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HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA - PRISCILA DUTRA - 8º PERÍODO ANEMIAS HEMOLÍTICAS 1. Introdução → A Hemocaterese é o processo no qual as Hemácias envelhe- cidas são destruídas no Baço por Fagocitose, e o Ferro contido nas partículas de Hemoglobina é liberado de volta ao organismo. A diminuição na vida média das Hemácias pode ocorrer devido a problemas na produção de Células pela Medula Óssea (Síndromes Mielodisplásicas), perdas de sangue (Hemorragia) ou por destruição prematura de Eritrócitos, denominada de Hemólise. → Pacientes em Hemólise apresentam resultados de Hemo- grama com liberação de Células mais jovens, como Eritroblastos, sem alteração nos Leucócitos. → A Anemia Hemolítica depende do grau de Hemólise. Nem todo processo Hemolítico resulta em Anemia. Quando a Hemólise é mais intensa, aí surge a Anemia. Exemplo de Hemólise sem Anemia: implante de Válvula Cardíaca. → A gravidade da Anemia depende da Intensidade/Velocidade da Hemólise e da Resposta Medular. Hemólise Gradual: sintomas mais compensatórios, tênues... Hemólise Abrupta: rebaixamento do sensório, dor precordial, insuficiência respiratória. → A Anemia Hemolítica pode ser Assintomática ou Fatal. → Pacientes com Anemia Hemolítica podem passar por uma Esplenectomia, removendo o Baço, onde ocorre a maior parte da destruição das Hemácias, o que pode melhorar os Índices Hematimétricos. → Apresentação clínica depende da causa. Diferenciar entre os tipos de Anemias Hemolíticas. → Existem muitas causas de Hemólise, e a abordagem Diagnóstica e Terapêutica dependem da causa subjacente. HEMÓLISE INTRAVASCULAR → Dentro do sistema vascular, as Hemácias sofrem destruição, liberando Hemoglobina na corrente sanguínea (Hemoglobine- mia), eventualmente, excretada na urina (Hemoglobinúria). A Hemoglobina se liga à Haptoglobina, formando um complexo que é catabolizado pelo Fígado, reduzindo os níveis de Haptoglobina no sangue. Quando a capacidade de ligação da Haptoglobina é saturada, apenas a Hemoglobina Livre é filtrada e eliminada pelos Rins, resultando em Hemoglobinúria. A Hemoglobina Livre reabsorvida é armazenada nas Células Epiteliais Tubulares como Hemossiderina. → Quando a Hemólise é Crônica, Células Epiteliais repletas de Hemossiderina podem ser encontradas na urina (Hemossideri- núria). A Hemossiderina se cora com um corante especifico denomi- nado Azul da Prússia. HEMÓLISE EXTRAVASCULAR → A Hemólise Extravascular é uma ocorrência normal chamada de Hemocaterese, onde as Hemácias envelhecidas ou anormais são destruídas dentro dos Macrófagos, normalmente no Baço, Fígado e Medula Óssea. A Hemoglobina liberada é captada pela Haptoglobina. A principal forma como a Hemoglobina é processada no corpo é através do Sistema Retículo-endotelial, onde ela passa pela Circulação Entero-hepática, sendo convertida em Biliverdina e conjugada em Bilirrubina para ser excretada. O Ferro será reaproveitado para a formação de novas Hemoglobinas e o restante será eliminado. O problema surge quando ocorre uma Hemólise Extravascular excessiva, muitas vezes causada pelo Baço. → A anatomia do Baço, diferente de outros locais, o torna mais sensível para detectar alterações mínimas nos Eritrócitos e removê-los. CONSEQUÊNCIAS DE UMA HEMÓLISE ABRUPTA → Redução da sobrevida das Hemácias. → Rápido Catabolismo do grupo Heme, reaproveitamento do Ferro e produção de Pigmentos Biliares com o restante das Globinas. Ex: A Protoporfirina, produto do reaproveitamento do Ferro, é convertida em Biliverdina, que por sua vez é reduzida a Bilirrubina. Esta Bilirrubina inicialmente é chamada de Bilirrubina Indireta antes de ser conjugada em Bilirrubina