Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Livro Eletrônico Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital Professores: Ricardo Torques, Rosenval Júnior 00000000000 - DEMO 1 70 SUMÁRIO Legislação para a SULGÁS ..................................................................................................................................... 2 Cronograma de Aulas ........................................................................................................................................... 4 1 ʹ Considerações Iniciais ..................................................................................................................................... 5 2 - Proteção à mulher ........................................................................................................................................... 5 2.1 - Introdução ............................................................................................................................................................. 5 2.2 - Lei Maria da Penha ............................................................................................................................................... 7 3 ʹ Lista de Questões .......................................................................................................................................... 17 3.1 ʹ Lista de Questões sem Comentários .................................................................................................................. 17 3.2 ʹ Gabarito ............................................................................................................................................................. 33 3.3 ʹ Lista de Questões com Comentários .................................................................................................................. 33 4 - Destaques da Legislação ................................................................................................................................ 66 5 - Resumo ......................................................................................................................................................... 68 6 - Considerações Finais ...................................................................................................................................... 70 Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 2 70 APRESENTAÇÃO DO CURSO LEGISLAÇÃO PARA A SULGÁS Tenho a felicidade de apresentar a você o nosso Curso de Legislação para a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul - SULGÁS. O edital foi publicado no dia 16.10! A banca é a FUNDATEC e as provas serão em 09.12. A prova ocorrerá em menos de 60 dias, por isso temos que aproveitar muito bem esse tempo e nos dedicar com afinco. Vejamos a ementa do edital: LEGISLAÇÃO PROGRAMA: 1. A Constituição da República Federativa do Brasil: Princípios fundamentais. Direitos e Garantias Fundamentais. Organização do Estado. Organização dos Poderes. Da Tributação e do Orçamento. 2. Lei 11.340/2006 3. Lei 11.909/2009 Confira, a seguir, com mais detalhes, nossa metodologia. METODOLOGIA DO CURSO Algumas constatações sobre a metodologia são importantes! PラSWマラゲ ;aキヴマ;ヴ ケ┌W ;ゲ ;┌ノ;ゲ ノW┗;ヴ?ラ Wマ IラミゲキSWヴ;N?ラ ;ゲ ゲWェ┌キミデWゲ さaラミデWゲざく Para tornar o nosso estudo mais completo, é muito importante resolver questões anteriores para nos situarmos diante das possibilidades de cobrança. Traremos questões de todos os níveis, inclusive questões cobradas em concursos jurídicos de nível superior de Direitos Humanos. Essas observações são importantes pois permitirão que possamos organizar o curso de modo focado, voltado para acertar questões objetivas e discursivas. Esta é a nossa proposta! Assim, cada aula será estruturada do seguinte modo: FONTES Doutrina quando essencial e majoritária Assuntos relevantes no cenário jurídico Jurisprudência relevante dos Tribunais Superiores Legislação e Documentos Internacionais pertinentes ao assunto. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 3 70 APRESENTAÇÃO PESSOAL Por fim, resta uma breve apresentação pessoal. Meu nome é Ricardo Strapasson Torques! Sou graduado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pós-graduado em Direito Processual. Estou envolvido com concurso público há 10 anos, aproximadamente, quando ainda na faculdade. Trabalhei no Ministério da Fazenda, no cargo de ATA. Fui aprovado para o cargo Fiscal de Tributos na Prefeitura de São José dos Pinhais/PR e para os cargos de Técnico Administrativo e Analista Judiciário nos TRT 4ª, 1º e 9º Regiões. Quanto à atividade de professor, leciono exclusivamente para concursoS, com foco na elaboração de materiais em pdf. Temos, atualmente, cursos em Direitos Humanos, Direito Eleitoral e Direito Processual Civil. Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Terei o prazer em orientá-los da melhor forma possível nesta caminhada que estamos iniciando. E-mail: rst.estrategia@gmail.com Facebook: https://www.facebook.com/direitoshumanosparaconcursos/ METODOLOGIA Teoria de forma objetiva e direta com síntese do pensamento doutrinário relevante e dominante. Referência e análise da legislação pertinente ao assunto. Súmulas, orientações jurisprudenciais e jurisprudência pertinente comentadas. Muitas questões anteriores de provas comentadas. Resumo dos principais tópicos da matéria. Vídeoaulas complementares sobre determinados pontos da matéria APROVAÇÃO! Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 4 70 CRONOGRAMA DE AULAS Vejamos a distribuição das aulas: AULA CONTEÚDO DATA Aula 1 Lei 11.340/2006 (Prof. Ricardo Torques) 20.10 Aula 2 Lei 11.909/2009 (Prof. Rosenval Júnior) 25.11 Essa é a distribuição dos assuntos ao longo do curso. Eventuais ajustes poderão ocorrer, especialmente por questões didáticas. De todo modo, sempre que houver alterações no cronograma acima, vocês serão previamente informados, justificando-se. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 5 70 LEI MARIA DA PENHA 1 ʹ CONSIDERAÇÕES INICIAIS Na aula de hoje veremos uma Lei muito importante, não só para fins de concursos, como socialmente. Hoje estudaremos a Lei Maria da Penha. Excelente aula a todos! 2 - PROTEÇÃO À MULHER 2.1 - INTRODUÇÃO Ao longo da História, as mulheres foram constantemente submetidas a abusos, atrocidades e violências diversas. Em determinadas comunidades, inclusive, foram vistas como coisa, como mero instrumento de deleite masculino. Felizmente, a sociedade contemporânea tem empreendido esforços no sentido de superar tais mazelas, entretanto, certos ranços persistem, o que exige um tratamento diferenciado. Nesse contexto, veja o que nos ensina a doutrina de Flávia Piovesan1: Com o processo de especificação do sujeito, mostra-se insuficiente tratar o indivíduo de forma genérica, geral e abstrata. Torna-se necessária a especificação do sujeito de direito, que passa a ser visto em suas peculiaridades e particularidades. Nessa ótica, determinados sujeitos de direito, ou determinadas violações de direitos, exigem uma respostaespecífica, diferenciada. Nesse sentido, as mulheres devem ser vistas nas especificidades e peculiaridades de sua condição social. Importa o respeito à diferença e à diversidade o que lhe assegura um tratamento especial. No âmbito internacional esse tratamento diferenciado é notado especialmente em razão de alguns diplomas relevantes. Destaca-se no âmbito internacional: (i) A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, pela sigla internacional). Esse documento deu importante passo para o reconhecimento da valorização da dignidade da mulher. Nesse sentido, leciona a doutrina2: 1 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, 6ª edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2012, 314. 