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Apostila Criança Feliz - Completo ok

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1
O Programa 
Criança Feliz e as 
Diversidades das 
Infâncias brasileiras
Ficha catalográfica elaborada pela Seção de Catalogação e 
Classificação da Biblioteca Central da Universidade Federal de 
Viçosa - Campus Viçosa 
O Programa Criança Feliz e as diversidades das infâncias 
P964 brasileiras [recurso eletrônico] / organizador Marcelo 
2022 José Braga ; elaboração de conteúdo Naise Valéria 
Guimarães Neves ... [et ai.]. - Viçosa, MG, c2022. 
1 livro eletrônico (128 p.) : il. color. 
Disponível em: 
https://moodle.cidadania .gov .br/ead 
Inclui bibliografia. 
ISBN 978-85-66148-31-2 
1. Crianças - Política governamental. 2. Crianças -
Formação. 3. Crianças - Educação. 4. Direitos das crianças. 
1. Braga, Marcelo José, 1969-. li. Neves, Naise Valéria
Guimarães, 1968-. Ili. Monteiro, Ana Louricélia Chagas,
1966-. IV. Ladeira, Priscila Daniele, 1988-. V. Gusmão,
Camila Botelho, 1999-. VI. Cordeiro, Ester Augusto, 2000-.
VII. Alves, Juliana Monteiro, 1999-. VIII. Brasil.
Ministério da Cidadania. Programa Criança Feliz.
IX. Universidade Federal de Viçosa. Instituto de Políticas
Públicas e Desenvolvimento Sustentável. X. Universidade
Federal de Viçosa. Coordenadoria de Educação Aberta
e a Distância.
CDD 22. ed. 353.536 
Bibliotecário responsável: Euzébio Luiz Pinto - CRB6/3317 
3
Sumário
Apresentação da Unidade I ....................................................... 8
Unidade I: Conhecendo os Marcos Legais da Primeira 
Infância ......................................................................................... 10
Aula Narrada 1
1.1. A Lei N. 13.257/2016
1.2. A Portaria Interministerial N. 1/2018
1.3. Como Surge o Programa Criança Feliz
1.4. Objetivos e Ações do PCF
1.5. Decreto N. 9.855/2019
1.6. A Portaria N. 664/2021
Apresentação da Unidade II e III ........................................... 27
Unidade II - Educação Permanente ....................................... 29
Aula Narrada 2:
1.1. O que é Educação Permanente e sua importância para os
profissionais do PCF e demais gestores que trabalham com temática da 
Primeira Infância.
1.2. Educação Permanente x Continuada na Primeira Infância.
1.3. Relação da Educação Permanente e a prática cotidiana para a
promoção do desenvolvimento infantil.
4
Unidade III - Políticas Públicas e Políticas Sociais ...... 37
Aula Narrada 3:
2.1. O que são Políticas Públicas e qual a importância das Políticas 
Públicas e Políticas Sociais para a garantia de direitos.
2.2. Direito das crianças em diálogo com o Programa Criança Feliz.
2.3. Políticas Públicas Intersetoriais e o Programa Criança Feliz.
2.4. O Programa Criança Feliz e sua inserção como Política Social, 
considerando as especificidades da proteção social no Brasil.
Apresentação da Unidade IV, V e VI ................................ 47
Unidade IV - As diversidades brasileiras ....................... 49
Aula Narrada 4:
4.1. Diversidades da formação social e econômica brasileira
4.2. Variedades regionais e culturais do Brasil
4.3. A política social e a apreensão das territorialidades e 
regionalidades
4.4. O Programa Criança Feliz e sua inserção nos territórios diversos
Unidade V - As diversidades das famílias brasileiras..57
Aula Narrada 5:
5.1. Famílias extensas e famílias monoparentais
5.2. A composição das famílias brasileiras atualmente
5.3. Quem são os cuidadores e as cuidadoras das crianças nas 
famílias brasileiras
5
Unidade VI - O desenvolvimento infantil e as 
diversidades das infâncias brasileiras .............................. 63
Aula Narrada 5:
6.1. Importância do desenvolvimento infantil para a quebra 
intergeracional da pobreza
6.2. Os aspectos diversos das infâncias brasileiras
6.3. O papel das cuidadoras e dos cuidadores na promoção do 
desenvolvimento infantil
Apresentação da Unidade VII ............................................. 73
Unidade VII - Ações de Articulação para a Efetividade 
do PCF e do Desenvolvimento Infantil ............................ 74
Aula Narrada 7
7.1. O papel das políticas sociais para garantir a intersetorialidade na 
promoção do desenvolvimento infantil
7.2. As ações intersetoriais para a Primeira Infância
7.3. Envolvimento dos diversos atores para garantir a 
intersetorialidade das políticas sociais voltadas à Primeira Infância e a 
intersetorialidade dentro do Programa Criança Feliz 
7.4. Contribuição do PCF para o fortalecimento da Primeira Infância 
6
Apresentação da Unidade VIII e IX ................................ 92
Unidade VIII - O brincar como estratégia para o 
desenvolvimento infantil e o fortalecimento
de vínculos familiares ........................................................ 94
Aula Narrada 8
8.1. O brincar na primeira infância 
8.2. A importância do brincar para o resgate cultural 
8.3. O adulto brincante e sua importância para o fortalecimento de 
vínculos com as crianças 
8.4. Integração de novas formas de brincar como processo de 
aprendizagem 
Unidade IX - Propostas de atividades lúdicas como 
estratégia para o desenvolvimento infantil e o 
fortalecimento de vínculos familiares ....................... 109
Aula Narrada 9
9.1. A metodologia do PCF como ferramenta para o uso do lúdico 
no fortalecimento de vínculos e no exercício da parentalidade. Falar 
das visitas familiares como proposta do lúdico e fortalecimento dos 
vínculos.
7
Significado dos
ícones da apostila
 Como forma de facilitar a compreensão dos conteúdos apresentados 
assim como seu estudo, no decorrer das apostilas você irá encontrar alguns 
ícones como os inseridos abaixo. Esses ícones tem por objetivo destacar algumas 
partes do conteúdo, para chamar sua atenção. Cada figura tem uma função, 
confira: 
Perguntas em destaque: questionamentos que 
conduzem à reflexão ou explicação de alguns termos 
importantes.
Links de vídeos para complementar e 
aprodundar os estudos.
Links na internet, onde é possível acessar 
sites ou artigos relacionados ao tema.
 Sínteses e afirmações importantes 
sobre o conteúdo para se atentar. 
8
Apresentação e 
Guia de Estudos da 
Unidade I
 Caro cursista, bem-vindo ao nosso Módulo I! 
 Neste primeiro módulo vamos conhecer um pouco mais sobre os 
marcos legais que foram determinantes para a efetivação de políticas 
para a primeira infância voltadas para a garantia de direitos das crianças 
e seu desenvolvimento integral. É importante considerar que as políticas 
públicas podem ser exercidas através de vários instrumentos considerando 
as intenções e ações do poder público na primeira infância. Para que sejam 
formalizadas essas ações devem estar previstas na forma de leis que são 
reconhecidamente marcos teóricos na conjuntura sociopolítica do país.
 Não basta termos, enquanto cidadãos, o entendimento de que 
a criança é sujeito de direitos, faz-se necessário também que o poder 
público institua políticas públicas para tornar real a possibilidade 
de efetivação desses direitos da criança por meio de legislações 
que irão resguardar e indicar a necessidade de políticas públicas e 
sociais para a primeira infância formalizadas em diferentes ações. 
 Nesta Unidade I, conheceremos alguns marcos legais que são 
fundamentais para compreender o Programa Criança Feliz no que se 
refere ao fortalecimento da Proteção à Primeira Infância - PCF. Por 
isso, o entendimento acerca destes marcos legais nos possibilita conhecer 
e considerar o contexto em que o Programa Criança Feliz - PCF se consolida. 
 O principal objetivo nesta unidade é entender que as leis e decretos 
são de extrema importância para construção e execução de políticas 
e programas sociais em prol da Primeira Infância com o propósito de 
contribuir para o desenvolvimento integral da criança de 0 a 6 anos de idade.
9
Serão considerados como marcos legais da primeira infância no país:
 A Lei 13.257 de 08 de março de 2016 que dispõe sobre as 
políticas públicas voltadas para a primeira infância;
A Portaria Interministerial N. 01 de 04 de abril de 2018 
que define asações intersetoriais voltadas à promoção da 
primeira infância; 
O Decreto N. 9.579 de 22 de novembro de 2018 que dispõe 
sobre a temática do lactente, da criança e do adolescente e 
do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos da 
Criança e do Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança 
e o Adolescente e os programas federais da criança e do 
adolescente, alterando o Decreto N. 8.869 de 05 de outubro 
de 2016; 
O Decreto N. 9.855 de 25 de junho de 2019 que institui o 
Comitê Gestor do Programa Criança Feliz; 
E a Portaria 664 de 02 de setembro de 2021 que consolida 
os atos normativos que regulamentam o Programa Criança 
Feliz/Primeira Infância no Sistema Único de Assistência Social 
- SUAS.
 Para subsidiar o aprofundamento sobre os conhecimentos dos 
marcos legais, siga a seguinte ordem de estudos: Leia, na apostila, a Aula 1 
com a Unidade 1.
1. Leia a apostila, que corresponde ao módulo I.
2. Assista a aula narrada 1.
3. Faça os exercícios de fixação da Aula 1.
4. Desafie -se no jogo de palavras cruzadas.
 
