasta qualquer dinheiro 
com manutenção, 
até que uma máquina ou sistema falhe em operar. 
A manutenção corretiva é uma técnica de gerência reativa que espera pela 
falha da máquina 
ou equipamento, antes que seja tomada qualquer ação de manutenção. 
Também é o método mais 
caro de gerência de manutenção. 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 19 
A implementação da manutenção preventiva real varia bastante. Alguns 
programas são 
extremamente limitados e consistem de lubrificação e ajustes menores. Os 
programas mais 
abrangentes de manutenção preventiva programam reparos, lubrificação, 
ajustes, e 
recondicionamentos de máquinas para toda a maquinaria crítica na planta 
industrial. O denominador 
comum para todos estes programas de manutenção preventiva é o planejamento 
da manutenção x 
tempo. 
Todos os programas de gerência de manutenção preventiva assumem que as 
máquinas 
degradarão com um quadro de tempo típico de sua classificação em particular. 
Por exemplo, uma 
bomba centrífuga , horizontal, de estágio simples normalmente rodará 18 meses 
antes que tenha que 
ser revisada. Usando técnicas de gerência preventiva, a bomba seria removida de 
serviço e revisada 
após 17 meses de operação. 
 
 
 
 
 
Normalmente, a previsão dos estoques é fundamentada de acordo com a 
área de vendas, mas em muitos casos de logística, emespecífico a Administração 
de Estoques, precisa prover os fornecedores de informações quanto a 
necessidades de materiais para atender a demanda mesmo não tendo dados da 
área de vendas/ marketing. 
 
A previsão das quantidades futuras é uma tarefa importantíssima no 
planejamento empresarial e esta deverá levar em consideração os fatores que 
mais afetam o ambiente e que possam interferir no comportamento dos clientes. 
 
Segundo DIAS, 1996 devemos considerar duas categorias de informações as 
quais são: 
 
 
1) Informações quantitativas: 
• Eventos 
• Influencia da propaganda. 
• Evolução das vendas no tempo. 
• Variações decorrentes de modismos. 
• Variações decorrentes de situações econômicas. 
• Crescimento populacional. 
 
PREVISÃO DE ESTOQUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Materiais 
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2) Informações qualitativas: 
• Opinião de gerentes. 
• Opinião de vendedores. 
• Opinião de compradores. 
• Pesquisa de mercado. 
 
É bom reforçar, que por si só não são suficientes as informações quantitativas 
e qualitativas, é necessário também, a utilização de modelos matemáticos. 
 
Quanto a Evolução de Consumo Constante (ECC), é quando o volume de 
consumo permanece constante, sem alterações significativas. Como exemplo, 
estão as empresas que mantêm suas vendas estáveis, seja lá qual for seu produto, 
mercado ou concorrentes. 
 
Quanto a Evolução de Consumo Sazonal (ECS), o volume de consumo passa 
por oscilações regulares no decorrer de certos período ou do ano, sendo 
influenciado por fatores culturais e ambientais, com desvios de demanda 
superiores/inferiores a 30% de valores médios é o caso de: sorvetes, enfeites de 
natal, ovos de páscoa etc. 
 
Em relação a Evolução de Consumo e Tendências (ECT), o volume de 
consumo aumenta ou diminui drasticamente no decorrer de um período ou do 
ano, sendo influenciado por fatores culturais, ambientais, conjunturais e 
econômicos, acarretando desvios de demanda positiva ou negativa. 
Exemplos: negativos serão os produtos que ficaram ultrapassados no 
mercado(maquina de escrever) ou que estão sofrendo grande concorrência ou 
ainda, por motivos financeiros (a empresa perde seu crédito e passa a reduzir sua 
produção). Em relação aos desvios positivos, temos as industrias de computadores 
com uma crescimento ascendente no mercado 
 
Na prática podemos visualizar combinações dos diversos modelos de 
evolução de demanda, em decorrência das variáveis que influenciam as 
empresas, mas num percentual maior pela qualidade da administração 
empresarial realizada. 
 
Se conhecermos bem a evolução de demanda, ficará mais fácil elaborarmos 
a previsão futura de demanda, podemos classificar a demanda em : 
 
ltens de demanda independente: são aqueles cuja demanda não depende 
da demanda de nenhum outro item. Típico exemplo de um item de demanda 
independente é um produto final. Um produto final tem sua demanda 
dependente do mercado consumidor e não da demanda de qualquer outro item. 
 
Itens de demanda dependente: são aqueles cuja demanda depende da 
demanda de algum outro item. A demanda de um componente de um produto 
final, por exemplo, é dependente da demanda do produto final. Para a produção 
de cada unidade de produto final, uma quantidade bem definida e conhecida 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 21 
do componente será sempre necessária. Os itens componentes de uma 
montagem são chamados de itens “filhos” do item “pai”, que representa a 
montagem. 
Quantos copos de liquidificador se deve comprar? Depende da quantidade 
de motorzinho fabricado. 
A diferença entre os dois itens (demanda independente e demanda 
dependente) é que a demanda do primeiro tem de ser prevista com base nas 
características do mercado consumidor e a demanda do segundo por 
dependente de outro item, é calculada com base na demanda deste. 
 