2 GUERRA, Sidney. Direitos Humanos: Curso Elementar, p. 231. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 6 70 A Convenção enaltece o papel da mulher na sociedade e para o bem-estar de uma família, ressaltando que, para que haja desenvolvimento pleno de um país, bem-estar no mundo e paz, a participação da mulher deve ser plenamente reconhecida nas mesmas condições que os homens. Paralelamente à Convenção, existe o Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher, que viabilizou a possibilidade de vítimas, pessoalmente ou por intermédio de organizações, peticionar ao Comitê para denunciar violações os direitos das mulheres prescritos na CEDAW. (ii) No âmbito da OEA é importante conhecermos a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, denominada de Convenção de Belém do Pará. Esse documento é o primeiro a reconhecer a violência contra a mulher como um fenômeno comum na sociedade, assunto que exige atenção da comunidade internacional e dos Estados. Essa Convenção específica influenciou o surgimento da Lei nº 11.340/2006, denominada Lei Maria da Penha. (iii) Outros documentos específicos de relevo são Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças. No âmbito nacional, embora constatada certa evolução, ainda persistem violações aos direitos das mulheres. Tal come leciona Flávia Piovesan3: A realidade brasileira revela um grave padrão de desrespeito aos mais elementares direitos humanos de que são titulares as mulheres, mais da metade da população nacional. Destacam-se, no quadro das graves violações aos direitos humanos nas mulheres: a) a violência contra a mulher; b) a discriminação contra as mulheres; e c) a violação aos direitos sexuais e reprodutivos. Estes são os principais vértices que compõem a agenda feminista brasileira no contexto da consolidação democrática. Internamente, sempre tivemos poucas de proteção da mulher. Na Constituição as regras são esparsas. Assegura-se a igualdade entre homens e mulheres (art. 5º, I), a proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante políticas públicas específicas (art. 7º, XX) e a redução em cinco anos para a aposentadoria por idade quando comparada aos homens (art. 40, IIIが さ;ざ W さHざき W ;ヴデく ヲヰヱが §7º, I e II). Na esfera infraconstitucional não havia norma específica, apenas algumas regras difusas. Somente em 2006, essa realidade modificou-se. 2.1.1 - O Caso Maria da Penha Em 1998, Maria da Penha Maia Fernandes, juntamente com duas organizações não-governamentais (CEJIL-Brasil e CLADEM-Brasil) encaminharam à Comissão Interamericana petição contra o Estado brasileiro, reclamando a defesa dos seus direitos humanos, em face das violações domésticas sofridas. Relata-se que a Maria Penha sofreu diversas agressões e ameaça do seu ex-marido, sendo, inclusive, vítima de tentativa de homicídio com dois tiros nas costas enquanto dormia, o que a deixou 3 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, 6º Edição, São Paulo: Editora Saraiva, 2013, p. 333/334. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 7 70 paraplégica. O agressor tentou eximir-se da culpa e, duas semanas após, em nova tentativa de homicídio, seu ex-marido tentou eletrocutá-la durante o banho. Não mais aguentando a situação, superou as ameaças, o medo e separou-se. Houve o ingresso da ação penal, com a produção de diversas provas dando conta da autoria dos fatos pelo ex-marido, contudo, mesmo após 15 anos, o agressor ainda permanecia em liberdade, não havendo decisão definitiva. Em face disso, Maria da Penha, juntamente com a CEJIL-Brasil4 e com a CLADEM-Brasil5, ingressou contra o Brasil na Comissão Interamericana, denunciando o padrão sistemático de omissão e negligência em relação à violência doméstica e familiar contra as mulheres brasileiras. Após o trâmite do procedimento internacional, o Estado brasileiro foi condenado por negligência, omissão e tolerância em relação à violência doméstica contra as mulheres, fazendo uma série de recomendações, entre as quais: • Finalizar a apuração da autoria dos delitos praticados contra a Sra. Maria da Penha; • Apurar a responsabilidade pelo atraso injustificado no trâmite processual interno; e • Adotar políticas públicas voltadas à prevenção, punição e erradicação da violência contra a mulher. Sobre a importância do caso Maria da Penha, ensina Flávia Piovesan6: À luz desse contexto, o caso Maria da Penha permitiu, de forma emblemática, romper com a indivisibilidade que acoberta este grave padrão de violência de que são vítimas tantas mulheres, sendo símbolo de uma necessária conspiração contra a impunidade. Em 2002, houve a prisão do réu, encerrando-se o longo ciclo de impunidade que envolveu o presente caso. Posteriormente, em razão desse caso paradigmático, foi votada e aprovada a Lei nº 11.340/2006, que ficou denominada de Lei Maria da Penha. Vamos, na sequência, estudar a referida lei, em detalhes. 2.2 - LEI MARIA DA PENHA Trata-se de norma que criou mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Essa norma busca fundamento no art. 226, §8º, da CF, e em diversos diplomas internacionais. A nossa Constituição estabelece: § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. A Lei, já no seu início, reitera os direitos e garantais fundamentais das mulheres, afirmando que deve ser assegurado uma vida digna, livre de qualquer violência. Para que isso seja assegurado, o Poder 4 O Centro pela Justiça e o Direito Internacional é organização não-governamental, constituída em 1991 que tem por finalidade implementar as normas de direitos humanos nos países da América Latina e do Caribe. 5 Trata-se do Centro Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher. 6 PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos, p. 337. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 8 70 Público deve desenvolver uma série políticas públicas (ações afirmativas), a fim de assegurar os direitos as mulheres e coibir toda e qualquer prática que possa implicar em negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão contra mulheres. Didaticamente, podemos afirmar que a norma tempo por finalidade: coibir e prevenir a violência doméstica familiar; criar os Juizados de Violência Doméstica e Familiar; adotar medidas de assistência e proteção às vítimas de violência doméstica e familiar. Além disso, a Lei Maria da Penha deixa claro no que esse dever não é apenas do Estado, mas constitui obrigação da família e da sociedade. Assim... 2.2.1 - Gênero; violência de gênero; violência contra as mulheres V;マラゲ キミキIキ;ヴ ラ デルヮキIラ Iラマ ; IラマヮヴWWミゲ?