Buscar

Nova Gestão Pública e Nova governança pública

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

ISSN 0798 1015
HOME Revista ESPACIOS ! ÍNDICES ! A LOS AUTORES !
Vol. 38 (Nº 07) Año 2017. Pág. 6
Nova Gestão Pública e Nova
Governança Pública: Uma análise
conceitual comparativa
New public management and New public governance: A
conceptual analysis comparison
Fernando NEVES Pereira; Cid ALLEDI FILHO 1; Osvaldo QUELHAS; Noemi BONINA; Júlio VIEIRA; Vânia
MARQUES
Recibido: 25/08/16 • Aprobado:23/09/2016
Conteúdo
1. Introdução
2. Nova Gestão Pública (New Public Management)
3. Governança pública
4. Sustentabilidade no setor público
5. Metodologia de pesquisa
6. Discussão de resultados
7. Considerações finais
Referências
RESUMO:
Este trabalho tem por objetivo apresentar uma análise
comparativa conceitual entre a nova gestão pública e a
nova governança pública e suas interrelações.
Considerando as particularidades e peculiaridades
inerentes à administração pública, muitos modelos para
serem viáveis para utilização nesse setor precisam ser
construídos com base nas possibilidades de práticas.
Neste sentido, aprofundar na revisão bibiográfica
representa um caminho interessante para basear a
construção de modelos específicos para este setor.
Assim, foi utilizado o método ProKnow-C (Knowledge
Development Process - Constructivist) para o processo
de escolha de portfólio bibliográfico e análise
bibliométrica sobre os temas abordados neste trabalho.
A matriz de análise conceitual é capaz de analisar a
incorporação entre os conceitos de nova gestão pública
e nova governança pública, a partir das perspectivas de
consideração de liderança, elementos-chave, valores e
ABSTRACT:
This paper aims to present a conceptual comparative
analysis between the new public management and new
public governance and their interrelationships.
Considering the public administration’s particularities
and peculiarities, its feasibility models for use need to
be checked based on the possibilities practices. In this
sense, it deepens the bibliographic review is an
interesting way to base the construction of specific
models for this sector. Thus, we used the ProKnow-C
methodology (Knowledge Development Process -
Constructivist) for the process of choosing portfolio
bibliographic and bibliometric analysis on the topics
covered in this work. The conceptual analysis matrix
enables the verification of concepts merger between
new public management and new public governance,
from the perspectives of leadership, key elements,
values and issues that challenge the achievement of
public governance in their practical actions. The
file:///Archivos/espacios2017/index.html
file:///Archivos/espacios2017/a17v38n07/17380706.html#
file:///Archivos/espacios2017/a17v38n07/17380706.html#
file:///Archivos/espacios2017/a17v38n07/17380706.html#
https://www.linkedin.com/company/revista-espacios
problemas que são desafios para a consecução da
governança pública nas suas ações práticas. Research
limitations/ implications: A matriz conceitual representa
o avanço que pode explicar os resultados mistos ou
modestos na literatura sobre a relação colaborativa
entre os conceitos de gestão do setor público: a nova
gestão pública e nova governança pública. O desenho
conceitual propõe um mecanismo alternativo para
análise da relação entre conceitos e práticas da
administração pública, que integra, não só novos
conceitos sobre gestão pública, mas novas formas de
ações práticas para realização da governança no setor
público. A criação da matriz de análise busca identificar
interseções, incorporações ou desdobramentos entre os
conceitos de gestão pública e governança pública,
dentro das perspectivas contemporâneas. 
Keywords: Nova Gestão Pública, Nova Governança
Pública, Valor Público.
conceptual framework represents the advancement that
may explains the mixed or modest findings in the
literature on collaborative relationship between public
management concepts: the new public management
and new public governance. The conceptual framework
proposes an alternative mechanism for analysing the
relationship between concepts and practices of public
administration, which includes not only new concepts of
public management, but new forms of governance
practical actions in the public sector. The design of
analysis matrix seeks to identify intersections, mergers
or splits between the concepts of public management
and public governance within the contemporary
perspectives. 
Keywords: New public management, New public
governance, Government.
1. Introdução
O objetivo deste trabalho é desenvolver uma análise comparativa entre a nova gestão pública e
a nova governança pública que diligencie a articulação gerencial entre todos os segmentos das
organizações públicas com diretrizes de responsabilidade social e sustentabilidade. A pesquisa
tomou como base uma revisão de literatura utilizando-se da metodologia ProcKnow-C.
Como resultado da pesquisa entende-se que a governança pública reflete a esperança de
melhor prestação de serviços do governo para com a sociedade, promovendo novas formas de
participação e cidadania envolvendo a iniciativa privada e a sociedade civil, criando um
ambiente de liderança pública estimulada pelo fomento ao poder compartilhado com a
sociedade.
Observa-se ainda uma migração dos conceitos de governança corporativa da administração
privada para a governança pública. A análise culmina com a incorporação colaborativa entre os
conceitos, sinalizando as possibilidades de um modelo de gestão que inter-relacione a nova
gestão pública e a nova governança pública.
