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1
O Programa 
Criança Feliz e as 
Diversidades das 
Infâncias brasileiras
Ficha catalográfica elaborada pela Seção de Catalogação e 
Classificação da Biblioteca Central da Universidade Federal de 
Viçosa - Campus Viçosa 
O Programa Criança Feliz e as diversidades das infâncias 
P964 brasileiras [recurso eletrônico] / organizador Marcelo 
2022 José Braga ; elaboração de conteúdo Naise Valéria 
Guimarães Neves ... [et ai.]. - Viçosa, MG, c2022. 
1 livro eletrônico (128 p.) : il. color. 
Disponível em: 
https://moodle.cidadania .gov .br/ead 
Inclui bibliografia. 
ISBN 978-85-66148-31-2 
1. Crianças - Política governamental. 2. Crianças -
Formação. 3. Crianças - Educação. 4. Direitos das crianças. 
1. Braga, Marcelo José, 1969-. li. Neves, Naise Valéria
Guimarães, 1968-. Ili. Monteiro, Ana Louricélia Chagas,
1966-. IV. Ladeira, Priscila Daniele, 1988-. V. Gusmão,
Camila Botelho, 1999-. VI. Cordeiro, Ester Augusto, 2000-.
VII. Alves, Juliana Monteiro, 1999-. VIII. Brasil.
Ministério da Cidadania. Programa Criança Feliz.
IX. Universidade Federal de Viçosa. Instituto de Políticas
Públicas e Desenvolvimento Sustentável. X. Universidade
Federal de Viçosa. Coordenadoria de Educação Aberta
e a Distância.
CDD 22. ed. 353.536 
Bibliotecário responsável: Euzébio Luiz Pinto - CRB6/3317 
3
Sumário
Apresentação da Unidade I ....................................................... 8
Unidade I: Conhecendo os Marcos Legais da Primeira 
Infância ......................................................................................... 10
Aula Narrada 1
1.1. A Lei N. 13.257/2016
1.2. A Portaria Interministerial N. 1/2018
1.3. Como Surge o Programa Criança Feliz
1.4. Objetivos e Ações do PCF
1.5. Decreto N. 9.855/2019
1.6. A Portaria N. 664/2021
Apresentação da Unidade II e III ........................................... 27
Unidade II - Educação Permanente ....................................... 29
Aula Narrada 2:
1.1. O que é Educação Permanente e sua importância para os
profissionais do PCF e demais gestores que trabalham com temática da 
Primeira Infância.
1.2. Educação Permanente x Continuada na Primeira Infância.
1.3. Relação da Educação Permanente e a prática cotidiana para a
promoção do desenvolvimento infantil.
4
Unidade III - Políticas Públicas e Políticas Sociais ...... 37
Aula Narrada 3:
2.1. O que são Políticas Públicas e qual a importância das Políticas 
Públicas e Políticas Sociais para a garantia de direitos.
2.2. Direito das crianças em diálogo com o Programa Criança Feliz.
2.3. Políticas Públicas Intersetoriais e o Programa Criança Feliz.
2.4. O Programa Criança Feliz e sua inserção como Política Social, 
considerando as especificidades da proteção social no Brasil.
Apresentação da Unidade IV, V e VI ................................ 47
Unidade IV - As diversidades brasileiras ....................... 49
Aula Narrada 4:
4.1. Diversidades da formação social e econômica brasileira
4.2. Variedades regionais e culturais do Brasil
4.3. A política social e a apreensão das territorialidades e 
regionalidades
4.4. O Programa Criança Feliz e sua inserção nos territórios diversos
Unidade V - As diversidades das famílias brasileiras..57
Aula Narrada 5:
5.1. Famílias extensas e famílias monoparentais
5.2. A composição das famílias brasileiras atualmente
5.3. Quem são os cuidadores e as cuidadoras das crianças nas 
famílias brasileiras
5
Unidade VI - O desenvolvimento infantil e as 
diversidades das infâncias brasileiras .............................. 63
Aula Narrada 5:
6.1. Importância do desenvolvimento infantil para a quebra 
intergeracional da pobreza
6.2. Os aspectos diversos das infâncias brasileiras
6.3. O papel das cuidadoras e dos cuidadores na promoção do 
desenvolvimento infantil
Apresentação da Unidade VII ............................................. 73
Unidade VII - Ações de Articulação para a Efetividade 
do PCF e do Desenvolvimento Infantil ............................ 74
Aula Narrada 7
7.1. O papel das políticas sociais para garantir a intersetorialidade na 
promoção do desenvolvimento infantil
7.2. As ações intersetoriais para a Primeira Infância
7.3. Envolvimento dos diversos atores para garantir a 
intersetorialidade das políticas sociais voltadas à Primeira Infância e a 
intersetorialidade dentro do Programa Criança Feliz 
7.4. Contribuição do PCF para o fortalecimento da Primeira Infância 
6
Apresentação da Unidade VIII e IX ................................ 92
Unidade VIII - O brincar como estratégia para o 
desenvolvimento infantil e o fortalecimento
de vínculos familiares ........................................................ 94
Aula Narrada 8
8.1. O brincar na primeira infância 
8.2. A importância do brincar para o resgate cultural 
8.3. O adulto brincante e sua importância para o fortalecimento de 
vínculos com as crianças 
8.4. Integração de novas formas de brincar como processo de 
aprendizagem 
Unidade IX - Propostas de atividades lúdicas como 
estratégia para o desenvolvimento infantil e o 
fortalecimento de vínculos familiares ....................... 109
Aula Narrada 9
9.1. A metodologia do PCF como ferramenta para o uso do lúdico 
no fortalecimento de vínculos e no exercício da parentalidade. Falar 
das visitas familiares como proposta do lúdico e fortalecimento dos 
vínculos.
7
Significado dos
ícones da apostila
 Como forma de facilitar a compreensão dos conteúdos apresentados 
assim como seu estudo, no decorrer das apostilas você irá encontrar alguns 
ícones como os inseridos abaixo. Esses ícones tem por objetivo destacar algumas 
partes do conteúdo, para chamar sua atenção. Cada figura tem uma função, 
confira: 
Perguntas em destaque: questionamentos que 
conduzem à reflexão ou explicação de alguns termos 
importantes.
Links de vídeos para complementar e 
aprodundar os estudos.
Links na internet, onde é possível acessar 
sites ou artigos relacionados ao tema.
 Sínteses e afirmações importantes 
sobre o conteúdo para se atentar. 
8
Apresentação e 
Guia de Estudos da 
Unidade I
 Caro cursista, bem-vindo ao nosso Módulo I! 
 Neste primeiro módulo vamos conhecer um pouco mais sobre os 
marcos legais que foram determinantes para a efetivação de políticas 
para a primeira infância voltadas para a garantia de direitos das crianças 
e seu desenvolvimento integral. É importante considerar que as políticas 
públicas podem ser exercidas através de vários instrumentos considerando 
as intenções e ações do poder público na primeira infância. Para que sejam 
formalizadas essas ações devem estar previstas na forma de leis que são 
reconhecidamente marcos teóricos na conjuntura sociopolítica do país.
 Não basta termos, enquanto cidadãos, o entendimento de que 
a criança é sujeito de direitos, faz-se necessário também que o poder 
público institua políticas públicas para tornar real a possibilidade 
de efetivação desses direitos da criança por meio de legislações 
que irão resguardar e indicar a necessidade de políticas públicas e 
sociais para a primeira infância formalizadas em diferentes ações. 
 Nesta Unidade I, conheceremos alguns marcos legais que são 
fundamentais para compreender o Programa Criança Feliz no que se 
refere ao fortalecimento da Proteção à Primeira Infância - PCF. Por 
isso, o entendimento acerca destes marcos legais nos possibilita conhecer 
e considerar o contexto em que o Programa Criança Feliz - PCF se consolida. 
 O principal objetivo nesta unidade é entender que as leis e decretos 
são de extrema importância para construção e execução de políticas 
e programas sociais em prol da Primeira Infância com o propósito de 
contribuir para o desenvolvimento integral da criança de 0 a 6 anos de idade.
9
Serão considerados como marcos legais da primeira infância no país:
 A Lei 13.257 de 08 de março de 2016 que dispõe sobre as 
políticas públicas voltadas para a primeira infância;
A Portaria Interministerial N. 01 de 04 de abril de 2018 
que define asações intersetoriais voltadas à promoção da 
primeira infância; 
O Decreto N. 9.579 de 22 de novembro de 2018 que dispõe 
sobre a temática do lactente, da criança e do adolescente e 
do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos da 
Criança e do Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança 
e o Adolescente e os programas federais da criança e do 
adolescente, alterando o Decreto N. 8.869 de 05 de outubro 
de 2016; 
O Decreto N. 9.855 de 25 de junho de 2019 que institui o 
Comitê Gestor do Programa Criança Feliz; 
E a Portaria 664 de 02 de setembro de 2021 que consolida 
os atos normativos que regulamentam o Programa Criança 
Feliz/Primeira Infância no Sistema Único de Assistência Social 
- SUAS.
 Para subsidiar o aprofundamento sobre os conhecimentos dos 
marcos legais, siga a seguinte ordem de estudos: Leia, na apostila, a Aula 1 
com a Unidade 1.
1. Leia a apostila, que corresponde ao módulo I.
2. Assista a aula narrada 1.
3. Faça os exercícios de fixação da Aula 1.
4. Desafie -se no jogo de palavras cruzadas.
 
Bons estudos!
10
Aula Narrada 1:
Conhecendo os Marcos
Legais da Primeira Infância
 Estudar sobre legislação para muitas pessoas talvez não seja algo muito 
motivacional. Sabemos o quanto pode ser monótono o estudo sobre leis, decretos, 
portarias, dentre outros documentos legais. 
 Entretanto, só é possível conhecermos como se constroem as políticas 
públicas e as ações em prol dos direitos humanos, aqui especificamente, dos direitos 
da criança de 0 a 6 anos, se nos dispusermos a mergulhar nesse ambiente dos 
documentos legais. Por isso, convidamos você a desafiar-se buscando compreender 
essas normativas.
 A junção entre política e legislação é um meio de legitimar os processos de 
implementação de mudanças consideradas decisivas para colocar em execução 
as políticas para a primeira infância. As leis instituem os princípios, diretrizes e 
objetivos a serem seguidos para direcionar as ações e validá-las legalmente.
 Assim, desde março de 2016, nosso País estabeleceu uma lei específica 
que propõe as diretrizes para as políticas públicas para as crianças de 0 a 6 anos, 
reconhecida como a Lei que estabelece o Marco Legal para a Primeira Infância. Esta 
Lei foi construída à muitas mãos durante 2 anos até ser sancionada como Lei nº 
13.257/2016 em 08 de março de 2016. 
1.1. A Lei N. 13.257/2016:
 O Marco Legal para a Primeira Infância é uma das grandes vitórias em atenção 
à especificidade e à relevância dos 6 primeiros anos de vida no desenvolvimento 
infantil. 
Nela é resguardada a relevância do direito 
de brincar da criança de 0 a 6 anos, de serem 
cuidadas por profissionais qualificados e terem 
prioridade nas políticas públicas federais, 
estaduais e municipais, dentre outras conquistas 
que conheceremos nesta Unidade. 
11
 Esta Lei também abre possibilidades de iniciativas por meio de programas 
e serviços que atenderão às necessidades para o desenvolvimento integral das 
crianças desde seu nascimento até os 6 anos de idade.
 É interessante atentar-se para o fato de que esta lei institui princípios, 
diretrizes e objetivos para a Primeira Infância no Brasil e dispõe sobre políticas 
públicas voltadas para esta área. Assim, já no seu artigo 1º a lei estabelece 
princípios e diretrizes para formulação de políticas públicas à primeira infância e 
que tenha como prioridade os primeiros anos de vida das crianças, onde se inicia 
o desenvolvimento infantil. Reafirmando essas diretrizes, o 3º artigo da lei diz que 
a prioridade absoluta em garantir os direitos das crianças e dos adolescentes se 
fará por meio do Estado1 ao estabelecer políticas, planos e programas e serviços 
voltados à primeira infância. 
 Observem que a Lei demarca o Estado como responsável por construir e 
executar essas políticas. Mas isso não significa que seja apenas uma atribuição 
doEstado promover o desenvolvimento infantil. 
 Objetivando não reproduzir os artigos que constam nesta lei, fizemos a 
opção por apresentar a você o destaque das principais ações previstas na mesma:
Sugerimos para maior compreensão e 
correlação com os destaques aqui apresentados, 
a leitura da Lei nº 13.257/2016 em 08 de março de 
2016 no seguinte link: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm .
 
1 Leia-se o Governo Federal. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
12
 Apresentamos os seguintes destaques sobre a Lei para nortear as ações 
posteriores junto às crianças e suas respectivas famílias:
Prioridade absoluta em assegurar os direitos da criança, estabelecendo 
políticas, planos, programas e serviços para a primeira infância que 
atendam as especificidades da faixa etária e garanta o desenvolvimento 
integral da criança considerando sua condição de sujeito de direitos e 
de cidadã respeitando a individualidade, ritmos de desenvolvimento e 
valorizando a diversidade da infância brasileira assim como, reduzir as 
desigualdades no acesso aos bens e serviços.
As áreas prioritárias para definição de políticas para a primeira infância 
são: saúde, alimentação, educação, convivência familiar e comunitária, 
assistência social, cultura, o brincar e o lazer e a proteção contra toda forma 
de violência, a prevenção de acidentes e medidas que evitem a pressão 
consumista e exposição precoce à comunicação mercadológica.
Faz-se necessário que a União busque a adesão dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios para o atendimento dos direitos da criança na 
primeira infância, oferecendo assistência técnica na elaboração de planos 
estaduais, distrital e municipais para a primeira infância articulando os 
diferentes setores.
As políticas para a primeira infância serão implementadas junto às 
instituições visando cursos para a formação de profissionais qualificados, 
para possibilitar a expansão com qualidade dos diversos serviços.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios apoiarão a 
participação das famílias em redes de proteção e cuidado da criança, 
fortalecendo vínculos com prioridade aos contextos que apresentem riscos 
ao desenvolvimento da criança. 
A expansão da educação infantil deverá assegurar a qualidade da 
oferta, com instalações e equipamentos de acordo com o que estabelece 
o Ministério da Educação, com profissionais qualificados e com currículo 
e materiais pedagógicos adequados à proposta pedagógica.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão organizar 
e estimular a criação de espaços lúdicos que propiciem o bem-estar, o 
brincar e o exercício da criatividade em locais públicos e privados onde 
haja circulação de crianças, bem como a fruição de ambientes livres e seguros 
em suas comunidades.
Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e 
adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, 
sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de 
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, 
região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as 
famílias ou a comunidade em que vivem.
13
 É importante compreender que a necessidade de cada grupo que luta 
por melhorias e pelos mesmos valores se transforma em demandas sociais 
que posteriormente são reivindicadas como planos de governo. O desafio é 
fortalecer os espaços de diálogo e discussão com o Estado para resolver ou 
minimizar os problemas sociais existentes. 
 Assim, em um cenário social abrangente, a primeira infância tem 
importância ímpar na consolidação de uma sociedade justa, democrática e 
cidadã e que, portanto, precisa de articulações com setores como assistência 
social, saúde, educação, cultura, direitos humanos e direitos das crianças e 
adolescentes, entre outras.
 
Para isso, a promoção da intersetorialidade é 
fundamental para a execução de políticas assertivas 
que atendam às crianças.
Ações
Intersetoriais
Assistência
SocialEducação
Direitos
Humanos
Cultura
Saúde
Cultura
Direitos da
Criança e do
Adolescente
14
 O marco legal da Primeira Infância ainda traz outros pontos, porém, como não 
é nosso objetivo decorar a lei, mas sim usá-la como instrumento de qualificação de 
nosso trabalho, esses pontos são suficientes para compreendermos a importância 
de um marco legal para institucionalização e efetivação de políticas públicas e 
políticas sociais. 
Especificamente, 
no que diz respeito ao Programa Criança Feliz, 
o Marco Legal da Primeira Infância tem sido 
essencial para articulação de ações que vão desde 
a garantia de direitos básicos, à formação dos 
profissionais que atuam com desenvolvimento 
infantil, à valorização de diferenças culturais e 
do brincar como estímulo de melhor infância. 
 
 É importante ter em mente que quanto mais políticas e programas sociais 
promovendo o desenvolvimento infantil, maior será a efetivação dos objetivos do 
PCF, já que as políticas sociais atuam de maneira articulada. Vale lembrar que a 
Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância - SNAPI é quem coordena as 
ações para a primeira infância no ministério da cidadania e também do Programa 
Criança Feliz - PCF.
1.2. A Portaria Interministerial N. 1/20182 
 Considerando a conjugação de esforços entre União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios visando a execução descentralizada e integrada de políticas 
públicas para a primeira infância surge a implementação do Programa Criança 
Feliz - PCF, através da Portaria Interministerial N. 1 de 04 de abril de 2018, 
como instrumento de integração e articulação de diretrizes, competências e ações 
para o atendimento integral da criança com redução das desigualdades priorizando 
o investimento público na promoção da justiça social, da equidade e da inclusão 
sem discriminação da criança e da família.
 Esta Portaria3 estabelece diretrizes, objetivos e competências para a 
promoção da intersetorialidade, no âmbito do Programa Criança Feliz, e dá outras 
providências.
 
2 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-
portaria-interministerial-n-1-de-4-de-abril-de-2018-9380488 
3 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-
portaria-interministerial-n-1-de-4-de-abril-de-2018-9380488 
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-porta
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-porta
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-porta
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-porta
15
É importante ressaltar que
um dos eixos do PCF diz respeito à intersetorialidade. Além 
das visitas domiciliares o PCF tem como objetivo promover 
ações intersetoriais que contribuem para minimizar a 
situação de vulnerabilidade, em que muitas vezes as famílias 
se encontram, mas principalmente, para promoção do 
desenvolvimento humano desde os primeiros anos de vida, 
acreditando no cuidado e na proteção para uma melhor 
integração da criança na sociedade. 
 Sendo assim, compreender melhor o que traz a Portaria Interministerial N. 
01 nos ajuda a identificar estratégias e ações para encaminhamento e resolução de 
problemas cotidianos.
 
16
 Antes de passarmos para alguns dos pontos definidos na portaria, façamos 
as seguintes reflexões: 
O que são e como podem acontecer essas visitas domiciliares? 
Nas visitas domiciliares, além das atividades de fortalecimento de 
vínculos entre cuidadores, gestantes e crianças, quais outras ações 
são necessárias para realização do PCF no seu município? 
Quem são os atores que pensam essas ações? Quem e quais são os 
encaminhamentos tomados? 
 Essas ações dizem respeito a intersetorialidade do programa. Muito antes 
do PCF iniciar as visitas domiciliares, diversas atividades são realizadas para 
garantir seu funcionamento, como por exemplo:
Adesão do 
município ao 
programa 
Contratação e 
capacitação das 
equipes do PCF
Local onde a 
equipe ficará 
instalada
Articulação com o 
CRAS e com o 
Conselho Municipal 
de Assistência 
Social
 É necessário dialogar com outras áreas como saúde, educação, cultura e 
direitos humanos para criação do Comitê Gestor que acompanha os trabalhos 
do PCF na localidade. Todas essas ações são intersetoriais. 
 Essas ações intersetoriais exigem: 
articulação da rede, reuniões, discussões acerca 
da melhor maneira de executar o Programa Criança 
Feliz, mas acima de tudo, de como essas ações 
podem contribuir para o desenvolvimento infantil e 
promover a primeira infância como área prioritária 
na região.
 Ao pensar e responder essas perguntas, já entendemos um pouco do 
que prevê a Portaria Interministerial N. 1, uma vez que seu principal objetivo 
é delimitar diretrizes que garantam a intersetorialidade do Programa Criança 
Feliz. Mas outro ponto importante de ser guardado sobre a Portaria é que 
ela também define ações ministeriais para promoção da intersetorialidade. 
Isto quer dizer que para cada Ministério são dirigidas certas competências 
para as ações intersetoriais. Como trata-se de uma Portaria, foram delimitadas 
ações para os cinco ministérios que compõem o Comitê Gestor do PCF, além das 
competências comuns a todos eles. 
17
É importante compreender que a criação de 
comitê, assim como de colegiados e conselhos, são 
formas de garantir a intersetorialidade, uma vez que 
articulam diferentes áreas para pensar estratégias 
e objetivos na execução de uma política pública, ou 
social, ou mesmo de um programa social. 
Para compreender melhor sobre 
a importância e a necessidade da 
intersetorialidade como eixo fundamental das 
ações do PCF sugerimos assistir ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=GrKAGj_
Pzyc#action=share 
1.3. Como Surge o Programa Criança Feliz:
 Criado pela Portaria Ministerial N. 1 de 04 de abril de 2018, 
o Programa Criança Feliz surge como um 
importante instrumento para que as famílias com 
crianças entre 0 e 6 anos tenham a possibilidade 
de promover desenvolvimento integral das 
crianças em todos os seus aspectos: físico-motor, 
social, afetivo, cognitivo e moral. 
https://www.youtube.com/watch?v=GrKAGj_Pzyc#action=share 
https://www.youtube.com/watch?v=GrKAGj_Pzyc#action=share 
18
 Como parte do Marco legal da Primeira Infância propõe diretrizes para 
a formulação e a implementação de políticas públicas para a primeira 
infância em atenção à especificidade e à relevância dos primeiros anos de 
vida no desenvolvimento infantil e no desenvolvimento do ser humano4.
 O Programa Criança Feliz, coordenado pela SNAPI, é uma iniciativa do 
Ministério da Cidadania através da Secretaria Nacional de Promoção do 
Desenvolvimento Humano, mas tem abrangência intersetorial envolvendo 
outras secretarias, dentre elas, a Secretaria Nacional de Assistência Social, 
responsável pelas políticas de Proteção Social Básica, fundamental para o 
atendimento às famílias e garantia de direitos. Nesse sentido, a articulação 
entre diversas Secretarias para a implementação do Programa Criança Feliz é 
de extrema importância quando se pensa na primeira infância. 
 Inicialmente o PCF foi instituído pelo Decreto N. 8.869 de 05 de outubro 
de 2016. Mas recentemente, o governo federal instituiu outro Decreto que, 
além de reinstituir o Programa Criança Feliz, consolida atos normativos, 
apresentam outras diretrizes, objetivos e competência no que se refere à 
proteção de lactente, crianças e adolescente e aprendiz, dispõe sobre fundos 
nacionais dessas mesmas áreas e dá outras providências. Portanto, o PCF é, 
agora, instituído pelo Decreto N. 9.579 de 22 de novembro de 2018 e pela 
Portaria MC Nº 664, de 2 de setembro de 2021.
 1.4. Objetivos e Ações do PCF :
 O trabalho conjunto para a efetivação das ações previstas dentro do PCF 
tem os seguintes objetivos:I - promover de forma articulada o desenvolvimento humano, a partir do apoio 
e acompanhamento do desenvolvimento integral na primeira infância, por meio 
da integração de ações, apoiando gestantes e demais membros da família na 
preparação para o nascimento e nos cuidados perinatais, e colaborando no exercício 
da parentalidade, através do fortalecimento dos vínculos e do papel das famílias 
em sua função de cuidado, proteção, promoção do desenvolvimento e educação de 
crianças na faixa etária de até seis anos de idade, mediando o acesso da gestante, das 
crianças na primeira infância e das suas famílias a políticas e serviços públicos de que 
necessitem;
II - Favorecer a qualidade e eficiência das políticas públicas, otimizando recursos e 
evitando sobreposição de ações.
 As articulações intersetoriais dos ministérios cidadania, por meio da 
Secretaria Nacional de Assistência Social, ministério da saúde, ministério da 
educação, ministério da mulher, família e direitos humanos - MMFDH, visam, 
entre outras ações:
4 https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/crianca-feliz/copy_of_o-programa
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/crianca-feliz/copy_of_o-programa
19
Apoiar a oferta de visitas domiciliares sistemáticas orientadas à promoção 
do desenvolvimento integral das crianças na primeira infância em 
situação de vulnerabilidade e risco social, fortalecendo vínculos familiares 
e comunitários, consideradas sua família e seu contexto de vida;
Qualificar a oferta dos serviços e fortalecer a articulação da rede 
socioassistencial;
Promover, em conjunto com o sistema de garantia de direitos, ações de 
fortalecimento da convivência familiar e comunitária, incluída a adoção 
de medidas protetivas que priorizem a manutenção da criança de até 6 
anos na família de origem, extensa ou ampliada, ou em famílias guardiãs;
Priorizar o acolhimento em famílias acolhedoras das crianças na primeira 
infância afastadas do convívio familiar;
Qualificar a oferta dos serviços de acolhimento, promovendo de forma 
articulada a formação dos profissionais em metodologias de cuidado 
integral e construção de vínculos afetivos;
Promover mobilização, capacitação, apoio técnico e educação permanente, 
abordando especificidades, cuidados e atenções a gestantes, crianças 
na primeira infância e suas famílias, respeitadas todas as formas de 
organização familiar, com foco nas ações de promoção da parentalidade 
participativa;
Apoiar as secretarias estaduais e municipais de saúde na ampliação e na 
qualificação das ações da atenção básica na assistência ao pré-natal e 
ao puerpério e no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento 
infantil, especialmente junto a gestantes, gestantes adolescentes e 
famílias beneficiárias do Cadastro Único, do PBF e do Benefício de 
Prestação Continuada;
Incentivar a expansão do Pré-Natal do Parceiro nos municípios 
participantes do Programa Criança Feliz, envolvendo o pai/parceiro em 
todo o processo de planejamento reprodutivo, gestação, parto, puerpério 
e cuidado parental;
Distribuir a Caderneta da Criança como instrumento de promoção 
e vigilância do crescimento e desenvolvimento integral da criança, 
fomentando o registro qualificado nos sistemas de informações de todas 
as etapas do crescimento e desenvolvimento das crianças menores de três 
anos, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde;
Fortalecer a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil nos municípios 
participantes do Programa Criança Feliz, desenvolvendo ações de 
prevenção e controle da má-nutrição infantil, incluídas as relacionadas à 
obesidade infantil;
Ampliar e fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial e o cuidado realizado 
nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS e CAPS infanto Juvenil) ou na 
Atenção Básica quando não houver CAPS;
20
Apoiar o desenvolvimento de ações de capacitação e educação permanente 
aos gestores e profissionais das equipes de Atenção Básica sobre ações 
a serem desenvolvidas em prol do desenvolvimento integral na primeira 
infância;
Potencializar e valorizar o território e a cultura local no âmbito das visitas 
domiciliares;
Fortalecer o papel dos jogos e das brincadeiras nos territórios e sua 
importância no desenvolvimento da criança;
Fortalecer o empoderamento cultural da criança, promovendo estimulação 
criativa no contato com a diversidade cultural de seu território e dos 
vínculos afetivos e interpessoais;
Apoiar os municípios e o Distrito Federal na ampliação da oferta da 
educação infantil gratuita às crianças de até cinco anos de idade, 
considerando, quando necessário, as especificidades das populações do 
campo, indígenas e quilombolas, de acordo com o Plano Nacional de 
Educação;
Fortalecer o atendimento ao educando em todas as etapas da educação 
básica, por meio de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;
Apoiar os municípios na construção de propostas pedagógicas que 
garantam o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos em 
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a 
ação da família e da comunidade;
Sensibilizar os gestores sobre a importância da parceria entre escola 
e comunidade, de forma a ocupar criativamente o espaço escolar, 
inclusive nos finais de semana, com atividades educativas, culturais e de 
fortalecimento de vínculos entre família e comunidade escolar;
Desenvolver proposta de conteúdos teóricos e metodológicos para 
facilitadores/mediadores de grupo, de modo a subsidiar o processo de 
implementação de atividades complementares das escolas de educação 
infantil, com foco na promoção do desenvolvimento integral na primeira 
infância;
Integrar o Programa Criança Feliz com o Sistema de Garantias de Direitos;
Fortalecer e qualificar a atuação dos Conselhos de Direitos Humanos, 
Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e Conselhos Tutelares;
Sensibilizar os profissionais envolvidos no Programa Criança Feliz para a 
educação não violenta e implementar a Lei nº 13.010, de 26 de junho 
de 2014, em especial o direito da criança e do adolescente de serem 
educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel 
ou degradante;
21
 A lei 13.257 de 08 de março de 2016 e a Portaria Interministerial N.1 de 04 
de abril de 2018, representaram um salto no que se refere à regulamentação das 
políticas para a primeira infância no país. 
 Logo depois, uma série de Decretos tratam da temática da criança e do 
adolescente, dentre eles o Decreto N. 9.579 de 22 de novembro de 2018 que versa 
sobre os direitos fundamentais referente a alimentação, comércio e publicidade, 
rotulagem, divulgação; do direito à segurança da criança e do adolescente visando 
a redução da violência; dos direitos e garantias do aprendiz; da organização e 
funcionamento dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente. 
 