ラ Sラ ケ┌W Y IラミゲキSWヴ;Sラ さ┗キラノZミIキ; SラマYゲデキI;ざ ヮWノ; LWキ 11.340/2006. De acordo com o art. 5º, a violência doméstica e familiar se configura quando a mulher sofre qualquer ação ou omissão baseada no gênero que possa causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, praticada: no âmbito doméstico; no âmbito familiar; ou em razão de alguma relação íntima de afeto. NラデW ケ┌W ラ IラミIWキデラ Y ;マヮノラが マ;ゲ ラ さデラマざ SキaWヴWミIキ;Sラヴ S; ┗キラノZミIキ; SラマYゲデキI; ラ┌ a;マキノキ;ヴ Y ; conduta comissiva ou omissiva baseada no gênero. Todas as condutas acima, se praticadas em função de qualquer outro motivador, ainda que perpetrado contra mulheres, não recebe a guarida específica que aqui estudamos. Diante da importância do conteúdo, confira a literalidade do art. 5º da Lei Maria da Penha: Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; A RESPONSABILIDADE POR GARANTIR UMA VIDA DIGNA ÀS MULHERES, LIVRE DE QUALQUER FORMA DE VIOLÊNCIA É do Estado da família da sociedade Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 9 70 III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. Para a prova... Antes de encerrar esse tópico, duas observações são importantes: a violência doméstico independe da orientação sexual da vítima, conforme o parágrafo único do art. 6º da Lei Maria da Penha; e independe de coabitação, conforme se extrai do art. 5º, III, da Lei. A violência doméstica constitui に como deixa claro o art. 6º da Lei 11.340/2006 に violação de direitos humanos, por se tratar de violência de gênero. 2.2.2 - Formas de violência doméstica e familiar contra a mulher O art. 7º da Lei Maria da Penha trata das formas de violência doméstica, explicitadas na legislação. São cinco as formas previstas: Os conceitos estão explicitados no dispositivo. Confira: Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre outras: I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; VIOLÊNCIA DOMÉSTICA ação/omissão baseada no gênero que possa causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, praticada no âmbito doméstico, familiar ou em decorrência de relação de afeto. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER física psicológica sexual patrimonial moral Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 10 70 IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. 2.2.3 - Assistência à mulher em situação de violência A partir do art. 8º, vamos analisar regras voltadas para as vítimas de violência doméstica. Define a lei: medidas integradas de prevenção; e assistência à vítima. Além de medidas preventivas e de políticas assistenciais à vítima, a Lei define regras referentes ao atendimento pela autoridade policial. Vamos iniciar com as medidas protetivas. Medidas integradas às vítimas de violência doméstica e familiar No art. 8º e seguinte da Lei, temos regras que preveem a adoção de medidas integrada às vítimas de violência doméstica e familiar. De acordo com o caput o Poder Público deve desenvolver uma política pública voltada a coibir a violência doméstica e familiar. Essa política é conceituada como um conjunto de ações a serem adotadas por todos os entes que compreendem nossa federação e, também, por ações não governamentais. Em síntese essas medidas buscam: integração entre as esferas (Judiciário, MP e Defensoria com segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação); atendimento policial especializado; campanhas educativas e de prevenção da violência doméstica e familiar; e capacitação permanente da rede de atuação. Agora, confira a literalidade do art. 8º: Art. 8o A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não- governamentais, tendo por diretrizes: I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação; II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às conseqüências e à freqüência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas; III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3o e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal; Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br0 00000000000 - DEMO 11 70 IV - a implementação de atendimento policial especializado para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à Mulher; V - a promoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres; VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo por objetivo a implementação de programas de erradicação da violência doméstica e familiar contra a mulher; VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia; VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia; IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos , à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher. Sintetizando: Sigamos! Assistência à mulher vítima de violência doméstica As medidas integradas são estabelecidas para evitar a violação de direitos, ao passo que as medidas assistenciais, definidas no art. 9º, tem por finalidade reparar violações já perpetradas. De acordo com o caput do art. 9º da Lei, haverá um corpo integrado de serviços que serão disponibilizados à vítima. Esse corpo integrado envolve o SUAS (Sistema Único de Assistência Social), o SUS (Sistema Único de Saúde) e o Sistema Único de Segurança Pública. O acesso a esses serviços será determinado pelo juiz, por prazo por ele determinado assegurando- se: ひintegração entre os órgãos públicos que estão envolvidos direta e indiretamente com a proteção dos direitos das crianças e mulheres; ひpromoção de estudos, pesquisas e estatíticas com a finalidade de aferir a perspectiva de gênero a frequência da violência doméstica e familiar; ひdifusão do respeito, valores éticos e sociais para coibir papéis esteotipados que levem à violência doméstica; ひimplementação de atendimento policial especializado para as mulheres; ひpromoção e a realização de campanhas educativas de prevenção da violência doméstica e familiar contra a mulher; ひa celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou outros instrumentos de promoção de parceria para erradicar a violência doméstica e familiar ひcapacitação das pessoas que tratabalham na área de segurança pública ひpromoção de programas educacionais que respeitem valores éticos e a dignidade na perspectiva de gênero e de raça ou etnia ひconteúdos relativos aos direitos humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher DIRETRIZES DAS MEDIDAS INTEGRADAS Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 12 70 acesso prioritário à remoção, caso a vítima seja servidora pública; e manutenção do vínculo de trabalho por até seis meses, se necessário o afastamento. Analisadas as medidas protetivas e assistenciais, vejamos as regras relativas ao atendimento policial, que foram modificadas pela Lei 13.505/2017. 2.2.4 - Atendimento Policial A pretensão do legislador com a Lei 13.505/2017, que alterou a Lei Maria da Penha, foi estabelecer atendimento especializado à vítima de violência doméstica. Por se tratar de uma mazela recorrente, notadamente em áreas rurais, busca-se criar um atendimento especializado, ininterrupto e prestado por policiais e delegadas capacitadas. São três as diretrizes relativas ao atendimento policial: salvaguarda da integridade física; não contato com investigados e suspeitos; e evitar a revitimização. Quanto à revitimização, cumpre acrescentar algumas observações. Primeiramente, devemos compreender o significado da palavra. A revitimização implica em tornar vítima novamente quem já é vítima de violação de direitos. No caso da violência doméstica, por se tratar crime sensível, intrinsicamente relacionado com a intimidade da pessoa, a necessidade de declinar os fatos para as autoridades policiais implica em reviver as violações, vitimizando-a novamente. Desse modo, algumas cautelas devem ser tomadas com a finalidade de evitar a revitimização: inquirição em recinto especialmente criado para esse fim; quando necessário, acompanhamento por profissionais especializados em violência doméstica e familiar; e registro eletrônico ou magnético do depoimento. A partir dessas