A partir dessa análise foi elaborada a matriz de análise conceitual que representa a visualização
gráfica da relação entre a NPM e a NGP.
Este trabalho apresenta cinco sessões, além desta introdução divididas em revisão da literatura,
pontos 2, 3 e 4, apresentação da metodologia de pesquisa, ponto 5, a discussão dos resultados
apresentada no ponto 6 e, por fim, as considerações finais.
2. Nova Gestão Pública (New Public Management)
A ineficiência, a falta de eficácia e de efetividade, representaram as principais causas da crise
do Estado de Bem Estar, com a utilização de seu modelo burocrático, cujas práticas perduraram
do início do século XX até meados dos anos 1980. A necessidade de buscar respostas para as
demandas e questões que emergiram do processo de globalização exigiram novas perspectivas
e paradigmas para a gestão da coisa pública. (Andion, 2013; Monteiro, 2013; Denhardt, 2011)
O movimento que o mundo globalizado promove, traz para a sociedade novas formas de se
estruturar e de abordar o desenvolvimento esperado dentro de padrões de competitividade
justa, sustentabilidade e boas práticas de governo. Estas novas maneiras relacionam-se com a
busca de respostas para situações que se intensificam dentro desta perspectiva global, tais
como, as oscilações no mercado, as mudanças no ambiente, o acirramento da concorrência e
crescimento dos concorrentes, a promoção da democracia participativa, das respostas aos
anseios da sociedade em geral.
Diante deste cenário de crescentes incertezas, a emergência de novos paradigmas para
condução da administração pública, as demandas por ações que efetivamente visem o bem
comum, ou bem-estar social, executadas através de políticas de governo (aparelho
governamental), demandou deste o desenvolvimento de novas práticas de gestão da coisa
pública com vistas a ampliar a capacidade de respostas e redirecionar os gastos e despesas
para vertentes associadas ao desenvolvimento.
Neste movimento de resposta à esta crise observada nas práticas de gestão governamentais,
surge New Public Management (NPM), o qual se caracteriza como um movimento que apresenta
um modelo normativo substituto do modelo burocrático, que era baseado em regras e
autoridade (Denhardt, 2011). O modelo é composto por técnicas que visam utilizar a lógica
empresarial baseada em princípios mercadológicos na administração pública (Angion, 2012).
Este novo modelo gerencial, ou gerencialismo, baseando-se na competição e no foco em
resultados, propõe uma agenda de reformas que focalizavam, de acordo com Angion(2012,:8)
“a diminuição do aparelho do Estado; a desregulamentação; o controle fiscal, a privatização de
empresas públicas e a aplicação de técnicas empresariais no âmbito governamental.”
Considerando que a área de estudos sobre administração pública possui duas vertentes, uma
racional/instrumental, associada à busca pela eficiência e eficácia e uma política, que visa a
análise de valores e promoção do interesse público (Secchi, 2009; Salm; Menegasso, 2010;
Denhardt, 2011), o foco que será dado neste artigo é a busca da “compreensão de como os
governos são administrados” (Andion, 2012:3), a partir das teorias propostas pelo movimento
da New Public Management.
Neste âmbito, o debate recai sobre temas como políticas de gestão, liderança, desenhos
organizacionais e operações de governo (Secchi, 2009), o que culmina com o movimento da
governança pública.
3. Governança pública
3.1. Governança corporativa
Diante da pressão pela melhoria no setor público, os agentes de governo começam a recorrer a
práticas de gestão associadas ao tema governança, partindo das premissas que se relacionam à
governança corporativa. Esse processo emerge quando as operações de governo, realizadas por
meio da prestação de serviços públicos são incitados a ampliar as ações visando cumprir os
objetivos sociais, a apresentar maior competência de gestão e liderança, maior intermediação
política entre a demanda do cidadão e o bem público final (Martinez et.al, 2013).
Surge, então a governança pública que, segundo Secchi (2009: 358),
Teorias do desenvolvimento tratam a governança como um conjunto adequado de práticas
democráticas e de gestão que ajudam os países a melhorar suas condições de desenvolvimento
econômico e social. “Boa governança” é, portanto, a combinação de boas práticas de gestão
pública. O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial exigem “boa governança”
como requisito para países em via de desenvolvimento receberem recursos econômicos e apoio
técnico.
Kickert (1997) afirma que a administração pública deve ser desenvolvida até chegar ao nível de
governança pública. Isto corrobora com a utilização da base conceitual da governança
corporativa como modelo para se pensar e implantar a governança pública.
No setor privado, governança corporativa representa um conjunto de ações que estabelece as
competências de articulações na dimensão dos poderes exercidos entre as diferentes unidades
organizacionais, a matriz e seus diversos stakeholders (Almist et al. 2013; Secchi, 2009). Moir
(2001:21) destaca que “common threads in the literature involve establishing principles for
action and using stakeholder analysis and engagement as a way of determining precise
activities” para uma gestão socialmente responsável.
