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1 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 2 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 3 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Gildenor Silva Fonseca PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e profissionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atua- ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 6 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professores: Domwesley Wendreo de Souza Thainan Amadeu de Souza 7 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso profisisional. 8 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S O corpo humano é especializado em integrar ações, detectar alterações e modificar o seu micro ambiente para manter a homeostase, porém, até certo ponto. Desequilíbrios na hemodinâmica (sistema car- diovascular e respiratório) podem acarretar danos às células por impedir que componentes essenciais, como nutrientes e gases, consigam en- trar e sair delas, alterando o ambiente intracelular e extracelular. Nesse contexto, a sistematização da assistência de enfermagem é um método eficiente de promover condutas de cuidado ao paciente. Distúrbios na hemodinâmica ocorrem, em grande parte, em pacientes críticos dentro do ambiente hospitalar, e cabe à equipe de enfermagem planejar, pro- mover e orientar o cuidado a esses pacientes. Para isso, é importante que a equipe de enfermagem conheça os princípios que regem as for- ças físico-químicas e as características dos sistemas cardiovascular e respiratório, assim como, esteja capacitada a compreender a relação de diferentes sistemas, sabendo que o corpo humano não trabalha sozinho, pois ele integra ações e reações entre os diversos sistemas para pro- mover o ambiente ideal para que as células possam sofrer as reações químico-físicas necessárias à sua manutenção e evolução/crescimento. O monitoramento hemodinâmico garante as informações do paciente crítico à beira do leito e tem como principal vertente avaliar a função cardíaca e a qualidade do tratamento. Neste módulo aprenderemos um pouco sobre a relação entre os sistemas cardiovascular e respiratório, assim como, compreenderemos como as técnicas de monitoramento hemodinâmico podem auxiliar no manejo de pacientes graves e/ou com débito cardíaco diminuído, para poderem ter garantida a nutrição e oxi- genação adequada dos órgãos e tecidos. Oxigenação; Hemodinâmica; Sistema Cardiovascular; Sistema Respiratório. 9 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 O SISTEMA CARDIOVASCULAR E HEMODINÂMICA Apresentação do Módulo ______________________________________ 11 14 17 21 23 31 Anatomia e Fisiologia Humana: Sistema Cardiovascular _________ Componentes básicos do fluxo sanguíneo ______________________ Hemodinâmica ________________________________________________ A Monitorização Hemodinâmica _______________________________ Recapitulando _________________________________________________ CAPÍTULO 02 A MECÂNICA VENTILATÓRIA, DISTÚRBIOS DA OXIGENAÇÃO E OS MÉTODOS DE VENTILAÇÃO Anatomia e Fisiologia Humana: Sistema Respiratório ___________ Ventilação Mecânica (VM) ______________________________________ Circulação Sanguínea __________________________________________ Insuficiência Respiratória (IR) ___________________________________ Recapitulando _________________________________________________ 37 43 17 42 58 10 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 03 CUIDADOS DE ENFERMAGEM NOS DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS E DESEQUILÍBRIOSDA OXIGENAÇÃO Principais distúrbios hemodinâmicos ____________________________ Distúrbios da oxigenação e os Cuidados de Enfermagem _______ Recapitulando _________________________________________________ Fechando a Unidade ___________________________________________ Referências ____________________________________________________ 62 78 101 106 109 11 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S O corpo humano é composto por trilhões de células que se es- pecializam e se unem para formar um tecido (órgão), integrando-se em sistemas que se comunicam para realizar a manutenção do corpo todo. Mecanismos intracelular e extracelular monitoram o meio interno e ex- terno do corpo e integram ações e reações em respostas a alterações, o que chamamos de homeostase. Dessa forma, a homeostase ocorre ao nível celular, através de ações e reações físico-químicas e também ao nível macro corporal, através dos estímulos e mudanças realizadas por diferentes sistemas do nosso corpo para evitar ou mesmo atenuar as mudanças que ocor- rem tanto dentro como fora do corpo. Essas mudanças são constantes e as células são responsáveis por criar e manter um ambiente favorável à vida. Assim, podemos inferir que a homeostase não é um processo estático, pelo contrário, impõe-se um padrão dinâmico com uma estreita faixa aceitável, que quando perturbado, dispõe-se às patologias. As alterações nas características do fluxo sanguíneo (pressão, viscosidade, velocidade) são capazes de interferir sobre os processos fisiológicos e estimular o corpo a responder a essas alterações na in- tenção de restaurar a homeostase. Um exemplo é a comunicação entre os sistemas cardiovascular, endócrino e nervoso que integram ações realizando vasoconstrição ou vasodilatação em face das alterações no fluxo sanguíneo. Ainda, alterações no débito cardíaco, ou mesmo na eletrofi- siologia cardíaca influenciam na Pressão Arterial (P.A.), Resistência Periférica Total (RPT) ou local, Frequência Cardíaca (FC), Frequência Respiratória (FR), envolvendo os sistemas respiratório, endócrino e o nervoso através da monitorização e manutenção das quantidades de componentes sanguíneos essenciais (gases e nutrientes). Dessa forma, no primeiro capítulo, após uma breve introdução da anatomia e fisiologia do coração, abordaremos a hemodinâmica cor- poral, seus aspectos e as principais alterações, assim como as técnicas médicas envolvidas para sua monitorização. O segundo capítulo tem como premissa o sistema respiratório, abordando questões básicas de anatomia e fisiologia desse sistema, assim como os recursos utilizados para a avaliação e sua manutenção. A equipe de enfermagem tem que estar preparada para distinguir sutis alterações nos sistemas cardio- vascular e respiratórios e planejar e promover um cuidado adequado, visando a necessidade de cada paciente individualmente a curto, médio e longo prazo. Distúrbios hemodinâmicos e da oxigenação, na maioria das vezes, encontram-se nos pacientes em internamento hospitalar e em 12 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S estados críticos, como os que são admitidos em Pronto Atendimento de Emergência (PAE), os internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) ou em Salas de Recuperação Pós Anestésicas (SRPA) de grandes cirurgias e/ou cardíacas, onde permanecem com monitorização hemo- dinâmica constante e com aparelhos que auxiliam na ventilação respira- tória, seja ela invasiva ou não. Uma equipe de enfermagem capacitada para perceber esses desequilíbrios é de fundamental importância para poder agir com rapidez e precisão visando o cuidado integral do pacien- te e evitando, ou mesmo atenuando danos permanentes, que é o tema do terceiro capítulo. 13 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S O corpo humano é formado por trilhões de células especiali- zadas para formar órgãos e sistemas, que junto aos demais sistemas, recebem informações dos ambientes internos e externos para integrar e coordenar ações e reações das informações recebidas e processadas. Nesse sentido, todas as células do corpo humano necessitam de nutri- ção e oxigenação permanentes para manter funções em seu micro am- biente estável, e qualquer alteração, por menor que seja, pode causar danos irreparáveis às suas funções ou até mesmo levar à morte celular. Produtos como: nutrientes captados do intestino e Oxigênio (O2) dos pulmões, hormônios, células do sistema imune que patrulham o sangue, entre outros, chegam às células através do sangue por meio de um conjunto de vasos (artérias e veias), que também são utilizadas por elas para excretar componentes que não são mais viáveis, como produtos metabolicamente inativos e o Dióxido de Carbono (CO2), as- O SISTEMA CARDIOVASCULAR & HEMODINÂMICA C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 14 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S sim como o calor que é dissipado do centro para a periferia corporal através da circulação. Entretanto, para que o sangue possa circular de forma contínua, existe a necessidade de uma força propulsora que o bombeie para todo o corpo, sendo o coração o órgão responsável por esse fenômeno. ANATOMIA FISIOLOGIA HUMANA: SISTEMA CARDIOVASCULAR O coração é um órgão muscular localizado no mediastino, en- tre os pulmões e logo acima do diafragma, protegido pelas costelas, esterno e coluna. Está posicionado no interior do tórax, onde a base está na parte superior e o ápice na parte inferior, conforme demonstrado na Figura 01. Figura 01 – Localização do coração no interior do tórax.Fonte: Adaptado Silverthorn, 2017 Fonte: Adaptado Silverthorn, 2017. O coração é formado por quatro câmaras, dois átrios e dois ventrículos, separadas por um septo central formando o lado direito e esquerdo e que agem como duas bombas distintas. O átrio e o ventrícu- lo de cada metade do coração são separados por Valvas Atrioventrícu- lares (AV), de maneira que o fluxo sanguíneo flui em uma única direção, o lado direito bombeia o sangue para os pulmões, conhecido como cir- culação pulmonar ou pequena circulação e o lado esquerdo bombeia o sangue para os órgãos periféricos, chamado de circulação sistêmica ou grande circulação, conforme o esquema da Figura 02. 15 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 02 – Esquema anatômico do coração e do fluxo unidirecional. Fonte: Adaptado de Silverthorn, 2017. Na esfera celular, os cardiomiócitos são um conjunto especia- lizado de células excitáveis responsáveis pela produção de eletricidade na região do átrio direito (nó sinusal), que se propaga para as outras câmaras cardíacas por meio da comunicação célula-célula, dessa for- ma, os átrios se contraem antes que os ventrículos. A condução de ele- tricidade, através do nó sinusal, determina o ritmo dos batimentos car- díacos, entretanto, essa característica elétrica se estende também aos outros cardiomiócitos, como: nó atrioventricular, feixe de Hiss e fibras de Purkinje, respectivamente, e alterações de condução dessas estruturas levam a diversas patologias podendo ser diagnosticadas através de um Eletrocardiograma (ECG) (Figura 03). Além disso,a excitabilidade das células cardíacas permite a contração e relaxamento sincronizado do coração, quando os átrios e ventrículos são contraídos, chama-se sísto- le e quando estão relaxados, diástole. 16 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 03 – Diagrama esquemático mostrando a sequência da ativação do miocárdio. Fonte: Adaptado de Constanzo , 2014. Por convenção, anatomistas e fisiologistas retratam o esque- ma do fluxo sanguíneo que saí do coração com a cor vermelha, por ser oxigenado e retorno venoso com a cor azul, por ser desoxigenado. O sangue que chega aos ventrículos é volumoso, possui baixa pressão e pouca oxigenação e é transportado de volta ao coração por meio das veias, esse desemboca nos ventrículos, que, por meio da contração muscular, aumenta a pressão e se propela para as circulações (pulmo- nar e sistêmica) através das artérias com menos volume, mas maior pressão e oxigenação. No interior dos tecidos, as interposições entre árterias e veias formam vasos com paredes finas, os capilares, respon- sáveis pelas trocas de nutrientes, resíduos metabólicos, gases e líqui- dos entre as paredes dos capilares e as células adjacentes. O coração é envolvido por um saco membranoso preenchido de líquido claro que lubrifica a superfície externa do coração, chamado pericárdio. Interiormente, o músculo cardíaco, miocárdio, é revestido de tecido conectivo, sendo os átrios compostos por paredes finas e supe- riores, enquanto os ventrículos são formados por paredes espessas e comportam a parte inferior do coração. Os principais vasos sanguíneos saem da base e possuem um fluxo unidirecional, um diagrama esque- mático do circuito cardiovascular é apresentado na Figura 04. 17 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S A anatomia do sistema cardiovascular é complexa, entretanto, fascinante. Um grupo de pesquisadores realizou um estudo de revisão onde demonstram a anatomia e morfologia cardíaca e os vasos adja- centes através de técnicas de imagens 3D e dissecações virtuais de pacientes in vivo, aprimorando o conhecimento técnico-científico com o auxílio de tecnologias inovadoras. Para ler o texto na íntegra, acesse o artigo sobre a avaliação da anatomia do coração in vivo: https://www. jstage.jst.go.jp/article/circj/80/1/80_CJ-15-1147/_html/-char/en Acesso em: 23 jan. 2021. CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA Conforme o esquema, o sangue oxigenado sai dos pulmões e retorna ao átrio esquerdo através da veia pulmonar que flui para o ventrículo esquerdo pela valva AV esquerda (mitral). Esse sangue é eje- tado do ventrículo esquerdo para a aorta pela valva semilunar esquerda (aórtica), disposta entre o ventrículo esquerdo e a aorta. Na sístole ven- tricular, a pressão no ventrículo aumenta e a valva aórtica se abre pro- jetando o sangue ao longo da aorta. O sangue então flui pelo sistema arterial, impulsionado pela pressão criada pela contração do ventrículo esquerdo, criando um Débito Cardíaco (DC) que é distribuído entre os órgãos por meio de conjuntos de artérias paralelas. COMPONENTES BÁSICOS DO FLUXO SANGUÍNEO Ter ciência do por quê o sangue flui para os órgãos e sistemas é um passo muito importante para entender a hemodinâmica, porém, isso não é suficiente, temos ainda, que saber como o sangue flui. Para responder essa pergunta, a física nos apresenta o gradiente de pres- são, onde o líquido ou gás flui do local de maior pressão para o de menor pressão. Como o sistema cardiovascular humano é um sistema fecha- do, quando o coração contrai, ele aumenta a pressão dentro dos ventrí- culos e faz com que o sangue seja propelido através das artérias, local de menor pressão, primeiramente, passando para as de maior calibre e https://www.jstage.jst.go.jp/article/circj/80/1/80_CJ-15-1147/_html/-char/en https://www.jstage.jst.go.jp/article/circj/80/1/80_CJ-15-1147/_html/-char/en 18 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S seguindo para as de menor até retornarem para o coração pelas veias. Enquanto o sangue flui, as paredes dos vasos se atritam com o sangue e quanto mais longe do coração, menor a pressão. Figura 04 – Circuito do Sistema Cardiovascular Fonte: Adaptado de Constanzo, 2014. Outro componente importante que envolve o fluxo sanguíneo é a resistência. A física nos diz que o fluxo é inversamente proporcional à resistência, o que significa que se a resistência aumenta, o fluxo diminui e se a resistência diminui, o fluxo aumenta. A resistência de um líquido passando por um tubo (como o sangue pelos vasos), depende de três propriedades: o raio do tubo, o comprimento do tubo e a viscosidade do líquido, o que, na fisiologia, é calculado pela Lei de Poiseuille. 19 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S A Lei de Poiseuille foi criada pelo médico francês Jean Leonard Marie Poiseuille, expressa como: R α Lη/r4. Traduzindo, a equação diz que a resistência oferecida por um tubo ao fluxo do líquido aumenta junto com o comprimento e à medida que aumenta a viscosidade do líquido, mas, ela diminui quando o raio do tubo aumenta. A vasoconstrição é a diminuição do raio do vaso sanguíneo, enquanto a vasodilatação é o aumento do raio. O que significa dizer que, no sistema circulatório, o fluxo é diretamente proporcional ao gra- diente de pressão e inversamente proporcional à resistência, e se o gradiente de pressão não muda, o fluxo será inverso à resistência. Nesse sentido, a velocidade do fluxo vai depender da taxa do fluxo e da área de secção transverssal. A velocidade do fluxo é o quão rápido o sangue passa pelo vaso sanguíneo e a taxa de fluxo é o volu- me de sangue que passa por um determinado ponto em um certo pe- ríodo de tempo, mensurada em L ou mL. Assim, conforme demonstrado na Figura 05, quando a taxa do fluxo é constante, a velocidade aumenta proporcionalmente ao raio, ou a área dos vasos sanguíneos. Figura 05 – Esquema de fluxo sanguíneo Fonte: Adaptado de Constanzo , 2014. 20 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Entretanto, com uma análise rápida, poderíamos interpretar erroneamente que a velocidade do fluxo sanguíneo é maior nos vasos de menor calibre e assim, concluir que o sangue passa mais rápido pelos capilares comparados aos outros vasos, já que eles são os que possuem menor diâmetro. Porém, o que se leva em consideração não é o raio do vaso isoladamente e sim a somatória da seção transverssal dos vasos. Dessa forma, o sangue flui mais rápido pela artéria aorta ou veias cavas, que são de grande calibre, porém, únicas e lentamente nos capilares, que apesar de terem um diâmetro menor quando isolados, juntos, possuem uma área de seção muito maior do que um único vaso (Figura 06). O termo hemodinâmica refere-se às interações entre os com- ponentes que regem o fluxo sanguíneo dentro do sistema cardiovas- cular, sendo eles: fluxo, pressão, resistência e capacitância que são aplicados para o fluxo que chega ao coração, o que sai, e no interior dos vasos sanguíneos. Figura 06 – Gráfico da velocidade do fluxo sanguíneo. Fonte: Adaptado de Silverthorn, 2017. 