A Previsão de Estoques é o ponto de partida, a base da administração de 
materiais. Qualquer tipo de consumo deve ser previsto e se possível calculado, e 
para tanto poderemos usar diversos modelos disponíveis no mercado como: 
 
• Método do Último Período (MUP) 
 
É o mais simples, sem fundamento matemático, utiliza como previsão para o 
próximo período o valor real do período anterior. 
 
Exemplo: A VIPAS, teve neste ano o volume de vendas de vidros : 
 
Janeiro 5000 
Fevereir
o 
4400 
Março 5300 
Abril 5600 
Maio 5700 
Junho 5800 
Julho 6000 
 
De acordo com o método MUP calcular a previsão de demanda para 
agosto. Para agosto(MUP)= o último período foi julho, 6.000 unidades portanto, a 
previsão para agosto será de 6.000 unidades. Verificamos a precariedade deste 
método e infelizmente é muito utilizado nas empresas devido as vezes pela própria 
falta de maiores conhecimentos por parte dos responsáveis pelas previsões na 
empresa. 
 
• Método da Média Móvel (média aritmética) (MMM) 
A previsão do próximo período é obtida por meio de cálculo da media 
aritmética do consumo dos períodos anteriores. Como resultado desse modelo 
teremos valores menores que os ocorridos caso o consumo tenha tendências 
crescente, e maiores se o consumo tiver tendências decrescentes, nos últimos 
períodos. 
 
Verificamos também, que trata de um modelo muito utilizado por empresas 
sem muito conhecimento sobre o assunto em questão, não traz tal modelo 
confiabilidade de previsão pelos motivos informados anteriormente. 
Gestão de Materiais 
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Exemplo: Usando os mesmos valores do exemplo anterior temos: 
 
 
 
 
 
P = Previsão para o próximo período 
C1,C2,C3,Cn = Consumo nos períodos anteriores 
n = número de períodos 
 
Exemplo: De acordo com o exemplo anterior. 
 
Janeiro 5000 
Fevereir
o 
4400 
Março 5300 
Abril 5600 
Maio 5700 
Junho 5800 
Julho 6000 
SOMA 37800 
 
De acordo com o método MMM calcular a previsão de demanda para 
agosto é a soma total dividido por 7, dando um resultado de 5400. Este método é 
precário porque não leva em consideração a demanda crescente. 
 
• Método da Média Móvel Ponderada (MMP) 
A previsão é dada através de ponderação dada a cada período, de acordo 
com a sensibilidade do administrador, obedecendo algumas regras: 
 
1ª O período mais próximo recebe peso de maior ponderação entre 40% a 
60%, e para os outros haverá uma redução gradativa para os mais distantes. 
2ª O período mais antigo recebe peso de menor ponderação e deve ser igual 
a 5%. 
3ª A soma das ponderações deve ser sempre 100% (40 a 60 % para o mais 
recente e para o ultimo, 5%). 
 
Este modelo elimina em parte algumas precariedades dos modelos anteriores, 
mas mesmo assim verifica alguns problemas como a alocação dos percentuais 
será sempre função da sensibilidade do responsável pela previsão portanto, se 
não for bem analisado as variáveis, poderá ocasionar erros de previsão. 
 
Exemplo: Usando os mesmos parâmetros dos consumos nos exemplos 
anteriores teremos: 
 
Janeiro 5000 
 P (MMM)= (C1+C2+C3+...............+ Cn) 
 n 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 23 
Fevereir
o 
4400 
Março 5300 
Abril 5600 
Maio 5700 
Junho 5800 
Julho 6000 
 
 
 
 
 
 
 
Onde P(MMP)= Previsão próximo período através do método da média 
ponderada. 
C1,C2,C3,Cn= Consumo nos períodos anteriores 
P1,P2,P3,Pn = Ponderação dada a cada período 
 
Para exemplo em questão daremos as ponderações para cada período, 
conforme o enunciado (regra mencionada). 
 
Janeiro 5% 
Fevereir
o 
5% 
Março 7% 
Abril 8% 
Maio 15% 
Junho 20% 
Julho 40% 
 
Obs.: Reforçando o enunciado anterior, as ponderações são fundamentadas 
de acordo com influência do mercado. A soma deverá ser 100% sendo o maior 
valor para o ultimo período (o anterior ao que será calculado), para o período 
mais recente (40% a 60%) e para o último (5%). 
 