A própria responsabilidade social “can be viewed as a different form of corporate governance
that links to a different form of public governance” (Körner, 2005:152).
A expressão “governança corporativa” significa princípios que foram criados e estabelecidos
como uma concepção de regras, procedimentos e estruturas para uma direção adequada
objetivando corrigir os problemas de controle na conjuntura das corporações, sobretudo as de
capital aberto.
O objetivo da prática de governança no setor privado é a melhoria do desempenho e a proteção
das partes interessadas por parte da companhia (CVM, 2002), é a representação do valor da
organização, a partir de princípios como transparência, equidade, prestação de contas e
responsabilidade corporativa, otimizando e facilitando seu acesso a recursos. É um sistema
interrelacional que contribui para a longevidade da empresa (CVM, 2002; IBGC, 2010).
Midttun (2008:406), ressalta “the potential for aligning CSR-oriented industrial self-regulation
with public governance to fill some of the governance gap in the global economy”.
Observa-se que governança é uma palavra em proeminência no mundo moderno e globalizado
(Almquist et al. ,2013). Uma governança bem executada possibilita maior direção e
coordenação de diversos atores, tais como sociedade civil e governo, o que pode possibilitar
uma ampliação da rede de colaboração entre esses atores e, consequentemente, alçar a níveis
mais elevados a prática da governança pública.
Organizações internacionais como Banco Mundial e Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) são incentivadores da governança, tendo como base
reformas no setor público mundial. A Organização das Nações Unidas (ONU) através da United
Nations Development Programme (UNDP) identifica o setor público e sua personalidade através
da governança pública por meio democrático destacado no seu texto:
Governança Democrática pode ser entendida como a capacidade de uma sociedade para definir
e estabelecer políticas e resolver seus conflitos de forma pacífica no ordenamento jurídico
existente. Esta é uma condição necessária para o Estado de direito, juntamente com a
separação de poderes e um sistema jurídico que garante o gozo de liberdades e direitos civis,
sociais, políticos e culturais individuais. Isso exige que as instituições com base nos princípios
de igualdade, liberdade, participação na tomada de decisão, responsabilidade e promover a
inclusão dos setores mais vulneráveis ​​da sociedade (UNDP, 2014, p.?) (tradução livre).
Dessa forma, utilizando-se de conceitos da governança corporativa, a governança pública
ganha espaço na gestão pública e para Almquist et al. (2013) a preocupação em promover
governança no setor público tem foco na prestação de contas para sociedade dos gastos
públicos com efetiva transparência de gestão, cumprimento de metas estabelecidas, advindas
de demandas sociais, baixo custo da administração pública, qualidade dos serviços públicos e
impacto positivo das políticas sobre a sociedade em geral.
A governança pública trabalha com ferramentas promotoras de transparência e que possibilitem
a avaliação dos resultados da aplicação de políticas que necessitam refletir o retorno dos
impostos arrecadados e aplicados em bens/serviços de utilidade pública para sociedade.
Para Hirigoyen e Laouer (2013), governança corporativa é quando, no mecanismo de
funcionalidade da empresa, o proprietário controla e regula todas as atividades de seus
gestores. Além de representar a forma pela qual os financiadores da empresa certificam o
retorno dos recursos investidos na empresa.
Os autores argumentam ainda que, embora essa definição de governança corporativa seja
inicialmente estabelecida para o setor privado, é igualmente válida para o setor público e suas
organizações. No caso do setor público, os fornecedores de financiamento das “empresas”
públicas são os cidadãos que, ao contribuírem com o pagamento de impostos, objetivam um
retorno seguro de seus “investimentos” em serviços públicos de qualidade (Hirigoyen; Laouer,
2013).
3.2 Governança Pública
Diversos autores abordam a temática e, considerando o setor público, vem crescendo os
estudos e literatura sobre governança pública (Mendoza and Vernis, 2008) e a utilização de
ferramentas que efetivem esta abordagem. As relações com a governança vão desde a conduta
e o controle interno até questões mais abrangentes, como as questões sociais e econômicas,
perpassando pela necessidade de auditoria.
Smyth (2012) enfatiza a necessidade de uma governança preenchida de boa conduta e
controle, contendo sanções ou recompensas para os administradores públicos como um
instrumento de formalizar a responsabilidade e reforçar a transparência da gestão pública.
Para Shaoul et al. (2012), o encadeamento do setor público e a sociedade almejam
transparência e informações como o custo dos serviços prestados, a gestão dos recursos, a
qualidade dos serviços prestados, o controle financeiro dos recursos arrecadados e a probidade
administrativa e financeira dos recursos e bens públicos.
Já Pearson (2014) acrescenta à temática da governança pública o papel importante da auditoria
nos atos da administração pública no apoio às mudanças no setor público. Para o autor, a
auditoria tem um papel importante no reforçoda governança atuando como elemento avaliador
da gestão pública, lembrando ainda da necessidade de observar legislação e a abordagem
adequada.