1.5. Decreto N. 9.855/2019:
 O Decreto N. 9.855 de 25 de junho de 2019 dispõe sobre o Comitê 
gestor do Programa Criança Feliz como órgão de assessoramento destinado 
a planejar, articular e executar as ações setoriais com vistas ao atendimento do 
público-alvo do programa através dos seguintes ministérios:
• Cidadania;
• Educação;
• Justiça e Segurança Pública;
• Saúde;
• Mulher, da Família e dos Direitos Humanos;
• Turismo.
Convidamos você a conhecer este Decreto 
na íntegra por meio do link: https://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/
d9855.htm. 
Ações Conjuntas
Programa
Criança Feliz
CriançasFamílias
Comitê GestorMinistérioda
Cidadania
Ministério
da
Educação
Ministério
da
Justiça
Ministério
da Saúde
Ministério
da Mulher,
Família e
Direitos
Humanos
Ministério
do
Turismo
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9855.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9855.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9855.htm
22
 Esta normativa trata das responsabilidades deste comitêgestor; como 
ele deve se organizar para desenvolver as ações que lhes cabem e quem deverá 
assumir a Secretaria Executiva desse comitê. Boa leitura!
1.6. A Portaria N. 664/2021:
 Além dos marcos normativos e legais da primeira infância que elencam 
as políticas descentralizadoras e integradas que responsabiliza não somente 
a União, mas o Distrito Federal, estados e municípios através de seus agentes 
institucionais e sociedade civil com ampla discussão sobre a promoção do 
desenvolvimento infantil, o Programa Criança Feliz está regulamentado 
pela Portaria 664 do Ministério da Cidadania trazendo como principais atos 
normativos: 
Atendimento prioritário a gestantes e crianças de até setenta e dois 
meses (6 anos) e suas famílias incluindo: as inseridas no CadÚnico, no 
Benefício de Prestação Continuada, crianças afastadas do convívio 
familiar em função de medidas protetivas e crianças inseridas 
no CadÚnico que perderam pelo menos um de seus responsáveis 
familiares no período da pandemia de covid 19;
Promover o desenvolvimento humano a partir do apoio e do 
acompanhamento do desenvolvimento infantil integral na primeira 
infância;
Apoiar a gestante e a família na preparação para o nascimento e 
nos cuidados perinatais;
Colaborar no exercício da parentalidade, fortalecendo os vínculos 
e o papel das famílias para o desempenho da função de cuidado, 
proteção e educação de crianças na primeira infância;
Mediar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e 
das suas famílias a políticas e serviços públicos de que necessitem; e
Integrar, ampliar e fortalecer ações de políticas públicas voltadas 
para as gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias.
 
Para conhecer melhor sobre a portaria 664 que 
rege o Programa Criança Feliz sugerimos assistir 
ao vídeo disponível no youtube no seguinte link: 
Portaria Nº664 - Programa Criança Feliz .
https://www.youtube.com/watch?v=vA8GULfVT84
23
 Para cumprir com os objetivos do Programa Criança Feliz são previstas 
na Portaria 664 ações em conjunto com profissionais capacitados que serão os 
mediadores diretos junto às famílias. As principais ações a serem desenvolvidas 
pela equipe técnica são:
I - Realização de visitas domiciliares periódicas, por profissional 
capacitado, e de ações intersetoriais que apoiem gestantes e famílias e 
favoreçam o desenvolvimento da criança na primeira infância;
II - A capacitação e a educação permanente de profissionais que 
atuam no Programa, com vistas à qualificação do atendimento e ao 
fortalecimento da intersetorialidade;
III - O desenvolvimento de conteúdo e material de apoio para o 
atendimento intersetorial e à promoção da parentalidade, com vistas 
ao desenvolvimento na primeira infância;
IV - O apoio aos estados, Distrito Federal e Municípios, visando à 
mobilização, à articulação intersetorial e à implementação do Programa;
V - A promoção de estudos e pesquisas acerca do desenvolvimento 
infantil integral; 
VI - A qualificação dos cuidados nos serviços de acolhimento para 
crianças na primeira infância afastadas do convívio familiar em razão 
da aplicação de medida de proteção prevista no art. 101, caput, incisos 
VII e VIII, da Lei nº 8.069, de 1990.
 O Programa Criança Feliz é coordenado pela Secretaria Nacional de 
Atenção à Primeira Infância - SNAPI, do Ministério da Cidadania e dentro do 
modelo de governança do programa, as ações serão desenvolvidas pelos 
Estados, Distrito Federal e Municípios que aderirem ao PCF, sendo responsáveis 
pela elaboração e implementação de seus planos, monitoramento das ações 
em cada esfera, articulação com os respectivos comitês gestores e órgãos 
de controle social e, no caso dos estados, mobilização e monitoramento dos 
Municípios.
 A equipe técnica referência do PCF é composta em cada esfera da 
seguinte maneira:
I - No Município:
a) supervisor: profissional de nível superior, que atuará na 
implementação e supervisão técnica do Programa, nas atividades de 
capacitação e educação permanente dos visitadores locais, no apoio 
ao planejamento e registro de informações no sistema eletrônico do 
Programa, bem como na articulação dos serviços e das políticas setoriais 
no território com a política setorial da assistência social;
24
b) visitador: profissional de nível médio ou superior, responsável pelo 
planejamento, realização, registro e acompanhamento das visitas 
domiciliares, inclusive no sistema eletrônico do Programa;
II - No Estado:
a) coordenador: profissional de nível superior, com experiência em gestão 
de programas e/ou projetos, que atuará na coordenação e gestão do PCF, 
bem como na articulação dos serviços socioassistenciais e das políticas 
setoriais no território.
b) multiplicador: profissional de nível superior, com experiência na 
área de desenvolvimento infantil, saúde, educação ou assistência social, 
devidamente certificado pela SNAPI, responsável pelas atividades de 
capacitação e educação permanente dos supervisores, pelo monitoramento 
in loco e remoto, além das atividades de apoio à implementação e 
supervisão do Programa no estado;
 A implementação do Programa Criança Feliz promove ações intersetoriais 
que tem como principal objetivo o desenvolvimento integral da criança 
no contexto familiar e na sociedade através da articulação de agentes da 
assistência social, saúde, educação, cultura e direitos humanos considerando a 
corresponsabilidade entre os entes federados na implementação das políticas 
públicas em defesa da infância colocando como protagonista a criança e seus 
direitos fundamentais, a família e a diversidade de contextos, culturas e crenças 
com a participação da sociedade civil e movimentos sociais.
 
Saiba mais: https://www.youtube.com/
watch?v=CeCu3SEmClg
 Para finalizar o estudo sobre essa Unidade sobre Marcos legais que dão 
base à promoção do desenvolvimento infantil no Brasil convidamos você 
a buscar inspiração nesta música que retrata o motivo pelo qual devemos ter 
esperança e lutar para que nossas crianças sejam cuidadas com muito carinho, 
responsabilidade e respeito. Elas não são somente a “semente do amanhã”, 
elas são sujeitos de direitos que merecem toda nossa atenção hoje e por isso, 
como adultos, nunca devemos perder a esperança de lutar para que o Marco 
Legal para a Primeira Infância seja efetivado em todos os lugares do nosso País. 
Finalizamos assim:
https://www.youtube.com/watch?v=CeCu3SEmClg
https://www.youtube.com/watch?v=CeCu3SEmClg
25
Ontem um menino que brincava me falou
que hoje é semente do amanhã...
Para não ter medo que este tempo vai passar...
Não se desespere não, nem pare de sonhar
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs...
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar!
Fé na vida, Fé no homem, Fé no que virá!
Nós podemos tudo,
Nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será
(Semente do Amanhã - Gonzaguinha)
Diante de tudo isso, não podemos esquecer de que:
Juntos “nós podemos tudo, nós podemos mais”. Vamos 
fazer a nossa parte implementando com responsabilidade as 
ações do Programa Criança Feliz!
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Portaria MC nº 664, de 2 de setembro de 2021. Consolida os atos normativos que 
regulamentam o Programa Criança Feliz/Primeira Infância no Sistema Único de Assistência Social 
- SUAS. DOU. Brasília, DF, Edição: 169, Seção: 1, P. 2. Publicado em: 06/09/2021, Disponível em: 
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mc-n-664-de-2-de-setembro-de-2021-343007090
BRASIL. Portaria Interministerial N. 01 de 04 de abril de 2018. Estabelece diretrizes, objetivos 
e competências para a promoção da intersetorialidade, no âmbito do Programa Criança Feliz, e 
dá outras providências. DOU. Brasília, DF, Edição: 66, Seção: 1, P. 66. Publicado em: 06/04/2018, 
Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/
id/9380492/do1-2018-04-06-portaria-interministerial-n-1-de-4-de-abril-de-2018-9380488
BRASIL. Decreto nº 8.869 de 5 de outubro de 2016. Institui o Programa Criança Feliz.DOU. Brasília, 
DF, Edição: 193, Seção: 1, P. 2. Publicado em: 05/10/2016. Disponível em: https://aplicacoes.mds.
gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2016/documentos/D8869.pdf
BRASIL. Lei nº 13.257 de 8 de março de 2016. Dispõe sobre a política de primeira infância. DOU. 
Brasília, DF, Edição: 46, Seção: 1, P. 1. Publicado em 09/03/2016. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
 BRASIL. Decreto Nº 9.855, de 25 de junho de 2019. Dispõe sobre o Comitê Gestor do Programa 
Criança Feliz. DOU. Brasília, DF, Edição: 121, Seção: 1, P. 11. Publicado em: 26/06/2019. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9855.htm
BRASIL. Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de 2018. Dispõem sobre a temática do lactente, da 
criança e do adolescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do 
Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente e os programas federais da criança 
e do adolescente, e dá outras providências. DOU. Brasília, DF, Edição: 225, Seção 1, P. 49. Publicado 
em: 23/11/2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/
decreto/D9579.htm 
CAVALCANTI, Camila Dias. Roteiro do curso: As diversidades das infâncias 
e famílias brasileiras e o PCF. Ministério da Cidadania. Secretaria Especial do 
Desenvolvimento Social. s/d. p. 80. Disponível em: https://drive.google.com/drive/
folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INF NCIA. Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. 2020. Disponível em: 
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/impacto/marco-legal. Acesso em 05 de janeiro de 2022.
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INF NCIA: AVANÇOS E DESAFIOS. Prioridade Absoluta. 2021. 
Disponível em: https://prioridadeabsoluta.org.br/noticias/marco-legal-da-primeira-infancia-
avancos-e-desafios. Acesso em 05 de janeiro de 2022.
O PROGRAMA. Governo Federal/Ministério da Cidadania. 2021. Disponível em: https://www.gov.
br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/crianca-feliz/copy_of_o-programa. Acesso em 05 de janeiro 
de 2022.
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mc-n-664-de-2-de-setembro-de-2021-343007090 
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-porta
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https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2016/documentos/D8869.pdf
https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2016/documentos/D8869.pdf
https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2016/documentos/D8869.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9855.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9579.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9579.htm
https://drive.google.com/drive/folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
https://drive.google.com/drive/folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/impacto/marco-legal/
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/impacto/marco-legal/
https://prioridadeabsoluta.org.br/noticias/marco-legal-da-primeira-infancia-avancos-e-desafios/
https://prioridadeabsoluta.org.br/noticias/marco-legal-da-primeira-infancia-avancos-e-desafios/
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/crianca-feliz/copy_of_o-programa
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/crianca-feliz/copy_of_o-programa
27
Apresentação e 
Guia de Estudos da 
Unidade II e III
 Olá cursista, bem-vindo ao nosso Módulo II! 
 Neste segundo módulo, vamos conhecer um pouco mais sobre a 
Educação Permanente, tema da unidade II deste curso. Na sequência, 
como parte da unidade III, vamos estudar um pouco sobre o que são 
Políticas Públicas e Políticas Sociais, bem como sua importância para a 
garantia de direitos da criança. Além disso, será possível compreender 
sobre a contribuição das Políticas Públicas Intersetoriais para efetivação 
das ações junto ao Programa Criança Feliz. 
 Ao mergulharmos nos estudos da unidade II, vamos compreender 
sobre o conceito de Educação Permanente e sua importância para 
as nossas práticas cotidianas. Para os cidadãos e profissionais que 
trabalham com a temática da Primeira Infância, a Educação Permanente 
é uma parte determinante do nosso cotidiano, contribuindo para nossas 
ações em prol da promoção do desenvolvimento infantil. 
 Para aprofundar esses conhecimentos, siga a seguinte ordem de 
estudos: 
1. Leia, na apostila, a Aula 2;
2. Assista a aula narrada 2;
3. Faça os exercícios de fixação da Aula 2;
4. Desafie -se resolvendo o jogo de palavras cruzadas.
28
 Na unidade III, vamos conhecer sobre o que são e qual a importância das 
Políticas Públicas e Sociais na garantia de direitos fundamentais da criança 
para a promoção do desenvolvimento infantil; compreender as especificidades 
dessas políticas, principalmente as Políticas Intersetoriais para a concretização 
das ações do Programa Criança Feliz. Para isso, um ponto importante é nos 
colocarmos dispostos a refletir sobre o quanto as Políticas Públicas e Sociais são 
fundamentais para a garantia de direitos, como saúde, educação, assistência 
social, habitação, dentre outros; e como as Políticas Públicas e Sociais são 
elaboradas e consolidadas, principalmente, considerando a proteção social da 
primeira infância no País. 
 Para aprofundar esses conhecimentos, siga também a seguinte ordem: 
1. Leia, na apostila, a Aula 3;
2. Assista a aula narrada 3;
3. Faça os exercícios de fixação;
4. Desafie -se resolvendo o jogo de palavras cruzadas.
 
Bons estudos!
29
Aula Narrada 2:
Educação Permanente
1.1. O que é Educação Permanente 
 O objetivo desta aula é proporcionar a compreensão de como a Educação 
Permanente é importante para nossas práticas cotidianas e que, ao contrário do 
que pensamos, o processo de Educação Permanente não precisa ser algo complexo, 
distante de nossa realidade. Ao contrário, neste módulo, vamos ver que é a partir 
de nossos conhecimentos que a Educação Permanente pode ser pensada. 
 Começamos essa reflexão com a seguinte pergunta: 
Você já escutou em algum momento de sua 
vida estas frases?
“Educação é o caminho para o futuro”!
“O estudo é importante para a vida”!
 Acreditamos que, em algum momento, sim. Provavelmente também já ouviu 
afirmações sobre a importância de continuar estudando, seja para construir um 
futuro melhor para você mesmo, seja para tornar o mundo um lugar melhor.
Pois bem, a Educação Permanente está diretamente relacionada à ideia de que 
a aprendizagem é um processo que pode acontecer por meio de ações formais 
e/ou informais, com a intenção de proporcionar reflexões sobre questões práticas, 
objetivando buscar soluções para elas. 
 Considerando que toda ação educativa é uma ação humana e que leva à 
construção do conhecimento, é possível compreendermos como se configura 
a Educação Permanente. Assim, podemos afirmar que a Educação Permanente 
está diretamente relacionada à educação para o século XXI, “na qual a síntese do 
pensamento pedagógico é o educar-se de forma permanente, tendo o trabalho 
como princípio educativo” (VIEIRA, 2013, p. 179).
 Então, como podemos conceituar a Educação Permanente?
“A educação permanente é apresentada como aprendizagem no 
trabalho, em que o aprender e o ensinar são incorporados ao cotidiano 
das organizações e ao processo de trabalho. Uma política de educação 
permanente necessita enfrentar, em sua concepção e desenvolvimento, 
o desafio de constituir-se em um eixo transformador, em uma estratégia 
mobilizadora de recursos e poderes e em recurso estruturante do 
fortalecimento” (SILVA; BARLEM; LUNARDI; SANTOS, 2008, p.257). 
30
Mas qual a relação da Educação Permanente com a formação profissional? 
 A Educação Permanente é uma ação educativafundamental para 
a qualificação do exercício profissional, principalmente, considerando a 
execução de uma política ou programa social que busca intervir na realidade 
dos indivíduos e de seus territórios. Afinal, a nossa intervenção na sociedade, 
por meio da soma de diferentes saberes, possibilita que sejamos mais conscientes 
de nossas ações, visando, dessa forma, transformar a realidade.
Assim, podemos nos perguntar: 
Como se dá o processo de aprendizagem quando tratamos da
Educação Permanente?
 O processo de aprendizagem se dá a todo momento. A experiência diária, por 
exemplo, é um grande aprendizado e pode ser inserida no processo de Educação 
Permanente, mesmo que informalmente. O que importa é considerarmos as 
vivências de práticas colaborativas de aprendizagem, que se desenvolvem no dia a 
dia, no trabalho e nas práticas profissionais.
 Podemos dizer então que a Educação Permanente ocorre por meio dos 
saberes que cada sujeito construiu ao longo de sua vida, somando-se àqueles 
saberes que foram construídos na educação formal, mais os saberes construídos 
por meio das leituras de textos, por exemplo. 
 Todos esses saberes, juntamente com os conhecimentos apreendidos na 
prática profissional, levam a ações mais conscientes denominadas de Educação 
Permanente. 
 Essas ações mais conscientes nos possibilitam proporcionar a transformação 
de uma realidade. Esse é um dos pressupostos do Programa Criança Feliz. 
Diante disso:
como devemos pensar uma proposta pedagógica para uma formação
diária que preze pela Educação Permanente?
A proposta pedagógica a ser utilizada na capacitação permanente necessitará 
considerar os trabalhadores como sujeitos de um processo de construção social 
de saberes e práticas, preparando-os para serem sujeitos dos seus próprios 
processos de formação ao longo de toda a sua vida. A capacitação precisará 
incidir sobre o processo de trabalho, sendo realizada de preferência no próprio 
trabalho, avaliada e monitorada pelos participantes” (SILVA; BARLEM; LUNARDI; 
SANTOS, 2008, p.257).
 
E agora, após essa leitura, você consegue 
compreender o que é Educação Permanente e por 
que ela é importante na sua atividade profissional?
31
 Em síntese:
A Educação Permanente integra os saberes 
construídos por você a partir dos conhecimentos 
advindos da formação profissional, da qualificação, do 
aperfeiçoamento, da atualização e, o mais importante, 
pela interação com seus pares e as pessoas com as 
quais convive. Essa troca de saberes com sua equipe é 
o que mantém viva a ideia da educação permanente.
Isso envolve escuta e fala.
1.1.1. Importância da Educação Permanente para os 
profissionais do PCF e demais gestores que trabalham 
com a temática da primeira infância
 Para iniciarmos nossas reflexões sobre a importância da Educação 
Permanente para os profissionais do PCF e os demais gestores que atuam com a 
primeira infância, lançaremos a seguinte questão:
Uma das crianças da família atendida precisa de um laudo 
médico para constatação de alguma situação de deficiência. 
Contudo, a família alega que não conseguiu acessar a rede de 
saúde do município e solicita auxílio aos visitadores do PCF. 
 Qual seria o primeiro passo da equipe para encaminhar a demanda?
32
Continuemos o questionamento:
Será que a 
equipe deve assumir 
a responsabilidade da 
demanda? 
Os visitadores 
falam para família 
que isso não está nas 
suas atribuições?
É necessário 
que os visitadores 
identifiquem o 
problema?
Pois bem, meus caros!
Um dos primeiros passos é a identificação do problema! 
 Identificar o que está acontecendo e pensar em conjunto com os demais 
profissionais é fundamental na execução de qualquer política ou programa 
social. Identificado o que está ocorrendo, fica mais fácil vislumbrar possíveis 
encaminhamentos e soluções.
 Tais situações influenciam no trabalho do PCF e dos gestores que estão 
realizando os contatos com as famílias. Portanto, as visitas domiciliares são 
estratégias fundamentais de construção de vínculos com as famílias e crianças 
que fazem parte do PCF.
 Nas visitas domiciliares, é comum que as equipes do PCF encontrem 
situações que vão além do fortalecimento do vínculo entre cuidadores e crianças, 
como por exemplo, questões que envolvam acesso à saúde, à educação, à 
moradia digna, ao trabalho e outras demandas que são parte da realidade das 
famílias. 
 Em relação à saúde, por exemplo, algumas dificuldades presentes são: 
Não ter posto de saúde próximo à residência nem médico atendendo;
Dificuldade de locomoção da família;
Falta de especialidade médica.
 Embora não caiba ao visitador resolver essas questões, esses problemas 
influenciam no trabalho que o PCF realiza com as famílias. 
Portanto, a Educação Permanente deve possibilitar aos profissionais 
espaço e tempo para refletirem sobre seus desafios. 
 Considerando as ações que integram as atividades do PCF, os passos a 
serem seguidos na busca da solução dos problemas identificados, devem 
ser compartilhados com toda a equipe do PCF e com as equipes do CRAS e 
membros do Comitê Gestor. 
 Pode ser que a resolução de um problema não exija o envolvimento 
de todos os atores em um primeiro momento, mas faz parte da Educação 
Permanente conhecer o fluxo do programa em que os profissionais estão 
inseridos. 
33
1.2. Educação Permanente x Continuada na
Primeira Infância
 Educação
Permanente
Multiprofissional
Prática
Institucionalizada
Uniprofissional
Esporádica
Atualização
técnica
Centrada na 
transmissão de 
conhecimentos
Centrada na 
resolução de
problemas
Educação
Continuada
 Ressaltamos que a Educação Permanente e a Educação Continuada 
são diferentes, mas não são excludentes. A junção de saberes, aprendidos 
em sala de aula ou na leitura de textos, com os conhecimentos apreendidos 
na prática e na vivência profissional possibilitam que os atores sejam mais 
conscientes de suas ações. Afinal, a nossa intervenção na sociedade visa 
transformar uma realidade, não é mesmo? Se assim é, quem melhor conhece 
nossos desafios e possibilidades do que nós mesmos?
 Portanto, tanto a Educação Permanente 
quanto a Educação Continuada são indispensáveis 
na contribuição para nossa atuação profissional.
 É como aquela famosa frase que tanto escutamos: “Juntos somos mais 
fortes”! 
 Isso significa que, quando compartilhamos nossos saberes, nos colocando 
à disposição para ouvir o outro, em equipe, estaremos construindo um trabalho 
que se fundamenta na filosofia da educação permanente.
Importante: 
Assista ao vídeo e converse com sua equipe sobre o assunto:
Acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=q-
yL3nBTbuM#action=share.
https://www.youtube.com/watch?v=q-yL3nBTbuM#action=share
https://www.youtube.com/watch?v=q-yL3nBTbuM#action=share
34
1.3. Relação da Educação Permanente e a
prática cotidiana na promoção do
desenvolvimento infantil.
 Para início de conversa, precisamos nos perguntar:
Como a Educação 
Permanente se entrelaça 
com nossas práticas 
cotidianas no que se refere 
ao Programa Criança 
Feliz e à promoção do 
desenvolvimento infantil? 
Que assunto ou tema 
pensa ser necessário 
para discutir com sua 
equipe para qualificar 
a intervenção do 
Programa Criança Feliz no 
desenvolvimento infantil? 
 Pensemos em como esse tema pode ser trabalhado nas reuniões de equipe 
e, se possível, ele poderá se transformar em uma proposta de curso temático ou 
capacitação envolvendo os demais profissionais que atuam direta ou indiretamente 
no PCF. 
 Um bom exemplo pode ser sobre a política habitacional do município em que 
cada equipe atua. 
 Não é raro as famílias terem suas residências em condições precárias, como 
aquelas que vivem em áreas de risco. Se a família atendida expressar o desejo de 
sair do local, não será o PCF que realizará essa atividade. Mas é necessário promover 
algum encaminhamento. Então, para isso, é preciso encaminhar as demandas 
para o Supervisor do PCF para que o mesmo, junto à equipe e aos demais órgãos 
responsáveis, possabuscar solucionar o problema apresentado. 
 Esse pode ser um tema, assim como outros que fazem parte da realidade de 
seu município. 
 Será necessário também contar com o CRAS, o Comitê Gestor Municipal 
para pensar nos encaminhamentos possíveis. 
Conselho
Tutelar
Secretaria
Municipal
de Obras
Comitê 
Gestor
Municipal
Secretaria
Municipal
de Saúde
Secretaria
Municipal de
Assistência
Social
Secretaria
Municipal de
Educação
Conselho
Municipal da 
Criança e do
Adolescente
Supervisor
PCF
Visitador
PCF Famílias
35
 A articulação de outras políticas públicas para a resolução é fundamental 
para uma atuação assertiva do PCF. Não há respostas rápidas e certas. Por isso, 
refletir sobre os problemas é tão importante na construção de possíveis 
soluções.
 Considerando a importância da Educação Permanente para a primeira 
infância e, consequentemente, para o desenvolvimento infantil, torna-
se necessária a promoção de Políticas Sociais com relação à promoção do 
desenvolvimento na Primeira Infância, que ocorrerá por meio das ações do PCF. 
 Faz-se necessário lembrar que o Programa Criança Feliz1 tem apostado na 
abordagem da ludicidade como forma de proporcionar melhores condições 
para o desenvolvimento infantil. 
 Na busca por melhorias dos vínculos familiares e das ações Intersetoriais 
que promovam uma vida mais digna, o PCF tem como estratégia de ação o 
investimento nas atividades lúdicas, valorizando as brincadeiras junto às crianças 
e às famílias. 
 Por isso, uma proposta de Educação Permanente e Continuada para 
os profissionais que atuam na primeira infância traz o lúdico como importante 
elemento para conhecer o mundo, a si mesmo, valores e costumes (KISHIMOTO, 
2010).
 
“A criança, mesmo pequena, sabe muitas coisas: toma decisões, 
escolhe o que quer fazer, interage com pessoas, expressa o que 
sabe fazer e mostra, em seus gestos, em um olhar, uma palavra, 
como é capaz de compreender o mundo. Entre as coisas de que a 
criança gosta está o brincar, que é um dos seus direitos. O brincar 
é uma ação livre, que surge a qualquer hora, iniciada e conduzida 
pela criança; dá prazer, não exige como condição um produto final; 
relaxa, envolve, ensina regras, linguagens, desenvolve habilidades e 
introduz a criança no mundo imaginário.”
Brincar é indispensável para o desenvolvimento da criança.
 Para finalizarmos esta aula, busquem responder a seguinte questão:
 
1 Objetivo: “apoiar e acompanhar o desenvolvimento infantil integral na primeira infância (crianças de 0 a 6 anos 
de idade) e facilitar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e de suas famílias às políticas e aos 
serviços públicos que necessitam. (Ministério da Cidadania)”.
Vocês sabiam que conhecer o espaço em que 
aquela criança se insere faz parte das análises das 
equipes do PCF?
Sabiam que é crucial também para a busca e 
desenvolvimento de estratégias que melhorem 
as condições de vida, sem interferir no 
aprendizado cultural daquela família?
36
 Diante disso, o que queremos deixar claro para você é que todo o 
conhecimento, o mínimo que seja, faz uma grande diferença na garantia dos 
direitos das crianças e adolescentes, tendo a promoção do desenvolvimento 
infantil como o objetivo principal para que as crianças tenham uma vida melhor 
e mais digna em nosso País. 
Vamos acreditar que é possível 
proporcionar uma melhor qualidade 
de vida para as crianças quando 
compreendemos que elas são sujeitos 
de direitos e dentre os demais direitos 
sempre privilegiamos a ludicidade2 e 
o brincar3 como a melhor estratégia 
para valorizarmos a criança em 
desenvolvimento.
Em síntese: 
O que é necessário compreendermos sobre esse tema?
 A Educação Permanente é uma forma de ensino baseado no 
aprendizado constante da equipe: profissionais do PCF e demais colaboradores 
que trabalham nessa área. 
 A Educação Permanente é processual, o que implica a continuidade e 
permanência da aprendizagem. 
 A Educação Permanente agrega práticas cotidianas, cenários 
experienciados, saberes compartilhados, que ajudam a refletir sobre a 
execução de uma Política Pública e Social.
 As vivências e as experiências lúdicas são cruciais tanto no processo 
de Educação Permanente das equipes do PCF e dos gestores envolvidos no 
programa quanto como uma estratégia de abordagem e atuação com as 
famílias e as crianças que são parte desse Programa.
 