Direta, que é então excretada. → Bilirrubina Direta é excretada na Urina (Colúria). Bilirrubina Indireta não é excretada na Urina! → No Intestino, a Bilirrubina é reduzida a uma série de compostos incolores denominados Urobilinogênios. Os Urobilinogênios podem gerar compostos chamados Urobilinas ou fazer a recirculação Entero-hepática. A grande quantidade de Urobilinogênio leva a formação de Cálculos Biliares, inclusive com Icterícia Obstrutiva. Pacientes com Hemólise Crônica, como pacientes portadores de Anemia Falciforme, tem uma tendencia maior a formação de Cálculos Biliares, resultando em condições como Colelitíase, Coledocolitíase e Colecistite. → Acolia devido a obstrução das Vias Biliares. ANEMIA HEMOLÍTICA INTRAGLOBULAR OU INTRÍNSECA → Hemólise ocorre devido alterações no Eritrócito. ANEMIA HEMOLÍTICA EXTRAGLOBULAR OU EXTRINSECA → Hemólise ocorre devido causas adquiridas. Ex: trauma mecânico, infecções (Parasitas - Malária), substân- cias tóxicas... 2. Anemias Hereditárias → Este é um grupo heterogêneo de distúrbios hereditários causados por alterações genéticas nos cromossomos. Eles resultam em alterações na membrana, deficiência na produção enzimática e no preenchimento da Hemoglobina nos Eritrócitos, tanto qualitativa quanto quantitativamente. Quadros Hereditários levam a Hemólise Crônica! → A história familiar e descendência tomam caráter decisivo na elucidação das Anemias Hereditárias, em especial as Hemoglo- binopatias e Talassemias. • Hemoglobinopatias - Anemia Falciforme - Talassemia • Enzimopatias - Deficiência de G6PD - Deficiência de PK • Anomalias de Membrana - Esferocitose Hereditária - Eliptocitose Hereditária - Acantocitose ANEMIA FALCIFORME → Na β-hemoglobinopatia Hereditária, ocorre uma mutação genética no Cromossomo 11, que é responsável por codificar a cadeia Beta da Globina. Isso resulta na formação de HbAS em vez de HbA1. → Substituição de uma Base Nitrogenada no Códon GAC para GTC no RNAm resulta na troca do Ácido Glutâmico pela Valina. O Ácido Glutâmico é um Aminoácido responsável pelo Potencial Eletronegativo da Hemácia, o que a mantém distendida e com formato de disco bicôncavo. Quando a Hemácia está cheia de oxigênio, ela está preenchida, mas ao passar pelos capilares e se desoxigenar, sua tendência seria colabar. No entanto, o Potencial Eletronegativo do Ácido Glutâmico impede que ela perca sua forma. Por outro lado, a Valina é um Aminoácido Neutro que favorece a Polimerização, a formação de Tactóides e está envolvida no processo de Foiceização. Exemplo I: Microscopia Eletrônica da Célula Falciforme com grande número de Fibras se dispondo no sentido longitudinal da Célula → A Anemia Falciforme é uma Anemia Hemolítica de caráter Autossômico Recessivo presente em Indivíduos Homozigotos para a Hemoglobina S. Ex: Indivíduos Homozigotos: Doença. Indivíduos Heterozigotos: Traço Falciforme. O Traço Falciforme não apresenta manifestações clínicas e hematológicas evidentes. Ausência de Anemia, há apenas uma quantidade de Hemoglobina S. Existem relatos de que em condições de baixas doses de Oxigênio, como em grandes altitudes, pode-se desencadear um quadro de Hemólise. → Incidência: Região Central da África, Países do Mediterrâneo e Índia. → Patogenia: Polimerização e formação de Feixes Paralelos sob a baixa de Oxigênio ou pH. Ex: pacientes com Anemia Falciforme que estão passando por um processo infeccioso, a liberação de Citocinas leva ao aumento da acidez, o que consequentemente aumenta a Foiceização das Hemácias. ↑ Quantidade de Hemoglobina S = Foiceização (processo reversível com a reoxigenação). Exemplo II: Célula Falcizada/Drepanócitos Exemplos III: Microscopia Óptica de Hemácia Normal x Hemácia Falcizada