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@anaodontoufpb Fisiologia Humana Sistema Cardiovascular Bomba cardíaca. Função: Bombear o sangue após trocas gasosas pelo corpo. Componentes: Coração, artérias, arteríolas. Gradiente de pressão nos vasos sanguíneos Diferença do gradiente de pressão, se desloca do local de maior para o de menor pressão. A pressão também diminui com o aumento da distância. Válvulas cardíacas • Valva atrioventricular direita (tricúspide) e Valva atrioventricular esquerda (bicúspide) • Válvulas semilunares: Valva pulmonar e Valva aórtica Condução elétrica: Coordenação da contração 1. Nó sinoatrial (Nó AS) 2. Nó atrioventricular (Nó AV) 3. Feixe de His (Feixe atrioventricular) 4. Fibras de Purkinje • Por que o marcapasso mais rápido determina a frequência cardíaca? Porque a tendência do coração é seguir as células com maior estímulo. O músculo em conjunto acompanha esse marcapasso. Células do nó sinoatrial que determinam a velocidade dos batimentos cardíacos (função marca passo). O estímulo partindo do nó sinoatrial despolariza as células e percorre a via atrioventricular (átrio), atingindo o Feixe de His (região septal) e finalmente propagando o impulso nervoso pelas Fibras de Purkinje (ventrículo). Acontecendo assim por despolarização a contração cardíaca e sístole dos ventrículos. A sístole dos átrios ocorre antes da dos ventrículos, pois o estímulo passa por esse primordialmente. Esse estímulo deve partir sempre da parte superior do coração (nó sinoatrial ou nó AS), para que o sangue percorra o sentido correto da contração (ventrículo-aorta, de baixo para cima). Eletrocardiograma (ECG) Reflete a atividade elétrica do coração. Os batimentos por minuto (bpm) são medidos pela frequência de repetição desses componentes. Frequência cardíaca é o espaço de tempo entre uma onda P e o início da onda P seguinte. A frequência cardíaca normal (em repouso) = 60 a 100 bpm. Componentes: Onda P (despolarização atrial, átrio contraído, condução do nó SA ao AV) Complexo QRS (despolarização ventricular, ventrículo contraído, repolarização atrial) Onda T (repolarização ventricular, relaxamento/diástole completa) Regulação da frequência cardíaca Neurônios autônomos e catecolaminas (noradrenalina). Controle reflexo da frequência cardíaca Regulação do volume de ejeção Quanto maior a força de contração, maior será o volume de ejeção. A força de contração é afetada por comprimento da fibra muscular no início da contração e contratilidade (força) do coração. Volume de ejeção e controle venoso. Quanto ao sangue: Pré-carga: Sangue oxigenado ejetado no batimento. Pós-carga: Sangue que circula o organismo e retorna ao coração. @anaodontoufpb Ciclo cardíaco 1. Coração em repouso: diástole atrial e ventricular 2. Término do enchimento ventricular: sístole atrial 3. Início da contração e primeira bulha cardíaca (valvas bicúspide/mitral e tricúspide fechando, TUM) 4. Coração como bomba: ejeção ventricular 5. Relaxamento ventricular e segunda bulha cardíaca (válvulas semilunares fechando, TLA) Sons de Korotkoff = Bulhas cardíacas Volume diastólico final (VDF): Preenchimento máximo dos ventrículos no final da diástole (135ml). Volume sistólico final (VDF): Quantidade de sangue que resta no ventrículo após ejeção (cerca de 65ml). Ventrículo esquerdo: Mudança de pressão e volume durante um ciclo cardíaco. • Enquanto a valva mitral não abre, a quantidade de volume permanece constante, 65ml pois o coração nunca está totalmente vazio: Ponto A. • Onde ocorre a primeira e segunda bulha cardíaca, respectivamente? Pontos B e D. Enchimento passivo e contração atrial: A – B Contração isovolumétrica: B - C Ejeção de sangue na aorta: C – D Relaxamento isovolumétrico: D – A A) valva mitral se abre B) valva da aorta se fecha C) valva da aorta se abre D) valva da aorta se fecha Fatores que