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@anaodontoufpb Microbiologia Oral Micologia Fungos, eucariotos classificados no grupo fungi. Desprovidos de motilidade, com parede celular (de açúcar N- acetilglicosamina, quitina, e maior parte da composição de glucano >50%) e reprodução sexuada ou assexuada. Tem esporos. Sua parede se cora na cor violeta, por serem similares aos gram-positivos. Presente em ambientes com baixa atividade de água, afinidade com alimentos secos (trigo, milho). • Decompositores de matéria orgânica, por digestão enzimática, cresce pela absorção de nutrientes de compostos difíceis (por exemplo, queratina). • Quimio-heterotrófico, deriva sua energia de produtos químicos e precisa consumir outros organismos. • Aeróbios, porém importante fermentadores (alcóolicos). • Unicelular e/ou multicelular (leveduras e filamentos, respectivamente). Produtores de micotoxinas, pode causar dano celular crônico acumulativo. • Dependendo da situação podem se reproduzir sexuada ou assexuadamente, por brotamento (mitose) ou gametas (meiose). • Crescimento lento (5 a 20 dias), se o crescimento é visível significa que a colônia está madura e todo o alimento já está infectado, consumir esses alimentos resultaria na ingestão de micotoxinas. • São acidofílicos, crescem em pH mais ácido. Meios de cultura exclusivos para fungos são mais ácidos. • São psicrófilos leves, crescimento em temperatura ambiental (20 a 30°). Sua membrana plasmática tem ergosterol ou zimosterol, lipídios complexos similares ao colesterol das membranas animais, responsável por dar fluidez a membrana. Essa membrana é alvo de antifúngicos, assim como a parede celular, bloqueando a síntese de ergosterol e da parede celular. Isso é um ponto de limitação na ação de antifúngicos, necessário especificidade para não combater as próprias células animais. Seu genoma e expressão gênica é similar as células animais, tem fita dupla linear, diploide (2N), tem taxa de mutação bem mais baixa comparado as bactérias. Fungos são geralmente patógenos oportunistas, de organismos vulneráveis, seus esporos podem ser alergênicos. • Subdividem-se em unicelular (levedura) e/ou multicelular (filamento/bolor) Levedura Cerca de 10mm de diâmetro, pode assumir diferentes formas (arredondadas), é assexuado e passa por mitoses (brotamento). Função vegetativa e reprodutiva (blastoconício), tempo de crescimento (24- 72hrs). Colônias de aspecto similar às bactérias, a identificação da espécie é por atividade metabólica: Absorção e fermentação de carboidrato (gerando álcool e gás carbônico). Exemplos: Saccharomyces cerevisiae a partir do etanol usado como fermento biológico. Cryptococcus neoformans, oportunista de organismos imunossuprimidos (AIDS) dimórficos (podem mudar sua conformação se necessário, se apresentando como levedura ou bolor), causador da meningite. Candida Microbiota das mucosas genital/urinária e oral. Oportunista. Principais espécies: C. albicans (identificada pelo teste do tubo germinativo), C. krusey (R), C. parapsilosis, C. tropicalis, C. ouris (RRR). Candida do tipo não albicans (candidemia) >50%. Lesão oral: Queilite, pseudomembranosas, eritrematosa membranosas. Infecção genital: Vulvo/vaginal, balantite, pseudo-hifa. Pele: Intertriginosas = Dobras cutâneas. 