21 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S HEMODINÂMICAComo descrito anteriormente, o fluxo sanguíneo é determinado pela diferença de pressão e pela resistência imposta pelo vaso ao fluxo sanguíneo. A diferença de pressão é a força que impulsiona o fluxo san- guíneo adiante e a resistência é o impedimento ao fluxo (CONSTANZO, 2014). Nesse sentido, o principal fator que modifica o fluxo é a capa- cidade dos vasos (arteíolas, principalmente) de aumentar ou diminuir o seu diamêtro e assim, modificar a resistência. Em um consenso, pode- -se calcular a Resistência Periférica Total (RPT) que é a somatória da resistência de toda a vasculatura sistêmica, ou, pode-se calcular em menor escala, como a de um único órgão, por exemplo. O retorno venoso é possível pelas forças exercidas através da contração dos músculos estriados esqueléticos e do esfíncter venoso, além disso, as pressões hidrostáticas (pressão dos fluidos) e coloidos- móticas (pressão osmótica das proteínas no plasma) e diferentes ações químicas que integram ações do sistema endócrino, renal e nervoso implicam no processo de regulação do fluxo sanguíneo. Dessa forma, fatores como aldosterona, hormônios tireoidianos, neurotransmissores adrenérgicos, catecolaminas e ações colinérgicas possuem um impacto direto sobre o sistema circulatório, através do aumento da Frequência Cardíaca (FC) para compensação do DC, ou pela vasodilatação ou va- soconstrição dos vasos aumentando ou diminuindo o fluxo sanguíneo. O sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona é um componente importante da regulação do DC, viscosidade e fluxo de sangue. Meca- nismos reconhecem o volume e quantidade de eletrólitos corporais na intenção de realizar a manutenção da homeostase corporal e ao notar alterações como o aumento ou diminuição de eletrólitos, por exemplo, integram ações que estimulam diferentes sistemas a operarem conjun- tamente e se adaptarem ao novo microambiente. Um exemplo disso é a regulação da Pressão Arterial (P.A.) onde o Hipotálamo, no Sistema Nervoso Central (SNC), a Hipófise, no sistema endócrino e o Sistema Renal, age em conjunto, através do eixo adeno-hipófise-hipotálamo. Outro fator importante é o DC, determinado pelo volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo em um período de tempo e so- fre influência da FC, quantidade de batimentos por minuto e do volume sistólico, quantidade de sangue (mL) a cada contração. As subdivisões do Sistema Nervoso Autônomo (SNA), Simpático (SNS) e Parassimpá- tico (SNP) modulam a FC através da liberação de neurotransmissores Noradrenalina (NA) e Acetilcolina (Ach), respectivamente, que aumen- 22 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S tam ou diminuem os batimentos. O volume sistólico sofre influência do comprimento da fibra muscular e da sua capacidade de contratilidade. Nos músculos estria- dos, a força muscular é diretamente proporcional ao tamanho do sar- cômero e da interação dos filamentos contráteis com o Ca2+, o grau de estiramento do músculo cardíaco antes do início da contração (volume diastólico final) é chamado de pré-carga, o retorno venoso é a quantida- de de sangue que retorna da circulação ao coração que sofre resistên- cia da própria gravidade, a soma da carga do volume diastólico final e da resistência durante a contração é chamado de pós-carga, isso ocorre porque o coração deve gerar uma carga extra (além da pré-carga) para ejetar o sangue para a aorta, deslocando para adiante do sistema circu- latório. Alterações nos efeitos pré-carga e pós-carga podem ser indica- tivos de patologias na contratilidade, P.A. e retorno venoso. O eletrocardiograma (ECG) é um exame não invasivo que apre- senta informações sobre a frequência, ritmo, velocidade de condução e a condição das estruturas cardíacas. Realizado através do registro de superfície da atividade elétrica do coração, onde a onda P representa a despolarização atrial, o complexo QRS representa a despolarização ventricular, a onda T representa a repolarização ventricular e a repola- rização atrial é incorporada no complexo QRS, conforme a Figura 07. 23 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 07 – Eventos elétricos do ciclo cardíaco. Fonte: Adaptado de Silverthorn, 2017. A MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA A monitorização hemodinâmica é realizada em pacientes crí- ticos à beira do leito tendo como objetivo principal garantir a oxigena- ção e nutrição adequada dos tecidos, e é indicado em pacientes que apresentam DC insuficiente decorrente de alterações pré-carga, pós- -carga ou da contratilidade do músculo cardíaco. As intervenções de monitoramento hemodinâmico, geralmente são realizadas com técnicas invasivas, entretanto, com o avanço das tecnologias, estão se tornando minimamente invasivas, ou até mesmo não invasivas. As patologias indicativas de monitoramento hemodinâmicas mais comuns são: choque cardiogênico, insuficiência cardíaca grave, sepse, choque séptico, deficiência de múltiplos órgãos e sistêmicas, 24 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S síndrome da angústia respiratória do adulto e cirurgia cardíaca. O sis- tema de monitoramento de pressão é realizado através de um Cateter Venoso Central (CVC) que é conectado a um transdutor acoplado a um monitor e permite a verificação das pressões sistólica, diastólica e média. Composto por uma solução sob pressão, que pode ser Soro Fisiológico 0,9% (SF0,9%) ou Glicosado a 5% (SG5%) garante a per- meabilidade do sistema e um dispositivo contendo torneirinhas de 3 vias (dânulas) que podem ser utilizadas para coleta de sangue arterial e zeragem do sistema. No monitor, os parâmetros mensurados são apresentados através de traçados que são convertidos em valores digi- tais, além disso, o profissional também pode controlar a forma de onda, definir alarmes, tamanho da escala do traçado e zerar o sistema no monitor (Figura 08). Figura 08 – Sistema de monitoramento de pressão. Fonte: Adaptado de Morton, 2014. O teste de onda quadrada é utilizado para determinar se o sis- tema é capaz de medir as pressões com precisão. Esse teste calcula o coeficiente de amortecimento, uma medida da frequência com que as oscilações diminuem (amortecem) e, por vezes, cessam. A frequência natural e o coeficiente de amortecimento são determinados pela dinâmi- 25 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S ca do sistema, que pode ser otimamente amortecido, superamortecido ou subamortecido conforme ilustrado na Figura 09. Para realizar o teste de onda quadrada o enfermeiro usa o dis- positivo de enxágue, que é ativado e rapidamente liberado. Então, ob- serva-se no monitor a forma de onda que aparenta um quadrado no topo da escala, e depois como a onda retorna à linha de base, conta-se o número de oscilações e a distância entre elas. Idealmente, em um sistema otimamente amortecido, a onda quadrada tem um inflexão as- cendente reta a partir da linha de base, uma linha orizontal e um inflexão descendente reta com uma a duas oscilações bruscas antes do retorno para a linha de base (MORTON, 2014, P. 139). Figura 09 – Sistema de monitoramento de pressão. Fonte: Adaptado de Morton, 2014. Fatores técnicos e mecânicos podem produzir leituras erradas dos medidores de pressão, para que isso não ocorra, a equipe de cuida- dos deve estar atenta a componentes como o nivelamento do paciente e zeragem do sistema. Outros problemas comuns e suas respectivas ações de enfermagem para solucioná-los estão descritos naTabela 01. O monitoramento da pressão arterial é uma forma de acompa- nhamento contínuo da pressão arterial, outros indicativos para esse mé- todo são pacientes em uso de drogas vasoativas, instabilidade cardio- vascular, alterações na pressão arterial e coletas de sangue frequentes. 26 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Tabela 01 – Intervenção de enfermagem nos problemas de monitoramento de pressão. Problema Fator Intervenção Prevenção Ausência de ondas Transdutor fechado para o cateter; Configuração au- sente ou incorreta do monitor; Presença de coá- gulo no cateter; Cabo e/ou transdu- tor defeituoso. Verificar e corrigir a posição da dânula; Verificar e configurar a escala no monitor; Aspirar o coágulo de sangue; Verificar o funciona- mento dos cabos e trocar, se necessário. Manter lava- gem contí- nua. Ondas Supe- ramortecidas Escala inadequada; Bolhas de ar no tubo e no transdu- tor; Oclusão do cateter por coágulo de sangue; Migração do cate- ter; Oclusão do cateter por balão ou vaso; Vazamento no sis- tema de pressão; Bolsa de pressão não insuflada à 300mmHg. Mudar a escala; Retirar o ar do siste- ma; Aspirar os coágulos com uma seringa; Utilizar solução hepa- rinizada; Reposicionar o pa- ciente, reposicionar o cateter e observar as formas de ondas; Apetar as conexões e dânulas e trocar, se necessário; Reinflar a bolsa. Enxaguar o sistema por gravidade; Na configu- ração inicial retirar todo o ar da bolsa da solução de lavagem; Usar solução heparinizada, ou conforme protocolo; Apertar todas as dânulas e conexões. 27 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Ondas Suba- mortecidas Movimento exces- sivo do cateter; Bolhas de ar no tubo. Experimentar uma posição diferente da ponta do cateter; Eliminar as dânulas ou tubos excessivos; Assegurar a colocação correta do cateter; Utilizar o ca- libre correto para cada tipo de vaso; Eliminar o comprimento excessivo dos tubos. Fonte: Adaptado de Morton, 2014. A artéria radial é o vaso de principal escolha, por ser fácil de palpar e ainda promover mobilidade ao paciente, outras escolhas po- dem ser as artérias femoral e braquial. Depois de inserido o carteter, a enfermagem deve assegurar que todos os dispositvos estão ligados, ajustados e alarmados para perceber alguma alteração. A Pressão Arterial Média (PAM), é utilizada para análise da per- fusão dos órgãos vitais, seus valores normais vão de 70 – 100mmHg. A forma mais precisa de medição da PAM é através de um cateter intra-a- trial com sistema de monitoramento otimamente amortecido, entretanto, a maioria dos monitores de pressão apresentam a PAM automatica- mente. As principais complicações relacionadas à colocação do cateter intra-atrial são: perda acidental de sangue, infecção e má circulação local. A Pressão Venosa Central (PVC), demonstra a pressão do átrio direito, o volume de sangue intravascular, a pressão diastólica final e o volume do ventrículo direito. Idealmente, é medida na veia cava através do cateter venoso de inserção periférica (PICC), os valores normais são de 2 – 8mmHg e alterações nesses valores refletem distúrbios no volu- me intravascular e na função do ventrículo. As complicações associa- das são: infecção, trombose, pneumotórax e embolia gasosa. A Pressão da Artéria Pulmonar (PAP), é utilizada no monitora- mento da função do ventrículo direito e, indiretamente, o do ventrículo esquerdo e do DC. O cateter da artéria pulmonar (CAP) é inserido pelo lado direito do coração até a artéria pulmonar que mensura a pressão do átrio e ventrículo direito e da artéria pulmonar. As complicações as- sociadas são: infecção, trombose, pneumotórax, embolia gasosa, arrit- mias ventrículares, ruptura ou perfuração da artéria pulmonar e infarto pulmonar. 28 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S As técnicas comentadas acima pretendem avaliar a função cardíaca, um dos componentes mais utilizados é a avaliação do DC, que pode sofrer alterações que dependem da FC e do volume sistólico. A Figura 10 apresenta as principais informações que devem ser ava- liadas pela equipe de enfermagem em face das alterações no DC, que tem como principal determinante o volume sistólico e sofre influencia da pré-carga, pós-carga e da contratilidade. O método considerado padrão-ouro para medição do DC é a termodiluição e pode ser a partir de determinações intermitentes ou contínua. Para determinações intermitentes é utilizada uma seringa contendo uma solução fria que é injetada no lúmem proximal do cateter do átrio direito. Um termostato (termistor) mede a temperatura do fluido que percorre o sangue, a mudança na temperatuura do sangue após a injeção produz uma curva de termodiluição, que é calculada por um computador como a base do DC. Figura 10 – Alterações no Débito Cardíaco. Fonte: Adaptado de Morton, 2014. As determinações contínuas necessitam de um cateter espe- cial (Figura 11), que possui termofilamentos que poduzem calor como um indicador, esse sinal mais quente que o sangue é medido constan- 29 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S temente pelo termistor que revela curvas de termodiluição de 30 – 60 segundos e promovem o cálculo do DC contínuo. Outras formas de mensuramento do DC e do volume sistólico são beseados na pressão arterial e na forma de onda. A cardiografia de impedância é um método não-invasivo utilizado para monitorar o DC, onde coloca-se dois conjuntos de eletrodos, um par no pescoço e outro par na porção inferior do tórax. Os eletrodos superiores transmitem uma corrente elétrica de baixa tensão, enquanto os eletrodos inferiores me- dem a impedância da corrente que reflete diretamente a contratilidade do ventrículo esquerdo e converte os valores, através de um algoritmo em volume sistólico e DC (Figura 12 a). Figura 11 – Cateter Artéria Pulmonar (CAP) de Sete Lúmens. Fonte: Adaptado de Morton, 2014. 30 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S O Monitoramento por Dopller Esofágico (MDE) utiliza um trans- dutor do dopller unido a uma sonda nasogástrica, quando no interior do esofâgo, o MDE monitora a velocidade do fluxo sanguíneo na aorta des- cendente que reflete a contratilidade do ventrículo esquerdo e o volume intravascular. A onda é formada a partir de um algoritmo baseada no do- ppler, altura, peso e idade do paciente. Diferença nos padrões de onda po- dem determinar alterações, como a amplitude, que determina a contratilia- de do miocárdio e a largura, que refletem a ejeção sistólica (Figura 12 b). Figura 12 - a) Cardiografia de impedância b) Doppler Esofágico. Fonte: Adaptado de Morton, 2014. O DC pode ser mensurado ainda, através de outros métodos como: Vigileo, um monitor que, pela curva da PAM radial, estima o DC e calcula o deltaPP, além de fornecer informações se há necessidade do uso de inotrópico e/ou volume. LiDCO, método onde realiza-se a infusão de lítio entre um acesso venoso profundo e um arterial para mo- nitorar o DC. O PiCCO, mede o DC entre o acesso venoso profundo e o arterial, utiliza a termodiluição, além de ser capaz de estimar volemia e o edema pulmonar. Por fim, o Ecocardiograma, que avalia diretamente a função miocárdica e estimatambém a volemia. Independentemente da escolha de monitorização hemodinâ- mica aplicada ao paciente, a equipe de enfermagem deve estar capa- citada a reconhecer o método, manusear os equipamentos, e conhecer os traçados e valores basais. Conhecer as alterações hemodinâmicas e agir rápida e precisamente é vital para a manutenção da regulação cardiovascular e respiratória do paciente. 31 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2020 Banca: VUNESP. Órgão: Prefeitura de Cananéia - SP Pro- va: Operador de Raios-X e Ultrassom Sobre o coração, assinale a alternativa correta. a) Os vasos sanguíneos que transportam o sangue de/para os pulmões formam a circulação sistêmica. b) Os vasos que transportam sangue de/para todos os tecidos do corpo e de volta para o coração formam a circulação pulmonar. c) Seu lado direito recebe sangue com alto teor de oxigênio, proveniente dos tecidos do corpo, e depois bombeia esse sangue para os pulmões para captar oxigênio e dispersar dióxido de carbono. d) Seu lado esquerdo recebe o sangue oxigenado que retorna dos pul- mões e o bombeia por todo o corpo a fim de fornecer oxigênio e nutrien- tes para os tecidos do corpo. e) O coração também tem duas câmaras de bombeamento principais, o átrio direito e o ventrículo direito. QUESTÃO 2 Ano: 2018 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: Instituto Hospital Base do Distrito Federal Prova: Técnico de Enfermagem No que se refere à anatomia e à fisiologia humanas, julgue o item a seguir. A aorta conduz o sangue desoxigenado do corpo ao coração. ( ) Certo ( ) Errado QUESTÃO 3 Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: Prefeitura de Anápolis - GO Pro- va: Técnico em Enfermagem A quantidade de sangue bombeada por cada ventrículo, em litros, por minuto é denominada: a) Sístole b) Diástole c) Fração de ejeção d) Débito cardíaco e) Pós-carga QUESTÃO 4 Ano: 2017 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobras Prova: Técnico de Enfermagem do Trabalho Júnior 32 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S O coração é um órgão muscular oco, localizado no centro do tórax, com peso em torno de 300g, variando de acordo com a idade, sexo, peso corporal, extensão do exercício e condicionamento físico. Disponível em: <https://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-anatomia-hu- mana-do-cora%C3A7%C3%A3o-image40802490>. Acesso em: 5 set. 2017. Adaptado. As estruturas cardíacas numeradas na Figura acima estão adequa- damente nomeadas em: a) I - veia cava II - tronco pulmonar III - arco aórtico IV - ventrículo V – átrio b) I - tronco pulmonar II - veia cava III - arco aórtico IV - ventrículo V - átrio c) I - tronco pulmonar IV - ventrículo II - arco aórtico V - átrio III - veia cava 33 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S d) I - arco aórtico II - tronco pulmonar III - veia cava IV - ventrículo V - átrio e) I - arco aórtico II - veia cava III - tronco pulmonar IV - ventrículo V - átrio QUESTÃO 5 Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: EMSERH Prova: Enfermeiro - UTI Adulto Com relação à fisiologia do coração e à pressão arterial, marque a alternativa correta. a) A pressão arterial sistólica representa a fase de relaxamento do ciclo cardíaco. b) A pressão arterial diastólica representa uma estimativa do trabalho do coração e a força que o sangue exerce contra as paredes arteriais durante a sístole ventricular. c) A pressão arterial sistólica ocorre durante a contração do ventrículo, quando são ejetados sangue para a artéria aorta. d) A sístole diastólica é utilizada para representar a força ou a pressão exercida contra a parede arterial durante o ciclo cardíaco. e) A pressão arterial sistólica ocorre durante a contração do átrio es- querdo, quando são ejetados sangue para o ventrículo esquerdo. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Paciente A.J. 69 anos, chegou ao Pronto Atendimento (PA) após uma queda. Há 10 anos faz tratamento de doença coronariana e está em uso de Propanolol, Digoxina e Nitroglicerina. Ao exame físico apresentava- -se pálida, letárgica, sudorética e desorientada. Bulhas cardíacas au- díveis e o ECG demonstrou bloqueio atrioventricular de segundo grau, contrações ventriculares prematuras e elevação do segmento ST. Os sinais vitais eram: FC: 90bpm; FR:24rpm; P.A.:90/50mmHg. Na gaso- metria arterial: PaO2:73mmHg; PaCO2:25mmHg; SaO2:96%; pH:7,35. Conforme a prescrição médica, instalado um CAP, e medicada com 34 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Amiodarona, infusão de Nitroglicerina 10µg/min e Dobutamina 7µg/min, Morfina conforme a necessidade, Oxigênio 4l/min em cateter nasal, ba- lão intra-aórtico e marca-passo externo até a espera da colocação de um marca-passo interno. Quais são os cuidados que a enfermagem deve estar atenta ao admitir a paciente e na sua continuidade? TREINO INÉDITO Assinale a alternativa correta que completa as sentenças abaixo: I) A ________________ é utilizada para análise da perfusão dos ór- gãos vitais, seus valores normais vão de 70 – 100mmHg. A forma mais precisa de medição da PAM é através de um cateter intra-atrial com sistema de monitoramento ______________, entretanto, a maioria dos monitores de pressão apresentam a PAM automaticamente. As princi- pais complicações relacionadas a colocação do cateter intra-atrial são: perda acidental de sangue, infecção e má circulação local. II) A _______________ demonstra a pressão do átrio direito, o volu- me de sangue intravascular, a pressão diastólica final e o volume do ventrículo direito. Idealmente, é medida na veia cava através do ________________, os valores normais são de 2 – 8mmHg e altera- ções nesses valores refletem distúrbios no volume intravascular e na função do ventrículo. As complicações associadas são: infecção, trom- bose, pneumotórax e embolia gasosa. III) A ______________________ é utilizada no monitoramento da função do ventrículo direito e, indiretamente, o do ventrículo esquer- do e do DC. O cateter da artéria pulmonar (CAP) é inserido pelo lado direito do coração até a artéria pulmonar que mensura a pressão ______________________. As complicações associadas são: infec- ção, trombose, pneumotórax, embolia gasosa, arritmias ventrículares, ruptura ou perfuração da artéria pulmonar e infarto pulmonar. a) I PAM, subamortecido; II PVC, PICC; III PAP, artéria pulmonar. b) I PAM, otimamente amortecido; II PVC, PICC; III PAP, átrio e ventrí- culo direito e da artéria pulmonar. c) I PVC, otimamente amortecido; II PAP, PICC; III PAM, átrio e ventrí- culo direito. d) I PAM, supramortecido; II PVC, PICC; III PAP, átrio e ventrículo direito. e) I PAM, otimamente amortecido; II PAP, CAP; III PAP, átrio e ventrículo direito e da artéria pulmonar. 35 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S NA MÍDIA MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA EM PACIENTES COM COVID-19 E EM ESTADO GRAVE. Pacientes que precisam ser hospitalizados em decorrência da CO- VID-19 apresentam um risco maior de desenvolver condições como sepse, lesão pulmonar aguda (LPA) e síndrome da angústia respiratória severa (SARS), além disso, a maioria dos pacientes com COVID-19 que estão internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) necessitam de ventilação mecânica, o que prolonga o tratamento hospitalar, além de, aumentar as chances de o paciente desenvolver outros agravos.Nesse sentido, a monitorização hemodinâmica em pacientes hospitalizados é vital para o cuidado integral. Fonte: Educação Clínica da Edwards Data: 2020. Leia a notícia na íntegra: MONITORIZAÇÃO hemodinâmica em pacientes com covid-19 e em es- tado grave. Educação Clínica da Edwards. 2020. Disponível em: https://www.edwards.com/br/specialtyteams/COVID19-hemodynamics Acesso em: 26 jan. 2021. NA PRÁTICA O paciente A.E.C foi admitido na UTI coronariana com hipovolemia gra- ve e necessitou da passagem de um cateter para a mensuração da Pressão Venosa Central (PVC) em veia jugular D. Logo após a inserção do cateter, a enfermeira observou sinais de hipotensão súbita, confusão mental, apatia e ansiedade, chamou o médico responsável pela passa- gem do cateter o qual suspeitou de embolia gasosa, que pode ocorrer pela entrada de ar no sistema vascular e o deslocamento até a veia cava até o ventrículo direito. A enfermeira colocou o paciente em decú- bito lateral esquerdo na posição de Trendelenburg possibilitando que o ar se direcionasse a parede do ventrículo direito e a melhora do fluxo sanguíneo, instalou oxigênio em cateter nasal e observou o paciente até a ausência total dos sinais indicativos de embolia. Fonte: MORTON, Patricia Gonce. DORRIE K. Fontaine. Fundamentos dos cuidados críticos em enfermagem: uma abordagem holística. Tradução: Maiza Ritomy Ide. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1ª edição. 2014. https://www.edwards.com/br/specialtyteams/COVID19-hemodynamics 36 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S PARA SABER MAIS Acesse o link: MONITORIZAÇÃO hemodinâmica e fluido resposividade. Produção Webinar organizado pela SAES (Sociedade de Anestesiologia do Espí- rito Santo). Vídeo da internet. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=jt80VtYYgrA Acesso em: 26 jan. 2021. https://www.youtube.com/watch?v=jt80VtYYgrA https://www.youtube.com/watch?v=jt80VtYYgrA 37 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Como abordado no capítulo anterior, o sistema circulatório é responsável, entre outras atribuições, por manter a nutrição e oxigena- ção permanentes de todas as células e tecidos do corpo humano. Nes- se sentido, outro componente importante na manutenção da homeos- tase dessas moléculas é o Sistema Respiratório (SR), que através da entrada e saída de ar, auxilia na obtenção, manutenção e extração de gases dos órgãos e tecidos. FISIOLOGIA HUMANA: SISTEMA RESPIRATÓRIO O SR é dividido em duas porções: a boca, cavidade nasal, fa- ringe e laringe fazem parte do sistema ou Trato Respiratório Superior A MECÂNICA VENTILATÓRIA, DISTÚRBIOS DA OXIGENAÇÃO & OS MÉTODOS DE VENTILAÇÃO ARTIFICIAL C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 38 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S (TRS), já a traqueia, brônquios, bronquíolos e pulmões formam o Trato Respiratório Inferior (TRI), ilustrado na Figura 13. Figura 13 – Divisão do sistema respiratório. Fonte: Adaptado de Silverthorn, 2017. Essas estruturas são interconectadas e possuem funções pri- mordiais como: troca de gases entre a atmosfera e o sangue, através da distribuição de O2 pelos tecidos e da eliminação de CO2, produto do metabolismo das células. Regulação homeostática do pH do corpo, pelo aumento ou diminuição seletiva da eliminação de CO2. Proteção con- tra patógenos e substâncias irritantes inalados, como todos os epitélios com contato com o meio externo, o SR também é suprido por células imunes que aprisionam e destroem substâncias potencialmente nocivas antes delas serem internalizadas pelo corpo. A vocalização, quando o ar se move através das pregas vocais, cria vibrações que nos fazem capa- zes de falar, cantar e outras formas de comunicação (SILVERTHORN, 2017). Os pulmões são formados por tecido esponjoso, com uma gran- de área de superfície, internamente estão cheios de ar, e externamente 39 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S são cobertos por várias camadas de tecido conectivo elástico provido de milhões de capilares, a pleura ou membrana pleural, que também recobre a parte interna dos músculos torácicos. Uma fina camada de líquido entre as membranas (líquido pleural) auxiliam os pulmões, jun- tamente com os músculos respiratórios, a se moverem dentro da caixa torácica, além de criar atração entre as moléculas de água, permitindo que os pulmões permaneçam sempre inflados e evitando o colabamen- to dos alvéolos, mesmo nas situações de expiração. Os músculos que participam da respiração estão ilustrados na Figura 14. Figura 14 – Músculos da respiração. Fonte: Adaptado de Silverthorn, 2017. A mecânica da respiração refere-se aos movimentos integrados dos sistemas circulatório e respiratório que participam da ventilação, ou respiração externa. A ventilação é caracterizada por dois mecanismos 40 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S que contribuem para a troca de gases entre a atmosfera e entre o ar e os pulmões, a inspiração é o movimento inalatório do ar para dentro dos pulmões e a expiração é a saída do ar dos pulmões para a atmosfera, ou exalação. As próximas etapas da respiração são: a troca de O2 e CO2 en- tre pulmão e o sangue e o transporte e a troca dessas moléculas entre o sangue e as células. As vias aéreas conduzem o ar da atmosfera (meio externo) para a superfície de troca dos pulmões (alvéolos). Esses são estruturas idênticas a sacos interconectados, associados a capilares pulmonares, onde ocorre a movimentação de O2 do ar inalado para o sangue e a eliminação de CO2 do sangue para o ar exalado (Figura 15). Figura 15 – Respiração Externa. Fonte: Silverthorn, 2017 41 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Alterações na mecânica ventilatória ou na troca de gases podem causar Insuficiência Respiratória (IR) podendo ser aguda ou crônica, uma síndrome patológica multicausal, motivo de internação hospitalar com necessidade de ventilação artificial, em muitos casos a Ventilação Mecânica (VM) e a necessidade da permanência do paciente em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nesse contexto, pacientes em estado crítico, como os aten- didos em um Pronto Atendimento de Emergência (PAE) ou internados na UTI devem ter os seus níveis de O2 sempre monitorados e supridos quando percebidas alterações na sua oferta ou demanda. Níveis críti- cos de O2 levam à morte celular e falência de múltiplos órgãos, visto que todas as células necessitam dessa molécula para poder manter suas funções metabólicas. A oferta de oxigênio arterial (DaO2) é a quantidade de O2 trans- portado pelos tecidos através da hemoglobina, intimamente relacionada com a quantidade de hemoglobina, saturação de oxigênio arterial e do DC. Já o consumo de oxigênio (VO2) é a quantidade de O2 utilizado pelas células, determinada por fatores como a demanda de O2, que é a quantidade de O2 que cada célula necessita para manter suas funções. A demanda pode sofrer alterações de fatores internos e externos, como estresse cirúrgico (aumento dademanda) ou diminuição da taxa meta- bólica por sedação (diminuição da demanda), por exemplo. O segundo fator é a oferta de O2, que deve aumentar e diminuir conforme a necessidade da demanda. Pacientes em estados críticos podem sofrer com a oferta de O2 quando têm sua demanda aumentada e não possuem a oferta adequada, para tal, um dos objetivos da terapia intensiva é suprir essa demanda, aumentando sua oferta e evitando danos às células e tecidos. A avaliação da oxigenação global dos tecidos deve ser analisa- da pela equipe de cuidados do paciente, sendo também uma função do enfermeiro. Indicadores metabólicos, tais como, a mensuração de lacta- to, pH sérico, excesso/déficit de base, e a saturação de oxigênio venoso misto, são alguns meios de avaliação do déficit de O2. Já para avaliação regional utiliza-se a técnica de Tonometria gástrica, uma mensuração da pressão parcial de dióxido de carbono (PCO2) e pH gástrico através de uma sonda nasogástrica ou pela técnica de capnometria sublingual, 42 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S através de um dispositivo tipo termômetro que mensura a PCO2, valores baixos de pH gástrico e/ou aumento exagerado da curva de PCO2 gás- trica ou sublingual sugerem uma hipoperfusão desses órgãos. Finalmente, o terceiro e último fator determinante é a extração de O2, mensurado pelo conteúdo arterial de oxigênio (CaO2) menos o conteúdo venoso (CvO2) medido pela saturação de O2 da hemoglobina. Em uma situação fisiológica, onde é necessária maior demanda de O2, a hemoglobina compensa com uma maior extração dessa molécula, di- minuindo a quantidade de O2 venoso e tornando o CaO2 – CvO2 maior. O contrário também é válido, uma vez que as células dependem de menor quantidade de oxigênio, há uma menor extração desse pela he- moglobina e o CaO2 – CvO2 é menor. INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA (IR) A literatura traz que a IR é definida pela incapacidade dos pul- mões em ventilar e oxigenar os tecidos levando à hipóxia e hipercapnia, com sinais e sintomas de desconforto respiratório, taquidispneia, uso da musculatura acessória, respiração paradoxal e dificuldade de fala. A ga- sometria arterial é um exame diagnóstico essencial para a IR demons- trando as pressões parciais de oxigênio e gás carbônico, auxiliando na conduta clínica e apresentando a gravidade da insuficiência, um quadro com valores normais e alterações da gasometria arterial é descrito na Tabela 02. Tabela 02 – Valores de gasometria arterial. Gasometria Arterial pH 7,35 – 7,45 1PaO2 80 – 100 mmHg 2PaCO2 35 – 45 mmHg 3HCO3 22 – 26 mmHg 4BE -2 - +2mEq/L Sat O2 92% – 100% Hipoxemia: PaO2 ≤ 60 mmHg 1 Pressão parcial de Oxigênio; 2 Pressão parcial de Gás carbônico; 3 Bicarbonato; 4 Base Excess; 43 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Hipercapnia: PaCO2 > 45mmHg PaO2/5FiO2 <300 = LPA PaO2/FiO2 <200 = SDRA LPA: Lesão Pulmonar Aguda; SDRA: Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo. Fonte: Padilha, et al., 2010. A IR pode ainda, ser classificada com base nas alterações pa- tológicas envolvidas nas trocas gasosas. A IR do Tipo I (hipoxêmica) é classificada quando há predominio da hipóxia e o Tipo II (ventilató- ria) quando a hipercapnia predomina, independentemente de qual for a classificação, a equipe de saúde deve estar atenta aos sinais e sinto- mas de uma insuficiência respiratória aguda ou crônica, tendo em vista que esses distúrbios são graves podendo levar à deterioração de outros órgãos vitais. Fisiologicamente, as trocas gasosas ocorrem porque a ventila- ção pulmonar e o fluxo sanguíneo nos capilares alveolares são eficazes. Em situações patológicas, como na IR hipoxêmica isso não acontece pois há um desequílibrio entre esses fatores, seja a perfusão preserva- da com ventilação comprometida, ou o oposto, hipoventilação e ainda, alteração na difusão dos gases. Na IR ventilatória, a hipoventilação oca- siona a retenção de CO2. Qualquer tipo de IR pode causar desconforto respiratório e a instituição de uma via área artificial para manejo, corre- ção e manutenção da ventilação pode ser necessária. VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM) A VM ou suporte ventilatório consiste em um ventilador pulmo- nar artificial com o objetivo de realizar as trocas gasosas necessárias para todos os órgãos e tecidos. Identica a Ventilação Espontânea (VE), a VM pulmonar é realizada de forma cíclica, na primeira fase (inspira- ção) o ventilador abre uma válvula de fluxo e fecha a válvula de exala- ção, os pulmões expandem e o ventilador é o responsável por manter a pressão dos pulmões expandidos. O início da fase expiratória e a fase inspiratória final coincidem, onde o ventilador fecha a válvula de fluxo e abre a de exalação e os pulmões se esvaziam de forma passiva, po- dendo ser escolhidas as modalidades de VM invasiva ou não – invasiva. 5 Fração inspiratória de Oxigênio; 44 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S As indicações mais comuns para a VM são: hipoventilação, ap- neia, insuficiência respiratória, hipóxia, falência mecânica respiratória, prevenção de complicações respiratórias, redução do trabalho muscular respiratório, fadiga muscular, instabilidade cardiocirculatória e reanima- ção cardiopulmonar. Alterações nos parâmetros ventilatórios também podem indicar a necessidade de VM, a Tabela 03 apresenta alguns des- ses parâmetros. Ventilação Não Invasiva (VNI) A VNI são suportes de ventilação positiva através de artefatos não invasivos ligados a um ventilador com o auxílio de um cateter na- sal, máscaras adaptadas ao nariz, nariz/boca ou a face completa, ou, quando necessário, mecanismos de ventilação com pressão positiva contínua nas vias áereas (CPAP). As indicações de VNI abrangem uma gama de patologias as- sociadas com o desconforto respiratório. Estudos demonstram que a utilização de VNI melhora o estado geral do paciente, diminui seu tempo de internação e melhora a qualidade de vida de pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), Edema Agudo Pulmonar (EAP), e outras formas de IR e/ou patologias que apresentem hipoxêmia (PA- DILHA et al., 2010). Pacientes com desconforto respiratório que apre- sentam dispneia, uso de musculatura acessória, respiração paradoxal ou pH <7,35 e PaCO2> 45mmHg ou PaO2/FiO2< 200mmHg ou FR> 25 rpm no adulto são criterios para VNI. Tabela 03 – Parâmetros ventilatórios que sugerem VM. Parâmetros Normal Alteração (Indicação de VM) FR (rpm) 12 – 20 >35 Volume Corrente (mL/Kg) 5 – 8 <5 Capacidade Vital (mL/Kg) 65 – 75 <50 Volume-minuto (L/min) 5 – 6 >10 PaCO2 (mmHg) 35 – 45 >50 PaO2 (mmHg) FiO2 = 0,21 >75 <50 PaO2 /FiO2 >300 <200 Fonte: Padilha et al., 2010. Os principais objetivos da VNI são aliviar os sintomas, reduzir o esforço respiratório, manter ou melhorar as trocas gasosas, oferecer conforto respiratório, promover sincronia entre paciente-ventilador, mi- 45 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S nimizar os riscos relacionados à via aérea artificial e evitar a intubação traqueal. As contra-indicações para o uso de VNI são: parada cardior- respiratória (PCR), instabilidade hemodinâmica, diminuição da cons- ciência, sonolência e confusão mental, pacientes que recusam o trata- mento, pós-operatório de face ou esôfago, trauma ou queimadura facial, risco de aspiração ou dificuldade de manipulação das secreções orais, incapacidade de manter permeável as vias aéreas, distenção abdomi- nal, nâusea ou vômito,incapacidade de deglutição, sangramento diges- tivo alto, anormaliadedes orofaciais. Entretanto, existe uma infinidade de artefatos que vão depen- der do estado clínico geral do paciente, da conduta e escolha médi- ca, do local de atendimento (UTI, Sala de Emergência, domícilio) e da adaptação do paciente ao método. Nesse sentido, o mais comum deles é a utlilização de um cateter estéril que é acoplado ao nariz, utilizado em pacientes que requerem oxigenoterapia por pouco período de tempo e/ ou concentrações baixas de O2, visto que o cateter pode oferecer de 2 – 8L. O cateter nasal é ligado a um extersor de borracha e a saída de O2 da parede ou a um cilindro. As vantagens é que permite que a boca fique livre, entretanto, para evitar o ressecamento das mucosas e vias aéreas é necesário a instituição de um frasco umidificador, contendo água destilada ligado na mesma saída de O2 que o cateter. A máscara nasal (Figura 16), é utilizada em pacientes crôni- cos, devem ser leves e transparentes e evitar desconforto da porção de vedação e das tiras que as prendem, possui vantagem pois a máscara cobre somente o nariz, deixando a boca de fora o que permite ao pa- ciente comer e conversar e evita claustrofobia, um critério importante é que o paciente deve sempre respirar pelo nariz, consequentemente, é utilizado somente em pacientes conscientes. 