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Resistência dos Materiais Prof. Alberti 1 1 Resistência dos Materiais 1 Conceituação Resistência dos Materiais ou Mecânica dos Sólidos é um ramo da mecânica aplicada que estuda o equilíbrio do corpo sólido considerando-se as deformações sofridas quando o mesmo é submetido a um sistema de forças. Isso envolve: • determinação de tensões internas e deformações dos sólidos submetidos a esforços extenos • determinação de deslocamentos em estruturas e seus componentes devido à ação de carregamentos na estrutura • análise de estabilidade de peças estruturais (ex: flambagem) • estudo de fratura • estudo de fadiga 2 Hipóteses simplificadoras O sólido é um corpo constituído por matéria, com quantidade infinita de pontos. No estudo de Resistência dos Materiais serão adotadas as seguintes hipóteses simplificadoras e os materiais serão considerados: a) Contínuos: a matéria ocupa plenamente o volume atribuído ao sólido; não existem vazios no corpo sólido. b) Homogêneos: todos os pontos da matéria têm as mesmas propriedades. c) Isotrópico: todos os pontos têm as mesmas características e propriedades em todas as direções. d) Elásticos: as dimensões originais do sólido são restabelecidas após cessarem as ações que causam deformações. Resistência dos Materiais Prof. Alberti 2 3 Esforços internos Seja um cortpo sólido qualquer, sujeito à ação de um sistema de forças quaisquer, sendo seccionado por um plano de corte imaginário. Imaginando, agora que o sólido é dividido em duas partes. Ao se fazer isso, deve-se representar em cada face cortada imaginariamente a ação que cada ponto exerce sobre o ponto contíguo que está na face correspondente da outra parte do corpo dividido. São as chamadas forças internas ou esforços internos, que existem em cada ponto da seção cortada imaginariamente. Resistência dos Materiais Prof. Alberti 3 Princípio: Qualquer porção de um corpo em equilíbrio estará em equilíbrio se, além das forças aplicadas externas nesta porção do corpo, forem acrescentadas as forças internas transmitidas através da superfície de separação entre a porção do corpo considerada e o restante do corpo. Resultante dos esforços internos: as diversas forças internas que atuam na face cortada imaginariamente podem ser substituidas por um sistema de forças equivalentes (uma força resultante R e um momento resultante M) aplicado no baricentro da seção transversal de corte. Pn 8P P 1P 2 M R O R – resultante de todas as forças situadas de um dos lados da seção transversal em relação ao seu CG. M – momento resultante de todas forças situadas de um dos lados da seção transversal em relação ao seu CG. - Sitema de coordenadas ortogonais x, y e z; - Decomposição de R e M segundo estes eixos; R → N, Vy e Vz M → Mt, Mfy e Mfz Para analisar o que cada um desses seis componentes de esforços provoca no corpo sólido, considera-se, agora, dois planos de corte imaginários, muito próximos um do outro, para retirar uma fatia de espessura dx do corpo sólido. a) Esforço normal (N): componente da resultante R na direção normal à seção transversal. Pode causar separação (tração) ou o inverso (compressão). NN dx Resistência dos Materiais Prof. Alberti 4 b) Esforço cortante (Vy e Vz): componentes da resultante R nas direções y e z, coplanares à seção transversal. Causam cisalhamento. c) Momento torsor (Mt): componente do vetor momento resultante M na direção do eixo normal à seção transversal que contenha o CG. Causa a torção. dx M t CG M t ou d) Momentos fletores (Mfy e Mfz): componentes do vetor momento resultante M nas direções y e z coplanares à seção transversal. Causam a flexão. Mfy dx Mfz CG y x Mfz Mfz Resistência dos Materiais Prof. Alberti 5 4 Tensões Seja um elemento de área s na seção transversal gerada pelo plano de corte imaginário que divide o corpo sólido. Chamemos de F a força molecular que atua no elemento s: Chama-se tensão média no elemento s a relação: Δs ΔF σm = Se considerarmos um ponto P da seção transversal, a tensão neste ponto será: ds dF ou s F lim 0s = = → (Tensão é força por unidade de área) Decompondo o esforço F, que atua em s, segundo o sistema x, y e z, tem-se: Fy Fx Fz F Componentes de tensão segundo os respectivos eixos: s F ; s F ; s F zyx Se novamente for considerado um ponto P, as componentes de tensão no ponto serão: ds dF s F lim x x x 0s x = = → ds dF s F lim y xy y 0s xy = = → ds dF s F lim z xz z 0s xz = = → Resistência dos Materiais Prof. Alberti 6 Representando os vetores de tensão num elemento de área infinitesimal da seção transversal: Observação: as tensões são variáveis ao longo da seção transversal (variam de ponto a ponto). 5 Relação entre comonentes de tensão e esforços internos z y x dFy = xy.ds dFx = x.ds dFz = xz.ds z y ds Esforços moleculares no elemento infinitesimal de área ds: ds.dF xx = ds.dF xyy = ds.dF xzz = As resultantes para toda a seção transversal são: x y z xy xz x Resistência dos Materiais Prof. Alberti 7 6 Deslocamento, deformação e deformação específica Consideremos um corpo sob a ação de um carregamento externo. Estas ações causam modificações nas posições de pontos do corpo (afastamento/aproximação de moléculas). No corpo sólido representado acima, o elemento quadrado desenhado na face antes da deformação do corpo sofre uma modificação de posição. Seus quatro vértices A, B, C e D se deslocam para as posições A’, B’, C’ e D’. Também ocorre uma distorção, pois o quadradro se transforma em losango. DESLOCAMENTO: é o vetor que liga a posição inicial de um ponto à sua posição final. Ou seja, na figura acima é o vetor que liga o ponto A ao ponto A’. Esse deslocamento pode ser decomposto em componentes horizontal (u) e vertical (v). Outro exemplo de deslocamento de um ponto é o vetor que liga o ponto P da extremidade superior direita do corpo sólido à sua posição P’. P P’ u v Resistência dos Materiais Prof. Alberti 8 L L' L NN DEFORMAÇÃO: é a variação da distância relativa entre dois pontos do corpo após a solicitação. Portanto, deformação tem unidade (unidade de comprimento em metro, por exemplo). No elemento quadrado que se transformou em losango, a eformação na direção horizontal é igual à diferença entre x’ e x. Por sua vez, na direção vertical, é a diferença entre y’ e y. DEFORMAÇÃO ESPECÍFICA: é a relação entre o quanto varia a dimensão do elemento numa direção, dividido pela dimensão original. Adota-se a letra para representar a deformação específica que é calculada por: dx dxx'd x xx' lim 0x x − = − = → dy dyy'd y yy' lim 0y y − = − = → Outra deformação representada no elemento quadrado que se transfomou em losango é a deformação angular, ou também denominada distorção angular, dada pela soma dos ângulos e representados na figura. Deformação angular: +=xy Outra maneira de apresentar graficamente os conceitos de deformação e deformação específica é considerar uma barra de comprimento L submetida a uma força longitudinal N. Ao ser solicitada pela força de tração N, a barra sofre um alongamento de valor L. Esse alongamento, que é a variação da distância relativa entre dois pontos do corpo após a solicitação, é a deformação L.Por sua vez, a deformação específica é a relação entre o alongamento L e o comprimento original L. IMPORTANTE: Deformação específica é adimensional (não tem unidade).
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