Buscar

Grego [Marcos Heraldo De Paiva] - Curso Bíblico Saber e Fé-1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 54 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

45
Aviso importante!
Esta matéria é uma propriedade intelectual de 
uso exclusivo e particular do aluno da Saber e Fé, 
sendo proibida a reprodução total ou parcial deste 
conteúdo, exceto em breves citações 
com a indicação da fonte. 
COPYRIGHT © 2015 - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - SABER E FÉ
45
GREGO
MARCOS HERALDO DE PAIVA
Versão da matéria: 1.0
Nossas matérias são constantemente atualizadas 
com melhorias e/ou possíveis correções. 
Para verificar se existe uma nova versão para 
esta matéria e saber quais foram as alterações 
realizadas acesse o link abaixo. 
www.saberefe.com/area-do-aluno/versoes
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Sumário
03 u Introdução - Para começo de conversa...
04 u Capítulo 1 q Um pouco de história
 05  O texto grego do Novo Testamento
 07  Livros recomendados
08 u Capítulo 2 q “Grego é Grego”
 08  Uma pequena amostra
 09  O alfabeto grego
 11  As vogais gregas
 12  A pronúncia e a transliteração
 13  Os sinais gráficos
15 u Capítulo 3 q “Palavras são palavras” – Parte I
 15  Divisão de classes
 16  Cada caso é um caso
20 u Capítulo 4 q “Palavras são palavras” – Parte II
 20  Substantivos
 21  Adjetivos
 22  Artigos
23 u Capítulo 5 q “Palavras são palavras” – Parte III
 23  Numerais
 24  Preposições
 25  Conjunções
GREGO45
1
Versão da matéria: 1.0
Nossas matérias são constantemente atualizadas 
com melhorias e/ou possíveis correções. 
Para verificar se existe uma nova versão para 
esta matéria e saber quais foram as alterações 
realizadas acesse o link abaixo. 
www.saberefe.com/area-do-aluno/versoes
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
27 u Capítulo 6 q “Palavras são palavras” – Parte IV
 27  Advérbios
 28  Interjeições
 29  Pronomes
33 u Capítulo 7 q Soltando o verbo – Parte I
 33  Falando a nossa língua 
 33  O que é verbo? 
 33  Conjugação dos verbos
 34  Flexões dos verbos
 34  Modos
 34  Tempo
 34  Vozes
 34  Comparando as coisas
37 u Capítulo 8 q Soltando o verbo – Parte II
 37  Quanto à voz 
41 u Capítulo 9 q Soltando o verbo – Parte III
 41  O modo certo 
44 u Capítulo 10 q Soltando o verbo – Parte IV
 44  Tempos e épocas 
48 u Conclusão - Finalmente...
49 u Referências bibliográficas
GREGO45
2
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
q Introdução – Para começo de conversa...
Este é um curso introdutório da língua grega. Então, antes de mais nada, precisamos estabelecer onde queremos chegar. Ler o Novo Testamento na 
língua original — do jeito como você lê sua Bíblia em português — é algo que requer 
anos e anos de estudo. O que se deseja com este curso não é que o aluno saia 
lendo fluentemente o Novo Testamento grego, mas, sim, que tenha noções básicas 
que o ajudem a ter uma visão geral do texto. Para aqueles que desejarem ir mais 
além, já no capítulo 1, daremos sugestão de alguns livros que podem ser usados 
como ferramentas adequadas para um melhor entendimento do texto grego. 
Pense neste curso como uma visão panorâmica, como estar viajando de trem 
ou de ônibus e vendo a paisagem pela janela. Você vai descobrir coisas novas e 
vai, certamente, aprender coisas que não sabia. Mas, acima de tudo, “curta a via-
gem”, divirta-se, sinta prazer em desfrutar um pouco daquilo que a “paisagem” lhe 
oferece. Como numa viagem, tudo será muito rápido. Pararemos aqui e ali, e, cer-
tamente, encontraremos coisas interessantes. No fim de tudo, o que se espera é que 
a “viagem” tenha sido agradável e que você se sinta bem com o que aprendeu. 
GREGO45
3
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
 
Capítulo 1
q Um pouco de história
A seguir, transcrevemos o texto grego de 1Coríntios 1.22. Não se assuste nem se preocupe em entender nada. Tenha o cuidado, somente, de verificar, 
no quadro a seguir, a pronúncia e a tradução de cada uma das palavras. 
™peid¾ kaˆ ‘Iouda‹oi shme‹on a„toàsin kaˆ •Ellhnej sof…an zhtoàsin
N.º Texto grego Transliteração Pronúncia Tradução
1 ™peid¾ epeidë epeidê Porque
2 kaˆ kai cái tanto (literalmente “e”)
3 ‘Iouda‹oi ioudaioi iudáioi judeus
4 shme‹on sëmeion seméion sinal
5 a„toàsin aitousin aitussin pedem
6 kaˆ kai cái quanto (literalmente “e”)
7 •Ellhnej hellënes hélenes gregos
8 sof…an sophian sofían sabedoria
9 zhtoàsin zëtousin zetûssin buscam
Quadro 1
GREGO45
4
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Você já estudou em Bibliologia que o Novo Testamento foi escrito em grego. 
Mas surge a pergunta: se Jesus e todos os apóstolos falavam aramaico, por que 
o Novo Testamento foi escrito em grego? Para respondê-la, precisamos voltar um 
pouco mais na História, até o século IV antes de Cristo. 
Na profecia de Daniel 8, há referência a esse período histórico. Nos versículos 5 
a 8, encontramos a descrição de um “bode [que] vinha do Ocidente sobre a terra, 
mas sem tocar o chão”. A própria Bíblia diz que esse “bode” era o “rei da Grécia” 
(v. 21), e os intérpretes bíblicos o identificam com Alexandre, o Grande. Ele veio “do 
Ocidente” e sua vitória sobre os medo-persas foi fulminante (“sem tocar o chão”). 
Embora fosse macedônio, Alexandre era um admirador da cultura grega e, por onde 
quer que passasse, divulgava a língua e os costumes gregos. Esse movimento patro-
cinado por Alexandre ficou conhecido como helenismo. Mas por que a divulgação 
da cultura grega foi chamada de helenismo? Você mesmo pode responder isso. Ve-
rifique a sétima linha do Quadro 1. Ela contém a palavra •Ellhnej cuja tradução é 
“gregos”. Agora, verifique a transliteração dessa palavra – “hellënes”. Assim sendo, 
conclui-se que “helenos” era o nome que os gregos davam a si mesmos. 
A profecia bíblica já dizia que o grande chifre seria quebrado “estando na sua 
maior força” — ou seja, tão rápido quanto conquistou o seu império, Alexandre o 
deixou, pois morreu ainda jovem, com apenas 33 anos de idade. Seu império foi di-
vidido entre quatro dos generais de Alexandre — “outros quatro também insignes” 
(v. 8). Destes, somente dois impérios tiveram vida longa: o Selêucida e o Ptolomaico 
— os quais participaram diretamente dos eventos ocorridos no chamado “período 
intertestamentário”. Apesar de inimigos, ambos continuaram a estabelecer e presti-
giar a cultura grega. Posteriormente, quando o Império Romano dominou o mundo 
conhecido, a cultura grega estava disseminada por todos os lugares. O grego era 
a língua universal — assim como o “inglês”, nos dias de hoje. Em qualquer lugar do 
vasto Império Romano, as pessoas podiam falar “grego” que todos entenderiam. 
Por isso, o Novo Testamento foi escrito em grego — no grego koinê, isto é, no grego 
“comum”, que as pessoas falavam no dia-a-dia.
 O texto grego do Novo Testamento
A seguir, reproduzimos o mesmo texto de 1Coríntios 1.22, porém, em duas versões diferentes. Olhe com atenção e veja a diferença entre eles. 
1ª versão
™peid¾ kaˆ ‘Iouda‹oi shme‹on a„toàsin kaˆ •Ellhnej sof…an zhtoàsin
2ª versão
™peid¾ kaˆ ‘Iouda‹oi shme‹a a„toàsin kaˆ •Ellhnej sof…an zhtoàsin
GREGO45
5
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Como você deve ter reparado, há uma pequena variação entre um e outro. 
Enquanto na primeira versão encontramos a palavra grega shme‹on (sinal), na se-
gunda lemos shme‹a (sinais). Essa é uma divergência sutil, mas existem outras muito 
mais significativas. Mas por que existem essas diferenças se o Novo Testamento é 
um só? A resposta a essa questão gastaria páginas e páginas, porém, daremos um 
breve resumo.
Antes da invenção da imprensa, todas as cópias do Novo Testamento eram 
feitas à mão, ou melhor dizendo, manuscritas. No século 16, o famoso Erasmo de 
Roterdam fez um esforço para publicar o texto grego do Novo Testamento, fazendo 
uma pesquisa nos manuscritos existentes. Isso porque, naquela época, os primeiros 
escritos já não existiam, havendo somente cópias dosdocumentos originais. Então, 
comparando as cópias de que dispunha, Erasmo produziu a sua edição do Novo 
Testamento, que, com algumas pequenas variações, veio a ser conhecida como 
Textus Receptus (expressão latina que significa: “Texto Recebido”). Esse foi o texto 
grego usado pelo reformador Lutero para traduzir a Bíblia para a sua língua, o ale-
mão. Esse, também, foi o texto grego utilizado por João Ferreira de Almeida para 
traduzir a Bíblia para o português. E esse é o texto adotado hoje pela Sociedade Bí-
blica Trinitariana. A primeira versão grega de 1Coríntios 1.22, citada no início deste 
tópico, é de acordo com o “Texto Recebido”.
No entanto, depois do século 16, muitas descobertas foram feitas e muitos ou-
tros manuscritos foram encontrados. Com base nessas novas cópias, um grupo de 
estudiosos elaborou uma nova edição do texto grego, chamado por uns de Texto 
Crítico e, por outros, de Westcott-Hort – sobrenome dos responsáveis pela sua pri-
meira publicação. Esse texto veio a ganhar aceitação em várias partes do mundo, 
tendo sido adotado como padrão pelas Sociedades Bíblicas Unidas, da qual faz 
parte a Sociedade Bíblica do Brasil. A segunda versão grega apresentada no início 
deste tópico é conforme o Texto Crítico. 
Em tempos mais recentes, outro grupo de especialistas tem defendido uma 
nova edição que tem sido denominada de Texto Majoritário. A tradução Nova Ver-
são Internacional da Bíblia, embora tenha seguido o Texto Crítico, usou o Texto Ma-
joritário como fonte de consulta e aperfeiçoamento. 