Substituindona formula: 
 
P(MMP)=(C1xP1)+(C2xP2)+(C3xP3)+(C4xP4)+(C5+P5)+ (C6xP6)+(C7+P7) 
 
Pagosto(MMP)=(6.000x0,4)+(5.800x0,2)+(5.700x0,15)+(5.600x0,08)+(5.300x0,07)+
(4.400x0,05)+(5.000x05) 
 
Pagosto(MMP)=(2.400)+(1160)+(855)+(448)+(371)+(220)+ (250) 
 
Pagosto(MMP)=5.704 (Previsão para Agosto) 
 P(MMP)= (C1 x P1) + (C2xP2) + (C3xP3)+ ........+(CnxPn) 
 
 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 24 
 
 
• Método da Média com Suavização Exponencial (MMSE) ou 
Método da Média Exponencialmente Ponderada (MMEP) 
 
Neste método, a previsão é obtida de acordo com o consumo do último 
período, e teremos que utilizar também a previsão do último período. Ele procura 
fazer a eliminação das situações exageradas que ocorreram em período 
anteriores. É simples de usar e necessita de poucos dados acumulados sendo auto-
adaptável, corrigindo-se constantemente de acordo com as mudanças dos 
volumes das vendas. A ponderação utilizada é denominada constante de 
suavização exponencial que tem o símbolo (@) e pode variar de 1>@>0. 
Na prática @ tem uma variação de 0,1 a 0,3 dependendo dos fatores que 
afetam a demanda. 
 
Para melhor entendimento teremos: 
 
 
 
 
Onde: P(MMSE)= Previsão próximo período através do método da média com 
suavização exponencial 
Ra = Consumo real no período anterior 
Pa = Previsão do período anterior 
@ = Constante de suavização exponencial ( desvio – padrão) 
 
Exemplo: Usando os mesmos valores dos exemplos anteriores e sabendo-se 
que a previsão de julho foi de 6.200 e o Consumo real foi de 6000(calculada 
anteriormente no final de junho), calcule a previsão para agosto com uma 
constante de suavização exponencial de 15%. 
 
P (MMSE)= [(Ra x@) + (1 - @) x Pa] 
P (MMSE)= [(6.000x0,15)+(1-0,15)x 6.200] 
P(MMSE)=[900+(0,85x6.200)] 
P(MMSE)=900+5.270) 
P(MMSE)=6.170 Unidades 
A previsão para agosto será 6.170 Unidades 
 
Este método permite que obtenhamos um padrão de condução das 
previsões com valores próximos da realidade. Assim as vendas reais e as previsões 
seguem uma tendência que facilita as projeções do administrador. Este modelo é 
eficaz quando apenas trabalhamos com ele. 
 
Custo de armazenagem 
 
São diretamente proporcionais ao estoque médio e ao tempo de 
permanência em estoques. A medida que aumenta a quantidade de material em 
P(MMSE)= [(Ra x @) + (1 - @) x P a] 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 25 
estoque, aumenta os custos de armazenagem que podem ser agrupados em 
diversas modalidades: 
 
- Custos de capital: juros,depreciação ( o capital investido em estoque deixa 
de render juros) 
 
- Custos com pessoal: salários encargos sociais ( mais pessoas para cuidar do 
estoque) 
 
- Custos com edificações: aluguel, imposto, luz (maior área para guardar e 
conservar os estoques) 
- Custos de manutenção: deterioração, obsolescência, equipamento 
(maiores as chances de perdas e inutilização, bem como mais custos de mão-de-
obra e equipamentos). Este custo gira aproximadamente em 25% do valor médio 
de seus produtos. 
 
Também estão envolvidos os custos fixos (que independem da quantidade), 
como por exemplo o aluguel de um galpão. 
 
Custo de pedido 
 
São inversamente proporcionais aos estoques médios. Quanto mais vezes se 
comprar ou se preparar a fabricação, menores serão os estoques médios e 
maiores serão os custos decorrentes do processo tanto de compras como de 
preparação, ou seja, maior estoque requer menor quantidade de pedidos,com 
lotes de compras maiores, o que implica menor custo de aquisição e menores 
problemas de falta ou atraso e , consequentemente, menores custos . O total das 
despesas que compõem os custos de pedidos incluem os custos fixos(os salários 
do pessoal envolvidos na emissão dos pedidos- que independem da quantidade) 
e variáveis (referentes ao processo de emissão e confecção dos produtos). 
 
Custo por falta de estoque 
 
No caso de não cumprir o prazo de entrega de um pedido colocado, poderá 
ocorrer ao infrator o pagamento de uma multa ou até o cancelamento do 
pedido, prejudicando assim a imagem da empresa perante ao cliente. Este 
problema acarretará um custo elevado e de difícil medição relacionado com a 
imagem, custos, confiabilidade, concorrência etc. 
 
EFEITO CHICOTE 
O efeito chicote é definido como sendo a distorção da percepção da procura ao 
longo da cadeia de abastecimento na qual os pedidos para o fornecedor têm 
variância diferente da variância das vendas para o comprador. O efeito chicote 
(também conhecidos colectivamente como o “efeito bullwhip” ou “efeito 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 26 
whiplash”) é comum em sistemas de abastecimento (Lee et al., 1997, p. 546) e 
foram observados por Forrester (1961, p. 21-42), ao criar o conceito 
de dinâmica de sistemas e conceituado por Lee et al. (1997, p. 546-558). 
O efeito chicote é um fenómeno que produz impacto negativo sobre a 
regularidade e a estabilidade dos pedidos recebidos numa cadeia de 
abastecimento, em particular, observa-se este fenómeno quando a variação da 
procura aumenta à medida que se avança ao longo da cadeia (Chen et al., 
2000, p. 436). 
O efeito chicote foi também conhecido como logística executiva daProcter & 
Gamble devido ao facto de uma pequena variação nos pedidos, ao nível 
dos consumidores, provocar uma amplificação da variação ao longo da cadeia 
actuando junto dos seus intervenientes, como sejam os grossistas e os fabricantes 
(Paik et al., 2007, p. 308). 
 