orientações gerais, a Lei contém regras que se aplicam à autoridade policial no atendimento à mulher em situação de violência e no procedimento policial respectivo. No que diz respeito ao atendimento à mulher em situação de violência, prevê o art. 11 da Lei as seguintes ações: garantia de proteção policial; encaminhamento para atendimento médico; fornecimento de transporte, estendendo o benefício a dependentes da vítima de violência; garantir apoio policial para a vítima buscar pertences do local da ocorrência ou do domicílio; e informação quanto aos direitos. Em relação ao procedimento inquisitorial, a autoridade policial deverá adotar uma série de procedimentos. Embora se refiram a condutas condizentes com a condução do Processo Penal, vamos, listar de forma resumidas as ações a serem adotadas: ouvir a ofendida; Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 13 70 lavrar boletim de ocorrência; tomar a representação a termo; colher provas (inclusive, oitiva de testemunhas); remeter os autos ao juiz no prazo de 48 horas para adoção de medidas protetivas de urgência requeridas pela vítima; determinar exames periciais e corpo de delito; ouvir agressor (que deverá ser identificado e juntado aos autos a folha de antecedentes); e remeter o inquérito ao juiz e Ministério Público no prazo legal. Seguindo com o estudo da Lei, vamos analisar os dispositivos que reportam-se aos procedimentos judiciais. 2.2.5 - Procedimentos Em relação aos procedimentos, necessário estudar os arts. 13 a 28 da Lei Maria da Penha. Além de algumas disposições gerais, vamos analisar regras relativas à adoção de medidas protetivas de urgência, requeridas pela autoridade policial; regras atinentes à autuação do Ministério Público, bem como regras relativas à assistência judiciária. Regras gerais Quanto aos procedimentos judiciais que envolvam vítimas de violência doméstica ou familiar devem ser aplicadas as regras que estudaremos. Contudo, como as normas processuais são breve e objetivas, os códigos processuais são aplicados de forma subsidiária. De acordo com o art. 13 da Lei Maria da Penha, aplicam-se, subsidiariamente: o CPP; o NCPC; e regras processuais existentes no ECA ou no Estatuto do Idoso. Em relação á prática de atos processuais, como forma de facilitar o trâmite das ações, há previsão específica de que tais atos podem ser praticados no período noturno. Em relação à fixação do juízo competente para os procedimentos judiciais cíveis, o art. 15 estabelece regra que tem por objetivo facilitar o acesso à justiça pela vítima. Desse modo, ela poderá optar entre um dos seguintes foros: Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 14 70 Os arts. 16 e 17 possuem duas regras importantes, cuja leitura é importante para a prova: Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. Art. 17. É VEDADA a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. Pelo art. 16 temos algumas condições para admissibilidade da renúncia à representação da vítima: 1ª に manifestação de vontade perante autoridade judicial; 2ª に manifestação em audiência especialmente designada para a renúncia; 3ª に manifestação antes do recebimento da denúncia; e 4ª に prévia oitiva do membro do Ministério Público. Ainda, o art. 17 prevê a impossibilidade de aplicação de sanções penais consistentes em prestação de cesta básica ou apenas pecuniárias. Medidas Protetivas Na sequência nos deparamos com o art. 18, que arrola as medidas protetivas de urgência que podem ser aplicadas por ordem judicial. Essas medidas são adotadas judicialmente a pedido da vítima ou do Ministério Público. Cabe ao juiz decidi-las no prazo de 48 horas a contar do requerimento formulado. Além disso, são medidas provisórias, vale dizer, podem ser alteradas ou revogadas a qualquer tempo durante o curso do inquérito ou do processo penal. FOROS COMPETENTES PARA AÇÃO CÍVEL EM RAZÃO DA LEI MARIA DA PENHA foro do domicílio ou da residência; foro do lugar do fato em se baseou a demanda; ou foro do domicílio do agressor à escolha da vítima Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 15 70 Vistas essas regras gerais em relação às medidas, vamos citar os arts. 22 a 24, que trazem medidas protetivas que obrigam o agressor e à vítima de violência. medidas que obrigam o agressor: Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003; II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor; b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação; c) freqüentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida; IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar; V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios. § 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a providência ser comunicada ao Ministério Público. § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6o da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso. § 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da força policial. § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). medidas protetivas de urgência à ofendida: Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento; II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor; ひrequerimento da vítima ou do membro do Ministério Público; ひdecisão judicial no prazo de 48 horas; ひsão provisórias; ひpossibilidade de prisão preventiva do agressor. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA: Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 16 70 III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; IV - determinar a separação de corpos. Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida; II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial; III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor; IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida. Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo. O descumprimento das medidas acima constitui crime. Nesse sentido, a Lei 13.641/2018, que alterou a Lei Maria da Penha, estabelece que constitui crime descumprir decisão judicial que defere medida protetiva e, em razão dela, aplica-se pena de detenção de 3 meses a 2 anos. Devido ao fato de se tratar de tema recente trazido à Lei, leia: Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei: Pena ʹ detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. § 1º A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. § 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder fiança. § 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sanções cabíveis. Ministério Público e assistência judiciária Para encerrar, reunimos dois pontos específicos em um só. O MP, quando não for parte, atuará nos procedimentos judiciais envolvendo violência doméstica ou familiar na condição de fiscal da ordem jurídica. E, em razão disso, poderá requisitar força policial e serviços públicos, fiscalizar estabelecimentos públicos ou particulares de atendimento à mulher ou cadastrar casos de violência. Quanto à assistência judiciária, esse instrumento de acesso à Justiça será assegurado mediante contratação de advogado privado ou por intermédio da Defensoria Pública ou da assistência judiciária gratuita. Com isso, encerramos a análise dos dispositivos atinentes ao acesso à justiça. 