Cada um desses tipos de texto tem seus fervorosos defensores. Mas deve ser 
ressaltado que o Texto Recebido e o Texto Majoritário concordam em 99% de seu 
conteúdo e que o Texto Recebido é 90% igual ao Texto Crítico. Dessa forma, a des-
peito das críticas e razões de cada lado, as concordâncias são muito mais signifi-
cativas do que as divergências. 
Em nossas citações do texto grego utilizaremos o Texto Recebido. Mas alguns 
dos livros que recomendaremos usam o Texto Crítico. Esperamos que estas expli-
cações tenham sido úteis para esclarecer o motivo das variações que porventura 
sejam encontradas quando comparados dois textos gregos diferentes.
GREGO45
6
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
 Livros recomendados
Embora nosso curso seja introdutório, cremos que muitos desejarão se aprofun-dar no estudo da língua original do Novo Testamento. Pensando nisso, elabo-
ramos uma breve lista de livros que julgamos necessários para qualquer estudante 
de grego.
Em primeiro lugar, obviamente, deve-se adquirir um Novo Testamento Grego. 
Nas livrarias evangélicas pode ser encontrado a edição com o NT Grego, publicada 
pela Sociedade Bíblica Trinitariana, contendo o Texto Recebido. Como fonte alter-
nativa de consulta, sugerimos a aquisição do Novo Testamento Trilíngue, publicado 
por Edições Vida Nova. Esta obra reproduz, lado a lado, o texto grego, sua tradu-
ção em português e em inglês. O texto grego utilizado é o Texto Crítico, a tradução 
em inglês é a NIV, e a tradução em português é a Revista e Atualizada. 
Um bom dicionário é essencial para qualquer tradução e nossa sugestão é o 
Léxico do N.T. Grego / Português, de F. Wilbur Gingrich e Frederick W. Danker, publi-
cado por Edições Vida Nova, que, embora pequeno em volume, tem-se mostrado 
muito útil. Além do dicionário, cremos que um bom auxílio para um melhor entendi-
mento na leitura do texto grego é o livro Chave linguística do Novo Testamento gre-
go, de Fritz Rienecker e Cleon Rogers, também publicado por Edições Vida Nova. 
Nessa obra os autores analisam as palavras mais significativas em cada versículo, 
dando sua raiz e a tradução provável.
No que diz respeito à gramática grega para principiantes, um dos melhores li-
vros que conhecemos é Aprenda o grego do Novo Testamento, de John H. Dobson, 
publicado pela CPAD. Outro livro igualmente excelente é Noções do grego bíblico, 
de Lourenço Stelio Rega, publicado por Edições Vida Nova. Embora sigam métodos 
diferentes, tanto um autor quanto o outro, apresentam, de forma bem didática, os 
conceitos que, em nosso curso, abordaremos de forma superficial. 
GREGO45
7
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Capítulo 2
q “Grego é Grego”
 Uma pequena amostra
A seguir, reproduzimos o texto grego de Marcos 1.1, e, na tabela seguinte, a transliteração e a pronúncia de cada uma das palavras. 
‘Arc¾ toà eÙaggel…ou ‘Ihsoà Cristoà, uƒoà toà Qeoà:
N.º Texto grego Transliteração Pronúncia
1 ‘Arc¾ Arkhë Archê
2 toà tou Tu
3 eÙaggel…ou euaggeliou Euangelíou
4 ‘Ihsoà Iësou Iessú
5 Cristoà Khistou Christú
6 Uƒoà huiou Huiú
7 toà tou Tu
8 Qeoà Theou Theú
Quadro 2
GREGO45
8
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Nessa pequena amostra da língua grega, você já pode notar alguns detalhes 
que chamam a nossa atenção, conforme os comentários a seguir:
1. ‘Arc¾ - Note que a segunda letra parece com o nosso “p”, mas, na verdade 
é um “r”. A quarta letra parece um “n”, mas é a vogal “ê”.
2. toà - A transliteração é diferente da pronúncia, pois o ditongo “ou” se pro-
nuncia como a nossa vogal “u”.
3. eÙaggel…ou - Esta é a palavra “evangelho”. Repare que, tanto na translite-
ração quanto na pronúncia, não existe a letra “v” — pois essa letra não existe 
no alfabeto grego. Repare, também, que embora a transliteração demonstre 
existirem duas letras “g” (euaggeliou) na palavra, a pronúncia coloca um “n” 
no lugar do primeiro “g” (euangelíou). Isso porque, em grego, quando temos o 
encontro consonantal gg ele é pronunciado como “ng”.
4. ‘Ihsoà - Este é o nome Jesus. Note que não existe um “j” na pronúncia — por-
que esse som era desconhecido na língua grega. Verifique, também, que, na 
pronúncia, escrevemos o nome Iessú com dois “s”, pois, em grego, o “s” sempre 
tem som de “s” e nunca de “z”.
5. Cristoà - Este é o nome Cristo. Repare que a primeira letra se parece com o 
nosso “x”, mas, na verdade, tem um som que não existe em português e que se 
parece com um “q” forte.
6. uƒoà - Note que, tanto na transliteração quanto na pronúncia, foi colocado 
um “h”, que deve ser pronunciado como o “h” da palavra inglesa “help”.
7. toà - Veja os comentários do item 2.
8. Qeoà - Esta é a palavra “Theós”, que traduzimos como Deus. Note que a pri-
meira letra (Q) não é um “t”, mas um “teta” — letra que não existe no nosso 
alfabeto. A pronúncia mais aproximada seria o “th” da língua inglesa.
 O alfabeto grego
Como você pode notar no exemplo dado, o alfabeto grego guarda algu-mas semelhanças com o nosso, porém, possui também muitas diferenças. 
No quadro a seguir, listamos as 24 letras gregas, maiúsculas e minúsculas, com seus 
respectivos nomes e pronúncias.
GREGO45
9
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Ordem Minúsculas Maiúsculas Nome Pronúncia
1 a A Alfa como “a” em gato
2 b B Beta como “b” em bola
3 g G Gama como “g” em galo
4 d D Delta como “d” em dado
5 e E Épsilon como “e” em pé
6 z Z Zeta como “z” em zebra
7 h H Êta como “ê” em cabelo
8 q Q Theta como “th” no inglês thing
9 i I Iota como “i” em tiro
10 k K Kapa como “c” em casa
11 l L Lambda como “l” em lar
12 m M Mi como “m” em mesa
13 n N Ni como “n” em navio
14 x X Csi como “x” em táxi
15 o O Ômicron como “o” em pó
16 p P Pi como “p” em pato
17 r R Rô como “r” em rato
18 s , j S Sigma como “s” em sapo
19 t T Tau como “t” em tatu
20 u U Ypsilon como “y” no alemão Müller
21 f F Fi como “f” em faca
22 c C Khi como “ch” no alemão ich
23 y Y Psi como “ps” em psicologia
24 w W Ômega como “ô” em alô
Quadro 3
GREGO45
10
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Lembretes importantes
As aparências enganam: o Êta minúsculo (h) se parece com o nosso “n” e o 
maiúsculo (H) com o nosso “H”, mas, na verdade é a vogal “ê”. Da mesma 
forma, o Ni, na sua forma minúscula (n) se parece com o nosso “v”, mas é 
um “n”.Outra letra com a qual devemos tomar cuidado é o Rô, que, tanto 
na sua forma maiúscula (R) quanto na minúscula (r), se parece com um “p”, 
mas é um “r”. 
A letra Sigma tem duas formas minúsculas (s , j). A que se parece com o 
nosso “s” é usada somente no fim das palavras, enquanto que a outra forma 
é usada em qualquer posição, exceto no fim.
 As vogais gregas
A língua grega possui sete vogais: a, e, h, i, o, w, u. Existem dois tipos de “e”, um breve, o Épsilon (e), e um longo, o Ëta (h) . O e será pronunciado 
de forma aberta, como na palavra “chefe”. O h será pronunciado como um “e” 
fechado, como na palavra “alemão”. De forma semelhante ao “e”, existem, tam-
bém, dois tipos de “o”, um breve, o Ômicron (o), e um longo, o Ômega (w). O o será 
pronunciado como um “o” aberto, como na palavra “aposta”. O w, por sua vez, 
será pronunciado como “o” na palavra “lobo”. 
A vogal Ypsilon (u), que tem o formato parecido com o nosso “u”, quando está 
sozinha numa sílaba tem o som de um “i” longo (como a letra “i” acentuada da 
palavra “vestígio”). Nos ditongos, entretanto, o u é pronunciado como um “u”, com 
uma exceção, conforme pode ser visto no quadro a seguir:
Ditongo Pronúncia
Ai ai
Ei ei
Oi oi
Ui ui
Au au
Eu eu
Hu êu
Ou u
Quadro 4
GREGO45
11
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Existem outros ditongos formados entre uma vogal longa e o iota (i), na qual o i 
não é pronunciado. Nestes casos, o i é chamado de “iota subscrito”, pois é escrito 
embaixo da vogal longa. Veja o quadro abaixo:
Ditongo Pronúncia
v a
V Ê
J ô
Quadro 5
 A pronúncia e a transliteração
Transliterar significa escrever com as letras que usamos aquilo que está em outro tipo de alfabeto. A transliteração tenta, assim, trocar as letras de um 
alfabeto que desconhecemos pelas letras equivalentes do alfabeto conhecido. Na 
maior parte das vezes, a transliteração nos ajuda a entender qual é a pronúncia 
correta de determinada palavra. Mas, às vezes, a falta de equivalência de sons (fo-
nemas) compatíveis ou mesmo peculiaridades da língua fazem que, nem sempre, 
pronúncia e transliteração sejam iguais.
Por exemplo, na língua grega não existem as consoantes jota (J) ou vê (V). Por 
outro lado, existem letras cujos sons não são usados na língua portuguesa, como é 
o caso do Theta (q) e do Khi (c). Como já dissemos, anteriormente, a pronúncia do 
q é similar à do th na língua inglesa. Por sua vez, a pronúncia do c se parece com o 
ch do alemão, algo como um “q” forte.
Há, também, dificuldades relacionadas com a nossa própria língua. Em portu-
guês, a letra “s” tem o som de “z” quando se encontra entre duas vogais (como na 
palavra “casa”, que pronunciamos cáza). Já em grego, o Sigma (s) sempre tem 
som de “s”, nunca de “z”. De forma semelhante, embora a letra “x”, em português, 
seja pronunciada de diversos modos diferentes, em grego, o Csi (x) sempre terá 
som de “cs” (como “x”, na palavra “anexo”).