 
 
 
 
 
É a quantidade que se adquire , onde os custos totais são os menores 
possíveis. 
 
RESTRIÇÕES AO LOTE ECONÔMICO 
 
1. Espaço de Armazenagem - uma empresa que passa a adotar o 
método em seus estoques, pode deparar- se com o problema de falta de 
espaço, pois, às vezes, os lotes de compra recomendados pelo sistema não 
coincidem com a capacidade de armazenagem do almoxarifado; 
 
2. Variações do Preço de Material - Em economias inflacionarias, 
calcular e adquirir a quantidade ideal ou econômica de compra, com 
base nos preços atuais para suprir o dia de amanhã, implicaria, de certa 
forma, refazer os cálculos tantas vezes quantas fossem as alterações de 
preços sofridas pelo material ao longo do período, o que não se verifica , 
com constância, nos países de economia relativamente estável, onde o 
preço permanece estacionário por períodos mais longos; 
 
3. Dificuldade de Aplicação - Esta dificuldade decorre, em grande 
parte, da falta de registros ou da dificuldade de levantamento dos dados 
de custos. Entretanto, com referência a este aspecto, erros, por maiores que 
sejam, na apuração destes custos não afetam de forma significativa o 
resultado ou a solução final. São poucos sensíveis à alterações razoáveis nos 
LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS - LEC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 27 
fatores de custo considerados. Estes são, portanto, sempre de precisão 
relativa; 
 
4. Natureza do Material - Pode vir a se constituir em fator de 
dificuldade. O material poderá tornar-se obsoleto ou deteriorar-se; 
 
5. Natureza de Consumo - A aplicação do lote econômico de 
compra, pressupõe, em regra, um tipo, de demanda regular e constante, 
com distribuição uniforme. Como isto nem sempre ocorre com relação à 
boa parte dos itens, é possível que não consigamos resultados satisfatórios 
ou esperados com os materiais cujo consumo seja de ordem aleatória e 
descontínua. Podemos, nestas circunstâncias, obter uma quantidade 
pequena que inviabilize a sua utilização. 
 
 
 
 
 
Existem diversos tipos de estoques que são estocados em diversos 
almoxarifados os quais mencionamos as principais categorias : 
 
1) Almoxarifados de matérias-primas: 
 
- Materiais diretos: são aqueles que entram diretamente na elaboração e 
transformação dos produtos, ou seja, todos os materiais que se agregam ao 
produto, fazendo parte integrantede seu estado. Podem também ser itens 
comprados prontos ou já processados por outra unidade ou empresa. 
 
- Materiais indiretos (auxiliares): são aqueles que ajudam na elaboração, 
execução e transformação do produto, porém diferenciam dos anteriores pois 
não se agregam a ele, mas são imprescindíveis no processo de fabricação. 
 
2) Almoxarifados de produtos em processos (intermediários): são os itens que 
entraram no processo produtivo, mas ainda não são produtos acabados 
 
3) Almoxarifado de produtos acabados: é o local dos produtos prontos e 
embalados os quais serão distribuídos aos clientes. O seu planejamento e 
controle é de suma importância tendo em vista que o não giro do mesmo 
irá onerar o custo do produto, além de forte injeção a obsolescência. 
 
4) Almoxarifado de manutenção: é o local onde estão as peças de reposição, 
apoio e manutenção dos equipamentos e edifícios ou ainda os materiais de 
escritório “papel e caneta” usados na empresa. 
 
Obs: Os estoques de produtos acabados matérias-primas e material em processo 
não podem ser vistos como independentes. Quaisquer que forem as decisões 
TIPOS DE ESTOQUES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 28 
sobre um dos tipos de estoque, elas terão influência sobre os outros tipos de 
estoques. Esta regra às vezes é esquecida nas estruturas de organização mais 
tradicionais e conservadoras. 
 
 
 
 
 
Sem o estoque de certas quantidades de materiais que atendam 
regularmente às necessidades dos vários setores da organização, não se pode 
garantir um bom funcionamento e um padrão de atendimento desejável. 
 
Estes materiais, necessários à manutenção, aos serviços administrativos e à 
produção de bens e serviços, formam grupos ou classes que comumente 
constituem a classificação de materiais. Estes grupos recebem denominação de 
acordo com o serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à 
natureza dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, etc.), ou do 
tipo de demanda, estocagem, etc. 
 
Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma, dimensão, 
peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confusão, ou seja, um produto 
não poderá ser classificado de modo que seja confundido com outro, mesmo 
sendo semelhante. A classificação, ainda, deve ser feita de maneira que cada 
gênero de material ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos químicos 
poderão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre si. 
Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo segundo critérios 
adotados, agrupando-o de acordo com a semelhança, sem, contudo, causar 
confusão ou dispersão no espaço e alteração na qualidade. 
 
 
 
 
O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalogação, 
simplificação, especificação, normalização, padronização e codificação de todos 
os materiais componentes do estoque da empresa. 
 
 
 
 
 
 
O sistema de classificação é primordial para qualquer Departamento de 
Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle eficiente dos estoques, 
armazenagem adequada e funcionamento correto do almoxarifado. 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBJETIVO DA CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTÂNCIA DA CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CRITERIOS DE CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Materiais 
Prof. Giovanna Carranza 29 
 
 
 
Entre outros, costuma-se dividir os materiais segundo os seguintes critérios: 
 
1 - Quanto À Sua Estocagem 
a) Materiais estocáveis 
São materiais que devem existir em estoque e para os quais serão 
determinados critérios de ressuprimento, de acordo com a previsão de consumo. 
 
b) Materiais não-estocáveis 
São materiais não destinados à estocagem e que não são críticos para a 
operação da organização; Por isso, seu ressuprimento não é feito 
automaticamente. Sua aquisição se dá mediante solicitação dos setores usuários, 
e sua utilização geralmente é imediata. 
 
c) Materiais de estocagem permanente 
São materiais mantidos em nível normal de estoque, para garantir o 
abastecimento ininterrupto de qualquer atividade. Aconselha-se o sistema de 
renovação automática. 
 
d) Materiais de estocagem temporária 
Não são considerados materiais de estoque e por isso são guardados apenas 
durante determinado tempo, até sua utilização. 
 
2 - Quanto À Sua Aplicação 
a) Materiais de consumo geral 
São materiais que a empresa utiliza em seus diversos setores, para fins diretos 
ou indiretos de produção. 
 
b) Materiais de manutenção 
São os materiais utilizados pelo setor específico de manutenção da 
organização. 
 
3 - Quanto À Sua Perecibilidade 
É o critério de classificação pelo perecimento (obsolescência) significa evitar 
o desaparecimento das propriedades físico-químicas do material. Muitas vezes, o 
fator tempo influencia na classificação, assim, a empresa adquire determinado 
material para ser utilizado em data oportuna, e, se porventura não houver 
consumo, sua utilização poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a 
estocagem por longos períodos. 
 
Existem recomendações quanto a preservação dos materiais e sua 
adequada embalagem para proteção à umidade, oxidação, poeira, choques 
mecânicos, pressão etc. 
 
4 - Quanto À Sua Periculosidade 
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A adoção dessa classificação visa a identificação de materiais, como, por 
exemplo, produtos químicos e gases, que, por suas características físico-químicas, 
possuam incompatibilidade com outros, oferecendo riscos à segurança. 
A adoção dessa classificação é de muita utilidade quando do manuseio, 
transporte e armazenagem de materiais. 
 
Catalogação de Materiais 
Para um melhor controle do material em estoque, e também para um 
atendimento mais rápido ao consumidor, cada item em estoque deve possuir um 
código próprio. Esse código pode se referir, por exemplo, ao número da prateleira, 
estante, armário ou depósito onde o material esteja armazenado. 
Normalização e Padronização de Material 
• Normalização: a normalização trata da forma pela qual os materiais 
devem ser utilizados em suas diversas finalidades, tornando-os "normais" à sua 
aplicação, ou seja, é o seu uso adequado. 
• Padronização: objetiva facilitar a identificação do material, bem como a 
sua aplicação (vários comprimentos de pilha). 
 