afetam o débito cardíaco Varia de acordo com a frequência cardíaca e o volume sistólico, principalmente. Simpático x Parassimpático A estimulação pelos parassimpáticos diminui a frequência cardíaca. A estimulação pelos nervos simpáticos aumenta a frequência cardíaca. Hemodinâmica Princípios que governam o fluxo de sangue pelo sistema cardiovascular, fatores – fluxo, pressão, resistência, complacência (capacitância) – que influenciam na velocidade de circulação sanguínea. As características dos vasos sanguíneos – viscosidade, densidade e diâmetro – influenciam na velocidade da passagem do sangue. Além da alteração da conformação normal em: Vasoconstrição: Rico em oxigênio, baixo em gás carbônico, alta endotelina e angiotensina, frio e alto estímulo simpático. Vasodilatação: Baixo em oxigênio, rico em gás carbônico, alto óxido nítrico e histamina, calor e baixo estímulo simpático. Ictus cordis é a pulsação do ápice do coração @anaodontoufpb Área e volume nos vasos sanguíneos sistêmicos V = 𝐐 𝐀 V = Velocidade / Q = Fluxo / A= Área Quanto maior a área, menor a velocidade, ocorre especialmente nos capilares para que o tempo necessário seja suficiente para a troca de nutrientes. O fluxo por vaso sanguíneo é idêntico = 10ml/s Fluxo sanguíneo por um vaso ou grupo de vasos é determinado por dois fatores: Diferença de pressão (∆P) e Resistência do vaso ao fluxo (R) Segundo a lei de Ohm Quanto maior a diferença de pressão, maior o fluxo. Quanto maior a resistência, menor o fluxo. Vasoconstrição x Vasodilatação O principal mecanismo para alterar o fluxo de sangue no sistema cardiovascular é por variação da resistência dos vasos sanguíneos, principalmente nas arteríolas. Resistência Resistência periférica total. Resistência ao fluxo sanguíneo por diâmetro, comprimento e viscosidade. R = ∆𝐏 𝐐 Exemplo: R = ∆P entre art.e veia renal Fluxo sanguíneo renal Define a resistência de só um órgão. Equação da resistência hidráulica (Poiseulle) Diretamente proporcional a viscosidade e comprimento Inversamente proporcional ao diâmetro, se o raio diminui a resistência aumenta. Fluxo Laminar x Fluxo Turbulento Fluxo laminar - perfil parabólico de velocidade. Fluxo turbulento O fluxo tende a se tornar turbulento quando: 1. A velocidade do fluxo é alta 2. A viscosidade do fluxo é baixa 3. A densidade do fluxo é grande 4. O diâmetro do tubo é grande 5. A parede do vaso é irregular Número de Reynolds Número sem dimensão, utilizado para prever se o fluxo será laminar ou turbulento. Acima de 2000 é turbulento. Nr = 𝒑𝒗𝒅 𝐧 p = Densidade do sangue / d = Diâmetro do vaso / v = Velocidade média de fluxo / n = Viscosidade do sangue A velocidade é o fator mais importante, por ser calculada ao quadrado, será o valor mais significativo. Velocidade crítica: Ponto no qual a relação Fluxo de sangue vs ∆P deixa de ser linear, passa a ser turbulento. Depende principalmente de densidade, raio e velocidade. Aplicação do Número de Reynolds Anemia: Perca de hemácias, o sangue perde sua viscosidade e fica mais fluído = fluxo turbulento. Trombos: Obstrução dos vasos, diminuição do diâmetro, porém isso aumenta sua velocidade = fluxo turbulento. Complacência dos vasos sanguíneos Complacência ou capacitância - distensibilidade, descreve o volume de sangue que o vaso pode armazenar em uma dada pressão. Diretamente proporcional ao volume e indiretamente proporcional a pressão, sendo uma veia mais complacente. Volume estressado - Artéria, maior pressão Volume não estressado - Veia, menor pressão Alteração da complacência dos vasos Venoconstrição Venodilatação Envelhecimento Perca da complacência (distensão), causa aumento da pressão pela alteração da parede do vaso sanguíneo o fluxo sanguíneo usa desse meio para compensar e conseguir circular com o volume total. @anaodontoufpb Pressão no sistema cardiovascular: Pressão arterial média À