O grego tem, igualmente, suas peculiaridades. A letra Gama (g), por exemplo, 
terá sempre o som de um “g” forte, como na palavra “gato”. Assim sendo, a pala-
vra gÁ, que significa “terra”, deve ser pronunciada como “guê” e não como “gê”. 
No entanto, quando a letra Gama vem antes de outro Gama (gg), de um Kapa (gk) 
e/ou de um Khi (gc), passa a ter o som de “n”, como pode ser observado nas pa-
lavras ¥ggeloj (se pronuncia “ângelos” = anjo) ou ¥gkura (se pronuncia “ânkiira” 
= âncora). 
GREGO45
12
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Finalmente, deve ser dito que, como já visto anteriormente, a língua grega tem 
duas vogais “e” e duas vogais “o”. Para diferenciar uma da outra, usaremos, na 
transliteração, o trema para distinguir um êta (h = “ë”) de um épsilon (e = “e”), e um 
ômega (w = “ö”) de um ómicron (o = “o”).
 Os sinais gráficos
 Aspiração
As palavras gregas iniciadas por vogal possuem um sinal gráfico especial cha-
mado “aspiração”. Quando a vogal é minúscula, a aspiração é colocada sobre a 
letra; quando é maiúscula, antes da letra. Quando a palavra se inicia com ditongo, 
a aspiração é colocada sobre a segunda vogal, mas influencia a sílaba toda. 
A aspiração pode ser branda ou forte. A aspiração branda é representada 
por um símbolo semelhante a um apóstrofo (‘), e não tem efeito algum na pro-
núncia, não sendo representada na transliteração. A aspiração forte (ou áspera) 
é representada por um apóstrofo ao contrário (’). Esse tipo de aspiração deve ser 
pronunciada como a letra “h” da palavra inglesa “help” (pronuncia-se “rélp”). Por 
esse motivo, a aspiração áspera (forte) será representada, na transliteração, pela 
letra “h”. 
Além das vogais, as palavras iniciadas com a consoante Rô (r) possuem aspi-
ração.
 Acentuação
De forma geral, todas as palavras gregas são acentuadas. As exceções são al-
gumas palavras de uma ou duas sílabas que, geralmente, são pronunciadas quase 
que em conjunto com as outras palavras da frase. É a acentuação que determina a 
sílaba tônica da palavra grega. Os acentos usados são: o circunflexo (^), o agudo 
(/) e o grave (`). Em algumas edições de Novo Testamento Grego, o acento circun-
flexo é representado por um til (~). 
O acento grego não está vinculado ao som, aberto ou fechado, de uma síla-
ba, mas, sim, ao fato de a sílaba ser longa ou breve. O acento circunflexo nunca 
será colocado sobre uma sílaba breve. O acento agudo poderá ser colocado em 
qualquer tipo de sílaba. O acento grave somente é colocado na última sílaba e, 
mesmo assim, só quando essa sílaba já tiver acento agudo e a palavra vier seguida 
de outra. Falando de outra forma: uma palavra que tenha acento grave na última 
sílaba é a mesma palavra que teria acento agudo naquela sílaba. Exemplificando: 
kaˆ = ka…, klhtÕj = klhtÒj, di¦ = di£, etc.
GREGO45
13
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Da mesma forma que a aspiração, quando um ditongo é acentuado o acento 
é colocado na segunda letra, mas a ênfase da pronúncia deve ser na primeira letra 
(ex.: ka… se pronuncia “cái” e não “caí”).
Importante: Quando mencionarmos a pronúncia de uma palavra, a sílaba tôni-
ca dessa palavra estará acentuada, para melhor identificação. De maneira geral, 
usaremos, na pronúncia, o acento agudo, mas quando a sílaba tônica cair sobre 
uma vogal longa (h ou w), representaremos isso com um acento circunflexo.
 Pontuação 
A língua grega utiliza quatro tipos de sinais de pontuação. O “ponto final” (.) e 
a “vírgula” (,) são iguais aos nossos e sua utilização é semelhante. Para representar 
o nosso “ponto-e-vírgula”, ou “dois pontos”, ou mesmo o “ponto de exclamação”, 
é utilizado, em grego, um “ponto alto” (:). Já o “ponto de interrogação”, em grego, 
tem um símbolo idêntico ao nosso ponto e vírgula (;). Veja na tabela abaixo a cor-
relação entre os sinais de pontuação.
Pontuação Português Grego
Ponto final . .
Vírgula , ,
Ponto-e-vírgula ; :
Dois-pontos : :
Exclamação ! :
Interrogação ? ;
Quadro 6
GREGO45
14
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Capítulo 3
q “Palavras são palavras” – Parte I
 Divisão de classes
Agora que já conhecemos o alfabeto grego, estamos prontos para caminhar um pouco mais na língua original do Novo Testamento. O texto abaixo re-
produzido é o primeiro versículo da primeira carta de Paulo aos Coríntios. Na tabela 
seguinte, você encontrará, além da transliteração e da pronúncia, a indicação da 
classe gramatical de cada uma das palavras.
Paàloj klhtÕj ¢pÒstoloj ‘Ihsoà Cristoà di¦ qel»matoj Qeoà, 
kaˆ Swsqšnhj Ð ¢delfÒj
N.º Texto grego Transliteração Pronúncia Classe gramatical
1 Paàloj Paulos Páulos substantivo
2 klhtÕj klëtos kletós adjetivo
3 ¢pÒstoloj apóstolos apóstolos substantivo
4 ‘Ihsoà Iësou Iessú substantivo
5 Cristoà Khristou Christú substantivo
6 di¦ Dia día preposição
7 qel»matoj thelëmatos thelêmatos substantivo
8 Qeoà Theou Theúsubstantivo
9 kaˆ Kai cái conjunção
10 Swsqšnhj Söstenës Sosthénes substantivo
11 Ð Ho hó artigo
12 ¢delfÒj adelfos adelfós substantivo
Quadro 7
GREGO45
15
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Como você pode notar, assim como na língua portuguesa, também em grego 
as palavras são divididas em várias classes gramaticais. Em linhas gerais, a defi-
nição de cada classe é semelhante, seja em grego, seja em português, por isso 
utilizaremos as definições já ensinadas na disciplina Português Instrumental II. Neste 
capítulo, daremos uma visão geral sobre as várias classes de palavras gregas, com 
exceção dos verbos, que serão abordados no próximo capítulo.
 Cada caso é um caso
Antes, porém, de entrarmos no estudo das classes propriamente ditas, é pre-ciso que analisemos uma peculiaridade da língua grega: os casos. Para 
melhor entender a ideia, façamos um paralelo entre substantivos e verbos. Em por-
tuguês, os substantivos podem variar em gênero, número e grau. Os verbos, no en-
tanto, variam em pessoa, número, modo, tempo e voz, sendo conjugados de acor-
do com as regras estabelecidas. Em grego, os verbos também são conjugados. Os 
substantivos, por outro lado, têm um tratamento totalmente diferente do português, 
variando em gênero, número e caso. 
Dizendo de outra maneira, na língua grega, assim como os verbos são conjuga-
dos, os substantivos são declinados conforme o caso. E assim como os verbos são 
classificados em 1ª, 2ª e 3ª conjugações, os substantivos gregos também são classifi-
cados em 1ª, 2ª e 3ª declinações. E essa questão de casos vale não só para os subs-
tantivos, mas, igualmente, para os adjetivos, para os artigos, e assim por diante. A tí-
tulo de curiosidade, veja, no quadro abaixo, a declinação de ¥nqrwpoj (homem).
Caso Singular Plural
Nominativo ¥nqrwpoj ¥nqrwpoi
Genitivo ¢nqrèpou ¢nqrèpwn
Ablativo ¢nqrèpou ¢nqrèpwn
Locativo ¢nqrèpJ ¢nqrèpoij
Instrumental ¢nqrèpJ ¢nqrèpoij
Dativo ¢nqrèpJ ¢nqrèpoij
Acusativo ¥nqrwpon ¢nqrèpouj
Vocativo ¥nqrwpe ¥nqrwpoi
Quadro 8
Para ilustrar o que estamos falando, vamos rever o texto de 1Coríntios 1.1, in-
cluindo, agora, a informação sobre o caso de cada uma das palavras. 
GREGO45
16
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
N.º Texto grego Pronúncia Classe gramatical Caso
1 Paàloj Páulos substantivo nominativo
2 klhtÕj kletós adjetivo nominativo
3 ¢pÒstoloj apóstolos substantivo nominativo
4 ‘Ihsoà Iessú substantivo genitivo
5 Cristoà Christú substantivo genitivo
6 di¦ diá preposição -
7 qel»matoj thelêmatos substantivo ablativo
8 Qeoà Theú substantivo ablativo
9 kaˆ cái conjunção -
10 Swsqšnhj Sosthénes substantivo nominativo
11 Ð hó artigo nominativo
12 ¢delfÒj adelfós substantivo nominativo
Quadro 9
Mas o que vem a ser um “caso”? Falando de maneira genérica, podemos dizer 
que caso é uma variação da palavra que indica qual é a relação daquela palavra 
com as outras da frase. Cada caso tem sua terminação característica, conforme a 
declinação, e, ao identificarmos o caso de uma determinada palavra, somos ca-
pazes de dizer qual é a sua função sintática (sujeito, objeto direto, objeto indireto) 
ou como aquela palavra está relacionada com as outras.
Na língua portuguesa, a posição de uma palavra indica, por assim dizer, sua 
função na frase. Por exemplo, “João” e “cachorro” são substantivos. Mas dizer “O 
cachorro mordeu João” é diferente de dizer “João mordeu o cachorro”. Embora 
as palavras “João” e “cachorro” tenham sido escritas do mesmo jeito nas duas 
frases, o sentido é totalmente diferente, porque a posição delas determina quem 
é o sujeito e quem é o objeto. Em grego não é assim. Não é a posição de uma pa-
lavra que determina sua função, mas, sim, o caso em que ela está flexionada. Se 
o substantivo “João” for o sujeito da frase, ele será flexionado no caso nominativo; 
se “João” for o objeto direto, ficará no acusativo. Por outro lado, se em português 
precisamos usar a preposição “de” para dizer “a lei de Deus”, em grego podemos 
dizer o mesmo apenas colocando a palavra Deus no caso ablativo, sem usar pre-
posição alguma. 
GREGO45
17
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Como visto no quadro 8, há oito diferentes casos: nominativo, genitivo, ablativo, 
locativo, instrumental, dativo, acusativo e vocativo. No entanto, costuma-se reunir 
aqueles que têm grafia igual, agrupando em apenas cinco, a saber: nominativo, 
genitivo, dativo, acusativo e vocativo. Na tabela a seguir, listamos os oito casos e a 
função de cada um deles.