 
Outras Classificações de Material 
Classificar um material é agrupá-lo segundo sua forma, dimensão, peso, 
utilidade, tipo etc. A classificação não deve gerar confusão, ou seja, um produto 
não pode ser classificado de forma a ser confundido com outro, mesmo havendo 
semelhança entre eles. 
Classificar é ordenar os produtos, segundo critérios previamente adotados, 
agrupando-os de acordo com asemelhança, sem causar dispersão no espaço ou 
alteração na qualidade. 
Os materiais podem ser agrupados de várias formas, conforme a necessidade 
de cada empresa, tais como: estado de conservação, utilização, natureza, 
marca, características etc. Cada classificação deve atender aos objetivos 
desejados, para que seja possível realizar uma grande variação de classificações. 
A atividade de classificação é muito importante no momento do cadastro do 
material em um sistema de controle do estoque, em que os materiais devem ser 
classificados em grupos e subgrupos, criados conforme as necessidades de 
classificação e de agrupamento dos materiais de cada empresa. 
Existem diversas formas para realizar classificações de materiais. Dentre as 
mais clássicas, estão: 
• Quanto à Industrialização: 
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- Matérias Primas: materiais destinados à transformação em outros produtos, 
com consumo diretamente proporcional ao volume de produção; 
- Produtos em Processo: materiais que estão em diferentes etapas da 
produção. Representam a transição de matéria-primapara produto acabado; 
Produtos semiacabados: materiais procedentes da produção que, para serem 
considerados acabados, necessitam ainda de algum detalhe de acabamento 
(retoque, pintura, inspeção etc.); 
- Produtos Acabados: materiais que já estão prontos; seus processamentos 
foram completados, podendo ser estocados, utilizados ou vendidos. 
 Quanto ao Aspecto Contábil: 
Materiais Imobilizados: itens pertencentes ao património (ativo imobilizado), os 
quais são armazenados ou utilizados, tendo aplicação já definida. Seu 
gerenciamento e controle são feitos de forma distinta dos demais materiais; 
Material em Estoque: referentes aos materiais estocados pela empresa; são 
destinados à produção ou revenda, compõem o ativo circulante. Podem ser 
classificados em três tipos: 
a) Matéria-prima; 
b) Material para revenda; 
c) Material de consumo. Os materiais de consumo estocados figuram, 
contabilmente, como despesa. 
Quanto à Demanda: 
- Materiais de Demanda Permanente: sempre são movimentados no estoque, 
nunca devem faltar; 
- Materiais de Demanda Eventual: são aqueles que possuem movimentação 
em determinados períodos, normalmente para atender à demanda de 
determinada época. Sua compra deve ser cuidadosamente planejada para que 
não ocorram sobras nem faltas, que certamente acarretarão em redução da 
margem de lucro. São comuns na comercialização de produtos de demanda 
eventual, acordos de consignação entre as empresas revendedoras e 
fornecedoras. 
Quanto à Movimentação: 
- Materiais Ativos: são itens estocados que possuem sua movimentação ativa; 
- Materiais Inativos: são itens estocados sem movimentação. Estes devem ser 
identificados e sua permanência em estoque analisada, caso não seja 
compensadora, devemos retirá-los doestoque, pois somente representam capital 
de giro parado e em desvalorização; 
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- Materiais Descontinuados: são itens que a empresa não mais movimenta. 
Como não é possível excluí-los do sistema de controle de estoque, por possuírem 
movimentações registradas, os mesmos são classificados como descontinuados. 
Codificação de Materiais 
Codificar um material significa representar todas as informações necessárias, 
suficientes e desejadas por meio de números ou letras, com base na classificação 
obtida do material. 
A tecnologia de computadores está revolucionando a identificação de 
materiais e acelerando o seu manuseio. 
A chave para a rápida identificação do produto, das quantidades e do 
fornecedor é o código de barras lineares ou código de distribuição. Esse código 
pode ser lido com leitores óticos (scanners). Os fabricantes codificam esse símbolo 
em seus produtos e o computador, no depósito, decodifica a marca, 
convertendo-a em informação utilizável para a operação dos sistemas de 
movimentação interna, principalmente os automatizados. 
Classificação ABC 
A curva ABC é um importante instrumento para o administrador. Ela permite 
identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados quanto à 
sua administração. Obtém-se a curva ABC com a ordenação dos itens conforme a 
sua importância relativa. 
Uma vez obtida a sequência dos itens e sua classificação ABC, disso resulta, 
imediatamente, a aplicação preferencial das técnicas de gestão administrativas, 
conforme a importância dos itens. A curva ABC é utilizada para a administração 
de estoques, para definição de políticas de vendas, estabelecimento de 
prioridades para a programação da produção e uma série de outros problemas 
usuais na empresa. Após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, 
as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras: 
• Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser trabalhados com 
uma atenção especial pela administração. 
• Classe B: grupo intermediário. 
• Classe C: grupo de itens menos importantes em termos de movimentação, 
no entanto, requerem atenção pelo fato de gerarem custo para manter estoque. 
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A Classe A corresponde aos itens que, nesse caso, dão a sustentação de 
vendas. Podemos perceber que apenas 20% dos itens correspondem a 80% do 
faturamento (alta rotatividade). 
A Classe B responde por 30% dos itens em estoque e 15% do faturamento 