FISIOPATOLOGIA → A Desoxigenação Rápida leva à formação de pequenos Polímeros que não alteram o formato da Hemácia. Já a Desoxigenação Abrupta resulta na formação de longos Polímeros, que se organizam em Tactóides, alinhando as Fibras e levando a uma Célula em forma de Foice. → Proteção até os seis meses de vida pela presença da Hemo- globina Fetal. Células Falcizadas: ↑ Viscosidade Sanguínea ↓ FluxoSanguíneo ↑ Grau de Falcização CRISE VASO-OCLUSIVA → Principal complicação da Anemia Falciforme. → Obstrução vascular ocasionada pelo acúmulo de Eritrócitos Falcizados causando lesão tecidual por Hipóxia. • Acometimento da Pele: Úlceras Crônicas por Isquemia Tecidual. • Acometimento do Pulmão: Síndrome Torácica Aguda. • Acometimento do Corpo Cavernoso: Priapismo com risco de Disfunção Erétil. • Acometimento do Sistema Nervoso Central: AVC. • Acometimento do Baço: Crise Hemolítica por sequestro e destruição das Hemácias. Era bastante comum na Pediatria, podendo evoluir para um quadro súbito de Esplenomegalia com Hipovolemia. QUADRO CLÍNICO → Anemia, Dor nas Articulações e Dactilite, Infecções e Febre, AVC (Isquêmico e Hemorrágico), Alterações Neurológicas. Pacientes dependentes de Morfina etc → Suscetibilidade a Infecções Bacterianas causadas principal- mente pela Disfunção Esplênica secundária a múltiplos infartos, resultando em Asplenia Funcional. Exemplo IV: Dactilite DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Eletroforese de Hemoglobina em pH Alcalino para detectar Hemoglobina S. Ex: Teste do Pezinho • Hemograma: VCM (Normocitose) HCM (Normocromia) ↑ RDW (Anisocitose). Ex: Reticulócitos, Eritroblastos e Fragmentos Eritrocitários. Hb compensada: entre 7 e 8 g/dL; se estiver muito baixa causa Anisocitose! • Poiquilocitose: variação na forma das Hemácias. • Dosagem de Bilirrubina Indireta elevada. Pela Hemólise Crônica! • ↓ Haptoglobina. • ↑Desidrogenase Láctica (DHL). OBS: a Prova de Falcização In Vitro é pouco utilizada! TRATAMENTO DA ANEMIA FALCIFORME • Exsanguineotransfusão Parcial (ETP): sangra o paciente para extrair a Hemoglobina S e repõe o sangue com Hemoglobina normal. • Transfusões de Hemocomponentes. Transfusões desnecessárias, baseadas apenas no valor da Hemoglobina, podem aumentar a Viscosidade Sanguínea e levar a eventos isquêmicos, predispondo a Crises Vaso- oclusivas ou Crises Hemolíticas. São pacientes que toleram a Hemoglobina em torno 8 g/dL. • Anti-inflamatórios. • Analgésicos. • Hidroxiuréia Via Oral: Antimetabólico que aumenta a quantidade de Hemoglobina F, visando reduzir a presença de Hemoglobina S por meio da compensação e aumento da Hemoglobina F. • Crizanlizumabe: Anticorpo Monoclonal que inibe a P- selectina, componente do processo fisiopatológico da Crise Vaso-oclusiva. Esse anticorpo reduz a Falcização na microvasculatura ao inibir a P-selectina. TRATAMENTO DEFINITIVO DA ANEMIA FALCIFORME • Transplante de Medula Óssea. Transplantar com irmão: ele pode ter traço, apenas não pode ter Anemia Falciforme. • Antibioticoterapia Profilática com Penicilina Via Oral. Asplênicos Funcionais! • Imunização contra Microrganismos Encapsulados: Vacinação. • Quelantes de Ferro: medicamentos usados para reduzir o excesso de Ferro no organismo. Eles funcionam ligando-se ao Ferro e ajudando o corpo a eliminá-lo através da Urina ou das Fezes. Destruição de Hemácias que evolui para Hiperferritinemia. TALASSEMIA → Talassemia vem do grego “Thalassa”, que significa mar. → Origem da Doença: Mar Mediterrâneo - Sul da Itália e Grécia. → Hemoglobinopatia Hereditária, onde há uma deficiência quantitativa das Globinas, classificadas de acordo com a Cadeia Globínica envolvida, α ou β. → As Globinas α são sintetizadas no Cromossomo 