1. Candida albicans, principal patógeno afeta microbiota humana (colonizador habitual) sendo considerado patógeno oportunista (relacionado a fragilidade do hospedeiro, não tanto a virulência da mesma) de indivíduos com supressão do sistema imunológico ou pelo uso constante de antibióticos. As infecções causadas por Candida albicans podem ser localizadas em áreas como a boca (candidíase oral), genitais (candidíase vaginal), trato gastrointestinal (esofagite por Candida) e pele. Filamento/Bolor Hifas (>100mm) conjunto de célula delimitadas por uma parede celular, podendo ter divisões entre as células ou não (cenocítica ou septada), podem ter melanina ou não (demácea ou hialina, respectivamente) e podem crescer septadas por ramificações em diferentes direções. Apresentam especializações, por serem multicelular desempenham funções distintas, em conjunto passam a ser chamadas de micélio. Tempo de crescimento é longo, entre 3 a 20 dias, se reproduzem sexuada ou assexuadamente por esporos. Leveduriformes: unicelulares (forma infectante) 35 a 37cº. Vida parasitária Micelianos: pluricelulares (for- ma contaminante) 25 a 27cº. Vida saprofítica. @anaodontoufpb Quando hifas colonizam um alimento se desenvolve um micélio vegetativo que libera micotoxinas, conforme seu crescimento se expande passa a ser também um micélio aéreo, necessários para a formação de uma colônia madura, por fim liberando esporos ao meio por seu micélio reprodutivo. Frutificação assexuada Cada espécie apresenta sua própria forma de reprodução assexuada. As hifas reprodutivas assexuadas sofrem fragmentação, diferentes espécies vão gerar brotamentos diversos. Cabeça aspergilar gera conídios Frutificação sexuada Hifas reprodutivas sexuadas. Zigomicetos, Ascomicetos (ascósporo) e Basidiomicetos. Tipos de micoses Superficiais ou dermatomicoses (pele, 20%), Subcutâneas (traumatismo, fungos ambientais – espopotricose) Sistêmicas (Inalação de esporos e ambientes de risco) Oportunistas (microbiota humana como cândida ou severa imunodebilitação) Micoses sistêmicas: Micoses disseminadas Acometem tecidos profundos, órgãos nobres. Alguns agentes conhecidos há muito tempo são micoses endêmicas em regiões geográficas relacionadas a exposição ambiental. Novos agentes afetam populações crescentes de imunodebilitados, fungos até então saprófitas e colonizantes relacionados a casos oportunistas. Tipos de micoses Subcutâneas: Cromomicose, Esporotricose, Micetoma, Zigomicose, etc. Sistêmicas: Paracocidioidomicose, Coccidiomicose, Histoplasmose, etc. Oportunistas: Candidíase, Fusariose, etc. Relacionadas a regiões endêmicas de fungos, principalmente Américas em solos e água. Inalação dos esporos no ambiente e infecção pulmonar comum é o mecanismo primário. 2. Histoplasmose Doença que acometem pulmões, medula óssea, fígado e baço. Infecção do sistema retículo endotelial (fagócitos). Fungo filamentoso, hifas seccionadas com estruturas de frutificação. Agente: Histoplasma capsulatum Ascomicota e dimórfico, Disseminação mundial, Fezes de morcegos e galinhas 95% dos casos são assintomáticos e não transmissível. Diagnóstico diferencial com outras patologias é essencial, tendo em mente tempo de geração longo e dificuldade de cultivo em meios de cultura. Infecção relacionada a interação com fezes de morcego (guano) e galinha. O que infecta são os esporos produzidos pelos fungos filamentosos (forma infecciosa) presente nas fezes das aves e morcegos, adentrando o organismo por vias aéreas e seguindo um padrão patogênico similar a tuberculose, de vida intracelular com ação de leveduras por brotamento no interior dos macrófagos, porém menos agressivo. Dimórfico agente da Histoplasmose Dependendo das condições assumem diferentes formas. • Forma multicelular: 25°C - Crescimento lento (6 semanas). Inicialmente glabrosa, posteriormente algodonosas de coloração branca. 25°C - Delicadas hifas hialinas septadas e ramificadas com diversos micro e macroconídios. • Forma unicelular: 37°C - Glabrosas, lisas branco-amareladas. 