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SUSTENTABILIDADE NO MEIO AMBIENTE CULTURAL – O EXERCÍCIO DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO Simone Helen Drumond Ischkanian Gabriel Nascimento de Carvalho A liberdade de expressão é um pilar tanto da democracia quanto do Estado de Direito, constitui um dos direitos fundamentais mais preciosos e corresponde a uma das mais antigas exigências humanas, que encontra um dos seus principais fundamentos e objetivo na dignidade da pessoa humana. É inegável que avanços tecnológicos como a televisão, o rádio, o computador, o avião, o satélite, o telefone e a Internet mudaram o mundo e o modo de vida de quase todos os seus habitantes de forma extremamente significativa. De fato, a tecnologia introduzida no século 20 mudou de maneira irreversível a forma como as pessoas se conhecem, interagem, estudam, trabalham e se divertem. A informação tecnológica cresce exponencialmente. Nas últimas décadas, houve uma “explosão” de tecnologia e informação. Avanços tecnológicos resultaram no aumento do conhecimento e da informação e, consequentemente, na descoberta de formas de aprimorar ainda mais a tecnologia. A tecnologia avança rapidamente e nem todos os membros de uma sociedade têm o mesmo grau de acesso aos progressos tecnológicos. A tecnologia frequentemente resulta em até maiores desigualdades sociais, pois à medida que avança, as diferenças sociais se tornam ainda mais gritantes A liberdade de expressão (gênero), apesar das peculiaridades do direito constitucional positivo brasileiro, que engloba a liberdade de manifestação de pensamento (incluindo a liberdade de opinião), a liberdade de expressão artística, a liberdade de ensino e pesquisa, a de comunicação e de informação (liberdade de imprensa) e a liberdade religiosa. A tecnologia criou novos meios de comunicação, que criaram novas formas de ação e interação no mundo social. A tecnologia e os meios de comunicação estão interligados. Hoje, é impossível discutir os meios de comunicação e as formas como as sociedades se comunicam sem abordar o rápido progresso da tecnologia. De fato, a tecnologia determina como e de que forma as informações são compartilhadas. Nos textos constitucionais anteriores que antecederam a Constituição Federal de 1988, os direitos à liberdade de pensamento e de expressão do pensamento foram também reconhecidos como direito fundamental. A Carta Imperial de 1824 assegurou esses direitos em seu artigo 179; a CF de 1891, primeira promulgada na República Federativa do Brasil, assegurou-os em seu artigo 72; a CF de 1934 estabeleceu esses direitos em seu artigo 113; a CF de 1937, apesar de despojada de legitimidade, por suas origens, e de efetividade, pelos fins dos detentores do poder nessa época, não deixou de assegurá-los em seu artigo 122; a CF de 1946, estabeleceu-os em seu artigo 141; a CF de 1967, em seu artigo 150; e a Emenda Constitucional n. 1, de 1969, em seu artigo 153. Novas tecnologias possibilitam a interatividade com o mundo, facilitam o acesso à informação e influenciam como interagimos com outras pessoas. Assim, a tecnologia cria novas formas de comunicação e de tipos de relacionamentos sociais, tanto pessoais como profissionais. Por exemplo, a tecnologia influencia como e onde as pessoas trabalham. Graças aos avanços tecnológicos, uma pessoa pode trabalhar remotamente: por meio de um computador e de acesso à Internet, pode estar constantemente conectada às pessoas com quem trabalha. Hoje, é fácil se comunicar instantaneamente com pessoas que vivem em outras cidades ou países Os meios de comunicação são outro agente de socialização. Os programas de televisão, os filmes, a música popular, as revistas, os sites na Internet e outras formas de mídia de massa influenciam nossas visões políticas, nossos interesses e preferências, a forma como enxergamos homens, mulheres e membros de minorias e nossas crenças e valores em geral. Os meios de comunicação são frequentemente culpados tanto pela violência praticada por jovens como pelos outros males da sociedade. Estima-se que ao assistir aos filmes e aos programas de televisão, uma criança é exposta a milhares de cenas de violência. Isso pode exercer uma enorme influência negativa sobre as crianças e os jovens. Ao mesmo tempo, os comerciais transmitidos pelos meios de comunicação influenciam o nosso cotidiano: o que comemos e bebemos, como nos vestimos e os bens materiais que adquirimos. Os meios de comunicação também reforçam estereótipos de gênero e de raça. Em alguns casos, pelo fato de alguns meios de comunicação objetivarem os corpos de mulheres, levam alguns homens a acreditar que elas nada mais são do que objetos sexuais. A vida privada é um conceito mais amplo, que engloba tanto o direito à privacidade quanto à intimidade, como se articula com outros direitos fundamentais, como é o caso da inviolabilidade do domicílio, que é o espaço onde se desenvolve a vida privada. A liberdade de expressão do pensamento não pode violar a imagem, a honra, a intimidade e a privacidade das pessoas. A tecnologia e os meios de comunicação promovem a globalização, a comunicação globalizada cria uma cultura mundial. As mesmas notícias e os mesmos programas podem ser transmitidos simultaneamente no mundo inteiro. Assim, as informações difundidas ao redor do mundo são as mesmas.
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