medida que nos afastamosdo coração, os vasos vão perdendo sua pressão. Aorta, grandes artérias, arteríolas, capilares, veia cava, átrio direito, respectivamente. Patologias relacionadas Aterosclerose: Acúmulo de gordura diminuição do diâmetro, maior velocidade em menor quantidade de fluxo, fluxo desviado aumenta a pressão em outros vasos que não suportam e se rompem. Estenose aórtica: Estreitamento da válvula, diminui e interrompe a passagem do sangue. Regurgitação aórtica: Retorno sanguíneo, pelo não fechamento total das valvas. Regulação da pressão arterial Pressão arterial: Elasticidade das artérias Pressão do sangue e força da fibra elástica direcionam o fluxo sanguíneo. Pressão arterial Pressão sistólica (picos, contração, 120mm Hg) Pressão diastólica (bases, relaxamento, 80mm Hg) Pressão de pulso (P sistólica - P diastólica, 40mm Hg) Pressão arterial média (PAM) PAM = P diastólica + 1/3 (P sistólica - P diastólica) A pressão de pulso é levada em consideração pois o coração passa mais tempo em diástole. Retorno venoso Ocorre por Válvulas, Musculatura esquelética e Bombas respiratórias. A bomba na musculatura esquelética ocorre por fechamento e abertura de válvulas conforme a contração do músculo, impulsionando o sangue de volta contra a gravidade. • As veias que vem do encéfalo para o coração possuem válvulas? Não possuem válvulas, por seguirem o fluxo da gravidade. Medida de pressão arterial: Esfigmomanômetro Realiza inflamento para a obstrução do vaso. Ao soltar o ar do esfigmomanômetro, temos como aferir a pressão sistólica máxima (120mm Hg) e depois a diastólica (80mm Hg), o barulho indicador gerado pela constrição do vaso, som de Korotkoff, provém do fluxo turbulento, aferindo a pressão normal (12/8). Controle da pressão arterial Um aumento do volume sanguíneo acarreta no aumento de pressão, ativando a compensação pelos rins, excreção de urina para diminuir o volume sanguíneo, e pelo sistema cardiovascular, por vasodilatação e diminuição do débito cardíaco. Dessa forma a pressão sanguínea volta ao normal. Fatores que influenciam a pressão arterial média Determinado pelo volume sanguíneo, efetividade cardíaca como bomba, resistência e distribuição dos vasos. Barorreceptores = Detectam pressão. Regulação da pressão arterial: Componentes do reflexo barorreceptor Simpática: Aumenta a frequência cardíaca Parassimpática: Diminui a frequência cardíaca Reflexo barorreceptor: Resposta para a pressão arterial aumentada Aumento de pressão, aumento no disparo dos barorreceptores, estímulo no centro integrador (medula) envia a informação para a ativação do parassimpático. Em uma hemorragia, esse mecanismo seria ativado para o aumento de pressão. Reflexo barorreceptor: Resposta à hipotensão ortostática Hipotensão ortostática é a queda significativa na pressão arterial, os barorreceptores a detectam e enviam ao centro integrador para que ocorra vasoconstrição e aumento da frequência cardíaca. Doenças cardiovasculares: Ataque cardíaco, Desenvolvimento de placas ateroscleróticas. @anaodontoufpb Sistema respiratório Principais funções: Troca de gases, defesa do organismo (constitui parte do sistema imune), metabolismo. Respiração - Processo automático sob controle do SNC. Movimentação dos gases do local de maior para o de menor pressão. Componentes do Sistema Respiratório O principal músculo é o diafragma: Sua contração aumenta o volume torácico inflando o pulmão, seu relaxamento diminui o volume torácico. Revestindo o pulmão temos sacos pleurais. Vias aéreas são subdivididas em porções: Superiores - Mantem o ar em temperatura corporal e umidificado. boca, cavidade nasal, faringe e laringe Inferiores - Bronquíolos e alvéolos. Células das vias aéreas Células caliciformes, células de clara e as células alveolares (300.000 alvéolos) se subdividem em: Tipo I - Troca de gases. Tipo II - Sintetiza surfactante, regeneração alveolar. Tipo III - Funciona como quimiorreceptor. Surfactante, considerado sabões ou detergentes (fosfolipídios, lipídios neutros, ácidos graxos e proteínas). diminui a tensão superficial, tem propriedade “anti-adesiva” produz uma barreira na interface ar-líquido. Vantagens fisiológicas: 1. Diminui o trabalho respiratório, redução nas forças de tensão. 