Caso Função / Ideia principal
Nominativo sujeito da oração
Genitivo ideia de posse
Ablativo ideia de derivação
Locativo ideia de lugar
Instrumental ideia de instrumento
Dativo objeto indireto
Acusativo objeto direto
Vocativo invocação ou exclamação
Quadro 10
Considerando o que já sabemos sobre os casos, vamos “arriscar” uma primeira 
tradução. Veja, no quadro abaixo, a tradução “literal” das palavras gregas e, de-
pois, verifique como os casos se aplicam quando reunimos todas as palavras.
N.º Texto grego Classe gramatical Caso Tradução
1 Paàloj substantivo nominativo Paulo
2 KlhtÕj adjetivo nominativo chamado
3 ¢pÒstoloj substantivo nominativo apóstolo
4 ‘Ihsoà substantivo Genitivo Jesus
5 Cristoà substantivo Genitivo Cristo
6 di¦ preposição - através de
7 qel»matoj substantivo Ablativo Vontade
8 Qeoà substantivo Ablativo Deus
GREGO45
18
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
9 kaˆ conjunção - E
10 Swsqšnhj substantivo nominativo Sóstenes
11 Ð artigo nominativo O
12 ¢delfÒj substantivo nominativo irmão
Quadro 11
Tradução: Paulo, chamado apóstolo de Jesus Cristo através da vontade de 
Deus, e o irmão Sóstenes
Comentário: Paulo é apóstolo “de Jesus Cristo” – ideia de posse (genitivo); e 
isso através da “vontade de Deus” – ideia de derivação (ablativo).
GREGO45
19
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Capítulo 4
q “Palavras são palavras” – Parte II
 Substantivos
Agora, passemos ao estudo das classes gramaticais, começando com os substantivos. Conforme já estudado na disciplina Português Instrumental II, 
substantivo “é a classe gramatical responsável por nomear os seres, os objetos, os 
lugares, os sentimentos, etc”. No entanto, como vimos no tópico anterior, diferen-
te da língua portuguesa, os substantivos, em grego, variam em gênero, número e 
caso. No que diz respeito ao gênero, um substantivo pode ser: masculino, feminino 
ou neutro. Quanto ao número, pode ser: singular ou plural. Quanto aos casos, os 
substantivos são flexionados conforme a sua própria declinação. 
Cada declinação possui seu próprio paradigma, ou seja, as terminações ca-
racterísticas que identificam e diferenciam cada caso. O estudo desses paradig-
mas das declinações, as regras de acentuação, etc., fogem da proposta de nosso 
curso, de forma que sugerimos àqueles que desejem se aprofundar nesse assunto, 
uma pesquisa nos livros recomendados no capítulo 1. 
GREGO45
20
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Os substantivos em que o caso nominativo singular termina em a, h, aj e hj são 
da 1ª declinação. Aqueles cujo nominativo singular termina em oj e on são da 2ª 
declinação, e os que terminam em qualquer outra consoante ou vogal são da 3ª 
declinação. Normalmente, os substantivos da 1ª declinação terminados em a e h 
são femininos, e os que terminam em aj e hj são masculinos. Da mesma forma, de 
maneira geral, os substantivos da 2ª declinação terminados em oj são masculinos, 
e os que terminam em on são neutros. Quanto à 3ª declinação, há muitas exceções. 
Para não se perder nessa multidão de regras, grave o seguinte: para se saber se um 
substantivo é masculino, feminino ou neutro, verifique o artigo que o acompanha, 
pois o artigo necessariamente concordará com o gênero do substantivo.
 Adjetivos
Como acontece em português, o “adjetivo é a palavraque qualifica os seres expressando característica, qualidade, aparência ou estado”. O ad-
jetivo sempre concordará com o substantivo, tendo as mesmas flexões de gênero, 
número e caso. Mas o adjetivo também varia em grau, que pode ser comparativo 
ou superlativo.
A seguir, reproduzimos, novamente, 1Coríntios 1.1, sendo que, dessa vez, acres-
centamos o versículo 2. Neles aparece uma mesma palavra, a qual foi sublinhada. 
Verifique as semelhanças e as diferenças entre as duas ocorrências.
Paàloj klhtÕj ¢pÒstoloj ‘Ihsoà Cristoà di¦ qel»matoj Qeoà, kaˆ 
Swsqšnhj Ð ¢delfÒj, tÍ ™kklhs…v toà Qeoà tÍ oÜsV ™n Kor…nqJ, ¹giasmšnoij 
™n Cristù Ihsoà, klhto‹j ¡g…oij, sÝn p©si to‹j ™pikaloumšnoij tÕ Ônoma toà 
Kur…ou ¹mîn Ihsoà Cristoà ™n pantˆ tÒpw, aÙtîn te kaˆ ¹mîn
Se fôssemos fazer uma “tradução livre“ do texto citado, ela ficaria assim:
“Paulo, chamado apóstolo de Jesus Cristo através da vontade de Deus, e o 
irmão Sóstenes, à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo 
Jesus, chamados santos, com todos os que invocam o nome do Senhor nosso Jesus 
Cristo, em todos os lugares, [Senhor] tanto deles quanto nosso”.
O adjetivo klhtÕj, que aparece no verso primeiro está vinculado ao substanti-
vo Paulo, o remetente da carta. Já a ocorrência do mesmo adjetivo no versículo 2 
(klhto‹j) está qualificando os destinatários da carta – “a igreja de Deus que está 
em Corinto”. Assim como Paulo havia sido chamado (klhtÕj) para ser apóstolo de 
Jesus Cristo, os crentes de Corinto haviam sido chamados (klhto‹j) para ser santos 
(¡g…oij significa “santos”). No verso 1, o substantivo está no singular. E o adjetivo 
também. No verso 2, o adjetivo está no plural, porque se refere aos “santificados em 
Cristo Jesus”, que está no plural.
GREGO45
21
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
 Artigos
Na língua grega só existe o artigo definido. Quando se quer dar a ideia de indefinição, omite-se o artigo. Veja o exemplo a seguir: 
Ð ¢delfÒj = o irmão
¢delfÒj = um irmão
Dependendo do contexto, ¢delfÒj pode ser traduzido unicamente por “ir-
mão” ao invés de “um irmão” — ou seja, não é necessário colocar o artigo indefini-
do “um”. Como já foi dito, a simples ausência do artigo definido já é suficiente para 
dar a ideia de indefinição. 
Assim como o adjetivo, o artigo concorda em gênero, número e caso com o 
substantivo, sendo muito útil conhecer o paradigma da flexão do artigo, em todos 
os seus casos, considerando que, a partir dele, é possível saber em que caso está o 
substantivo que o acompanha. Abaixo, colocamos a declinação do artigo. Repare 
que o artigo não possui caso vocativo.
Declinação 
do artigo
Singular Plural
Masculino Feminino Neutro Masculino Feminino Neutro
Nominativo Ð ¹ tÒ oƒ aƒ t£
Genitivo Toa tÁj toà tîn tîn tîn
Dativo Tù tÍ tù to‹j ta‹j to‹j
Acusativo TÒn t»n tÒn toÚj t£j t£
Quadro 12
GREGO45
22
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Capítulo 5
q “Palavras são palavras” – Parte III
 Numerais
Como na língua portuguesa, em grego, também, “o numeral é a classe gra-matical que expressa a quantidade exata de seres ou a posição que os se-
res ocupam numa série”. Assim como em português, existem, em grego, os numerais 
cardinais e ordinais. Os numerais variam em gênero – masculino, feminino e neutro. 
E, também, são flexionados conforme o caso específico. 
Na questão dos numerais, a influência do grego é marcante na língua portu-
guesa, de forma que, mesmo sem saber, já conhecemos alguns numerais gregos, 
tanto cardinais quanto ordinais, como pode ser verificado pela série de exemplos 
abaixo:
deÚteroj (pronúncia = déuteros; tradução = segundo) está presente no nome 
Deuteronômio (literalmente, “segunda lei”); 
dÚo (pronúncia = dúo; tradução = dois) corresponde a uma palavra portu-
guesa de significado semelhante;
penthkostÒj é o nome da festa judaica em que ocorreu a descida do Espíri-
to Santo (pronúncia = pentecostós; tradução = cinquenta);
GREGO45
23
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
E ainda os nomes dados a uma série de campeonatos conquistados:
Numeral Pronúncia Tradução Uso
Pšnte pénte cinco pentacampeão
›x hex seis hexacampeão
˜pt£ heptá sete heptacampeão
Ñktè octô oito octacampeão
™nnša enéa nove eneacampeão
Dška déca dez decacampeão
Quadro 13
 Preposições
Em português, “preposição é uma palavra invariável que liga dois termos”. Na língua grega, entretanto, as coisas não são assim. Em português, precisamos 
da preposição “de” para dizer: “Filho de Deus”. Em grego, isso não é necessário, 
pois podemos, simplesmente, colocar a palavra “Deus” no genitivo que já conse-
guimos transmitir a ideia de posse. Assim sendo, a função da preposição na língua 
grega não é, simplesmente, servir de ligação entre dois termos, mas, sim, auxiliar o 
substantivo a expressar o seu caso ou a sua função em uma oração.
As preposições são indeclináveis, isto é, não são flexionadas em casos. Mas elas 
estão vinculadas aos casos dos substantivos com os quais se relacionam, de manei-
ra que certas preposições só são usadas com determinados casos. Embora cada 
preposição tenha uma ideia básica, a tradução dependerá do caso do substantivo 
ao qual está relacionada e do contexto em que está inserida. 
Considerando o constante uso de preposições do Novo Testamento, relaciona-
mos, a seguir, algumas das mais usadas, mencionando os casos com os quais são 
utilizadas, bem como a ideia principal de cada uma.
GREGO45
24
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Preposição Casos Ideia Básica
¢pÒ ablativo da parte de, fora de
di£ genitivo, acusativo através de, a favor de
e„j acusativo para, para dentro de
™k, ™x ablativo de, de dentro de
™n locativo em, por, com (instrumento)
par£ ablativo, locativo, acusativo (proximidade) ao lado de
sÚn instrumental (intimidade) com
 Quadro 14
 Conjunções
Conforme explicado na disciplina Português Instrumental II, “conjunção é a palavra que liga orações ou dois termos semelhantes dentro de uma mes-
ma oração”. E, da mesma forma que em português, em grego as conjunções tam-
bém podem ser classificadas em: adversativas, alternativas, conclusivas, etc. Assim 
como as preposições, as conjunções são indeclináveis, mas não estão vinculadas 
a nenhum caso específico. 