Bons estudos!
10
Aula Narrada 1:
Conhecendo os Marcos
Legais da Primeira Infância
 Estudar sobre legislação para muitas pessoas talvez não seja algo muito 
motivacional. Sabemos o quanto pode ser monótono o estudo sobre leis, decretos, 
portarias, dentre outros documentos legais. 
 Entretanto, só é possível conhecermos como se constroem as políticas 
públicas e as ações em prol dos direitos humanos, aqui especificamente, dos direitos 
da criança de 0 a 6 anos, se nos dispusermos a mergulhar nesse ambiente dos 
documentos legais. Por isso, convidamos você a desafiar-se buscando compreender 
essas normativas.
 A junção entre política e legislação é um meio de legitimar os processos de 
implementação de mudanças consideradas decisivas para colocar em execução 
as políticas para a primeira infância. As leis instituem os princípios, diretrizes e 
objetivos a serem seguidos para direcionar as ações e validá-las legalmente.
 Assim, desde março de 2016, nosso País estabeleceu uma lei específica 
que propõe as diretrizes para as políticas públicas para as crianças de 0 a 6 anos, 
reconhecida como a Lei que estabelece o Marco Legal para a Primeira Infância. Esta 
Lei foi construída à muitas mãos durante 2 anos até ser sancionada como Lei nº 
13.257/2016 em 08 de março de 2016. 
1.1. A Lei N. 13.257/2016:
 O Marco Legal para a Primeira Infância é uma das grandes vitórias em atenção 
à especificidade e à relevância dos 6 primeiros anos de vida no desenvolvimento 
infantil. 
Nela é resguardada a relevância do direito 
de brincar da criança de 0 a 6 anos, de serem 
cuidadas por profissionais qualificados e terem 
prioridade nas políticas públicas federais, 
estaduais e municipais, dentre outras conquistas 
que conheceremos nesta Unidade. 
11
 Esta Lei também abre possibilidades de iniciativas por meio de programas 
e serviços que atenderão às necessidades para o desenvolvimento integral das 
crianças desde seu nascimento até os 6 anos de idade.
 É interessante atentar-se para o fato de que esta lei institui princípios, 
diretrizes e objetivos para a Primeira Infância no Brasil e dispõe sobre políticas 
públicas voltadas para esta área. Assim, já no seu artigo 1º a lei estabelece 
princípios e diretrizes para formulação de políticas públicas à primeira infância e 
que tenha como prioridade os primeiros anos de vida das crianças, onde se inicia 
o desenvolvimento infantil. Reafirmando essas diretrizes, o 3º artigo da lei diz que 
a prioridade absoluta em garantir os direitos das crianças e dos adolescentes se 
fará por meio do Estado1 ao estabelecer políticas, planos e programas e serviços 
voltados à primeira infância. 
 Observem que a Lei demarca o Estado como responsável por construir e 
executar essas políticas. Mas isso não significa que seja apenas uma atribuição 
doEstado promover o desenvolvimento infantil. 
 Objetivando não reproduzir os artigos que constam nesta lei, fizemos a 
opção por apresentar a você o destaque das principais ações previstas na mesma:
Sugerimos para maior compreensão e 
correlação com os destaques aqui apresentados, 
a leitura da Lei nº 13.257/2016 em 08 de março de 
2016 no seguinte link: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm .
 
1 Leia-se o Governo Federal. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
12
 Apresentamos os seguintes destaques sobre a Lei para nortear as ações 
posteriores junto às crianças e suas respectivas famílias:
Prioridade absoluta em assegurar os direitos da criança, estabelecendo 
políticas, planos, programas e serviços para a primeira infância que 
atendam as especificidades da faixa etária e garanta o desenvolvimento 
integral da criança considerando sua condição de sujeito de direitos e 
de cidadã respeitando a individualidade, ritmos de desenvolvimento e 
valorizando a diversidade da infância brasileira assim como, reduzir as 
desigualdades no acesso aos bens e serviços.
As áreas prioritárias para definição de políticas para a primeira infância 
são: saúde, alimentação, educação, convivência familiar e comunitária, 
assistência social, cultura, o brincar e o lazer e a proteção contra toda forma 
de violência, a prevenção de acidentes e medidas que evitem a pressão 
consumista e exposição precoce à comunicação mercadológica.
Faz-se necessário que a União busque a adesão dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios para o atendimento dos direitos da criança na 
primeira infância, oferecendo assistência técnica na elaboração de planos 
estaduais, distrital e municipais para a primeira infância articulando os 
diferentes setores.
As políticas para a primeira infância serão implementadas junto às 
instituições visando cursos para a formação de profissionais qualificados, 
para possibilitar a expansão com qualidade dos diversos serviços.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios apoiarão a 
participação das famílias em redes de proteção e cuidado da criança, 
fortalecendo vínculos com prioridade aos contextos que apresentem riscos 
ao desenvolvimento da criança. 
A expansão da educação infantil deverá assegurar a qualidade da 
oferta, com instalações e equipamentos de acordo com o que estabelece 
o Ministério da Educação, com profissionais qualificados e com currículo 
e materiais pedagógicos adequados à proposta pedagógica.
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão organizar 
e estimular a criação de espaços lúdicos que propiciem o bem-estar, o 
brincar e o exercício da criatividade em locais públicos e privados onde 
haja circulação de crianças, bem como a fruição de ambientes livres e seguros 
em suas comunidades.
Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e 
adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, 
sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de 
desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, 
região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as 
famílias ou a comunidade em que vivem.
13
 É importante compreender que a necessidade de cada grupo que luta 
por melhorias e pelos mesmos valores se transforma em demandas sociais 
que posteriormente são reivindicadas como planos de governo. O desafio é 
fortalecer os espaços de diálogo e discussão com o Estado para resolver ou 
minimizar os problemas sociais existentes. 
 Assim, em um cenário social abrangente, a primeira infância tem 
importância ímpar na consolidação de uma sociedade justa, democrática e 
cidadã e que, portanto, precisa de articulações com setores como assistência 
social, saúde, educação, cultura, direitos humanos e direitos das crianças e 
adolescentes, entre outras.
 
Para isso, a promoção da intersetorialidade é 
fundamental para a execução de políticas assertivas 
que atendam às crianças.
Ações
Intersetoriais
Assistência
SocialEducação
Direitos
Humanos
Cultura
Saúde
Cultura
Direitos da
Criança e do
Adolescente
14
 O marco legal da Primeira Infância ainda traz outros pontos, porém, como não 
é nosso objetivo decorar a lei, mas sim usá-la como instrumento de qualificação de 
nosso trabalho, esses pontos são suficientes para compreendermos a importância 
de um marco legal para institucionalização e efetivação de políticas públicas e 
políticas sociais. 
Especificamente, 
no que diz respeito ao Programa Criança Feliz, 
o Marco Legal da Primeira Infância tem sido 
essencial para articulação de ações que vão desde 
a garantia de direitos básicos, à formação dos 
profissionais que atuam com desenvolvimento 
infantil, à valorização de diferenças culturais e 
do brincar como estímulo de melhor infância. 
 
 É importante ter em mente que quanto mais políticas e programas sociais 
promovendo o desenvolvimento infantil, maior será a efetivação dos objetivos do 
PCF, já que as políticas sociais atuam de maneira articulada. Vale lembrar que a 
Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância - SNAPI é quem coordena as 
ações para a primeira infância no ministério da cidadania e também do Programa 
Criança Feliz - PCF.
1.2. A Portaria Interministerial N. 1/20182 
 Considerando a conjugação de esforços entre União, Estados, Distrito 
Federal e Municípios visando a execução descentralizada e integrada de políticas 
públicas para a primeira infância surge a implementação do Programa Criança 
Feliz - PCF, através da Portaria Interministerial N. 1 de 04 de abril de 2018, 
como instrumento de integração e articulação de diretrizes, competências e ações 
para o atendimento integral da criança com redução das desigualdades priorizando 
o investimento público na promoção da justiça social, da equidade e da inclusão 
sem discriminação da criança e da família.
 Esta Portaria3 estabelece diretrizes, objetivos e competências para a 
promoção da intersetorialidade, no âmbito do Programa Criança Feliz, e dá outras 
providências.
 
2 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-
portaria-interministerial-n-1-de-4-de-abril-de-2018-9380488 
3 https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-
portaria-interministerial-n-1-de-4-de-abril-de-2018-9380488 
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-porta
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-porta
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-porta
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-porta
15
É importante ressaltar que
um dos eixos do PCF diz respeito à intersetorialidade. Além 
das visitas domiciliares o PCF tem como objetivo promover 
ações intersetoriais que contribuem para minimizar a 
situação de vulnerabilidade, em que muitas vezes as famílias 
se encontram, mas principalmente, para promoção do 
desenvolvimento humano desde os primeiros anos de vida, 
acreditando no cuidado e na proteção para uma melhor 
integração da criança na sociedade. 
 Sendo assim, compreender melhor o que traz a Portaria Interministerial N. 
01 nos ajuda a identificar estratégias e ações para encaminhamento e resolução de 
problemas cotidianos.
 
