Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo Turismo e Cidade AULA 01 - COMPREENDENDO A CIDADE O capítulo aborda a cidade sob duas perspectivas principais: física e socioespacial. Destaca-se a invasão do discurso mercadológico na Geografia Urbana, ressaltando a crise teórica e prática na compreensão da cidade. A análise da cidade deve considerar tanto a crise teórica quanto a prática, reconhecendo a interdependência entre teoria e prática na produção do conhecimento sobre a cidade. O estudo propõe uma leitura crítica da cidade, abordando sua dimensão espacial e social. Destaca-se a importância de compreender a cidade como uma construção histórico-social, resultante da relação entre sociedade e natureza. A cidade é vista como um espaço produzido e reproduzido pela prática social, refletindo as relações sociais e econômicas. A cidade é analisada em sua multiplicidade, considerando aspectos econômicos, políticos e sociais. Destaca-se a globalização da sociedade urbana e a tendência de urbanização crescente. A análise aborda as contradições presentes na cidade, entre preservação, degradação e transformação, evidenciando a complexidade do processo de reprodução urbana. Essa abordagem ampla da cidade como expressão das relações sociais em constante produção e reprodução enfatiza a importância de compreender a cidade para além de seus aspectos físicos. Ela representa um espaço onde se manifestam as dinâmicas sociais, econômicas e políticas que permeiam a vida cotidiana das pessoas. Além disso, a noção de produção não se limita apenas à esfera econômica, mas abrange todas as dimensões da vida social, incluindo aspectos relacionados ao habitar, ao lazer e às interações sociais. A compreensão dessa noção implica um esforço para elucidar seus diferentes aspectos e momentos, refletindo um processo conflituoso e contraditório que abrange todas as esferas da reprodução social. Portanto, a análise urbana deve considerar não apenas a cidade em si, mas também as tendências e realidades mais amplas da sociedade contemporânea em constante evolução. Isso requer uma abordagem que vá além da mera localização das atividades humanas, considerando as complexas interações entre espaço, tempo e práticas sociais na construção do meio urbano. AULA 02 - A CIDADE COMO LOCAL ESTRATÉGICO PARA A INDÚSTRIA GLOBAL DO ENTRETENIMENTO A CIDADE COMO CENTRO GLOBAL DE ENTRETENIMENTO Grandes cidades são essenciais para conglomerados globais de entretenimento, semelhantes à indústria financeira, exigindo insumos especializados. Elas tanto produzem quanto consomem entretenimento, impulsionando um novo tipo de turismo urbano focado na cena urbana. Desde os anos 80, a urbanidade tem sido usada para propaganda e, nos anos 90, grandes empresas de entretenimento investiram em projetos urbanos. Os complexos de entretenimento nessas cidades desempenham papéis estratégicos na administração global e no turismo urbano. A globalização da indústria do entretenimento resultou de inovações tecnológicas e desregulação governamental, levando a fusões e aquisições. A indústria está se tornando mais homogênea, concentrada e internacional, com empresas buscando novos mercados e usando tecnologia intensivamente. A regulação e privatização facilitam a formação de megaempresas globais. Apesar da dispersão global, a produção e o marketing permanecem em locais tradicionais. As cidades são cruciais não apenas para a produção e coordenação, mas também para o consumo de entretenimento, gerando, por vezes, conflitos devido à apropriação do espaço urbano. Autoridades públicas veem o entretenimento como uma indústria em crescimento e promovem seu uso nas cidades globais. https://graduacao.cederj.edu.br/course/view.php?id=1694§ion=3 https://graduacao.cederj.edu.br/course/view.php?id=1694§ion=4 AULA 03 - LUGARES TURÍSTICOS OS LUGARES TURÍSTICOS: TERRITÓRIOS DO FENÔMENO TURÍSTICO O turismo, característico da sociedade capitalista pós-industrial, envolve movimento e deslocamento de pessoas e informações, criando e consumindo espaços, territorialidades e territórios. Ele se manifesta em diversas formas, modalidades e escalas, tanto por iniciativas privadas, estatais quanto comunitárias, ocorrendo de forma sincrônica em um mesmo território. Sua reprodução é rápida e não respeita fronteiras, sendo alimentada por avanços tecnológicos e informacionais. Rodrigues propõe uma sistematização das dimensões espaciais e territoriais do turismo, destacando os polos emissores e receptores de turistas e as linhas de ligação entre eles, onde se concentra o território turístico por excelência. É no lugar turístico que o fenômeno se materializa e sobrepõe suas formas fixas: atrativos turísticos, equipamentos e serviços turísticos (meios de hospedagem, serviços de alimentação, agentes receptivos, guias de turismo, etc.) e infraestrutura de apoio (serviços de comunicações, transportes, segurança, etc.). Knafou (1996) destaca que os turistas são os protagonistas do fenômeno do turismo, pois são eles que definem e escolhem os lugares turísticos. Ele sugere três tipos de relações entre turismo e território: a) território sem turismo; b) turismo sem território; c) territórios turísticos, os quais são "territórios inventados e produzidos pelos turistas, mais ou menos retomados pelos operadores turísticos e pelos planejadores". Essa perspectiva ressalta a importância de incluir a população das áreas receptoras como sujeitos do fenômeno do turismo. Falcão (1996) descreve o turismo como uma modalidade de consumo de massa que integra a economia das trocas invisíveis em escala nacional e internacional. Ele destaca que o turismo envolve a produção de bens e serviços que proporcionam acessibilidade a determinados lugares, transformando o espaço em objeto de consumo. O turismo é um fenômeno complexo que se manifesta em uma rede mundial de pontos de emissão, recepção e fluxos materiais e invisíveis. Os pontos