Uma peculiaridade da língua grega são as “conjunções pospositivas”. Essas 
conjunções são normalmente vocábulos de uma sílaba só que nunca podem ser 
a primeira palavra de uma oração — por isso são chamadas de “pospositivas”, ou 
seja, sua posição é após alguma outra palavra.
Outro detalhe significativo é que a ocorrência de duas conjunções em uma 
mesma oração, às vezes, altera o sentido do texto. Por exemplo, quando encontra-
mos duas vezes a conjunção ka… numa mesma oração (ka…... ka…) pode-se traduzir, 
em alguns casos, como “tanto... como”. O mesmo acontece quando a conjunção 
te é usada com ka…, podendo-se traduzir ainda como “mas também”. 
GREGO45
25
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Para conhecimento, relacionamos, a seguir, algumas das conjunções mais usa-
das, sua classificação, sua ideia básica, além da informação de ser uma conjunção 
pospositiva quando for este o caso.
Conjunção Classificação Ideia Básica Pospositiva
¢ll£ adversativa porém, mas, senão, todavia não
G£r explicativa pois, visto que sim
dš adversativa mas, ora, então sim
½ alternativa ou não
‰na conclusiva para que, a fim de que não
ka… aditiva e, também não
Öti conclusiva que, porque não
oân explicativa portanto, ora, então sim
Te aproximativa e sim
Quadro 15
GREGO45
26
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Capítulo 6
q “Palavras são palavras” – Parte IV
 Advérbios
Um advérbio é uma “palavra que modifica um verbo, um adjetivo ou ou-tro advérbio, indicando uma circunstância”. Os advérbios são classificados 
conforme a circunstância que expressam. Veja osexemplos abaixo:
Advérbio Pronúncia Classificação Tradução
tÒte tóte tempo então
nàn niin tempo agora
pÒte póte tempo quando
™ke‹ ekéi lugar ali
oÛtwj hútos modo assim
æj hôs modo como
pîj pôs modo como, de que maneira
m» mê negação não (subjetivo)
oÙ, oÙc, oÙk u, uch, uc negação não (categórico)
Quadro 16
GREGO45
27
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Muitos advérbios são formados a partir de adjetivos. Abaixo relacionamos al-
guns exemplos:
Adjetivo Tradução Advérbio Tradução
kalÒj bom kalîj bem
kakÒj mau kakîj mal
ÑrqÒj reto, direito Ñrqîj corretamente
Ómoioj semelhante Ðmo…wj do mesmo modo
d…kaioj justo dika…wj de forma justa
¢lhq»j verdadeiro ¢lhqîj verdadeiramente
tacÚj rápido tacšwj rapidamente
Quadro 17
 Interjeições
Em grego, como em português, “interjeição é a palavra que expressa emo-ções, sensações, apelos ou saudações”. O texto a seguir — parte inicial de 
Mateus 11.21 — é um bom exemplo do uso de interjeições (no caso, a interjeição 
oÙa…):
 oÙa… soi, Coraz…n, oÙa… soi, Bhqsaid£
Veja, no quadro abaixo, a pronúncia e a tradução das palavras gregas:
Palavra grega Pronúncia Tradução
oÙa… uái Ai
Soi soi de ti
Coraz…n Chorazín Corazin
oÙa… uái Ai
soi soi de ti
Bhqsaid£ Betsaidá Betsaida
Quadro 18
GREGO45
28
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
 Pronomes
Como já ensinado na disciplina Português Instrumental II, “pronome é a classe gramatical que substitui ou determina um nome, relacionando este 
nome a uma das três pessoas gramaticais: eu, tu, ele (singular); nós, vós, eles (plu-
ral)”. Em grego, entretanto, os pronomes são flexionados em casos, da mesma ma-
neira que os substantivos, os adjetivos, etc. Os pronomes se classificam em pessoais, 
demonstrativos, relativos, interrogativos, indefinidos, reflexivos, recíprocos e posses-
sivos. Considerando a importância dos pronomes, estaremos fornecendo a declina-
ção de alguns deles. 
Importante: Não se preocupe em decorar. Encare essas tabelas como uma 
fonte para futuras consultas.
 Pronomes pessoais
Veja, no quadro a seguir, a declinação dos pronomes pessoais gregos:
Caso Eu Tu Ele Nós Vós Eles
Nominativo ™gè sÚ aÙtÒj ¹me‹j Øme‹j aÙto…
Genitivo mou sou aÙtoà ¹mîn Ømîn aÙtîn
Ablativo mou sou aÙtoà ¹mîn Ømîn aÙtîn
Locativo moi soi aÙtù ¹m‹n Øm‹n aÙto‹j
Instrumental moi soi aÙtù ¹m‹n Øm‹n aÙto‹j
Dativo moi soi aÙtù ¹m‹n Øm‹n aÙto‹j
Acusativo me se aÙtÒn ¹m©j Øm©j aÙtoÚj
Quadro 19
Para exemplificar a forma de tradução, observe como ficaria a primeira pessoa 
do singular (eu), nos vários casos:
GREGO45
29
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Caso Grego Pronúncia Tradução
Nominativo ™gè egô eu
Genitivo mou mú de mim, meu (sentido de posse)
Ablativo mou mú de mim, meu (procedência)
Locativo moi mói em mim 
Instrumental moi mói comigo
Dativo moi mói para mim (a mim)
Acusativo me me mim (me)
Quadro 20
Na língua grega, como também em português, a conjugação dos verbos já 
identifica a pessoa. Assim sendo, quando se usa o pronome pessoal no caso nomi-
nativo, deseja-se dar ênfase à pessoa. A primeira e a segunda pessoas do singular 
possuem formas alternativas de grafia em todos os casos, exceto no nominativo. A 
terceira pessoa, tanto no singular quanto no plural, possui declinações diferentes, 
conforme o gênero: masculino, feminino ou neutro. No exemplo dado no Quadro 
19, consta apenas o gênero masculino.
 Pronomes demonstrativos
Como exemplos dos pronomes demonstrativos gregos, temos: oátoj (este) e 
™ke‹noj (aquele). Ambos variam em gênero, número e caso. A forma feminina no 
nominativo singular do pronome demonstrativo oátoj (aÛth = esta) é muito pareci-
da com a equivalente do pronome pessoal aÙtÒj (aÙt» = ela). Verifique que a dife-
rença está na acentuação e na aspiração. Veja, a seguir, a declinação de oátoj. 
Caso
Singular Plural
Masc. Fem. Neutro Masc. Fem. Neutro
Nominativo Oátoj aÛth toàto oátoi aátai taàta
Genitivo toÚtou taÚthj toÚtou toÚtwn toÚtwn toÚtwn
Locativo ToÚtJ taÚtV toÚtJ toÚtoij taÚtaij toÚtoij
Acusativo toàton taÚthn toàto toÚtouj taÚtaj taàta
Quadro 21
GREGO45
30
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
 Pronomes relativos
O pronome relativo Ój pode ser traduzido por: “que, o que, o qual, quem”. Este 
pronome também varia em gênero, número e caso. A declinação do pronome Ój 
se parece com a do artigo definido, com a diferença de que todos os casos são 
iniciados por vogal, com aspiração forte e acentuação. Verifique o quadro abaixo 
e compare com a tabela do artigo (Quadro 12). 
Caso
Singular Plural
Masc. Fem. Neutro Masc. Fem. Neutro
Nominativo Ój ¼ Ó o† a† ¤
Genitivo oá Âj Oá ïn ïn ïn
Locativo ú Î Ú oŒj aŒj oŒj
Acusativo Ón Èn Ó oÛj ¤j ¤
Quadro 22
 Pronomes interrogativos
O pronome interrogativo t…j é, geralmente, traduzido como “quem?, que?, 
qual?”. Este pronome também é flexionado em gênero, número e caso, porém, as 
formas do masculino e feminino são iguais. Outra característica é que o pronome 
interrogativo t…j conserva sempre o acento agudo na primeira sílaba. 
Caso
Singular Plural
M / F Neutro M / F Neutro
Nominativo t…j t… t…nej t…na
Genitivo t…noj t…noj t…nwn t…nwn
Locativo t…ni t…ni t…si t…si
Acusativo t…na t… t…naj t…na
Quadro 23
GREGO45
31
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
 Pronomes indefinidos
O pronome indefinido tij é, normalmente, traduzido como “algum, alguém, 
qualquer”. Como você deve ter notado, o pronome indefinido tij é semelhante 
ao pronome interrogativo t…j. Se você comparar o Quadro 23 com o Quadro 24, 
que apresentamos a seguir, verificará que a declinação dos dois é quase idêntica. 
Então, como diferenciá-los? Preste atenção: diferente do pronome interrogativo, o 
pronome indefinido, no caso nominativo, às vezes, aparece sem acento ou, então, 
com acento grave. Outra diferença é que, nos outros casos, o acento é colocado 
na última sílaba e não na primeira.
Caso
Singular Plural
M / F Neutro M / F Neutro
Nominativo tij ti tinej tin£
Genitivo tinÒj tinÒj tinîn tinîn
Locativo tin… tin… tis… tis…
Acusativo tin£ ti tin£j tin£
Quadro 24
 Pronomes reflexivos
Os pronomes reflexivos são correspondentes às pessoas a que fazem referên-
cia. O pronome ™mautoà refere-se à primeira pessoa e é traduzido por “mim mes-
mo” (“de mim mesmo”, “em mim mesmo”, etc — conforme o caso). Já seautoà 
refere-se à segunda pessoa, sendo traduzido por “ti mesmo” (“de ti mesmo”, “em ti 
mesmo”, etc.). Por sua vez, ˜autoà refere-se à terceira pessoa, e é traduzido como 
“si mesmo” (“de si mesmo”, “em si mesmo”, etc.). Como outros pronomes, estes 
também variam em gênero, número e caso.
No Novo Testamento, encontramos, em várias passagens, o pronome pessoal 
aÙtÒj usado como pronome reflexivo, principalmente quando vem associado a 
outro pronome pessoal. Por exemplo: ™gë aÙtÒj (que é traduzido por “eu mesmo”); 
sÝ aÙtÒj (“tu mesmo”); ¹me‹j aÙtÒj (“nós mesmos”); e assim por diante.
 Pronomes recíprocos
O pronome recíproco ¢ll»lwn é, normalmente, traduzido por “uns dos outros” 
ou “uns aos outros”, conforme o caso.
 Pronomes possessivos
Como exemplo de pronome possessivo, temos ‡dioj que, normalmente, é tra-
duzido por “próprio” (mas também pode ser entendido como “particular”).