2.2.6 - Regras Finais da Lei Para que possamos encerrar o estudo da Lei Maria da Penha, vamos declinar algumas regras que se aplicam ao atendimento multidisciplinar, além de regras transitórias e finais, sem maior relevância para fins do nosso estudo. Ricardo Torques, RosenvalJúnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 17 70 3 ʹ LISTA DE QUESTÕES 3.1 ʹ LISTA DE QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS FCC 1. FCC/POLITEC ʹ AP/2017 Nos termos do § 8° do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, foi aprovada, em 2006, a Lei n° 11.340/06 (Lei Maria da Penha), que trata de mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. De acordo com a referida lei, a) as agressões praticadas por irmão contra irmã não se incluem dentre àquelas disciplinadas pela Lei Maria da Penha. b) as agressões praticadas com violência doméstica contra a mulher devem observar o disposto na Lei n° 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Civis e Criminais) quando a pena máxima prevista não for superior a 2 anos. c) configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial, independentemente da orientação sexual da ofendida. d) é permitida a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. e) poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas, determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos, determinando, de ofício, o rompimento legal do vínculo de matrimônio entre os cônjuges. 2. FCC/TRT - 11ª R/2017 Ao atuar em uma situação de violência doméstica, o Assistente Social deverá, segundo estabelece a Lei nº 11.340/2006, esclarecer que as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida. Sendo que: I. as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado. II. as medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou violados. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 18 70 III. poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o Ministério Público. Está correto o que se afirma em a) I e II, apenas. b) II, apenas. c) I e III, apenas. d) III, apenas. e) I, II e III. 3. FCC/TJ-SC/2015 Sobre os crimes de que tratam a Lei no 11.340/2006 (cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher), julgue o item a seguir: As formas de violência doméstica e familiar contra a mulher estão taxativamente previstas no art. 7o da Lei no 11.340/2006, não sendo objeto de medidas protetivas de urgência outras senão aquelas elencadas nesse dispositivo. 4. FCC/DPE-RS/2017 É correto afirmar que, a) segundo entendimento hoje unânime nas duas turmas de competência criminal do Superior Tribunal de Justiça, o descumprimento de ordem judicial imposta sob o título de medida protetiva no âmbito da Lei n° 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não implica a prática das condutas típicas de desobediência dispostas nos artigos 330 ou 359 do Código Penal. b) segundo entendimento hoje vigente no âmbito do Supremo Tribunal Federal, o tráfico de drogas cometido na vigência da Lei n° 8.072/1990, em qualquer de suas versões, é crime assemelhado a hediondo. c) para a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, a consumação do roubo reclama a posse pacífica e indisputada da coisa pelo agente. d) a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite a aplicação do chamado princípio da insignificância penal para o crime de descaminho. e) segundo a jurisprudência assentada no âmbito da 3ª Seção do Superior Tribunal de Justiça, não subsiste o crime de desacato tipificado no artigo 331 do Código Penal no ordenamento jurídico brasileiro, posto que incompatível com o direito de liberdade de expressão e crítica. 5. FCC/PC-AP/2017 NÃO Iラミゲデキデ┌キ マWSキS; ヮヴラデWデキ┗; SW ┌ヴェZミIキ; ヮヴW┗キゲデ; ミ; LWキ ミェ ヱヱくンヴヰっヲヰヰヶ Ъ LWキ M;ヴキ; S; Penha a) a prestação de alimentos provisórios. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 19 70 b) a proibição de contato com a ofendida. c) o afastamento dos familiares da ofendida, com fixação de limite mínimo de distância. d) a suspensão de visitas aos dependentes menores. e) o afastamento de cargo ou função pública. 6. FCC/DPE-SC/2017 Em caso de violência doméstica e familiar contra a mulher, a) é vedada a atuação de assistente de acusação para a vítima, pois a Lei Maria da Penha já prevê a assistência jurídica à vítima em todos os atos do processo. b) é incabível o uso de habeas corpus em face de decisão que concede medida protetiva de urgência em favor da mulher, pois a medida não tem natureza penal contra o acusado. c) a ação penal nos crimes submetidos à Lei Maria da Penha será pública incondicionada. d) a Lei Maria da Penha permite a decretação da prisão preventiva de ofício pelo juiz no curso do inquérito policial. e) conforme a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, as contravenções penais não se submetem ao Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, aplicando-se os institutos da Lei n° 9.099/95. CESPE 7. CESPE/PC-GO/2017 À luz do posicionamento jurisprudencial e doutrinário dominantes acerca das disposições da Lei n.º 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), assinale a opção correta. a) Caracteriza o crime de desobediência o reiterado descumprimento, pelo agressor, de medida protetiva decretada no âmbito das disposições da Lei Maria da Penha. b) Em se tratando dos crimes de lesão corporal leve e ameaça, pode o Ministério Público dar início a ação penal sem necessidade de representação da vítima de violência doméstica. c) No caso de condenação à pena de detenção em regime aberto pela prática do crime de ameaça no âmbito doméstico e familiar, é possível a substituição da pena pelo pagamento isolado de multa. d) No âmbito de aplicação da referida lei, as medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público, o qual deverá ser prontamente comunicado. e) Afasta-se a incidência da Lei Maria da Penha na violência havida em relações homoafetivas se o sujeito ativo é uma mulher. 8. CESPE/DPE-AL/2017 Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 0 20 70 Considerando a Lei Maria da Penha e o entendimento dos tribunais superiores acerca de crimes contra a mulher, assinale a opção correta. a) A Lei Maria da Penha não estabelece medidas próprias para o descumprimento de medidas protetivas, devendo-se, nesse caso, responsabilizar o agente pelo crime de desobediência. b) Em caso de violência contra mulher, para que se apliquea Lei Maria da Penha, deverá ser demonstrada a situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência da vítima, sob a perspectiva de gênero. c) As medidas protetivas de urgência têm natureza cautelar e temporária, sendo vinculadas à existência, presente ou potencial, de processo-crime ou ação principal contra o agressor. d) A agravante relativa à violência contra a mulher prevista no Código Penal (CP) não se aplica de modo conjunto com outras disposições da Lei Maria da Penha, sob pena de acarretar o bis in idem. e) Ato de violência física contra mulher, em ambiente doméstico, acarreta pena de prisão simples ou de multa, admitindo-se que o magistrado fixe apenas a pena pecuniária. 9. CESPE/DPE-AL/2017 Maria denunciou seu esposo, Antônio, por ele ter insistido em manter relação sexual com ela, contra a sua vontade, após chegar em casa embriagado. Maria afirmou, ainda, que Antônio, diante de sua recusa, a agrediu verbalmente, dirigindo-lhe palavras insultuosas. Antônio foi condenado, mas a sua defesa recorreu, alegando nulidade do pedido e requerendo absolvição por falta de condição de procedibilidade da ação penal ante a ausência de representação formal da vítima. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. a) A situação em apreço se refere a crime de injúria com violência doméstica contra a mulher, razão por que a ação penal pode ser iniciada a qualquer tempo. b) O crime em questão é de ação pública condicionada e só pode ir adiante se Maria fizer uma representação formal. c) O fato de Maria ter registrado a ocorrência e pedido providências supre o requisito da representação. d) A ação penal será arquivada se Maria desistir do registro da ocorrência policial em audiência especial perante o juiz e o representante do Ministério Público. e) A ausência de lesão corporal impossibilita que o fato em questão seja abrangido pelas normas tutelares da Lei Maria da Penha. 10. CESPE/TJ-AM/2016/adaptada Com relação às disposições da Lei n.° 11.340/2006 ね Lei Maria da Penha ね, julgue o item a seguir. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 21 70 Para os efeitos da referida lei, a configuração da violência doméstica e familiar contra a mulher depende da demonstração de coabitação da ofendida e do agressor. 11. CESPE/TJ-AM/2016/adaptada Com relação às disposições da Lei n.° 11.340/2006 ね Lei Maria da Penha ね, julgue o item a seguir. Considera-se violência sexual a conduta de forçar a mulher ao matrimônio mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação, assim como a conduta de limitar ou anular o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. VUNESP 12. VUNESP/TJ-SP/2017 A Lei n° 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, em casos de prática de violência doméstica contra a mulher, a) determina que seja delegada à mulher a responsabilidade pela entrega de intimações e notificações judiciais ao agressor. b) prevê a aplicação de penas ao agressor como multas e distribuição de determinado número de cestas básicas. c) limita-se à violência na relação homem-mulher, ignorando os novos arranjos conjugais e familiares da contemporaneidade. d) prevê a restrição de visitas do agressor aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar. e) ignora a violência patrimonial, por não implicar risco iminente à integridade física, moral ou psicológica da mulher. 13. VUNESP/DPE-RO/2017 No que se refere à violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei nº 11.340/06), assinale a alternativa correta. a) A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública condicionada. b) Há previsão legal de ajuizamento de ação penal privada na Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha), dependendo do interesse jurídico discutido. c) A ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada. d) Ao processo, ao julgamento e à execução das causas cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher não se aplicam as normas do Código de Processo Penal. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 22 70 e) O Ministério Público poderá em todos os atos processuais, cíveis e criminais acompanhar a mulher em situação de violência doméstica e familiar atuando como seu curador. 14. VUNESP/TJ-SP/2017 A LWキ ミェ ヱヱくンヴヰっヲヰヰヶが IラミエWIキS; Iラマラ さLWキ M;ヴキ; S; PWミエ;ざが デWマ Iラマラ ラHテWデキ┗ラ IラキHキヴ ; violência doméstica e familiar contra a mulher e representa um grande avanço na proteção às diferentes formas de violência presentes na vida da mulher brasileira. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar, conforme estabelece o artigo 11, inciso V, a autoridade policial deverá, entre outras providências, a) monitorar sua rotina diária como medida de segurança. b) encaminhar a vítima à sua família de origem para garantia de sua proteção. c) assegurar as condições para sua alimentação ainda que ela exerça atividade laboral. d) retirar o agressor da moradia comum. e) informar à ofendida os direitos a ela conferidos e os serviços disponíveis. 15. VUNESP/Câmara de Sumaré ʹ SP/2017 Considerando-se servidora pública em situação de violência doméstica, para preservar sua integridade física e psicológica, o juiz assegurará a ela: a) manutenção do vínculo como servidora por seis meses, afastando-a do local de trabalho. b) encaminhamento prioritário a grupo de apoio psicológico e social fornecido por ente público. c) nomeação de defensor público para atendimento no âmbito administrativo e judicial. d) acesso prioritário à remoção quando integrante da Administração direta ou indireta. e) atendimento especializado pela autoridade policial competente, no cumprimento de medida protetiva. FGV 16. FGV/TJ-BA/2015 A Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) configura como violência doméstica e familiar contra a mulher: a) qualquer ação que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e danos morais; b) qualquer omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual ou psicológico e danos morais; c) qualquer ação e omissão que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual e danos morais; d) qualquer ação ou omissão, independentemente da relação de gênero, que lhe cause morte, lesão, sofrimento sexual e dano patrimonial ou moral; Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 23 70 e) qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial. Outras Bancas 17. FUNDATEC/IGP-RS/2017 De acordo com a Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006), assinale a alternativa correta. a) Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, aplica-se a Lei nº 9.099/1995. b) Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, a restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida não é uma das medidas que o juiz poderá, liminarmente, determinar. c) É possível a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. d) Ainda que para garantir a efetividade das medidas protetivasde urgência, não pode o juiz requisitar auxílio da força policial. e) Dentre as medidas protetivas de urgência à ofendida, poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas, determinar a separação de corpos. 18. IBFC/EMBASA/ 2017 Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas da Lei Federal n° 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). a) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher. b) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado. c) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde. d) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher deverá ser acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária. 19. IESES/IGP-SC/2017 De acordo com a Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha - são formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, dentre outras: a) A violência moral, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 24 70 constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. b) A violência física, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais. c) A violência psicológica, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal ou psíquica, que configure calúnia, difamação ou injúria. d) A violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. 20. FUNDATEC/FHGV/2017 Na interpretação da Lei nº 11.340/2006, serão considerados os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições peculiares das mulheres em situação de: a) Vulnerabilidade. b) Incapacidade. c) Violência doméstica e familiar. d) Abandono. e) Risco e perigo. 