receptores, também chamados de lugares turísticos, são essenciais para compreender o fenômeno turístico em sua dimensão territorial. Mas o que entendemos por lugar e por lugar turístico? A categoria do lugar na geografia é abordada por diversos autores com interpretações variadas, o que pode gerar dificuldades em seu uso. Yi-Fu Tuan destaca a ligação emocional dos seres humanos com os lugares, enquanto Anthony Giddens aborda a separação do espaço e do tempo, afetando a percepção dos lugares na modernidade. Soja discute a distinção entre lugar e localidade, enquanto Manuel Castells analisa a relação entre espaços de fluxo e lugares na sociedade contemporânea. Ana Fani Carlos destaca a importância do lugar na compreensão da globalização, ressaltando sua centralidade nas experiências cotidianas. Milton Santos enfatiza o lugar como o espaço irredutível da vida cotidiana, onde ocorrem interações sociais e se expressa a complexidade do mundo globalizado. Ele também destaca o potencial do lugar como locus de resistência à globalização verticalizante. Diante desse contexto, a análise do lugar turístico deve considerar suas características específicas, como a densidade técnica, informacional e comunicacional, bem como seu papel no processo de mundialização. O lugar turístico é um espaço onde as interações sociais e econômicas se manifestam de maneira particular, refletindo a dinâmica do turismo e seus impactos na sociedade e no meio ambiente. O Lugar Turístico e o ordenamento territorial do fenômeno turístico https://graduacao.cederj.edu.br/course/view.php?id=1694§ion=5 O turismo pode ser compreendido através de três formas distintas de incidência territorial: as áreas emissoras, as áreas receptoras e os corredores de deslocamentos. Esses elementos formam um território-rede, onde as áreas emissoras e receptoras são nós e os corredores são os raios que os interligam. O turismo estabelece uma rede de lugares interligados, onde os lugares receptores desempenhamum papel fundamental. Essas áreas podem ser denominadas de diferentes formas, como centros turísticos, núcleos ou locais turísticos. Algumas abordagens críticas veem o turismo como produtor de não-lugares, onde o espaço se torna artificial e sem identidade. No entanto, outras perspectivas destacam a importância do turismo na conexão entre o global e o local, valorizando as peculiaridades e diferenciações dos lugares. A urbanização das cidades turísticas também desempenha um papel importante na compreensão da lógica territorial dos lugares turísticos, onde as práticas sociais constroem a identidade vivida cotidianamente nos lugares. Os lugares turísticos atuais O turismo atual está passando por um processo de reestruturação impulsionado por uma busca por uma nova forma de experiência de viagem, conhecida como turismo alternativo. Esse modelo de turismo envolve viagens mais curtas, mais individualizadas e voltadas para o contato com a natureza e as comunidades locais. Embora o turismo de massa ainda seja predominante em termos quantitativos, há uma tendência crescente de segmentação da demanda, com o turismo alternativo apresentando uma taxa de crescimento anual superior a 10% nos últimos anos, de acordo com a OMT. Esse novo perfil de demanda exige dos operadores turísticos e dos gestores das áreas receptoras a criação de produtos especializados que proporcionem uma vivência mais ativa e interativa no local visitado. O turista não é mais visto como um invasor, mas sim como um outro que busca trocar experiências socioculturais com os habitantes locais. Essa mudança de perspectiva permite a construção de um lugar turístico onde a troca de experiências pessoais é a marca principal. Este lugar é onde ocorre o encontro entre o turista e o habitante, possibilitando uma relação face-a-face e uma troca de conhecimento e sensações. Apesar da existência dos chamados não-lugares, produzidos pelo turismo de massa, que proporcionam uma experiência superficial e artificial, há uma crescente demanda por experiências mais autênticas e significativas. Essas experiências são proporcionadas pelo turismo consciente, onde o contato direto com o habitante do lugar visitado é valorizado. O lugar turístico proposto conceitualmente é um território onde o turismo se realiza, permitindo interações temporárias entre o anfitrião e o turista, sem barreiras físicas ou simbólicas. Essa interação traz crescimento pessoal para o turista e consolidação da identidade do habitante com seu lugar. No lugar turístico, o espaço de lazer e de vida coexistem simultaneamente para o turista, enquanto para o habitante é um espaço permanente de interações com o outro. Essa dinâmica cria um espaço relacional único, onde ocorrem trocas significativas entre turistas e habitantes, solidificando a noção de pertencimento e identidade local. AULA 04 - A LÓGICA ESPACIAL URBANA DO TURISMO O turismo como atividade econômica se estrutura em uma rede de serviços que abrange os núcleos emissores, onde está a demanda turística, as rotas de trânsito e os núcleos receptores turísticos, que oferecem atrativos naturais, culturais e históricos, além de serviços de apoio à visitação (Leiper, https://graduacao.cederj.edu.br/course/view.php?id=1694§ion=6 1990). A atratividade turística das cidades não é natural, mas sim uma construção simbólica que envolve diversos agentes e relações de poder (Daibert, 2016). A fixidez dos atrativos turísticos requer deslocamentos dos consumidores-viajantes dos centros emissores para os destinos turísticos, impactando tanto localidades quanto rotas de trânsito e polos emissores (Cruz, 2002). Leiper (1990) esquematizou a dinâmica espacial do turismo, articulando regiões e lugares. Resumo incompleto AULA 01 - COMPREENDENDO A CIDADE AULA 02 - A CIDADE COMO LOCAL ESTRATÉGICO PARA A INDÚSTRIA GLOBAL DO ENTRETENIMENTO AULA 03 - LUGARES TURÍSTICOS AULA 04 - A LÓGICA ESPACIAL URBANA DO TURISMO
Compartilhar