Sendo assim, tem-se o a valorização do setor público que ocorre quando há estímulo na
governança pública, promovendo melhores gastos dos recursos públicos, com provisão
sustentável entre receitas, despesas e responsabilidades socioambientais na gestão do bem
público.
4. Sustentabilidade no setor público
Os conceitos de governança e sustentabilidade estão entre os estudos mais debatidos nos
últimos anos. São conceitos que atuam sob uma perspectiva de longo prazo, do ponto de vista
social e econômico, preocupando-se não somente com os cidadãos de gerações atuais como
também com as gerações futuras.
Segundo Cheung (2013), o mundo se move aceleradamente para uma era pós-gestão pública,
criando maior necessidade de uma governança efetiva que busque atender adequadamente a
todos os atores da sociedade, principalmente para promover o empoderamento social. Assim,
a governança torna-se um bem de utilidade pública, ao estreitar a relação entre as
necessidades da sociedade e os gastos do governo.
Correlatamente à necessidade de uma governança pública efetiva, tem-se o dever do Estado
em fomentar a produção e consumo de bens e serviços orientando-se por princípios
sustentáveis, visando minimizar efeitos socioambientais para que o desenvolvimento seja
efetivamente sustentável.
 Nesse sentido, o IFAC (2011) coloca que o valor sustentável de longo prazo pressupõe
organizações com responsabilidade para proporcionar diretrizes que vislumbrem desempenho
econômico, social e ambiental sustentável. Essa perspectiva de sustentabilidade cria um
ambiente competitivo, impelindo as organizações, públicas e privadas, a melhorar seus
processos, tecnologias, serviços e negócios para uma governança sustentável.
No cenário internacional, algumas normas já começam a apontar a tendência de ampliar o
debate sobre esses temas.
A nova norma internacional de responsabilidade social, a ABNT NBR ISO 26000 – Diretrizes
sobre Responsabilidade Social, por exemplo, define a governança organizacional como um
“sistema pelo qual uma organização toma decisões e as implementa na busca de seus
objetivos” (2010:3), termo que se refere a todo e qualquer tipo de organização. Uma
governança eficaz pode incluir tanto mecanismos formais como informais o que vai permitir que
uma organização implemente os princípios e aja sobre os temas e questões centrais
socioambientais propostos pela norma.
file:///Archivos/espacios2017/a17v38n07/17380706.html#_ftn1
file:///Archivos/espacios2017/a17v38n07/17380706.html#_ftn2
Destinada a todos os tipos de organizações nos setores privado, público e sem fins lucrativos, a
norma esclarece que não pretende substituir, alterar ou, de qualquer outra forma, modificar as
obrigações do Estado. Recomenda ainda que, sendo possível que nem todas as suas partes
constituintes tenham as mesmas utilidades para todas as organizações, cada organização
identifique por meio do diálogo com as suas partes interessadas quais questões são as mais
relevantes e significativas para serem abordadas (ABNT, 2010).
5. Metodologia de pesquisa
O objetivo de estruturar de forma rigorosa uma revisão da literatura, de forma a construir
conhecimento na pesquisa, selecionando periódicos disponibilizados no Portal CAPES (através
dos bancos de dados da Scopus, Web of Science e Emerald) para formar e fundamentar o
referencial teórico é objetivo e desafio para o pesquisador. 
Considerando esse desafio, buscou-se o auxílio do método ProKnow-C (Knowledge
Development Process - Constructivist) para o processo de escolha de portfólio bibliográfico e
análise bibliométrica sobre o tema governança pública.
Segundo Cauchick et al. (2010) a seleção de documentos de relevância científica é fundamental
na pesquisa para a construção da fundamentação teórica na observação e coleta de dados da
literatura existente.
Para Afonso et al. (2011), o método ProKnow-C representa a construção do conhecimento
consubstanciada no desenvolvimento de quatro etapas: (i) seleção de portfólio bibliográfico que
proporcionará a revisão da literatura; (ii) análise bibliométrica do portfólio bibliográfico, (iii)
análise sistêmica do portfólio bibliográfico e (iv) elaboração dos objetivos da pesquisa. Para
estruturar a revisão da literatura utilizam-se as duas primeiras etapas.
Com o objetivo de buscar uma adequada revisão da literatura, a metodologia utilizada para
criação do portfólio bibliográfico tem como base duas das quatro principais etapas do processo
ProKnow-C referenciados por Vilela (2012) e Afonso et al. (2011), para o tema governança
pública com foco em responsabilidade social, conforme a Figura 1.
 
Figura 1 - Mapa cognitivo da pesquisa, sintetização do procedimento de seleção do portfólio bibliográfico da metodologia
proknow-c 
Fonte: Adaptado de Ensslin, L. et al. (2010) e Afonso et al.(2011)
No que compete à coleta de dados, a revisão da literatura é executada com base em pesquisa
bibliográfica, realizada através da utilização de artigos científicos disponibilizados, de forma
gratuita, em todas as bases de dados indexadas ao Portal da Capes.