2 trataremos dessa temática nos módulos 4 e 5.
3 KISHIMOTO, 2010, p. 1. texto retirado na íntegra do artigo 3º da Portaria 664.
37
Aula Narrada 3:
Políticas Públicas e Sociais
2.1. O que são Políticas Públicas e qual a
importância das Políticas Públicas e Políticas
Sociais para a garantia de direitos
 
 Caro cursista, o objetivo desta aula é proporcionar a compreensão de 
como se consolidam as Políticas Públicas no Brasil para a Primeira Infância e 
quais as especificidades das Políticas Sociais também para Primeira Infância, 
principalmente, as Políticas Intersetoriais que trabalham com o PCF. 
 Após finalizar a leitura desta apostila, acreditamos que você conseguirá 
compreender como se constroem as Políticas Públicas, de quem é a 
responsabilidade de propor, aprovar e executar as Políticas Públicas. Além disso, 
conseguirá compreender como surgem e por que surgem as Políticas Sociais, 
bem como de quem é a responsabilidade de propor, aprovar e executar essas 
políticas. Por fim, entenderá quais são as Políticas Sociais do nosso País para a 
Primeira Infância e como elas reverberam na garantia dos direitos da criança.
 Por falarmos em direitos da criança, apresentamos a você uma poesia da 
escritora infantil Ruth Rocha, onde ela descreve de maneira clara e objetiva quais 
são os direitos da criança, sem discriminação de raça, cor, gênero, localização 
geográfica, classe social, dentre outras.
 Delicie-se com cada palavra, verso e estrofe! Pense na criança que você 
foi e na infância que você gostaria de ter vivido! Reflita sobre cada palavra! Boa 
leitura!
Os Direitos das Crianças (Ruth Rocha)
Toda criança no mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.
Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.
Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os diretos das crianças
Todos tem de respeitar.
Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.
Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir...
Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô
Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.
Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola, bola, bola!
Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!
Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.
Um passeio de canoa,
Pão lambuzado de mel,
Ficar um pouquinho à toa...
Contar estrelas no céu...
Ficar lendo revistinha,
Um amigo inteligente,
Pipa na ponta da linha,
Um bom dum cachorro quente. 
Festejar o aniversário,
Com bala, bolo e balão!
Brincar com muitos amigos,
Dar pulos no colchão.
Livros com muita figura,
Fazer viagem de trem,
Um pouquinho de 
aventura...
Alguém para querer bem...
Festinha de São João,
Com fogueira e com 
bombinha,
Pé-de-moleque e rojão,
Com quadrilha e 
bandeirinha.
Andar debaixo da chuva,
Ouvir música e dançar.
Ver carreira de saúva,
Sentir o cheiro do mar.
Pisar descalça no barro,
Comer frutas no pomar,
Ver casa de joão-de-barro,
Noite de muito luar.
Ter tempo pra fazer nada,
Ter quem penteie os 
cabelos,
Ficar um tempo calada...
Falar pelos cotovelos.
E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem 
quentinha,
Sensação de bem-estar...
De preferência um celinho.
Uma caminha macia,
Uma canção de ninar,
Uma história bem bonita,
Então, dormir e sonhar...
Embora eu não seja rei,
Decreto,neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito a ser feliz!!!
39
 Para que esses direitos sejam cumpridos em nosso País, torna-se necessário 
o investimento em Políticas Públicas que propiciem a criação de Políticas Sociais 
para a Primeira Infância, como é o caso do PCF.
 Podemos nos perguntar neste momento:
O que é Política Pública? Quem é responsável por 
propor, aprovar e executar políticas públicas para 
a primeira infância?
 Política Pública é o modo como o Estado intervém para garantir direitos de 
determinada população e para gestão, administração e controle do País. 
 Algumas Políticas Públicas partem da necessidade de intervenção do Estado 
e de seu aparato institucional para consolidar direitos como educação, habitação, 
transporte, trabalho e renda. Mas é também como determinados governos 
organizam suas agendas de intervenção e regulação da população e do território.
 É importante saber que uma Política Pública pode ser uma Política de 
Estado, sendo essas aquelas garantidas em lei e que não são tão simples de serem 
mudadas, ou Políticas Públicas de governo, que geralmente são instituídas 
por decretos presidenciais ou ministeriais e se materializam em programas de 
governo. As Políticas Públicas são amplas e devem contemplar todos os setores 
nos quais o Estado tem o dever de mediar as necessidades e alocar recursos 
para atender à população. 
 As Políticas Públicas se desdobram em: políticas sociais, políticas 
econômicas, políticas de infraestrutura e políticas de Estado.
A Política Pública é a maneira como cada estado e Governo intervém 
na sociedade. Sendo também a forma como o estado direciona 
suas ações, isto é, se a Política Pública será para garantir algum 
direito, como educação, ou para regular alguma ação do mercado, 
como as políticas de cunho fiscais. 
 
 Logo, percebemos a importância da criação de Políticas Públicas para a 
Primeira Infância, que resguardem direitos e promovam o desenvolvimento pleno 
desde os primeiros anos de vida. Reafirmando essa ideia, referenciamos esses 
direitos com base no Plano de Ação da UNESCO - Dacar, 2000, apresentado no 
Plano Nacional pela Primeira Infância – PNPI em 2020, destacando:
 Todas as crianças pequenas devem ser cuidadas e educadas em ambientes 
para que cresçam saudáveis, vivazes, com amplas possibilidades de aprender. A 
boa qualidade dos programas de cuidados e educação na Primeira Infância, na 
família têm demonstrado “impacto positivo sobre a sobrevivência, o crescimento, 
o desenvolvimento e o potencial de aprendizagem da criança” (UNESCO, Plano de 
Ação – Dacar, 2000, apud REDE NACIONAL PRIMEIRA INF NCIA, 2020 p. 6).
40
“Esses programas devem ser abrangentes e enfocar todas as necessidades 
da criança, inclusive saúde, nutrição e higiene, assim como seu 
desenvolvimento cognitivo e psicossocial. Devem ser oferecidos na língua 
materna da criança e identificar e aprimorar os cuidados e a educação das 
crianças com deficiências. Parcerias entre governos, ONGs, comunidades 
e famílias podem ajudar a garantir o provimento de programas de cuidado 
e educação de boa qualidade às crianças, principalmente àquelas em 
situações mais desfavoráveis, por meio de atividades centradas na criança, 
focadas na família, baseadas na comunidade e apoiadas por políticas 
nacionais, multissetoriais e com recursos adequados” (UNESCO, Plano de 
Ação – Dacar, 2000, apud REDE NACIONAL PRIMEIRA INF NCIA, 2020, p. 
7).
“Os Governos (...) têm a responsabilidade primária de formular políticas 
de cuidado e educação para a primeira infância no contexto dos planos 
nacionais de Educação para Todos - EPT, mobilizando apoio político e 
popular e promovendo programas flexíveis e adaptáveis para crianças 
pequenas, que sejam adequados para a sua idade e que não sejam 
simplesmente uma antecipação dos sistemas escolares formais.” 
(UNESCO, Plano de Ação – Dacar, 2000, apud REDE NACIONAL PRIMEIRA 
INF NCIA, 2020, p. 7).
 
Se as Políticas Públicas são de responsabilidade do 
Governo e dentre elas estão as Políticas Sociais, como 
podemos conceituar Políticas Sociais?
 
 As Políticas Sociais são conjuntos de ações com intuito de promover a 
efetivação dos direitos sociais básicos, sendo os principais: 
educação; 
seguridade social (saúde, previdência e assistência social); e 
habitação. 
 
 Essas políticas são de extrema importância para o funcionamento e 
desenvolvimento de um país, buscando garantir o mínimo digno a todo ser humano. 
 
 Importante saber:
 
 A elaboração e efetivação das Políticas Sociais de um país vão depender 
diretamente do sistema político vigente, que utilizará a implementação das 
políticas como meio de intervenção na esfera civil. É por meio das Políticas Sociais 
e Públicas que haverá maior efetivação da garantia dos direitos, colocando em 
pauta as necessidades urgentes e fazendo as modificações e implementações 
necessárias ao funcionamento da sociedade e à proteção da população. 
41
 Mas então por que falamos em Políticas Públicas
 e Políticas Sociais? 
 
As Políticas Sociais também são Políticas Públicas, já que fazem parte das ações 
implementadas pelo Estado em determinada área. Contudo, as Políticas Sociais 
se destinam a cobrir o que chamamos de proteção social. 
 Infelizmente, numa sociedade de classes, existem desigualdades que 
impedem que todos os indivíduos tenham acesso às mesmas oportunidades. 
Não raro, essas desigualdades sociais e econômicas excluem determinados 
grupos de direitos básicos, como educação, saúde, trabalho, moradia, terra e 
outros. 
 Há grupos vulneráveis que não conseguem suprir suas necessidades 
básicas e, por isso, existe a necessidade de o Estado intervir para a garantia 
desses direitos. 
2.2. Direito das crianças e diálogo
com Programa Criança Feliz
De acordo com a declaração universal dos direitos das crianças emitida pela 
Unicef, em 20 de novembro de 1959, a criança tem direito a: 
Direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade. 
Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental 
e social. 
Direito a um nome e a uma nacionalidade. 
Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequada para 
a criança e a mãe. 
Direito à educação e a cuidados especiais para a criança, física ou 
mentalmente deficiente. 
Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade. 
Direito à educação gratuita e ao lazer infantil. 
Direito a ser socorrida em primeiro lugar, em caso de catástrofes. 
Direito a ser protegida contra o abandono e a exploração no 
trabalho.
 
Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, 
compreensão, amizade e justiça entre os povos. 
Para conhecer mais um pouquinho sobre os
direitos da criança, assista ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=t5f1znRGuro
https://www.youtube.com/watch?v=t5f1znRGuro
42
 As crianças fazem parte de um grupo societário que precisa da mobilização 
da sociedade civil, que se organiza, então, em diferentes Conselhos, visando 
a defesa dos direitos da criança e do adolescente. Destaca-se que as nuances 
do desenvolvimento de uma criança são fortemente desconsideradas, fazendo 
com que os adultos minimizem suas necessidades básicas, descumprindo o que 
está previsto nos documentos legais em defesa da criança. 
A falta de preparo da sociedade para lidar 
de forma adequada com as crianças mostra a 
urgência em se pensar, cada vez mais, políticas de 
garantia dos direitos infantis, assim como Políticas 
de proteção e acolhimento para as crianças e 
medidas que visem orientar pais e cuidadores.
O Programa Criança Feliz, lançado em 2016, surge com essa importante missão:
Acompanhar as crianças na primeira infância (0 a 6 anos), 
buscando facilitar o acesso dessas e da família às políticas e 
serviços públicos necessários. Além disso, o programa visa 
também o fortalecimento do vínculo entre cuidador e criança, 
além de orientar os cuidadores quanto à proteção, cuidado e 
educação das crianças.
 Diante dessa missão4, o PCF, por meioda Portaria 664, define, em seu 
artigo 3º, os objetivos do Programa. São eles:
I - promover o desenvolvimento humano a partir do apoio e do 
acompanhamento do desenvolvimento infantil integral na primeira 
infância.
II - apoiar a gestante e a família na preparação para o nascimento e nos 
cuidados perinatais.
III - colaborar no exercício da parentalidade, fortalecendo os vínculos e o 
papel das famílias para o desempenho da função de cuidado, proteção e 
educação de crianças na primeira infância.
IV - mediar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e das 
suas famílias a políticas e serviços públicos de que necessitem, e
V - integrar, ampliar e fortalecer ações de políticas públicas voltadas para 
as gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias.
4 trataremos dessa temática nos módulos 4 e 5.
43
2.3. Políticas Públicas Intersetoriais e
o Programa Criança Feliz
Ações
Intersetoriais
Assistência
Social
Educação
Direitos
Humanos
Cultura
Saúde
Cultura
Direitos da
Criança e do
Adolescente
 Visitas domiciliares e Intersetorialidade são os pilares do PCF. Portanto, 
é imprescindível que você compreenda o que significa a intersetorialidade. 
 A Intersetorialidade surge da integração de setores que buscam, 
conjuntamente, articular maneiras mais eficazes de intervir e efetivar 
as Políticas Públicas, atendendo melhor às necessidades da população. 
Essa integração é essencial para um trabalho mais articulado, como no caso 
do Auxílio Brasil e o Programa Criança Feliz, onde Assistência Social, Saúde e 
Educação estão ligados para atender e incentivar mais áreas de necessidade 
do atendido. No caso do PCF, órgão de estudo do curso, busca-se uma: 
 
Implementação das ações de forma descentralizada, com integração 
das políticas públicas nos territórios, por meio da coordenação e 
integração dos serviços de saúde, educação, assistência social, meio 
ambiente, cultura, lazer e instâncias de defesa dos direitos. (PCF/
MINISTÉRIO DA CIDADANIA,) 
 Para que a Intersetorialidade funcione, é fundamental pensar as 
especificidades do território para que as ações aconteçam de forma integrada, 
assim, faz-se necessária uma elaboração conjunta dessas ações para que as 
mesmas possam ser aplicadas atendendo à população da melhor maneira. 
 As ações direcionadas à Primeira Infância se configuram como ações 
intersetoriais, isto é, articulam diversas Políticas Públicas para sua efetivação, 
mas é também um exemplo de Política Social, já que visa a transformação 
e o desenvolvimento de crianças e suas famílias que estão em situação de 
vulnerabilidade. 
44
 A necessidade da Lei da Primeira Infância foi resultado da identificação de 
que o desenvolvimento infantil de crianças de 0 a 06 anos era um problema a ser 
enfrentado, no País, com ações que possibilitem um futuro melhor para essas 
crianças. Geralmente, são assim que as Políticas Sociais vão surgindo, como já 
vimos ao longo do texto: das necessidades apontadas por grupos sociais mais 
vulneráveis que precisam da intervenção do Estado, mas também da sociedade 
de maneira geral, para garantir o acesso a direitos sociais.
2.4. O Programa Criança Feliz e sua inserção como 
Política Social, considerando as especificidades
da proteção social no Brasil
 As políticas de proteção social no Brasil têm origem em ações de caridade e 
filantropia da Igreja Católica e passam a ter caráter estatal com a implementação 
da Lei Eloy Chaves, em 1923, com o início da modernização e industrialização no 
País. 
 No entanto, em sua história, em muitos momentos, a proteção social 
não conseguiu se desvincular de sua origem caritativa e assistencialista. Muitas 
dessas políticas, inclusive, foram adotadas em momentos em que a sociedade 
brasileira passava por restrições de direitos políticos, como nos períodos de 
1937 a 1945 e, mais tarde, de 1964 a 1985. 
 Sabendo-se desse contexto, é evidente a importância de um programa 
como o PCF ser elaborado e implementado como uma política social de caráter 
amplo, tendo como fundamento afastar-se do caráter assistencialista. 
 O Programa Criança Feliz ainda não é uma Política da Assistência Social, pois 
sua constituição se deu por meio de Decreto (que veremos detalhadamente em 
outro módulo), ou seja, ele ainda não é instituído por lei. A gestão do PCF está 
na Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância, contudo isso não significa 
que o PCF não esteja inserido em um rol de políticas e programas sociais que 
visem a mudança social daqueles que mais necessitam. Por isso é tão importante 
conhecer as Políticas Sociais e entender que todas elas estão articuladas para 
garantia de direitos sociais, seja assistência social, saúde, educação, meio 
ambiente etc. 
 O melhor conhecimento das Políticas Sociais existentes no País facilita o 
processo de articulação da rede, bem como a mobilização para que os programas 
sociais se transformem em Políticas Sociais estabelecidas por lei. 
 Outro ponto importante é que, mesmo que o PCF se configure como um 
programa social, instituído por Decreto, ele, ainda assim, representa a maneira 
que o Estado e o Governo interferem na área para promover o desenvolvimento 
45
infantil. Lembre-se que as políticas e programas sociais demonstram certas 
prioridades que o Governo adota, em determinados momentos, para suprir 
necessidades econômicas e vulnerabilidades sociais. 
 
 Em síntese:
O que é necessário compreendermos sobre esse tema?
 As Políticas Públicas são instrumentos legais e amplos para a garantia 
de direitos da criança, minimizando desigualdades profundas e históricas como 
a falta de infraestrutura, de investimentos, de habitação, de saúde, de assistência 
social e de educação. 
 Esses desafios só mostram a importância crescente de integrar os 
setores primários da administração pública em uma ação conjunta de Políticas 
Intersetoriais que garantam proteção social para toda família e, especialmente, 
para a criança, colocando-a no centro das prioridades. 
 
Apesar dos muitos obstáculos que ainda enfrentamos, temos que valorizar os 
avanços obtidos com políticas bem-sucedidas, destacando os marcos legais 
que representam conquistas da sociedade para continuarmos buscando o 
aprimoramento.
 Finalizamos esta aula com a seguinte questão para reflexão: 
Pensando a prática cotidiana das equipes do 
PCF e o que estudamos sobre Políticas Públicas 
e Sociais, como você e sua equipe irão articular 
ações que garantam o atendimento aos direitos 
da criança? É possível pensar em ações que 
valorizem o fortalecimento de vínculos da criança 
com suas famílias?
 
46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIV/eixos/9_estados-e-lutas-sociais/os-sistemas-de-protecao-social-no-brasil-no-contexto-do-capitalismo-contemporaneo-tendencias-e.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_universal_direitos_crianca.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_universal_direitos_crianca.pdf
https://periodicos.ufv.br/revistadir/article/view/1654
https://periodicos.ufv.br/revistadir/article/view/1654
https://blog.portabilis.com.br/intersetorialidade-das-politicas-sociassistenciais/#:~:text=A%20%20intersetorialidade%20trata-se%20de,mais%20%20articulado%20dos%20%20problemas%20sociais
https://blog.portabilis.com.br/intersetorialidade-das-politicas-sociassistenciais/#:~:text=A%20%20intersetorialidade%20trata-se%20de,mais%20%20articulado%20dos%20%20problemas%20sociais
https://blog.portabilis.com.br/intersetorialidade-das-politicas-sociassistenciais/#:~:text=A%20%20intersetorialidade%20trata-se%20de,mais%20%20articulado%20dos%20%20problemas%20sociais
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acesso-a-informacao/carta-de-servicos/desenvolvimento-social/promocao-do-desenvolvimento-humano/programa-crianca-feliz-1
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acesso-a-informacao/carta-de-servicos/desenvolvimento-social/promocao-do-desenvolvimento-humano/programa-crianca-feliz-1
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acesso-a-informacao/carta-de-servicos/desenvolvimento-social/promocao-do-desenvolvimento-humano/programa-crianca-feliz-1
http://primeirainfancia.org.br/wp-content/uploads/2020/10/PNPI.pdf
https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/5015/3249
https://periodicos.uem.br/ojs/index.php/CiencCuidSaude/article/view/5015/3249
http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/educacao/article/view/1239
http://sinop.unemat.br/projetos/revista/index.php/educacao/article/view/1239
47
Apresentação e 
Guia de Estudos da 
Unidade IV, V e VI
 Olá cursista, bem-vindo ao nosso Módulo III! 
 Este módulo III é dividido em três unidades. Dando continuidade às 
unidades do módulo 2, apresentaremos neste módulo as unidades IV, V 
e VI. Desejamos que você mantenha o prazer de estudar e conhecer um 
pouco mais sobre os temas deste módulo.
 Como parte do módulo III, iremos, primeiramente, conhecer sobre 
as diversidades brasileiras, compreendendo como se deu a formação 
territorial e social do Brasil, com suas diversas realidades regionais e suas 
implicações para diferentes formas de organização social e assim contribuir 
para nossa atuação na promoção da Primeira Infância, na execução de uma 
política ou programa social com foco na efetivação do Programa Criança 
Feliz nesse cenário atual, respeitando as diversidades.
 Para aprofundar esses conhecimentos, siga a seguinte ordem de 
estudos: 
 
1. Leia, na apostila, a Aula 4;
2. Assista a aula narrada 4;
3. Faça o jogo de palavras-cruzadas e os exercícios de 
fixação da Aula 4;
 
48
 Depois, seguimos para a aula 5 que vai possibilitar reflexões sobre 
as diversidades das famílias brasileiras, entendendo a existência das várias 
configurações de família, tipos diferenciados de formação familiar, diferentes 
formas de exercer a parentalidade para o cuidado com as crianças, relacionando 
todo o aprendizado com a prática diária do PCF.
 Sugerimos, para conhecimento sobre esse assunto, a seguinte ordem de 
estudo:
1. Ler, na apostila, a Aula 5;
2. Assistir à aula narrada 5;
3. Faça os exercícios de fixação;
 Por último, para fechar com chave de ouro este importantíssimo módulo, 
apresentamos a aula 6 que é de extrema importância para quem trabalha 
com a Primeira Infância! Nela, iremos compreender qual a importância 
do desenvolvimento infantil para a quebra intergeracional da pobreza, 
entendendo os aspectos diversos das infâncias brasileiras, o papel das cuidadoras 
e dos cuidadores na promoção do desenvolvimento infantil e como as visitas 
domiciliares do PCF contribuem para o fortalecimento da primeira infância e de 
um futuro melhor paras as crianças. 
 Como nas outras aulas, nessa, recomendamos que siga a seguinte ordem 
de estudos: 
1. Ler, na apostila, a Aula 6;
2. Assistir à aula narrada 6;
3. Brinque com o jogo de palavras cruzadas e faça os 
exercícios de fixação.
Bons estudos!
49
Aula Narrada 4:
As diversidades brasileiras
4.1. Diversidades da formação social e econômica 
brasileira. 
 Sabemos que a história do Brasil, ao longo dos anos, foi marcada pela migração 
de outros povos, o que contribuiu para que a ocupação do território brasileiro fosse 
diverso, trazendo consigo diferentes costumes e culturas.
 Durante um período, a concentração populacional do território brasileiro 
aconteceu nas região Nordeste e Sudeste e em parte da região Sul. Alguns motivos 
levaram a isso, como por exemplo, a chegada dos colonizadores no litoral nordestino, 
estabelecendo pequenos comércios e pequenas cidades, o comércio da cana-de-
açúcar. Já alguns anos depois, a região Sudeste passou a concentrar grandes fluxos 
populacionais, graças ao ciclo do café, o desenvolvimento da indústria e comércio, 
levando o estado de São Paulo a receber grandes contingentes de migrantes 
brasileiros e europeus. 
50
 Esses fluxos são marcados pelo desenvolvimento urbano e rural, que não 
se desenvolveram igualmente no território brasileiro. Além disso, é preciso levar 
em consideração que o processo de urbanização e de influência econômica e 
política de uma localidade depende de fatores como desenvolvimento comercial 
e industrial, elementos que propiciam maior fluxo de pessoas, que levam à maior 
concentração de bens e serviços. Contudo, maior urbanização, área comercial e 
industrial, nem sempre significa maior e melhor desenvolvimento. A gestão de 
um território depende também da consolidação e efetivação de políticas públicas, 
vinculadas à preservação ambiental e cultural.
 Considerando a forma desigual como o território brasileiro foi ocupado, 
podemos identificar diversidadesterritoriais, culturais, étnicas, econômicas 
e sociais bem definidas nas cinco regiões.
 Diante das especificidades que circundam nosso território brasileiro, 
convidamos você a refletir sobre as seguintes questões:
Você já pensou sobre a diversidade regional do Brasil? 
Quantas paisagens diferentes podemos apreciar se conhecermos o 
território brasileiro?
 
Pense nos diferentes cenários que vivenciamos 
quando trabalhamos com políticas sociais, nas 
diversas realidades das cidades e territórios e em 
diferentes modos de viver. 
 Ainda é possível presenciarmos áreas de floresta, cerrado, caatinga. Temos 
praias, serras, cachoeiras e rios, bem como metrópoles e cidades grandes. 
A diversidade regional tem que ser pensada quando 
se pretende executar uma política pública e social, já 
que a forma de acesso das pessoas será diferente de 
acordo com a região em que está inserida.
 
 Com certeza, no trabalho cotidiano, você já se deparou com alguma 
dificuldade de acesso ao território e isso influencia no trabalho que o Programa 
Criança Feliz realiza com as crianças e famílias atendidas.
 4.2. Variedades regionais e culturais do Brasil
 Cultura é um complexo conjunto de elementos que envolve arte (todas as 
linguagens artísticas possíveis, como a pintura, a escultura e outras artes visuais, o 
artesanato, a literatura, o teatro etc.), educação, religião e religiosidade, culinária, 
idioma, festividades, histórias populares etc.1
1 https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=Cul-
tura%20%C3%A9%20um%20complexo%20conjunto,%2C%20festividades%2C%20hist%-
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=Cultura%20%C3%A9%20um%20complexo%20conjunto,%2C%20festividades%2C%20hist%C3%B3rias%20populares%20etc
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=Cultura%20%C3%A9%20um%20complexo%20conjunto,%2C%20festividades%2C%20hist%C3%B3rias%20populares%20etc
51
Cultura, é um complexo conjunto de elementos que 
envolve arte (todas as linguagens artísticas possíveis, 
como a pintura, a escultura e outras artes visuais, o artesa
nato, a literatura, o teatro etc.), educação, religião e religio
sidade, culinária, idioma, festividades, histórias populares, 
etc. 
Cultura
Arte
Educação
Religião e
religiosidade
Culinária
Idioma
Festividades
Histórias
populares
 Falar em diversidade cultural também vai além do simples fato de constatar 
o convívio de culturas diferentes em um mesmo local. Ao falarmos de diversidade 
cultural, nós estamos falando também de respeito à diversidade e à pluralidade, 
pois uma sociedade com diversidade, que se pretende justa e democrática, 
precisa do respeito ao diferente para funcionar2.
 
Por que o Brasil é um país com diversidade cultural?3
 
 Alguns sociólogos e antropólogos se dedicam a estudar esta diversidade 
cultural do nosso país. Em suas pesquisas é possível reconhecer, pelo menos, cinco 
C3%B3rias%20populares%20etc.
2 https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=Cultura%20
%C3%A9%20um%20complexo%20conjunto,%2C%20festividades%2C%20hist%C3%B3rias%20
populares%20etc.
3 o § 1 e 2 deste texto foi retirado na íntegra da publicação disponível em: https://brasilescola.
uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=O%20Brasil%20crioulo%2C%20
da%20%C3%A1rea,forte%20presen%C3%A7a%20de%20culturas%20ind%C3%ADgenas.
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=Cultura%20%C3%A9%20um%20complexo%20conjunto,%2C%20festividades%2C%20hist%C3%B3rias%20populares%20etc
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=Cultura é um complexo conjunto,%2C festividades%2C histórias populares etc
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=Cultura é um complexo conjunto,%2C festividades%2C histórias populares etc
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=Cultura é um complexo conjunto,%2C festividades%2C histórias populares etc
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=O%20Brasil%20crioulo%2C%20da%20%C3%A1rea,forte%20presen%C3%A7a%20de%20culturas%20ind%C3%ADgenas
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=O%20Brasil%20crioulo%2C%20da%20%C3%A1rea,forte%20presen%C3%A7a%20de%20culturas%20ind%C3%ADgenas
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=O%20Brasil%20crioulo%2C%20da%20%C3%A1rea,forte%20presen%C3%A7a%20de%20culturas%20ind%C3%ADgenas
52
grandes eixos culturais, que se formaram durante o período colonial. São eles:
O Brasil crioulo, da área litorânea do extremo norte da região 
Nordeste ao Rio de Janeiro, com bastante influência da cultura 
africana (que também é diversa).
O Brasil sertanejo no interior do Nordeste, onde predomina a 
Caatinga.
O Brasil caboclo, predominante na região Norte, com forte presença 
de culturas indígenas.
O Brasil caipira, com predominância nas regiões Sudeste e Centro-
Oeste.
O Brasil sulino, com predominância de miscigenação mameluca e 
grande influência europeia e indígena.
 Apesar da formação destes eixos estarem diretamente relacionadas ao 
período colonial, até os dias atuais experimentamos os traços culturais de cada 
um deles. No entanto, é importante compreender que a nossa riqueza cultural 
está em cada um deles, e nenhum é melhor ou mais importante do que o outro. 
 
Brasil 
Crioulo
Brasil 
Sertanejo
Brasil 
Caipira
Brasil 
Sulino
Brasil 
Caboclo
53
Qual a importância da diversidade cultural no Brasil?
4
 O primeiro e mais importante argumento a favor da diversidade cultural 
brasileira diz respeito à nossa própria cultura, pois ela só é o que é hoje devido ao 
curso da história que proporcionou todos os acontecimentos citados nos tópicos 
anteriores. Se não fosse diversa, não seria a cultura brasileira que temos hoje.
 O segundo e mais forte argumento é o do respeito e da tolerância cultural. 
Por termos uma cultura tão vasta, aprendemos (às vezes nem tanto) a lidar com 
o diferente. Com isso, pudemos desenvolver a tolerância por aquele que vive de 
maneira diferente da nossa, enxergando-o como alguém que merece respeito, 
que merece viver e expressar-se tanto quanto os que vivem e se expressam como 
nós.
4.3. A política social e a apreensão das 
territorialidades e regionalidades
 O conhecimento das diversidades culturais que organizam a sociedade 
brasileira nos ajuda a:
pensar melhor em como devemos atuar em cada território; 
respeitar as tradições locais e a ter cuidado para não estigmatizar 
práticas que são culturais de cada região. 
 Quando atuamos no cotidiano, no dia-a-dia com as famílias em seus 
territórios, é preciso buscar entender os hábitos culturais de cada local e região. 
Nunca devemos julgar que uma família 
administra mal sua casa ou que não cuida de suas 
crianças, antes de conhecermos sua realidade 
social, econômica e cultural. 
 Em termos de estrita interpretação, diversidade cultural e desigualdade 
social são completamente diferentes. Desigualdade social faz referência à 
diferença entre as classes sociais e aos rendimentos de cada classe. Diversidade 
cultural faz referência à vasta quantidade de culturas diferentes existentes em 
um território. A desigualdade social é a diferença existente entre as diferentes 
classes sociais, levando-se em conta fatores econômicos, educacionais e culturais.
 Assim, somos um país de grande extensão territorial, de diversidades 
culturais e regionais e, infelizmente, na mesma proporção, temos grandes 
desigualdades sociais. Fruto de uma divisão desigual da riqueza que temos e 
4 Texto retirado na íntegra da publicação disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/
brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=O%20Brasil%20crioulo%2C%20da%20
%C3%A1rea,forte%20presen%C3%A7a%20de%20culturas%20ind%C3%ADgenas.https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=O%20Brasil%20cri
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=O%20Brasil%20cri
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/a-diversidade-cultural-no-brasil.htm#:~:text=O%20Brasil%20cri
54
produzimos no país, existem pessoas que vivem muito aquém do que é considerado 
o mínimo para uma vida digna. Conhecer essa realidade é fundamental para 
quem trabalha com políticas públicas e sociais, uma vez que, como vimos no 
módulo II, é geralmente para essas pessoas que são direcionadas às políticas de 
assistência social do Estado.
 A desigualdade social não pode ser vista como algo comum e intransponível, 
diferentemente das diversidades regionais e culturais. Reconhecer as desigualdades 
sociais do Brasil, que interferem no acesso a direitos como educação, saúde, 
moradia, cultura, entre outros, de milhões de brasileiros, é criar possibilidades de 
intervir para transformação dessa realidade.
 As medidas de elevação do bem-estar social incluem:
acesso à saúde e educação de qualidade para todos;
emprego e assistência momentânea para aqueles que estão fora do 
mercado de trabalho;
garantia da previdência social e dos direitos trabalhistas.
 Para você refletir melhor sobre as diversidades culturais e a desigualdade 
social, responda ao seguinte questionamento:
Quando pensamos 
nas diversidades 
culturais, como você 
acha que é possível 
preservá-las? 
Como podemos 
melhorar nossas 
ações diárias para a 
preservação do meio 
ambiente? 
 