GREGO45
32
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Capítulo 7
q Soltando o verbo – Parte I
 Falando a nossa língua 
Embora nosso assunto seja grego, precisamos, neste momento, recordar algu-mas coisas que já sabemos com relação ao nosso bom e velho “português”. 
Isso porque, no que diz respeito ao verbo, existem semelhanças entre a nossa língua 
e a língua grega. A seguir, um breve resumo do que foi ensinado em Português Ins-
trumental II sobre verbos. Leia com atenção e, se quiser, recorde mais alguma coisa 
sobre o assunto na apostila da matéria citada. O que é verbo? 
Verbo é uma palavra que exprime ação, estado, mudança de estado e fe-nômeno natural, colocando tais acontecimentos em determinado tempo 
(presente, passado ou futuro).
 Conjugação dos verbos
Os verbos da língua portuguesa se ajuntam em três conjugações, de acordo com a terminação do infinitivo. Verbos cujo infinitivo termina em AR são da 
primeira conjugação. Verbos com infinitivo em ER são da segunda conjugação. E 
verbos com infinitivo em IR são da terceira conjugação.
GREGO45
33
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
 Flexões dos verbos
Os verbos são flexionados em pessoa, número, modo, tempo e voz.
 Pessoa
A primeira pessoa: é aquela que fala. A segunda pessoa: é aquela a quem se 
fala. A terceira pessoa: é aquela de quem se fala.
 Número
O verbo aceita dois números: singular (quando se refere a uma só pessoa ou 
coisa) e plural (quando se refere a mais de uma pessoa ou coisa).
 Modos
Os modos indicam as diferentes atitudes da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia. 
Indicativo: apresenta o fato como sendo real, certo, positivo. 
Subjuntivo: apresenta o fato como sendo uma possibilidade, uma dúvida, um desejo. 
Imperativo: apresenta o fato como uma ordem, conselho, exortação ou súplica. 
Infinitivo: demonstra a ideia de ação. 
Gerúndio: exprime um fato em desenvolvimento. 
Particípio: exerce as funções próprias de um adjetivo.
 Tempo
O tempo verbal indica a ocasião em que ocorre o acontecimento expresso pelo verbo: passado, presente ou futuro.
 Vozes
No que tange à voz, o verbo pode ser ativo, passivo ou reflexivo.
 Comparando as coisas
Assim como em português, na língua grega, o verbo também é “uma palavra 
que exprime ação, estado, mudança de estado e fenômeno natural, colocan-
do tais acontecimentos em determinado tempo (presente, passado ou futuro)”. 
GREGO45
34
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
E, da mesma forma, “os verbos são flexionados em pessoa, número, modo, tempo e 
voz”. No entanto, há diferenças, conforme pode ser verificado no quadro a seguir:
Característica Português Grego
Conjugação
As conjugações 
são diferenciadas 
conforme a 
terminação do 
Infinitivo. Há três 
conjugações: –AR, –ER 
e –IR.
As conjugações são diferenciadas 
conforme a terminação da 1ª. 
pessoa do singular do presente do 
Indicativo. Ou seja, não se diz “o 
verbo ver”, mas “o verbo vejo”. Há 
duas conjugações: terminadas em 
–w e em –mi. A maioria dos verbos 
gregos no NT é da conjugação –w.
Pessoa
Há três pessoas: 1ª. (a 
que fala), 2ª. (a quem 
se fala) e 3ª. (de 
quem se fala).
Em grego, a situação é idêntica. 
Vale ressaltar, entretanto, que, 
como a própria flexão verbal já 
designa a pessoa, normalmente os 
pronomes não são usados. Ou seja, 
ao invés de “nós vimos”, em grego 
dizemos “vimos”. Quando existe um 
pronome, isso pode indicar ênfase 
naquela pessoa.
Número Há dois números: singular e plural.
Em grego, além dos dois números, 
singular e plural, existe o dual (que 
não é muito usado no NT).
Modo
Há seis modos: 
Indicativo, Subjuntivo, 
Imperativo, Infinitivo, 
Gerúndio, Particípio.
Além dos modos existentes em 
português há, um modo chamado 
Optativo. Além disso, as ideias 
de Gerúndio e Particípio têm um 
sentido diferente.
Tempo
O tempo indica 
a época em que 
ocorreu a ação.
Na língua grega, o tempo verbal 
está mais vinculado à “qualidade 
da ação” do que à “época” em 
que a ação ocorreu.
Voz Há três vozes: ativa, passiva e reflexiva.
Há três vozes: ativa, passiva e média 
(que não é a mesma coisa que 
reflexiva).
Quadro 25
GREGO45
35
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Antes de passarmos adiante, devemos ressaltar que, assim como em portu-
guês, em grego existem paradigmas para a conjugação dos verbos, conforme o 
tempo, o modo, a pessoa, etc., indicando radicais e terminações. Só que, em gre-
go, as coisas são um pouco mais complicadas, pois, além das terminações, existem 
prefixos para certos tempos verbais. Isso sem falar nas contrações de letras, vogais 
e consoantes, que ocorrem em certas situações. Como exemplo, veja as alterações 
que ocorrem na 1ª pessoa do singular do verbo filšw (eu amo, eu gosto), na voz 
ativa dos vários tempos do modo Indicativo: 
Tempo Grego Tradução
Presente filšw eu amo
Imperfeito ™f…leon eu amava
Futuro fil»sw eu amarei
Aoristo ™f…lhsa eu amei
Perfeito pef…lhka eu tenho amado
Mais que perfeito ™pefil»kein eu tinha amado
Quadro 26
Devemos lembrar, igualmente, que, de modo similar ao português, a língua 
grega possui seus verbos irregulares. Um dos principais é o verbo e„m… (eu sou), mui-
tíssimo usado no texto do Novo Testamento. Como exemplo, veja a flexão desse 
verbo no presente do Indicativo:
Pessoa Grego Tradução
1ª do singular e„m… eu sou
2ª do singular e tu és
3ª do singular ™st…n ele é
1ª do plural ™smšn nós somos
2ª do plural ™stš vós sois
3ª do plural e„s…n eles são
 Quadro 27
Os paradigmas dos verbos, regulares ou irregulares, não serão dados neste cur-
so. No entanto, com a ajuda de um bom livro (como a Chave linguística do Novo 
Testamento, por exemplo) e com algumas dicas que daremos, o aluno terá uma 
noção aproximada de como traduzir uma forma verbal.
GREGO45
36
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Capítulo 8
q Soltando o verbo – Parte II
 Quanto à voz
A distinção entre as “vozes verbais” é importantíssima para o correto enten-dimento de um texto grego. Como já foi dito, no grego há três vozes: ativa, 
passiva e média. No que diz respeito às vozes ativa e passiva, valem as mesmas 
definições aprendidas na disciplina Português Instrumental II:
 Voz ativa
A ação é praticada pelo sujeito, ou seja, o sujeito é o agente da ação verbal.
 Voz passiva
A ação é sofrida pelo sujeito, que não é o mesmo que pratica a ação verbal. 
Como explicado acima, na voz ativa o sujeito e o agente são a mesma pessoa. 
Tomemos, para exemplo, a seguinte afirmação: “O cachorro mordeu João”. Para 
sabermos quem é o sujeito, precisamos identificar a quem se refere o verbo, e, para 
isso, perguntamos: “Quem mordeu?” E a resposta é: o cachorro. Ele é o sujeito. O 
agente é aquele que praticou a ação e, para o identificarmos, podemos pergun-
tar: “Quem praticou a ação de morder?” E a resposta, de novo, é: o cachorro. 
Na voz passiva as coisas mudam de figura: o sujeito é um, mas o agente é ou-
tro. Vamos, então, colocar o nosso exemplo na voz passiva: “João foi mordido pelo 
cachorro”. Note bem que nós dissemos a mesma coisa, mas, agora, mudamos a 
maneira de dizer. Na voz passiva, o sujeito é aquele que “sofre” a ação, não aquele 
que a pratica. Então, perguntamos: “Quem foi mordido?” E a resposta é: João. Mas 
o agente continua sendo aquele que praticou a ação e, se perguntarmos: “Quem 
praticou a ação de morder?”, teremos a mesma resposta da voz ativa: o cachorro. 
A seguir, reproduzimos, parcialmente, o texto de 1Coríntios 15.3,4. Verifique o 
uso das vozes ativa e passiva nesses versos bíblicos.
GREGO45
37
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
CristÕj ¢pšqanen Øpr tîn ¡martiîn ¹mîn kat¦ t¦j graf£j: kaˆ Öti 
™t£fh kaˆ Öti ™g»gertai tÍ tr…th ¹mšrv kat¦ t¦j graf£j
Texto grego Pronúncia Análise Tradução
CristÕj Christós substantivo Cristo
¢pšqanen apéthanen verbo – voz ativa morreu
Øpr hiipér preposição Por
tîn tôn artigo os 
¡martiîn hamartiôn substantivo pecados
¹mîn hemôn pronome pessoal nossos
kat¦ catá preposição conforme
T¦j tás artigo as 
graf£j grafás substantivo escrituras
kaˆ cái conjunção aditiva E
Öti hóti conjunção que
™t£fh etáfe verbo – voz passiva foi sepultado
kaˆ cái conjunção aditiva E
Öti hóti conjunção que 
™g»gertai egêgertai verbo – voz passiva tendo sido ressuscitado
tÍ tê artigo ao
tr…th tríte numeral terceiro
¹mšrv heméra substantivo diakat¦ catá preposição conforme
T¦j tás artigo as
graf£j grafás substantivo escrituras
Quadro 28
GREGO45
38
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Repare nos três verbos existentes no texto. O primeiro – ¢pšqanen – está na voz 
ativa, indicando que o sujeito e o agente são a mesma pessoa. A tradução, “mor-
reu”, mostra isso. Quem morreu? Cristo. Quem praticou a ação de morrer? Cristo. 
Os outros dois verbos – ™t£fh e ™g»gertai – estão na voz passiva, o que sig-
nifica que um é o sujeito e outro é o agente. A tradução da forma verbal ™t£fh, 
“foi sepultado”, reflete a ideia da voz passiva. Quem foi sepultado? Cristo. Quem 
praticou a ação de sepultar? Outro, que não Cristo (os evangelhos nos dizem que 
foi José de Arimateia). 