(rotatividade média). 
A Classe C compreende sozinha a 50% dos itens em estoque, respondendo 
por apenas 5% do faturamento. 
Passos para montar a Classe ABC: 
• relacionar os itens analisados no período que estiver sendo analisado; 
• definir o valor total do consumo; 
• arrumar os itens em ordem decrescente de valor; 
• somar o total do faturamento; 
• definir os itens da Classe A = 80% do faturamento; 
• Faturamento Classe A = Faturamento Total x 80; 
• definir os itens da Classe B = 15% do faturamento; 
• definir os itens da Classe C = 5% do faturamento; 
• após conhecidos esses valores, identificar os itens de cada classe. 
Armazenagem de Materiais 
O espaço e o layout de urna área de armazenamento deve ser estruturado 
de forma que seja possível utilizar ao máximo a sua área total. Os espaços devem 
ser aproveitados inteiramente, mediante o uso de prateleiras, estruturas porta-
paletes, empilhamento de materiais ou a combinação destas formas de 
armazenamento. 
Na implantação do layout de um almoxarifado/depósito deve-se prever e 
programar o seguinte: 
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• a disponibilidade dos equipamentos adequados para facilitar a carga e 
descarga dos materiais (empilhadeiras, guindastes, carregadores, paletes, docas, 
escadas móveis etc.); 
• a técnica de armazenagem a ser utilizada; 
• a quantidade e os tipos de materiais a armazenar; 
• os espaços das portas devem ser suficientemente largos e altos; 
• altura da plataforma de desembarque de forma a facilitar a carga e 
descarga, em conformidade com a altura dos caminhões; 
• resistência do piso suficiente para a movimentação de equipamentos e o 
empilhamento de materiais; 
• a altura máxima permitida para as pilhas; 
• fluxo de trânsito dos materiais em veículos transportadores; 
• dimensionamento e instalação de equipamentos para combate a 
incêndios, conforme normas da ABNT e do Corpo de Bombeiros; 
• medidas de segurança para evitar acidentes de trabalho; 
altura adequada que permita ventilação do ambiente. 
Normas de estocagem 
Cada material tem suas características próprias e, consequentemente, 
normas apropriadas. Alguns necessitam de ambientes especiais para sua 
conservação (carnes. exolosivos. nrodutos auímicos. gazes etc), outros podem ser 
acondicionados sem a necessidade de cuidados especiais, no entanto, é de 
fundamental importância que sejam respeitadas as características individuais de 
cada um dos materiais. 
A princípio deve-se armazenar obedecendo a classificação dos grupos de 
materiais, depois deve-se observar as normas de armazenamento inerentes a 
cada produto. 
Movimentação de Materiais 
Todas as movimentações de materiais devem ser efe-tuadas por meio das 
notas fiscais ou documentos internos para movimentação de materiais. 
Existem três tipos de movimentações: Entrada, Saída e Transferência. 
• Entrada: é a movimentação de materiais que entram no estoque da 
empresa. Estas entradas são registradas por meio do cadastro das notas fiscais 
emitidas pelos fornecedores; 
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• Saídas: é a baixa do estoque registrada por meio da emissão de notas 
fiscais de vendas ou, em se tratando de movimentações internas, via requisições 
de materiais. 
• Transferências: são movimentações de materiais efetuadas entre 
almoxarifados ou filiais da mesma empresa. Esta operação gera débito e crédito 
entre as unidades da empresa, mas não afeta o resultado final do saldo do 
estoque geral. O registro desta operação é efetuado via emissão de notasfiscais 
de transferência ou por documento interno de requisição de materiais. 
Os documentos que comprovam as movimentações dos materiais dão 
origem a lançamentos no cadastro de movimento do sistema de controle do 
estoque, que deve possuir opções específicas para digitação de cada uma das 
modalidades de movimentação de materiais. Por outro lado, estes documentos 
fornecem elementos de controle aos órgãos de custo e/ou à contabilidade da 
empresa. 
Recebimento e localização de Materiais 
O recebimento verifica o cumprimento do acordo firmado entre a área de 
compras e o fornecedor. Por esse motivo, é uma rotina de grande importância 
para a gestão dos estoques. Para isso, é necessário que seja obedecida a rotina 
de recebimento de materiais estabelecida pela empresa. 
O recebimento inclui todas as atividades envolvidas no fato de aceitar 
materiais para serem estocados. O processamento imediato é o principal objetivo 
dessa função, que geralmente envolve: 
• controle e programação das entregas; 
• obtenção e processamento de todas as informações para o controle de 
estocagem especial, localização do estoque existente, considerações contábeis 
(PEPS - Primeira que Entra e Primeira que Sai ou UEPS - Último a Entrar Primeiro a 
Sair); 
• análise dos documentos envolvidos; 
• programacão e controle: 
• sinalização para a descarga; 
• descarga. 
No recebimento dos materiais solicitados, alguns principais aspectos deverão 
ser considerados, como: 
• Especificação técnica: conferência das especificações pedidas com as 
recebidas. 
• Qualidade dos materiais: conferencia física do material recebido. 
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• Quantidade: executar contagem física dos materiais, ou utilizar técnicas 
de amostragem quando for inviável a contagem um a um. 
• Preço. 
• Prazo de entrega: conferência se o prazo está dentro do estabelecido no 
pedido. 
Na definição da localização adequada para o armazenamento devemos 
considerar: 
• volume das mercadorias/espaço disponível; 
• resistência/tipo das mercadorias (itens de fino acabamento); 
• número de itens; 
• temperatura, umidade, incidência de sol, chuva etc.; 