16
 Antes de passarmos para alguns dos pontos definidos na portaria, façamos 
as seguintes reflexões: 
O que são e como podem acontecer essas visitas domiciliares? 
Nas visitas domiciliares, além das atividades de fortalecimento de 
vínculos entre cuidadores, gestantes e crianças, quais outras ações 
são necessárias para realização do PCF no seu município? 
Quem são os atores que pensam essas ações? Quem e quais são os 
encaminhamentos tomados? 
 Essas ações dizem respeito a intersetorialidade do programa. Muito antes 
do PCF iniciar as visitas domiciliares, diversas atividades são realizadas para 
garantir seu funcionamento, como por exemplo:
Adesão do 
município ao 
programa 
Contratação e 
capacitação das 
equipes do PCF
Local onde a 
equipe ficará 
instalada
Articulação com o 
CRAS e com o 
Conselho Municipal 
de Assistência 
Social
 É necessário dialogar com outras áreas como saúde, educação, cultura e 
direitos humanos para criação do Comitê Gestor que acompanha os trabalhos 
do PCF na localidade. Todas essas ações são intersetoriais. 
 Essas ações intersetoriais exigem: 
articulação da rede, reuniões, discussões acerca 
da melhor maneira de executar o Programa Criança 
Feliz, mas acima de tudo, de como essas ações 
podem contribuir para o desenvolvimento infantil e 
promover a primeira infância como área prioritária 
na região.
 Ao pensar e responder essas perguntas, já entendemos um pouco do 
que prevê a Portaria Interministerial N. 1, uma vez que seu principal objetivo 
é delimitar diretrizes que garantam a intersetorialidade do Programa Criança 
Feliz. Mas outro ponto importante de ser guardado sobre a Portaria é que 
ela também define ações ministeriais para promoção da intersetorialidade. 
Isto quer dizer que para cada Ministério são dirigidas certas competências 
para as ações intersetoriais. Como trata-se de uma Portaria, foram delimitadas 
ações para os cinco ministérios que compõem o Comitê Gestor do PCF, além das 
competências comuns a todos eles. 
17
É importante compreender que a criação de 
comitê, assim como de colegiados e conselhos, são 
formas de garantir a intersetorialidade, uma vez que 
articulam diferentes áreas para pensar estratégias 
e objetivos na execução de uma política pública, ou 
social, ou mesmo de um programa social. 
Para compreender melhor sobre 
a importância e a necessidade da 
intersetorialidade como eixo fundamental das 
ações do PCF sugerimos assistir ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=GrKAGj_
Pzyc#action=share 
1.3. Como Surge o Programa Criança Feliz:
 Criado pela Portaria Ministerial N. 1 de 04 de abril de 2018, 
o Programa Criança Feliz surge como um 
importante instrumento para que as famílias com 
crianças entre 0 e 6 anos tenham a possibilidade 
de promover desenvolvimento integral das 
crianças em todos os seus aspectos: físico-motor, 
social, afetivo, cognitivo e moral. 
https://www.youtube.com/watch?v=GrKAGj_Pzyc#action=share 
https://www.youtube.com/watch?v=GrKAGj_Pzyc#action=share 
18
 Como parte do Marco legal da Primeira Infância propõe diretrizes para 
a formulação e a implementação de políticas públicas para a primeira 
infância em atenção à especificidade e à relevância dos primeiros anos de 
vida no desenvolvimento infantil e no desenvolvimento do ser humano4.
 O Programa Criança Feliz, coordenado pela SNAPI, é uma iniciativa do 
Ministério da Cidadania através da Secretaria Nacional de Promoção do 
Desenvolvimento Humano, mas tem abrangência intersetorial envolvendo 
outras secretarias, dentre elas, a Secretaria Nacional de Assistência Social, 
responsável pelas políticas de Proteção Social Básica, fundamental para o 
atendimento às famílias e garantia de direitos. Nesse sentido, a articulação 
entre diversas Secretarias para a implementação do Programa Criança Feliz é 
de extrema importância quando se pensa na primeira infância. 
 Inicialmente o PCF foi instituído pelo Decreto N. 8.869 de 05 de outubro 
de 2016. Mas recentemente, o governo federal instituiu outro Decreto que, 
além de reinstituir o Programa Criança Feliz, consolida atos normativos, 
apresentam outras diretrizes, objetivos e competência no que se refere à 
proteção de lactente, crianças e adolescente e aprendiz, dispõe sobre fundos 
nacionais dessas mesmas áreas e dá outras providências. Portanto, o PCF é, 
agora, instituído pelo Decreto N. 9.579 de 22 de novembro de 2018 e pela 
Portaria MC Nº 664, de 2 de setembro de 2021.
 1.4. Objetivos e Ações do PCF :
 O trabalho conjunto para a efetivação das ações previstas dentro do PCF 
tem os seguintes objetivos:I - promover de forma articulada o desenvolvimento humano, a partir do apoio 
e acompanhamento do desenvolvimento integral na primeira infância, por meio 
da integração de ações, apoiando gestantes e demais membros da família na 
preparação para o nascimento e nos cuidados perinatais, e colaborando no exercício 
da parentalidade, através do fortalecimento dos vínculos e do papel das famílias 
em sua função de cuidado, proteção, promoção do desenvolvimento e educação de 
crianças na faixa etária de até seis anos de idade, mediando o acesso da gestante, das 
crianças na primeira infância e das suas famílias a políticas e serviços públicos de que 
necessitem;
II - Favorecer a qualidade e eficiência das políticas públicas, otimizando recursos e 
evitando sobreposição de ações.
 As articulações intersetoriais dos ministérios cidadania, por meio da 
Secretaria Nacional de Assistência Social, ministério da saúde, ministério da 
educação, ministério da mulher, família e direitos humanos - MMFDH, visam, 
entre outras ações:
4 https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/crianca-feliz/copy_of_o-programa
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/crianca-feliz/copy_of_o-programa
19
Apoiar a oferta de visitas domiciliares sistemáticas orientadas à promoção 
do desenvolvimento integral das crianças na primeira infância em 
situação de vulnerabilidade e risco social, fortalecendo vínculos familiares 
e comunitários, consideradas sua família e seu contexto de vida;
Qualificar a oferta dos serviços e fortalecer a articulação da rede 
socioassistencial;
Promover, em conjunto com o sistema de garantia de direitos, ações de 
fortalecimento da convivência familiar e comunitária, incluída a adoção 
de medidas protetivas que priorizem a manutenção da criança de até 6 
anos na família de origem, extensa ou ampliada, ou em famílias guardiãs;
Priorizar o acolhimento em famílias acolhedoras das crianças na primeira 
infância afastadas do convívio familiar;
Qualificar a oferta dos serviços de acolhimento, promovendo de forma 
articulada a formação dos profissionais em metodologias de cuidado 
integral e construção de vínculos afetivos;
Promover mobilização, capacitação, apoio técnico e educação permanente, 
abordando especificidades, cuidados e atenções a gestantes, crianças 
na primeira infância e suas famílias, respeitadas todas as formas de 
organização familiar, com foco nas ações de promoção da parentalidade 
participativa;
Apoiar as secretarias estaduais e municipais de saúde na ampliação e na 
qualificação das ações da atenção básica na assistência ao pré-natal e 
ao puerpério e no acompanhamento do crescimento e desenvolvimento 
infantil, especialmente junto a gestantes, gestantes adolescentes e 
famílias beneficiárias do Cadastro Único, do PBF e do Benefício de 
Prestação Continuada;
Incentivar a expansão do Pré-Natal do Parceiro nos municípios 
participantes do Programa Criança Feliz, envolvendo o pai/parceiro em 
todo o processo de planejamento reprodutivo, gestação, parto, puerpério 
e cuidado parental;
Distribuir a Caderneta da Criança como instrumento de promoção 
e vigilância do crescimento e desenvolvimento integral da criança, 
fomentando o registro qualificado nos sistemas de informações de todas 
as etapas do crescimento e desenvolvimento das crianças menores de três 
anos, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde;
Fortalecer a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil nos municípios 
participantes do Programa Criança Feliz, desenvolvendo ações de 
prevenção e controle da má-nutrição infantil, incluídas as relacionadas à 
obesidade infantil;
Ampliar e fortalecer a Rede de Atenção Psicossocial e o cuidado realizado 
nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS e CAPS infanto Juvenil) ou na 
Atenção Básica quando não houver CAPS;
20
Apoiar o desenvolvimento de ações de capacitação e educação permanente 
aos gestores e profissionais das equipes de Atenção Básica sobre ações 
a serem desenvolvidas em prol do desenvolvimento integral na primeira 
infância;
Potencializar e valorizar o território e a cultura local no âmbito das visitas 
domiciliares;
Fortalecer o papel dos jogos e das brincadeiras nos territórios e sua 
importância no desenvolvimento da criança;
Fortalecer o empoderamento cultural da criança, promovendo estimulação 
criativa no contato com a diversidade cultural de seu território e dos 
vínculos afetivos e interpessoais;
Apoiar os municípios e o Distrito Federal na ampliação da oferta da 
educação infantil gratuita às crianças de até cinco anos de idade, 
considerando, quando necessário, as especificidades das populações do 
campo, indígenas e quilombolas, de acordo com o Plano Nacional de 
Educação;
Fortalecer o atendimento ao educando em todas as etapas da educação 
básica, por meio de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;
Apoiar os municípios na construção de propostas pedagógicas que 
garantam o desenvolvimento integral da criança de até cinco anos em 
seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a 
ação da família e da comunidade;
Sensibilizar os gestores sobre a importância da parceria entre escola 
e comunidade, de forma a ocupar criativamente o espaço escolar, 
inclusive nos finais de semana, com atividades educativas, culturais e de 
fortalecimento de vínculos entre família e comunidade escolar;
Desenvolver proposta de conteúdos teóricos e metodológicos para 
facilitadores/mediadores de grupo, de modo a subsidiar o processo de 
implementação de atividades complementares das escolas de educação 
infantil, com foco na promoção do desenvolvimento integral na primeira 
infância;
Integrar o Programa Criança Feliz com o Sistema de Garantias de Direitos;
Fortalecer e qualificar a atuação dos Conselhos de Direitos Humanos, 
Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente e Conselhos Tutelares;
Sensibilizar os profissionais envolvidos no Programa Criança Feliz para a 
educação não violenta e implementar a Lei nº 13.010, de 26 de junho 
de 2014, em especial o direito da criança e do adolescente de serem 
educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel 
ou degradante;
21
 A lei 13.257 de 08 de março de 2016 e a Portaria Interministerial N.1 de 04 
de abril de 2018, representaram um salto no que se refere à regulamentação das 
políticas para a primeira infância no país. 
 Logo depois, uma série de Decretos tratam da temática da criança e do 
adolescente, dentre eles o Decreto N. 9.579 de 22 de novembro de 2018 que versa 
sobre os direitos fundamentais referente a alimentação, comércio e publicidade, 
rotulagem, divulgação; do direito à segurança da criança e do adolescente visando 
a redução da violência; dos direitos e garantias do aprendiz; da organização e 
funcionamento dos Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente. 
 