2. Evita o colapso e aderência dos alvéolos na expiração, devido às propriedades anti-adesivas. 3. Estabilização dos alvéolos, permite a diminuição da tensão superficial à medida que os alvéolos se tornam maiores. Patologia Doença da membrana hialina ou Síndrome do desconforto respiratório Crianças prematuras deficientes em surfactantes, sendo a principal causa de mortalidade e morbidade no período neonatal. Principais características: Progressiva atelectasia e insuficiência respiratória. Principal deficiência em surfactante: fosfatidilglicerol. Tratamento: terapia de reposição de surfactante. Solubilidade Facilidade com a qual um gás se dilui em uma solução. Se um gás é muito solúvel - grande quantidade de moléculas de gás irá para dentro da solução em uma pressão parcial baixa. CO2 é mais solúvel, sendo mais facilitada sua saída do organismo. Se os gases são menos solúveis – pressão parcial alta causa a dissolução de poucas moléculas de gás na solução. O2 é menos solúvel, sua entrada no corpo é mais dificultada. Mecânica pulmonar estática: volumes pulmonares Capacidade pulmonar total (CPT) Capacidade vital (CV), volume total de ar expirado após inspiração e expiração máxima. Volume residual (VR), volume de ar que permanece nos pulmões após a expiração máxima. Capacidade residual funcional (CRF), volume de ar que permanece nos pulmões após expiração basal (total). Conseguimos medir somente CPT e VR, clinicamente. @anaodontoufpb Clínica médica A relação VR/CPT é utilizada para diferenciar os diferentes tipos de pneumopatias. Doenças pulmonares obstrutivas – aumento de VR/CPT por aumento do VR, aprisionamento/retenção de ar devida à obstrução das vias aéreas. Ex: enfisema, asma, bronquite. Doenças pulmonares restritiva – aumento de VR/CPT por diminuição da CPT. Ex: fibrose cística. Complacência pulmonar Distensibilidade, medida das propriedades elásticas do pulmão. Valor normal: 0,21. Resistência pulmonar Resistência ao fluxo de ar nas vias respiratórias. Local de resistência ocorrem em vias aéreas de maior calibre e brônquios de grande calibre. Fatores que contribuem para a resistência: Diminuição do volume pulmonar, edema, muco, contração do músculo liso brônquico (diminui calibre das vias aéreas). Mal asmático - Patologia associada com elevação da resistência das vias aéreas. A inalação de oxigênio e hélio diminui a resistência das vias aéreas pela expansão. Limitação de fluxo e ponto de igual pressão Ponto igual de pressão - Ponto entre alvéolos e a boca na qual a pressão dentro das vias aéreas se equaliza com a pressão que circunda as vias aéreas. A medida em que o ponto de igual pressão fica mais próximo dos alvéolos, vias aéreas sofrem compressão e entram rapidamente em colapso. Patologias Doenças pulmonares agudas e crônicas alteram a relação fluxo respiratório – volume por mudanças na: 1. Pressão da retração pulmonar estática. 2. Resistência das vias aéreas e distribuição da resistência. 3. Perda das forças mecânicas, não consegue expandir sua caixa torácica. 