46 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 16 – Máscara Nasal. Fonte: Padilha, et al., 2010. A máscara oronasal, ou Fullface (Figura 17), é utilizada em am- biente hospitalar e oferece cobertura do nariz e boca. Ela deve ter o ta- manho adequado para que não evite vazamentos e nem a reinalação de CO2, suas desvantagens são a impossibiliade de falar, comer ou tossir, a sensação de claustrofobia, incapacidade de se movimentar e o mau funcionamento do ventilador. O enfermeiro deve estar atento a Lesões de Pele por Pressão (LPP), prevenindo-as, e se for o caso, utilizando placas protetoras e avaliando a lesão continuamente, outro fator é o desconforto pela pressão ou a presença de náusea e vômitos, o que pode levar à aspiração se não forem retiradas as fixações rapidamente, por isso, recomenda-se fixações fáceis de serem manuseadas por qual- quer profissional, ou até pelo próprio paciente. O CPAP, é um tipo de gerador de alto fluxo, como um ventilador portátil mas que fornece somente um tipo de ventilação positiva cons- tante. Deve ser ligado a uma fonte de oxigênio e ajustado até a oferta de O2 desejada (40 – 140L/min), uma peça T é ligada a ele para oferecer a umidificação do ambiente, e do outro lado, ligada à válvula da máscara de CPAP onde é obtido o nível de resistência inspiratória (5,0; 7,5; 10,0; 12,5; 15,0cmH2O), uma válvula de escape na lateral do tubo serve para evitar a reinalação dos gases. 47 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 17 – Máscara Oronasal (Fullface). Fonte: Padilha, et al., 2010. Existem duas modalidades de ventiladores, os convencionais que podem ser utilizados tanto para ventilação invasiva como para não invasiva e os que são exclusivamente para ventilação não invasiva, esse último tem a vantagem de ser menor e portátil podendo ser de uso tanto em âmbito domiciliar como hospitalar. Em domicilio, o ventilador VNI é ligado na eletricidade, porém, no hospital é adaptado para uso de oxigênio concomitantemente. Essa modalidade de ventilador apresenta assitência parcial de ventilação, como a Ventilação de Pressão de Suporte (PSV), CPAP e a modalidade com dois módulos de pressão positiva (Bilevel – PAP/ BIPAP) ou IPAP + EPAP. IPAP é a pressão de suporte inspiratória e a EPAP é a pressão Expiratória Final Positiva (PEEP). As máscaras Total Face (Figura 18a) é uma modalidade de máscara que recobre todo o rosto com uma película de silicone com faixas presas através de velcros. A vantagem é ter uma remoção rápida e fácil, evita vazamentos e permite ao paciente respirar tanto pela boca quanto pelo nariz. Outro dispositivo é o capacete (Helmet), semelhante a um cilindro, possui adaptações para a entrada e saída de ar, além de uma válvula de segurança. Um orifício permite a passagem de sondas e tubos e um colar de vedação na altura do pescoço e um sistema de fixação (Figura 18b). 48 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 18 – a) Máscara Total face b) Capacete Helmet. a) b) Fonte: Padilha, et al., 2010. Os ventiladores VNI atuais oferecem a opção de monitorização de alguns parâmetros e o controle de FiO2, apesar de possiur um orifí- cio distal para minimizar o acúmulo de CO2, pode ocorrer a reinalação desse gás. Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) Diferentemente da VNI, a VMI necessita de inserção de uma via aérea artificial, na maioria das vezes, um tubo. A Intubação Orotra- queal (IOT) é realizada por um profissional médico, entretanto, a enfer- magem deve estar atenta a complicações relacionadas ao dispositivo, além do método de VMI. As principais complicações são: lesões orais, extubação acidental, aumento da resistência das vias aéreas, complica- ções com cuff e pneumonia associada à ventilação. A Figura 19 repre- senta o posicionamento de um tubo orotraqueal. No caso de uma VM prolongada, é comum que o paciente seja submetido a uma traqueostomia (TQT), procedimento cirúrgico realiza- do pelo médico onde se insere um tubo na região da traqueia. As indi- cações para TQT são: VM, obstrução das vias aéreas, proteção contra broncoaspiração, aspiração de secreções do TRI. O profissional de enfermagem deve estar atento aos cuidados com o tubo, além dos aspectos relacionados à VM, parâmetros do ven- tilador (FR, PEEP, FiO2) já citados anteriormente, sinais de desconforto respiratório, monitorização, avaliação do nível de consciência ou de se- 49 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S dação e alterações hemodinâmicas. Apesar de não ser função do enfermeiro a instalação e ma- nutenção do ventilador, temos que ser capazes de observar e analisar clinicamente as alterações relacionadas à VM e oferecer ao paciente o tratamento e cuidado mais adequado. Nesse sentido, as complicações relacionadas com o paciente em ventilação pode ser a complacência pulmonar, a capacidade de distensão dos pulmões resultante da pres- são exercida pelos gases durante a insuflação. Figura 19 – Posição do tubo orotraqueal. Fonte: Adaptado de Morton, 2014 A complacência está diretamente relacionada com a ventila- ção, quando a complacência pulmonar é comprometida, a capacidade de ventilação diminui, algumas patologias podem aumentar a compla- cência como pneumonia, edema pulmonar, pneumotórax, fibrose pul- monar e a síndrome do desconforto respiratório, alterações como idade ou enfisema também aumentam a complacência pulmonar. Outra complicação pode ser a resistência das vias aéreas, de- finida como a oposição ou a dificuldade da passagem do gás no interior 50 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S de um tubo. Quando passamos um tubo por uma via aérea, o ar deve se deslocar do ponto de maior pressão para o de menor pressão, o ar que se desloca dentro do tubo em um determinado tempo é chamado de fluxo. A pressão é a força capaz de deslocar o ar dentro do tuboe a velo- cidade vai depender da diferença de pressão entre as extremidades. O atrito entre o ar e a parede interna do tubo, o comprimento e o diâmetro do tubo contribui para a resistência do ar, fatores como estreitamento das vias aéreas causada por broncoespasmos, e secreções ou edema aumentam a resistência das vias aéreas. A constante de tempo e o tra- balho respiratório, problemas relacionados ao tubo e ao ventilador são fatores que devem ser observados como potenciais complicações de uma VMI. Nesse contexto, além dos cuidados gerais oferecidos a todos os pacientes, uma avaliação e controle dos parâmetros hemodinâmicos específicos para os pacientes em VM realizadas pelo enfermeiro são de grande importância. Esses critérios estão descritos na Tabela 04. Tabela 04 – Parâmetros avaliados do paciente em VM. Sistema Parâmetro Neurológico Escala de coma de Glasgow; Habilidade para se comunicar; Escala de Sedação; Comprometimento motor. Respiratório Via aérea artificial: Posicionamento e fixação do tubo; Pressão do cuff; Ausculta e movimentos torácicos; Permeabilidade da via aérea: Presença de secreções; Necessidade de aspiração; Condições de umidificação; Condição respiratória: parâmetros ventilatórios; Observação do grau de conforto respiratório; Gasometria arterial; Oximetria de pulso; Capnografia. 51 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Cardiovascular FC e ritmo; Pressão arterial, PVC e DC; Perfusão periférica; Caracteristicas do pulso; Coloração da pele; RX de tórax; Sinais de Trombose Venosa Profunda (TVP). Gastrointestinal Desconforto ou distenção abdominal; Presença/ausência de ruídos hidroaéreos; Quantidade e caracteristicas do aspirado gástrico; Eliminações intestinais. Metabólico Temperatura corporal; Glicemia capilar. Renal Volume urinário; Níveis séricos dos eletrólitos, ureia e creatinina. Integridade da pele/ mucosa Risco/ presença de LPP; Condições da mucosa oral; Outras lesões. Fonte: Adaptado de Padilha et al., 2010. Basicamente, os ventiladores possuem cinco funções funda- mentais, sendo elas: válvula de fluxo, mecanismo controlado pelo ven- tilador que determina a entrada e saída do gás e o tipo de fluxo, ligada ao ramo inspiratório. Quando a válvula da inspiração está aberta, a da válvula da expiração permanece fechada e vice-versa. A válvula da ex- piração é ligada ao ramo expiratório e atua da mesma maneira que a válvula de fluxo, quando a válvula da expiração está aberta, a de fluxo está fechada. O transdutor de pressão e fluxo, um dispositivo em Y ligado ao circuito ventilatório e à via aérea artificial (VMI) ou a máscara facial (VNI) capta as pressões e traduz para um sinal elétrico podendo ser medido de vários pontos (fluxo inspiratório/ fluxo expiratório) a cada ins- tante. O painel de controle e monitorização, na parte frontal do monitor uma tela com acesso e controle de vários parâmetros do ventilador po- 52 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S dendo ser monitorado e ajustado conforme a necessidade, e um circuito ventilatório, material tubular de silicone, estéril e reutilizável, permite a passagem do gás do ventilador para o paciente e vice-versa. O ramo inspiratório leva o gás até o paciente, enquanto o ramo expiratório leva o gás do paciente para o ventilador, os ramos são conectados entre si com um dispositivo que contém água na intenção de umidificar e aque- cer o ar que entra nas vias aéreas do paciente intubado (Figura 20). Figura 20 – Esquema de um ventilador pulmonar conectado ao paciente. Fonte: Adaptado de Christou, Adamos 2020. Os ciclos respiratórios de um ventilador são idênticos a um ciclo de VE, porém, no caso da VM o gradiente de pressão causado pelo ven- tilador é que faz com que os gases se movimentem dentro dos pulmões. O ciclo ventilatório pode ser de modo assistido, quando o pa- ciente controla a FR, pois ele inicia o ciclo através do estimulo gerado pelo centro respiratório no SNC, modo controlado, onde a FR é pro- gramada pelo ventilador e esse realiza os ciclos sem o controle do pa- ciente sobre a respiração, ou de modo espontâneo, onde o ventilador atua para manter a pressão da fase inspiratória e expiratória acima da pressão atmosférica, porém, a FR, tempo, volume e fluxo da respiração são controlados pelo paciente. Outra opção dos ventiladores são as modalidades de pressão e volume, os principais modos estão descritos na Tabela 05. 53 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Tabela 05 – Modalidades de pressão e volume mais utilizados. Modali- dade Utilização Vantagem Desvanta- gem Ações de enfer- magem Pressão PVC Complacência diminuída; Alto risco de barotrauma. Menor pico de pressão inspi- ratória reduz o risco de baro- trauma. Assincronia paciente- -ventilador exige seda- ção. Monitorização de volume corrente, barotrauma e instabilidade he- modinâmica. Hipoxemia per- sistente mes- mo com FiO2 alta. Melhor oxige- nação. - Monitorização hemodinâmica. PSV Modo de des- mame em al- guns casos de assincronia. Diminui o tra- balho respira- tório. - Paciente com unidade respira- tória intacta; Contra- indica- do em caso de broncoespasmo agudo. Combinado com SIMV para diminuir o tra- balho respira- tório e superar a resistência criada pelo tubo. Aumenta o conforto. - Monitorização de FR e volume corrente a cada hora e altera- ções na compla- cência. IRV Melhorar a oxigenação causada pela diminuição da complacência. Aumento do tempo inspi- ratório que contribui para maior troca gasosa e a diminuição do tempo expira- tório evita co- lapso alveolar. Desenvol- vimento de autoPEEP. Monitorização de autoPEEP, barotrauma e instabilidade he- modinâmica. 54 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S APRV Diminuição da pressão eleva- da das vias aé- reas, reduzindo o volume minu- to e permitindo a respiração espontânea. Proteção pulmonar por limitar pres- sões de platô e pico; Possibilita a respiração espontânea. - - Desmame. Reduz a ne- cessidade de sedação. - - VGPO Em pacientes em estado crítico, fornece ventilação a pressão e ga- rante o volume corrente e a ventilação mi- nuto fixo. Garante o vo- lume corrente enquanto limita as pres- sões. Conhe- cimento específicos do modo e da forma de onda. Monitorização de autoPEEP, barotrauma e instabilidade he- modinâmica. Desmame quando requer segurança para a pres- são. - - - PEEP Diminui o tra- balho respira- tório pois man- ter os alvéolos insuflados na fase final da expiração. Melhora a oxigenação. Níveis altos de PEEP po- dem causar barotrauma. Monitorização de PEEP e auto- PEEP e hemodi- nâmica. Altos níveis de FiO2 e hipoxe- mia refratária. Aumenta CRF, possibilitando níveis meno- res de FiO2. Aumenta a pressão intratorácica, reduzindo o retorno ve- noso e DC; aumenta a PIC. Limitar a desco- nexão do venti- lador, devido ao tempo de reesta- belecimento da PEEP 55 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S CPAP Pacientes em respiração espontânea, melhora a oxi- genação Pode ser usa- do em pacien- tes intubado ou não. Alguns sis- temas não possuem alarmes que acusam quando a FR diminui. Monitorização do trabalho respira-tório. Desmame - - - Ventilação me- cânica noturna em pacientes com apneia do sono. - - - Volume A/C Modo inicial de VM. Garante su- porte ventila- tório a cada respiração. Risco au- mentado para hiper- ventilação e aprisiona- mento do ar. Monitorização do trabalho respira- tório caso a taxa de fluxo esteja muito baixa. Pacientes debilitados para realizar o trabalho respi- ratório. Entrega volu- mes correntes consistentes; Oferece des- canso ao pa- ciente. Pode ne- cessitar de sedação; Pode causar atrofia nos músculos em caso de uso prolon- gado. - SIMV Modo de VM à longo prazo. Possibilita respirações espontâneas entre as res- pirações do ventilador. Possível assincronia paciente- -ventilador. - Desmame. Possibilita ao paciente o uso dos próprios músculos, evi- tando atrofia. Trabalho respiratório aumentado pela via aé- rea artificial. - 56 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S CMV Rebaixamento dos comandos respiratórios pelo SNC; Fadiga impor- tante. Diminuição do esforço respi- ratório; Possibilita o ajuste do drive respiratório facilitando os ciclos assisti- dos. Pode causar atrofia nos músculos em caso de uso prolon- gado. Monitorização e ajuste da FR na janela de ciclos. AV Pacientes com comandos res- piratórios pelo SNC preserva- dos. Suporte respi- ratório parcial sendo neces- sário o ajuste da FR. Risco de PCR em casos de ciclos assis- tidos em que o paciente não inicie o estimulo respiratório; Risco de assincronia paciente- ventilador. Monitorização e ajuste da FR mínima. ACV Modo inicial de VM; Rebai- xamento dos comandos res- piratórios pelo SNC; Fadiga impor- tante. Suporte respi- ratório parcial ou total, sen- do necessário o ajuste da FR mínima. Conjugação dos modos CMV e AV. - Monitorização e ajuste da FR mínima. Fonte: Adaptado de Morton, 2014. Os ventiladores atuais possuem a capacidade de escolher e alternar entre todos esses modos, trazendo um efeito benéfico para o paciente por meio do auxílio da respiração com pouco, ou nenhum pre- juízo às vias aéreas e aos músculos respiratórios. Apesar disso, a retirada do paciente da VM deve ser o mais breve possível, o desmame é a transição entre a VM e a VE. Para rea- lizar tal procedimento, a equipe deve estar atenta a alguns critérios 57 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S como: o índice de Tobin, relação entre a FR e o VT que deve ser inferior a 100ipm/L, estar afebril, sem sinais de dor ou desconforto, ausência de broncoespasmos, reversibilidade ou controle do motivo da intubação, presença de estimulo respiratório, DC estável ou corrigido, sem drogas vasoativas e/ou sedativos, ou em quantidades mínimas e pH >7,30, tro- ca gasosa pulmonar satisfatória, correção da sobrecarga hídrica, valo- res de eletrólitos normalizados, sem sinais de intervenção cirúrgica e tosse eficaz. Mesmo sendo função privativa do médico a extubação, a vigilância e cuidado continuo do paciente são imprescindíveis em qual- quer momento do cuidado. 