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PROVA JUDICIAL

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Prova pericial: Ana Amaro - Dilani MC Comb 
Gabriel Carvalho - Ricardo Fonseca - Marlon Seabra - Simone Ischkanian 
 
A prova pericial refere-se à análise técnica ou científica de um especialista em uma área específica 
para auxiliar na tomada de decisão em processos judiciais ou em outras situações que exigem um 
conhecimento especializado. É aquela que pretende trazer elementos de convicção sobre fatos que dependem 
de conhecimento especializado ou técnico. Ela é elaborada por peritos, que vão analisar determinada 
situação a partir de um conhecimento científico, técnico ou especializado. A prova pericial é regulamentada 
pelos artigos. 464/480 do CPC e consiste no meio de prova destinada a solucionar uma controvérsia técnica 
no processo. A sua denominação faz referência direta a quem produz a prova, que é o perito. 
Artigos relevantes relacionados à prova pericial no contexto do direito, com base no Código de 
Processo Civil do Brasil: 
Artigo 156 - Nomeação do Perito: O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a 
entrega do laudo. Artigo 157 - Impedimento e Suspeição do Perito: Aplica-se ao perito, no que couber, o 
disposto sobre impedimento e suspeição do juiz. Artigo 158 - Escusa do Perito:O perito pode escusar-se a 
servir alegando motivo legítimo. Artigo 159 - Substituição do Perito: O juiz substituirá o perito, a 
requerimento de parte ou do Ministério Público, se reconhecer a necessidade, ou, se o julgar conveniente, em 
caso de incapacidade, de falta de idoneidade, ou de suspeição. Artigo 464 - Admissibilidade da Prova 
Técnica: O juiz indeferirá a perícia quando - I - a prova do fato não depender de conhecimento técnico ou 
científico; II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas; III - a verificação for impraticável. 
Artigo 465 - Indeferimento da Prova Técnica por Inércia da Parte: Se a parte, sem justificativa 
adequada, deixar de apresentar ao perito, no prazo fixado, as provas que pretenda produzir, ou de lhe 
fornecer elementos e esclarecimentos que este julgar necessários, o juiz indeferirá a perícia ou considerará 
atendidos os quesitos do perito. Artigo 466 - Formulação dos Quesitos: Os quesitos serão formulados pelas 
partes, no prazo de 15 (quinze) dias, sendo que o juiz pode complementá-los. Artigo 467 - Respostas do 
Perito: O perito deve responder aos quesitos apresentados pelas partes e ao juiz de forma clara e objetiva. 
Artigo 468 - Laudo Pericial: O laudo pericial deve conter a exposição do objeto da perícia, a análise 
técnica ou científica realizada pelo perito e sua conclusão. Artigo 469 - Apresentação do Laudo Pericial: 
O laudo será apresentado em cartório, no prazo fixado pelo juiz, independentemente de intimação das partes 
ou do Ministério Público. 
Recorda-se que o CPC/73 exigia nível universitário do perito (art. 145, § 1º), o que não foi 
reproduzido pelo CPC/2015 (art. 156, § 1º). O perito é o profissional legalmente habilitado ou o órgão que 
possui conhecimento especializado (técnico ou científico) sobre os fatos objeto de prova, e deve ser inscrito 
em cadastro de peritos do tribunal. O perito é a pessoa natural ou jurídica com conhecimento especializado, 
técnico ou científico, sobre o tema a ser apreciado, independentemente do seu grau de escolaridade. Por 
exemplo, um técnico em edificações e um técnico em segurança do trabalho podem ser peritos em processo 
judicial. Ainda que o próprio juiz tenha conhecimento técnico sobre o assunto (por exemplo, na realização de 
determinado cálculo), deve designar o perito para a produção da prova, quando as partes não apresentarem o 
cálculo, tampouco a contadoria judicial tiver conhecimento específico para a sua elaboração. A realização de 
perícia é necessária quando as questões controvertidas sobre determinado fato exigirem conhecimentos 
técnicos ou científicos especializados, que não podem ser demonstrados ou esclarecidos por pessoas sem 
habilitação profissional na área. 