16, enquanto as β, δ e γ são sintetizadas no Cromossomo 11. Assim, um defeito no Cromossomo 11 causa Alfa Talassemia, enquanto que no Cromossomo 16 causa Beta Talassemia. → Defeito quantitativo, a qualidade da Hemoglobina está perfeita. → Causa principal: mutações. A maior parte das mutações causam diminuição na produção de RNAm ou formação de RNAm não funcionais. FISIOPATOLOGIA → Diminuição da síntese de uma das Cadeias Globínicas. Cadeias de síntese normal não encontram seus pares, resultando na formação de Tetrâmeros Instáveis. Isso leva à precipitação proteica no interior da Célula e à formação dos Corpúsculos de Heinz. Essa Síndrome de Hemoglobina Instável torna a Célula mais frágil e pode levar à Hemólise Intramedular ou no Sistema Retículo-endotelial. Sua principal característica é a Microcitose e a Hipocromia. Com o tempo e a progressão da doença, pode ocorrer uma Hiperplasia Medular na tentativa de compensar as Hemácias que não conseguem sobreviver por muito tempo. Essa predisposição pode resultar em Hipertrofia das extremidades Ósseas, levando à Necrose e, posterior- mente, a Deformidades. TALASSEMIA BETA → As Talassemias Beta são as mais comuns, ocorrem devido a uma falha no gene que sintetiza a Globina Beta, situado no Cromossomo 11. Essa diminuição da Globina Beta prejudica sua associação com a Globina Alfa, e dependendo do grau de expressão, haverá diferentes manifestações clínicas. • Beta Talassemia Maior/Anemia de Cooley - Deficiência acentuada da Cadeia Beta e aumento da Cadeia Fetal. - Indução de Hemólise pela formação de Tetrâmeros Instáveis e, consequentemente, Hemoglobina Instável. - Hepato e Esplenomegalia pela Hiperplasia Medular e Hematopoiese Extramedular. - Icterícia pela Hemólise constante e aumento de Bilirrubina. - Excesso de Ferro nos órgãos devido à Hemocromatose Secundária. - Osteoporose Precoce: ossos mais frágeis e maior sequestro de Cálcio. - Protuberâncias no Crânio causadas pela Hiperplasia Medular. Eritropoiese 10x maior do que o normal! - Diagnóstico Laboratorial: ↑ HbA2 ↑ HbF ↓ HbA1 - ↑ Bilirrubina Indireta. - Policromasia, Hemácias em Alvo e Eritroblastos. Exemplo I: Facie Talassêmica Exemplo II: Hemácias em Alvo • Beta Talassemia Intermediária - Paciente sintomático. - ↑ Necessidade Transfusional e Transplante de Medula Óssea. • Beta Talassemia Menor - Pacientes assintomáticos - Diagnóstico confundido com Anemia Ferropriva. - Diagnóstico Laboratorial: ↓ VCM (Microcitose) ↓ HCM (Hipocromia) e RDW Normal. - ↑ HbA2 e discreto ↑ HbF (3-7%). - ↑ discreto de Bilirrubina Indireta. - Pontilhados Basófilos. Exemplo II: Pontilhados Basófilos TALASSEMIA ALFA → Os genes da Globina Alfa estão localizados no Cromossomo 16. Portanto, a Talassemia Alfa está associada à Mutação ou Deleção desses genes. • α Talassemia 1 ( _ α / α α ): portadores assintomáticos e níveis normais de HbA1 e HbA2. • α Talassemia 2 ( _ _ / α α ): manifestação de Anemia Leve e nível de HbA1 normal ou levemente baixo. • α Talassemia 3 ( _ _ /_ α ): instalação da Anemia Hemolítica e Esplenomegalia importante. • α Talassemia 4 ( _ _ /_ _ ): formação de Tetrâmeros de γ- globina, que são instáveis e causam Hidropsia Fetal (Natimorto). TRATAMENTO DAS TALASSEMIAS • Transfusão Sanguínea para manutenção dos níveis de Hemoglobina. • Quelantes de Ferro. • Possibilidade de Esplenectomia se Esplenomegalia. Exemplo: Hidropsia Fetal O Feto morre de Anasarca intraútero! ENZIMOPATIAS → As Enzimopatias resultam da deficiência de uma enzima essencial no processo de formação do ATP. A primeira deficiência é a da Glicose-6-Fosfato Desidrogenase (G6PD), que afeta a Via da Pentose Fosfato e a Via Glicolítica de Embden- Meyerhof. Essa via converte o NADP em