21. FADESP/COSANPA/2017 Com relação às medidas protetivas de urgência e equipe de atendimento multidisciplinar dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, com base na Lei nº 11.340/06, é correto afirmar que a) o juiz poderá determinar a suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor, para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, devendo a ofendida levar a decisão ao cartório para que se produza os efeitos. b) é competência da equipe multidisciplinar o desenvolvimento de trabalhos de orientação voltados para a ofendida, bem como o fornecimento de subsídios e orientações ao Juiz e ao Ministério Público mediante laudos, desde que anteriores à audiência, sendo vedado o fornecimento de informações durante a sua realização. c) poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o ofendido. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 25 70 d) o juiz terá o prazo de 48 (quarenta e oito) horas, recebido o expediente com o pedido da ofendida, para decidir sobre as medidas protetivas de urgência, determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência judiciária, quando for o caso, e comunicar ao Ministério Público para que adote as providências cabíveis. 22. PUC-PR/TJ-PR/2017 Conhecida como Lei Maria da Penha, a Lei 11.340/2006 criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA. a) Para evitar represálias, em casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, a autoridade policial está expressamente proibida de ouvir o agressor e as testemunhas. b) A violência doméstica prevista na Lei Maria da Penha é unicamente a violência física, na qual o homem faz uso da força para subjugar a esposa. c) Para preservar a integridade física e psicológica da mulher em situação de violência doméstica, o juiz poderá assegurar, quando necessário, o afastamento da mulher do local de trabalho, por até seis meses. d) As relações pessoais que podem configurar atos de violência doméstica são necessariamente aquelas derivadas da relação entre homem e mulher, não se podendo aplicá-las a eventuais relações homoafetivas entre duas mulheres. e) A configuração de atos de violência doméstica depende necessariamente de haver coabitação entre cônjuges. 23. FUNDATEC/FHGV/2017 A Lei nº 11.340/2006, ao tratar das formas de violência contra a mulher, entre outras, determina que a violência física é entendida como qualquer conduta que ofenda: a) A moral da cidadã. b) Sua integridade ou saúde corporal. c) Psicologicamente. d) De forma verbal. e) De forma direta ou indireta. 24. UFPA/UFPA/2017 A Lei nº 11.340/2006, conhecida por Lei Maria da Penha, visa a coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher. Acerca do tema e com base na referida lei, é CORRETO afirmar o seguinte: a) nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida por violência doméstica, será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência designada com tal finalidade, somente após o recebimento da denúncia, desde que ouvido o Ministério Público. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 26 70 b) a autoridade policial, no atendimento de mulher em situação de violência doméstica e familiar, deverá fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida, bem como informar à ofendida os serviços disponíveis. c) poderá o Ministério Público, a requerimento da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário a proteção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvida a equipe multidisciplinar. d) é vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa, salvo, no últimocaso, se houver consentimento da ofendida. e) para a proteção patrimonial dos bens conjugais ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, a proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação do bem em comum, salvo expressa autorização da ofendida. 25. UPENET-IAUPE/UPE/2017 A LWキ N┨ ヱヱくンヴヰっヰヶが さLWキ M;ヴキ; S; PWミエ;ざが Iヴキラ┌ キミ┎マWヴラゲ マWI;ミキゲマラゲ ヮ;ヴ; IラキHキヴ W ヮヴW┗Wミキヴ ; violência doméstica e familiar contra a mulher. Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA. a) A violência doméstica e familiar contra a mulher se constitui em uma das formas de violação dos direitos humanos. b) Cabe exclusivamente ao poder público criar as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados na legislação. c) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral, exceto o patrimonial. d) A política pública que visa coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio exclusivo de ações da União e dos Estados. e) A criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e criminal, é de competência da União, estando distribuídos nos Estados e no Distrito Federal, para o processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher. 26. CONSULPLAN/TJ-MG/2017 Mulher que foi vítima de lesões corporais perpetradas por seu marido, firmou representação perante a autoridade policial e requereu medidas protetivas previstas na Lei 11.340/06. O Juiz, na análise das medidas protetivas requeridas, poderá determinar, EXCETO: a) Afastamento da ofendida do lar conjugal. b) Revogação das procurações conferidas pela ofendida ao agressor. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 27 70 c) Prestação de caução provisória, mediante depósito judicial. d) Proibição temporária de celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum. 27. IBFC/AGERBA/2017 Assinale a alternativa INCORRETA considerando as disposições da Lei Federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha), sobre a assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar. a) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergencialmente quando for o caso b) O juiz determinará, por prazo incerto, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal c) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica, acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da administração direta ou indireta d) O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses e) A assistência à mulher em situação de violência doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de violência sexual 28. IBADE/SEJUDH ʹ MT/2017 Visando preservar a integridade física e psicológica da mulher vítima de violência doméstica, o juiz pode assegurar, em consonância com a Lei Maria da Penha, Lei n° 11.340/2006, a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento da vítima de seu local de trabalho, por até: a) 3 meses. b) 30 dias. c) 45 dias. d) 1 ano. e) 6 meses. 29. IBADE/IPERON ʹ RO/2017 Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 28 70 A Lei Maria da Penha, Lei n° 11.340/2006, define no Artigo 5º violência doméstica e familiar Iラミデヴ; ; マ┌ノエWヴ さケ┌;ノケ┌Wヴ ;N?ラ ラ┌ ラマキゲゲ?ラ H;ゲW;S; ミラ ェZミWヴラ ケ┌W ノエW I;┌ゲW マラヴデWが ノWゲ?ラが sofrimento físico, sexual ou psicológico e daミラ マラヴ;ノ ラ┌ ヮ;デヴキマラミキ;ノざく NWノ;が ; ┌ミキS;SW doméstica é compreendida como o espaço de convívio de pessoas: a) de laços consanguíneos ou não, desde que haja convivência sistemática. b) com vinculo matrimonial. c) com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas. d) exclusivamente que tenham vinculo familiar. e) cujo convívio seja, necessariamente, frequente. 