 
A prova pericial possui três espécies diferentes (art. 464 do CPC): (a) exame, que é a 
observação e análise de pessoas e objetos, para extrair as informações pretendidas (ex: exame médico em 
pedido de benefício previdenciário por incapacidade, exame de DNA em pedido de investigação de 
paternidade); (b) vistoria, que é a análise de bens imóveis, para verificar e especificar o seu estado (ex: 
vistoria de terreno por engenheiro, em pedido de reintegração de posse) e (c) e avaliação, que é a atribuição 
de valor ao bem, ou a definição do seu valor de mercado (ex: avaliação de corretor de imóvel ou de vendedor 
de automóveis em pedido de rescisão ou de revisão de contrato). 
O perito é intimado para, no prazo de 5 dias úteis, apresentar sua proposta de honorários, o seu 
currículo e os meios de contato (art. 465, § 2º, do CPC). Tendo em vista que, em regra, o perito já possui 
cadastro prévio no tribunal, é dispensada a apresentação do currículo e dos meios de contato. Ademais, 
quando existir tabela prévia de valores da perícia, também não é necessária a manifestação do perito sobre a 
quantia a ser paga. Por isso, em regra o prazo de 5 dias é conferido ao perito para ter ciência de sua 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892101/artigo-480-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892245/artigo-464-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892229/artigo-465-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892216/parágrafo-2-artigo-465-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
designação para realizar a prova no processo e, se for o caso, alegar alguma causa que o impossibilite de 
produzi-la. 
No mesmo ato, as partes são intimadas dessa decisão para, no prazo de 15 dias úteis, manifestarem-
se sobre a nomeação do perito (com a alegação de seu impedimento ou suspeição, se for o caso), 
apresentarem assistentes técnicos e formularem quesitos (art. 465, § 1º, do CPC). Caso haja a apresentação 
de proposta de honorários periciais, as partes são intimadas para se manifestarem sobre ela. Havendo 
concordância, prossegue-se na realização da prova, mas, na hipótese de discordância, o juiz definirá o valor a 
ser pago pela perícia, com a intimação da parte responsável pelo pagamento para realizar o depósito do 
valor, no prazo fixado (art. 465, § 3º, e art. 95 do CPC). 
O juiz também pode autorizar o pagamento de até 50% dos honorários arbitrados a favor do perito 
no início dos trabalhos, com o pagamento da quantia remanescente após da apresentação do laudo e dos 
eventuais esclarecimentos que forem necessários para a sua compreensão e completude (art. 465, § 4º, do 
CPC). Antes do início da realização das diligências para a elaboração do laudo pericial, os assistentes 
técnicos devem ser intimados com pelo menos 5 dias úteis de antecedência (art. 466, § 2º, do CPC). 
O laudo deve observar os requisitos previstos no art. 473 do CPC, que são os seguintes: (a) a 
exposição do objeto da perícia; (b) a análise técnica ou científica realizada pelo perito; (c) a indicação do 
método utilizado, com os esclarecimentos pertinentes e a demonstração de que é predominantemente aceito 
pelos especialistas da sua área do conhecimento; (d) e a resposta conclusiva a todos os quesitos apresentados 
pelo juiz, pelas partes e outros sujeitos processuais eventuais (terceiros, Ministério Público etc.). 