Da mesma forma, ™g»gertai, traduzido por “tendo sido ressuscitado”, também 
transmite a ideia da voz passiva. Quem foi ressuscitado? Cristo. Quem praticou a ação 
de ressuscitar? Outro, que não Cristo (no presente texto a resposta seria Deus, o Pai, 
porque, embora saibamos que a obra da redenção inclua toda a Trindade, nesse ca-
pítulo 15 de 1Coríntios o apóstolo Paulo dá especial ênfase ao fato de que Deus, o Pai, 
ressuscitou a Cristo, sendo isso a base de nossa futura ressurreição – ver 1Co15.15).
 Voz média
Além da voz ativa e da voz passiva, existe, em grego, a voz média. Em portu-
guês, o terceiro tipo de voz é a reflexiva, cuja definição é: “aquela em que o sujeito 
recebe e pratica a ação expressa pelo verbo”. Por exemplo, quando dizemos: “O 
gato molhou-se com leite”, estamos afirmando que o sujeito – no caso, o gato – 
praticou uma ação e também sofreu a mesma ação. Quem fez a ação de molhar? 
O gato. Quem foi molhado? O gato, também. 
Embora, em grego, a voz média seja usada também como reflexiva, a verdade é 
que, em boa parte dos casos, ela tem um sentido mais enfático do que a voz reflexiva 
da língua portuguesa. Muitas vezes, quando um verbo é colocado na voz média sig-
nifica que o sujeito está realizando aquela ação em benefício próprio. Veja, no texto 
de Tiago 4.3, reproduzido parcialmente abaixo, um exemplo do uso da voz média.
a„te‹te, kaˆ oÙ lamb£nete diÒti kakîj a„te‹sqe
Texto grego Pronúncia Análise Tradução
a„te‹te aitéite verbo – voz ativa pedis
kaˆ cái Conjunção e
OÙ ú Advérbio não
lamb£nete lambánete verbo – voz ativa recebeis
DiÒti dióti Conjunção porque
Kakîj cacôs advérbio mal
a„te‹sqe aitéisthe verbo – voz média pedis
Quadro 29
GREGO45
39
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Existem três verbos nesse pequeno trecho, porém, somente dois nos interessam 
neste momento. Tanto a„te‹te quanto a„te‹sqe são flexões do verbo a„tšw (eu 
peço). Mas a„te‹te está na voz ativa, e a„te‹sqe, na voz média. Embora ambos 
tenham sido traduzidos da mesma forma, o sentido é diferente. a„te‹te é o jeito 
normal de se referir a um pedido. Já a„te‹sqe, na voz média, mostra um pedido 
interesseiro, carregado de egoísmo, visando somente o benefício pessoal. 
Antes de prosseguirmos com nosso estudo, faremos uma pequena pausa e 
aproveitaremos o presente exemplo para comentar algo acerca das “traduções”. 
Como verificado acima, as duas formas verbais de a„tšw foram traduzidas 
como “pedis”, embora uma estivesse na voz ativa e a outra, na voz média. Isso se 
deve ao fato de que nem sempre é possível refletir em outra língua certos detalhes 
da língua original. Somente recorrendo ao texto grego é que podemos identificar, 
com mais exatidão, essas nuanças, que podem fazer toda a diferença. No caso em 
questão, poderíamos fazer uma paráfrase para melhor aclarar as ideias. 
Você sabe a diferença entre “tradução” e “paráfrase”? Aquele que faz uma 
“tradução” deve ser o mais fiel possível à língua original, buscando palavras e ideias 
em nossa língua que melhor transmitam aquilo que foi dito ou escrito em outra lín-
gua. Aquele que faz uma “paráfrase” procura entender o que foi dito e reproduzir, 
com suas palavras, aquilo que entendeu. Assim sendo, uma “paráfrase” não é uma 
“tradução”, mas, muitas vezes, serve para aclarar o sentido de algum texto. É lógi-
co que a “paráfrase” tem de continuar “fiel ao texto”, isto é, não podemos colocar 
nela algo que a Bíblia não diz. Mas temos a liberdade de explorar um pouco mais 
aquelas ideias que estão no texto grego, mas não há como traduzir, de forma dire-
ta, para a nossa língua. Isso posto, façamos uma “paráfrase” do trecho citado de 
Tiago 4.3:
“Pedis e não recebeis, porque pedis de forma errada,
motivados somente por egoísmo”.
Voltando à nossa discussão sobre a voz média, há uma última coisa a ser dita. 
Em grande parte dos tempos verbais, a forma gráfica da voz média é idêntica à da 
voz passiva. Por exemplo, se encontrarmos a palavra lÚomai – do verbo lÚw (que 
pode ser traduzido como “eu solto”, “eu liberto”, “eu desato”) ela tanto pode ser 
a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, voz média, como, igualmente, 
pode ser a 1ª pessoa do singular do presente do indicativo, voz passiva. Somen-
te por meio do contexto poderemos saber qual é a situação e traduzir de forma 
correta. Se, pelo contexto, chegarmos à conclusão de que se trata da voz média, 
traduziremos: “eu me solto” ou “eu me liberto”. Se, pelo contrário, concluirmos que 
é voz passiva, traduziremos: “eu sou solto” ou “eu sou liberto”. 
GREGO45
40
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Capítulo 9
q Soltando o verbo – Parte III
 O modo certo
Assim como em português, na língua grega os verbos também são flexiona-dos conforme o “modo”. Mas o que são modos verbais? Conforme ensina-
do na matéria Português Instrumental II, os modos “indicam as diferentes atitudes 
da pessoa que fala em relação ao fato que enuncia”. Quando alguém usa um ver-
bo no modo Indicativo, está “indicando” que aquilo que foi dito é algo certo, real, 
positivo. Quando alguém usa o Imperativo, está dando uma ordem ou pedindo 
alguma coisa. E assim por diante.
De maneira geral, os modos verbais gregos são semelhantes aos da língua por-
tuguesa. As exceções ficam por conta dos modos Optativo (que não existe em por-
tuguês) e Particípio (que engloba os nossos Gerúndio e Particípio). Veja, no quadro 
a seguir, o significado dos modos verbais na língua grega.
Modo Significado / Ideias relacionadas
Indicativo declara alguma coisa como verdade, certeza
Subjuntivo demonstra dúvida, hesitação, expectativa (subjetividade)
Imperativo usado para expressar ordem, proibição, súplica
Optativo exprime desejo, opção; usado em saudações e orações
Infinitivo usado como um substantivo verbal
Particípio usado como adjetivo verbal, qualificando o “sujeito”
Quadro 30
GREGO45
41
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
O modo Indicativo é usado para fazer afirmações ou descrever situações que 
estão acontecendo, já aconteceram ou acontecerão. Em suma, o Indicativo decla-
ra que alguma coisa é verdade. Veja o exemplo a seguir, retirado de Lucas 23.43:
kaˆ epen aÙtù Ð ‘Ihsoàj, ‘Am¾n lšgw soi,
e disse a ele Jesus, em verdade digo a ti,
s»meron met’ ™moà œsV ™n tù parade…sJ.
Hoje comigo estarás no paraíso.
O Subjuntivo expressa hesitação, dúvida, possibilidade, incerteza. Verifique o 
uso do Subjuntivo no texto de Mateus 6.25:
t… f£ghte kaˆ t… p…hte:
o que comeremos e o que beberemos
O Imperativo é usado para expressar ordem, súplica, exortação. O texto de 
Mateus 7.1 é um bom exemplo do uso do Imperativo:
M¾ kr…nete, †na m¾ kriqÁte:
Não julgueis para que não sejais julgados.
O modo Optativo é pouco usado no Novo Testamento. Um verbo no Optativo 
dá a ideia de um “desejo”, ou seja, algo que desejamos que aconteça. É usado, 
normalmente, em saudações, orações, exclamações. Veja o exemplo abaixo, ex-
traído de 2Pedro 1.2:
c£rij Øm‹n kaˆ e„r»nh plhqunqe…h
graça a vós e paz sejam multiplicadas
O modo Infinitivo reúne características de um substantivo e um verbo. Consi-
derando isso,um verbo no Infinitivo pode ser o sujeito ou o objeto direto de uma 
oração, pode ser qualificado por um adjetivo, etc. Veja um exemplo do uso do 
Infinitivo no texto abaixo, extraído de Mateus 2.2:
kaˆ ½lqomen proskunÁsai aÙtù.
e viemos adorar a ele
GREGO45
42
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
O modo Particípio é usado com frequência no Novo Testamento, e seu en-
tendimento é muito importante para a compreensão do texto grego. O Particípio 
reúne características de duas classes de palavras: é, ao mesmo tempo, um verbo 
e um adjetivo. Como verbo, ele é flexionado em voz e tempo, além de poder ser 
modificado por advérbios. Como adjetivo, o Particípio qualifica um substantivo e, 
como os demais adjetivos, é declinado nos diversos casos (nominativo, genitivo, 
etc.), varia em gênero (masculino, feminino e neutro) e número (singular e plural). 
De forma bem superficial, pode-se dizer que a tradução de um verbo no Particípio 
se aproxima de “aquele que faz tal coisa”, de forma parecida ao que fazemos, 
em português, quando usamos, por exemplo, a expressão “crente” (que significa 
“aquele que crê”). Veja os exemplos a seguir: 
mak£rioj Ð ¢naginèskwn kaˆ oƒ ¢koÚontej (Ap 1.3)
feliz aquele que lê e aqueles que ouvem
tÕ Ûdwr tÕ zîn (Jo 4.11)
a água aquela que vive
O Particípio também é usado como o nosso Gerúndio, como pode ser visto no 
exemplo a seguir, extraído de Mateus 3.1,2:
Ð baptist»j, khrÚsswn ™n tÍ ™r»mJ tÁj ‘Iouda…aj,
o batizador pregando no deserto da Judeia
kaˆ lšgwn, Metanoe‹te:
e dizendo, arrependei-vos!
GREGO45
43
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Capítulo 10
q Soltando o verbo – Parte IV
 Tempos e épocas
Em português, o tempo verbal “indica a ocasião em que ocorre o aconteci-mento expresso pelo verbo”. Mas em grego as coisas não são exatamente 
assim. A ideia de “tempo” — no sentido de “época quando algo aconteceu” — é 
secundária, e vincula-se ao Modo em que o verbo está expresso. Vamos com cal-
ma, para que possamos entender melhor tudo isso.
Primeiramente, deve ser dito que, quando pensamos em tempo verbal gre-
go, mais importante do que a época em que algo aconteceu, deve-se pensar na 
“qualidade da ação” que está sendo descrita. Isso porque, em grego, o tempo ver-
bal sempre expressa uma “qualidade da ação” vinculada a uma ideia de época. 