58 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2018 Banca: CESPE/CEBRASPE Órgão: Instituto Hospital Base do Distrito Federal Prova: Técnico de Enfermagem No que se refere à anatomia e à fisiologia humanas, julgue o item a seguir. A faringe tem funções tanto na respiração como na digestão. ( ) Certo ( ) Errado QUESTÃO 2 Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: TRT - 1ª REGIÃO (RJ) Prova: Técnico Judiciário - Enfermagem Referente à fisiologia respiratória, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. I. A respiração é a troca de oxigênio e dióxido de carbono durante o metabolismo celular. As vias respiratórias transferem oxigênio da atmosfera para o alvéolo, onde o oxigênio é trocado por dióxido de carbono. II. Através da membrana alvéolo-capilar, o oxigênio transfere-se para o sangue, e o dióxido de carbono transfere-se do sangue para os alvéolos. III. O trabalho respiratório é o esforço necessário para expandir e contrair os pulmões. Na respiração saudável, a respiração do indi- víduo é calma e realizada com o mínimo de esforço. IV. Surfactante é um produto químico produzido nos pulmões que tem a função de diminuir a retração elástica dos pulmões e do tórax. V. A atelectasia auxilia na troca normal de oxigênio e dióxido de carbono. a) Apenas I, II e IV. b) Apenas IV e V. c) Apenas I, II e III. d) Apenas III e V. e) Apenas I, II, III e IV. QUESTÃO 3 Ano: 2020 Banca: IBADE Órgão: IAPEN - AC Prova: Fisioterapeuta De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica (DBVM,2013), é uma contraindicação ABSOLUTA do uso da venti- lação não invasiva (VNI): a) rebaixamento do nível de consciência. 59 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S b) trauma ou deformidade facial. c) parada cardíaca ou respiratória. d) cirurgia facial ou neurológica. e) anastomose de esôfago recente. QUESTÃO 4 Ano: 2020 Banca: IBADE Órgão: IAPEN - AC Prova: Fisioterapeuta Conforme Diretrizes Brasileiras de Ventilação Mecânica (DBVM, 2013), qual a interface seria mais indicada para realizar ventilação não invasiva (VNI) prolongada? a) Máscara orofacial b) Máscara nasal c) Máscara facial total d) Máscara facial e) Máscara nasal com almofadas QUESTÃO 5 Ano: 2016 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: EBSERH Prova: Enfer- meiro - Terapia Intensiva Pediátrica (Nacional) A Insuficiência Respiratória (IR) é a incapacidade do sistema res- piratório de atender às necessidades metabólicas do organismo em termos de oxigenação e excreção de CO2, resultando em um nível de hipoxemia ou de hipercapnia que exija intervenção para prevenir complicações. Clinicamente, a insuficiência respiratória caracteriza-se por a) esforço respiratório inadequado: eupneico. b) esforço respiratório elevado, reduzido ou ausente. c) boa perfusão periférica, pele corada e aquecida. d) taquipneia nítida (tardia) e Bradpneia ou apneia (precoce). e) preservação do nível de consciência. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE O desmame é uma técnica onde o paciente que está em Ventilação Mecânica migra para Ventilação Espontânea, apesar da técnica ser ba- seada em protocolos institucionais e variar de um ambiente hospitalar para outro, alguns critérios e diretrizes devem ser seguidos e avaliados pela equipe de enfermagem. Descreva cinco critérios que possibilitem e cinco que impossibilitem o desmame. 60 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S TREINO INÉDITO Assinale a alternativa que corresponde ao sinais e sintomas relaciona- dos a insuficiência respiratória. a) Traquidispneia, cianose, saturação de O2 abaixo de 90% e alterações neurológicas (agitação, sonolência) b) Dor torácica, hipóxia, retenção urinária e tosse. c) Diminuição do DC, dispneia, febre e dor lombar. d) Alterações neurológicas (agitação, sonolência), hipóxia, ruídos hi- droaéreos aumentados e tosse. e) Nenhuma das alternativas. NA MÍDIA PESQUISADORES DA USP DESENVOLVEM VENTILADOR PULMO- NAR DE BAIXO CUSTO Um grupo de pesquisadores da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) desenvolveu um ventilador pulmonar de baixo custo, que poderá ser fabricado apenas com componentes disponíveis no mercado brasileiro. Batizadode Inspire, o ventilador pretende suprir grande demanda desse tipo de aparelho hospitalar devido à pandemia do coronavírus. Os desenvolvedores do artefato ainda relatam que após o término da pandemia, esses ventiladores poderão ser usados para outros pacientes que necessitam de ventilação artificial, diminuindo a espera por leitos que utilizam essa tecnologia. Fonte: Agência Brasil Data: 2020. Leia a notícia na íntegra: PESQUISADORES da USP desenvolvem ventilador pulmonar de baixo custo. Agência Brasil. 2020. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-04/pesquisadores- -da-usp-desenvolvem-ventilador-pulmonar-de-baixo-custo Acesso em: 06 fev. 2021. NA PRÁTICA O paciente P.A.M, 87 anos, caquético e com disfagia, internado há cinco dias na UTI de um hospital público de São Paulo apresentou agrava- mento em seu estado clínico geral necessitando do uso de ventilação mecânica e sedação. Durante o período, ao qual ficou sob suporte do ventilador mecânico, adquiriu pneumonia associada à ventilação mecâ- nica (PAVM), isso acontece porque doenças oportunistas instalam-se https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-04/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-ventilador-pulmonar-de-baixo-custo https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-04/pesquisadores-da-usp-desenvolvem-ventilador-pulmonar-de-baixo-custo 61 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S no organismo evoluindo para sepse. As ações da enfermeira foram ba- seadas na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), visto a necessidade de a enfermeira prescrever ações que comportem o con- trole da qualidade da ventilação. A partir do levantamento de dados e aplicação da SAE foram traçados os diagnósticos de enfermagem, para que fossem estabelecidas as devidas intervenções, sendo os diagnós- ticos: ventilação espontânea prejudicada, eliminação traqueobrônquica ineficaz, troca de gases prejudicada com as seguintes intervenções: melhorar permeabilidades de vias aéreas, adotar medidas de preven- ção, monitorar sintomas indicativos de aumento do trabalho respiratório e posicionar o paciente de modo a facilitar a combinação ventilação-per- fusão. No tocante à infecção: monitorização hemodinâmica e de sinais flogísticos que possam indicar a não eficácia da antibióticoterapia para sepse e a mudança de decúbito para auxiliar na expansão pulmonar. Fonte: Próprio autor. PARA SABER MAIS Acesse os links: CHRISTOU, Adamos et al. GlasVent—The Rapidly Deployable Emer- gency Ventilator. Global Challenges, [s.l.], v.4, n.2000046, p.01-11, 2020. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/ gch2.202000046 Acesso em: 06 fev. 2021. O IMPACTO positivo das qualificações em ventilação mecânica em hospitais públicos de MG. Produção Webinar organizado pelo Hcor e COSEMS-MG (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais). Vídeo da internet. Disponível em: https://www.youtube.com/wa- tch?v=EXfL1Oxkb3Y Acesso em: 06 fev. 2021. https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/gch2.202000046 https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/gch2.202000046 https://www.youtube.com/watch?v=EXfL1Oxkb3Y https://www.youtube.com/watch?v=EXfL1Oxkb3Y 62 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S As assistências de enfermagem nas alterações cardiológicas e respiratórias abrangem uma gama de patologias, reconhecer quais são para o tratamento precoce, ou até mesmo, realizar ações preventivas são essenciais para um melhor prognóstico. Nesse sentido, o objetivo desse capítulo é abordar resumidamente as principais patologias com foco nos principais cuidados de enfermagem que envolvem os sistemas cardiovascular e respiratório. PRINCIPAIS DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS Insuficiência Cardíaca (IC) A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome que tem como principal consequência a dificuldade dos ventrículos de bombear san- CUIDADOS DE ENFERMAGEM NOS DISTÚRBIOS HEMODINÂMICOS & DESEQUILÍBRIOS DA OXIGENAÇÃO C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S 63 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S gue para os demais tecidos, diminuindo a capacidade do sangue de manter os níveis de moléculas essenciais para a manutenção corporal. Alguns determinantes, como: FC e ritmo cardíaco, função sistólica e diastólica ventricular, pré-carga e pós-carga participam ativamente do desempenho do bombeamento ventricular. Anormalidades da função cardíaca que envolvem a FC e o rit- mo são uma resposta primária do SNA frente à necessidade de aumen- tar o DC, o aumento na frequência e no ritmo cardíaco leva a um enchi- mento insuficiente ventricular diastólico e falham em manter o DC em longo prazo. Além disso, um ritmo cardíaco alto também requer maior gasto energético que depende de maior necessidade de oxigênio, que somado ao baixo fluxo acarretam em angina, insuficiência cardíaca con- gestiva e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). A função sistólica ventricular determina a força de contração do miocárdio, que por sua vez, depende do tamanho da fibra muscular e da quantidade de cálcio e reflete na quantidade de sangue que é eje- tado para a circulação a cada sístole (volume sistólico). A IC acarreta na debilidade da contratilidade, além de aumentar o retorno venoso que causa dilatação e aumento de pressão no ventrículo esquerdo, dimi- nuído o DC, a função do ventrículo esquerdo é calculada pela Fração de Ejeção do Ventrículo Esquerdo (FEVE), examinado através do eco- cardiograma. Pelo contrário, a função diastólica ventricular determina o relaxamento do miocárdio, processo ativo, dependente de ATP. A IC pode causar a fibrose muscular e acarretar em disfunção no enchimento ventricular, aumentando a pressão diastólica final do ventrículo, dimi- nuindo a complacência e na congestão pulmonar igualmente visto pelo ecocardiograma. Outros dois determinantes são a pré-carga e a pós-carga. Na pré-carga, o volume diastólico final está relacionado com a pressão da capacidade máxima de estiramento da fibra muscular, refletindo no vo- lume sistólico. O coração com IC tem elevada pré-carga que não in- terfere na função sistólica e gera congestão pulmonar. Já a pós-carga é a força de contração da parede dos dois ventrículos geram para im- pulsionar o sangue adiante contra o gradiente de pressão criado pela resistência arterial, o ventrículo esquerdo pela resistência sistêmica e o ventrículo direito pela resistência pulmonar. Fatores como diâmetro do ventrículo, pressão intraventricular, espessura da parede, complacên- cia aórtica, resistência vascular periférica e a viscosidade do sangue influenciam na pós-carga. Adicionalmente, a redução do DC ativa outros sistemas a tra- balharem em conjunto para aumentá-lo, o SNS, através da adrenalina e outros neuromoduladores atuam para aumentar a FC e realizar a vaso- 64 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S constrição de órgão não-vital, conjuntamente o sistema Renina-Angio- tensina-Aldosterona é acionado pelos rins ao perceber a baixa perfusão dos órgãos, que contribuem para maior vasoconstrição, secreção de noradrenalina e aumento da reabsorção de sódio e água com o objetivo de elevar o volume intravascular e a P.A. Porém, esse efeito é benéfico somente a curto prazo, pois esses, somado à IC acarretam em conges- tãoe descompensação cardíaca. As prostaglandinas e a vasopressina são outros mecanismos acionados para contrabalancear a vasoconstri- ção primária e são ótimos marcadores diagnósticos de IC. Por fim, o estágio final da IC é o remodelamento cardíaco, que será determinado pela injúria inicial da diminuição do DC e de como o coração irá compensar as alterações irreversíveis. Nesse sentido, a IC é o resultado final de diversas cardiopatias e alterações, as principais etiologias das patologias que levam a IC estão descritas na Tabela 06. Pode se apresentar de diversas maneiras, sendo aguda ou crônica, de forma assintomática até sintomas graves. Uma boa anamnese e exame físico são essenciais para que se possa traçar o plano de cuidados ade- quado para cada paciente individualmente. A IC se manifesta a partir de uma tríade sintomática composta por: edema, fadiga e dispneia. Alterações no RX, ECG, ecocardiogra- ma, RNM ou TC do coração, teste ergométrico e estudos hemodinâmi- cos são exames específicos que podem identificar essa patologia, além da avaliação bioquímica e hematológica. Tabela 06 – Principais etiopatolgias da IC. Etiologia Patologias envolvidas Distúrbios da contratilidade ventricular (Lesão miocárdica primária) Cardiopatia isquêmica; Cardiomiopatia idiopática; Cardiomiopatias; Miocardites; Taquicardiomiopatia. Sobrecarga de pressão Hipertensão arterial sistêmica ou pulmonar; Estenose valvar aórtica. 65 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Sobrecarga de volume Insuficiências valvares; Síndromes hipercinéticas e hipervolêmicas (IC de alto débito); Hipertireoidismo; Anemia. Distúrbio de enchimento ventri- cular (disfunção diastólica) Anomalias do relaxamento: Cardiomiopatia hipertrófica, hipertrofia ventricular e isque- mia miocárdica; Aumento da rigidez da câmara (redução da complacência): processos infiltrativos (ami- loidose), cardiopatia isquêmica, cardiopatia do idoso; Interferências mecânicas no desempe- nho diastólico ventricular: estenose mitral/ tricúspide, diminuição da distensibilidade ventricular secundária à compressões ex- trínsecas: pericardite, tamponamento car- díaco e mixoma atrial Distúrbios do ritmo cardíaco Fibrilação atrial e bradicardias; Distúrbios de condução (BAV de 2º e 3º grau e BRE de 3º grau); Taquicardias incessantes. BAV: Bloqueio Atrioventricular; BRE: Bloqueio de Ramo Esquerdo. Fonte: Adaptado de Padilha, et al., 2010. Os cuidados de enfermagem têm como objetivo primordial o reestabelecimento e manutenção do DC e a melhora na oxigenação e no equilíbrio hidroeletrolítico, além de evitar complicações como o cho- que cardiogênico. A equipe de enfermagem deve promover cuidados para o reestabelecimento hemodinâmico com o mínimo de interferência na qualidade de vida do paciente, as figuras 21 e 22 apresentam um es- quema da terapêutica e dos cuidados de enfermagem mais importantes em cada etapa do atendimento. Choque Cardiogênico Segundo Padilha, et al. (2010), o choque é uma condição po- tencialmente fatal que ocorre quando o corpo não consegue mais su- 66 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S prir as demandas de O2 para as células do corpo, é caracterizada por hipóxia, disfunção celular e falência múltipla dos órgãos. Dentro desse contexto, uma das formas mais graves de choque é o cardiogênico que ocorre porque o coração não pode mais bombear sangue suficiente e, consequentemente leva a uma redução de O2 para as células. No choque cardiogênico, a falência progressiva do ventrículo esquerdo resulta em diminuição do DC e P.A., aumento da vasocons- trição e da pós-carga. Outros sintomas são: dor torácica, diminuição da perfusão sistêmica causando alteração do nível de consciência, vômito, náusea e oligúria. É bem comum que a baixa perfusão do miocárdio progrida para um IAM, que podem trazer junto sinais de hipovolemia, cianose, hipoperfusão, hipóxia, rebaixamento do nível de consciência e acidose metabólica. A persistência desses sinais configura o quadro de choque cardiogênico, crepitações na ausculta pulmonar e uma PVC elevada também são sinais clínicos desse choque. Alguns exames diag- nósticos comuns são o ecocardiograma, RX torácico, ECG, Monitoriza- ção invasiva e Angiografia das artérias coronárias. O tratamento se baseia em aumentar a perfusão dos órgãos através do controle das arritmias, restauração ácido-básico, monitoriza- ção de ácido lático e oxigenoterapia. Pacientes com trabalho respirató- rio aumentado normalmente são entubados e mantidos em VM, entre- tanto estudos apontam que VNI como o CPAP e BIPAP podem melhorar a oxigenação sem a necessidade da IOT. A manutenção de volume e medicações ionotrópicas e vaso- pressoras são fundamentais para a melhora da pré-carga e funcionali- dade do miocárdio, a administração dessas drogas deve observar sem- pre a PVC e a pressão capilar pulmonar. Os fármacos mais utilizados são: dopamina, dobutamina e vasodilatadores como o nitroprussiato de sódio e a nitroglicerina. 67 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 21 – Esquema da abordagem da IC sistólica. Fonte: Adaptado de Padilha, et al., 2010. 68 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 22 – Esquema da abordagem da IC diastólica. Fonte: Adaptado de Padilha, et al., 2010. 