O que as 
diversidades regionais 
nos ensinam sobre as 
riquezas e dificuldades 
do povo brasileiro?
 Essas questões nos ajudam a compreender melhor nossa atuação como 
profissionais de um programa social ou mesmo como cidadãos, ampliando 
nossos conhecimentos e nos capacitando para a elaboração de projetos, planos e 
intervenções na construção de um país que respeite as diversidades e diferenças e 
que busca a igualdade.
Sugerimos que assista a esse vídeo:
https://criancaenatureza.org.br/nossas-acoes/nossos-
videos/
https://criancaenatureza.org.br/nossas-acoes/nossos-videos/ 
https://criancaenatureza.org.br/nossas-acoes/nossos-videos/ 
55
4.4. O Programa Criança Feliz e sua inserção nos 
territórios diversos5
 O Programa Criança Feliz (PCF) foi instituído pelo Decreto nº 8.869, de 
05 de outubro de 2016, consolidado pelo Decreto nº 9.579, de 22 de novembro 
de 2018, como parte da implementação do Marco Legal da Primeira Infância. 
Tem como uma de suas características principais a intersetorialidade, a partir 
da articulação de ações das políticas de Assistência Social, Saúde, Educação, 
Cultura, Direitos Humanos e Direitos das Crianças e dos Adolescentes, entre 
outras, com o fim de promover o desenvolvimento integral das crianças na 
primeira infância. 
 O eixo central de atuação do Programa são 
as visitas domiciliares, que tem a finalidade 
de apoiar e acompanhar o desenvolvimento 
integral de crianças na primeira infância e 
apoiar a gestante e a família na preparação 
para o nascimento e nos cuidados perinatais. 
Além disso, visa colaborar no exercício da 
parentalidade, fortalecendo os vínculos e 
o papel das famílias para o desempenho da 
função de cuidado, proteção e educação das 
crianças atendidas. Tais elementos encontram 
retaguarda, igualmente, na oferta de serviços 
socioassistenciais, que ao contribuir para o 
fortalecimento da capacidade protetiva das 
famílias, permitem alçar o público do Programa 
à condição de prioridade absoluta determinada 
pelo marco legal vigente no País. (SUAS E 
PROGRAMA CRIANÇA FELIZ - ATUAÇÃO 
INTEGRADA, S/D, p. 7.6 ) 
 O planejamento das ações no território, no âmbito da integração de 
programas, serviços e benefícios e da intersetorialidade revela-se ainda mais 
estratégico porque muitas das demandas surgidas durante as visitas domiciliares 
que estão além do escopo do PCF, podem estar relacionadas a políticas de 
infraestrutura. No território, sobressai o papel mobilizador e articulador do 
CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), sobretudo a partir do PAIF, 
mas se estendendo para toda a rede de ofertas do SUAS (Sistema Único de 
Assistência Social) na organização do trabalho articulado
 Assim, no campo da primeira infância, o SUAS tem a responsabilidade 
de atuar no enfrentamento tanto das vulnerabilidades sociais que dizem 
5 Grande parte desse texto foi extraído do documento do Ministério da Cidadania com o 
título de Suas e Programa Criança Feliz - Atuação Integradora. Disponível em: https://www.
mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Interacao_Suas_CF.pdf
6 texto extraído do documento do Ministério do Desenvolvimento Social com o título de 
Suas e Programa Criança Feliz - Atuação Integradora. Disponível em: https://www.mds.gov.
br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Interacao_Suas_CF.pdf
SUAS
CRAS
EDUCAÇÃO
DIREITOS
HUMANOSCMDCA
SAÚDE
CULTURA
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Interacao_Suas_CF.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Interacao_Suas_CF.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Interacao_Suas_CF.pdf
https://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/Interacao_Suas_CF.pdf
56
respeito à pobreza, a fome, ao não acesso a bens e serviços públicos, 
como das vulnerabilidades relacionais, sobretudo as relativas ao ciclo 
de vida, considerando a primeira infância como a etapa mais vulnerável. As 
famílias devem ser empoderadas para, diante das incertezas, das inseguranças 
e rupturas decorrentes da complexidade da vida social da modernidade 
avançada, serem capazes de evitar situações de desproteção, fragilização ou 
rompimento de vínculos familiares, gerando para suas crianças um ambiente 
físico e emocional protetivo, que contribua com o desenvolvimento de suas 
potencialidades enquanto indivíduos plenos e saudáveis. 
 É importante ter em mente que, em muitos casos, as demandas levadas 
pelas famílias atendidas pelo PCF estarão relacionadas a problemas estruturais 
do território, atingindo toda a comunidade que nele habita. Assim, a ação do 
SUAS volta-se para seu caráter proativo, no sentido de estimular, por meio 
do Trabalho Social com as Famílias, a autonomia e o empoderamento das 
comunidades para a solução de problemas comuns.
 Vale lembrar que o Comitê Gestor do Programa Criança Feliz é um 
espaço de articulação institucional onde essas questões podem e devem 
ser tratadas, envolvendo, no nível da gestão, as áreas competentes que 
devem ser mobilizadas. O Comitê Gestor tem a possibilidade de atuar nos 
casos que não puderam ser resolvidos a partir do trabalho técnico em rede, 
articulando com as demais políticas setoriais, além de buscar soluções para 
casos de demandas crônicas ou urgentes.
57
Aula Narrada 5:
As Diversidades das Famílias 
Brasileiras
 Nesta aula, temos o objetivo de instigar suas reflexões sobre as várias 
formas de organização das famílias brasileiras e suas mudanças ao longo 
do tempo. Além disso, visamos possibilitar reflexões sobre a existência de 
diferentes tipos de formação de famílias, diferentes formas de exercício da 
parentalidade em relação ao cuidado com as crianças, relacionando-os com a 
prática diária do PCF.
5.1. A composição das famílias brasileiras 
atualmente
 Até agora, vimos a importância de entender as diversidades 
brasileiras(regionais, culturais e sociais) para a atuação na promoção do 
desenvolvimento infantil por meio das ações do PCF. Junto a isso, passamos pela 
discussão de como se constituem as políticas públicas e sociais, a necessidade 
de pensá-las dentro do processo de formação econômica e social do Brasil e de 
como isso interfere na nossa atuação, seja junto ao Programa Criança Feliz, seja 
na promoção e defesa de outros direitos sociais. Nesse processo, a formação 
permanente dos profissionaisque atuam na área é fundamental para qualificar 
a intervenção no território e junto às famílias, às crianças e às gestantes.
 Tudo o que foi dito até esse momento do curso, vem se somando, com 
o intuito de possibilitar melhor compreensão sobre a realidade em que atua. 
Estudar sobre as diversidades das famílias brasileiras, buscando compreender 
melhor o cenário de mudanças dessas famílias, bem como de suas diferentes 
composições, é indispensável para que você consiga estabelecer uma melhor 
interação com as famílias e as crianças pertencentes a este Programa. 
Compreender essas diferenças que existem em nossa sociedade, no que se 
refere às mais diversas organizações familiares, é um passo fundamental 
para que consiga promover os vínculos afetivos junto aos membros dessas 
famílias.
 Dentre as diferentes formas de organizações, arranjos e tipos de famílias, 
vamos apresentar, conceitualmente, neste curso, somente alguns arranjos 
familiares: famílias extensas, famílias monoparentais e famílias nucleares. Ao 
apresentarmos esses tipos de arranjos familiares, queremos deixar claro que 
existem muitos outros que fazem parte da nossa sociedade brasileira. 
58
 O mais importante aqui é a compreensão de que você, enquanto visitador, 
tem a responsabilidade de conhecer como a família em que está visitando se 
organiza, respeitando a organização apresentada, sem tentar “impor” outra 
forma de arranjo ou realizar “julgamento” sobre como essa família se estrutura 
ou se organiza. Portanto, precisamos nos desnudarmos de pré-conceitos sobre os 
diferentes tipos e arranjos familiares para que possamos estabelecer os vínculos 
necessários com as famílias que fazem parte do PCF e, a partir disso, conseguirmos 
atingir nosso objetivo principal que é a melhoria da condição de vida da criança, 
para que ela tenha um desenvolvimento integral e saudável, tendo seus direitos 
atendidos e preservados.
 Para dar sequência a essa discussão, gostaria que você, cursista, respondesse 
à seguinte pergunta:
 
Ao longo da sua trajetória profissional e de vida, você já 
teve a curiosidade de refletir sobre os diferentes 
arranjos familiares presentes no Brasil? Ou seja, já 
pensou nas diversidades das famílias? Se já, isso é um 
bom começo.
 Temos uma proposta para você:
 Faça algumas anotações no seu material de estudo, descrevendo quais os 
tipos de arranjos familiares que você teve oportunidade de conhecer. 
Sugerimos
Depois de finalizado este curso, durante as visitas domiciliares 
que você irá realizar, vá adicionando às suas anotações outros 
arranjos familiares com os quais for se deparando. Fazendo 
esse exercício, você vai perceber inúmeros arranjos familiares 
que extrapolam a esses que estamos apresentando aqui neste 
módulo. 
 Independente das diversas configurações familiares, o importante é 
compreendermos que é na família que ocorre a primeira vivência de socialização 
da criança. Essa afirmativa é confirmada por Lasch (1991) e Amazonas et al (2003) 
quando dizem:
 A família é o principal agente da socialização e reproduz padrões 
culturais no indivíduo. Ela “inculca modos de pensar e atuar que se 
transformam em hábitos” (LASCH, 1991, p.25). 
É na família que se concentram as possibilidades de constituição 
de pessoas enquanto sujeitos e cidadãos. É no seio dela que vão 
acontecer as primeiras identificações, espelho para identificações 
futuras (AMAZONAS, et al, 2003, p. 11).
59
 Ao compreendermos a família como uma categoria responsável pelo início 
do processo de socialização das crianças, possibilitando-as a construção de hábitos, 
valores, crenças, acreditamos que a família, do ponto de vista antropológico, é 
uma instituição universal (ROMANELLI, 2002, apud NEVES, 2004). 
 Além da família nuclear (pai, mãe e filhos), encontramos também as 
famílias extensas, monoparentais, mosaico e outros arranjos. Assim, constata-se 
que essas famílias representam as mudanças ocorridas na sociedade brasileira. 
Vale ressaltar que as diferentes formas familiares se concretizam no expressivo 
número de uniões estáveis fora do rito do casamento civil e religioso. Dentre 
muitos conceitos de família, apresentamos a seguinte definição:
Família são as funções desempenhadas por seus membros e suas 
inter-relações, podendo assim apresentar-se como família um sem 
número de arranjos entre membros com tais características de 
lealdade, afeição e durabilidade de pertinência, como por exemplo: 
casal sem filhos, casal com vários filhos, avós, filhos e netos, um pai 
ou uma mãe singular e filhos, casais recasados com filhos de outras 
relações (MACEDO, 1994, p. 185 apud NEVES 2004, p. 19).
 Dentre os diferentes disparadores para o surgimento de novas 
configurações e tipologias familiares, podemos citar as situações de “divórcio” 
e “separação”. Essas situações são muito comuns e abrem portas para a criação 
de novas possibilidades de arranjos familiares, tornando a composição familiar 
muito mais diversa. Vale destacar, por exemplo, a família mosaico, isto é, famílias 
compostas por pais, mães e filhos de diferentes casamentos ou relações conjugais7. 
 A família é uma instituição de importante 
referência para as crianças e indivíduos de maneira 
geral. É nela que aprendemos os primeiros aspectos do 
que é o mundo, de carinho, de cuidado, de proteção. É ela 
também que nos ensina as primeiras noções acerca de 
crenças, tradições e cultura do local onde vivemos.
 Em acordo com esse conceito de família, Bruschini (1994), citada por Neves 
(2004), afirma:
Famílias são espaços de convívio, de troca de informações entre 
os membros e onde existe a possibilidade de as decisões serem 
tomadas coletivamente. São vínculos nos quais os sujeitos têm 
a oportunidade de se re-socializarem, revendo seus valores e 
posturas na dinâmica do cotidiano e em função das necessidades 
do grupo, que se modificam a cada etapa da vida familiar. (NEVES, 
2004, p. 20) 
As transformações que têm passado as famílias não representam 
a perda de noção de mundo, e sim as transformações que vêm 
ocorrendo na sociedade contemporânea. 
7 Quando um homem já com filhos se casa novamente, ou uma mãe também já foi casada e 
têm filhos, formam uma outra família.
60
 Essas transformações vêm contribuindo para o reconhecimento da 
igualdade de direitos construídos no espaço doméstico/familiar. Dentre os 
avanços registrados, foi dada tutela à união estável e à família monoparental. 
Assim, tanto os filhos concebidos durante a união, como os filhos concebidos 
de maneira externa ao casamento/união, bem como os adotivos, passaram a 
ter seus direitos legitimados. Portanto, as configurações familiares sofreram 
modificações para dar conta das demandas emergentes da sociedade (BANACO 
et al, 2020).
 Na sequência, vamos fazer um destaque relativo às famílias extensas e 
monoparentais como um exemplo de configuração familiar a ser apresentado 
para reflexão. Entretanto, reafirmamos que essas configurações não são 
exclusivas. Conforme já apresentamos, muitos outros arranjos surgiram e vêm 
surgindo na sociedade contemporânea
 Em resumo:
De acordo com Macedo (1994), sendo a família considerada parte 
de um contexto mais amplo dentro do sistema social, no qual faz 
parte sua função de transmissão de valores, de suporte físico, 
afetivo e social, fica implícita a contribuição de seus membros 
no que se refere ao suporte para o desenvolvimento da criança, 
favorecendo a construção de sua identidade. Porém, não existe 
nenhuma configuração familiar melhor que outra, uma vez que a 
família tem sido o que é possível ser em função do seu contexto, 
de sua herança, da fase de vida em que está e da capacidade de 
mudança que têm (NEVES, 2004, p. 23). 
5.2. Famílias extensas e famílias monoparentais
 
Famílias
Monoparentais
 
 
Família extensa
São formadas quando a 
mãe cuida dos filhos 
sozinha ou o pai cuida 
sozinho dos filhos, 
mesmo que contando 
com uma ajudinha de 
algum parente. 
São os cuidados com as 
crianças que sãocompartilhados com outros 
parentes e/ou amigos - avós 
e avôs, tios e tias, primo e 
prima, amigos/amigas, que 
residem na mesma casa ou 
próximo à residência. 
Famílias 
Monoparentais
 
São formadas quando 
a mãe cuida dos filhos 
sozinha ou o pai cuida 
sozinho dos filhos, 
mesmo que contando 
com uma ajudinha de 
algum parente.
Famílias
Monoparentais
 
 
Família extensa
São formadas quando a 
mãe cuida dos filhos 
sozinha ou o pai cuida 
sozinho dos filhos, 
mesmo que contando 
com uma ajudinha de 
algum parente. 
São os cuidados com as 
crianças que são 
compartilhados com outros 
parentes e/ou amigos - avós 
e avôs, tios e tias, primo e 
prima, amigos/amigas, que 
residem na mesma casa ou 
próximo à residência. 
 
 São os cuidados 
com as crianças que são 
compartilhados com outros 
parentes e/ou amigos - avós 
e avôs, tios e tias, primo e 
prima, amigos/amigas, que 
residem na mesma casa ou 
próximo à residência. 
Famílias Extensas
61
 As famílias monoparentais são formadas quando a mãe cuida dos filhos 
sozinha ou o pai cuida sozinho dos filhos, mesmo que contando com uma 
ajudinha de algum parente. 
 Apesar das famílias monoparentais serem, em sua maioria, chefiadas por 
mulheres, têm aparecido arranjos familiares com apenas genitores e filhos. 
 Os motivos que caracterizam as famílias com pais e filhos são diferentes 
daqueles em que as mulheres criam sozinhas seus filhos. Sem a pretensão 
de generalizar, muitas vezes, é o falecimento da genitora que leva os pais a 
criarem seus filhos sozinhos, quando eles não se casam ou se unem novamente. 
Mas, independentemente dos fatores que contribuem para essa situação, a 
paternidade responsiva deve ser encarada como uma mudança nos paradigmas 
sociais que levam aos novos arranjos familiares. 
 O cuidado com os filhos deve ser compartilhado pelos genitores e os pais 
precisam ser responsabilizados por esse cuidado ou falta dele.
 A família extensa, como o próprio nome diz, é algo extenso, colocando-
se além do modelo tradicional, configurado por mãe, pai e filho, mãe e filho ou 
pai e filho. Assim, a família extensa define-se pelos cuidados com as crianças 
que são compartilhados com outros parentes e/ou amigos - avós e avôs, tios e 
tias, primo e prima, amigos/amigas - que residem na mesma casa ou próximos 
à residência. Há comunidades que compartilham os cuidados de maneira mais 
coletiva e todos acabam ficando responsáveis por determinados cuidados.
 Embora possa haver um cuidador ou cuidadora principal, no 
compartilhamento dos cuidados das crianças, existem diferentes abordagens 
para o fortalecimento de vínculos. Outras pessoas, que não somente os genitores 
e genitores, tornam-se referência no desenvolvimento infantil dessas crianças e 
contribuem para seu processo de socialização e apreensão do mundo. Devemos 
levar isso em consideração na elaboração do nosso plano de atuação com as 
famílias, ainda que seja para pensar diferentes atividades para promoção da 
Primeira Infância. 
5.3. Quem são os cuidadores das crianças nas famílias 
brasileiras
 Como vimos anteriormente, as famílias são as cuidadoras principais das 
crianças e, embora possa haver um cuidador ou cuidadora principal, existem 
diferentes abordagens para o fortalecimento de vínculos. Outras pessoas, que 
não somente os genitores, tornam-se referência no desenvolvimento infantil 
dessas crianças e contribuem para seu processo de socialização e conhecimento 
de mundo. 
 Nas visitas domiciliares do Programa Criança Feliz, percebemos diferentes 
maneiras de exercer o cuidado com as crianças, dependendo do arranjo familiar, 
cultura e do território/região onde residem as famílias e sua organização social. 
Por isso, devemos ter cuidado para não julgarmos essas famílias e seu modo 
62
de viver. Devemos, entretanto, aprender mais sobre essas famílias 
para organizar melhor as atividades/estratégias de intervenção. 
 Quando existem várias pessoas compartilhando os cuidados com as 
crianças, precisamos referenciar o cuidador principal, sem deixar de entender 
a importância que essas outras pessoas exercem no processo de aprendizado 
delas. 
 O que importa, muitas vezes, é buscar um ambiente seguro e acolhedor 
para realizar as atividades do programa e orientar as famílias a propiciar o 
desenvolvimento infantil. 
 As equipes que atuam no PCF, bem como outros atores que trabalham 
com a garantia de direitos, devem ter atenção para não desrespeitar os 
cuidadores e cuidadoras nem tomar nenhuma atitude que possa afastar 
essas famílias do programa e agravar sua situação. 
 Reiteramos que as situações de vulnerabilidades sociais devem ser 
trabalhadas em rede, buscando a melhor intervenção para a garantia dos direitos 
dessas famílias e das crianças. Um fator importante nas visitas domiciliares, 
além de trabalhar junto aos cuidadores das crianças, é compreender que 
tanto você (visitador ou visitadora) quanto os cuidadores devem dar à criança 
o direito de falar e de ser ouvida em sua essência em todos os momentos da 
convivência familiar e na sociedade em geral. Aprofundaremos nesta temática 
no módulo 4. 
 A família representa uma forma de integração ao mundo e o 
fortalecimento desse vínculo é fundamental para a Primeira Infância. 
Devemos levar isso em consideração quando estamos elaborando nosso 
plano de atuação com as famílias, respeitando-as e conhecendo-as, se 
quisermos intervir nas realidades delas, ainda que seja para pensar diferentes 
atividades para promoção da Primeira Infância, estimulando o cuidado entre 
os cuidadores, gestantes e crianças.
As diversidades das famílias e do território brasileiro produzem 
diferentes influências, pois tem um jeito próprio de entender a 
infância, de exercer o desenvolvimento infantil e o fortalecimento 
de vínculos familiares independentemente da sua configuração.
Não impede de utilizarmos conhecimentos científicos comprovados 
que ajudam na promoção do desenvolvimento infantil.
 É preciso aliar esse conhecimento científico às diversidades das 
infâncias brasileiras em prol da Primeira Infância. 
63
Aula Narrada 6:
O Desenvolvimento Infantil e as 
Diversidades das Infâncias Brasileiras
 Nesta aula 6, o nosso desafio para você é que consiga compreender a 
importância do desenvolvimento infantil e como um desenvolvimento integral 
e harmônico pode contribuir para a quebra intergeracional da pobreza, 
entendendo os aspectos diversos das infâncias brasileiras. Importante 
também entender o papel das cuidadoras e dos cuidadores na promoção do 
desenvolvimento infantil e como as visitas domiciliares do PCF contribuem para 
o fortalecimento da Primeira Infância, oportunizando um futuro melhor para as 
crianças.
6.1. Importância do desenvolvimento infantil para a 
quebra intergeracional da pobreza
 Iniciando nossa conversa, convidamos você a refletir sobre o que é a 
pobreza em nosso país. Você acredita que seja possível promover esse percurso 
na vida da criança que está inserida nesse contexto social? 
Faça um exercício mental para pensar em estratégias 
de abordagens das famílias que fazem parte do 
PCF, buscando verificar como isso pode acontecer 
ao longo de sua abordagem nas visitas domiciliares. 
Você é criativo/a e temos certeza de que conseguirá 
pensar em várias estratégias. 
 Para contribuir com sua reflexão e processo criativo, apresentaremos aqui 
um conceito de pobreza. Entretanto, é preciso ficar claro que esse é apenas um 
de muitos outros conceitos de pobreza construídos pela comunidade científica. 
“A pobreza é um processo complexo e está relacionado a algum 
tipo de privação constituída por elementos de ordem material, 
não material, cultural e social na vida de uma pessoa ou família.” 
(MOTTA; PARENTE, 2018) 
 Outro questionamento que precisa vir seguido de uma reflexão: você 
acredita que a Primeira Infância constitui uma etapa fundamental para o 
desenvolvimento do ser humano? Bom, acreditamos que sim, pois se você não 
acreditasse, não faria este curso. 
64
 APrimeira Infância constitui uma etapa fundamental para o 
desenvolvimento das pessoas em todos os aspectos. Importante dizer que já 
é consenso entre os cientistas da área educacional, psicológica, antropológica, 
sociológica e da medicina que o desenvolvimento da criança precisa se dar de 
forma harmônica em todos os seus aspectos: físico, motor, social, cognitivo, 
afetivo e moral. Portanto, afirmam que o desenvolvimento se dá tanto em 
termos cognitivos como socioemocionais e físicos. Por isso, é indispensável e 
indiscutível a ideia de que precisamos investir no desenvolvimento infantil desde 
o início da vida e em políticas para a Primeira Infância.
 É possível encontrar uma multiplicidade de argumentos que apoiam 
essa afirmação. O principal é o direito de todas as crianças ao desenvolvimento 
pleno de seus potenciais, estabelecido pela Convenção dos Direitos da Criança e 
outros instrumentos internacionais.
 Por outro lado, as neurociências demonstraram que, nos primeiros anos de 
vida, o cérebro se desenvolve muito rapidamente e é particularmente sensível às 
manifestações de uma criação rica e estimulante (KAGAN, 2013). A capacidade 
de aprendizado dos seres humanos durante esses anos é maior e o conjunto 
de suas habilidades básicas apresenta uma grande plasticidade (BERNAL, 2013). 
O investimento em programas de qualidade para a primeira infância tem, 
dessa forma, uma alta taxa de retorno para toda a sociedade. 
 Um terceiro argumento está relacionado à existência, na região, de um 
desequilíbrio etário do bem-estar ou situação de infantilização da pobreza 
(ROSSEL, 2013). Isso significa que as crianças estão sobrerrepresentadas na 
pobreza em comparação com outras faixas etárias. É necessário investir na 
Primeira Infância para superar essa situação de violação dos direitos das 
crianças e contribuir para quebrar o ciclo intergeracional da pobreza e garantir 
um desenvolvimento mais equitativo e sustentável.
 Em quarto lugar, o argumento demográfico em relação à importância 
de investir na Primeira Infância é particularmente importante. A América Latina 
está atravessando um processo de transição demográfica, com os países em 
diferentes fases: a porcentagem de pessoas com 60 anos ou mais triplicará até 
2050 e aumentará o número de doentes crônicos, conforme dados do Centro 
Latino-Americano e Caribenho de Demografia (CELADE) da Comissão Econômica 
para a América Latina e o Caribe (CEPAL). Por isso, é importante aproveitar a 
fase denominada “bônus demográfico” (quando as taxas de natalidade ainda 
estão altas e existe uma proporção baixa de adultos idosos) para fazer fortes 
investimentos na Primeira Infância. São eles que permitirão contar, no futuro, 
com uma população com maiores níveis de capital humano.
 Como argumento final, relacionado com o anterior, o investimento na 
Primeira Infância gera efeitos positivos em matéria de gênero, promovendo, 
também, a (re)inserção laboral das mulheres, que continuam a ser as principais 
65
provedoras de cuidado. Os países que conseguiram solucionar de forma virtuosa 
o desafio da integração da mulher no mercado de trabalho o fizeram ao combinar 
a modificação da distribuição de tarefas do lar entre homens e mulheres, junto 
com uma forte coletivização do cuidado por meio dos serviços públicos do Estado 
e, em menor medida, do mercado (FILGUEIRA; AULICINO, 2015).
 No entanto, ainda restam desafios importantes pela frente para que essas 
iniciativas se transformem em melhorias concretas na situação dos bebês e das 
crianças, permitindo, assim, que todos usufruam do seu direito de desenvolvimento 
pleno de seus potenciais. Mais especificamente, merecem destaque aqueles 
desafios relacionados ao desenvolvimento relativo dos programas e serviços, 
à utilização de ferramentas de gestão, ao financiamento e à sustentabilidade e 
institucionalidade. 
 Desse modo, a quebra intergeracional da pobreza busca oferecer condições, 
já na infância, para que as pessoas tenham a oportunidade de quebrar o ciclo de 
pobreza experienciado por suas famílias. 
 No entanto, é preciso analisar e estudar os adultos para que se possa 
chegar a medidas que sejam eficazes no desenvolvimento infantil, fazendo com 
que essa quebra aconteça de fato. O acesso a condições básicas de saúde 
e saneamento, direito ao lazer e, principalmente, à educação são fatores 
de extrema importância para o desenvolvimento infantil que, por sua vez, 
será crucial para o desenvolvimento dessa criança, tornando-a um adulto com 
melhores condições para romper o ciclo de pobreza vivenciado. 
 Sabemos também que romper com as condições de extrema pobreza é 
difícil e as políticas públicas e sociais precisam ter papel ativo para garantir o 
acesso das crianças a um desenvolvimento digno. 
 Diante desse cenário, o Programa Criança Feliz, que busca garantir o 
desenvolvimento da criança, faz o acompanhamento da Primeira Infância desde 
a gestação até os seis anos, auxiliando os cuidadores em sua parentalidade. 
Sugerimos, para aprofundar 
seu conhecimento sobre a importância do 
desenvolvimento da criança para a vida, que você assista 
ao documentário “O começo da vida”. Pode acessá-lo pelo 
link:
https://www.videocamp.com/pt/movies/o-comeco-da-vida
ou 
https://ocomecodavida.com.br/filme-completo/
https://www.videocamp.com/pt/movies/o-comeco-da-vida 
https://ocomecodavida.com.br/filme-completo/
66
6.2. Os aspectos diversos das infâncias brasileiras
 As sociedades ocidentais se estruturaram seguindo os moldes das 
sociedades gregas. Se hoje vivenciamos ideias e práticas de democracia, isso se 
deve ao imenso legado deixado pelos gregos. No entanto, é preciso compreender 
que a democracia experimentada na Grécia difere-se da democracia vivenciada 
nos tempos atuais. Também será diferente de país para país, embora se mantenha 
uma base filosófica e ideológica comum. Na Grécia, ao contrário do que vivemos 
hoje, nem todas as pessoas eram consideradas cidadãs e, por isso, havia grupos 
não autorizados a participarem das discussões e decisões acerca da vida pública. 
Nos debates sobre a pólis, ou seja, sobre a cidade e as dinâmicas impostas a 
ela, mulheres e crianças não podiam participar, visto que, para aquela sociedade, 
não eram consideradas como cidadãs. Portanto, desde a antiguidade, mulheres 
e crianças eram consideradas seres inferiores, que mereciam tratamento 
diferenciado. 
 A ideia de cidadania é importante para pensarmos os aspectos diversos 
das infâncias brasileiras, pois é a partir dela que os sujeitos passam a existir e 
serem dotados de direitos que lhes serão garantidos pelo Estado, por meio de 
políticas que vão ao encontro de suas necessidades específicas. 
 Se considerarmos a história do Brasil, apenas recentemente que muitos 
sujeitos foram considerados de fato como cidadãos, incluindo-se, nesse grupo, 
as crianças. Somente com a promulgação da Constituição de 1988 que as crianças 
passam a ter uma série de direitos garantidos por Lei, como, por exemplo, o 
direito à educação, à saúde, ao lazer e à segurança. 
 A razão para não serem identificados como cidadãos e, por isso, não 
serem sujeitos de direitos, deve-se ao fato de que, historicamente, a criança era 
vista como uma espécie de instrumento de manipulação ideológica dos adultos. 
O sentimento de infância, a concepção de uma faixa etária diferenciada com 
interesses próprios, a preocupação com a educação, o comportamento com o 
meio social são questões vislumbradas somente na Idade Moderna. 
 Apesar de reconhecermos esse grande avanço na Legislação Brasileira, é 
preciso considerarmos que, num país de proporções continentais, as crianças 
são diversas e as infâncias experimentadas por elas serão múltiplas. Como bem 
lembra Ariés (1978), a particularidade da infância não será reconhecida nem 
praticada para todas as crianças, pois algumas não vivem a infância devido às suas 
condições econômicas, sociais e culturais. Ou seja, as condições socioeconômicasdas crianças é um fator de grande influência sobre suas experiências durante a 
infância. 
 Nessa disparidade de vivências da infância, encontramos crianças diante de 
sofisticados computadores e garotos descalços que puxam carrinhos de papel 
com a força de homens nas ruas sem calçamento, com os pés na lama, sob as 
marquises nos centros da cidade, nos faróis... São muitos, são diferentes, são 
crianças. São sujeitos de infâncias múltiplas, contextos que diferem práticas 
discursivas que se contrapõem. As marcas dos contextos sociais gritam suas 
67
diferenças e imprimem novos contornos às infâncias na sociedade atual. Por 
isso, não podemos falar apenas em criança ou infância brasileira, e sim crianças e 
infâncias brasileiras, sempre no plural. 
 Nesse sentido, uma diversidade de sujeitos crianças se apresentam para 
nós. Temos crianças em contextos urbanos, rurais, ribeirinhas, quilombolas, 
em situação de privação de liberdade, pois suas mães estão encarceradas, 
refugiadas, entre outras. Todas essas crianças possuem uma série de direitos já 
garantidos nas leis que conhecemos ao longo deste curso, mas esses direitos irão 
se efetivar na vida de cada uma delas de maneira diferenciada. Por exemplo, as 
crianças ribeirinhas têm direito à educação, mas, em alguns casos, será necessária 
uma política de acesso à escola diferenciada das relativas às crianças que estão 
em contextos urbanos
 Para as crianças negras, por exemplo, sabemos que, após a abolição da 
escravidão, as crianças das antigas senzalas continuaram a trabalhar nas fazendas 
de cana. E como herança desse período escravocrata, ainda hoje, temos crianças 
trabalhando no corte de cana e em outras atividades não condizentes com sua 
faixa etária, desprovidas das condições básicas de alimentação, moradia, saúde 
e educação. Para muitas crianças, forçadas a trabalhar desde muito cedo, sobra 
pouco tempo para as brincadeiras, um dos direitos garantidos a elas por Lei. Por 
isso, é fundamental pensar em políticas diferenciadas, que vão ao encontro dos 
direitos dessas crianças, garantindo que esses lhes sejam assegurados. 
[...] que todas as crianças possam ouvir histórias, andar na chuva e 
brincar de adivinhação. Porque simplesmente a infância é o tempo 
em que começamos a perceber o tamanho do mundo e descobrir 
quem somos. [...], “embora eu não seja rei, decreto, neste país, 
que toda, toda criança, tem direito a ser feliz!” (ROCHA, 2002, p. 
55, apud DALMAGRO e MARQUES, 2013). 
68
 Portanto, para que as políticas intersetoriais da Primeira Infância possam 
se efetivar com êxito em um país tão grande como nosso, é preciso reconhecer 
e conhecer nossas diferentes infâncias, só assim saberemos como atender 
as especificidades de cada uma delas, garantindo-lhes, sobretudo, o direito à 
felicidade. 
 