37°C - Leveduras ovais, unibrotantes. Doença da Histoplasmose Pulmonar: Assintomático, pulmonar aguda (autolimitada) e pulmonar crônica (tosse produtiva, perda de peso, sudorese noturna, sem tuberculose). Disseminada: Se não tratada é fatal, afeta imunocompetentes, ocorre pela disseminação hematogênica (pele, baço e fígado). @anaodontoufpb 3. Paracoccidioidomicose Relacionadas a zonas de mata úmidas, principalmente regiões litorâneas. Uma das micoses sistêmicas mais prevalentes. Acomete sistema respiratório inferior e superior, sistemalinfático, pele e vísceras. Formam granulomas ulcerativos. Agente: Paracoccidioides brasiliensis Ascomicota e dimórfico, América latina – Matas úmidas, Dimórfico 1. Fase parasitária leveduriforme, 10 a 60 micras com multibrotamentos (roda de leme). 2. Fase saprofítica é filamentosa. Doença da Paracoccidioidomicose Adultos entre 30 a 60 anos, acontece mais em homens (87%), principalmente em trabalhadores rurais, pois as mulheres (13%) tem hormônios (estrogênio) que dificultam o dimorfismo. Apresentações Subclínica Autolimitada Aguda juvenil Curso rápido, compromisso SER (baço, fígado, gânglios, fibrose, alta mortalidade) Crônica adulta Pulmonar: Tosse, anorexia, sudorese noturna, infiltrações fibróticas e cavitárias Disseminada: Mucosa oral e nasal, pele, gânglios linf. e glândulas suprarenais Forma residual PMC cura – Fibrose Cel. De Pb viáveis nos gânglios – Reativação Diagnóstico diferencial Tuberculose pulmonar, Histoplasmose, Coccidioidomicose. Lesões cutâneas: Leishmaniose, Lupus tuberculoso, Cromoblastomicosis e Esporotricosis. 4. Coccidioidomicose Agente: Coccidioides immitis: Dimórfico, zonas desérticas semiáridas (Bahia, Ceará e Piauí), esporos são inalados e formam esférulas, deixando estruturas similares a granulomas ao redor. C. posadasii (Espécie mais comum no Brasil). Doença da Coccidioidomicose Inalação dos esporos. As esférulas multiplicam-se nos pulmões. 60% assintomático (granulomas), pode evoluir para pneumonia, com febre, sudorese, tosse, expectoração e falta de ar. 5% pneumonia crônica semelhante a tuberculose (imunodeprimidos) e 1% disseminação por via hematogênica, com formação de granulomas que resultam em ulcerações da pele e dor articular. Diagnóstico Elemento arredondado, esférula de parede espessa, reproduz por endosporulação e tem tamanho variável. 5. Esporotricose Micose subcutânea Agente: Sporopthrix schenkii Dimórfico, em vegetação e solo na forma filamentosa liberando esporos, infeccioso por leveduras (formato de limão siciliano). Doença da Esporotricose Se inicia por uma inoculação traumática na pele por vegetação, contaminando animais (gatos, humanos). No organismo gera lesões granulomatosas na pele que podem evoluir para úlceras. @anaodontoufpb Virologia Partículas infecciosas menores que <0,1mm. Vírion (unidade básica viral), tem especificidade de hospedeiro. Nosso sistema imunológico, especialmente as células TCD4+, consegue geralmente realizar uma resposta imune muito eficaz contra os vírus endógenos. Estrutura viral Nucleocapsídeo, estrutura mais simples e essenciais: Genoma - DNA ou RNA (mais instável), circular ou linear, único ou múltiplos (fragmentados), fita simples ou fita dupla, senso (+) ou consenso (-). Capsídeo - Proteínas virais estruturais, “capsômero” atua como proteína de adsorção. Estruturas acessórias: Envelope - Envoltório lipídico, similar a membrana plasmática. Confere maior resistência e evasão ao sistema imunológico, por recobrir as proteínas capsídicas, porém é estrutura facilmente quebrada por processos desinfetantes como a lavagem das mãos. Espícula (spike) - Glicoproteínas do envelope com função de adsorção, facilmente podem ocorrer mutações em sua superfície para escapar o sistema imune (drift antigênico), mudando