69 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S A implantação de um Balão Intra Aótico (BIA) ou angioplastia são comuns nessa patologia, entretanto, para pacientes que não res- pondem à terapêutica médica e progridem para um transplante cardía- co, o Dispositivo de Assistência Ventricular (DAV), um ventrículo artifi- cial, é o método de escolha até serem transplantados. A assistência de enfermagem para o paciente em choque car- diogênico consiste em: avaliar e oferecer oxigenação adequada; asse- gurar que materiais de emergências estejam prontos para uso, caso seja necessário; avaliar o nível de consciência; avaliar pulsos perifé- ricos atentando-se para FC, ritmo e qualidade; avaliar preenchimento capilar; avaliar funções renais, realizar a passagem da Sonda Vesical de Demora (SVD) e anotar o débito urinário; realizar balanço hídrico; avaliar a pele, atentando-se para cor, temperatura, umidade, textura e turgor; preparar e auxiliar na passagem de cateter intra-arteriais com função hemodinâmica, calibrar o monitor e realizar a monitorização he- modinâmica; administrar fármacos prescritos; monitorar sangramento em pacientes em tratamento com fármacos trombolíticos; avaliar e pro- mover conforto da dor; preparar o paciente para angioplastia, caso ne- cessário e manter o membro imóvel para evitar lesões após a realização do procedimento até a retirada do introdutor; em pacientes com BIA, observar o local da inserção quanto à isquemia e não elevar a cabeceira acima de 30º; observar aceitação nutricional e requerer um profissional, caso necessário; avaliar e realizar higienização oral e orientar o pacien- te, seus familiares e cuidadores sobre os cuidados prestados. Choque séptico, Sepse e Sepse severa Durante o curso normal de uma inflamação, assim que um mi- cro organismo adentra o corpo, respostas imunológicas ativadas pelo Fator de Necrose Tumoral - α (TNF-α), Interleucina 1β (IL - 1β), citoci- nas, prostaglandinas e fator de ativaçãoplaquetária auxiliam no reco- nhecimento e combate do antígeno e na recuperação tecidual. Além disso, a cascata de coagulação é ativada para isolar e auxiliar no ex- termínio do antígeno, uma resposta que deve ser coordenada entre as ações pró e anti-inflamatórias, alterações nessas respostas levam a ações desequilibradas resultando em: inflamação disseminada, trombo- se microvascular, lesão endotelial e coagulopatia sistêmica diminuindo a perfusão tissular e acarretando, em última instância, em disfunção de múltiplos órgãos. A Figura 23 representa a fisiopatologia da sepse que envolve ativação do sistema inflamatório e da coagulação com diminui- ção da fibrinólise. 70 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 23 – Alteração da resposta inflamatória e de coagulação da Sepse. Fonte: Adaptado de Padilha, et al., 2010. Nesse sentido a resposta inflamatória pode ser subdividida conforme os sinais e sintomas clínicos e laboratoriais, a Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica (SIRS) pode ser definida a partir de dois ou mais critérios, como se segue: Temperatura >38ºC ou <36ºC, FC >90bpm, FR >20rpm, leucocitose (>12.000mm3), ou a presença de bastões >10%. A sepse é diagnosticada quando o paciente é acometi- do pela SIRS secundário a um processo inflamatório (PADILHA, et al. 2010). Já a sepse severa ocorre quando o paciente apresenta, além dos sintomas anteriores, alguma disfunção orgânica como: hipotensão, lesão pulmonar que leva à hipóxia, plaquetopenia e alterações na coa- gulação, anúria, aumento da creatinina, excesso de base com altera- ção no lactato, hiperbilirrubinemia, encefalopatia ou alteração do estado mental. O choque séptico ocorre quando paciente em quadro de sep- se severa desenvolve hipotensão arterial refratária à reposição volê- mica, sendo necessário o uso de medicamentos vasopressores para a 71 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S restauração e estabilização da pressão arterial (PADILHA et al., 2010). Uma outra divisão da sepse é durante a fase de infecção, que pode ser hiperdinâmica ou hipodinâmica, sendo que os sinais e sintomas são os mesmos, entretanto, na fase hipodinâmica as alterações causadas pela hipóxia e hipotensão levam à disfunção miocárdica. O tratamento bem sucedido se dá a partir de condutas de pre- venção da sepse em pacientes que podem ser acometidos por ela, e quando diagnosticada no trabalho terapêutico precoce e adequado, os cuidados de enfermagem iniciais tem como objetivo a ressuscitação e o controle do foco inflamatório, atentando-se para valores de PVC: 8-12mmHg ou 12-15mmHg em pacientes em VM, PAM: >65mmHg, dé- bito urinário: ≥0,5ml/Kg/h e SvO2: ≥70%. Cuidados tardios conferem a avaliação hemodinâmica cons- tante, colher amostras de cultura, realizar antibioticoterapia, manuten- ção ou reposição volêmica, realizar vasopressores, realizar terapia io- notrópica em pacientes com disfunção miocárdica, realizar esteroides e terapia com proteína C ativada. Na sepse severa os cuidados com transfusão de hemocomponentes, VM, sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular, controle glicêmico, diálise, terapia com bicarbonato e profilaxia de tromboembolismo venoso e da úlcera de estresse são te- rapias adicionais que podem ser requeridas, os cuidados acerca das in- tervenções descritas acima são fundamentais para o controle da sepse, sendo mais eficazes quando realizadas precocemente. Choque hipovolêmico O choque pode ser definido como uma consequência da baixa perfusão tissular inadequada, resultando em hipóxia tecidual e aumento dos resíduos metabólicos celulares que podem levar à falência dos ór- gãos. Nesse sentido, o choque possui três fases: choque compensado, descompensado e irreversível. A diminuição da perfusão tissular leva em última instância à acidose intracelular que resulta morte celular, sen- do necessária a restauração do fluxo para corrigir as funções celulares vitais. O choque hipovolêmico ocorre por uma diminuição do fluxo in- travascular, diminuindo retorno venoso, enchimento ventricular esquer- do, volume sistólico e, consequentemente, o DC e perfusão tecidual (PADILHA, et al., 2010). Os sinais clínicos do choque hipovolêmico es- tão apresentados na Tabela 07. 72 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Tabela 07 – Sinais clínicos do choque hipovolêmico. Queda discreta (<20%) Queda moderada (20 – 40%) Queda grave (>40%) Perfusão diminuída nos ossos, pele, mús- culo e tecido adiposo. Perfusão diminuída do pâncreas, rins e baço. Perfusão diminuída do coração e cérebro. Sensação de frio. Sensação de sede. Agitação e confusão. Hipotensão postural. Hipotensão. Hipotensão. Taquicardia postural. Taquicardia. Taquicardia >150bpm. Palidez. Oligúria (<0,5ml/Kg/h). Pulso fino e irregular. Sudorese fria. Parada cardíaca. Fonte: Adaptado de Padilha, et al., 2010. O tratamento se compõe de reposição volêmica e no tratamen- to farmacológico, manutenção da oxigenação e da ventilação, equilíbrio acidobásico, suporte nutricional, analgesia e monitorização hemodinâ- mica. A assistência de enfermagem no tratamento de pacientes com choque hipovolêmico tem como propósito a identificação de sinais pre- coces para determinar o tipo de cuidado específico, visando o tipo de monitorização hemodinâmica, as principais intervenções médicas e seus cuidados pré e pós-intervenção, os procedimentos invasivos, e promover um cuidado amplo para o atendimento integral do paciente. Principais arritmias As arritmias comportam as taquicardias e bradicardias, altera- ções na FC, ritmo e modalidade dos batimentos cardíacos que podem causar danos, sendo reversíveis até a morte. Muito comum em pacien- tes graves que dependem de cuidado intensivo e estão sob monitori- zação hemodinâmica, devendo ser prontamente reconhecida pelo en- fermeiro com objetivo de prevenir complicações e realizar os cuidados adequados. A taquicardia sinusal é definida por uma frequência sinusal aci- ma de 100bpm, uma resposta fisiológica a certos estímulos que tende a normalizar após alguns minutos. Entretanto, em uma resposta patoló- gica a taquicardia sinusal acontece mesmo na ausência do estimulo ou não se normaliza com o tempo decorrente de uma resposta adrenérgica onde aumenta-se o tônus simpático em detrimento do parassimpático. Frequentemente é confundida com a taquicardia atrial, porém, uma análise do ECG pode revelar que possuem características distin- tas, na taquicardia sinusal, a origem apresenta-se no nó sinusal, man- 73 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S tendo a relação da onda P com o complexo QRS, mas com alterações morfológicas na onda P como: positiva em II e aVF e negativa em aVR com eixo plano frontal entre 0 – 90º e direção anterior e à esquerda no plano horizontal (Figura 24). O tratamento consiste na identificação da origem causal, sendo os betabloqueadores a classe de fármacos mais indicados. Figura 24 – Alteração morfológica da taquicardia sinusal. Fonte: Adaptado de Padilha, et al., 2010. A Taquicardia por Reentrada Nodal Atrioventricular (TRNAV), é mais comum em mulheres e é arritmia mais comum em pacientes sem alterações cardiológicas prévias. Fisiologicamente nos átrios, a condu- ção iniciada no nó atrioventricular se divide em dois, um estímulo vindo dos átrios se conduz de forma retrógada e de forma rápida, enquanto a porção lenta é anterógrada. Algumas vezes, esses estímulosestão inversos e produzem características distintas no ECG. Os sintomas são palpitações e taquicardia (140 – 250bpm), na análise do ECG, encon- tram-se complexos QRS curtos e a relação onda P-QRS é retrógada e ocorrem ao mesmo tempo ou com poucos segundos de intervalo. A onda P é invertida nas derivações inferiores e positiva na V1, como ob- servado na Figura 25. 74 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 25 – TRNAV. Fonte: Adaptado de Padilha, et al., 2010. O tratamento é composto pela manobra vagal, se não houver contraindicações, a Adenosina e o Verapamil são os fármacos de pri- meira escolha, outro método pouco utilizado, mas viável é a cardiover- são elétrica. A taquicardia por reentrada atrioventricular (TRAV) se difere da TRNAV, pois as vias acessórias que conectam o miocárdio atrial ao ventricular são capazes de conduzir o estímulo, normalmente, somente pela via retrógada e são chamadas de ocultas, entretanto algumas po- dem conduzir esse estímulo também anterogadamente, causando pré- -excitação ventricular, conhecida como manifestas. No ECG apresenta taquicardia com intervalos RR regulares e complexos QRS estreitos, com FC de 200bpm (Figura 26) ou podem se manifestar de maneiras contrárias, revelando complexos QRS alargados. O tratamento nas TRAV de complexos QRS estreitos é o bloqueio transitório do nó atrio- ventricular, além dos fármacos utilizados no tratamento de TRNAV, as TRAV de complexos QRS alargados são muito difíceis de diferenciar das demais taquicardias, porém, o uso de ablação por radiofrequência é um método válido. 75 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 26 – TRAV de complexo QRS estreito. Fonte: Adaptado de Padilha, et al., 2010. A forma mais frequente de taquicardia é a Fibrilação Atrial (FA), sendo também, a que pode causar maiores prejuízos aos acometidos por aumentar a chances de tromboembolismo, Lesão Vascular Cerebral (LVE) e interferir na qualidade de vida do paciente. Normalmente está associada com cardiopatias prévias e pode se manifestar de forma to- talmente assintomática até de formas mais graves com dispneia, edema dos membros inferiores e ortopneia que pode, a longo prazo, gerar IC descompensada, hipotensão, angina e IAM. A principal manifestação clínica são as alterações neurológicas em decorrência das complicações embólicas, em casos graves, a FC pode estar de 350-600bpm e o ECG apresenta-se com ondas irregu- lares e alterações na linha de base, chamadas de ondas f (Figura 27). Formas mais brandas se destacam por apresentar a FC de 100-160bpm determinada por estímulos enviados ao ventrículo do nó atrioventricular, gerando respostas irregulares. Os episódios podem ser classificados em FA inicial, FA paro- xística, FA persistente e FA permanente e o tratamento vai depender da classificação, da duração dos episódios e das condições clínicas do paciente. Na FA inicial e paroxística é comum uma reversão espontânea do quadro, mantendo o tratamento somente para a diminuição da FC com betabloqueadores ou bloqueadores dos canais de Ca2+, além do uso de anticoagulantes para a prevenção de tromboembolismo. Na FA persistente (após 48h), Paferona e Amiodarona são as drogas de pri- meira escolha associadas aos anticoagulantes, e caso não se visualize trombos na Ecocardiograma transesofágica pode-se optar pela cardio- 76 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S versão, após 4 semanas a FA torna-se permanente optando pelos fár- macos anticoagulantes e a cardioversão. Figura 27 – Fibrilação Atrial. Fonte: Adaptado de Padilha, et al., 2010. A Taquicardia Ventricular são todas as taquicardias originadas distalmente ao feixe de Hiss, envolvendo alterações no sistema de con- dução e/ou no músculo cardíaco e em sua forma mais grave podendo levar à morte súbita. O ECG sugestivo de TV apresenta complexo QRS alargado, dissociação atrioventricular, eixo QRS para a esquerda na morfologia de bloqueio de ramo direito e para a esquerda no bloqueio de ramo esquerdo e FC entre 100-140bpm (Figura 28). Em caso de instabilidade hemodinâmica recomenda-se cardio- versão como tratamento imediato e no caso de estabilidade fármacos como Lidocaína, Procainamida, Amiodarona são os de primeira esco- lha, não tendo efeito a cardioversão é a próxima opção, sendo neces- sário manter o potássio acima de 4,0mEq/L através da infusão contínua de Procainamida, Amiodarona e sulfato de Magnésio. 77 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Figura 28 – Taquicardia Ventricular. Fonte: Adaptado de Padilha, et al., 2010. O Flutter atrial e ventricular também comportam as taquicardias mais comuns observadas em ambientes hospitalares. As bradiarritmias são definidas por FC menos que 60bpm podendo acarretar em hipo- perfusão de órgãos e tecidos importantes comprometendo a vitalidade celular. Podem ocasionar sintomas como: síncopes, confusão mental, tontura, fadiga e o desenvolvimento de IC. A Disfunção do Nó Sinusal (DNS) é uma alteração na geração do impulso no nó sinusal ou ao lon- go dele que comporta inúmeras bradicardias. Pode se manifestar como uma parada no ritmo sinusal ou como um bloqueio de saída. A bradicardia sinusal é resultado de uma disfunção entre os sistema simpático e parassimpático do nó sinusal, doenças degenera- tivas ou drogas que afetam a estrutura cardíaca. Apesar de ser assin- tomática, pacientes com bradicardia sinusal podem apresentar tontu- ras, alterações visuais, hipotensão e síncope devido ao baixo DC e, na maioria das vezes, não é necessário tratamento. Os Bloqueios Atrioventriculares (BAVs) são classificados em três categorias (grau) dependentes da severidade descrita na Tabela 08. Podem se originar no nó atriventricular, feixe de Hiss ou no comple- xo Hiss - Punkinje. 78 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Tabela 08 – Classificação dos BAVs. Bloqueio Atrioventricular (BAV) Sintomatologia BAV 1º grau Resultado do atraso da condução do nó AV; ECG: Prolongamento do intervalo P- R. BAV 2º grau Manifesta-se de duas formas: Tipo I (Mobitz I) Lentificação progressiva do impulso dos átrios para os ventrículos até cessar; Aumento progressivo do intervalo P- R até o bloqueio geralmente do nó atrioventricular. Tipo I (Mobitz II) Bloqueio da condução sem lentificação da pro- gressão e geralmente acometem o feixe de Hiss e o complexo Hiss – Purkinje. BAV 3º grau Forma grave; Bloqueio total, porque nesse tipo de bloqueio não ocorre a condução dos impulsos para os ventrículos levando a dissociação atrioventricu- lar. Fonte: Autor, 2021. O plano de cuidados da enfermagem nas bradicardias deve ser pautado em primeiramente reconhecer qual o tipo, e prevenir com- plicações hemodinâmicas e distúrbios da baixa oxigenação que possam se instalar em face da ausência de sintomas específicos. Os fármacos utilizados têm o objetivo de aumentar a FC como: Atropina, Adrenalina e Dopamina. Em caso de instabilidade cardíaca permanente, a colocação de um marca-passo pode ser uma terapêutica válida. DISTÚRBIOS DA OXIGENAÇÃO E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM Como anteriormente descrito, os distúrbios da oxigenação en- volvem inúmeras patologias com a terapêutica principal de realizar a manutenção da oxigenação e prevenir danos às célulase tecidos da hipóxia e hipercapnia. Desse modo, os cuidados de enfermagem são embasados nesses eixos principais, e do planejamento do cuidado de monitorização e VA sendo invasiva ou não, sem esquecer dos cuidados globais que são necessários a todos os pacientes. Especificamente, nas IR o enfermeiro deve estar atento à gra- vidade do quadro, lembrando que quanto mais grave o sintoma maior o 79 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S risco de PCR; avaliar e comunicar alterações nos padrões respiratórios; implementar ações que visem a melhora do desconforto respiratório; manter decúbito elevado ou semi-elevado; oxigenoterapia em cateter nasal em pacientes em ar ambiente ou máscara; realizar oximetria de pulso e controle da saturação periférica; monitorar padrão respiratório, saturação, nível de consciência e condições hemodinâmicas; avaliar resposta terapêutica farmacológica; providenciar material para coleta de gasometria arterial; manter material para VNI preparado, caso ne- cessário; em pacientes com rebaixamento rápido, manter jejum e provi- denciar material para IOT e VMI, realizar acesso calibroso e/ou preparar material para passagem de CVC ou afins. Para pacientes em IOT, os cuidados relacionados à cânula são: manter decúbito elevado; lavar as mãos antes de manusear o tubo; manter a cânula com tiras de fixação com tiras adesivas ou cadarços de algodão, trocar quando necessário; realizar ausculta pulmonar para confirmação da IOT; realizar RX; observar padrão respiratório e sinais de desconforto, comunicar o médico imediatamente ao perceber altera- ções; realizar higiene oral; proceder aspiração orotraqueal sempre que necessário; atentar-se para alterações hemodinâmicas; observar sinais indicativos de sinusite; manter os cuidados com os aparelhos de VM, realizar nebulização de forma a não tracionar o tubo; realizar passagem de SNG ou SNE; avaliar aceitação da dieta enteral, cancelar infusão caso perceba distensão abdominal ou ausculta de ruídos hidroaéreos; com paciente consciente e acordado, esclarecer todas as dúvidas e ali- viar sinais de ansiedade. Após a extubação a enfermagem deve atentar-se a sinais in- dicativos de lesão laríngea (espasmos, edema) rouquidão ou tosse; observar sinais de desconforto respiratório e manter oxigenoterapia em cateter nasal; manter pausa alimentar em caso de possibilidade de reintubaçao; observar alterações no nível de consciência; esclarecer to- das as dúvidas pertinentes; orientar o paciente a comunicar caso dor, desconforto ou fadiga; iniciar a movimentação no leito gradativa o mais precoce possível e avaliar sinais de desconforto ou fadiga. Em pacientes TQT os cuidados prévios gerais são: manter jejum para o procedimento; preparar material para traqueotomia se o procedimento for realizado na unidade; manter FiO2 a 100% antes e durante o procedimento; realizar monitorização hemodinâmica e de oxi- gênio; manter materiais para possível PCR. Os cuidados imediatos são: observar rigorosamente sinais de sangramento; edema e enfisema sub- cutâneo; fixar a cânula adequadamente; atentar para sinais de descon- forto respiratório. Os cuidados diários com pacientes TQT são: manter a cabeceira elevada; lavar as mãos antes de manusear a cânula; manu- 80 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S sear a TQT de forma asséptica; realizar curativo; trocar fixação sempre que necessário; observar padrão respiratório; realizar ausculta pulmo- nar; verificar a pressão do cuff; realizar higiene oral; proceder aspiração traqueal sempre que necessário; se a PEEP e FiO2 estiverem elevadas, utilizar sistema fechado, manter cânula e circuitos do ventilador ou da traqueia na linha média para evitar tracionamento; manter umidificação contínua; observar queixas de dor local, deglutição, presença de anor- malidades e sinais de infecção, sangramento, enfisema subcutâneo, obstrução, secreção excessiva, estoma ou sinais externos a TQT. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é um conjunto de diagnósticos e condutas baseadas em evidências científi- cas realizadas pelo profissional enfermeiro. São de suma importância que os cuidados realizados pelo enfermeiro e por sua equipe não sejam meramente operações técnicas sem embasamento crítico, mas sim, técnicas e procedimentos que visem à promoção e manutenção do bem estar físico, psíquico e mental do paciente atendido. Dentro desse contexto, as causas principais que levam a dese- quilíbrios hemodinâmicos e da oxigenação já foram abordados acima, assim como os cuidados mais comuns realizados pela equipe de saúde. Contudo, preservando sempre a autonomia e conhecimento científico da enfermagem separamos os diagnósticos de enfermagem mais co- muns que fundamentam os cuidados anteriormente abordados. A Ta- bela 09 apresenta os diagnósticos de enfermagem da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA)6 específicos para os distúrbios respiratórios e hemodinâmicos, além dos cuidados gerais de qualquer paciente internado em uma unidade crítica. 6 Diagnósticos retirados da íntegra do livro: HERDMAN, T. Heather; KAMITSURU, Shige- mi. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: Definições e classificação 2015 – 2017. Tradução: Regina Machado Garcez. Porto Alegre: Artmed, 10ª edição, 2015. 81 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Tabela 09 – Diagnósticos de Enfermagem baseados da NANDA. Diagnóstico Características definidoras Fatores relaciona- dos Domínio 2: Nutri- ção Deglutição preju- dicada Primeiro estágio: oral Mastigação insuficiente; Tosse antes de deglutir; Segundo estágio: faríngeo Infecção pulmonar recorrente; Tosse; Terceiro estágio: esofágico Azia; Dificuldade para deglutir; Dor epigástrica; Limitação de volume; Vômito. Anormalidade de via aérea superior; Condição respirató- ria; Doença cardíaca congênita; História de alimenta- ção por sonda; Insuficiência para se desenvolver; Obstrução mecânica; Trauma. Nutrição desequi- librada: menor do que as necessida- des corporais Alteração no paladar; Cavidade bucal ferida; Dor abdominal; Fragilidade capilar; Fraqueza dos músculos neces- sários à deglutição e mastiga- ção; Mucosas pálidas; Sons intestinais hiperativos; Tônus muscular insuficiente. Fatores biológicos: incapacidade de in- gerir os alimentos. Risco de função hepática prejudi- cada - Agente farmacoló- gico; Infecção viral. 82 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Risco de glicemia instável - Alteração no estado mental; Condição de saúde física comprometida; Controle insuficiente do diabetes; Estresse excessivo; Ingestão alimentar insuficiente; Perda de peso ex- cessiva. Risco de desequi- líbrio eletrolítico - Disfunção renal; Mecanismo regula- dor comprometido; Volume de líquido excessivo ou insufi- ciente; Vômito. 83 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Volume de líquidos excessivo Alteração na pressão arterial pulmonar (PAP); Alteração na pressão sanguí- nea; Alteração no estado mental; Alteração no padrão respirató- rio; Anasarca; Ansiedade; Azotemia; Congestão pulmonar; Desequilíbrio eletrolítico; Dispneia; Edema; Hematócrito diminuído; Hemoglobina diminuída; Hepatomegalia; Ingestão maior que a elimina- ção; Inquietação; Oligúria;Ortopneia; Presença da 3a bulha cardíaca (B3); Pressão venosa central (PVC) elevada; Ruídos respiratórios adventí- cios. Ingesta excessiva de líquidos; Ingesta excessiva de sódio; Mecanismo regulador compro- metido. Risco de volume de líquidos dese- quilibrado - Regime de tratamento; Sepse; Trauma. 84 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Domínio 3: Elimi- nação e Troca Risco de consti- pação - Mecânicos: Desequi- líbrio eletrolítico; Farmacológicos: Agentes farmacoló- gicos; Fisiológicos: Dentição inadequa- da; Desidratação; Higiene oral inade- quada; Motilidade gastrintes- tinal diminuída; Psicológicos: Confu- são; Depressão; Distúrbio emocional. Diarreia Cólicas; Dor abdominal; Mais que três evacuações de fezes líquidas em 24 horas; Ruídos intestinais hiperativos. Urgência intestinal. Fisiológicos: Infec- ção; Inflamação gastrin- testinal; Irritação gastrintes- tinal; Má absorção; Parasitas; Psicológicos: Altos níveis de estresse; Ansiedade; Situacionais: Alimen- tação enteral; Regime de tratamen- to. 85 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Troca de gases prejudicada Batimento de asa de nariz; Cefaleia ao acordar; Cianose; Confusão; Cor da pele anormal (p. ex., pálida, escurecida, cianótica); Diaforese; Dióxido de carbono (CO2) dimi-nuído; Dispneia; Gases sanguíneos arteriais anormais; Hipercapnia; Hipoxemia; Hipóxia; Inquietação; Irritabilidade; Padrão respiratório anormal (p. ex., frequência, ritmo, profundi- dade); Perturbação visual; pH arterial anormal; Sonolência; Taquicardia. Desequilíbrio na re- lação ventilação-per- fusão; Mudanças na mem- brana alveolocapilar. 86 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Domínio 4: Ativi- dade/ Repouso Padrão de sono prejudicado Alteração no padrão de sono; Despertar não intencional; Dificuldade no funcionamento diário; Dificuldade para iniciar o sono; Insatisfação com o sono; Não se sentir descansado. Barreira ambiental (p.ex., ruído ambien- tal, exposição à luz do dia/escuridão, temperatura/umidade do ambiente, local não familiar); Imobilização; Privacidade insufi- ciente. Mobilidade física prejudicada Alterações na marcha; Desconforto; Dificuldade para virar-se; Dispneia ao esforço; Instabilidade postural; Movimentos lentos. Agente farmacoló- gico; Alteração na função cognitiva; Alteração na integri- dade de estruturas ósseas; Alteração no meta- bolismo; Depressão; Desnutrição; Desuso; Dor; Força muscular dimi- nuída; Intolerância à ativi- dade; Massa muscular di- minuída; Prejuízo musculoes- quelético; Prejuízos neuromus- culares e sensório- -perceptivos; Resistência diminuída. 87 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Fadiga Alteração na concentração; Apatia; Aumento da necessidade de descanso; Aumento dos sintomas físicos; Cansaço; Capacidade prejudicada para manter as rotinas habituais; Energia insuficiente; Introspecção; Letargia; Sonolência. Ansiedade; Aumento no esforço físico Barreira ambiental (p. ex., ruído ambien- tal, exposição à clari- dade/escuridão, tem- peratura/umidade do ambiente, ambiente desconhecido); Condição fisiológica (p. ex., anemia, ges- tação, doença); Depressão; Desnutrição; Estressores; Falta de condiciona- mento físico; Privação de sono. Débito cardíaco diminuído Frequência/Ritmo cardíaco al- terado; Alterações eletrocardiográficas (p. ex., arritmia, anormalidade na condução, isquemia); Bradicardia; Palpitações cardíacas; Taquicardia; Pré-carga alterada; Distensão da veia jugular; Edema; Fadiga; Ganho de peso; Murmúrio cardíaco; Pressão de capilar pulmonar (PCP) aumentada; Contratilidade alte- rada; Frequência cardíaca alterada; Pós-carga alterada; Pré-carga alterada; Ritmo cardíaco alte- rado; Volume sistólico al- terado. 88 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Pressão de capilar pulmonar (PCP) diminuída; Pressão venosa central (PVC) aumentada; Pressão venosa central (PVC) diminuída; Pós-carga alterada; Alteração na pressão sanguí- nea Cor anormal da pele (p. ex., pálida, escurecida, cianótica); Dispneia; Oligúria; Pele fria, úmida e pegajosa; Pulsos periféricos diminuídos; Resistência vascular pulmonar (RVP) aumentada ou diminuída; Resistência vascular sistêmica (RVS) aumentada ou diminuída. Tempo de preenchimento capi- lar prolongado; Contratilidade alterada; Dispneia paroxística noturna; Fração de ejeção diminuída; Índice cardíaco diminuído; Índice de volume sistólico (IVS) diminuído; Índice do trabalho sistólico do ventrículo esquerdo (ITSVE) diminuído; Ortopneia; Presença de 3a bulha cardíaca (B3); 89 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Presença de 4a bulha cardíaca (B4); Sons respiratórios adventícios; Tosse; Comportamentais/emocionais: Ansiedade; Inquietação. Risco de perfusão tissular periférica ineficaz - Hipertensão; Procedimento intra- vascular; Tabagismo; Trauma. Resposta disfun- cional ao desma- me ventilatório Leves: Aumento da concentra- ção na respiração; Aumento moderado da frequên- cia respiratória acima dos valo- res basais; Desconforto respiratório; Fadiga; Inquietação; Medo de mau funcionamento do aparelho; Percepção da necessidade au- mentada de oxigênio; Sensação de calor; Moderadas: Apreensão; Aumento da frequência cardía- ca em relação aos parâmetros basais (< 20 bpm); Aumento da pressão sanguínea em relação aos parâmetros ba- sais (< 20 mmHg); Aumento moderado da frequên- cia respiratória acima dos valo- res basais; Fisiológicos: Altera- ção no padrão de sono; Desobstrução inefi- caz das vias aéreas; Dor; Nutrição inadequada; Psicológicos: Ansie- dade; Autoestima diminuí- da; Confiança insuficien- te nos profissionais da saúde; Conhecimento insu- ficiente sobre o pro- cesso de desmame; Desesperança; Impotência; Incerteza quanto à capacidade de des- mame; Medo; 90 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Capacidade prejudicada para cooperar e responder a orien- tações; Cor anormal da pele (p. ex., pálida, escurecida, cianótica); Diaforese; Entrada de ar diminuída à aus- culta; Expressão facial de medo; Foco exagerado nas atividades; Uso mínimo da musculatura acessória respiratória; Graves: Agitação; Aumento da frequência cardía- ca em relação aos parâmetros basais (≥ 20 bpm); Aumento da frequência respira- tória de forma significativa em relação aos parâmetros basais; Aumento significativo da fre- quência respiratória acima dos parâmetros basais; Aumento da pressão sanguínea em relação aos parâmetros ba- sais (≥ 20 mmHg); Cor da pele anormal (p.ex., pá- lida, escurecida, cianótica); Deterioração nos gases sanguí- neos arteriais em relação aos valores basais; Diaforese profusa; Nível de consciência diminuído; Respiração abdominal parado- xal; Respiração agônica (tipo Gas- ping); Motivação diminuída; Situacionais: Barreira ambiental (p. ex., distrações, baixa pro- porçãoenfermeiros/ pacientes, equipe de enfermagem não familiar); Episódios de deman- da energética não controlada; História de depen- dência do ventilador por mais de quatro dias; História de tentativas de desmame malsu- cedidas Ritmo inapropriado na diminuição do desmame ventilató- rio; Suporte social insufi- ciente. 91 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Respiração descoordenada em relação ao ventilador; Respiração superficial; Ruídos adventícios respirató- rios; Uso importante de musculatura acessória respiratória. Ventilação espon- tânea prejudicada Apreensão; Aumento na taxa metabólica; Cooperação diminuída; Dispneia; Frequência cardíaca aumenta- da; Inquietação; Pressão parcial de dióxido de carbono (PCO2) aumentada; Pressão parcial de oxigênio (PO2) diminuída; Saturação arterial de oxigênio (SaO2) diminuída; Uso aumentado da musculatura acessória; Volume corrente diminuído. Alteração no meta- bolismo; Fadiga da muscula- tura respiratória. 92 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Domínio 5: Percepção/ Cognição Risco de confusão aguda - Abuso de substância; Agente farmacológico; Alteração na função cognitiva; Alteração no ciclo sono- -vigília; Demência; Desidratação; Desnutrição; Dor; Função metabólica prejudicada (p. ex., azotemia, hemoglobina diminuída, desequilíbrio eletrolítico, aumento dos níveis sanguíneos de nitrogênio da ureico/ creatinina); Gênero masculino; História de AVC; Idade ≥ 60 anos; Infecção; Mobilidade prejudicada; Privação sensorial; Retenção urinária. Comunicação verbal prejudicada Desorientação no tem- po e espaço; Dispneia; Fala com dificuldade; Incapacidade para usar expressões corporais; Barreira física (p. ex., traqueostomia, intuba- ção); Barreiras ambientais; Condição fisiológica (p. ex., tumor cerebral, re- dução da circulação até 93 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Não consegue falar; Verbaliza com dificul- dade; Verbalização inadequa- da. o cérebro, sistema mus- culoesquelético enfra- quecido); Percepção alterada; Prejuízo no sistema nervoso central; Regime de tratamento. Domínio 11: Seguran- ça/ Proteção Risco de infecção - Desnutrição; Enfermidade crônica (p. ex., diabetes melito); Procedimento invasivo; Defesas primárias ina- dequadas; Alteração na integrida- de da pele; Alteração no peristal- tismo; Alteração no pH das secreções; Diminuição da ação ciliar; Estase de fluidos orgâ- nicos; Diminuição de hemoglo- bina; Imunossupressão; Leucopenia; Resposta inflamatória suprimida (p. ex., inter- leucina 6 [IL-6], proteína C-reativa [PCR]). 94 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Risco de aspiração - Alimentação enteral; Capacidade de degluti- ção prejudicada; Motilidade gastrintesti- nal diminuída; Nível de consciência reduzido; Presença de sonda oral/nasal (p. ex., tra- queal, para alimenta- ção); Regime de tratamento; Tosse ineficaz. Risco de choque - Hipotensão; Hipovolemia; Hipoxemia; Hipóxia; Infecção; Sepse; Síndrome da resposta; inflamatória sistêmica (SIRS). Desobstrução ineficaz de vias aéreas Alteração no padrão respiratório; Cianose; Dificuldade de verbali- zação; Dispneia; Escarro em excesso; Inquietação; Mudanças na frequên- cia respiratória; Olhos arregalados; Ortopneia; Ambientais: Exposição a fumaça; Fumante passivo; Tabagismo; Via aérea obstruída; Doença pulmonar obs- trutiva crônica; Espasmo de via aérea; Exsudato nos alvéolos; Hiperplasia das paredes dos brônquios; Muco excessivo; 95 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Secreções retidas; Fisiológicos: Infecção; Prejuízo neuromuscular. Risco de úlcera por pressão - ADULTO: escore na Escala Braden < 18; CRIANÇA: Escala de Braden Q ≤ 16; Agentes farmacológicos (p. ex., anestesia geral, vasopressores, antide- pressivos, norepinefrina); Alteração na função cognitiva; Alteração na sensibili- dade; Anemia; Atrito em superfície; Baixo escore na escala de Risk Assessment Pressure Sore (RAPS); Circulação prejudicada; Desidratação; Doença cardiovascular; Edema; Escore ≥ 2 na Classi- ficação Funcional da New York Heart Asso- ciation (NYHA); Escore de Classifica- ção do Estado Físico da American Society of Anesthesiologists (ASA) ≥ 2; Extremos de idade; Extremos de peso; 96 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Hipertermia; História de acidente vascular encefálico; História de trauma; História de úlcera de pressão; Imobilização física; Nutrição inadequada; Pele com descamação; Pele ressecada; Período de imobilida- de prolongado sobre superfície rija (p. ex., procedimento cirúrgico ≥ 2 horas); Pressão sobre proemi- nência óssea; Redução na mobilidade; Redução na oxigenação tissular; Redução na perfusão tissular; Redução no nível de albumina sérica; Tabagismo; Temperatura elevada da pele em torno de 1-2 °C; Umidade da pele; Uso de lençóis com propriedade insuficiente de redução da umidade. 97 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Hipertermia Apneia; Coma; Crise epilética (sem, necessariamente, ter uma convulsão); Estupor; Hipotensão; Irritabilidade; Letargia; Pele avermelhada; Pele quente ao toque; Postura anormal; Taquicardia; Taquipneia; Vasodilatação. Agente farmacológico; Aumento da taxa meta- bólica; Desidratação; Diminuição da capaci- dade para transpirar; Doença; Isquemia; Sepse; Trauma. Hipotermia Acrocianose; Aumento na taxa meta- bólica; Aumento no consumo de oxigênio; Bradicardia; Calafrios; Cianose nos leitos un- gueais; Hipertensão; Hipoglicemia; Hipóxia; Pele fria ao toque; Piloereção; Preenchimento capilar lento; Agente farmacológico; Dano ao hipotálamo; Desnutrição; Diminuição da taxa me- tabólica; Extremos de idade; Extremos de peso; Inatividade; Roupas insuficientes; Trauma; Neonatos: Aumento na demanda de oxigênio Aumento na resistên- cia vascular pulmonar (RVP); Controle vascular ine- ficaz; 98 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Nascimento não plane- jado fora do hospital; Termogênese sem tre- mores ineficaz. Domínio 12: Conforto Náusea Aversão à comida; Deglutição aumentada; Gosto amargo na boca; Náusea; Salivação aumentada; Sensação de vontade de vomitar. Biofísicos: Distúrbios bioquímicos (p. ex., uremia, cetoacidose diabética); Pressão intracraniana aumentada; Regime de tratamento; Situacionais: Ansieda- de. Dor aguda Autorrelato da inten- sidade usando escala padronizada de dor (p. ex., escala FACES de Wong-Baker, escala visual analógica, escala numérica de classifica- ção); Autorrelato de caracte- rísticas da dor usando instrumento de dor padronizado (p. ex, questionário de dor Mc- Gill, Inventário Breve de Dor); Comportamento de dis- tração Comportamento expres- sivo (p. ex., agitação,choro, vigilância); Comportamento prote- tor; Desesperança; Diaforese; Dilatação pupilar; Evidência de dor usan- Agente lesivo biológico (p. ex., infecção, isque- mia, neoplasma); Agente lesivo físico (p. ex., abscesso, amputa- ção, queimadura, corte, procedimento cirúrgico, trauma). 