Para complementar o estudo sobre as 
diversidades das infâncias, assista à live disponível 
no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=0MKJjCjgqAg
6.3. O papel das cuidadoras e dos cuidadores na 
promoção do desenvolvimento infantil
“A família é a principal fonte de estímulos ao desenvolvimento 
infantil, e ela deve compreender a importância dos cuidados 
biológicos e afetivos que são requeridos pela criança a fim de 
garantir o desenvolvimento de suas potencialidades de modo 
integral. Dessa forma, ressalta-se a importância de se conhecer 
o significado de cuidado atribuído por quem cuida da criança e 
com ela interage.” (OLIVEIRA, NASCIMENTO; MARCOLINO, 2012) 
 
 A interação entre cuidador e criança é necessária para que haja os estímulos 
neurológicos e psicossociais fundamentais ao desenvolvimento integral. Entre 
as interações necessárias estão: 
 
 
Toque
Conversa
Escuta
Olhar
Brincadeira
https://www.youtube.com/watch?v=0MKJjCjgqAg
69
 
 Essas ações devem ser constantes para estreitar o vínculo entre cuidador 
e criança, promovendo não somente o desenvolvimento da criança como 
também o desenvolvimento do próprio cuidador, que poderá compreender 
melhor a criança e, assim, garantir um desenvolvimento saudável para além da 
primeira infância. É com o cuidador que a criança vai estabelecer seus primeiros 
vínculos de confiança que serão necessários para o sucesso das próximas etapas 
de sua vida.
 É importante que o cuidador desenvolva a capacidade de escutar as 
crianças e considerar que suas manifestações orais e/ou comportamentais são 
de extrema importância para a promoção do desenvolvimento nos primeiros 
anos de vida, bem como entender que a criança se comunica com os adultos e 
seus pares por meio dessas manifestações. Assim, o propósito de aprofundar 
vínculos se torna muito mais possível. 
 “Um olhar de aprovação torna-se então fundamental para dar sustentação 
e demonstrar a confiança do adulto na criança” (BARBOSA, 2009, p. 100). 
 Portanto, é ficando atento ao olhar, ao comportamento, ao movimento 
corporal e à voz das crianças que o adulto ou cuidador demonstra seu interesse 
pela singularidade de cada criança (BARBOSA, 2009). 
 Ao defender que o adulto/cuidador precisa sempre estar atento, 
observando e exercitando a escuta da criança, Barbosa (2009) afirma:
Exercitar e praticar a escuta das crianças é perseguir a compreensão 
de seus modos de sentir, pensar, fazer, perguntar, desejar, 
planejar. É também um modo de aproximar-se das tensões, das 
situações conflitantes, das cooperações, das interferências e das 
alegrias [...] (BARBOSA, 2093, p. 102).
 
[...] Ao valorizar a observação e a escuta das crianças, estamos 
afirmando o reconhecimento delas como capazes de propor e 
criar. É a presença sutil do adulto implicado, comprometido com 
a escuta da criança e do grupo, e sensível aos momentos tensos 
de descobertas do outro (BARBOSA, 2009, p. 102). 
 
 Diante de todas as perspectivas apresentadas nesta aula, fica evidente a 
importância de você, cursista, investir na formação permanente e continuada 
para que, em sua atuação no PCF, consiga promover o estabelecimento de 
vínculos afetivos dos membros da família com os bebês e as crianças para a 
promoção do desenvolvimento integral delas. Além disso, os conhecimentos 
construídos ao longo desses módulos cursados até o momento lhes possibilitarão 
uma intervenção mais consciente, conscienciosa e sensível durante as visitas e 
atendimentos às crianças participantes deste Programa.
70
Para complementar a formação deste módulo, 
sugerimos as seguintes leituras:
Infância, Cultura Contemporânea e Educação Contra 
e Barbárie, de Sonia Kramer. Disponível em: https://
www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/
view/23857/16830
Poética da Infância, de Severino Antônio e Katia Tavares. 
Páginas 25 a 33. Disponível em: https://www.nepsid.com.br/_
files/ugd/27072f_6c92d7e7261f4d15afe44946143d05b8.pdf
Dar voz às crianças: desafio e prioridade, de Adriana 
Friedmann. Disponível em: https://132914ad-
cd03-9ef2-c1bf-9fb1457f44dd.filesusr.com/
ugd/27072f_9334f07fbcb6424590100e93b720d94e.pdf
 EM RESUMO
 
 Nesta unidade, aprendemos que a diversidade cultural é a convivência 
simultânea de várias etnias e culturas em um recorte territorial e social e que o 
Brasil é um país com vasta diversidade cultural em virtude da multiplicidade de 
povos que habitam o nosso território. Somos essencialmente diversos. 
 Também foi possível conhecer diversos arranjos familiares e diferentes 
maneiras de exercer o cuidado com as crianças. Já vimos que os arranjos familiares 
e formas de cuidar da casa e dos filhos também são influenciados pela cultura 
e suas diversidades, assim como pela região onde residem as famílias e sua 
organização social. Embora, na construção e execução de políticas e programas 
sociais, especificamente em um programa que propõe influir no desenvolvimento 
infantil, temos que considerar a garantia de certos direitos sociais básicos, 
é necessário ter o cuidado para não julgarmos essas famílias e seu modo de 
viver. Podemos, inclusive, aprender com essas famílias para organizarmelhor as 
atividades que faremos com elas e usar seus costumes e tradições culturais para 
elaborar estratégias de atuação. 
 Destacamos ainda a importância da criança vivenciar experiências boas e ter 
seus direitos garantidos para que seu desenvolvimento aconteça por completo e 
suas habilidades sejam potencializadas. Por isso, o papel dos cuidadores(as) e as 
políticas públicas para a Primeira Infância são primordiais para os próximos anos 
do desenvolvimento infantil, confirmando que a Primeira Infância constitui uma 
etapa fundamental na vida de cada criança, em todos os aspectos, contribuindo 
significativamente para a quebra intergeracional da pobreza, com a garantia de 
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/23857/16830
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/23857/16830
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revistateias/article/view/23857/16830
https://www.nepsid.com.br/_files/ugd/27072f_6c92d7e7261f4d15afe44946143d05b8.pdf 
https://www.nepsid.com.br/_files/ugd/27072f_6c92d7e7261f4d15afe44946143d05b8.pdf 
https://132914ad-cd03-9ef2-c1bf-9fb1457f44dd.filesusr.com/ugd/27072f_9334f07fbcb6424590100e93b720d94e.pdf
https://132914ad-cd03-9ef2-c1bf-9fb1457f44dd.filesusr.com/ugd/27072f_9334f07fbcb6424590100e93b720d94e.pdf
https://132914ad-cd03-9ef2-c1bf-9fb1457f44dd.filesusr.com/ugd/27072f_9334f07fbcb6424590100e93b720d94e.pdf
71
oportunidades iguais e investimentos em programas como o PCF para que a 
criança de hoje torne-se um adulto com melhores condições de romper com a 
pobreza.
 Entender a importância da criança, suas necessidades, seu comportamento, 
seu meio social, sua cultura e outras especificidades, é reconhecer as múltiplas 
infâncias existentes tanto na área urbana quanto na área rural, atendendo, dessa 
maneira, as particularidades de cada uma.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Referência Básica:
CAVALCANTI, Camila Dias. Roteiro do curso: As diversidades das infâncias 
e famílias brasileiras e o PCF. Ministério da Cidadania. Secretaria Especial do 
Desenvolvimento Social. s/d. p. 80. Disponível em: https://drive.google.com/
drive/folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
Referências Complementares:
WAGNER, Adriana.; LEVANDWSKI, Daniela Centenaro. Sentir-se bem em família: 
um desafio frente à diversidade. Revista Textos e Contextos, Porto Alegre, V. 
7, N.1, Jan/jun, p. 88-97, 2008. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.
br/ojs/index.php/fass/article/view/3940
TEODORO, Luiz Claudio. A importância da educação na construção da cidadania: 
uma análise do Programa Bolsa Família. Revista Acervo Educacional (online), 
v. 2, p. e4086, 8 out. 2020. Disponível em: https://acervomais.com.br/index.php/
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MOTTA, Astrid. PARENTE, Cristina. Reprodução intergeracional da pobreza: o 
caso do complexo de favelas do São João - Rio de Janeiro – Brasil. Investigação 
Qualitativa em Ciências Sociais//Investigación Cualitativa en Ciencias 
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http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/relat_seb_praticas_cotidianas.pdf
73
Apresentação e 
Guia de Estudos da 
Unidade VII
 Olá cursista, bem-vindo ao nosso Módulo IV! 
 Neste quarto módulo, vamos refletir sobre a importânciade 
ações intersetoriais para a Primeira Infância. Durante o módulo, 
iremos conhecer o que são ações intersetoriais; as ações intersetoriais 
para a Primeira Infância; o papel das políticas sociais para garantir a 
intersetorialidade na promoção do desenvolvimento infantil; como 
envolver diversos atores para garantir a intersetorialidade das políticas 
sociais voltadas à primeira infância; e a intersetorialidade dentro do 
Programa Criança Feliz. 
 O principal objetivo, nesta unidade, é conhecer quais as ações 
de articulação são necessárias para a efetividade do PCF e do 
desenvolvimento infantil e como o programa pode integrar as ações 
intersetoriais para garantir a efetividade dos direitos das crianças 
atendidas e suas famílias. 
 Para subsidiar o aprofundamento sobre os conhecimentos da 
intersetorialidade na primeira infância, siga a seguinte ordem de estudos: 
 
1. Leia, na apostila, a Aula 7;
2. Assista à aula narrada 7;
3. Faça os exercícios de fixação da Aula 7;
4. Ouça o podcast sobre ações conjuntas e 
intersetoriais para a promoção do desenvolvimento 
infantil;
5. Assista aos vídeos sugeridos;
6. Crie o plano de ação sugerido no final da apostila;
Bons estudos!
74
Aula Narrada 7:
Ações de Articulação para a Efetividade do 
PCF e do Desenvolvimento Infantil1
7.1. O papel das políticas sociais para garantir a 
intersetorialidade na promoção do desenvolvimento 
infantil
“É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança.”
Provérbio Africano
 Esse provérbio africano é uma boa maneira de começarmos nossas reflexões 
acerca da intersetorialidade na primeira infância. É comum observarmos em 
comunidades tradicionais, sobretudo as comunidades africanas e indígenas, um 
cuidado diferenciado com as crianças. 
 A forma particular de perceber o mundo dessas comunidades, diferentemente 
de nossa sociedade, prima por entender que as crianças já fazem parte daquele 
grupo de pessoas e seu valor não está dado no que virão a ser, mas no que já são. E 
o que elas são? 
CRIANÇAS! São sujeitos carregados de 
saberes, com inúmeras potencialidades, mas 
que, nesta etapa da vida, precisam de cuidados 
especiais, para que, ao longo do seu desenvolvimento, 
todas as suas potências possam ser descobertas, 
desenvolvidas e experimentadas, não apenas em 
proveito individual, mas sobretudo em prol de 
toda a comunidade.
 Tais grupos entendem que sua dedicação aos cuidados com as crianças 
cumpriu, com excelência, a sua missão quando esses sujeitos, agora inseridos em 
outras dinâmicas daquela sociedade, utilizam seus saberes e todos os aprendizados 
construídos ao longo do seu desenvolvimento para beneficiar a coletividade. 
 Nesse cuidado especial dispensado às crianças, compreende-se, nessas 
sociedades, que apenas o núcleo familiar mais próximo daquele sujeito não é 
suficiente para prover tudo o que aquela criança necessita, por isso “é preciso uma 
aldeia inteira”. 
1 Esta apostila foi baseada no produto produzido por CAVALCANTI, Camila Dias. Roteiro do cur-
so: As diversidades das infâncias e famílias brasileiras e o PCF. Ministério da Cidadania. Secretaria 
Especial do Desenvolvimento Social. s/d. p. 80. Disponível em: https://drive.google.com/drive/
folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw 
https://drive.google.com/drive/folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
https://drive.google.com/drive/folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
75
 Essa rede de proteção e cuidado com as crianças não está dada apenas 
em comunidades tradicionais, como as já citadas aqui. Se observarmos mais 
atentamente a nossa sociedade, reconheceremos uma grande aldeia cuidando 
de nossas crianças.
A essa “grande aldeia”, manifestada em 
diversos órgãos governamentais e percebida nos 
cuidados expressados por eles em nossos cotidianos, 
podemos chamar de intersetorialidade.
 Em sociedades capitalistas e democráticas como a que vivemos, nossa vida 
social se organiza em torno do Estado. É ele quem garantirá as estruturas básicas 
para sobrevivência e reprodução dos indivíduos. 
 Sabemos que, a partir das diferentes correntes econômicas, políticas e 
sociais, a presença deste Estado na vida dos sujeitos pode ser mais forte ou mais 
fraca. Em países tão desiguais como o Brasil, faz-se necessária a presença de um 
Estado mais forte, para que direitos básicos como alimentação, moradia, saúde e 
educação sejam, minimamente, garantidos à toda a população. 
 Assim, o Estado se configura nessa grande aldeia, para além dos cuidadores 
mais próximos às crianças, que, junto a estes, irá educá-las, ou seja, garantirá que 
elas se desenvolvam integralmente. 
 Essa rede de apoio e proteção de nossas crianças se materializa no 
nosso dia-a-dia por meio da intersetorialidade. A articulação de políticas 
públicas e sociais não é algo novo, porém garantir a intersetorialidade das 
políticas e programas ainda se constitui em um dos principais desafios da gestão 
pública. Diante desse fato, faz-se necessário compreender a importância do 
Comitê Gestor nas esferas federal, distrital, estadual e municipal, considerando 
as ações que fazem parte das atribuições desse comitê, como já descrito no 
módulo 1. Esse comitê tem a responsabilidade de efetivar a intersetorialidade, 
assessorando no planejamento, na articulação e na execução das ações setoriais, 
visando ao atendimento do público-alvo do programa por meio da participação 
dos ministérios da Cidadania, da Educação, da Justiça e Segurança Pública, da 
Saúde, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e do Turismo.
· 
 Segundo Nascimento, 2010, 
 
a intersetorialidade das políticas públicas passou a ser uma 
dimensão valorizada à medida que não se observava a eficiência, a 
efetividade e a eficácia esperadas na implementação das políticas 
setoriais, primordialmente no que se refere ao atendimento das 
demandas da população e aos recursos disponibilizados para a 
execução das mesmas (NASCIMENTO, 2010, P. 95).
76
 7.2. As ações intersetoriais para a Primeira Infância
 Reunir diferentes saberes e práticas, definir ações orçamentárias, recursos 
físicos, humanos, interesses e responsabilidades faz da intersetorialidade algo 
complexo, mas, também, bastante importante e agregador, uma vez que articula 
saberes técnicos diferenciados em torno de objetivos comuns. 
 Portanto, no Brasil, a intersetorialidade é estruturante na gestão das 
políticas sociais, sendo que o termo ganhou destaque na resolução de problemas 
ligados à pobreza, à proteção social e ao acesso a direitos sociais. Isso reforçou a 
importância das ações intersetoriais na pauta daqueles que atuam nos programas 
sociais e vem exigindo esforços conjuntos em diversas áreas. 
No entanto, é preciso destacar que a intersetorialidade 
se refere não apenas ao diálogo entre as diversas áreas 
do conhecimento, mas, sobretudo, à operacionalização 
das ações de maneira conjunta e integrada. 
 
É essa intersetorialidade que observamos no PCF.
 A intersetorialidade vem como contraponto à setorialidade, que pode 
caracterizar as políticas públicas e sociais. Nesse cenário, a gestão das políticas 
passa também pelo controle social, onde atores da sociedade civil participam do 
processo de tomada de decisão, do monitoramento e avaliação das políticas. 
 Tal dinâmica torna-se fundamental também para a criação de uma cultura 
de participação política em nossa sociedade, uma vez que, para a maior parte dos 
brasileiros, a política se restringe apenas aos períodos eleitorais. 
 Assim, quando a prática intersetorial para 
execução de políticas públicas e sociais envolve 
atores da sociedade civil, não apenas a garantia dessa 
política está assegurada, mas também a cultura de 
participação política de diferentes sujeitos vai se 
consolidando. 
 Para além disso, a intersetorialidade tem conferido maior transparência e 
legitimidade para as ações estatais. Ela também possibilita a convergência das 
estratégias e planos de governo para o atendimento das necessidades sociais. 
 Embora contenha certa complexidade,a intersetorialidade está mais perto 
de nossa realidade do que, às vezes, imaginamos. 
77
Vejamos um exemplo bem atual:
Com a pandemia da COVID-19 que assola o mundo, fez-
se necessário o desenvolvimento de tecnologias que acelerassem 
o processo de identificação da contaminação, bem como formas de 
proteção. O desenvolvimento da vacina para a COVID-19 possibilitou 
uma mudança no cenário epidemiológico mundial, o que pode ser 
comprovado a partir das inúmeras pesquisas realizadas e divulgadas 
cotidianamente. No entanto, para que a vacinação chegue à população, 
uma série de ações envolvendo diferentes setores governamentais 
é necessária. Não apenas o campo da saúde é acionado, mas são 
necessárias diversas articulações entre diferentes setores, tais 
como setores logísticos e de distribuição, tecnológicos para registro 
da vacinação na população, educacionais para conscientização da 
população etc. Esse é apenas um exemplo de como observamos na 
prática a ação da intersetorialidade no nosso dia-a-dia.
 Um outro exemplo da ação da intersetorialidade no nosso cotidiano, 
pensando nas políticas voltadas para as crianças, é o Programa Nacional de 
Alimentação Escolar. 
Com a Lei Nº 11.947, de 16 de junho de 2009, vemos 
uma política pública que articula agricultura familiar e educação, 
visto que a referida lei determina que, no mínimo, 30% do valor 
repassado a estados, municípios e Distrito Federal pelo Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Programa 
Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) deve ser utilizado na compra 
de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do 
empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se 
os assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais 
indígenas e as comunidades quilombolas. Assim, o PNAE é um programa 
que operacionaliza uma Lei de maneira intersetorial, ou seja, envolve 
vários setores governamentais no âmbito local, estadual e nacional, 
assegurando o direito das crianças a uma alimentação saudável 
no ambiente escolar, bem como gera renda para agricultoras e 
agricultores familiares da região. 
 Para que a intersetorialidade não se transforme em um dilema e algo de 
difícil resolução, os gestores públicos precisam planejar as ações, dialogar com 
parceiros públicos e privados, com a sociedade civil e com a população em geral. 
Também é necessário que as políticas sejam pensadas de maneira horizontal e 
não verticalmente, ou seja, que as políticas estejam em consonância com o 
contexto social e os sujeitos para a qual elas se destinam. 
78
 Nessa perspectiva, os profissionais que atuam na execução de políticas 
e programas sociais têm muito a contribuir, pois são eles que conhecem a 
realidade das famílias e de seus territórios. 
 É na prática protagonizada por esses profissionais que os saberes e planos 
elaborados são testados, avaliados e modificados. As articulações realizadas 
também dependem do compromisso que cada ente incorpora na execução das 
políticas e programas, consolidando o trabalho em rede. 
7.3. Envolvimento dos diversos atores para garantir 
a intersetorialidade das políticas sociais voltadas à 
Primeira Infância e a intersetorialidade dentro do 
Programa Criança Feliz
 O Programa Criança Feliz deve ser entendido como uma política pública 
de caráter social voltada para a promoção do desenvolvimento infantil, 
mas que não atua isoladamente e necessita de outras políticas públicas e 
sociais para efetivação desses direitos. Portanto, o PCF tem em sua gênese 
a intersetorialidade, ou seja, ele já nasce intersetorial. O Comitê Gestor do 
PCF é uma expressão dessa intersetorialidade na prática. Ele é composto por 
representantes dos seguintes Ministérios: 
Ministério da Cidadania (coordenador do PCF e do Comitê Gestor);
Ministério da Justiça e Segurança Pública; 
Ministério da Educação; 
Ministério da Saúde; 
Ministério do Turismo; 
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
.
 Em âmbito local, a intersetorialidade do PCF irá se materializar na ação 
dos visitadores e supervisores do Programa em articulação com os setores 
da Educação, Saúde, Assistência Social, Justiça e Segurança Pública e Cultura, 
objetivando garantir e promover o atendimento às crianças, gestantes e suas 
famílias no que se refere às necessidades de cada uma delas. Por exemplo, se 
nas visitas domiciliares for identificada uma necessidade relacionada à saúde da 
criança ou gestante, cabe ao visitador reportar a situação ao supervisor, para que 
possam articular ações junto ao setor de saúde, a fim de sanar tais necessidades. 
Se há uma demanda relacionada à educação, a articulação intersetorial será 
feita com a Educação. Portanto, a proximidade entre os profissionais do PCF 
e o público atendido garante a prática intersetorial não apenas em relação aos 
debates, mas, especialmente, na execução de ações. 
 Sendo assim, os profissionais que atuam no PCF, em especial o visitador 
e o supervisor, são fundamentais para efetivar a articulação com os setores 
da educação, da saúde, da assistência, da justiça e da cultura para promover 
o atendimento às demandas das crianças, das gestantes e suas respectivas 
famílias. 
79
 Como podemos ver, a intersetorialidade é o modus operandi do PCF. 
Só há uma maneira de cumprir o que o Programa se 
propõe, que é por meio de ações coordenadas que 
envolvam vários profissionais, de campos de saberes 
distintos, alocados em diferentes setores.
CRIANÇAS
INTERSETORIALIDADE
EDUCAÇÃO
SAÚDE
CULTURA
ASSISTÊNCIA
SOCIAL
DIREITOS 
HUMANOS
DIREITOS DAS 
CRIANÇAS
E DOS 
ADOLESCENTES
TERRITÓRIO
COMUNIDADE 
PARCEIROS DA 
COMUNIDADE
 É importante lembrarmos que, além das visitas domiciliares, o PCF tem 
como objetivo promover ações intersetoriais que contribuam para minimizar 
a situação de vulnerabilidade em que muitas vezes as famílias se encontram. 
Objetiva também, principalmente, a promoção do desenvolvimento das crianças 
atendidas, acreditando no cuidado e na proteção para uma melhor integração 
delas na sociedade. O Programa Criança Feliz também busca fortalecer vínculos 
entre cuidadores e crianças, pensando em ações que possam propiciar melhores 
condições de vida para essas crianças e suas famílias. 
Visitas
domiciliares
vulnerabilidade das 
famílias
fortalecimentos de 
vínculos
Promoção do 
desenvolvimento 
integral das crianças
80
 Por isso é tão importante conhecer as políticas sociais e entender que 
todas elas estão articuladas para garantia de direitos sociais, seja assistência 
social, saúde, educação, meio ambiente etc. Ou seja, é preciso promover um 
trabalho em rede entre os atores e setores que estão diretamente ligados a 
essas áreas.
Para saber mais e aprofundar seus estudos sobre 
as visitas domiciliares, sugerimos a leitura da Portaria 
664/2021 (link disponível no módulo 1) e do “Manual 
Guia para Visita Domiciliar”, disponível no link abaixo:
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/
crianca_feliz/02_Guia_Visita_Domiciliar_Manual.pdf
 Trabalho em rede é outro tema recorrente no cotidiano de quem atua 
em programas sociais. Com certeza, na execução do Programa Criança Feliz 
esse tema já foi utilizado e usado para articulação de alguma política. Trabalhar 
em rede nada mais é que colocar a intersetorialidade em prática. 
 A atuação em rede pode demandar articulação com outros entes da 
sociedade civil, como movimentos sociais, ONG’S, associações comunitárias e 
conselhos de direitos. Também é possível compartilhar algumas soluções para 
garantias de direitos com entes da sociedade civil. Via de regra, essa parceria é 
imprescindível para a garantia de direitos básicos e sociais. 
Movimentos
sociais
Associações
comunitárias
Conselhos
de direitos ONGs
Trabalho 
em rede
 Contudo, não podemos confundir a responsabilização do Estado em 
prover algumas necessidades básicas, principalmente para grupos considerados 
vulneráveis. É importante ter isso em mente, considerando que a promoçãoda Primeira Infância, embora seja responsabilidade de toda sociedade, tem na 
intervenção estatal prioridades básicas. 
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/crianca_feliz/02_Guia_Visita_Domiciliar_Manual.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/crianca_feliz/02_Guia_Visita_Domiciliar_Manual.pdf
81
Para entender um pouco mais sobre as Políticas 
Sociais em Rede, assistam ao seguinte vídeo: 
https://www.youtube.com/watch?v=Wu92UGd8AJo
Podemos dizer que a intersetorialidade se manifesta 
em nosso cotidiano quando colocamos em prática o 
trabalho em rede, ou seja, quando acionamos todas as 
organizações e órgãos que poderão colaborar com a 
efetivação de nossas ações. 
 Em se tratando do PCF, esses órgãos já foram indicados na própria 
normativa que estabelece o programa, contudo outros parceiros poderão 
ser acionados e tal necessidade será identificada e atendida, considerando as 
diferentes necessidades locais e regionais. 
 A própria comunidade que recebe o PCF pode, e deve, tornar-se um 
parceiro dessa nossa rede. Envolvê-los desde o início em nosso plano de ação, 
possibilita maior empoderamento comunitário e engajamento com as ações 
do programa. 
 As equipes técnicas deverão ter capacidade de analisar o plano de ação 
construído de maneira coletiva, democrática e intersetorial, traçando, dessa 
maneira, as estratégias para cumpri-lo. Por isso, a educação permanente desses 
sujeitos se faz tão necessária. 
 Uma das atividades da gestão do Programa Criança Feliz, antes mesmo 
de sua execução, é a elaboração de um plano de ação. Esse projeto deve 
contemplar ações intersetoriais da Primeira infância, bem como envolver 
diferentes áreas das políticas sociais, como já pontuamos no decorrer do 
curso. 
 Ao longo da execução do programa, as equipes técnicas podem contribuir 
para aperfeiçoar o plano de ação, sugerindo novas atividades, inserindo novos 
fatores para melhoria das condições de vida das famílias atendidas. Por isso, 
sempre ressaltamos que os profissionais envolvidos no PCF são capazes e 
responsáveis pela elaboração dos planos, ações e atividades que irão executar 
junto às famílias.
 Agora, vamos começar a colocar nossos 
conhecimentos sobre intersetorialidade e sua 
importância no PCF em prática. 
https://www.youtube.com/watch?v=Wu92UGd8AJo
82
 Nessa atividade, a proposta é pensar e esboçar um plano de ação para 
execução do PCF no seu município. Mesmo que você não atue diretamente 
no programa, acreditamos que, com o que foi apreendido até o momento 
no curso, você é capaz de refletir sobre ações que fazem parte da promoção 
do desenvolvimento infantil, que atuam no fortalecimento de vínculos e na 
articulação de políticas públicas e sociais. 
 A ideia aqui é elaborar um plano de ação que contempla a participação 
de diferentes órgãos e atores sociais em sua execução. Para elaborar o 
plano, um breve diagnóstico social será fundamental. 
Você sabe o que é um Plano de Ação? 
Plano de Ação é uma ferramenta que nos auxilia no planejamento 
e acompanhamento de nossas ações. Ele serve para monitorar se os 
objetivos e resultados esperados estão sendo alcançados e, em caso 
negativo, ajuda-nos a replanejar nossas estratégias e atividades. 
 Para fazer um plano de ação, podemos seguir alguns passos:
1. Diagnóstico do contexto;
2. Planejamento das ações;
3. Desenvolvimento e monitoramento das atividades;
4. Avaliação dos resultados alcançados.
 Não há uma maneira única de fazer um Plano de Ação, ou seja, você 
pode fazer em uma planilha de excel, tabela do word, aplicativos ou até 
mesmo no seu caderno de campo.
 Independentemente da forma, alguns itens devem ser contemplados 
em seu Plano de Ação: 
Objetivo das ações;
Atividades a serem executadas;
Datas de início e término para cada atividade;
Recursos necessários;
Responsável pela execução da atividade.
Ao final desta apostila, você encontrará algumas sugestões de Plano 
de Ação. Use a que mais se adequar a sua realidade! Mas, também, 
seja criativo! Construa seu próprio Plano de Ação!
83
 Para isso: 
pense nas especificidades do território que habita;
nos principais problemas e dificuldades que as famílias atendidas 
vivenciam.
 Como vimos, as questões que contribuem para a 
vulnerabilidade social, que os sujeitos, em especial as 
crianças, encontram-se, são diversas. 
 Por isso, nessa etapa de diagnóstico, é preciso ter cuidado para não levantar 
situações que estão para além da gerência do PCF. Ou seja, é necessário sermos 
bem objetivos. 
 As perguntas a seguir poderão orientá-los na focalização das questões a 
serem contempladas em seu plano de ação:
Quais os problemas relativos à promoção da Primeira 
Infância você identifica em seu campo de atuação? 
 Tente listar no mínimo 3 e, no máximo, 5. 
 É possível que outros problemas façam parte do seu contexto, mas começar 
pelos mais estratégicos poderá auxiliar na execução do seu plano de ação de 
maneira integral. 
 Pense que alguns problemas já são solucionados quando outro é resolvido 
primeiro. 
Por exemplo, a precariedade da alimentação das crianças pode ser 
um problema em seu território, mas ela pode ser resolvida não apenas 
distribuindo alimentos de qualidade para as crianças e suas famílias, mas 
também estimulando o aumento ou a geração de renda de suas cuidadoras(es) 
e/ou incentivando a produção de alimentos nos quintais, quando possível, 
ou a construção de uma horta comunitária. 
Quais poderiam ser as ações para seu enfrentamento?
 