sua conformação para não serem reconhecidos pelo sistema chave/fechadura dos anticorpos. Proteínas não estruturais - Polimerases, integrases. Morfologia viral Podem assumir diversas formas: icosaédrica (20 faces), helicoidal, complexo bacteriófago (icosaédrico, com causa helicoidal). Ciclo viral de bacteriófagos Parasita intracelular obrigatório, as estruturas e organelas bacterianas passam a ser controladas pelo vírus. Utilizando da sua maquinaria para se replicar e se manter. Ciclo lítico 1. Adsorção, interação entre a partícula viral e a célula do hospedeiro. 2. Penetração, perfuração da membrana plasmática, inserindo o genoma na bactéria. 3. Biossíntese, endocitose, fusão, encaminhada ao núcleo da célula para usar sua maquinaria replicativa. 4. Maturação, automontagem. 5. Liberação, provoca a morte bacteriana por lise. Ciclo lisogênico 1. Adsorção 2. Penetração 3. Integração, material genético é acoplado ao próprio genoma bacteriano. 4. Lítico, pode ter uma ativação apesar de não comum, gerando infecção viral crônica (hepatite C e HIV). Classificação Baltimore Grupo I - dsDNA (HPV) Fita dupla (DNAfd). O DNA genômico é transportado para o núcleo e imediatamente transcrito em RNAm por enzimas celulares. Grupo II - ssDNA (Parvovírus B19) Fita simples (DNAfs). Esses vírus fazem uma fita complementar ao DNA genômico antes do início da replicação, uma vez que a DNA polimerase apenas reconhece DNAfd. Grupo III - dsRNA (Rotavírus) Fita dupla. Para que a replicação tenha início, é necessária a síntese de RNAm. Esses vírus trazem a enzima RNA polimerase-RNA dependente como parte do vírion. Grupo IV - +ssRNA, maior grupo de vírus conhecido (Polio, enterovírus, dengue, zika, febre amarela) Fita simples de polaridade positiva (RNAfs+), servem como RNAm. RNA polimerase dependente de DNA. O RNA genômico serve de molde para uma fita negativa complementar, que será transcrita novamente em RNA genômico por meio da polimerase viral. Grupo V - ssRNA (Influenza) RNA polimerase de fita simples com polaridade negativa (RNAfs–), precisa ir para o núcleo para realizar sua replicação. É necessário que o genoma esteja associado a uma transcriptase viral (RNA polimerase- O vírus da influenza humana é diferente dos suínos, aviários e outros de origem animal. Entrando em contato com um vírus influenza do tipo animal, encontramos uma barreira entre espécies, na qual o humano pode ser infectado, mas não transmite a patogenia. Se o vírus passa por uma mutação e recombinação, pode ser que o ciclo viral se torne completo nesses casos, surgindo uma nova cepa viral. Influenza realiza drift (evasão da resposta celular) e shift antigênico (recebe informações genéticas de um vírus diferente, exemplo animal ou humano, gerando uma cepa totalmente nova, um vírus misto). @anaodontoufpb RNA dependente), que irá primeiramente sintetizar uma fita complementar positiva (RNAm), para somente então ser traduzido. Grupo VI (HIV, retrovírus transcriptase reversa) RT DNA, RNA vira DNA, depois RNAm transcrita por RNA polimerase-DNA. Contêm um genoma diploide e, durante o ciclo de replicação, sintetizam um DNA intermediário (transcrição reversa), transcrição feita pela enzima transcriptase reversa, que tem atividade de DNA polimerase-RNA dependente, que irá transcrever o RNA viral em DNA para ser integrado no genoma da célula. Durante o estado de latência, a célula infectada não expressa proteínas produzidas pelo vírus, o que a camufla do sistema imune do hospedeiro. Portanto, o provírus fica estocado no DNA da célula, possibilitando uma recidiva dos sintomas da doença e a não completa eliminação das infectadas. Grupo VII (Hβγ, retrovírus transcriptase reversa) Genoma de DNA, seu ciclo viral pode envolver DNA e RNA. Alguns indivíduos não expressam os ligantes a serem reconhecidos pelos vírus. Isso impossibilita a adsorção e consequente infecção da célula pelo vírus. Microbiota normal do corpo humano Patogenicidade e virulência Alguns microrganismos de interesse médico produzem doenças: Sempre, patógenos obrigatórios. Frequentemente, patógenos oportunistas. Raramente, microbiota normal. A microbiota normal pode ser responsável por uma série de doenças chamadas de infecções endógenas. 