4. Alteração na rigidez ou propriedades mecânicas das vias aéreas. Implicações clínicas Doença pulmonar obstrutiva crônica: Enfisema Características: Destruição das paredes capilares e alveolares Aumento na complacência pulmonar - se expande, mas tem dificuldade de retornar, aumentando o volume de ar retido e dificuldade em absorver ar externo. Ponto de igual pressão mais perto dos alvéolos Fechamento prematuro das vias aéreas. Ocorre retenção de ar e aumento de VR, CRF e CPT. Aumenta resistênciadas vias aéreas, portanto ocorre aumento do trabalho respiratório. Ventilação e perfusão Processo pelo qual gases novos se movem para dentro e fora do pulmão Ventilação minuto = f x Vc f =Número de incursões respiratórias/min Vc = Volume de ar inspirado por incursão respiratória (volume corrente) Adulto (tamanho médio) - Vc = 500ml Criança - Vc = 3 a 5ml/kg Músculo usados na ventilação Esternocleidomastoideo, internos intercostais e músculos abdominais (respiração), escaleno e diagframa. Ventilação alveolar Composição do ar ambiente: 21% de O2, 79% de N2 Pressão parcial de O2 (Po2) no ar ambiente: Po2 = Fo2 x Pb Fo2 - fração de gás na mistura gasosa / Pb - pressão barométrica 0,21 x 760 mmHg = 159 mmHg ou 159 torr Significa dizer que quando respirar, a pressão que entra no organismo de O2 é de 159 mmHg. Quando ele adentra e percorre o organismo, ele vai ser umidificado e esse valor vai ser mudado pela influência da saturação de vapor de água (47 mmHg). Ao chegar no alvéolo será de cerca de 100 mmHg. @anaodontoufpb Espaço morto anatômico Regiões do sistema respiratório onde o ar não participa efetivamente na troca de oxigênio e dióxido de carbono com o sangue, não interagindo com alvéolos. Espaço morto fisiológico Corresponde ao volume total de gás em cada incursão respiratória que não participa da troca gasosa. Indivíduos normais – 25 a 30% da ventilação por minuto. Inclui espaço morto anatômico, espaço morto secundário aos alvéolos perfurados, mas não Perfusão Processo pelo qual o sangue desoxigenado passa através do pulmão e torna-se reoxigenado. Relação entre ventilação-perfusão: Sem ventilação, o sangue que entra e sai de uma área permanece inalterado e não-oxigenado. Sem perfusão, o gás que entra e sai dos alvéolos permanece inalterado, pois não tem sangue para realizar as trocas gasosas. Indivíduos normais em repouso: Ventilação alveolar ~4,0l/min e Fluxo sanguíneo pulmonar ~5,0l/min Portanto: V/Q = 0,8 Desequilíbrio entre o fluxo sanguíneo pulmonar e ventilação alveolar é a causa mais frequente de hipoxemia (pouco oxigênio no sangue) arterial sistêmica em pacientes com doença cardiopulmonar. Anormalidades gasosas do sangue arterial Hipoxemia - PaO2 < 80 mmHg Hipercapnia - PaCO2 > 40 mmHg (desvio padrão: 42 ou 38 mmHg) Hipocapnia - PaCO2 < 35 mmHg Ventilação-perfusão em um único alvéolo: Pressão em um alvéolo: PaO2 = 102 mmHg / PaCO2 = 40 mmHg Pressão de oxigênio não oxigenado: PvO2 = 40 mmHg / PvCO2 = 46 mmHg Pressão de oxigênio oxigenado: PaO2 = 102 mmHg / PaCO2 = 40 mmHg Shunt anatômico Ocorre mistura de sangue desoxigenado com sangue oxigenado. Resulta em vários graus de hipoxemia arterial, não resolve quando o indivíduo respira O2 a 100%, por ser um problema anatômico, haverá pontos que não passam por alvéolos, posteriormente o sangue oxigenado (passou pelo alvéolo) e não oxigenado (que não passou) irão se misturar da mesma forma. Shunt fisiológico Descontinuidade da ventilação para uma das unidades pulmonares, o V/Q = 0. Ex: ateclasia, edema e tumores nas vias aéreas. Também pode ocorrer por bronquiconstrição. Hipoventilação Diminuição o nível de PaO2 (a - vaso sanguíneo). Aumenta o nível de PaCO2. Exceto quando o paciente respira por fonte enriquecida de O2 Também diminui a PAO2 (A – alvéolo) Hipoxia arterial - Observada principalmente em indivíduos normais durante exercício em grandes altitudes (acima de 3.300m), pouco oxigênio é absorvido. Doenças associadas com a hipoxia Tetralogia de Fallot - cardiopatia congênita cianótica Características: Estenose da válvula pulmonar e defeito no septo ventricular Consequência: Pressão do ventrículo direito aumenta e sangue desoxigenado é desviado para o ventrículo esquerdo (shunt fisiológico), não passando pelo pulmão. Alterações na difusão Síndrome de