1.5. Decreto N. 9.855/2019:
 O Decreto N. 9.855 de 25 de junho de 2019 dispõe sobre o Comitê 
gestor do Programa Criança Feliz como órgão de assessoramento destinado 
a planejar, articular e executar as ações setoriais com vistas ao atendimento do 
público-alvo do programa através dos seguintes ministérios:
• Cidadania;
• Educação;
• Justiça e Segurança Pública;
• Saúde;
• Mulher, da Família e dos Direitos Humanos;
• Turismo.
Convidamos você a conhecer este Decreto 
na íntegra por meio do link: https://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/
d9855.htm. 
Ações Conjuntas
Programa
Criança Feliz
CriançasFamílias
Comitê GestorMinistérioda
Cidadania
Ministério
da
Educação
Ministério
da
Justiça
Ministério
da Saúde
Ministério
da Mulher,
Família e
Direitos
Humanos
Ministério
do
Turismo
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9855.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9855.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/d9855.htm
22
 Esta normativa trata das responsabilidades deste comitêgestor; como 
ele deve se organizar para desenvolver as ações que lhes cabem e quem deverá 
assumir a Secretaria Executiva desse comitê. Boa leitura!
1.6. A Portaria N. 664/2021:
 Além dos marcos normativos e legais da primeira infância que elencam 
as políticas descentralizadoras e integradas que responsabiliza não somente 
a União, mas o Distrito Federal, estados e municípios através de seus agentes 
institucionais e sociedade civil com ampla discussão sobre a promoção do 
desenvolvimento infantil, o Programa Criança Feliz está regulamentado 
pela Portaria 664 do Ministério da Cidadania trazendo como principais atos 
normativos: 
Atendimento prioritário a gestantes e crianças de até setenta e dois 
meses (6 anos) e suas famílias incluindo: as inseridas no CadÚnico, no 
Benefício de Prestação Continuada, crianças afastadas do convívio 
familiar em função de medidas protetivas e crianças inseridas 
no CadÚnico que perderam pelo menos um de seus responsáveis 
familiares no período da pandemia de covid 19;
Promover o desenvolvimento humano a partir do apoio e do 
acompanhamento do desenvolvimento infantil integral na primeira 
infância;
Apoiar a gestante e a família na preparação para o nascimento e 
nos cuidados perinatais;
Colaborar no exercício da parentalidade, fortalecendo os vínculos 
e o papel das famílias para o desempenho da função de cuidado, 
proteção e educação de crianças na primeira infância;
Mediar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e 
das suas famílias a políticas e serviços públicos de que necessitem; e
Integrar, ampliar e fortalecer ações de políticas públicas voltadas 
para as gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias.
 
Para conhecer melhor sobre a portaria 664 que 
rege o Programa Criança Feliz sugerimos assistir 
ao vídeo disponível no youtube no seguinte link: 
Portaria Nº664 - Programa Criança Feliz .
https://www.youtube.com/watch?v=vA8GULfVT84
23
 Para cumprir com os objetivos do Programa Criança Feliz são previstas 
na Portaria 664 ações em conjunto com profissionais capacitados que serão os 
mediadores diretos junto às famílias. As principais ações a serem desenvolvidas 
pela equipe técnica são:
I - Realização de visitas domiciliares periódicas, por profissional 
capacitado, e de ações intersetoriais que apoiem gestantes e famílias e 
favoreçam o desenvolvimento da criança na primeira infância;
II - A capacitação e a educação permanente de profissionais que 
atuam no Programa, com vistas à qualificação do atendimento e ao 
fortalecimento da intersetorialidade;
III - O desenvolvimento de conteúdo e material de apoio para o 
atendimento intersetorial e à promoção da parentalidade, com vistas 
ao desenvolvimento na primeira infância;
IV - O apoio aos estados, Distrito Federal e Municípios, visando à 
mobilização, à articulação intersetorial e à implementação do Programa;
V - A promoção de estudos e pesquisas acerca do desenvolvimento 
infantil integral; 
VI - A qualificação dos cuidados nos serviços de acolhimento para 
crianças na primeira infância afastadas do convívio familiar em razão 
da aplicação de medida de proteção prevista no art. 101, caput, incisos 
VII e VIII, da Lei nº 8.069, de 1990.
 O Programa Criança Feliz é coordenado pela Secretaria Nacional de 
Atenção à Primeira Infância - SNAPI, do Ministério da Cidadania e dentro do 
modelo de governança do programa, as ações serão desenvolvidas pelos 
Estados, Distrito Federal e Municípios que aderirem ao PCF, sendo responsáveis 
pela elaboração e implementação de seus planos, monitoramento das ações 
em cada esfera, articulação com os respectivos comitês gestores e órgãos 
de controle social e, no caso dos estados, mobilização e monitoramento dos 
Municípios.
 A equipe técnica referência do PCF é composta em cada esfera da 
seguinte maneira:
I - No Município:
a) supervisor: profissional de nível superior, que atuará na 
implementação e supervisão técnica do Programa, nas atividades de 
capacitação e educação permanente dos visitadores locais, no apoio 
ao planejamento e registro de informações no sistema eletrônico do 
Programa, bem como na articulação dos serviços e das políticas setoriais 
no território com a política setorial da assistência social;
24
b) visitador: profissional de nível médio ou superior, responsável pelo 
planejamento, realização, registro e acompanhamento das visitas 
domiciliares, inclusive no sistema eletrônico do Programa;
II - No Estado:
a) coordenador: profissional de nível superior, com experiência em gestão 
de programas e/ou projetos, que atuará na coordenação e gestão do PCF, 
bem como na articulação dos serviços socioassistenciais e das políticas 
setoriais no território.
b) multiplicador: profissional de nível superior, com experiência na 
área de desenvolvimento infantil, saúde, educação ou assistência social, 
devidamente certificado pela SNAPI, responsável pelas atividades de 
capacitação e educação permanente dos supervisores, pelo monitoramento 
in loco e remoto, além das atividades de apoio à implementação e 
supervisão do Programa no estado;
 A implementação do Programa Criança Feliz promove ações intersetoriais 
que tem como principal objetivo o desenvolvimento integral da criança 
no contexto familiar e na sociedade através da articulação de agentes da 
assistência social, saúde, educação, cultura e direitos humanos considerando a 
corresponsabilidade entre os entes federados na implementação das políticas 
públicas em defesa da infância colocando como protagonista a criança e seus 
direitos fundamentais, a família e a diversidade de contextos, culturas e crenças 
com a participação da sociedade civil e movimentos sociais.
 