1. Quando deixam seu sítio normal e migram para um novo local do corpo humano. 2. Uso de antibióticos ou imunossupressores 3. Pacientes na UTI A microbiota humana se distribui pela orofaringe, cavidade oral, estômago, trato urinário e genital, mas principalmente no intestino encontramoso maior índice de microbiota. Patogenicidade – Capacidade de causar doença. Virulência – Mede a intensidade da patogenicidade. Como patógenos ultrapassam defesas do hospedeiro Cápsula (Resistência) Componentes de parede celular (Proteína M, ácido micólico) Variação antigênica (Proteína OPA) Invasinas (Proteínas de superfície) Enzimas (Coagulase, quinase, hialuronidase e colagenase) Também pelo o uso de nutrientes do hospedeiro, lesão direta e produção de toxinas. Patogenia da infecção bacteriana Aderência da bactéria – Multiplicação local (Sistema linfático) – Disseminação – Corrente sanguínea (Bacteremia) – Órgãos alvos Ecossistemas microbianos Limitados por condições seletivas de espécies. Fatores abióticos: Na cavidade bucal é representado pelas estruturas anatômicas (mucosa de revestimento, dentes e sulcos gengivais), além de temperatura, umidade, pH e potencial de oxirredução. Fatores bióticos: Constituídos pelos microrganismos presentes no habitat. A cavidade oral é um sistema de crescimento aberto (constante introdução e remoção de MO), somente estabelecem MO que possuem capacidade de aderência (direta, pelas adesinas, ou interbacteriana) ou que fiquem retidos de alguma maneira (refúgio nos sulcos, fissuras ou espaços interproximais). Em cada superfície (língua, dente, gengiva) há especificidade de organismos próprios. Cariologia: Aspectos microbianos Em todos os processos, o RNA+ é responsável por participar do processo de tradução, já o RNA -, é responsável por ser molde do RNA mensageiro. Polímeros extracelulares Organismos da mesma espécie, como os biofilmes dentais. Formação de polissacarídeos extracelulares a partir da molécula de sacarose e outros açúcares, importante papel na adesão entre MO e estrutura dental. Ex: S. mutans converte sacarose em glucano (insolúvel) que em excesso irá se acumular no ambiente extracelular. Polímeros salivares Mucina ou glicoproteína salivar, envolvidos na adesão inicial e acumulação de MO ao esmalte dental. @anaodontoufpb Cárie significa apodrecimento e decomposição. O processo patogênico é anterior aos sinais observados, seguem etapas de: Desmineralização, lesão profunda e proteólise. Reconhecida como doença infectocontagiosa, que resulta na perda localizada de minerais, causadas por ácidos orgânicos da fermentação microbiana de carboidratos. Doença infecciosa de caráter multifatorial e crônica., causada por bactérias que aderem aos dentes, formando uma camada de placa bacteriana cariogênica, que vai produzir ácidos de descalcificação da estrutura dentária. A mancha pode evoluir para uma lesão cariosa, aprofundando-se até atingir a polpa. Processo cariogênese 1. Dente saldável com placa 2. Cárie no esmalte 3. Cárie avançada 4. Cárie na dentina 5. Cárie na polpa Atinge alto grau nas populações civilizadas. Estima-se que seja a condição bacteriana de maior prevalência mundial. Relacionada