Inicialmente, definiu-se o tema da pesquisa, os eixos da pesquisa, para sequencialmente
escolher as palavras-chave (Public Governance, Government, Public management) que teve por
finalidade identificar os artigos de relevância sobre o tema escolhido por meio de mecanismos
de busca nos bancos de dados.
Os resultados encontrados, em cada base de dados, são exportados para um software de
gerenciamento bibliográfico, além do próprio sistema oferecido pelo Portal Capes, para
possibilitar o manuseio das informações como, por exemplo, a duplicação de artigos que possa
ocorrer por conta de palavras-chave diferentes encontradas no mesmo artigo. Para esta
demanda utilizou-se o software EndNote, fornecido também de forma gratuita pelo Portal
Capes, bastando o pesquisador realizar cadastro para solicitar o programa.
 
Figura 2: Portfólio bibliográfico dos artigos de relevância 
Fonte: Elaborado pelos autores
Avaliando conjuntamente a relevância científica dos artigos encontrados no Portal de Periódicos
Capes, mensurado através da quantidade de citações de cada artigo nas referências do portfólio
bibliográfico, tem-se três autores em destaque, que sobressaem pela quantidade de citações
acima da faixa padrão definida no gráfico 1, sendo eles: Stoker, G, Kickert, W e Scherer, A.
6. Discussão de resultados
6.1. Nova Gestão Pública e Nova Governança Pública
Almquist et al. (2013) destaca que nas últimas três décadas a gestão das organizações do setor
público vem passando por grandes transformações, que propiciam o surgimento de uma nova
gestão pública que busca atender às críticas feitas ao setor público como ineficiente,
burocrático e ineficaz. Assim, as diretrizes de gestão do setor privado, como governança,
migram com seus mecanismos de mercado para o setor público.
Essa nova gestão pública produz um conceito diferente de prestação de contas à sociedade,
conduzindo a uma maior transparência na administração da coisa pública e maior
responsabilidade na atuação operacional do governo, por exemplo, no destino de toda
arrecadação tributária.
Nesse sentido, surgiram movimentos na busca pela melhoria na administração pública e que
dominaram as pesquisas nas últimas três décadas, sendo eles: a nova gestão pública (New
Public Management - NPM) e a nova governança pública (New Public Governance - NPG).
Segundo Bao et al. (2013) a NPM traz como escopo tornar os serviços públicos, prestados pelo
governo, mais eficientes para os cidadãos, aplicando técnicas de gestão de negócios privados,
ou seja, foco na satisfação do cliente e na medição de desempenho. Esta perspectiva
representa uma mudança de paradigma na forma de gerir a coisa pública
Entretanto, para Bao et al. (2013), com os sistemas de governo fragmentados, com valores em
conflito, com a fragilidade do governo em colher valores da sociedadee, ao mesmo tempo,
promover respostas coletivas para esses valores e demandas, surge a preocupação com NPM,
produzindo um movimento da sociedade e dos acadêmicos em destacar as obrigações,
responsabilidades e valores políticos no cerne do debate sobre governança.
O desempenho do setor público possui, nesse novo panorama de governança, maior
responsabilização de suas atividades com o público externo, indo além da mera comunicação
externa e interna de suas realizações. Para Osborne (2010) a nova governança pública advém
das mudanças introduzidas na política pública nas últimas três décadas, sendo parte da
resposta dada para uma gestão pública voltada para demandas reais dos cidadãos.
Esse movimento estimula a existência de um novo conceito que é a nova governança pública –
NPG e Bao et al. (2013), enfatiza três características para governança pública na construção de
confiança e legitimidade que passam despercebidos ou são pouco valorizados na NPM:
1. Em primeiro lugar a nova governança pública é um valor centrado, onde o objetivo do governo é
promover o bem comum maior e não unicamente melhorias de eficiência e eficácia, (Stoker, 2006).
2. Em segundo lugar a nova governança pública salienta a importância de criar processos
governamentais que viabilizem mecanismos a serem implementados a partir de acordos entre todas
as partes interessadas na gestão pública, podendo concordar ou discordar das ações
governamentais e proporcionar a maximização do valor público, (Sanger, 2008). A nova governança
pública tem como meta a política voltada para preferências coletivas e não apenas preferências
individuais ou de pequenos grupos. Quando os gestores públicos optam por atuarem no
desempenho do governo não como apenas instrumento de planejamento, mas também como um
processo de mediação política entre os cidadãos, suas demandas e prestação de serviços públicos
incorporados aos valores públicos, possibilita novos acordos, desempenho voltado para a sociedade
e melhor governança, ato não encontrado na NPM, (Osborne, 2010).
3. Em terceiro lugar a NPG percebe a importância da criação do bem público como um processo que
envolve todos os atores da sociedade, envolvendo o público, o privado, o mercado, as organizações
sem fins lucrativos e a sociedade civil, (O’Toole, 2012). A função do governo não é apenas regular e
distribuir benefícios públicos, mas ser também um agente que atraia o setor privado e todas as
estruturas da sociedade civil para compartilhar o bem público. Esse processo envolve assim
múltiplas partes interessadas nas estruturas de autoridade e decisão.