• manutenção das embalagens originais/tipos de embalagens; 
• velocidade necessária no atendimento; 
• o sistema de estocagem escolhido deve seguir algumas técnicas 
imprescindíveis na administração de materiais. As principais técnicas de 
estocagem são: 
- carga unitária: dá-se o nome de carga unitária à carga constituída de 
embalagens de transporte que arranjam ou acondicionam uma certa quantidade 
de material para possibilitar o seu manuseio, transporte e armazenamento como 
se fosse uma unidade. A formação de carga unitária se dá através de palieis 
(pallet é um estrado de madeira padronizado, de diversas dimensões. 
- caixas ou gavetas: é a técnica de estocagem ideal para materiais de 
pequenas dimensões, como parafusos, arruelas e alguns materiais de escritório, 
materiais em processamento, semiacabados ou acabados. Os tamanhos e 
materiais utilizados na sua construção serão os mais variados em função das 
necessidades específicas de cada atividade; 
- prateleiras: é uma técnica de estocagem destinada a materiais de 
tamanhos diversos e para o apoio de gavetas ou caixas padronizadas. Assim 
como as caixas, poderão ser construídas de diversos materiais conforme a 
conveniência da atividade. As prateleiras constituem o meio de estocagem mais 
simples e económico; 
- empilhamento: trata-se de uma variante da estocagem de caixas para 
aproveitamento do espaço vertical. As caixas ou pallets são empilhados uns sobre 
os outros, obedecendo a uma distribuição equitativa de cargas. 
Embalagens de Proteção 
Gestão de Materiais 
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As embalagens em um produto possuem um impacto relevante sobre o custo 
e a produtividade dos sistemas logísticos. A compra de materiais de embalagem, 
a execução de operações automatizadas ou manuais de embalagem e a 
necessidade subsequente de descartar a própria embalagem representam os 
custos mais evidentes. O que não é imediatamente notado, contudo, é que os 
custos de compra e de eliminação das embalagens são absorvidos pelas 
empresas nas pontas extremas do canal de distribuição e que os ganhos de 
produtividade gerados pela embalagem são diluídos por todo o sistema logístico. 
Assim, o impacto da embalagem passa facilmente despercebido ou é, no mínimo, 
subestimado. 
As embalagens são geralmente classificadas em dois tipos: embalagem para 
o consumidor, com ênfase em marketing, e embalagem industrial, com ênfase na 
logística. 
• Embalagem para o consumidor (ênfase em marketing) - o projeto final da 
embalagem é frequentemente baseado nas necessidades de fabricação e de 
marketing, negligenciando as necessidades de logística. O projeto da embalagem 
de consumo dever ser voltado para a conveniência do consumidor, ter apelo de 
mercado, boa acomodação nas prateleiras dos varejistas e dar proteção ao 
produto. Geralmente, embalagens ideais de consumo (por exemplo, grandes em-
balagens e tamanhos inusitados, que aumentam a visibilidade para o consumidor) 
são muito problemáticas do ponto de vista logístico. Um projeto adequado de 
embalagem deve considerar todas as necessidades logísticas ligadas a ela. Para 
isso, deve ser feito um estudo de como a embalagem é influenciada por todos os 
componentes do sistema logístico. 
• Embalagem industrial (ênfase em logística) -produtos e peças são 
embalados geralmente em caixas de papelão, sacos, pequenas caixas ou mesmo 
barris, para maior eficiência no manuseio. Essas embalagens são usadas para 
agrupar produtos e são chamadas embalagens secundárias. Naturalmente, 
considerações logísticas não podem dominar inteiramente o projeto das 
embalagens. 
A utilidade de uma embalagem está ligada à forma como ela afeta tanto a 
produtividade quanto a eficiência logística. Todas as operações logísticas são 
afeta-das pela utilidade da embalagem - desde o carregamento do caminhão e 
a produtividade na separação de pedidos até a utilização do espaço cúbico no 
armazenamento e no transporte. 
O inventário dos estoques é um procedimento de controle que deve ser 
executado com periodicidade semestral, trimestral, mensal e até mesmo semanal 
ou diária, conforme cada empresa e a confiabilidade atri-buída aos controles, ou 
pelo menos uma vez ao ano, quando é obrigatório. 
Este procedimento consiste na contagem dos materiais de um determinado 
grupo ou de todos os materiais em estoque, avaliando e identificando possíveis 
erros nas movimentações. Antes ou após as operações de inventário também 
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devem ser realizadas arrumação e limpeza da área de armazenamento e 
manutenção dos itens estocados. 
Seus objetivos básicos são: 
• realizar auditoria sobre serviços desenvolvidos pela Área de Estoques; 
• levantamento real da situação dos estoques, para compor o balancete 
da empresa; 
• identificar e eliminar itens sem movimentação; 
• identificar e eliminar materiais com defeito e/ou danificados; 
• sugerir opções de melhoria dos métodos de controle dos estoques; 
• identificar e corrigir erros nas movimentações dos materiais. 
Inventário Físico 
O inventário físico consiste na contagem física dos itens de estoque. Caso 
haja diferenças entre o inventário físico e os registros do controle de estoques, 
devem ser feitos os ajustes conforme recomendações contábeis e tributárias. O 
inventário físico é a contagem de todos os estoques da empresa, para verificação 
se as quantidades correspondem aos controles do estoque. Essa contagem 
também deve ser efetuada em componentes, aguardando definição da 
qualidade para serem rejeitados. O benefício dos inventários é a verificação de 
eventuais desvios no controle - estoques de peças rejeitadas, cujos controles não

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