a condições socioeconômicas. Exemplos: Influência da exposição à sacarose - Esquimós e aldeias de tribos africanas não sofrem tanto com essa condição. Experimentos sobre cárie constataram Nenhuma lesão de cárie se desenvolve na ausência de microrganismos. Lesões de cárie só desenvolvem em animais alimentados com uma dieta que contenha carboidratos fermentáveis. Microbiota residente – Não cariogênica em sua maior parte Cárie é uma doença multifatorial Dente, Tempo, Microrganismo na placa, dieta (açúcar) e saliva. Quatro fatores fundamentais da etiologia da cárie 1. Substrato: Dieta cariosa “sacarose”. 2. Hospedeiro: Fluxo salivar, presença de dente, capacidade tampão da saliva, fatores antibacterianos de origem glandular (lisozima, imunoglobulina) 3. Tempo: Formação e amadurecimento da placa. 4. Microrganismo: Biofilme cariogênio. Características do microrganismo cariogênico Existir na placa em grande número, possuir vantagens seletivas não sendo antagonizado pela microbiota, ser bastante acidogênico (produzir ácido), ser bastante acidúrico (sobreviver em meio ácido) e estar na lesão. Especialmente o Streptococcus mutans, Lactobacillus spp., Actinomyces spp. Tem potencial fermentativo homolácteo. Streptococos orais Independentemente da idade da placa e da dieta, os microrganismos predominantes são cocos Gram-positivos de gênero Streptococcus que constituem 50% do total de UFC recuperados da placa jovem. O biofilme se desenvolve em superfícies onde possa amadurecer e permanecer por longos períodos, se não removido e as bactérias tiverem acesso a substrato que induz a produção de ácido a doença cárie se estabelece. Streptococcus mutans (do grupo mutans) Coco Gram-positivo, anaeróbio facultativo, seu reservatório é a cavidade oral. Adquirido pelo contato interpessoal junto com a dentição. Capaz de produzir o dano inicial que propicia o desenvolvimento do processo cariogênico. Propriedades cariogênicas 1. Sintetiza polissacarídeos insolúveis (glucano e dextrano) 2. É fermentador homofermentativo de ácido lático 3. Coloniza superfícies lisas (adesinas) 4. É o mais acidúrico dos estreptococos. Sacarose - Frutose = Levana ou frutana (solúvel) Glicose = Dextrana ou glucana (insolúvel) Composição da matriz do biofilme: Água, proteínas Outros cariogênicos Não tem capacidade de iniciar o processo, por não conseguirem se aderir. Os lactobacilos não possuem capacidade de adesão à superfície mineralizada do dente, ou seja, dependem de cavitações, ou da própria anatomia do dente para se fixarem e causar um processo de desmineralização dentária. @anaodontoufpb Outros estreptococos S. salivarius = Habitat natural no dorso da língua e baixo potencial cariogênico. S. mitis = Habitat na bochecha, lábios e superfície ventral da língua. Lactobacillus spp. = Representam 1% dos microrganismos da microbiota oral (L. casey e L. fermentum). Desde Miller os Lactobacilos são envolvidos no processo cariogênico. Muito acidogênicos e acidúricos, porém não tem capacidade de aderir em superfícies lisas, tendem a ficar retidos nas fossas orais. Doenças periodontais Periodonto compreende um complexo tecidual. Gengiva, Ligamento periodontal, Cemento, Osso alveolar. Caracterizada pela destruição das fibras de colágeno, resultando no afrouxamento da estrutura e formação de bolsa periodontal, reabsorções ósseas e do cemento reduzem a capacidade de reparo tecidual. Resulta das ações direta e indiretas do biofilme dental. Gengivite: Inflamações reversíveis agudas ou crônicas restritas aos tecidos gengivais. Periodontites: Inflamações destrutivas que afetam estruturas profundas como o ligamento periodontal e osso.
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