 Tente identificar também:
as possibilidades que o território possui; 
redes de proteção existentes; 
movimentos sociais que atuam no local; 
políticas e programas sociais que já estejam no território. 
84
 Respondida a essas duas questões, o próximo passo é:
delimitar as ações para os órgãos que identificamos como necessários 
à promoção do desenvolvimento infantil. 
Retomemos o exemplo anterior que se refere à qualidade da 
alimentação das crianças: 
As casas das famílias atendidas possuem quintais que permitem o 
plantio de alguns alimentos? 
Se não, há algum terreno na comunidade que pode ser cedido para a 
implementação de uma horta comunitária? 
Das organizações existentes na comunidade, há alguma com maior 
potencial em aderir à proposta, como, por exemplo, entidades religiosas 
etc? 
Em meu município, há alguma universidade que possui algum projeto 
de extensão sobre hortas comunitárias? 
Se sim, é possível envolvê-la no nosso plano de ação? 
Há pessoas aposentadas na comunidade que dominam saberes agrícolas 
que poderiam se interessar pela proposta?
Como envolver as crianças no cuidado com esses alimentos, desde o 
plantio até a colheita? 
 
 Tais reflexões ao longo da construção do nosso plano de ação implicarão 
em colocar a intersetorialidade em prática, ou seja, designar como será a gestão, 
o monitoramento, o controle e a avaliação dessas ações! 
7.4. Contribuição do PCF para o fortalecimento da 
Primeira Infância
 Como vimos, o PCF, ao acionar uma série de órgãos governamentais em 
prol da Primeira Infância, movimenta diferentes atores sociais, levando-os a 
refletirem sobre as questões que atravessam o desenvolvimento infantil das 
nossas crianças. Representa, dessa maneira, o esforço do Programa Criança Feliz 
e do Ministério da Cidadania para consolidar a Primeira Infância como prioridade 
absoluta. 
Contudo, a contribuição do PCF pode ir além da 
operacionalização de políticas públicas e sociais, 
implementando ações qualificadas e coerentes 
referentes a aspectos do desenvolvimento da 
criança, bem como às linguagens que elas utilizam 
para apreender o mundo.
85
 Desenvolver políticas e ações intersetoriais para a Primeira Infância parte 
do princípio de que a criança é um ser integral e integrado. 
A intersetorialidade é necessária porque parte 
do entendimento de que a criança que acessa o serviço 
de saúde é a mesma que acessa a creche ou pré-escola 
da comunidade, o campo de esportes, o serviço social 
e os demais equipamentos disponíveisno território. 
Portanto, compreender essa criança como um ser 
integral e integrado favorece a garantia dos direitos 
fundamentais, sendo essencial que a abordagem da 
primeira infância envolva políticas sociais que dialoguem 
entre si, com ações coordenadas e integradas entre 
diferentes profissionais e setores convivendo com a 
visão do todo. Assim, o atendimento nas diversas áreas 
de políticas setoriais deve trabalhar alinhadas e de 
forma complementar (GUIA PARA ORIENTAR AÇÕES 
INTERSETORIAIS NA PRIMEIRA INFÂNCIA, p. 28).
 Muitas vezes, por desconhecimento, inclinamo-nos a considerar apenas o 
aspecto cognitivo e motor quando se trata de desenvolvimento infantil. Todavia, 
documentos legais reconhecem que as crianças precisam desenvolver-se 
integralmente “em seus aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico 
e social”. Sendo assim, é preciso compreender que aspectos afetivos, sociais, 
morais e a linguagem, assim como os aspectos cognitivo, físico e motor são 
importantes fatores que influenciam e desencadeiam o desenvolvimento e a 
aprendizagem das crianças, por isso é necessário conhecê-los e estar atento à 
implicação de cada um na Primeira Infância. 
Entender como os sujeitos se desenvolvem, 
sobretudo as crianças, é um importante 
conhecimento para os profissionais que atuam 
diretamente com elas. 
 Também se faz necessário respeitar as formas de comunicação e interação 
das crianças com o mundo. 
 Diferente dos adultos, que muitas vezes usam apenas a linguagem verbal 
como forma de se expressarem e interagirem com o mundo ao redor, as crianças 
se expressam de diferentes maneiras. 
86
Linguagens é o nome que damos a 
essas diferentes manifestações interativas e 
comunicativas das crianças: corporal, gestual, 
verbal, cênica, plástica, dramática, circense, 
musical, audiovisual, entre outras. 
 E é por meio da ludicidade e da brincadeira que poderemos 
possibilitar a manifestação dessas diferentes linguagens de maneira 
integral nas crianças. OBS: Iremos aprofundar nessa temática da ludicidade 
e brincadeira em nosso último módulo.
 
As linguagens das crianças 
merecem ser valorizadas em 
sua diversidade, estimulando-
se a criatividade, a expressão, 
a opinião, as interações, as 
brincadeiras e a imersão em 
diferentes manifestações artísticas, 
favorecendo o progressivo domínio 
de várias formas de expressão: 
corporal, gestual, verbal, cênica, 
plástica, dramática, circense, 
musical, audiovisual, entre outras. 
(GUIA PARA ORIENTAR AÇÕES 
INTERSETORIAIS NA PRIMEIRA 
INFANCIA, p. 14)
87
 O PCF irá se apoiar no lúdico e na brincadeira cotidiana da criança, 
compreendendo o lugar desses elementos no desenvolvimento e na 
aprendizagem da criança para atingir seus objetivos propostos. Optar pela 
ludicidade e brincadeira demonstra o diferencial dessa política, coerente e 
coesa com o desenvolvimento infantil e que de fato preocupa-se com o bem-
estar das crianças e suas famílias. 
 
O interesse da criança por formas, sons, gestos, afazeres, cores, 
sabores, texturas, assim como suas perguntas sem fim, sua 
vontade de tudo agarrar e examinar, e seu amor às miniaturas 
que comportam o grande em menor tamanho, pode ser 
traduzido por um desejo de se intimar com a vida. Esse desejo 
embrenha a criança nas coisas existentes. É um intimar para 
a conhecer, pertencer, fazer parte, estar junto daquilo que a 
constitui como pessoa (PIORSKI, 2016, p. 63)
 Buscando inspiração nessa citação, convidamos você a se aprofundar 
numa reflexão sobre quais as possibilidades e estratégias que o PCF, por meio 
das visitas domiciliares, pode criar e desenvolver para fortalecer na criança 
esse desejo de se intimar, conhecer o mundo e viver nesse mundo enquanto 
uma pessoa que tem direito de se expressar por meio de várias linguagens e 
de ser ouvida e respeitada em sua essência e em suas potencialidades. 
 Para contribuir com esse processo reflexivo, no próximo módulo, 
conheceremos algumas características do desenvolvimento das crianças de 
0 a 6 anos e veremos de maneira mais aprofundada como esses elementos 
devem se fazer presentes na execução dessa política, reiterando a valorização 
do brincar na constituição do ser criança e, consequentemente, do ser humano. 
Vemo-nos lá, até breve!
 EM RESUMO 
 Para finalizar nossos estudos sobre intersetorialidade, voltemos 
ao início. Retomemos o provérbio que abre nosso módulo e acolhe nossas 
reflexões: “É PRECISO UMA ALDEIA PARA EDUCAR UMA CRIANÇA!” 
 Traga à memória as redes de apoio e cuidado que fizeram parte 
de sua infância e adolescência. Essas redes de apoio existem até hoje e se 
fazem presentes na trajetória de outras crianças? Se sim, quais são elas? Há 
atores governamentais nessa rede? Se sim, quais são eles? Há atores não 
governamentais nessa rede? Se sim, quais são eles? Identifique a importância 
de tais atores no desenvolvimento das crianças com as quais você atua e suas 
respectivas famílias. 
 Compartilhe essas reflexões com o seu grupo. É muito provável que 
vocês reconhecerão a intersetorialidade de políticas públicas e sociais em 
diferentes momentos da sua vida e que até hoje fazem diferença para as 
pessoas ao nosso redor. 
88
1. ANEXO
MODELO DE PLANO DE AÇÃO DO PFC PARA TRABALHAR A 
INTERSETORIALIDADE
 O Plano de Ação para a atividade proposta pode ser feito em documento 
Word ou em uma planilha de Excel, apresentando os principais pontos abordados 
para a efetividade das ações intersetoriais necessárias. Não há um único modelo 
a ser seguido e cada equipe pode adaptar documentos de outros planos de 
ação, execução e planejamento que já elaboraram. 
 Algumas questões abaixo podem nortear a elaboração do plano:
1) Quais os problemas identificados?
2) Quem são os atores envolvidos?
3) Quais os encaminhamentos a serem tomados?
4) Qual o prazo de execução das ações?
5) Quem será responsável pelo quê? (Detalhar por ação)
6) Quais os recursos necessários?
7) Como será realizado o monitoramento das ações?
8) Quais os objetivos a serem alcançados?
9) Quais os resultados/metas atingidos?
89
LOGO PLANO DE AÇÃO
Assunto:
Objetivo:
Nº
Responsável:
Item O que será 
feito?
“What”
Porque será 
feito?
“Why”
Onde será 
feito?
“Where”
Por quem será 
feito?
“How”
Quanto vai 
custar?
“How Much”
Projeto Nome do seu projeto aqui
Status Em definição 
Nível de importância Alto
Nível de urgência Alto
WHAT (o que será feito?) O que será feito no projeto?
WHY (porquê?) Porquê será feito?
WHO (Por quem) Nome do envolvido 1
Nome do envolvido 2
Nome do envolvido 3
Nome do envolvido 4
WHEN (quando será feito) Data de início:
Data final:
WHERE (onde será feito) Aonde este projeto será feito?
HOW (as etapas do processo) Ação #01 A iniciar
Ação #02 Executando
Ação #03 Concluído
HOW MUCH (quanto custa) Valor financeiro ou tempo
90
LOGO PLANO DE AÇÃO
Assunto:
Objetivo:
Nº
Responsável:
Item Atividade Recurso 
Necessário
Responsável 
Ativididade
Data 
Início
Data 
Término
Observações
Objetivo:
Meta:
Plano Gestor:
PLANO DE AÇÃO
O QUE DEVE SER FEITO QUEM FARÁ ATÉ QUANDO DEVE SER FEITO STATUS
91
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Secretaria Nacional 
de Promoção do Desenvolvimento Humano. Criança Feliz: cuidados para o 
desenvolvimento da criança: manual de orientações às famílias. 1. Edição 
Revisada e Atualizada, 2019. Disponível em: http://www.mds.gov.br/
webarquivos/publicacao/crianca_feliz/02_Guia_Visita_Domiciliar_Manual.pdf
BRASIL, MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Secretaria Nacional 
de Promoção do Desenvolvimento Humano. Criança Feliz: guia para 
visita domiciliar. 2 versões. 2017. Disponível em: http://www.mds.gov.br/
webarquivos/arquivo/crianca_feliz/Guia%20para%20Visita%2 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Portaria Interministerial N. 01 
de 04 de Abril de 2018. Disponível em: http://portal.imprensanacional.gov.br/
materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-
06-portaria interministerial-n-1-de-4-de-abril-de-2018-9380488.BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Portaria Ministerial 
N. 17 de 22 de agosto de 2018. Disponível em: https://aplicacoes.
mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2018/documentos/PORT 
ARIAN%C2%BA17DE22DEAGOSTODE2018-DOU.pdf. 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social. Portaria Ministerial N. 2.496 de 
17 de setembro de 2018. Disponível em: http://portal.imprensanacional.gov.br/
materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/41227841/do1-2018-09-
18-portaria-n-2- 496-de-17-de-setembro-de-2018-41227780. 
CAVALCANTI, Camila Dias. Roteiro do curso: As diversidades das infâncias 
e famílias brasileiras e o PCF. Ministério da Cidadania. Secretaria Especial do 
Desenvolvimento Social. s/d. p. 80. Disponível em: https://drive.google.com/
drive/folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
NASCIMENTO, Sueli. Reflexões sobre a Intersetorialidade entre as Políticas 
Públicas. Revista Serviço Social, São Paulo, n.101, p. 95-120, 2010. 
PEREIRA, Karine Yanne de Lima., TEIXEIRA, Solange Maria. Redes e 
Intersetorialidades nas políticas sociais: reflexões sobre sua concepção na 
política de assistência social. Textos e Contextos, Porto Alegre, V. 12, N. 1, 
Jan-Jun, p. 114-127, 2013. 
PIORSKI, Gandhy. Brinquedos de Chão: a natureza, o imaginário e o brincar. 
São Paulo: Peirópolis, 2016. 
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/crianca_feliz/02_Guia_Visita_Domiciliar_Manual.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/crianca_feliz/02_Guia_Visita_Domiciliar_Manual.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/crianca_feliz/Guia%20para%20Visita%2 
http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/crianca_feliz/Guia%20para%20Visita%2 
http://portal.imprensanacional.gov.br/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-portaria interministerial-n-1-de-4-de-abril-de-2018-9380488
http://portal.imprensanacional.gov.br/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-portaria interministerial-n-1-de-4-de-abril-de-2018-9380488
http://portal.imprensanacional.gov.br/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-portaria interministerial-n-1-de-4-de-abril-de-2018-9380488
https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2018/documentos/PORT ARIAN%C2%BA17DE22DEAGOSTODE2018-DOU.pdf
https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2018/documentos/PORT ARIAN%C2%BA17DE22DEAGOSTODE2018-DOU.pdf
https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2018/documentos/PORT ARIAN%C2%BA17DE22DEAGOSTODE2018-DOU.pdf
http://portal.imprensanacional.gov.br/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/41227841/do1-2018-09-18-portaria-n-2- 496-de-17-de-setembro-de-2018-41227780
http://portal.imprensanacional.gov.br/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/41227841/do1-2018-09-18-portaria-n-2- 496-de-17-de-setembro-de-2018-41227780
http://portal.imprensanacional.gov.br/materia/- /asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/41227841/do1-2018-09-18-portaria-n-2- 496-de-17-de-setembro-de-2018-41227780
https://drive.google.com/drive/folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
https://drive.google.com/drive/folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
92
Apresentação e 
Guia de Estudos da 
Unidade VIII e IX
 Olá cursista, bem-vindo ao nosso Módulo V! 
 Estamos no último módulo e prontos para aprendermos sobre o 
lúdico na promoção do desenvolvimento infantil, analisando, ao mesmo 
tempo, os diversos fatores importantes para a Primeira Infância que 
estudamos ao longo do curso. Neste módulo, vamos usar os conhecimentos 
que construímos até aqui para qualificar nosso aprendizado sobre o 
lúdico e suas contribuições para a promoção do desenvolvimento infantil, 
lembrando das diversas possibilidades que as próprias famílias e o meio 
onde vivem possuem para tornar o brincar uma maneira de construção 
e fortalecimento de vínculos.
 O principal objetivo, nesta unidade, é entender o que é a ludicidade 
e o brincar; como o desenvolvimento do brincar pode fortalecer os 
vínculos entre cuidadores e crianças, resgatando as brincadeiras já 
utilizadas pelas famílias e nas localidades e possibilitando a integração de 
novas formas de brincar como processo de aprendizagem.
 Para subsidiar o aprofundamento sobre os conhecimentos unidade 
VIII, siga a seguinte ordem de estudos: 
1. Leia, na apostila, a Aula 8;
2. Assista a aula narrada 8;
3. Faça os exercícios de fixação da Aula 8;
4. Resolva o jogo de palavra cruzada;
5. Ouça o podcast;
6. Assista aos vídeos sugeridos.
93
 Para subsidiar o aprofundamento sobre os conhecimentos unidade IX, siga 
a seguinte ordem de estudos: 
1. Leia, na apostila, a Aula 9;
2. Assista a aula narrada 9;
3. Faça os exercícios de fixação da Aula 9;
4. Ouça o podcast;
5. Assista aos vídeos sugeridos.
 
Bons estudos!
94
Aula Narrada 8:
O brincar como estratégia para 
o desenvolvimento infantil e o 
fortalecimento de vínculos familiares
8.1. O brincar na primeira infância 
“O brincar, de certo modo, é um enigma.”
Janet R. Moyles
 Para as crianças, o brincar representa mais do que um passatempo. 
São formas de apreensão e externalização do mundo em que vivem. O ato 
de brincar é também uma maneira de socialização das crianças, entre elas 
mesmas, com as pessoas que as cercam e com o mundo em que vivem. Por 
meio das brincadeiras, as crianças expressam o mundo das coisas, bem como 
reinterpretam o que observam ao seu redor. Geralmente, é por meio dos seus 
cuidadores que o bebê e as crianças pequenas apreendem as primeiras formas 
de interpretar o mundo e expressam o que veem, sempre de modo muito 
particular. 
Cada criança, em uma fase diferente do seu 
desenvolvimento, irá brincar de maneiras distintas. 
 Assim, as brincadeiras podem ser imitativas, como podem ser 
inventadas e reinventadas a partir dos elementos que estão dispostos no meio 
em que vivem e do período de desenvolvimento em que elas se encontram.
 Atualmente, as brincadeiras passaram a ser objeto de estudo e pesquisa 
para compreensão das infâncias, assim como elementos importantes do 
processo de socialização. 
 Autores como Piaget, Vigotski e Wallon se debruçaram sobre o 
desenvolvimento humano e identificaram que na infância há uma maneira 
distinta de interagir e conhecer o mundo. Essa maneira é o brincar. 
Brincar não como um verbo, mas como um 
imperativo, como a forma de existência das 
crianças no mundo. 
95
 Não permitir que elas brinquem ou não destinar momentos e espaços para 
o desenvolvimento do brincar é aniquilar suas existências no mundo.
 
O brincar abre para a criança múltiplas janelas de interpretação, 
compreensão e ação sobre a realidade. Nele, as coisas podem ser 
outras, o mundo vira do avesso, de ponta-cabeça, permitindo à 
criança se descolar da realidade imediata e transitar por outros 
tempos e lugares, inventar e realizar ações/interações com a ajuda 
de gestos, expressões e palavras, ser autora de suas histórias e ser 
outros, muitos outros: pai, mãe, cavaleiro, bruxo, fada, príncipe, 
sapo, cachorro, trem, condutor, guerreiro, super-herói... São tantas 
as possibilidades quanto é permitido que as crianças imaginem 
e ajam guiadas pela imaginação, pelos significados criados, 
combinados e partilhados com os parceiros de brincadeira. Sendo 
esses outros, definindo outros tempos, lugares e relações, as 
crianças aprendem a olhar e compreender o mundo e a si mesmas 
de outras perspectivas (VASCONCELLOS, 2008, p. 82).
 Desde muito cedo, a criança passa a conhecer o mundo por meio de sua 
capacidade sensorial e motora. O toque, o olhar, a textura, a temperatura, as 
cores e as formas são sensações e expressões que fazem parte do desenvolvimento 
das crianças, em que elas passam a conhecer os objetos e pessoas ao seu 
redor. E esse conhecimento será apreendido e construído por meio do brincar. 
Os bebês brincam? Como você percebe esse brincar 
nos bebês?
 É importante compreendermos que o brincar precisa ser sempre 
estimulado pelo adulto e, portanto, faz-se necessáriosaber que o bebê, 
inicialmente, brinca com o seu corpo e cria possibilidades de conhecê-
lo e dominá-lo. Em seguida, ele brinca com os objetos ao seu redor, assim 
passa a reconhecê-los e a interagir, ou não, com eles. Também brinca com as 
pessoas e aprende a reconhecê-las e a interagir de maneiras diferenciadas. 
Brinca usando os sentidos e assim conhece o mundo ao seu redor. 
 É natural dos bebês levar os objetos e tudo que está ao seu redor 
à boca, lançar objetos ao chão e muitas outras ações. Explorando os 
objetos dessa forma, conhecem sobre os sons; os sabores; os cheiros; se 
os objetos são duros, moles, pesados, frios, quentes etc. Em todas essas 
ações, o brincar é esse fio da vida que tece suas existências neste mundo. 
96
 Estudiosos como Piaget e Vigotski, por exemplo, desenvolveram suas teorias 
defendendo que os bebês e as crianças pequenas se desenvolvem e aprendem 
interagindo de forma ativa com o ambiente físico, social e humano à sua volta. 
E para isso, a brincadeira é primordial para o pleno desenvolvimento delas.
 Por volta dos dois anos, a criança irá interagir de uma maneira diferente 
de quando ela era bebê. A representação, principal característica que se inicia 
nessa etapa da vida (Piaget, 1971), irá conduzir suas maneiras de brincar. 
Agora ela conta com o desenvolvimento da oralidade para interagir com o 
mundo e os sujeitos e essa interação se dará por meio dos jogos simbólicos. 
É nessa fase que um solo fértil está à disposição 
para que a imaginação e a criatividade floresçam. Por 
isso, as crianças gostam tanto das brincadeiras de faz 
de conta, encontram seu amigo imaginário, transformam 
objetos para representarem situações que desejam, como 
por exemplo: um pedaço de madeira vira um carrinho, 
um bebê, um microfone etc. 
 
 Dessa maneira, é importante oferecer às crianças nessa faixa etária 
experiências que permitam a dramatização. Esse período em que o faz de conta 
fica muito evidente em todos os momentos de interação das crianças com o 
outro e/ou com os objetos se estende até os 5 anos de idade aproximadamente. 
 
 Essas capacidades que cada criança desenvolve ao longo 
de seu crescimento precisam ser estimuladas por meio do 
lúdico, de brincadeiras e atividades entre cuidadores e crianças. 
 Importante compreendermos que não podemos reduzir as experiências 
das crianças com o brincar à meras atividades lúdicas às quais, em grande 
parte, são classificadas como lúdicas pelos adultos e não pelas crianças.
97
 Esse é o trabalho que as equipes técnicas do Programa Criança Feliz 
buscam desenvolver com as famílias atendidas, ou seja, permitir que as 
crianças existam como cidadãs e como sujeitos de direitos. E essa existência 
só pode ser experimentada em plenitude quando as crianças brincam. 
 Para conhecer e refletir um pouco mais sobre o brincar no 
desenvolvimento das crianças, sugerimos os seguintes vídeos e site:
 
Documentário “O Começo da Vida”. 
Acesse ao site:
https://ocomecodavida.com.br/filme-completo/
Vídeo Importância do brincar no desenvolvimento infantil. 
 Acesso ao site:
 https://www.youtube.com/watch?v=C0XY2O1lbE8
Marcos do desenvolvimento infantil de 0 a 3 anos:
h t t p s : / / l e i t u r i n h a . c o m . b r / b l o g / m a r c o s - d o -
desenvolvimento-infantil-de-0-a-3-anos/
8.2 A importância do brincar para o resgate cultural
 Por meio das formas de brincar, podemos conhecer a organização social 
de um povo. Assim, o brincar é também um elemento da cultura. É possível 
observar que diferentes comunidades, bairros, cidades e, até mesmo, países 
possuem brincadeiras semelhantes, mas com nomes e algumas variações que 
decorrem de características peculiares dos locais. 
 