NADPH para ser usado no Ciclo de Krebs na Mitocôndria e é essencial para a Glicólise Anaeróbica. Por outro lado, a Piruvato Quinase atua na fase final da transformação do Piruvato em Lactato. • Deficiência de G6PD - Causa de Hemólise desencadeada por processos de Oxidação Celular, onde haverá um maior estimulo à Glicólise Anaeróbia. Ex: desencadeada por infecções graves ou ingestão de agentes oxidantes (Antimaláricos, AAS, Magnésio...) - Sintomas podem se apresentar nas primeiras 24 horas de vida. - Alterações no gene localizado no Cromossomo X: expres- são completa em homem ou mulher homozigota. - Diagnóstico: Dosagem de G6PD, que pode ser realizada pelo Teste do Pezinho. - Pacientescom Deficiência de G6PD apresentam resis- tência natural ao Plasmodium falciparum (Malária). - Tratamento baseado na presença das Crises Hemolíticas. Exemplo: alimentos oxidantes (Batata e Fava) → A Deficiência de G6PD leva a uma diminuição na produção de NADPH, resultando no acúmulo de Peróxido de Hidrogênio (H2O2). Esse acúmulo predispõe à Oxidação da Hemoglobina e pode levar à formação de Corpúsculos de Heinz, contribuindo para a Hemólise. • Deficiência de PK - Manifestação clínica variada. Os sinais e sintomas estão associados à Hemólise Crônica (Anemia, Icterícia, Espleno- megalia e Colelitíase). - Diagnóstico: Dosagem de PK. - Tratamento: Esplenectomia. → A causa mais Osmótica é a Deficiência de Piruvato Quinase, que catalisa a formação do Piruvato a partir do Fosfoenolpiruvato, liberando ATP. Na Glicólise Anaeróbia, são liberados 4 ATPs, mas são consumidos 2, resultando em um saldo de 2 ATPs para iniciar o Ciclo de Krebs. No entanto, a deficiência de Piruvato Quinase afeta a Bomba de Sódio e Potássio, reduzindo o Potássio e a Água intracelular, o que altera a conformação dos Eritrócitos, levando à formação de Espiculas e à perda da capacidade de deformabilidade, resultando em Hemólise Celular. ANOMALIAS DE MEMBRANA • Esferocitose Hereditária - Prevalência caucasiana com maior frequência nos EUA e Europa, pouco comum em negros e asiáticos. - Manifestação clínica variada, desde pacientes assintomá- ticos a Crises Hemolíticas intensas. - Alteração Autossômica Dominante. - Deficiência na ligação que forma o esqueleto da Membrana Celular Eritrocitária, tornando-a mais permeável, distendida e osmótica. Isso leva a uma maior absorção de líquido e à forma esférica das Hemácias. Existem 4 tipos dessa condição, sendo a Deficiência de Espectrina a mais comum, uma Proteína Basal na formação do Citoesqueleto da Membrana Celular. - Diagnóstico: Ectacitometria (avalia o índice de deformi- dade Eritrocitária através do Ectacitômetro) ou Curva de Fragilidade Osmótica. - ↑ HCM e CHCM (Hipercromia). - Tratamento: Esplenectomia. • Eliptocitose Hereditária - Alteração Autossômica Dominante. - Esta condição causa Hemólise em pacientes que naturalmente possuem Eliptócitos. Há um aumento variável na fragilidade osmótica e a auto hemólise é anormal, sendo corrigida pela adição de Glicose. - Diagnóstico: VCM (Normocitose) HCM (Normocromia) e > 25% de Eliptócitos no Esfregaço Sanguíneo Periférico. • Acantocitose Hereditária - Alteração Autossômica Recessiva. - A condição é causada por uma Deficiência de β- lipoproteína e resulta em uma alteração na síntese da Membrana dos Eritrócitos. - Diagnóstico: quando mais de 25% dos Eritrócitos na periferia do sangue apresentam essa forma anormal, é suspeitada a presença de Acantocitose Hereditária. Essa condição pode causar vários sintomas, incluindo proble- mas Neurológicos, Distúrbios Hematológicos e Problemas Hepáticos. - Tratamento: ingestão de Vitamina E, que atua como antioxidante.
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