Saiba mais: https://www.youtube.com/
watch?v=CeCu3SEmClg
 Para finalizar o estudo sobre essa Unidade sobre Marcos legais que dão 
base à promoção do desenvolvimento infantil no Brasil convidamos você 
a buscar inspiração nesta música que retrata o motivo pelo qual devemos ter 
esperança e lutar para que nossas crianças sejam cuidadas com muito carinho, 
responsabilidade e respeito. Elas não são somente a “semente do amanhã”, 
elas são sujeitos de direitos que merecem toda nossa atenção hoje e por isso, 
como adultos, nunca devemos perder a esperança de lutar para que o Marco 
Legal para a Primeira Infância seja efetivado em todos os lugares do nosso País. 
Finalizamos assim:
https://www.youtube.com/watch?v=CeCu3SEmClg
https://www.youtube.com/watch?v=CeCu3SEmClg
25
Ontem um menino que brincava me falou
que hoje é semente do amanhã...
Para não ter medo que este tempo vai passar...
Não se desespere não, nem pare de sonhar
Nunca se entregue, nasça sempre com as manhãs...
Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar!
Fé na vida, Fé no homem, Fé no que virá!
Nós podemos tudo,
Nós podemos mais
Vamos lá fazer o que será
(Semente do Amanhã - Gonzaguinha)
Diante de tudo isso, não podemos esquecer de que:
Juntos “nós podemos tudo, nós podemos mais”. Vamos 
fazer a nossa parte implementando com responsabilidade as 
ações do Programa Criança Feliz!
26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Portaria MC nº 664, de 2 de setembro de 2021. Consolida os atos normativos que 
regulamentam o Programa Criança Feliz/Primeira Infância no Sistema Único de Assistência Social 
- SUAS. DOU. Brasília, DF, Edição: 169, Seção: 1, P. 2. Publicado em: 06/09/2021, Disponível em: 
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mc-n-664-de-2-de-setembro-de-2021-343007090
BRASIL. Portaria Interministerial N. 01 de 04 de abril de 2018. Estabelece diretrizes, objetivos 
e competências para a promoção da intersetorialidade, no âmbito do Programa Criança Feliz, e 
dá outras providências. DOU. Brasília, DF, Edição: 66, Seção: 1, P. 66. Publicado em: 06/04/2018, 
Disponível em: https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/
id/9380492/do1-2018-04-06-portaria-interministerial-n-1-de-4-de-abril-de-2018-9380488
BRASIL. Decreto nº 8.869 de 5 de outubro de 2016. Institui o Programa Criança Feliz.DOU. Brasília, 
DF, Edição: 193, Seção: 1, P. 2. Publicado em: 05/10/2016. Disponível em: https://aplicacoes.mds.
gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2016/documentos/D8869.pdf
BRASIL. Lei nº 13.257 de 8 de março de 2016. Dispõe sobre a política de primeira infância. DOU. 
Brasília, DF, Edição: 46, Seção: 1, P. 1. Publicado em 09/03/2016. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
 BRASIL. Decreto Nº 9.855, de 25 de junho de 2019. Dispõe sobre o Comitê Gestor do Programa 
Criança Feliz. DOU. Brasília, DF, Edição: 121, Seção: 1, P. 11. Publicado em: 26/06/2019. Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/decreto/D9855.htm
BRASIL. Decreto nº 9.579, de 22 de novembro de 2018. Dispõem sobre a temática do lactente, da 
criança e do adolescente e do aprendiz, e sobre o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do 
Adolescente, o Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente e os programas federais da criança 
e do adolescente, e dá outras providências. DOU. Brasília, DF, Edição: 225, Seção 1, P. 49. Publicado 
em: 23/11/2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/
decreto/D9579.htm 
CAVALCANTI, Camila Dias. Roteiro do curso: As diversidades das infâncias 
e famílias brasileiras e o PCF. Ministério da Cidadania. Secretaria Especial do 
Desenvolvimento Social. s/d. p. 80. Disponível em: https://drive.google.com/drive/
folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INF NCIA. Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal. 2020. Disponível em: 
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/impacto/marco-legal. Acesso em 05 de janeiro de 2022.
MARCO LEGAL DA PRIMEIRA INF NCIA: AVANÇOS E DESAFIOS. Prioridade Absoluta. 2021. 
Disponível em: https://prioridadeabsoluta.org.br/noticias/marco-legal-da-primeira-infancia-
avancos-e-desafios. Acesso em 05 de janeiro de 2022.
O PROGRAMA. Governo Federal/Ministério da Cidadania. 2021. Disponível em: https://www.gov.
br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/crianca-feliz/copy_of_o-programa. Acesso em 05 de janeiro 
de 2022.
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-mc-n-664-de-2-de-setembro-de-2021-343007090 
https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/9380492/do1-2018-04-06-porta
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https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2016/documentos/D8869.pdf
https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2016/documentos/D8869.pdf
https://aplicacoes.mds.gov.br/snas/termoaceite/crianca_feliz_2016/documentos/D8869.pdf
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9579.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9579.htm
https://drive.google.com/drive/folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
https://drive.google.com/drive/folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/impacto/marco-legal/
https://www.fmcsv.org.br/pt-BR/impacto/marco-legal/
https://prioridadeabsoluta.org.br/noticias/marco-legal-da-primeira-infancia-avancos-e-desafios/
https://prioridadeabsoluta.org.br/noticias/marco-legal-da-primeira-infancia-avancos-e-desafios/
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/crianca-feliz/copy_of_o-programa
https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/crianca-feliz/copy_of_o-programa
27
Apresentação e 
Guia de Estudos da 
Unidade II e III
 Olá cursista, bem-vindo ao nosso Módulo II! 
 Neste segundo módulo, vamos conhecer um pouco mais sobre a 
Educação Permanente, tema da unidade II deste curso. Na sequência, 
como parte da unidade III, vamos estudar um pouco sobre o que são 
Políticas Públicas e Políticas Sociais, bem como sua importância para a 
garantia de direitos da criança. Além disso, será possível compreender 
sobre a contribuição das Políticas Públicas Intersetoriais para efetivação 
das ações junto ao Programa Criança Feliz. 
 Ao mergulharmos nos estudos da unidade II, vamos compreender 
sobre o conceito de Educação Permanente e sua importância para 
as nossas práticas cotidianas. Para os cidadãos e profissionais que 
trabalham com a temática da Primeira Infância, a Educação Permanente 
é uma parte determinante do nosso cotidiano, contribuindo para nossas 
ações em prol da promoção do desenvolvimento infantil. 
 Para aprofundar esses conhecimentos, siga a seguinte ordem de 
estudos: 
1. Leia, na apostila, a Aula 2;
2. Assista a aula narrada 2;
3. Faça os exercícios de fixação da Aula 2;
4. Desafie -se resolvendo o jogo de palavras cruzadas.
28
 Na unidade III, vamos conhecer sobre o que são e qual a importância das 
Políticas Públicas e Sociais na garantia de direitos fundamentais da criança 
para a promoção do desenvolvimento infantil; compreender as especificidades 
dessas políticas, principalmente as Políticas Intersetoriais para a concretização 
das ações do Programa Criança Feliz. Para isso, um ponto importante é nos 
colocarmos dispostos a refletir sobre o quanto as Políticas Públicas e Sociais são 
fundamentais para a garantia de direitos, como saúde, educação, assistência 
social, habitação, dentre outros; e como as Políticas Públicas e Sociais são 
elaboradas e consolidadas, principalmente, considerando a proteção social da 
primeira infância no País. 
 Para aprofundar esses conhecimentos, siga também a seguinte ordem: 
1. Leia, na apostila, a Aula 3;
2. Assista a aula narrada 3;
3. Faça os exercícios de fixação;
4. Desafie -se resolvendo o jogo de palavras cruzadas.
 
Bons estudos!
29
Aula Narrada 2:
Educação Permanente
1.1. O que é Educação Permanente 
 O objetivo desta aula é proporcionar a compreensão de como a Educação 
Permanente é importante para nossas práticas cotidianas e que, ao contrário do 
que pensamos, o processo de Educação Permanente não precisa ser algo complexo, 
distante de nossa realidade. Ao contrário, neste módulo, vamos ver que é a partir 
de nossos conhecimentos que a Educação Permanente pode ser pensada. 
 Começamos essa reflexão com a seguinte pergunta: 
Você já escutou em algum momento de sua 
vida estas frases?
“Educação é o caminho para o futuro”!
“O estudo é importante para a vida”!
 Acreditamos que, em algum momento, sim. Provavelmente também já ouviu 
afirmações sobre a importância de continuar estudando, seja para construir um 
futuro melhor para você mesmo, seja para tornar o mundo um lugar melhor.
Pois bem, a Educação Permanente está diretamente relacionada à ideia de que 
a aprendizagem é um processo que pode acontecer por meio de ações formais 
e/ou informais, com a intenção de proporcionar reflexões sobre questões práticas, 
objetivando buscar soluções para elas. 
 Considerando que toda ação educativa é uma ação humana e que leva à 
construção do conhecimento, é possível compreendermos como se configura 
a Educação Permanente. Assim, podemos afirmar que a Educação Permanente 
está diretamente relacionada à educação para o século XXI, “na qual a síntese do 
pensamento pedagógico é o educar-se de forma permanente, tendo o trabalho 
como princípio educativo” (VIEIRA, 2013, p. 179).
 Então, como podemos conceituar a Educação Permanente?
“A educação permanente é apresentada como aprendizagem no 
trabalho, em que o aprender e o ensinar são incorporados ao cotidiano 
das organizações e ao processo de trabalho. Uma política de educação 
permanente necessita enfrentar, em sua concepção e desenvolvimento, 
o desafio de constituir-se em um eixo transformador, em uma estratégia 
mobilizadora de recursos e poderes e em recurso estruturante do 
fortalecimento” (SILVA; BARLEM; LUNARDI; SANTOS, 2008, p.257). 
30
Mas qual a relação da Educação Permanente com a formação profissional? 
 A Educação Permanente é uma ação educativafundamental para 
a qualificação do exercício profissional, principalmente, considerando a 
execução de uma política ou programa social que busca intervir na realidade 
dos indivíduos e de seus territórios. Afinal, a nossa intervenção na sociedade, 
por meio da soma de diferentes saberes, possibilita que sejamos mais conscientes 
de nossas ações, visando, dessa forma, transformar a realidade.
Assim, podemos nos perguntar: 
Como se dá o processo de aprendizagem quando tratamos da
Educação Permanente?
 O processo de aprendizagem se dá a todo momento. A experiência diária, por 
exemplo, é um grande aprendizado e pode ser inserida no processo de Educação 
Permanente, mesmo que informalmente. O que importa é considerarmos as 
vivências de práticas colaborativas de aprendizagem, que se desenvolvem no dia a 
dia, no trabalho e nas práticas profissionais.
 Podemos dizer então que a Educação Permanente ocorre por meio dos 
saberes que cada sujeito construiu ao longo de sua vida, somando-se àqueles 
saberes que foram construídos na educação formal, mais os saberes construídos 
por meio das leituras de textos, por exemplo. 
 Todos esses saberes, juntamente com os conhecimentos apreendidos na 
prática profissional, levam a ações mais conscientes denominadas de Educação 
Permanente. 
 Essas ações mais conscientes nos possibilitam proporcionar a transformação 
de uma realidade. Esse é um dos pressupostos do Programa Criança Feliz. 
Diante disso:
como devemos pensar uma proposta pedagógica para uma formação
diária que preze pela Educação Permanente?
A proposta pedagógica a ser utilizada na capacitação permanente necessitará 
considerar os trabalhadores como sujeitos de um processo de construção social 
de saberes e práticas, preparando-os para serem sujeitos dos seus próprios 
processos de formação ao longo de toda a sua vida. A capacitação precisará 
incidir sobre o processo de trabalho, sendo realizada de preferência no próprio 
trabalho, avaliada e monitorada pelos participantes” (SILVA; BARLEM; LUNARDI; 
SANTOS, 2008, p.257).
 