A delimitação desse conteúdo mínimo do laudo busca uniformizar os trabalhos entregues pelos 
peritos, fazer com que o laudo seja compreendido por seus destinatários e facilitar o controle pelo juiz e 
pelas partes. Assim, os quesitos devem serrespondidos em linguagem simples e com coerência lógica (sem 
o uso desnecessário de termos técnicos, mas com sua utilização de forma didática), para que os sujeitos 
processuais possam compreender o laudo (art. 473, § 1º, do CPC). Ainda, o perito não pode ultrapassar os 
limites de sua designação, tampouco emitir opiniões pessoais que excedam o exame técnico ou científico do 
objeto da perícia (art. 473, § 2º, do CPC). Com a entrega do laudo no processo, as partes têm o prazo comum 
de 15 dias úteis para apresentar manifestação. Nesse prazo, cada uma das partes também pode apresentar o 
parecer de seu assistente técnico (art. 477, § 1º, do CPC). 
Se for necessário, o juiz deve intimar o perito para prestar esclarecimentos ou para responder 
quesitos complementares, no prazo de 15 dias (art. 477, § 2º, do CPC). 
Caso as informações complementares prestadas pelo perito não forem suficientes, ele pode ser 
ouvido em audiência, para completar o laudo oralmente (art. 477, § 3º, do CPC). Nessa hipótese, se o laudo 
for inconclusivo ou a perícia se demonstrar deficiente, mesmo após a intimação do perito para esclarecê-lo 
ou completá-lo, o juiz pode diminuir o valor dos honorários inicialmente arbitrados (art. 465, § 5º, do 
CPC). Contudo, essa definição da deficiência do laudo deve ser declarada por decisão judicial, 
fundamentada de modo específico e com a indicação das falhas do laudo. Ainda, é possível a realização de 
uma nova perícia (com outro profissional), determinada de ofício pelo juiz ou mediante requerimento de uma 
das partes, quando a questão objeto do laudo não tiver sido suficientemente esclarecida (art. 480 do CPC). 
Desse modo, caso o juiz verifique que a perícia foi insuficiente, pode determinar a realização de 
nova perícia. Essa segunda perícia não anula ou substitui a primeira, trata-se de uma nova perícia sobre os 
mesmos fatos analisados na primeira, mas com o objetivo específico de corrigir a omissão ou a inexatidão 
dos resultados desta (art. 480, § 1º, do CPC). 
Por isso, não há uma substituição, mas uma complementação da primeira pela segunda perícia (art. 
480, § 3º, do CPC). Logo, não se deve realizar genericamente uma nova prova pericial, com a mesma 
amplitude da primeira (a menos que não se possa aproveitar nada desta para o processo). O objeto da 
segunda perícia deve ser especificado na decisão judicial e se limitar a corrigir vícios da primeira, 
especialmente as eventuais lacunas, falhas, incoerências e outros problemas encontrados. 
Ao valorar as provas na sentença, o juiz deve levar em consideração as duas perícias, indicando o 
que utiliza – e o que afasta – de cada uma na reconstrução dos fatos e na formação de seu convencimento 
(inclusive a possível preferência por uma delas na valoração), observadas as regras do art. 479 do CPC. 
Esses pontos são aplicáveis no contexto legal brasileiro e podem variar em outros sistemas jurídicos. É 
sempre importante consultar a legislação local e contar com o auxílio de advogados especializados em 
direito processual para entender os detalhes específicos sobre a prova pericial em uma determinada 
jurisdição. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892229/artigo-465-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892227/parágrafo-1-artigo-465-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892229/artigo-465-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892206/parágrafo-3-artigo-465-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28895661/artigo-95-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892229/artigo-465-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892204/parágrafo-4-artigo-465-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892198/artigo-466-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892194/parágrafo-2-artigo-466-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892147/artigo-473-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892147/artigo-473-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892137/parágrafo-1-artigo-473-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892147/artigo-473-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892135/parágrafo-2-artigo-473-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892125/artigo-477-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892123/parágrafo-1-artigo-477-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892125/artigo-477-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892121/parágrafo-2-artigo-477-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
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https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892099/parágrafo-1-artigo-480-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892101/artigo-480-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892095/parágrafo-3-artigo-480-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28892103/artigo-479-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174276278/lei-13105-15

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