Antiroikko et al. (2011) ao tratar da nova governança pública, destaca a importância da
utilização de direção, coordenação e apropriação dos mecanismos institucionais que utilizam
processos de políticas e implementação de governança objetivando o interesse coletivo,
promovendo o encadeamento dos diversos setores da sociedade civil. Destaca ainda que, ao
buscar o interesse coletivo, a nova governança pública é direcionada a valores do setor público
contrapondo os valores do setor privado e a governança inicia-se na perspectiva de redes de
organizações buscando relações sociais com cidadãos.
Essas mudanças são significativas e para orientá-las, motivando os gestores públicos para uma
nova estratégia de governança pública, é importante destacar a diferença entre a nova gestão
pública e a nova governança pública conforme descrito no quadro 1 (Klijn, 2012)
 A gestão pública em si, tem referência voltada para as relações contratuais, já a nova
governança pública identifica e reconhece a importância das relações do governo com toda a
sociedade, propondo relevância para as relações horizontais do governo, criando redes de
governança e responsabilidade das ações dos gestores.
As distinções entre nova governança pública e nova gestão pública estão identificadas nas
organizações do setor publico, conforme assinalam Almquist et al. (2013) e Klijn (2012), o que
foi sintetizado no quadro 1 como forma de entendimento da maneira como acontece a
 prestação de contas à sociedade.
Figura 3 - Comparativo entre NPM e NGP na prestação de contas do setor público para sociedade civil. 
Fonte: Adaptado de Almquist et al. (2013) e Klijn (2012).
A Figura 3 demonstra a evolução da nova gestão pública para nova governança pública como
uma opção dos governos em gerir as organizações públicas. A governança surge como
alternativa para uma governabilidade convencional de eficiência e eficácia de gestão que
predominou na agenda de nova gestão pública na década de 1990 e início dos anos 2000. O
restabelecimento da confiança de governabilidade e governança pública deve ser colocado na
vanguarda de qualquer agenda de reformas (Cheung, 2013).
A partir de quatro dimensões, quais sejam, foco, objetivo, prestação de contas e controle de
gestão (Figura 3) é possível acompanhar a evolução da NPM para a NGP.
Nessa perspectiva, uma nova gestão pública não é suficiente para atender a necessidade do
empoderamento social, fazendo-se emergir uma nova governança pública que não somente
busca a governabilidade do sistema público, mas também é incentivadora da participação
popular nos processos de decisões dos gestores públicos e políticos, para que o governo atenda
à demanda da maioria da sociedade civil.
6.2 Valores, elementos-chave e problemas de governança
pública
file:///Archivos/espacios2017/a17v38n07/17380706.html#_ftn3
Cheung (2013) destaca os desafios que exigem uma reforma da governança pública, pois um
governo politicamente vulnerável produz um governo sem capacidade de liderar a sociedade
para fornecer bem comum e futuro justo a toda população. Os desafios para a gestão do setor
público que funciona como impulsionador de uma reforma que permita avançar para a etapa da
governança pública são:
1. Consolidação política, partidária, compromissos políticos e consolidação da democracia. Política
pública voltada para processo de gestão e demanda da sociedade civil e reforma na estruturação do
governo. O governo sai do tradicional e burocrático em direção à governança pública.
2. Com a globalização e um ambiente econômico mais competitivo, cria-se uma agenda política
orientada para reforma do setor público e desenvolvimento sustentável. Repensar o papel do
governo e suas responsabilidades, sendo elas reguladora, distribuidora, empoderadora etc.
3. O advento das novas gerações com diversidade em suas visões, aspirações e demandas diante do
serviço público formatado por gerações anteriores cria um desafio de reforma no setor público. As
novas gerações demonstram maior preocupação com distribuição social, democracia, qualidade de
vida, justiça, responsabilidade social e ambiental.
4. Resolver problemas estruturais, sociais, ambientais e econômicos, com melhor distribuição de
renda, homogeneizando a estrutura econômica, aumento de salário, diminuição de riqueza
concentrada na posse da minoria populacional, diminuição da pobreza, melhorar mobilidade social,
melhoria da educação, tudo isso impulsiona uma política pública forte no enfoque social e uma
administração pública eficiente.
Para criar o ambiente de governança pública são necessárias reformas de cunho sustentável na
administração pública em todos os níveis organizacionais e em todas as esferas de governo,
seja municipal, estadual ou federal, seja ainda no poder legislativo, judiciário ou executivo.
Para Tollefson et al. (2012) faz-se necessário a criação de regras para acompanhamento da
governança por parte da sociedade e do governo, aplicando sanções quando não alcançado os
objetivos.