 Por exemplo:
A brincadeira “Amarelinha”, na região 
norte, também é conhecida como “Macaca”. 
Outro brinquedo muito conhecido pelas crianças 
é o “carrinho de rolimã”, mas, na região sul, ele se 
chama “carrinho de lomba”. Há ainda a brincadeira 
“5 Marias” que também é conhecida como 
“Belisca”. 
https://ocomecodavida.com.br/filme-completo/ 
 https://www.youtube.com/watch?v=C0XY2O1lbE8 
https://leiturinha.com.br/blog/marcos-do-desenvolvimento-infantil-de-0-a-3-anos/
https://leiturinha.com.br/blog/marcos-do-desenvolvimento-infantil-de-0-a-3-anos/
98
 Esses breves exemplos reforçam a ideia de que o brincar é um elemento 
da cultura de um povo. Sua importância também é dada no resgate cultural que 
ele pode proporcionar, em especial entre as gerações de uma mesma família, pois 
as crianças e seus cuidadores expressam nas brincadeiras modos culturais, crenças 
e valores. 
Você conhece o Mapa do Brincar? Nele, 
é possível conhecer as diversas brincadeiras do 
nosso país. Ele está disponível no site
https://mapadobrincar.folha.com.br/.
Lá encontramos mais de 750 brincadeiras de todo o 
Brasil. As brincadeiras também são as riquezas de 
nosso país! Vamos brincar?!
 Esses fatores podem ser aproveitados pelas equipes do PCF para incentivar 
o fortalecimento de vínculos entre cuidadores e crianças. Não é necessário 
inventar a roda, pois toda família possui maneiras de se relacionar com seus filhos, 
expressando comportamentos, costumes e hábitos que fazem parte da cultura 
brasileira.
 Portanto, sugerimos que você busque conhecer quais são os hábitos e 
costumes das famílias que estão atendendo e identifique essas diferentes formas 
de se relacionar com as crianças.
 O Ministério da Cidadania elaborou em 2019 uma cartilha contendo 
brincadeiras e formas de estimular o brincar. Nela, há contribuições de pessoas 
que trabalham com o lúdico no desenvolvimento infantil em todo o território 
nacional. 
https://mapadobrincar.folha.com.br/
99
A cartilha “Jogos e brincadeiras das 
culturas populares na Primeira Infância” pode 
ser acessada no seguinte endereço: http://www.
mds.gov.br/webarquivos/arquivo/crianca_feliz/
CartilhaCriancaFeliz_web.pdf. 
 A cartilha reúne diferentes brincadeiras populares no Brasil no que se 
refere à Primeira Infância e é um instrumento de grande valor para as equipes do 
PCF. 
Por ser o brincar um elemento que possibilita o 
resgate cultural, é perfeitamente possível que 
as equipes elaborem suas ações com base nas 
brincadeiras que as famílias já realizam ou que 
proponham novas atividades, de acordo com o 
estabelecimento de vínculos de confiança que vão 
criando nos territórios em que atuam. 
Que tal construirmos o nosso próprio Mapa do Brincar? 
 Ao longo das visitas domiciliares, faça um levantamento das brincadeiras 
presentes naquele núcleo familiar. Esse momento pode ser uma rica experiência 
se a equipe de profissionais se permitir, a partir dos diálogos, conhecer as 
brincadeiras que fizeram e fazem parte das diferentes gerações daquela família. 
Procure descobrir como, quando e com quem essas brincadeiras eram ou ainda 
são realizadas. 
 Pode-se dar destaque aos sentimentos que atravessam as brincadeiras e as 
memórias que elas evocam. Sugerimos que tais brincadeiras sejam registradas 
em algum portador, pode ser um caderno, uma folha avulsa ou um cartaz. 
Esse registro pode contar com a participação das crianças e outros familiares e 
pode ser feito por meio da escrita ou de desenhos. 
 Nas próximas visitas, esses registros poderão guiar as vivências brincantes 
entre os adultos e as crianças.
Para conhecer um pouco mais sobre o brincar 
que atravessa as gerações e perpetua formas de existir 
de adultos e crianças, assistam ao documentário TARJA 
BRANCA.
https://www.facebook.com/watch/?v=1173996419456545. 
Esse documentário também nos ajudará a redescobrir o 
adulto brincante que vive em nós.
http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/crianca_feliz/CartilhaCriancaFeliz_web.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/crianca_feliz/CartilhaCriancaFeliz_web.pdf
http://www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/crianca_feliz/CartilhaCriancaFeliz_web.pdf
https://www.facebook.com/watch/?v=1173996419456545
100
8.3 O adulto brincante e sua importância para o 
fortalecimento de vínculos com as criançasPriorizar o brincar nas práticas cotidianas do PCF, sobretudo durante 
as visitas domiciliares, é, antes de mais nada, compreender que somos seres 
brincantes. O historiador e pensador Johan Huizinga, ao investigar a presença 
do jogo no desenvolvimento dos seres humanos, afirma que o elemento lúdico, 
expressado no brincar, não só se faz presente em nosso dia a dia, mas é um 
elemento constitutivo do humano. Nesse sentido, ele “cria” a espécie homo 
ludens para demarcar a dimensão lúdica e brincante na nossa constituição como 
seres humanos. 
Sabemos que o brincar é uma marca da infância,
mas o que Huizinga nos traz é que o elemento 
brincante está presente em todas as fases da vida 
humana. Muitas vezes, os adultos vivenciam
essa dimensão em decorrência das manifestações 
culturais. 
 Um bom exemplo disso é o envolvimento dos adultos, que recebem o nome 
de brincantes, na manifestação cultural do Bumba Meu Boi no Maranhão.
Para conhecer mais sobre os brincantes 
do Bumba Meu Boi, assista ao vídeo produzido pelo 
Território do Brincar. 
Acesse o site: https://www.youtube.com/
watch?v=ZA2UYvqtlbE
 Mas os adultos não são brincantes apenas quando estão envolvidos em 
manifestações artísticas da cultura popular. Isso porque o brincar transcende e 
transgride o tempo e o espaço. 
 Para que as brincadeiras e o lúdico atravessem as vivências do PCF, é 
necessário que os sujeitos que estão diretamente envolvidos nas ações com as 
crianças e famílias se (re)descubram como adultos brincantes. 
Rememorar as brincadeiras de infância é uma ótima 
maneira de encontrar o ser brincante que ainda vive 
em cada um de nós. 
 
 Muitas vezes, as crianças e famílias atendidas pelo PCF estarão em condições 
socioeconômicas extremamente vulneráveis. Permitir que elas brinquem não 
significa uma alienação de seus contextos, nem um anestésico para as suas dores, 
https://www.youtube.com/watch?v=ZA2UYvqtlbE
https://www.youtube.com/watch?v=ZA2UYvqtlbE
101
mas é, antes de tudo, uma forma de existência plena, uma vez que, pelo brincar, 
ressignificamos nossas experiências, sejam elas boas ou não. O brincar pode 
descortinar as situações que estamos vivenciando, permitindo-nos encará-las de 
maneira diferente. 
E as gestantes? Você acredita que elas possam brincar 
com seu bebê ainda no ventre materno?
 Desde a gestação, é importante estimular cuidados para o desenvolvimento 
infantil, pois é possível conversar com os bebês, cantar músicas infantis e, ao 
contrário do que se pensava, essa fase é de extrema importância, não apenas 
em questões que se referem ao peso ou à nutrição, mas também em relação ao 
conhecimento do mundo exterior por intermédio de seus pais. 
 Evidentemente, o PCF também orienta as gestantes no que se refere à 
alimentação saudável, peso, acompanhamento pré-natal e isso é de extrema 
importância para a saúde dos bebês. 
 Mas outro ponto em que o programa vem atuando é no estímulo à criação de 
vínculos desde a gestação. Muitas vezes, como já foi dito, por meio de conversação 
e cantigas dos genitores com os seus bebês, ou seja, por diversas maneiras de 
brincar com o neném.
Como podemos estimular o lúdico por meio da 
atuação do Programa Criança Feliz? 
Que atividades resgatam brincadeiras antigas e 
estimulam novas formas de brincar? 
 Uma boa estratégia para colocar em prática esse brincar existencial dos 
sujeitos e assim fortalecer os vínculos com as crianças e suas famílias é a proposição 
de experiências brincantes a serem realizadas com elas, pensadas a partir de 
objetos e atividades que são de fácil acesso. O uso de objetos presentes nas 
próprias casas, bem como o próprio corpo podem ser estratégias que possibilitem 
essas experiências brincantes. 
 O Mapa do Brincar daquela família ou comunidade, o qual foi sugerido na 
sessão anterior, também pode ser um ótimo ponto de partida para essas vivências.
 
 A partir do mapa, combine com as famílias que as 
próximas visitas terão alguns momentos em que estarão 
brincando, promovendo brincadeiras que já fazem parte 
do cotidiano daquelas pessoas. Nas visitas, também 
poderão ocorrer trocas e novos aprendizados, uma vez 
que a equipe do PCF poderá inserir novas brincadeiras, 
bem como variações daquelas que foram mapeadas, 
evidenciando, assim, essa riqueza cultural manifestada 
em nossas diferentes maneiras de brincar. 
102
 Após brincarem, pode-se promover uma roda de conversa com a família, 
deixando espaço para que eles compartilhem seus sentimentos a respeito do 
momento que passaram juntos. Este é um importante espaço de escuta das 
crianças e de seus sentimentos. Valorize-os! 
 Os diálogos com outros profissionais de seu município, com os supervisores, 
caso seja visitador do PCF, e trocas com equipes do PCF de outras localidades 
podem enriquecer as vivências brincantes das crianças e suas famílias, fortalecendo, 
assim, os vínculos entre elas. 
8.4 Integração de novas formas de brincar como 
processo de aprendizagem 
 O brincar é uma ação milenar dos seres humanos. Como vimos, faz parte 
da nossa cultura e é um elemento constitutivo da nossa humanidade. Ele atua 
diretamente no nosso desenvolvimento integral, especialmente na primeira 
infância, pois é a forma desses sujeitos interagirem e apreenderem o mundo.
As descobertas e conquistas alcançadas pela criança provêm de 
seu corpo e de sua corporeidade, interagindo-se com o mundo 
ao seu redor intensamente, sendo estas o alicerce para seu 
desenvolvimento e suas inter-relações neste contexto de mundo. 
Na fase inicial da infância, caracterizada pelo Infante e pelo Pré-
escolar, segundo evidencia o momento das descobertas intensas 
e um acentuado desenvolvimento motor, de personalidade, de 
linguagem e relacionamentos sociais. Encontramos nitidamente 
nessa fase, o brincar, como uma necessidade básica e inerente para 
o desenvolvimento normal da criança (RAVELLI e DA MOTTA, 2005, 
p. 612).
 Quando falamos da integração de novas formas de brincar, estamos 
reconhecendo que este elemento é vivo e dinâmico. Ele traz em si uma memória 
cultural que está aberta a novas incorporações. 
 Na proposição de novas brincadeiras, o mais importante é reunir elementos 
já disponíveis nas famílias, pois é preciso que os cuidadores possam elaborar 
sozinhos essas vivências brincantes e que deem continuidade, independentemente 
das visitas domiciliares do Programa. 
 Ao incorporar a brincadeira em seus fazeres, o PCF demonstra compreender 
que essa dimensão de nossa vida é um elemento que não só faz parte do nosso 
cotidiano, mas contribui, por excelência, para o nosso desenvolvimento humano.
 Brincar é a forma de aprender das crianças. Enquanto brincam, elas 
estão em pleno aprendizado, mesmo que esse seja diferente do que planejamos 
inicialmente. 
-
Por isso, o elemento lúdico integrado ao PCF 
dispensa “pedagogizar” o brincar. Se fizermos isso, 
corremos o risco de deixá-lo vazio de significado. 
103
 É comum adotarmos o lúdico para determinados fins, sobretudo fins 
educacionais e pedagógicos. Tais práticas são frequentemente observadas. No 
entanto, é preciso compreender que, quando trabalhamos para extrair de uma 
brincadeira um aprendizado, nós a empobrecemos e podemos não perceber suas 
infinitas potencialidades para o desenvolvimento infantil e humano, pois elas já 
são ensinantes por natureza.
Mas atenção! 
 É importante reconhecer que a ludicidade e o lúdico não estão restritos 
à realização de atividades, ou seja, podemos planejar e desenvolver atividades 
que envolvam jogos e brincadeiras e não necessariamente elas serão lúdicas para 
as crianças. 
 Por isso, é preciso considerar o sentido e significado que aquelas atividades 
têm para a criança e seus familiares no contexto em que se encontram. Outro 
fator que pode nos indicar se essas experiências proporcionadas para as crianças 
e suas famílias têm sido lúdicas refere-se ao prazer que os sujeitos demonstram ao 
realizá-las. Podemos observar esse prazer a partir da reação das pessoas durante 
o desenvolvimentodesses jogos e brincadeiras. 
 É no e com o corpo que o brincar se realiza. Portanto, é fundamental 
possibilitar que as crianças, a partir das brincadeiras, expressem-se de diferentes 
maneiras. 
O brincar é também a expressão das crianças e dos seus 
sentimentos. Isso, envolve correr, pular, cantar, falar alto 
ou até mesmo gritar, contar histórias e casos, explorar 
os objetos por meio de manipulação etc. 
 Durante as brincadeiras as crianças se desenvolvem em todos os 
aspectos, tais como o físico, motor, social, afetivo, cognitivo e moral. Por exemplo:
 Pular corda é uma ótima maneira de estimular o aspecto 
físico-motor, auxiliando também o aspecto cognitivo, uma vez que as 
crianças precisam elaborar cognitivamente a sequência de seus movimentos, 
articulando-os com os movimentos da corda e de quem a está “batendo”. 
O aspecto afetivo também está presente na brincadeira de pular corda. A 
criança precisa estar confiante em si mesma para superar os erros e continuar 
tentando até conseguir pular a corda com êxito. Se outras pessoas, sejam crianças 
ou adultos, estão fazendo parte da brincadeira, podemos perceber ainda o 
desenvolvimento do aspecto social e moral, uma vez que as crianças precisam 
aguardar a sua vez para pular e, muitas vezes, ficam torcendo e estimulando os 
amigos. Ao conseguirem executar os movimentos, geralmente após diversas 
tentativas, tivemos a oportunidade de acompanhar o desenvolvimento integral das 
crianças a partir de uma brincadeira divertida que, para os leigos, pode ser apenas 
pular corda. Esse é apenas um exemplo de como o brincar está para além das 
ações envolvidas nas brincadeiras. Ele vai ao encontro do desenvolvimento 
integral das crianças, pois o constitui.
104
 Outro importante elemento no desenvolvimento das crianças, que é 
potencializado pelo brincar, refere-se à autonomia das mesmas. Quando as crianças 
têm a oportunidade de escolherem onde, como, quando e com quem brincar, elas 
estão colocando em movimento uma série de construções cognitivas, afetivas e 
sociais. Ao permitirmos que elas construam as regras das brincadeiras, damos 
a elas a oportunidade de considerar os diferentes pontos de vista sobre os 
modos de brincar. 
 
Nesse fluxo construtivo, possibilitamos, a partir 
do brincar, que elas desenvolvam sua autonomia 
intelectual, ou seja, permitimos que elas pensem 
sobre as suas ações, o impacto delas para as outras 
crianças e também para si mesmas. 
 Uma boa maneira de estimular o desenvolvimento das crianças por meio 
das brincadeiras é adotar em nossas práticas cotidianas o brincar livre. 
 Muitas vezes, queremos controlar os tipos de brincadeiras que as crianças 
realizarão. Permitir que elas brinquem livremente nos dá a oportunidade de 
observar as suas interações e construções cognitivas, afetivas, morais, sociais. 
 
 O brincar livre não 
significa apenas deixar que 
elas brinquem durante um 
determinado período 
de tempo sem oferecer 
nada a elas. 
 
O brincar livre exige 
planejamento e, muitas 
vezes, organização do 
espaço, que pode ser 
nos arredores de casa 
ou em locais da própria 
comunidade. 
 Por exemplo, durante as visitas domiciliares, poderemos preparar um 
ambiente com diversas possibilidades de brincadeiras, tais como bola, peteca, 
elástico, bolinha de gude, e permitir que as crianças conduzam as maneiras de 
brincar como elas desejarem. 
Cabe ao adulto, se necessário, mediar, e não 
controlar, as brincadeiras. O mais importante não é 
planejar essas vivências brincantes para as crianças, e 
sim planejá-las para serem experimentadas COM as 
crianças! 
105
EM RESUMO
 Como vimos, brincar é a forma de existência das crianças no mundo. É 
no e com o corpo que o brincar se realiza, ou seja, o corpo é o primeiro território 
do brincar e isso se evidencia nas vivências brincantes desde bebês. 
 O bebê brinca! Primeiro com o seu corpo, depois com os elementos e pessoas 
ao redor. É por meio do brincar que os bebês e as crianças irão se desenvolver. 
Brincando as crianças aprendem e constroem sua autonomia intelectual e moral.
 A partir das brincadeiras também podemos conhecer e valorizar a 
cultura das famílias e das comunidades atendidas, uma vez que o brincar também 
se constitui como um elemento da cultura de um povo. 
 Conhecer as brincadeiras locais não é apenas fazer um levantamento das 
mesmas, é sobretudo experimentá-las, revivê-las e recriá-las. E isso só é possível 
quando nos reconhecemos como adultos brincantes. 
 Portanto, adotar o elemento lúdico nas práticas do PCF parte da compreensão 
mais aprofundada do que se trata o brincar para as crianças para que possamos, 
dessa maneira, entregar-nos a esses elementos com inteireza. Somente assim 
permitiremos que as crianças também o façam, existam e resistam em toda a 
sua plenitude, mesmo em contextos muitas vezes tão vulneráveis. 
 Para finalizar esta aula, vamos nos deliciar com o poema de Manoel de 
Barros, que nos traz a representação dessa inteireza da criança em seus modos de 
pensar, criar, agir, conviver e descobrir o mundo. 
O menino que carregava água na peneira
Manoel de Barros
Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um 
vento e sair correndo com ele para mostrar aos irmãos.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar os alicerces de uma casa sobre orvalhos.
A mãe reparou que o menino gostava mais do vazio, do que do cheio.
Falava que vazios são maiores e até infinitos.
Com o tempo aquele menino que era cismado e esquisito, porque 
gostava de carregar água na peneira, com o tempo descobriu que 
escrever seria o mesmo que carregar água na peneira.
No escrever o menino viu que era capaz de ser noviça, monge ou 
mendigo ao mesmo tempo.
O menino aprendeu a usar as palavras.
Viu que podia fazer peraltagens com as palavras.
E começou a fazer peraltagens.
Foi capaz de modificar a tarde botando uma chuva nela.
O menino fazia prodígios.
106
Até fez uma pedra dar flor.
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta!
Você vai carregar água na peneira a vida toda.
Você vai encher os vazios com as suas peraltagens, e algumas pessoas vão 
te amar por seus despropósitos!
107
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Promoção do Desenvolvimento Humano. Criança Feliz: cuidados para o 
desenvolvimento da criança: manual de orientações às famílias. 1. Edição 
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de Promoção do Desenvolvimento Humano. Criança Feliz: guia para 
visita domiciliar. 2ª versão. 2017. Disponível em: http://www.mds.gov.br/
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0Domiciliar%20-%20Programa%20Crian%C3%A7a%20Feliz%20-%2021-06- 
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108
RAVELLI, Ana Paula Xavier., MOTTA, Maria da Graça Corso da. O lúdico e o 
desenvolvimento infantil: um enfoque na música e no cuidado de enfermagem. 
Revista Brasileira de Enfermagem, set/out, p. 611-613, 2005. 
TARJA BRANCA. Direção: Estela Renner, Luana Lobo, Marcos Nisti. Direção: 
Juliana Borges. Produção: Maria Farinha Filmes. Brasil. 2014, 1 DVD. (80 min.) 
https://mff.com.br/films/tarja-branca/. Acesso em 04 de fev. 2022.
TERRITÓRIO DO BRINCAR. A importância de brincar sem brinquedo. 
Disponível em: https://territoriodobrincar.com.br/territorio-do-brincar-na-midia/
a-importancia-de-brincar-sem-brinquedo/. Acesso em 07 de fev. de 2022.
TERRITÓRIO DO BRINCAR. Brincantes e brincadeiras com o bumba-meu-boi 
do Maranhão. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ZA2UYvqtlbE. 
Acessp Acesso em 03 de fev. de 2022.
VASCONCELLOS, Tânia de (organizadora). Reflexões sobre infância e cultura. 
Niterói: EdUFF, 2008. 
https://mff.com.br/films/tarja-branca/
https://territoriodobrincar.com.br/territorio-do-brincar-na-midia/a-importancia-de-brincar-sem-brinquedo/
https://territoriodobrincar.com.br/territorio-do-brincar-na-midia/a-importancia-de-brincar-sem-brinquedo/
 https://www.youtube.com/watch?v=ZA2UYvqtlbE
109
Aula Narrada 9:
Propostas de atividades lúdicas como
estratégia para o desenvolvimento infantil e
o fortalecimento de vínculos familiares
9.1 A metodologia do PCF como ferramenta para o uso 
do lúdico no fortalecimento de vínculos e no exercício 
da parentalidade 
“Quando as crianças brincam
E eu as ouço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.”
(Fernando Pessoa)
 Atividade lúdica é toda e qualquer forma de recreação que tem como 
intenção causar prazer e entretenimento a quem pratica. São lúdicas as 
atividades que propiciam a experiência completa do momento, associando ao ato, 
o pensamento e o sentimento.
 A criança se expressa, assimila conhecimentos 
e constrói a sua realidade quando está praticando 
alguma atividade lúdica, isto é, brincando. Ela também 
espelha a sua experiência, modificando a realidade de 
acordo com seus gostos e interesses.
110
 Toda criança tem o direito de brincar como forma de lazer, cultura e 
aprendizado. Esse brincar necessita ser instigante, rico em oportunidades e cheio 
de diferentes experiências e vivências. 
Pisar na poça de lama depois da chuva, rolar 
na terra, correr ao ar livre, dançar, cantar, ouvir 
música, brincar de fazer “comidinha com barro”, pular 
corda, dentre muitas outras brincadeiras despertam as 
possibilidades de diferentes experiências e vivências. 
Tudo isso é brincadeira! Todas essas brincadeiras são 
importantes para a criança!
Quem é essa criança que está no mundo? 
 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010) nos 
apresentam um conceito de criança de grande potência para nossa compreensão. 
Ela nos diz que:
Criança é um “sujeito histórico e de direitos que, 
nas interações, relações e práticas cotidianas que 
vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, 
brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, 
experimenta, narra, questiona e constrói sentidos 
sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura”1.
 Partindo desse pressuposto, durante as interações com as crianças, é 
importante que você lhes dê todas as oportunidades de falar e se expressar 
de diferentes maneiras. Às vezes, a criança vai lhe contar uma história e quando 
começa a falar, fica se balançando, pulando ou se mexendo muito. 
 O que fazer? Nada! Continue ouvindo-a atentamente! 
 Você precisa respeitar essas diferentes expressões e se colocar na 
posição de ouvir a criança. Sempre escute o que ela tem a dizer, olhando nos 
olhos dela para que ela perceba que você está atenta(o) e dando importância ao 
que está lhe dizendo. Fazendo isso, você está dando oportunidade para que ela 
fique mais segura para falar sobre seus sentimentos, suas ideias e seus desejos.
1 DCNEI - http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/diretrizescurriculares_2012.pdf
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/diretrizescurriculares_2012.pdf
111
Portanto, sempre se coloque disposto a ouvir 
as crianças. O que elas falam, independente do 
que seja, é de grande importância e precisa ser 
respeitado pelo adulto. 
 
 
 Por falar nos direitos da criança, é importante reiterarmos aqui que, embora 
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define 6 direitos de aprendizagem e 
desenvolvimento das crianças de 0 a 6 anos, esses direitos não se restringem 
apenas ao ambiente escolar. Eles devem ser considerados e promovidos pelas 
famílias e mediados pelos visitadores do PCF. 
Vocês sabem quais são esses direitos?
 Vamos lá!
 
 Todas as crianças, independente de classe social, etnia, gênero, raça, 
localidade geográfica, cultura e classe econômica, têm o direito de:
Conviver
Brincar
Participar Explorar
Expressar
Conhecer-se
 Portanto, é importante que, no cotidiano da criança em família, esses 
direitos sejam proporcionados a partir do direito de brincar. Assim:
112
Brincando, a criança tem oportunidades de 
conviver com os outros, de participar ativamente 
nessa brincadeira, explorar todas as possibilidades 
de experiências que a brincadeira lhe proporciona 
e, consequentemente, conhecer-se diante das 
expressões dos mais diversos sentimentos 
que vivenciam diante de qualquer situação de 
brincadeira.
Mas, como as famílias e você, visitador do PCF, podem 
promover isso? 
 
 Pense em situações do dia-a-dia de uma casa onde a criança possa vivenciar 
essas experiências. Para isto, é indispensável que você, enquanto visitador do 
PCF, planeje a visita a ser realizada, junto ao supervisor do Programa, elencando 
quais as possibilidades de vivências e experiências lúdicas são possíveis naquele 
contexto familiar, buscando, dessa maneira, a interação entre cuidador e criança. 
Planejar pressupõe conhecer os territórios da família e quais são as possibilidades 
lúdicas que fazem parte da história de vida dela.
 Ainda que algumas famílias possam não ter ohábito de brincar com seus 
filhos, o trabalho do PCF é incentivar o fortalecimento de vínculos por meio 
do lúdico. Por isso, até aqui vimos como é fundamental que os profissionais que 
atuam na área conheçam a importância da ludicidade para o desenvolvimento 
infantil e não ignorem os saberes tradicionais e culturais que as famílias 
apreenderam ao longo da história.
 Esta unidade é dedicada a pensar a metodologia do PCF como ferramenta 
para o uso do lúdico no fortalecimento de vínculos e no exercício da parentalidade. 
As visitas domiciliares são um pilar fundante do Programa, da mesma forma 
que a intersetorialidade. Elas são momentos preciosos para acompanhar o 
desenvolvimento das crianças e fortalecer os vínculos entre elas e seus 
cuidadores. 
 Mais do que sugerir propostas lúdicas, a ideia desta unidade é consolidar 
os saberes construídos até aqui, que serão expressos no planejamento de 
vivências brincantes que as equipes do PCF poderão propor durante as visitas. 
Para isso, vale reforçar a ideia de que o lúdico pode, e deve, ser usado durante 
todo o tempo em que esteja em contato direto com as crianças. 
 Mas para fortalecer os vínculos familiares entre crianças e cuidadores, as 
vivências brincantes não terão apenas a participação das crianças, elas precisam 
ser pensadas de maneira que integrem, na medida do possível, os diferentes 
sujeitos da família, bem como as diferentes gerações. Por isso, os conhecimentos 
sobre o desenvolvimento infantil e o brincar foram tão importantes na nossa 
formação até aqui.
 
113
A seguir, vocês encontrarão possibilidades brincantes a partir de diferentes 
maneiras de brincar: 
brincadeiras tradicionais; 
brincar livre; 
brincar heurístico;
cirandas e cantigas de roda; 
contação de história. 
 Antes de entrarmos nas especificidades dos tipos de brincadeiras, 
precisamos deixar claro, já de antemão, que as diferentes possibilidades 
de brincadeiras devem partir do ouvir as famílias e, portanto, iniciar com as 
brincadeiras que elas já conhecem e/ou já vivenciaram. Isto é, partir da cultura de 
brincadeiras que fazem parte do contexto e da realidade dessas famílias. Junto 
a essas vivências, você pode propor e inserir novos repertórios de brincadeiras, 
somando-se, assim, às que já são conhecidas pelas crianças e cuidadores desse 
núcleo familiar. 
 BRINCADEIRAS TRADICIONAIS
 Certamente, as brincadeiras tradicionais fazem parte da história de vida 
de todas as pessoas. De acordo com Cascudo (1984) e Kishimoto (1999 e 2003), 
essas brincadeiras fazem parte da cultura popular. Elas evidenciam a produção 
simbólica de determinado grupo, podendo sofrer mudanças ao longo do tempo. 
 As brincadeiras tradicionais têm uma maneira peculiar de serem 
transmitidas às outras gerações. Elas são passadas por meio da oralidade e, 
por isso, sujeitas às transformações que cada pessoa pode incorporar. 
114
São maneiras de brincar que não há um inventor 
conhecido. Ao se referirem a elas, é comum ouvirmos: 
“essa brincadeira foi meu pai quem me ensinou” ou 
“aprendi essa brincadeira com a minha mãe”.
 
 Ao se propor brincadeiras tradicionais durante as visitas familiares, 
podemos acionar um baú de memórias daquela família, fortalecendo assim os 
vínculos, “perpetuando a cultura infantil e desenvolvendo a convivência social” 
(BERNARDES, 2006, p. 543). 
 Amarelinha, jogo de pedrinhas ou 5 Marias, bolinha 
de gude, peão, pipa, carrinho de rolimã, elástico, parlendas 
e adivinhações são alguns exemplos de brincadeiras 
tradicionais.
 
 Na música “Brincando na Chuva”, do artista popular Rubinho do Vale, 
conseguimos perceber a riqueza das brincadeiras tradicionais no desenvolvimento 
humano e na construção de memórias afetivas em torno do brincar. Nesta 
canção, podemos lembrar da brincadeira de “barquinho de papel”, muito comum 
de serem observadas em dias de chuva.
115
Brincando Na Chuva
Rubinho do Valle
 
Olha a chuva caindo, caindo
 É São Pedro lavando o céu
Molhando a poeira da terra
E o menino remando um barquinho de papel
Quando eu era ainda um menino
Crescendo lá no interior
Vivendo as belezas da vida
Sem medo, tristeza, sem dor
Brincava naquela enxurrada menina
São Pedro era o meu remador
É chuva que vem e que passa
É tempo que vem e que vai
E hoje eu não sou mais menino
Não brinco na chuva que cai
Mas vejo uma menina bonita brincando
Do jeito que brincou seu pai
E ela brincando na chuva
Vendo um barquinho navegar
E o tempo passando anuncia:
-Um dia você vai parar
Mas há de ver outro barquinho na chuva
Com outra criança a remar
 Nas brincadeiras tradicionais, ainda que os sujeitos quando “adultecem” 
deixem de brincar, tais brincadeiras não se perdem, pois o barquinho estará na 
chuva “com outra criança a remar”. 
 