30. FUNDATEC/CRQ - 5ª R/2017 A Lei nº 11.340/2006, popularmente conhecida como Lei Maria da Penha, é reconhecida pela ONU como uma das três melhores legislações do mundo no enfrentamento à violência contra as mulheres. Segundo dados de 2015 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), desde que entrou em vigor, já contribuiu para uma diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas. Assinale a alternativa correta referente aos dispositivos dessa lei. a) A violência doméstica contra a mulher só se configura quando parte de um homem. Ou seja, vítimas de parceiras em relacionamentos homoafetivos ou mesmo transexuais que se identificam como mulheres em sua identidade de gênero não são amparadas por essa lei. b) A vítima somente poderá renunciar à denúncia perante o juiz. c) Por enquanto, a lei ainda entende violência doméstica apenas quando ocorre agressão física. Sendo assim, casos em que existe calúnia, difamação, injúria, violência psicológica e violência patrimonial devem ser enquadrados nas outras leis existentes. d) Para que se enquadre na lei, a vítima tem que ter sofrido agressão por parte do marido, companheiro ou namorado. Se a agressão partir de outro homem da família, ou mesmo de outra mulher, não será configurada violência doméstica. e) Os serviços de Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita são disponibilizados apenas para mulheres de baixa renda em situação de violência doméstica e familiar. Nesses casos, deverá comprovar sua condição financeira mediante o juiz para a liberação do benefício. 31. IBFC/AGERBA/2017 Assinale a alternativa correta sobre a espécie de violência que a Lei Federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha) indica, em termos expressos e precisos, como qualquer conduta contra a mulher que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima, que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento, que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça. a) Violência psicológica b) Violência moral Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 29 70 c) Violência imaterial d) Violência uxória e) Violência extra corporal 32. PUC-PR/TJ-MS/2017 さA Lei Maria da Penha (Lei 11.340), sancionada no dia 7 de agosto de 2006, completa 11 anos de vigência em 2017. Ferramenta essencial para o enfrentamento da violência de gênero, a norma tem sido aplicada de forma progressiva. Apesar de os índicesde violência ainda serem alarmantes, é possível perceber que as mulheres estão, cada dia mais, abrindo a porta de suas casas para a entrada da Justiça. De acordo com levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado em março de 2015, a Lei Maria da Penha fez diminuir em cerca de 10% a taxa de homicídios contra as mulheres dentro das residências. A norma disciplinou diversas questões, como medidas de prevenção, medidas protetivas de urgência, assistência judiciária e até mesmo atendimento multキSキゲIキヮノキミ;ヴくざ Sobre o tema, assinale a alternativa CORRETA. a) Para os efeitos dessa Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause lesão, sofrimento físico sexual ou psicológico em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. b) O alvo da Lei Maria da Penha se limita à violência praticada por maridos contra esposas ou companheiros contra companheiras e as pessoas envolvidas têm de morar sob o mesmo teto. A vítima, contudo, precisa, necessariamente, ser mulher. c) De acordo com a Lei Maria da Penha, constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, medidas protetivas de urgência, como o afastamento do lar e a proibição de manter contato com a vítima, não podendo determinar de imediato a prestação de alimentos provisórios. d) As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os direitos da vítima forem ameaçados ou violados. Não poderá o juiz, a pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência ou rever aquelas já concedidas, sendo indispensável que o requerimento seja feito pelo Ministério Público. e) Não poderá o juiz determinar o afastamento da ofendida do lar, a fim de assegurar direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos, cabendo ao agressor afastar-se do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida. 33. CONSULPLAN/TRF - 2ª R/2017 Os dados da violência contra a mulher no Brasil comprovam a persistência do patriarcado no país, além de atestarem a ausência de políticas capazes de prevenir e enfrentar a violência. São 5 espancamentos a cada dois minutos (Fundação Perseu Abramo/2010); 1 estupro a cada 11 Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 30 70 minutos (9º Anuário da Segurança Pública/2015); 1 feminicídio a cada 90 minutos (Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil, Ipea/2013); 179 relatos de agressão por dia (Balanço Ligue 180 に Central de Atendimento à Mulher/jan-jun/2015) e 13 homicídios femininos por dia em 2013 (Mapa da Violência 2015/Flasco). A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, institui as medidas de prevenção da violência contra a mulher. Acerca dessas medidas assinale a afirmativa INCORRETA. a) O juiz poderá, quando necessário e sem prejuízo de outras medidas, encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento. b) A integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação. c) O destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência doméstica e familiar contra a mulher. d) A promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos resultados das medidas adotadas. 34. NUCEPE/SEJUS-PI/2017 Em relação à legislação especial é forma de violência doméstica e familiar contra a mulher: a) A violência moral e física, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação. b) A violência psicológica entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força. c) A violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal. d) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. e) A violência moral, entendida como qualquer conduta que configure apropriação indébita. 35. Fundação La Salle/SUSEPE-RS/2017 Relativamente à Lei Maria da Penha, analise as assertivas abaixo e assinale (V) para verdadeiro e (F) para falso. Ricardo Torques, Rosenval Júnior Aula 01 (Prof. Ricardo Torques) Legislação (Lei 11.340/2006 e Lei 11.909/2009) p/ SULGÁS (Todos os Cargos) Pós-Edital www.estrategiaconcursos.com.br 0 00000000000 - DEMO 31 70 ( ) As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das partes e de manifestação do Ministério Público e independente de comunicação ao Ministério Público. ( ) A ofendida deverá ser citada e intimada dos atos processuais relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído ou do defensor público. ( ) Uma das medidas protetivas e de urgência que obrigam o agressor, segundo a legislação em comento, é a prestação de alimentos provisionais, provisórios ou definitivos à vítima. ( ) O Ministério Público intervirá, exclusivamente, quando for parte, nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e familiar contra a mulher. ( ) O juiz poderá relaxar a prisão em flagrante se, no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V ね F ね V ね F ね V. b) F ね F ね F ね V ね V. c) F ね F ね F ね F ね F. d) V ね V ねV ね V ね F e) VねV ね V ね V ね V. 36. IBADE/PC-AC/2017 Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo de outros previstos no Código de Processo Penal: I. ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a representação a termo, se apresentada. II. determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da ofendida e requisitar outros exames periciais necessários. III. remeter, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, expediente apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas protetivas de urgência. IV. ouvir o agressor e as testemunhas. Caso entenda desnecessária a oitiva do agressor, poderá o Delegado dispensá-lo ouvindo apenas a vítima e as testemunhas. Está correto o que se afirma apenas em: a) II e III. b) II e IV. c) I e III.
Compartilhar