E agora, após essa leitura, você consegue 
compreender o que é Educação Permanente e por 
que ela é importante na sua atividade profissional?
31
 Em síntese:
A Educação Permanente integra os saberes 
construídos por você a partir dos conhecimentos 
advindos da formação profissional, da qualificação, do 
aperfeiçoamento, da atualização e, o mais importante, 
pela interação com seus pares e as pessoas com as 
quais convive. Essa troca de saberes com sua equipe é 
o que mantém viva a ideia da educação permanente.
Isso envolve escuta e fala.
1.1.1. Importância da Educação Permanente para os 
profissionais do PCF e demais gestores que trabalham 
com a temática da primeira infância
 Para iniciarmos nossas reflexões sobre a importância da Educação 
Permanente para os profissionais do PCF e os demais gestores que atuam com a 
primeira infância, lançaremos a seguinte questão:
Uma das crianças da família atendida precisa de um laudo 
médico para constatação de alguma situação de deficiência. 
Contudo, a família alega que não conseguiu acessar a rede de 
saúde do município e solicita auxílio aos visitadores do PCF. 
 Qual seria o primeiro passo da equipe para encaminhar a demanda?
32
Continuemos o questionamento:
Será que a 
equipe deve assumir 
a responsabilidade da 
demanda? 
Os visitadores 
falam para família 
que isso não está nas 
suas atribuições?
É necessário 
que os visitadores 
identifiquem o 
problema?
Pois bem, meus caros!
Um dos primeiros passos é a identificação do problema! 
 Identificar o que está acontecendo e pensar em conjunto com os demais 
profissionais é fundamental na execução de qualquer política ou programa 
social. Identificado o que está ocorrendo, fica mais fácil vislumbrar possíveis 
encaminhamentos e soluções.
 Tais situações influenciam no trabalho do PCF e dos gestores que estão 
realizando os contatos com as famílias. Portanto, as visitas domiciliares são 
estratégias fundamentais de construção de vínculos com as famílias e crianças 
que fazem parte do PCF.
 Nas visitas domiciliares, é comum que as equipes do PCF encontrem 
situações que vão além do fortalecimento do vínculo entre cuidadores e crianças, 
como por exemplo, questões que envolvam acesso à saúde, à educação, à 
moradia digna, ao trabalho e outras demandas que são parte da realidade das 
famílias. 
 Em relação à saúde, por exemplo, algumas dificuldades presentes são: 
Não ter posto de saúde próximo à residência nem médico atendendo;
Dificuldade de locomoção da família;
Falta de especialidade médica.
 Embora não caiba ao visitador resolver essas questões, esses problemas 
influenciam no trabalho que o PCF realiza com as famílias. 
Portanto, a Educação Permanente deve possibilitar aos profissionais 
espaço e tempo para refletirem sobre seus desafios. 
 Considerando as ações que integram as atividades do PCF, os passos a 
serem seguidos na busca da solução dos problemas identificados, devem 
ser compartilhados com toda a equipe do PCF e com as equipes do CRAS e 
membros do Comitê Gestor. 
 Pode ser que a resolução de um problema não exija o envolvimento 
de todos os atores em um primeiro momento, mas faz parte da Educação 
Permanente conhecer o fluxo do programa em que os profissionais estão 
inseridos. 
33
1.2. Educação Permanente x Continuada na
Primeira Infância
 Educação
Permanente
Multiprofissional
Prática
Institucionalizada
Uniprofissional
Esporádica
Atualização
técnica
Centrada na 
transmissão de 
conhecimentos
Centrada na 
resolução de
problemas
Educação
Continuada
 Ressaltamos que a Educação Permanente e a Educação Continuada 
são diferentes, mas não são excludentes. A junção de saberes, aprendidos 
em sala de aula ou na leitura de textos, com os conhecimentos apreendidos 
na prática e na vivência profissional possibilitam que os atores sejam mais 
conscientes de suas ações. Afinal, a nossa intervenção na sociedade visa 
transformar uma realidade, não é mesmo? Se assim é, quem melhor conhece 
nossos desafios e possibilidades do que nós mesmos?
 Portanto, tanto a Educação Permanente 
quanto a Educação Continuada são indispensáveis 
na contribuição para nossa atuação profissional.
 É como aquela famosa frase que tanto escutamos: “Juntos somos mais 
fortes”! 
 Isso significa que, quando compartilhamos nossos saberes, nos colocando 
à disposição para ouvir o outro, em equipe, estaremos construindo um trabalho 
que se fundamenta na filosofia da educação permanente.
Importante: 
Assista ao vídeo e converse com sua equipe sobre o assunto:
Acesse: 
https://www.youtube.com/watch?v=q-
yL3nBTbuM#action=share.
https://www.youtube.com/watch?v=q-yL3nBTbuM#action=share
https://www.youtube.com/watch?v=q-yL3nBTbuM#action=share
34
1.3. Relação da Educação Permanente e a
prática cotidiana na promoção do
desenvolvimento infantil.
 Para início de conversa, precisamos nos perguntar:
Como a Educação 
Permanente se entrelaça 
com nossas práticas 
cotidianas no que se refere 
ao Programa Criança 
Feliz e à promoção do 
desenvolvimento infantil? 
Que assunto ou tema 
pensa ser necessário 
para discutir com sua 
equipe para qualificar 
a intervenção do 
Programa Criança Feliz no 
desenvolvimento infantil? 
 Pensemos em como esse tema pode ser trabalhado nas reuniões de equipe 
e, se possível, ele poderá se transformar em uma proposta de curso temático ou 
capacitação envolvendo os demais profissionais que atuam direta ou indiretamente 
no PCF. 
 Um bom exemplo pode ser sobre a política habitacional do município em que 
cada equipe atua. 
 Não é raro as famílias terem suas residências em condições precárias, como 
aquelas que vivem em áreas de risco. Se a família atendida expressar o desejo de 
sair do local, não será o PCF que realizará essa atividade. Mas é necessário promover 
algum encaminhamento. Então, para isso, é preciso encaminhar as demandas 
para o Supervisor do PCF para que o mesmo, junto à equipe e aos demais órgãos 
responsáveis, possabuscar solucionar o problema apresentado. 
 Esse pode ser um tema, assim como outros que fazem parte da realidade de 
seu município. 
 Será necessário também contar com o CRAS, o Comitê Gestor Municipal 
para pensar nos encaminhamentos possíveis. 
Conselho
Tutelar
Secretaria
Municipal
de Obras
Comitê 
Gestor
Municipal
Secretaria
Municipal
de Saúde
Secretaria
Municipal de
Assistência
Social
Secretaria
Municipal de
Educação
Conselho
Municipal da 
Criança e do
Adolescente
Supervisor
PCF
Visitador
PCF Famílias
35
 A articulação de outras políticas públicas para a resolução é fundamental 
para uma atuação assertiva do PCF. Não há respostas rápidas e certas. Por isso, 
refletir sobre os problemas é tão importante na construção de possíveis 
soluções.
 Considerando a importância da Educação Permanente para a primeira 
infância e, consequentemente, para o desenvolvimento infantil, torna-
se necessária a promoção de Políticas Sociais com relação à promoção do 
desenvolvimento na Primeira Infância, que ocorrerá por meio das ações do PCF. 
 Faz-se necessário lembrar que o Programa Criança Feliz1 tem apostado na 
abordagem da ludicidade como forma de proporcionar melhores condições 
para o desenvolvimento infantil. 
 Na busca por melhorias dos vínculos familiares e das ações Intersetoriais 
que promovam uma vida mais digna, o PCF tem como estratégia de ação o 
investimento nas atividades lúdicas, valorizando as brincadeiras junto às crianças 
e às famílias. 
 Por isso, uma proposta de Educação Permanente e Continuada para 
os profissionais que atuam na primeira infância traz o lúdico como importante 
elemento para conhecer o mundo, a si mesmo, valores e costumes (KISHIMOTO, 
2010).
 
“A criança, mesmo pequena, sabe muitas coisas: toma decisões, 
escolhe o que quer fazer, interage com pessoas, expressa o que 
sabe fazer e mostra, em seus gestos, em um olhar, uma palavra, 
como é capaz de compreender o mundo. Entre as coisas de que a 
criança gosta está o brincar, que é um dos seus direitos. O brincar 
é uma ação livre, que surge a qualquer hora, iniciada e conduzida 
pela criança; dá prazer, não exige como condição um produto final; 
relaxa, envolve, ensina regras, linguagens, desenvolve habilidades e 
introduz a criança no mundo imaginário.”
Brincar é indispensável para o desenvolvimento da criança.
 Para finalizarmos esta aula, busquem responder a seguinte questão:
 
1 Objetivo: “apoiar e acompanhar o desenvolvimento infantil integral na primeira infância (crianças de 0 a 6 anos 
de idade) e facilitar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e de suas famílias às políticas e aos 
serviços públicos que necessitam. (Ministério da Cidadania)”.
Vocês sabiam que conhecer o espaço em que 
aquela criança se insere faz parte das análises das 
equipes do PCF?
Sabiam que é crucial também para a busca e 
desenvolvimento de estratégias que melhorem 
as condições de vida, sem interferir no 
aprendizado cultural daquela família?
36
 Diante disso, o que queremos deixar claro para você é que todo o 
conhecimento, o mínimo que seja, faz uma grande diferença na garantia dos 
direitos das crianças e adolescentes, tendo a promoção do desenvolvimento 
infantil como o objetivo principal para que as crianças tenham uma vida melhor 
e mais digna em nosso País. 
Vamos acreditar que é possível 
proporcionar uma melhor qualidade 
de vida para as crianças quando 
compreendemos que elas são sujeitos 
de direitos e dentre os demais direitos 
sempre privilegiamos a ludicidade2 e 
o brincar3 como a melhor estratégia 
para valorizarmos a criança em 
desenvolvimento.
Em síntese: 
O que é necessário compreendermos sobre esse tema?
 A Educação Permanente é uma forma de ensino baseado no 
aprendizado constante da equipe: profissionais do PCF e demais colaboradores 
que trabalham nessa área. 
 A Educação Permanente é processual, o que implica a continuidade e 
permanência da aprendizagem. 
 A Educação Permanente agrega práticas cotidianas, cenários 
experienciados, saberes compartilhados, que ajudam a refletir sobre a 
execução de uma Política Pública e Social.
 As vivências e as experiências lúdicas são cruciais tanto no processo 
de Educação Permanente das equipes do PCF e dos gestores envolvidos no 
programa quanto como uma estratégia de abordagem e atuação com as 
famílias e as crianças que são parte desse Programa.
 