Vamos conhecer a música Brincando na Chuva do 
Rubinho do Vale? 
Para ouvi-la, você poderá acessá-la pelo link a seguir: 
https://www.youtube.com/watch?v=ZzOZWAxwlZE&lis-
t=PLYs55juPrjZw9u3VNskPywJs92JrwdEtp&index=2
https://www.youtube.com/watch?v=ZzOZWAxwlZE&list=PLYs55juPrjZw9u3VNskPywJs92JrwdEtp&index=2
https://www.youtube.com/watch?v=ZzOZWAxwlZE&list=PLYs55juPrjZw9u3VNskPywJs92JrwdEtp&index=2
116
 Durante as visitas, proponha vivências lúdicas a partir das brincadeiras 
tradicionais. Provavelmente, elas apareceram no Mapa do Brincar sugerido na 
unidade anterior.
BRINCAR LIVRE
 O brincar livre envolve a iniciativa da criança para definir o que brincar, 
como, quando e com quem. É importante deixar à disposição das crianças 
diferentes tipos de materiais, sejam eles classificados como brinquedos ou não, 
isso porque “os objetos ou brinquedos não possuem apenas uma ação ou objetivo, 
pelo que devem ser descobertos e explorados individualmente, consoante o nível 
de desenvolvimento, imaginação e criatividade de cada criança” (Post e Hohmann, 
apud HENRIQUES, 2019, p. 37). 
 O brincar livre envolve planejamento e organização. É importante 
pensar no espaço que as crianças terão para vivenciá-lo. Pode ser o quintal da casa, 
alguma praça ou terreno da comunidade e, em alguns lugares, as próprias ruas 
dos bairros, cuidando, é claro, da segurança 
e integridade física das crianças. Também 
deve-se pensar em objetos e materiais que 
podem ser oferecidos para as crianças para 
que elas os explorem e soltem a criatividade 
ao interagir com eles. 
 Ao se propor o brincar livre durante 
as visitas familiares, é fundamental escutar 
as crianças e permitir que elas criem 
as regras da brincadeira. Quanto à 
participação dos adultos no brincar livre, 
“é preciso que [...] sintam-se convidados a 
participarem dos enredos infantis, mesmo 
à distância, com olhar sempre atento e de 
117
contemplação, mediando necessariamente e não intrusivamente os jogos 
lúdicos” (KIRCHHEIM, 2020).
 Brincar livremente também colabora com o desenvolvimento físico-motor 
das crianças, ao passo que aumenta a mobilidade, permitindo a ampliação dos 
movimentos, o que segundo a American Academy of Pediatrics, 2006, reduz o 
risco de diversas patologias nas crianças
 Para saber mais sobre o brincar livre e sua importância no desenvolvimento 
das crianças e no fortalecimento dos vínculos familiares, assista aos vídeos 
abaixo:
Brincar livre e sua importância no 
desenvolvimento infantil - Criar e Crescer: https://www.
youtube.com/watch?v=hjxjYYwvl-k
A importância do brincar livre | Encontro Criança e Natureza - 
Goiânia: https://www.youtube.com/watch?v=TfSNaNpFXZk
 BRINCAR HEURÍSTICO
 A palavra heurística relaciona-se à investigação, descoberta. É isso que 
o brincar heurístico propõe, que as crianças investiguem e descubram as 
infinitas possibilidades que o mundo ao redor pode oferecê-las a partir de uma 
exploração livre. 
 Durante o brincar heurístico, o foco da criança estará na descoberta ao 
manipular os objetos, “os encher, os esvaziar, colocar coisas dentro para depois 
tirar”. Por ser uma brincadeira conduzida totalmente pela criança, a partir da 
sua interação singular com os objetos, não há “nenhuma resposta errada paraser medida” (BROCK, DODDS, JARVIS E OLUSOGA, 2011, p. 132). 
https://www.youtube.com/watch?v=hjxjYYwvl-k 
https://www.youtube.com/watch?v=hjxjYYwvl-k 
https://www.youtube.com/watch?v=TfSNaNpFXZk
118
 Entretanto, pensando nas ações do PCF, é importante a mediação do 
adulto para instigar a curiosidade da criança. Essa mediação pode ser por meio 
de algumas perguntas e/ou observações, caso o visitador ou o cuidador sinta 
que é necessário.
 De acordo com Goldschmied e Jackson, o brincar heurístico
[...] envolve oferecer a um grupo de crianças, por um determinado 
período e em um ambiente controlado, uma grande quantidade 
de tipos diferentes de objetos e receptáculos, com os quais elas 
brincam livremente e sem intervenção de adultos (GOLDSCHMIED; 
JACKSON, 2006, p. 147-148) 
 Pensando nas ações do PCF e em concordância com a citação acima, 
podemos inferir que o visitador, na proposição do brincar heurístico, possa 
auxiliar a família na seleção e escolha desses diferentes objetos, orientando 
sobre quais materiais que fazem parte dos recursos dessa família e também da 
natureza ao seu redor. Os cuidadores, então, podem usá-los para oferecer essas 
diferentes experiências às crianças. 
 Portanto, o brincar heurístico também tem a presença do brincar livre, 
mas diferente desse, envolve um planejamento ainda mais intencional, pois 
envolve seleção e preparação de materiais não estruturados, que muitas vezes 
não são utilizados comumente em brincadeiras, tais como acessórios de cozinha, 
tecidos, elementos diversos da natureza etc. 
 Segundo Meirelles, (2016, p. 19) “nesse tipo de brinquedo, as crianças 
desfrutam de uma atmosfera que foi especialmente preparada para que elas 
brinquem, explorem de maneira autônoma os objetos”.
 O brincar heurístico também pode ser desenvolvido com os bebês e crianças 
bem pequenas. Pode-se oferecer a elas cestos de tesouros com diversos objetos 
que as permitam manipular e aprender sobre o mundo. No brincar heurístico, as 
crianças também têm a oportunidade de empilhar, encaixar, encher e esvaziar, 
balançar, apertar.
 Conheça mais sobre o Brincar Heurístico com o texto e o vídeo a seguir:
Brinquedos heurísticos: incentivo acessível para 
o brincar natural: https://napracinha.com.br/2016/12/
brinquedos-heuristicos-incentivo-acessivel-para-o-brincar-
natural/
Brincar Heuristico, o que é isso? - CEI Encantada
https://www.youtube.com/watch?v=o-88SjIwqwA
https://napracinha.com.br/2016/12/brinquedos-heuristicos-incentivo-acessivel-para-o-brincar-natural/ 
https://napracinha.com.br/2016/12/brinquedos-heuristicos-incentivo-acessivel-para-o-brincar-natural/ 
https://napracinha.com.br/2016/12/brinquedos-heuristicos-incentivo-acessivel-para-o-brincar-natural/ 
https://www.youtube.com/watch?v=o-88SjIwqwA
119
 O brincar heurístico permite explorar bastante os objetos disponíveis na casa 
das crianças e na comunidade ao redor, por isso, torna-se uma rica possibilidade 
a ser experimentada pelas equipes do PCF. 
 CIRANDAS E CANTIGAS DE RODA
 Outra possibilidade para o PCF fortalecer os vínculos familiares a partir do 
lúdico e das brincadeiras está nas vivências que envolvam cirandas e cantigas de 
roda. Essas duas brincadeiras também são exemplos de brincadeiras tradicionais, 
sendo ensinadas de forma oral e tendo, como característica, atravessar as 
gerações. 
 As cirandas envolvem a música e o movimento. Ao falar em ciranda também 
estamos falando de danças, danças circulares que muitas vezes celebram alguma 
conquista coletiva de uma determinada comunidade, como, por exemplo, as 
quadrilhas, que festejavam as colheitas agrícolas férteis. 
 Para Dias (1998), 
de mãos dadas no círculo, ou dentro dele, as crianças têm a 
oportunidade de exercitar sua desenvoltura, de compartilhar 
alegria, afeto e aprovação dos amigos. Também têm a chance de 
se projetar no grupo. Brincando, elas desenvolvem sua capacidade 
de socialização, de pensar junto, descentrar, cooperar. Ao longo da 
vida, a “roda” terá cenários bem mais amplos: a escola, o trabalho, 
a cidade, o país e a família que o adulto vier a formar (DIAS, 1998, 
p. 80). 
 
 As cirandas infantis são brincadeiras que permitem às crianças 
desenvolverem noções rítmicas, linguagem verbal e corporal. Por 
ser uma brincadeira coletiva, as cirandas possibilitam a inclusão das 
diferentes crianças e adultos que convivem na mesma casa. O canto 
coletivo também permite experimentar a sincronia entre os pares.
120
 Durante as cirandas e brincadeiras de roda, pode-se envolver familiares 
e crianças que toquem algum instrumento musical, se houver. Dessa maneira, a 
equipe do PCF poderá conhecer um pouco mais sobre as vivências e habilidades 
daquelas famílias e aproveitá-las no fortalecimento dos vínculos.
 
Muitos artistas conhecidos têm se dedicado a um 
trabalho musical de resgate das cirandas e cantigas de 
roda. Um deles é o músico, cantor e compositor Hélio Zinskind.
Ouça as cantigas de roda reunidas pelo artista. Você também 
pode levá-las para as crianças e famílias durante as visitas 
domiciliares.
https://www.youtube.com/results?search_
query=helio+ziskind+trem
+maluco+e+outras+cantigas+de+roda
 CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
 O mundo das histórias, sejam elas infantis ou não, traz em si uma magia 
que envolve leitores e ouvintes. Assim como o brincar, as histórias também 
possibilitam vivências imaginárias e lúdicas. Através de histórias, as crianças 
podem construir e reconstruir enredos a partir dos seus próprios contextos de 
vida. As narrativas literárias infantis envolvem os dramas e dilemas que circundam 
as crianças. Por meio de histórias, é possível trabalhar sentimentos como medo, 
raiva, angústia, saudade, alegria etc. 
 Mas não podemos esquecer que “literatura infantil é, antes de tudo, 
literatura; ou melhor, é arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, 
o homem, a vida, por meio da palavra”. Nela, “fundem-se os sonhos e a vida 
prática, o imaginário e o real, os ideais e sua possível/impossível realização…2”.
 Embora esses elementos estejam presentes nas histórias, assim como 
o brincar e o brinquedo, elas transcendem os valores atribuídos a elas. Antes 
mesmo da invenção dos livros, os seres humanos já contavam histórias. A 
oralidade teve, e ainda tem, um papel fundamental na transmissão e difusão de 
histórias ao redor do mundo. Em algumas comunidades tradicionais, sobretudo 
comunidades indígenas e africanas, os indivíduos contadores de história detêm 
um poder social. Esses não são apenas transmissores de histórias, são portadores 
de uma sabedoria especial.
Para conhecer sobre os contadores de histórias 
africanos e sua influência em suas comunidades, assista 
ao vídeo a seguir: 
GRIÔS: CONTADORES DE HISTÓRIAS AFRICANOS
https://www.youtube.com/watch?v=ULkgjOhwI_Q
2 COELHO, 2000, p. 27
https://www.youtube.com/results?search_query=helio+ziskind+trem+maluco+e+outras+cantigas+de+roda 
https://www.youtube.com/results?search_query=helio+ziskind+trem+maluco+e+outras+cantigas+de+roda 
https://www.youtube.com/results?search_query=helio+ziskind+trem+maluco+e+outras+cantigas+de+roda 
https://www.youtube.com/watch?v=ULkgjOhwI_Q 
121
 No universo infantil, a pessoa que conta a história, seja por meio de uma 
simples narrativa ou usando algum recurso, tal como livros, fichas, fantoches 
etc, desperta nas crianças um grande fascínio. Esse mundo mágico também 
se configura como uma possibilidade na metodologia do PCF, sendo uma 
ferramenta para o uso do lúdico no fortalecimento de vínculos e no exercício da 
parentalidade. 
 Em uma era na qual a tecnologia tem mediado as relações sociais e 
perpassado pela constituição das infâncias, propor ações que retomem o simples, 
profundo e real torna-se urgente. Mesmo sabendo que as histórias podem ser 
fictícias, o impacto que elas exercem sobre os sujeitos é real e contribuem para 
o seu desenvolvimento socioemocional. 
 Com um livro e a voz, podemos nos transportar junto com as crianças 
para um mundo imaginário e de fantasias “onde animaisfalam, existem fadas 
e bruxas, gnomos e gigantes, príncipes e princesas, prontos para encenarem 
as mais belas, enigmáticas, surpreendentes, engraçadas, tristes, inesperadas 
histórias”.
E as mães gestantes, podem contar histórias para 
seus bebês ainda na vida intrauterina? 
 Durante as visitas domiciliares, pode-se estimular as 
mães gestantes a contarem histórias para os bebês 
antes mesmo de nascerem, pois sabemos que eles já 
reagem a estímulos externos, sobretudo ao som da 
voz materna ou familiares próximos, construindo e 
fortalecendo os vínculos ainda na barriga da mãe. 
 
 Veja que curiosidade! 
 A musicalidade da mãe ao conversar com o bebê é um sinal 
de prazer, do encantamento e da surpresa que ela sente ao 
falar com o filho. Ao falar com ele, explicar, contar histórias, 
a mãe convence o filho de que ele é um ser da comunicação, 
um interlocutor. A criança vai se apropriando dessa condição 
e se coloca nesse lugar com prazer em atuar (PAIVA, 2013).
 
 
 Nessa busca de fortalecimento dos vínculos, é sempre bom lembrar que, 
ao contar histórias para o bebê, a mãe e os familiares estão também criando 
“um momento de intimidade, proximidade e carinho”3. 
3 DINIZ, 2013, p. 15
122
Para conhecer mais sobre a importância de 
contar histórias para os bebês durante a gestação, 
assista ao vídeo:
A importância de ler para o bebê desde o útero!
https://www.youtube.com/watch?v=eGE2zXB-Qz
 A contação de histórias pode ser feita de diversas maneiras e com 
diversos recursos. A seguir, apresentaremos algumas possibilidades que 
podem ser utilizadas pelo PCF durante suas ações. 
 
 Contação de histórias apenas com a voz
 Quando usamos apenas a voz para contarmos histórias para as crianças, 
falamos que essa é uma simples narrativa. Mas não podemos confundir a 
simplicidade presente na oralidade com o empobrecimento das narrativas. 
 Talvez essa “técnica” seja a mais desafiadora, pois conta apenas com a 
voz, suas diferentes entonações e as expressões do narrador para envolver 
as crianças no enredo. Durante a contação, podemos incorporar alguns 
elementos que irão compor a narrativa e trazer a ela mais suspense, como, 
por exemplo, sonorizações usando diferentes materiais, tais como tambores, 
chocalhos, apitos etc.
 Contação de histórias com livros
 O livro de literatura infantil, geralmente, é o objeto mais usado na 
contação de histórias para as crianças. Infelizmente, o mercado editorial tem 
publicado muitos livros inadequados para as crianças, que, na maioria das vezes, 
subestimam suas capacidades de interpretação e envolvimento, oferecendo 
https://www.youtube.com/watch?v=eGE2zXB-Qzw
123
a elas um enredo empobrecido e alienante. Tais tipos de livros tem como objetivo 
principal o comércio, por isso pouco se preocupam com a linguagem, a riqueza de 
detalhes, a construção de uma trama que envolvam as crianças e potencializam o 
seu imaginário.
 
 
Não esperamos que, por meio dessa formação, as 
equipes do PCF se tornem especialistas em literatura 
infantil, mas que construam um olhar crítico e reflexivo 
sobre os livros que são oferecidos para as crianças. Contudo, 
neste módulo, temos a intenção de instigar os profissionais 
para que busquem outras possibilidades na contação de 
histórias para as crianças como parte da metodologia do 
Programa, tendo, assim, o lúdico como fio condutor. 
 Por isso, sugerimos materiais que dão a largada nessa busca ativa. Livros 
que rompem com estereótipos e trazem para a cena novas formas de estar no 
mundo podem ser ótimas opções a serem oferecidas para as crianças. 
 
 Outra orientação importante a ser considerada na escolha e na 
contação das histórias com livros é a qualidade e o tamanho das imagens. 
É importante que sejam imagens com boa resolução, que não reproduzam 
estereótipos sociais e que sejam vistas por todas as crianças que estão 
participando daquele momento. Por isso, o local em que o/ a contador/a de 
histórias está, bem como sua postura são aspectos fundamentais.
 
 Assim como na simples narrativa, a entonação da voz e as onomatopeias 
podem enriquecer ainda mais a contação de histórias, por isso, os profissionais que 
não possuem muita prática nessa ação podem treinar antes de contar a história 
para as crianças. Isso poderá contribuir para o envolvimento das crianças com a 
narrativa que está sendo contada. 
 
 
 Ao contar histórias de livros, sempre faça com o livro voltado 
para a criança. Dê tempo de ela apreciar as imagens e use diferentes 
entonações de voz diante dos diálogos existentes na história. Faça os sons 
sugeridos no enredo, por exemplo, som de chuva, de uma pedra caindo na 
água, de algum animal etc. 
 Busque contar a história interagindo com a criança. Se na casa que você 
estiver visitando tiver mais crianças de diferentes idades, convidem-nas para um 
momento de contação de histórias, convidando os familiares também. Assim, os 
adultos que estiverem participando serão motivados a contar histórias para as 
crianças em diferentes momentos do dia. Essa é uma grande possibilidade de 
fortalecer vínculos por meio do exercício da parentalidade.
124
 Permitir 
que as crianças 
manuseiem os livros 
após a contação ou, até 
mesmo, faça o reconto são 
outras estratégias a serem 
adotadas pelos profissionais 
do PCF. Além de promover o 
contato das crianças com o 
livro, fato que muitas vezes 
é pouco experimentado por 
famílias em contextos de 
vulnerabilidade, também 
estimula o gosto das 
crianças pela leitura.
 Contação de histórias com diversos recursos
 O ato de contar histórias pode ser realizado com a utilização de diversos 
recursos, tais como fantoches, fichas, varetas, TV gravura, história de sombras, 
dentre outros. Muitas vezes, para a promoção desse tipo de contação de 
histórias, será necessário investir tempo na confecção desses recursos. Essa 
confecção deve priorizar materiais reciclados, tais como potes, garrafas, papéis 
etc. Também pode-se usar materiais já disponíveis em casa, como, por exemplo, 
copos, bonecos, lençóis etc. Além disso, esses materiais podem ser retirados da 
natureza e dos arredores da casa e do bairro.
 Nossa proposição, quanto à confecção, é que esses materiais possam ser 
coletados e selecionados pela equipe do PCF e também junto aos cuidadores 
e crianças que estão sendo visitadas. Após esse movimento, o visitador leva 
os materiais recolhidos para sua equipe de trabalho no Programa e, com a 
participação desses, confecciona os recursos para contar histórias. Ao término da 
produção, o visitador retorna a essa família com a história confeccionada, conta 
a história e, por fim, orienta o cuidador, apresentando como ele pode fazer isso, 
incluindo também a participação da criança na confecção. 
 
125
História de Vareta
História de Fantoche
História de sombras
História 
de Avental
História de 
TV gravura
 Independentemente do recurso a ser usado, as crianças precisam ser 
incentivadas e estimuladas a manipular os materiais. Por isso, a confecção deve ser 
de qualidade e com bons acabamentos, evitando que peças se soltem enquanto 
as crianças estão manuseando os materiais, preservando, assim, a integridade 
física das mesmas.
 Para finalizarmos este último módulo, estamos propondo um desafio para 
você e sua equipe: 
 A tarefa é escolher uma das sugestões de brincadeiras 
que trouxemos aqui e transformá-la em uma proposta de 
atividade lúdica a ser experimentada com as crianças e famílias 
durante as visitas domiciliares. 
 Após essa vivência lúdica e brincante, registre como foi o 
momento e quais vínculos foram fortalecidos a partir dessa atividade 
conjunta. Elementos como a reação das pessoas ao ser proposta a 
brincadeira, a participação e envolvimento nas mesmas, expressões 
corporais realizadas durante a brincadeira, palavras ou frases ditas 
pelas crianças ou famílias, podem compor esse registro, que será 
importante para o planejamento das próximas visitas. 
126
 EM RESUMO
 
 Como vimos, o PCF é uma ferramenta paraque o lúdico esteja presente no 
cotidiano de famílias em vulnerabilidade social e seja uma importante maneira de 
fortalecer o vínculo entre as crianças e seus cuidadores. 
 As brincadeiras tradicionais, o brincar livre, brincar heurístico, as cirandas e 
cantigas de roda e as contações de história são práticas que demandam preparo 
e organização por parte dos adultos que as estão propondo, porque BRINCAR É 
COISA SÉRIA!
 Nesta unidade, trouxemos para vocês importantes orientações sobre cada 
uma dessas práticas para que sejam experimentadas no contexto das visitas 
domiciliares de forma lúdica e prazerosa para as crianças e adultos. 
 Desejamos que, a partir dos conhecimentos construídos no módulo V, o 
brincar e o lúdico sejam, de fato, experimentados por crianças e famílias em seus 
contextos. Mais do que conhecimento técnico e acadêmico, o curso voltado à 
formação da equipe do Programa Criança Feliz busca promover vivências brincantes 
que contribuam para o desenvolvimento integral e digno das crianças, além do 
fortalecimento dos vínculos com os seus cuidadores. 
 Não tenha dúvida de que você se apropriando dessas estratégias e 
compreendendo o significado e a importância da ludicidade na vida das crianças 
e dos membros da família em que você está convivendo como visitador, você 
promoverá uma melhor qualidade de vida dessas pessoas e cumprirá com o 
propósito de fortalecer os vínculos familiares.
127
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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pela história. In: CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA 
EDUCAÇÃO. 2006. p. 542-549. 
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https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2013/09/20/para-estimular-a-fala-converse-com-o-bebe-antes-mesmo-de-ele-nascer.htm
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2013/09/20/para-estimular-a-fala-converse-com-o-bebe-antes-mesmo-de-ele-nascer.htm
https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2013/09/20/para-estimular-a-fala-converse-com-o-bebe-antes-mesmo-de-ele-nascer.htm
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INFÂNCIA. Editora BAGAI, 2020.
LINKS
Brincando na Chuva do Rubinho do Vale? 
https://www.youtube.com/
watch?v=ZzOZWAxwlZE&list=PLYs55juPrjZw9u3VNskPywJs92JrwdEtp&index=2
A importância do brincar livre | Encontro Criança e Natureza - Goiânia
https://www.youtube.com/watch?v=TfSNaNpFXZk
Brinquedos heurísticos: incentivo acessível para o brincar natural
https://napracinha.com.br/2016/12/brinquedos-heuristicos-incentivo-acessivel-
para-o-brincar-natural/
Brincar Heuristico, o que é isso? - CEI Encantada
https://www.youtube.com/watch?v=o-88SjIwqwA
https://www.todamateria.com.br/cantigas-de-roda/
Helio Ziskind
https://www.youtube.com/results?search_
query=helio+ziskind+trem+maluco+e+outras+cantigas+de+roda
GRIÔS: CONTADORES DE HISTÓRIAS AFRICANOS
https://www.youtube.com/watch?v=ULkgjOhwI_Q
A importância de ler para o bebê desde o útero!
https://www.youtube.com/watch?v=eGE2zXB-Qzw
https://www.youtube.com/watch?v=ZzOZWAxwlZE&list=PLYs55juPrjZw9u3VNskPywJs92JrwdEtp&index=2
https://www.youtube.com/watch?v=ZzOZWAxwlZE&list=PLYs55juPrjZw9u3VNskPywJs92JrwdEtp&index=2
https://www.youtube.com/watch?v=TfSNaNpFXZk 
https://napracinha.com.br/2016/12/brinquedos-heuristicos-incentivo-acessivel-para-o-brincar-natural/ 
https://napracinha.com.br/2016/12/brinquedos-heuristicos-incentivo-acessivel-para-o-brincar-natural/ 
https://www.youtube.com/watch?v=o-88SjIwqwA
https://www.todamateria.com.br/cantigas-de-roda/ 
https://www.youtube.com/results?search_query=helio+ziskind+trem+maluco+e+outras+cantigas+de+roda
https://www.youtube.com/results?search_query=helio+ziskind+trem+maluco+e+outras+cantigas+de+roda
https://www.youtube.com/watch?v=ULkgjOhwI_Q
https://www.youtube.com/watch?v=eGE2zXB-Qzw 
MINISTÉRIO DA CIDADANIA
Ministro da Cidadania
Ronaldo Vieira Bento
Secretaria Executiva
Luiz Galvão
Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação
Marcelo Narvaes Fiadeiro
Departamento de Formação e Disseminação
Bruno Baranda Cardoso
Coordenação-Geral de Disseminação:
Cícero Araújo de Sousa Júnior
Equipe técnica:
Helbert de Sousa Arruda 
Graciele França Suemori
Gustavo Vellozo Barreira
Milena Fernanda de Souza
Tarcísio da Silva Pinto
Secretaria Especial de Desenvolvimento Social
Robson Tuma
Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância
Luciana Siqueira Lira de Miranda
Departamento de Atenção à Primeira Infância – DAPI
Leonardo Milhomem Rezende
Coordenação-Geral de Formação e Disseminação – CGFD
Cleidionice Gonçalves Ferreira
Vanessa Alessandra Cavalcanti Peixoto Queiroz
Equipe técnica:
Luciana Maria Dias Mota
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA
Coordenação:
Marcelo José Braga – Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento 
Sustentável (IPPDS/UFV)
Suporte técnico:
Lívia Aladim Matosinhos – Departamento de Administração e 
Contabilidade (DAD/UFV)
Samuel Brauer Nascimento – Instituto de Políticas Públicas e 
Desenvolvimento Sustentável (IPPDS/UFV)
Elaboração de conteúdo:
Naise Valéria Guimarães Neves – Departamento de Economia Doméstica/
Curso de Educação Infantil (DED/EIN/UFV)
Ana Louricélia Chagas Monteiro – Laboratório de Desenvolvimento 
Humano (LDH/EIN/DED/UFV)
Priscila Daniele Ladeira – Departamento de Economia Doméstica/Curso 
de Educação Infantil (DED/EIN/UFV)
Camila Botelho Gusmão – Departamento de Economia Doméstica/Curso 
de Serviço Social (DED/SES/UFV)
Ester Augusto Cordeiro – Departamento de Economia Doméstica/Curso 
de Serviço Social (DED/SES/UFV)
Juliana Monteiro Alves – Departamento de Economia Doméstica/Curso 
de Educação Infantil (DED/EIN/UFV)
Revisão de vernáculo:
Juliano Pires
Projeto Gráfico e Diagramação:
Déborah Médice Silva – Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento 
Sustentável (IPPDS/UFV)
Ilustração:
Elisa Vieira Martins – Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância 
(CEAD/UFV)
© 2022 Ministério da Cidadania.
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desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou 
qualquer fim comercial.
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obra é da área técnica.
Esplanada dos Ministérios
MINISTÉRIO DA 
CIDADANIA
GOVERNO 
FEDERAL
	Apostila Programa CriançaFeliz
	Significado dosícones da apostila
	Sumário
	Apresentação e Guia de Estudos da Unidade I
	Aula Narrada 1:Conhecendo os MarcosLegais da Primeira Infância
	1.1. A Lei N. 13.257/2016:
	1.2. A Portaria Interministerial N. 1/20182 
	1.3. Como Surge o Programa Criança Feliz:
	 1.4. Objetivos e Ações do PCF :
	1.5. Decreto N. 9.855/2019:
	1.6. A Portaria N. 664/2021:
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Apresentação e Guia de Estudos da Unidade II e III
	Aula Narrada 2:Educação Permanente
	1.1. O que é Educação Permanente 
	1.1.1. Importância da Educação Permanente para os profissionais do PCF e demais gestores que trabalham com a temática da primeira infância
	1.2. Educação Permanente x Continuada naPrimeira Infância 
	1.3. Relação da Educação Permanente e aprática cotidiana na promoção dodesenvolvimento infantil.
	Aula Narrada 3:Políticas Públicas e Sociais
	2.1. O que são Políticas Públicas e qual aimportância das Políticas Públicas e PolíticasSociais para a garantia de direitos
	2.2. Direito das crianças e diálogocom Programa Criança Feliz
	2.3. Políticas Públicas Intersetoriais eo Programa Criança Feliz
	2.4. O Programa Criança Feliz e sua inserção como Política Social, considerando as especificidadesda proteção social no Brasil
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Apresentação e Guia de Estudos da Unidade IV, V e VI
	Aula Narrada 4:As diversidades brasileiras
	4.1. Diversidades da formação social e econômica brasileira. 
	 4.2. Variedades regionais e culturais do Brasil
	4.3. A política social e a apreensão das territorialidades e regionalidades
	4.4. O Programa Criança Feliz e sua inserção nos territórios diversos5
	Aula Narrada 5:As Diversidades das Famílias Brasileiras
	5.1. A composição das famílias brasileiras atualmente
	5.2. Famílias extensas e famílias monoparentais
	5.3. Quem são os cuidadores das crianças nas famílias brasileiras
	Aula Narrada 6:O Desenvolvimento Infantil e as Diversidades das Infâncias Brasileiras
	6.1. Importância do desenvolvimento infantil para a quebra intergeracional da pobreza
	6.2. Os aspectos diversos das infâncias brasileiras
	6.3. O papel das cuidadoras e dos cuidadores na promoção do desenvolvimento infantil
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Apresentação e Guia de Estudos da Unidade VII
	Aula Narrada 7:Ações de Articulação para a Efetividade do PCF e do Desenvolvimento Infantil1
	7.1. O papel das políticas sociais para garantir a intersetorialidade na promoção do desenvolvimento infantil
	 7.2. As ações intersetoriais para a Primeira Infância
	7.3. Envolvimento dos diversos atores para garantir a intersetorialidade das políticas sociais voltadas à Primeira Infância e a intersetorialidade dentro do Programa Criança Feliz
	7.4. Contribuição do PCF para o fortalecimento da Primeira Infância
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Apresentação e Guia de Estudos da Unidade VIII e IX
	Aula Narrada 8:O brincar como estratégia para o desenvolvimento infantil e o fortalecimento de vínculos familiares
	8.1. O brincar na primeira infância 
	8.2 A importância do brincar para o resgate cultural
	8.3 O adulto brincante e sua importância para o fortalecimento de vínculos com as crianças 
	8.4 Integração de novas formas de brincar como processo de aprendizagem 
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Aula Narrada 9:Propostas de atividades lúdicas comoestratégia para o desenvolvimento infantil eo fortalecimento de vínculos familiares
	9.1 A metodologia do PCF como ferramenta para o uso do lúdico no fortalecimento de vínculos e no exercício da parentalidade 
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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