O desempenho da governança deve enfrentar os desafios internos da gestão pública para
corresponder às expectativas da sociedade civil, fazendo-se necessário um sistema de eleições
democráticas voltadas para o coletivo em detrimento do exclusivo interesse de grupos
econômicos empresariais com força financeira setorial. Os tomadores de decisões políticas ou
gestores públicos devem alinhar suas decisões com as propostas da sociedade civil organizada
atravésde demandas coletivas e legítimas.
Uma política econômica emanada por um sistema burocrático, um sistema monetário adequado
e uma reforma fiscal não é suficiente para promover governança pública. A governança
prescinde ainda de uma política pública com atitude de responsabilidade, legitimidade política e
administrativa, democratização plena, instituições públicas confiáveis e acreditadas pela
população.
A liderança moral dos gestores públicos e dos líderes políticos é necessária para conjuntamente
criar valores fundamentais que entusiasmem a sociedade civil a ponto de ganhar confiança da
sua população. O governo imbuído em trabalhar tendo como base um modelo de governança
pública deve preocupar-se não somente com crescimento econômico, mas também com o
desenvolvimento corroborado com a responsabilidade pelo social.
A demanda por constante reestruturação econômica, impulsionada pela globalização, implica na
existência de um governo dinâmico e estratégico e a governança se mostra uma ferramenta
colaborativa para atingir esses objetivos. Cheung (2013) destaca a necessidade de o governo
investir em educação, criar ambiente regulatório confiável, estável e desenvolvimento de
infraestrutura. Assim o autor propõe algumas indicações para governança os quais são
apresentados no Figura 4.
Figura 4 - Forma de transferir governo que se preocupa com crescimento econômico 
para governo que também se preocupa com desenvolvimento social.
Fonte: Adaptado de Cheung (2013)
 
A política na formatação de governança pública torna-se mais responsável e transformadora
nos serviços públicos, buscando mecanismos que possibilitem cada vez mais a sustentabilidade
na governança pública.
O governo necessita de sensibilidade e capacidade de responder às demandas da sociedade em
tempo real, possibilitando maior proximidade dos gestores públicos e políticos do interesse
coletivo e legítimo da sociedade civil.
Um sistema baseado em regras burocráticas e sem governança tende a trabalhar para
preservar o seu poder institucional, cultivando benefícios para os detentores do poder na
administração pública, entretanto o serviço público tem por principio atender o interesse
público e os agentes públicos. Os funcionários públicos ou gestores públicos são ferramentas
para inibir o uso indevido do sistema público.
Assim, a governança pública visa atender às expectativas dos seus clientes-cidadãos, que
crescem em seu discernimento com a democracia no sistema do setor público, seja político
organizacional. Essa democracia também atua positivamente nas informações sobre gastos
públicos, receitas arrecadas, políticas públicas, transparência da gestão publica e nos
indicadores institucionais que venham proporcionar igualdade de direitos e deveres civis.
Segundo Hirigoyen e Laouer (2013) o termo “governança” no setor público é cunhado do
resultado da doutrina de “nova gestão pública” que é aperfeiçoada, criando a “nova governança
pública”. Essa nova governança pública é o resultado do alargamento da gestão pública com
uma administração pública mais eficiente e voltada para necessidade real da população.
Para que o conceito se efetive numa prática, Bao et al. (2013) concebe uma estrutura que
operacionaliza um valor central de processos que aborde o desempenho do governo que seja
viabilizado na administração pública. A representação dessa proposta encontra-se na Figura 5 e
na Figura . Segundo o autor o quadro possui quatro elementos-chave :
1. Definições contextuais;
2. Valores políticos fundamentais;
3. Estruturas e processos de autoridade;
4. Competências gerenciais e liderança organizacional.
 
Figura 5 - Estrutura para criação de bens públicos
Fonte: Adaptado de Bao et al. (2013)
O contexto sustenta a estrutura (Figura 5), onde a nova governança pública visa criar um
sistema compartilhado de valores institucionais, que também envolva todos os agentes
públicos, assim como os papéis de colaboração entre os setores privados, sociedade civil e
setor público.
A partir da configuração contextual o governo e seus agentes públicos criam estratégias
políticas para solucionar problemas que são apresentados ao governo. O empenho do governo
em atender e resolver os conflitos, apresentados pela sociedade, cria ambiente que propicia
valores públicos e consequentemente bens públicos de uso coletivo (Bao et al, 2013).
Um dos desafios é tornar a governança pública algo concreto, criando-se um ambiente de
totalidade entre os setores, proporcionando uma agenda que viabilize a execução, controle e
mensuração da administração pública em direção à melhoria do seu desempenho com foco na
governança com a criação de bens públicos com base na governança pública e na gestão
organizacional (Figura 5).
Figura 6 – Elementos-chave para governança pública 
Fonte: Adaptado de Bao et al. (2013)
Os elementos-chave se desdobram em ações que corroboram com a prática da governança no
setor público, conforme sistematizado na Figura 6.
Para Bao et al. (2013) um alto desempenho necessita que os governos adaptem suas
estratégias conjuntamente com suas políticas de gestão e liderança perante a natureza dos
problemas que estão buscando resolver. Sendo assim pode-se destacar uma tipologia de
problemas resumidos na figura 6 que enfatiza as diferenças entre problemas “difíceis criados
por problemas de complexidade” e “difíceis provocados por valores conflitantes”.