E o que seria essa tal “qualidade da ação”? Os estudiosos dividem em dois tipos de 
“qualidades”: a linear e a pontilear. A linear significa que algo está acontecendo, 
algo está em progresso, em desenvolvimento. A pontilear indica que algo aconte-
ceu, foi realizado, em determinado “ponto” do tempo. 
A “qualidade da ação” estará sempre presente no tempo verbal grego, mas a 
ideia de “época” não. Por exemplo, no Modo Indicativo o tempo verbal associa a 
qualidade da ação à época em que determinada coisa ocorreu. Já no Modo Par-
ticípio, isso não acontece. Considerando que o nosso curso visa dar apenas noções 
gerais da língua grega, concentraremos nosso estudo no Modo Indicativo. Veja, no 
quadro a seguir, um exemplo dos tempos verbais gregos no Modo Indicativo.
Capítulo 10
q Soltando o verbo – Parte IV
 Tempos e épocas
Em português, o tempo verbal “indica a ocasião em que ocorre o aconteci-mento expresso pelo verbo”. Mas em grego as coisas não são exatamente 
assim. A ideia de “tempo” — no sentido de “época quando algo aconteceu” — é 
secundária, e vincula-se ao Modo em que o verbo está expresso. Vamos com cal-
ma, para que possamos entender melhor tudo isso.
Primeiramente, deve ser dito que, quando pensamos em tempo verbal gre-
go, mais importante do que a época em que algo aconteceu, deve-se pensar na 
“qualidade da ação” que está sendo descrita. Isso porque, em grego, o tempo ver-
bal sempre expressa uma “qualidade da ação” vinculada a uma ideia de época. 
E o que seria essa tal “qualidade da ação”? Os estudiosos dividem em dois tipos de 
“qualidades”: a linear e a pontilear. A linear significa que algo está acontecendo, 
algo está em progresso, em desenvolvimento. A pontilear indica que algo aconte-
ceu, foi realizado, em determinado “ponto” do tempo. 
A “qualidade da ação” estará sempre presente no tempo verbal grego, mas a 
ideia de “época” não. Por exemplo, no Modo Indicativo o tempo verbal associa a 
qualidade da ação à época em que determinada coisa ocorreu. Já no Modo Par-
ticípio, isso não acontece. Considerando que o nosso curso visa dar apenas noções 
gerais da língua grega, concentraremos nosso estudo no Modo Indicativo. Veja, no 
quadro a seguir, um exemplo dos tempos verbais gregos no Modo Indicativo.
GREGO45
44
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
Tempo Exemplo Qualidade Tradução
Presente lÚw Linear eu estou soltando
Imperfeito œluon Linear eu estava soltando
Futuro lÚsw Linear ou Pontilear eu soltarei
Aoristo œlusa Pontilear eu soltei
Perfeito lšluka Linear e Pontilear eu tenho soltado
Mais que perfeito lelÚkein Linear e Pontilear eu tinha soltado
Quadro 31
O Presente do Indicativo tem a ideia de uma ação linear, algo contínuo, num 
estado incompleto. Ou seja, não se fala de algo que “acontece”, mas de algo que 
“está acontecendo”. Veja um exemplo, extraído de Mateus 25.8:
¡i d mwraˆ ta‹j fron…moij epon,
as (porém) loucas às prudentes disseram:
DÒte ¹m‹n ™k toà ™la…ou Ømîn
Daí-nos do azeite vosso
Óti ¡i lamp£dej ¹mîn sbšnnuntai.
Porque as lâmpadas nossas estão se apagando.
O Imperfeito do Indicativo tem, igualmente, a ideia de uma ação linear e con-
tínua, porém, no passado. Assim sendo, um verbo que esteja nesse tempo estará 
mencionando algo que “estava acontecendo”. Veja, por exemplo, essas palavras 
do texto de Mateus 4.11:
¥ggeloi prosÁlqon kaˆ dihkÒnoun aÙtù
anjos vieram e estavam servindo ele
GREGO45
45
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
O Futuro do Indicativo tanto pode ser linear quanto pontilear, isto é, tanto pode 
estar falando de algo que acontecerá repetidamente no futuro ou de algo que 
acontecerá, de forma definitiva, no futuro. O contexto irá definir o melhor entendi-
mento. Veja a reprodução parcial do texto de Mateus 16.18:
™pˆ taÚtV tÍ pštrv
sobre esta pedra
o„kodom»sw mou t¾n ™kklhs…an,
edificarei minha igreja
O Aoristo é um tempo verbal que não existe em português. O próprio nome 
desse tempo — “Aoristo” — significa algo indefinido. A ideia principal existente no 
tempo Aoristo é de uma ação pontilear. No modo Indicativo, o Aoristo tem a ideia 
de algo que aconteceu no passado. Mas nos outros modos (Subjuntivo, Imperativo, 
etc.) tem a ideia de algo futuro. Veja um exemplo do uso do Aoristo no modo Indi-
cativo (Ap 20.4): 
kaˆ œzhsan, kaˆ ™bas…leusan met¦ Cristoà
e viveram e reinaram com Cristo
O tempo verbal denominado Perfeito combina, de uma só vez, as ideias de 
uma ação pontilear e, também, linear. Explicando melhor: o tempo Perfeito tem o 
sentido de algo que aconteceu no passado, cujos efeitos perduram até o tempo 
presente. Esse tempo é, de fato, uma combinação da ideia pontilear do tempo 
Aoristo com a ideia de ação linear do tempo Presente. Um exemplo disso pode ser 
visto no texto de 1Coríntios 15.3,4, já estudado anteriormente, que reproduzimos 
a seguir. Note que a forma verbal ™g»gertai, que está no tempo Perfeito, fala de 
algo que já aconteceu (a ressurreição), mas cujos efeitos ainda perduram (Cristo 
continua vivo).
CristÕj ¢pšqanen Øpr tîn ¡martiîn ¹mîn
Cristo morreu pelos pecados nossos
kat¦ t¦j graf£j: kaˆ Öti ™t£fh kaˆ Öti
conforme as escrituras e que foi sepultado e que
™g»gertai tÍ tr…th ¹mšrv kat¦ t¦j graf£j
tendo sido ressuscitado ao terceiro dia conforme as escrituras
GREGO45
46
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
O tempo Mais que Perfeito só é usado no modo Indicativo. Sua ideia é seme-
lhante à do tempo Perfeito, ou seja, o Mais que Perfeito também combina as no-
ções de uma ação linear com uma açãopontilear. A diferença é que, enquanto o 
Perfeito reúne as ideias do Aoristo com o Presente, o Mais que Perfeito combina o 
Aoristo com o Imperfeito. Veja um exemplo extraído de Atos 1.10:
„dói ¥ndrej dÚo pareist»keisan aÙto‹j
eis que homens dois tinham se achegado a eles
Além dos tempos verbais já mencionados, a língua possui o Futuro Perfeito, cujo 
uso é muito raro no Novo Testamento. Esse tempo representava a ação futura como 
já tendo sido realizada, porém, com efeitos ainda em vigor. O Futuro Perfeito é forma-
do pelo uso conjunto do Futuro do verbo e„m… (eu sou, eu estou) e do Particípio Perfei-
to do verbo principal. Veja um exemplo abaixo, tirado do texto de Mateus 16.19:
kaˆ Ó ™¦n d»sVj ™pˆ tÁj gÁj, œstai dedemšnon
e o que ligares sobre a terra terá sido ligado
™n to‹j ourano‹j: kaˆ Ó ™¦n lÚsVj ™pˆ
nos céus e o que desligares sobre
tÁj gÁj, œstai lelumšnon ™n to‹j ourano‹j.
a terra terá sido desligado nos céus
GREGO45
47
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
q Conclusão – Finalmente...
Antes de concluirmos nosso estudo, é preciso dizer ainda algumas coisas. Como já foi comentado em um tópico anterior, é quase impossível fazer 
uma tradução literal, palavra por palavra, do grego para o português. As regras 
gramaticais, a construção das frases, as peculiaridades da língua grega, fazem que 
se torne muito difícil obter algo que tenha sentido simplesmente trocando palavras 
gregas por palavras em português. Traduzir não é só usar um dicionário; é muito 
mais do que isso. Precisamos tentar entender o sentido da frase na sua língua ori-
ginal, para colocá-la em nossa língua, da forma mais fiel possível ao texto grego. 
O aluno que desejar de fato aprofundar-se no estudo da língua grega deve 
adquirir bons livros — como os que foram recomendados anteriormente. Deve, tam-
bém, ter a humildade de reconhecer suas limitações e procurar auxílio, seja con-
sultando comentários bíblicos, seja conversando com alguém que tenha mais co-
nhecimento. Finalmente, deve perseverar, pois o estudo de qualquer língua exige 
dedicação, persistência e empenho.
GREGO45
48
MATERIAL EXCLUSIVO PARA ALUNOS
q Referências bibliográficas
BÍBLIA – Traduzida por João Ferreira de Almeida, edição Corrigida e Revisada, 
São Paulo: Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil, 1999.
DOBSON, John H. Aprenda o grego do Novo Testamento. Tradução de Lucian 
Benigno, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 1994.
FREIRE, Antônio. Gramática grega, 4ª. edição, Porto: Livraria do Apostolado 
da Imprensa, 1959.
FRIBERG, Barbara e FRIBERG, Thimoty. O Novo Testamento grego analítico. 
Tradução de Adiel Almeida de Oliveira, São Paulo: Edições Vida Nova, 1987.
GINGRICH, F. Wilbur e DANKER, Frederick W. Léxico do Novo Testamento Gre-
go/Português. Tradução de Júlio Zabatiero, São Paulo: Edições Vida Nova, 
1984.
REGA, Lourenço Stelio. Noções do grego bíblico. São Paulo: Edições Vida 
Nova, 1986.
RIENECKER, Fritz e ROGERS, Cleon. Chave linguística do Novo Testamento 
Grego. Tradução de Gordon Chown e Júlio Paulo T. Zabatiero. São Paulo: 
Edições Vida Nova, 1985.
NOVO TESTAMENTO GREGO – Textus Receptus.
NOVO TESTAMENTO TRILÍNGUE: Grego, Português e Inglês. Editor Luiz Alberto 
Teixeira Sayão, São Paulo: Edições Vida Nova, 1998.
TAYLOR, William Carey. Introdução ao estudo do Novo Testamento grego. 4ª 
edição, Rio de Janeiro: JUERP, 1974.
THE GREEK NEW TESTAMENT – Editado por Kurt Aland e outros. 2ª edição, Stut-
tgart: United Bible Societies, 1974.
GREGO45
49
www.saberefe.com
Acesse agora!

Outros materiais