2 trataremos dessa temática nos módulos 4 e 5.
3 KISHIMOTO, 2010, p. 1. texto retirado na íntegra do artigo 3º da Portaria 664.
37
Aula Narrada 3:
Políticas Públicas e Sociais
2.1. O que são Políticas Públicas e qual a
importância das Políticas Públicas e Políticas
Sociais para a garantia de direitos
 
 Caro cursista, o objetivo desta aula é proporcionar a compreensão de 
como se consolidam as Políticas Públicas no Brasil para a Primeira Infância e 
quais as especificidades das Políticas Sociais também para Primeira Infância, 
principalmente, as Políticas Intersetoriais que trabalham com o PCF. 
 Após finalizar a leitura desta apostila, acreditamos que você conseguirá 
compreender como se constroem as Políticas Públicas, de quem é a 
responsabilidade de propor, aprovar e executar as Políticas Públicas. Além disso, 
conseguirá compreender como surgem e por que surgem as Políticas Sociais, 
bem como de quem é a responsabilidade de propor, aprovar e executar essas 
políticas. Por fim, entenderá quais são as Políticas Sociais do nosso País para a 
Primeira Infância e como elas reverberam na garantia dos direitos da criança.
 Por falarmos em direitos da criança, apresentamos a você uma poesia da 
escritora infantil Ruth Rocha, onde ela descreve de maneira clara e objetiva quais 
são os direitos da criança, sem discriminação de raça, cor, gênero, localização 
geográfica, classe social, dentre outras.
 Delicie-se com cada palavra, verso e estrofe! Pense na criança que você 
foi e na infância que você gostaria de ter vivido! Reflita sobre cada palavra! Boa 
leitura!
Os Direitos das Crianças (Ruth Rocha)
Toda criança no mundo
Deve ser bem protegida
Contra os rigores do tempo
Contra os rigores da vida.
Criança tem que ter nome
Criança tem que ter lar
Ter saúde e não ter fome
Ter segurança e estudar.
Não é questão de querer
Nem questão de concordar
Os diretos das crianças
Todos tem de respeitar.
Tem direito à atenção
Direito de não ter medos
Direito a livros e a pão
Direito de ter brinquedos.
Mas criança também tem
O direito de sorrir.
Correr na beira do mar,
Ter lápis de colorir...
Ver uma estrela cadente,
Filme que tenha robô,
Ganhar um lindo presente,
Ouvir histórias do avô
Descer do escorregador,
Fazer bolha de sabão,
Sorvete, se faz calor,
Brincar de adivinhação.
Morango com chantilly,
Ver mágico de cartola,
O canto do bem-te-vi,
Bola, bola, bola, bola!
Lamber fundo da panela
Ser tratada com afeição
Ser alegre e tagarela
Poder também dizer não!
Carrinho, jogos, bonecas,
Montar um jogo de armar,
Amarelinha, petecas,
E uma corda de pular.
Um passeio de canoa,
Pão lambuzado de mel,
Ficar um pouquinho à toa...
Contar estrelas no céu...
Ficar lendo revistinha,
Um amigo inteligente,
Pipa na ponta da linha,
Um bom dum cachorro quente. 
Festejar o aniversário,
Com bala, bolo e balão!
Brincar com muitos amigos,
Dar pulos no colchão.
Livros com muita figura,
Fazer viagem de trem,
Um pouquinho de 
aventura...
Alguém para querer bem...
Festinha de São João,
Com fogueira e com 
bombinha,
Pé-de-moleque e rojão,
Com quadrilha e 
bandeirinha.
Andar debaixo da chuva,
Ouvir música e dançar.
Ver carreira de saúva,
Sentir o cheiro do mar.
Pisar descalça no barro,
Comer frutas no pomar,
Ver casa de joão-de-barro,
Noite de muito luar.
Ter tempo pra fazer nada,
Ter quem penteie os 
cabelos,
Ficar um tempo calada...
Falar pelos cotovelos.
E quando a noite chegar,
Um bom banho, bem 
quentinha,
Sensação de bem-estar...
De preferência um celinho.
Uma caminha macia,
Uma canção de ninar,
Uma história bem bonita,
Então, dormir e sonhar...
Embora eu não seja rei,
Decreto,neste país,
Que toda, toda criança
Tem direito a ser feliz!!!
39
 Para que esses direitos sejam cumpridos em nosso País, torna-se necessário 
o investimento em Políticas Públicas que propiciem a criação de Políticas Sociais 
para a Primeira Infância, como é o caso do PCF.
 Podemos nos perguntar neste momento:
O que é Política Pública? Quem é responsável por 
propor, aprovar e executar políticas públicas para 
a primeira infância?
 Política Pública é o modo como o Estado intervém para garantir direitos de 
determinada população e para gestão, administração e controle do País. 
 Algumas Políticas Públicas partem da necessidade de intervenção do Estado 
e de seu aparato institucional para consolidar direitos como educação, habitação, 
transporte, trabalho e renda. Mas é também como determinados governos 
organizam suas agendas de intervenção e regulação da população e do território.
 É importante saber que uma Política Pública pode ser uma Política de 
Estado, sendo essas aquelas garantidas em lei e que não são tão simples de serem 
mudadas, ou Políticas Públicas de governo, que geralmente são instituídas 
por decretos presidenciais ou ministeriais e se materializam em programas de 
governo. As Políticas Públicas são amplas e devem contemplar todos os setores 
nos quais o Estado tem o dever de mediar as necessidades e alocar recursos 
para atender à população. 
 As Políticas Públicas se desdobram em: políticas sociais, políticas 
econômicas, políticas de infraestrutura e políticas de Estado.
A Política Pública é a maneira como cada estado e Governo intervém 
na sociedade. Sendo também a forma como o estado direciona 
suas ações, isto é, se a Política Pública será para garantir algum 
direito, como educação, ou para regular alguma ação do mercado, 
como as políticas de cunho fiscais. 
 
 Logo, percebemos a importância da criação de Políticas Públicas para a 
Primeira Infância, que resguardem direitos e promovam o desenvolvimento pleno 
desde os primeiros anos de vida. Reafirmando essa ideia, referenciamos esses 
direitos com base no Plano de Ação da UNESCO - Dacar, 2000, apresentado no 
Plano Nacional pela Primeira Infância – PNPI em 2020, destacando:
 Todas as crianças pequenas devem ser cuidadas e educadas em ambientes 
para que cresçam saudáveis, vivazes, com amplas possibilidades de aprender. A 
boa qualidade dos programas de cuidados e educação na Primeira Infância, na 
família têm demonstrado “impacto positivo sobre a sobrevivência, o crescimento, 
o desenvolvimento e o potencial de aprendizagem da criança” (UNESCO, Plano de 
Ação – Dacar, 2000, apud REDE NACIONAL PRIMEIRA INF NCIA, 2020 p. 6).
40
“Esses programas devem ser abrangentes e enfocar todas as necessidades 
da criança, inclusive saúde, nutrição e higiene, assim como seu 
desenvolvimento cognitivo e psicossocial. Devem ser oferecidos na língua 
materna da criança e identificar e aprimorar os cuidados e a educação das 
crianças com deficiências. Parcerias entre governos, ONGs, comunidades 
e famílias podem ajudar a garantir o provimento de programas de cuidado 
e educação de boa qualidade às crianças, principalmente àquelas em 
situações mais desfavoráveis, por meio de atividades centradas na criança, 
focadas na família, baseadas na comunidade e apoiadas por políticas 
nacionais, multissetoriais e com recursos adequados” (UNESCO, Plano de 
Ação – Dacar, 2000, apud REDE NACIONAL PRIMEIRA INF NCIA, 2020, p. 
7).
“Os Governos (...) têm a responsabilidade primária de formular políticas 
de cuidado e educação para a primeira infância no contexto dos planos 
nacionais de Educação para Todos - EPT, mobilizando apoio político e 
popular e promovendo programas flexíveis e adaptáveis para crianças 
pequenas, que sejam adequados para a sua idade e que não sejam 
simplesmente uma antecipação dos sistemas escolares formais.” 
(UNESCO, Plano de Ação – Dacar, 2000, apud REDE NACIONAL PRIMEIRA 
INF NCIA, 2020, p. 7).
 
Se as Políticas Públicas são de responsabilidade do 
Governo e dentre elas estão as Políticas Sociais, como 
podemos conceituar Políticas Sociais?
 
 As Políticas Sociais são conjuntos de ações com intuito de promover a 
efetivação dos direitos sociais básicos, sendo os principais: 
educação; 
seguridade social (saúde, previdência e assistência social); e 
habitação. 
 
 Essas políticas são de extrema importância para o funcionamento e 
desenvolvimento de um país, buscando garantir o mínimo digno a todo ser humano. 
 
 Importante saber:
 
 A elaboração e efetivação das Políticas Sociais de um país vão depender 
diretamente do sistema político vigente, que utilizará a implementação das 
políticas como meio de intervenção na esfera civil. É por meio das Políticas Sociais 
e Públicas que haverá maior efetivação da garantia dos direitos, colocando em 
pauta as necessidades urgentes e fazendo as modificações e implementações 
necessárias ao funcionamento da sociedade e à proteção da população. 
41
 Mas então por que falamos em Políticas Públicas
 e Políticas Sociais? 
 
As Políticas Sociais também são Políticas Públicas, já que fazem parte das ações 
implementadas pelo Estado em determinada área. Contudo, as Políticas Sociais 
se destinam a cobrir o que chamamos de proteção social. 
 Infelizmente, numa sociedade de classes, existem desigualdades que 
impedem que todos os indivíduos tenham acesso às mesmas oportunidades. 
Não raro, essas desigualdades sociais e econômicas excluem determinados 
grupos de direitos básicos, como educação, saúde, trabalho, moradia, terra e 
outros. 
 Há grupos vulneráveis que não conseguem suprir suas necessidades 
básicas e, por isso, existe a necessidade de o Estado intervir para a garantia 
desses direitos. 
2.2. Direito das crianças e diálogo
com Programa Criança Feliz
De acordo com a declaração universal dos direitos das crianças emitida pela 
Unicef, em 20 de novembro de 1959, a criança tem direito a: 
Direito à igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade. 
Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental 
e social. 
Direito a um nome e a uma nacionalidade. 
Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequada para 
a criança e a mãe. 
Direito à educação e a cuidados especiais para a criança, física ou 
mentalmente deficiente. 
Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade. 
Direito à educação gratuita e ao lazer infantil. 
Direito a ser socorrida em primeiro lugar, em caso de catástrofes. 
Direito a ser protegida contra o abandono e a exploração no 
trabalho.
 
Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, 
compreensão, amizade e justiça entre os povos. 
Para conhecer mais um pouquinho sobre os
direitos da criança, assista ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=t5f1znRGuro
https://www.youtube.com/watch?v=t5f1znRGuro
42
 As crianças fazem parte de um grupo societário que precisa da mobilização 
da sociedade civil, que se organiza, então, em diferentes Conselhos, visando 
a defesa dos direitos da criança e do adolescente. Destaca-se que as nuances 
do desenvolvimento de uma criança são fortemente desconsideradas, fazendo 
com que os adultos minimizem suas necessidades básicas, descumprindo o que 
está previsto nos documentos legais em defesa da criança. 
A falta de preparo da sociedade para lidar 
de forma adequada com as crianças mostra a 
urgência em se pensar, cada vez mais, políticas de 
garantia dos direitos infantis, assim como Políticas 
de proteção e acolhimento para as crianças e 
medidas que visem orientar pais e cuidadores.
O Programa Criança Feliz, lançado em 2016, surge com essa importante missão:
Acompanhar as crianças na primeira infância (0 a 6 anos), 
buscando facilitar o acesso dessas e da família às políticas e 
serviços públicos necessários. Além disso, o programa visa 
também o fortalecimento do vínculo entre cuidador e criança, 
além de orientar os cuidadores quanto à proteção, cuidado e 
educação das crianças.
 Diante dessa missão4, o PCF, por meioda Portaria 664, define, em seu 
artigo 3º, os objetivos do Programa. São eles:
I - promover o desenvolvimento humano a partir do apoio e do 
acompanhamento do desenvolvimento infantil integral na primeira 
infância.
II - apoiar a gestante e a família na preparação para o nascimento e nos 
cuidados perinatais.
III - colaborar no exercício da parentalidade, fortalecendo os vínculos e o 
papel das famílias para o desempenho da função de cuidado, proteção e 
educação de crianças na primeira infância.
IV - mediar o acesso da gestante, das crianças na primeira infância e das 
suas famílias a políticas e serviços públicos de que necessitem, e
V - integrar, ampliar e fortalecer ações de políticas públicas voltadas para 
as gestantes, crianças na primeira infância e suas famílias.
4 trataremos dessa temática nos módulos 4 e 5.
43
2.3. Políticas Públicas Intersetoriais e
o Programa Criança Feliz
Ações
Intersetoriais
Assistência
Social
Educação
Direitos
Humanos
Cultura
Saúde
Cultura
Direitos da
Criança e do
Adolescente
 Visitas domiciliares e Intersetorialidade são os pilares do PCF. Portanto, 
é imprescindível que você compreenda o que significa a intersetorialidade. 
 A Intersetorialidade surge da integração de setores que buscam, 
conjuntamente, articular maneiras mais eficazes de intervir e efetivar 
as Políticas Públicas, atendendo melhor às necessidades da população. 
Essa integração é essencial para um trabalho mais articulado, como no caso 
do Auxílio Brasil e o Programa Criança Feliz, onde Assistência Social, Saúde e 
Educação estão ligados para atender e incentivar mais áreas de necessidade 
do atendido. No caso do PCF, órgão de estudo do curso, busca-se uma: 
 
Implementação das ações de forma descentralizada, com integração 
das políticas públicas nos territórios, por meio da coordenação e 
integração dos serviços de saúde, educação, assistência social, meio 
ambiente, cultura, lazer e instâncias de defesa dos direitos. (PCF/
MINISTÉRIO DA CIDADANIA,) 
 Para que a Intersetorialidade funcione, é fundamental pensar as 
especificidades do território para que as ações aconteçam de forma integrada, 
assim, faz-se necessária uma elaboração conjunta dessas ações para que as 
mesmas possam ser aplicadas atendendo à população da melhor maneira. 
 As ações direcionadas à Primeira Infância se configuram como ações 
intersetoriais, isto é, articulam diversas Políticas Públicas para sua efetivação, 
mas é também um exemplo de Política Social, já que visa a transformação 
e o desenvolvimento de crianças e suas famílias que estão em situação de 
vulnerabilidade. 
44
 A necessidade da Lei da Primeira Infância foi resultado da identificação de 
que o desenvolvimento infantil de crianças de 0 a 06 anos era um problema a ser 
enfrentado, no País, com ações que possibilitem um futuro melhor para essas 
crianças. Geralmente, são assim que as Políticas Sociais vão surgindo, como já 
vimos ao longo do texto: das necessidades apontadas por grupos sociais mais 
vulneráveis que precisam da intervenção do Estado, mas também da sociedade 
de maneira geral, para garantir o acesso a direitos sociais.
2.4. O Programa Criança Feliz e sua inserção como 
Política Social, considerando as especificidades
da proteção social no Brasil
 As políticas de proteção social no Brasil têm origem em ações de caridade e 
filantropia da Igreja Católica e passam a ter caráter estatal com a implementação 
da Lei Eloy Chaves, em 1923, com o início da modernização e industrialização no 
País. 
 No entanto, em sua história, em muitos momentos, a proteção social 
não conseguiu se desvincular de sua origem caritativa e assistencialista. Muitas 
dessas políticas, inclusive, foram adotadas em momentos em que a sociedade 
brasileira passava por restrições de direitos políticos, como nos períodos de 
1937 a 1945 e, mais tarde, de 1964 a 1985. 
 Sabendo-se desse contexto, é evidente a importância de um programa 
como o PCF ser elaborado e implementado como uma política social de caráter 
amplo, tendo como fundamento afastar-se do caráter assistencialista. 
 O Programa Criança Feliz ainda não é uma Política da Assistência Social, pois 
sua constituição se deu por meio de Decreto (que veremos detalhadamente em 
outro módulo), ou seja, ele ainda não é instituído por lei. A gestão do PCF está 
na Secretaria Nacional de Atenção à Primeira Infância, contudo isso não significa 
que o PCF não esteja inserido em um rol de políticas e programas sociais que 
visem a mudança social daqueles que mais necessitam. Por isso é tão importante 
conhecer as Políticas Sociais e entender que todas elas estão articuladas para 
garantia de direitos sociais, seja assistência social, saúde, educação, meio 
ambiente etc. 
 O melhor conhecimento das Políticas Sociais existentes no País facilita o 
processo de articulação da rede, bem como a mobilização para que os programas 
sociais se transformem em Políticas Sociais estabelecidas por lei. 
 Outro ponto importante é que, mesmo que o PCF se configure como um 
programa social, instituído por Decreto, ele, ainda assim, representa a maneira 
que o Estado e o Governo interferem na área para promover o desenvolvimento 
45
infantil. Lembre-se que as políticas e programas sociais demonstram certas 
prioridades que o Governo adota, em determinados momentos, para suprir 
necessidades econômicas e vulnerabilidades sociais. 
 
 Em síntese:
O que é necessário compreendermos sobre esse tema?
 As Políticas Públicas são instrumentos legais e amplos para a garantia 
de direitos da criança, minimizando desigualdades profundas e históricas como 
a falta de infraestrutura, de investimentos, de habitação, de saúde, de assistência 
social e de educação. 
 Esses desafios só mostram a importância crescente de integrar os 
setores primários da administração pública em uma ação conjunta de Políticas 
Intersetoriais que garantam proteção social para toda família e, especialmente, 
para a criança, colocando-a no centro das prioridades. 
 
Apesar dos muitos obstáculos que ainda enfrentamos, temos que valorizar os 
avanços obtidos com políticas bem-sucedidas, destacando os marcos legais 
que representam conquistas da sociedade para continuarmos buscando o 
aprimoramento.
 Finalizamos esta aula com a seguinte questão para reflexão: 
Pensando a prática cotidiana das equipes do 
PCF e o que estudamos sobre Políticas Públicas 
e Sociais, como você e sua equipe irão articular 
ações que garantam o atendimento aos direitos 
da criança? É possível pensar em ações que 
valorizem o fortalecimento de vínculos da criança 
com suas famílias?
 
46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTI, Camila Dias. Roteiro do curso: As diversidades das infâncias 
e famílias brasileiras e o PCF. Ministério da Cidadania. Secretaria Especial do 
Desenvolvimento Social. s/d. p. 80. Disponível em: https://drive.google.com/drive/
folders/1U5GK22yjvw1iwd4Kq2Eq5K4k3253H4zw
COSTA, Neila Karla. Os Sistemas de Proteção Social no Brasil no Contexto Do Capitalismo 
Contemporâneo: tendências e desafios. IV Jornada Internacional de Políticas Públicas. Disponível 
em: http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppIV/eixos/9_estados-e-lutas-sociais/os-sistemas-de-
protecao-social-no-brasil-no-contexto-do-capitalismo-contemporaneo-tendencias-e.pdf
 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS - UNICEF. Disponível em: https://bvsms.
saude.gov.br/bvs/publicacoes/declaracao_universal_direitos_crianca.pdf. Acesso em: 15/01/2022.
 
KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Brinquedos e Brincadeiras na Educação Infantil. ANAIS DO I 
SEMINÁRIO NACIONAL: CURRÍCULO EM MOVIMENTO – Perspectivas Atuais, Belo Horizonte, 2010.
 
LOURO SODRÉ, J. I. Direitos sociais e políticas públicas: A dificuldade de efetivação. Revista de 
Direito, [S. l.], v. 7, n. 02, p. 235–254, 2016. Disponível em: https://periodicos.ufv.br/revistadir/
article/view/1654. Acesso em: 16 jan. 2022. 
NASCIMENTO, Sueli do. Reflexões sobre a intersetorialidade entre as políticas públicas. Serv. 
Soc.

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