99 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S usando lista de verifica- ção padronizada de dor para pessoas incapazes de comunicação verbal (p. ex., Neonatal Infant Pain Scale, Pain Asses- sment Checklist for Se- niors with Limited Ability to Communicate); Expressão facial de dor (p. ex., olhos sem bri- lho, aparência abatida, movimento fixo ou dis- perso, careta); Foco em si mesmo; Foco estreitado (p. ex., percepção do tempo, processos de pensa- mento, interação re- duzida com pessoas e ambiente); Gestos de proteção; Mudanças no apetite; Mudanças no parâme- tro fisiológico (p. ex., pressão sanguínea, frequências cardíaca e respiratória, saturação de oxigênio, concentra- ção de dióxido de car- bono [CO2] ao final da expiração); Posição para aliviar a dor; Relato de outra pessoa sobre comportamento da dor/mudanças na ati- vidade (p. ex., familiar, cuidador). Fonte: Adaptado de Herdman e Kamitsuru, 2015. 100 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S Esses em conjunto, são os principais diagnósticos e suas ca- racterísticas e fatores relacionados aos cuidados de enfermagem na monitorização hemodinâmica e na oxigenação invasiva e não invasiva. Vale lembrar ainda, que esses cuidados específicos são gerais e co- muns a patologias ligadas ao sistemas respiratório e circulatório, não podendo esquecer que cada paciente depende de cuidados adequados à sua realidade. É função da equipe de enfermagem promover um cuidado in- tegral do ser humano, visando não somente sua patologia, mas o indi- víduo por completo, com necessidades biopsicossociais, que está in- serido em uma sociedade e participante de uma rede de apoio ou sem ela. Reconhecer todas essas facetas nos faz planejar e promover um cuidado amplo e individualizado para cada paciente. 101 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2019 Banca: COMPERVE Órgão: Prefeitura de Parnamirim - RN Prova: Médico Anestesiologista A insuficiência cardíaca é uma condição em que o coração é in- capaz de bombear sangue na corrente sanguínea em quantidade suficiente para dar resposta às necessidades do corpo. Pode-se depreender que, na insuficiência cardíaca, ocorre a) exacerbação do reflexo barorreceptor. b) ativação do sistema nervoso parassimpático. c) aumento do consumo de oxigênio do miocárdio. d) inibição do sistema renina-angiotensina. QUESTÃO 2 Ano: 2019 Banca: GUALIMP Órgão: Prefeitura de Areal - RJ Prova: Enfermeiro Plantonista Ocorre choque cardiogênico quando a capacidade do coração para se contrair e bombear o sangue encontra-se comprometida, e o suprimento de oxigênio é inadequado para o coração e para os tecidos. (Brunner & Suddarth, 2015) Sobre o choque cardiogênico, é INCORRETO afirmar que: a) Os sinais clássicos incluem pressão arterial (PA) elevada e pulso forte e rápido. b) O choque cardiogênico coronário é mais comum que o choque car- diogênico não coronário, e é observado com mais frequência em clien- tes com infarto agudo do miocárdio. c) O paciente queixa-se de fadiga e pode expressar sensação de morte iminente. d) Pode ocorrer instabilidade hemodinâmica. As arritmias são comuns. QUESTÃO 3 Ano: 2016 Banca: UFMA Órgão: UFMA Prova: Técnico em Enfer- magem A sintomatologia clássica de um choque cardiogênico é: a) Anóxia cerebral, hipotensão e hipertensão b) Pulso cheio, anóxia cerebral, anúria c) Pulso rápido e fraco, convulsão, hipotensão d) Hipertensão, pulso filiforme, anóxia cerebral e) Pulso fraco, hipotensão e diurese reduzida 102 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S QUESTÃO 4 Ano: 2017 Banca: IBFC Órgão: EBSERH Prova: Técnico em Enfer- magem (HUGG-UNIRIO) Uma das principais causas do choque cardiogênico é: a) Hemorragia b) Bactéria Gram-negativa c) Desidratação d) Diabetes Mellitus e) Infarto Agudo do Miocárdio QUESTÃO 5 Ano: 2017 Banca: Iamspe - SP Órgão: IAMSPE Prova: Médico Paciente de 33 anos é admitido com sinais de choque séptico de foco urinário por litíase obstrutiva em rim direito. Sobre o trata- mento a ser instituído, assinale a correta: a) Na ressuscitação volêmica inicial, pode-se utilizar cristalóides ou co- lóides (i. e. hidroxietilamido). b) Na ressuscitação volêmica inicial, a meta de pressão venosa central a ser atingida não sobre influência da presença de ventilação mecânica. c) O antibiótico deve ser administrado de forma precoce idealmente na primeira hora do diagnóstico. d) Não há um vasopressor de escolha e a opção inicial pode ser: dopa- mina, noradrenalina ou vasopressina. e) Na ressuscitação volêmica inicial, recomenda-se a utilização de parâ- metros dinâmicos de responsividade a fluidos até o limite infundido de 30ml/kg de peso atual. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Paciente D.F.G do sexo feminino, 45 anos. Internada na UTI de um hospital do Rio de Janeiro (RJ) há 22 dias com diagnóstico inicial de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) ocorrida por Enfisema Pulmonar e agravada por Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica (PAM). Foi submetida a Traqueostomia (TQT) no próprio leito da UTI. Cite quais cuidados a enfermeira deve realizar nos cuidados gerais com a TQT e no pós-operatório imediato (Cite no mínimo 5). TREINO INÉDITO O eletrocardiograma (ECG) é um método não invasivo que reflete a atividade elétrica do coração. O ECG é representado por um traçado de ondas P, complexo QRS, onda T, e algumas vezes, onda U. Alterações 103 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S do traçado do ECG nos permite interpretar distúrbios da condutibilidade do coração. Nesse sentido, analise a figura abaixo e responda: a) Taquicardia por Reentrada Nodal Atrioventricular (TRNAV) b) Fibrilação ventricular c) ECG sem alteração d) Bloqueio de terceiro grau e) Fibrilação atrial NA MÍDIA CORAÇÃO ARTIFICIAL PARA TODOS. Desde 1960 a busca por um substituto do coração é explorada e após 20 anos de pesquisa, uma empresa francesa colocou no mercado um coração artificial que poderá dar a esperança a milhões de pessoas. Batizado de Aeson, essa invenção representa uma opção para quem está na fila do transplante de coração. Estima-se que no Brasil, são 270 pessoas na fila, além de pacientes com insuficiência cardíaca. Segundo o assessor científico da SOCESP, Fábio Gaiotto, que foi entrevistado “A doença mina sua independência que muitas vezes não consegue nem tomar banho sozinho”. As tecnologias que são utilizadas para a subs- tituição cardíaca podem durar por um ano, mas depois podem surgir complicações como coágulos, trombos e infecções o que com o Aeson será um risco muito baixo, pois impede o excesso de coágulos no san- gue e reduz o risco de trombose. Fonte: Revista IstoÉ Data: 05 fev. 2021. Leia a notícia na íntegra: CORAÇÃO artificial para todos. Revista IstoÉ. 2021. Disponível em: https://istoe.com.br/coracao-artificial-para-todos/?fbclid=IwAR1AfFEF- G-tPmrKb_aHQ01bRlDFjE_klhlJVmHhj9fiPlNaagdnfKh_7ubU Acesso em: 10 fev. 2021. NA PRÁTICA Paciente T.A.S,31 anos, sexo feminino, deu entrada no Hospital do Co- ração em Cascavel (PR) para investigação de endocardite infecciosa. Portadora de cardiopatia congênita (estenose pulmonar e insuficiência https://istoe.com.br/coracao-artificial-para-todos/?fbclid=IwAR1AfFEFG-tPmrKb_aHQ01bRlDFjE_klhlJVmHhj9fiPlNaagdnfKh_7ubU https://istoe.com.br/coracao-artificial-para-todos/?fbclid=IwAR1AfFEFG-tPmrKb_aHQ01bRlDFjE_klhlJVmHhj9fiPlNaagdnfKh_7ubU 104 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S da valva tricúspide), realizou três intervenções cirúrgicas, sendo a pri- meira troca valvar aos 6 meses de vida. Relata ter extraído os sisos há 60 dias com complicações no pós-operatório imediato mesmo ten- do sido realizada a profilaxia contra endocardite (2g de Amoxicilina 2h antes do procedimento, 2g de Amoxicilina 2h e 4g de Amoxicilina 6h após o procedimento, no dia seguinte: 1g de Amoxicilina a cada 12h por 7 dias). No momento da consulta pré-internamento, a paciente apre- sentava dispneia ao falar, febre, taquicardia e apatia. Os sinais vitais: FC:140bpm; FR:22rpm; SpO2: 78%; T: 38,9ºC e P.A.: 90/60. Após o in- ternamento, foram solicitados exames laboratoriais de sangue, urina e amostras para cultura. Iniciou antibióticoterapia (Gentamicina 1 vez ao dia; Ampicilina a cada 6h e Oxacilina a cada 12h) para dose de ataque. A enfermeira prontamente preparou o material para a coleta de cultura antes que fosse iniciado a 1º dose de antibiótico, instalou um cateter nasal com 4L/min de oxigênio, realizou uma punção venosa periférica em MSE e iniciou a medicação prescrita. Ao 3º DIH, foi solicitado que realizasse um Ecocardiograma Transesofágico, a enfermeira orientou a paciente sobre o exame que seria realizado, que era necessário jejum, seria realizado com sedação leve no Centro Cirúrgico, exame esse, que confirmou a presença de vegetação na valva pulmonar. Na volta para a unidade, na visita de enfermagem notou-se que paciente apresentava vômito, náuseas constantes, febre, dispneia, taquicardia e rubor facial e do pescoço sempre a passagem da Oxacilina além de ter sido puncio- nada mais cinco vezes durante os três dias internada. A enfermeira en- tão, relatou o caso ao médico, esse prescreveu medicação anti-emética (Nausedron), realizou a passagem de CVC e solicitou novos exames laboratoriais, dos quais apresentava-se: Leucocitose: 24.700 com pre- sença de 22% de bastões e 76% de segmentados; Hemograma sem al- terações; Funções hepáticas: normais, Funções renais: Creatinina: 1,98 e Ureia: 26,81; lático: 1,3; pró-trombina: 14s; PCR: 198. Urina: turva com presença de proteínas e hemácias; Gasometria Arterial: pH: 7,4; pCO2: 35,40; pO2: 56; HCO3: 23; CO2T: 24; B.E: -0,80; SatO2: 90%. Confirman- do o diagnóstico de endocardite progredindo para Sepse, substituiu a Oxacilina por Vancomicina a cada 12h. As ações da enfermeira foram baseadas na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), vis- to a necessidade de a enfermeira prescrever ações que abranjam a manutenção hemodinâmica e respiratória da paciente, cuidados com o cateter invasivo, desequilíbrio hidroeletrolítico e tromboembolíticos e prevenção do agravo para choque séptico, foram traçados os diagnós- ticos de enfermagem para que fossem estabelecidas as devidas inter- venções, sendo os diagnósticos: Para o Risco de desequilíbrio hidroele- trolítico; Risco de volume de líquidos deficiente; Risco de constipação 105 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S e Náusea devido ao tratamento com antibióticos e vômito, as interven- ções foram: Incentivar a ingesta hídrica, incentivar alimentação leve, em poucas quantidades e mais vezes ao dia, evitar alimentos que causem desconforto gastrointestinal. Troca de Gases Prejudicada; Fadiga; Dé- bito cardíaco diminuído; Risco de função cardiovascular prejudicada; Padrão respiratório ineficaz; Ventilação espontânea prejudicada; Risco de confusão aguda e Risco de quedas devido à dispneia, taquicardia e dessaturaçao, as seguintes intervenções: Melhorar Permeabilidades de Vias Aéreas com O2 em cateter nasal, monitorar sintomas indicativos de aumento do trabalho respiratório, cianose e/ou hipóxia e posicionar o paciente de modo a facilitar a combinação ventilação-perfusão, orien- tar a paciente não levantar/andar sem acompanhamento para evitar queda por hipotensão postural. Integridade da pele prejudicada e Risco de trauma vascular pelo CVC, Risco de choque pela Hipotensão, hipo- volemia, hipoxemia, infecção e sepse, as intervenções foram: Realizar curativo de CVC, avaliar local da inserção e monitorar sinais flogísticos, avaliar exames laboratoriais, monitorização hemodinâmica e oxigeno- terapia e comunicar alterações indicativas de choque. Risco de san- gramento pelo sepse e uso de heparina: intervenções: Monitorar níveis de hematócrito, monitorar sinais de sangramento ativo nas mucosas, suturas e em CVC, monitorar sinais indicativos de choque hipovolêmi- co: Hipotensão, hipovolemia, hipoxemia, débito cardíaco diminuído e confusão mental. Fonte: Próprio autor. PARA SABER MAIS Acesse os links: ASSOCIAÇÃO de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Monitorização hemodinâmica em unidade de terapia intensiva: uma perspectiva do Brasil. 2015. Disponível em: https://www.amib.org.br/noticia/nid/monito- rizacao-hemodinamica-em-unidade-de-terapia-intensiva-uma-perspec- tiva-do-brasil/ Acesso em: 10 fev. 2021. MONITORIZAÇÃO Hemodinâmica em Pacientes Críticos na UTI. Pro- dução Webinar organizado pelo Nihon Kohden Brasil. Vídeo da internet. Disponível em: https://www.youtube.com/channel/UCj2aKp_6VcX5hl- Do6bIywpw/featured Acesso em: 10 fev. 2021. https://www.amib.org.br/noticia/nid/monitorizacao-hemodinamica-em-unidade-de-terapia-intensiva-uma-perspectiva-do-brasil/ https://www.amib.org.br/noticia/nid/monitorizacao-hemodinamica-em-unidade-de-terapia-intensiva-uma-perspectiva-do-brasil/ https://www.amib.org.br/noticia/nid/monitorizacao-hemodinamica-em-unidade-de-terapia-intensiva-uma-perspectiva-do-brasil/ https://www.youtube.com/channel/UCj2aKp_6VcX5hlDo6bIywpw/featured https://www.youtube.com/channel/UCj2aKp_6VcX5hlDo6bIywpw/featured 106 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S GABARITOS CAPÍTULO 01 QUESTÕES DE CONCURSOS 01 02 03 04 05 D ERRADO D E C QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA A enfermeira deve estar preparada para visualizar alterações no exame físico, como pele fria, sudorese, cianose, dispneia e aos dados dos exa- mes laboratoriais. Posicionar o paciente e auxiliar na passagem do cateter e do balão, configurar o monitor e avaliar as infusões realizadas a pedido médico. Os objetivos do plano terapêutico são de estabilizar a condução car- díaca, melhorar a contratilidade miocárdica com o menor dano possível para o coração na pré-carga e pós-carga e melhorar o suprimento de oxigênio para o coração. Os fármacos juntamente com o O2 tem esse propósito, o balão intra-aórtico reduz a pós-carga e aumenta a perfu- são coronariana. Com a perfusão coronariana aumentada, melhora-se a oxigenação arterial, que elimina o defeito de condução por bloqueio, a acidose também pode ser melhorada através da oferta de O2. A monito- rização hemodinâmica e dos exames laboratoriais, assim como a sinais clínicos como: cor da pele, temperatura, nível de consciência, entre ou- tros são os principais cuidados oferecidos pela equipe de enfermagem ao longo do internamento. TREINO INÉDITO Gabarito: B 107 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D INÂ M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 02 QUESTÕES DE CONCURSOS 01 02 03 04 05 CERTO C C C B QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA Critérios de possibilidade (escolher 5): - Estar estável hemodinamicamente; - SaO2 maior que 90% em FiO2 inferior ou igual a 40%; - PEEP inferior ou igual a 5cmH2O; - RX de tórax; - Hematócrito superior a 25%; - Temperatura superior a 36ºC e menor que 39ºC; - Ausência de dor e desconforto ou agitação; - Gasometria arterial normal ou na linha de base do paciente. Critérios de impossibilidade (escolher 5): - FR superior a 35rpm; - SaO2 inferior a 90%; - Volume corrente inferior ou igual a 5mL/min; - Padrão respiratório trabalhoso; - Aumento da ansiedade; - Sudorese; - FC superior a 20% do valor basal; - PAS superior a 180mmHg ou inferior a 90mmHg. TREINO INÉDITO Gabarito: A 108 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 03 QUESTÕES DE CONCURSOS 01 02 03 04 05 C A C E C QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA Cuidados imediatos (escolher no mínimo 5): - Observar rigorosamente sinais de sangramento; edema e enfisema subcutâneo; - Fixar a cânula adequadamente; - Atentar para sinais de desconforto respiratório; - Manter a cabeceira elevada; - Lavar as mãos antes de manusear a cânula; - Manusear a TQT de forma asséptica; - Realizar curativo; - Trocar fixação sempre que necessário; - Observar padrão respiratório; - Realizar ausculta pulmonar; - Verificar a pressão do cuff; - Realizar higiene oral; - Proceder aspiração traqueal sempre que necessário; - PEEP e FiO2 estiverem elevadas, utilizar sistema fechado, manter câ- nula e circuitos do ventilador ou da traqueia na linha média para evitar tracionamento; - Manter umidificação continua; observar queixas de dor local, deglu- tição, presença de anormalidades e sinais de infecção, sangramento, enfisema subcutâneo, obstrução, secreção excessiva, estoma ou sinais externos a TQT. TREINO INÉDITO Gabarito: E 109 C U ID A D O S D E E N F E R M A G E M N O S D E SE Q U IL ÍB R IO S H E M O D IN Â M IC O S E D A O XI G E N A Ç Ã O - G R U P O P R O M IN A S ASSOCIAÇÃO de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). Monitorização hemodinâmica em unidade de terapia intensiva: uma perspectiva do Brasil. 2015. Disponível em: https://www.amib.org.br/noticia/nid/monito- rizacao-hemodinamica-em-unidade-de-terapia-intensiva-uma-perspec- tiva-do-brasil/ Acesso em: 10 fev. 2021. CHRISTOU, Adamos et al. GlasVent - The Rapidly Deployable Emer- gency Ventilator. Global Challenges, [s.l.], v.4, n.2000046, p.01-11, 2020. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1002/ gch2.202000046 Acesso em: 06 fev. 2021. CONSTANZO, Linda S. Fisiologia. Tradução: Denise Costa Rodrigues. Rio de Janeiro: Elsevier, 5ª edição. 2014. CORAÇÃO artificial para todos. Revista IstoÉ. 2021. 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