Guillain-Barré: doença neuromuscular aguda. Quando atinge o músculo respiratório diminui ventilação minuto e PaCO2, aumenta PACO2, criando uma tendência de saída do ar. Asma: Obstrução do fluxo de ar, áreas de ventilação pobre e desequilíbrio da relação ventilação/perfusão. @anaodontoufpb Transporte de oxigênio e dióxido de carbono Importância funcional: Metabolismo intracelular de O2 supre a célula com sua maior fonte de energia – ATP. Captação de O2 pelos tecidos intensifica a eliminação de CO2. Difusão dos gases Velocidade do ar inspirado diminui à medida que o ar se aproxima dos alvéolos. Motivo: Múltiplas bifurcações do trato respiratório, aumento da área seccional transversa. Poros de Kohn – Presente nos alvéolos funcionam como canais intra-alveolares. Teoricamente, se a pressão parcial permanece constante: Quando a pressão parcial de um gás aumenta a do outro deve diminuir. Menor espessura e maior área, a difusão do gás será maior. Transporte de oxigênio Pode ser transportado dissolvido no plasma ou ligado à hemoglobina (Hb) - oxiemoglobina (HbO2). A anemia falciforme (HbS) afeta a ligação do oxigênio a hemoglobina. Metemoglobulina – Bloqueia liberação de O2 da hemoglobina (ferro do grupo heme muda de forma: ferroso para férrico). Total arterial de O2 O oxigênio dissolvido em plasma depende da composição do ar inspirado, ventilação alveolar, profundidade da respiração, difusão do oxigênio entre o alvéolo e o sangue (área da superfície e distância para difusão). Oxigênio ligado a hemoglobina depende do número de sítios de ligação, saturação da Hb (pH, temperatura, 2-3DPG). Saturação da hemoglobina Menor saturação, maior pressão. Maior saturação, menor pressão. Isso se relaciona a afinidade de ligações. Fatores que deslocam a curva de dissociação Aumento da P50 (diminui a afinidade). Maior temperatura, CO2, pH, 2-3DPG. 1. CO2 e pH – efeito Bohn (aumento de CO2) Intensifica a liberação de O2 para os tecidos e O2 captados nos pulmões. Causado por mudanças no pH e efeito direto do CO2 na Hb, desloca o gráfico para a direita, pH é exceção desloca pra esquerda. Diminuição no pH - Intensifica a dissociação do O2 Aumento no pH - Aumenta a afinidade para o O2 2. Temperatura Aumento – Durante exercícios, maior liberação de O2 para os tecidos Diminuição – Frio, liberação de O2 não é facilitada nas extremidades 3. 2-3 Difosfoglicerato (2,3DPG) Aumento do nível de 2,3 DPG – diminui a afinidade da Hb por O2, se liga fortemente a Hb, fazendo que o O2 esteja livre pra se ligar ao tecido. Hipóxia - diminuição da hemonoglobulina e aumento 2,3 HbS - aumento de 2,3DPG Hipóxia O2 disponível para as células é insuficiente para manter um metabolismo aeróbico adequado para as atividades celulares. Aumenta quantidade de desoxiemoglobina. Extremidades cianóticas. Tipos de hipóxia: Hipóxica - diminuição no aporte de O2 para os tecidos. Circulatória - inibição do fluxo sanguíneo para um órgão. @anaodontoufpb Anêmica - intoxicação com CO. Histotóxica - bloqueio do sistema transportador de elétrons, impede a utilização de O2 pelas células. Hormônio eritropoietina – Doença renal crônica Sintetizado nos rins, regula a produção de hemácias na medula óssea. Fatores estimulatórios: Diminuição do aporte de O2, Baixa concentração de Hb e Baixa Pao2 Transporte de dióxido de carbono Função importante – Manutenção da homeostase. Fator mais importante na regulação da concentração de H+ no sangue, células e outros tecidos. Atua como estímulo químico dos quimiorreceptores da circulação periférica e do SNC. Atua na regulação da respiração em indivíduos normais. Principal fonte de produção Mitocôndrias (respiração celular). Conversão de carboidratos em gordura. Produto do metabolismo celular – ácido carbônico (H2CO3 – CO2 + H2O) Metabolismo da glicose – produz 6mol de CO2 Indivíduo normal – taxa de produção de CO2 = 200ml/min Valor aumentado 6x durante estresse ou exercícios. CO2 se difunde facilmente do alvéolo para o capilare vice-versa. PACO2 = PcCO2 (pressão no alvéolo/capilar). Condições normais: PtCO2 = 50 mmHg (tecidos) PvCO2 = 46 mmHg (venosa) PaCO2 = 40 mmHg (arterial) Transporte de CO2: Ocorre no plasma e hemácias, em 3 formas químicas. Bicarbonato (HCO3) forma predominantemente dentro das hemácias. CO2 dissolvido. Complexos proteicos de tipo carbamino. CO2 + H2O ⇿ H2CO3 ⇿ H+ + HCO3- (Difusão para fora da célula por troca de Cl-) Controle da respiração Objetivos da respiração 1. Minimizar o trabalho (perspectiva mecânica) 2. Manter os gases sanguíneos (perspectiva fisiológica) 3. Regular a Pco2 arterial 4. Manter o equilíbrio ácido-base do SNC através dos efeitos da ventilação na Pco2 arterial Geração e regulação do ritmo da respiração pelo centro respiratório – Tronco encefálico. Controle da ventilação: Componentes envolvidos Centro de controle respiratório – medula oblonga do tronco cerebral. Quimiorreceptores centrais – abaixo da superfície ventrolateral da medula oblonga. Quimiorreceptores periféricos – células especializadas do arco aórtico e corpos carotídeos no pescoço. Mecanorreceptores pulmonares Principais características Centro de controle Ajuste do padrão rítmico (frequência e amplitude). Processamento de informações oriundas dos centros encefálicos superiores e de quimiorreceptores que controlam a frequência e amplitude do padrão ventilatório. Quimiorreceptores centrais Detectam alterações da Pco2 e pH do líquido intersticial do tronco cerebral (LCR), modulação da ventilação, respondem a alterações na composição química do sangue. Quimiorreceptores periféricos Detectam Po2, Pco2 e pH no sangue arterial, envia informações para núcleos na medula oblonga através do nervo vago e nervos dos seios carotídeos, transmite informações aferentes para o centro do controle respiratório. Mecanorreceptores pulmonares Em resposta ao grau de insuflação do pulmão ou pela presença de fator irritativo nas vias respiratórias. Sensores carotídeos de oxigênio: Células de glomus Localizados nas artérias carótidas, atuam na regulação da concentração de oxigênio no sangue. Resposta ao CO2 Ventilação é regulada por: Oxigênio, gás carbônico e pH do sangue. Morfina, barbitúricos e anestésicos – deprimem o centro respiratório. @anaodontoufpb Via de sinalização – Gás carbônico Controle da ventilação Centro de controle respiratório Ritmicidade – Medula oblonga, Geração de padrão respiratório Grupo respiratório dorsal (GRD) – responsáveis pela inspiração – células no núcleo do trato solitário (região medial da medula oblonga). Grupo respiratório ventral (GRV) – 3 grupos de células (neurônios inspiratórios e expiratórios) Núcleo retrofacial rostral Núcleo retroambíguo caudal Núcleo para-ambíguo Centro pneumotáxico (inibitório, controla a amplitude da respiração) e Centro apnéustico (estimulatório, informação passa aos motoneurônios para o aumento do ritmo da capacidade respiratória). Anormalidades no controle da respiração Síndromes da apnéia do sono. Duração anormalmente prolongada, alterações da Po2 e Pco2 arterial. Categorias: 1. Apnéia do sono obstrutiva Mais comum, fechamento das vias aéreas superiores (hipofaringe), causa mais comum é a obesidade, complacência excessiva da hipofaringe e edema das vias áreas superiores são outras causas. Indivíduo desperta quando hipoxemia e hipercarbia estimulam os quimiorreceptores. 2. Apnéia do sono central Causa – diminuição do impulso ventilatórios para os motoneuronios respiratórios. 3. Hipoventilação alveolar central Respiração voluntária – normal Automaticidade – anormal Pessoa com HAC podem respirar desde que não durmam Tratamento – ventilação mecânica ou uso de marcapasso diafragmático bilateral
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