Figura 7 - Tipologia de problema com base na dicotomia de Complexidade e Valores Conflitantes. 
Fonte: Bao et al. (2013:5)
Como observado na Figura 7, Bao et al. (2013) criou uma escala bidimensional, onde no eixo
vertical ocorrem os problemas por grau de complexidade, sendo eles elevado ou baixo. Já no
eixo horizontal ocorre um ordenamento dos problemas conforme o grau de complexidade dos
conflitos, também mensurado nas escalas elevado ou baixo.
Tudo isso tem resultado em quadrantes, sendo que no quadrante 1 observa-se baixo nível de
valor de conflito e também um baixo nível de complexidade. O quadrante 2 possui dimensões
de baixo nível de conflito de valor, porém alto nível de complexidade. O quadrante 3 possui
características com baixo nível de complexidade médio conflito de valor. Por último, no
quadrante 4, tem-se elevada complexidade e elevado conflito de valor.
Howard (2011) coloca que esses são os problemas para os quais os líderes públicos não estão
preparados. Assim, os problemas do quadrante 4 são considerados mais difíceis de encontrar
solução, principalmente quando ocorre falta de preparo dos agentes públicos em compreender
e resolver os problemas, compatibilizando com atendimento das demandas da sociedade e
mantendo a sustentabilidade da nação.
Para maior compreensão dos elementos-chave que conduzem para a governança pública, a
Figura apresenta um resumo dos elementos para desempenho de governança (Howard, 2011;
Bao et al.,2013; O’Toole, 2012).
Figura 8 – Valores e elementos - chave para governança pública 
Fonte: Adaptado de Howard, 2011; Bao et al., 2013; O’Toole, 2012)
Geralmente a competência de gestão e a liderança dentro do setor público são mensuradas
dentro de determinada escala de um sistema hierárquico tradicional e burocrático do governo.
Contudo surge a necessidade dessa competência de governar o setor público possuir autoridade
que proporcione com sucesso as ansiedades da sociedade civil atendendo todos os grupos
sociais, fundamentalmente os grupos mais fracos e menos favorecidos.
Os gestores públicos e os políticos devem buscar a legitimidade de governança pública com
líderes da administração pública que estejam alinhados com os valores sociais e as demandas
coletivas dos cidadãos.
Segundo Gunter, Hall e Bragg (2013), a evolução do setor público apresenta a necessidade de
existência de liderança entre os gestores públicos da administração pública. Ao buscar melhorar
e aperfeiçoar a relação entre o governo e o cidadão, emerge a prioridade de reforma no setor
público, consubstanciando aprimorar os serviços prestados para a sociedade. Nesse sentido a
liderança constituída de lídercompetente e capacitado é usada como estratégia de reforma do
Estado e consequentemente na busca pela governança.
Para Carpenter e Krause (2011) o setor público, representado por estruturas organizacionais
públicas, possui um sistema complexo de confecções administrativas, legislação e política
pública entre seus diversos setores. Nesse sentido, os autores destacam que a administração
pública não é apenas um navio em movimento, na verdade a administração pública é uma frota
em movimento, onde os gestores de maior escalão e os políticos têm dificuldade em manter o
rumo e o fluxo igualitário de toda a frota, que corrobore com maiores níveis de governança.
Para manter a governança pública deve-se enfrentar os desafios surgentes no setor público.
Sun e Anderson (2012) expressam que parte dos desafios e conjuntamente os problemas do
setor público que afetam a sociedade civil não podem ser solucionados unicamente por um
segmento do setor público. Para verificar a governança no setor público, melhorando os
serviços prestados aos cidadãos, necessita-se da cooperação de vários setores da
administração pública. Para consubstanciar a colaboração dos vários setores um dos principais
protagonistas é o gestor público imbuído de capacidade gerencial e liderança.
Os gestores públicos e líderes políticos têm a missão de operar em rede de cooperação nos
setores do governo para realizar acordos com a sociedade e satisfazer suas necessidades
coletivas, principalmente nos segmentos da sociedade menos privilegiado economicamente
(Figura 8).
Uma forma de observar as competências da liderança relevante para o desempenho das
organizações públicas é destacar o que conta para resolução de problemas de sucesso diante
de problemáticas diferentes. Dessa forma apresenta-se uma ilustração do quanto os líderes
precisam atuar em mundos distintos como, por exemplo, gestão com alto grau de regras e
burocracia e os tipos de competências para ter sucesso na resolução dos problemas, conforme
apresentado na Figura 9 (Bao et al, 2013).
O’Leary e Vij (2012) argumentam que a maioria dos desafios das organizações públicas são
maiores do que uma organização privada, necessitando de novos modelos para a solução dos
problemas do setor público como um todo.
As organizações do setor público são enlaçadas por decisões de seus gestores sobre como
lideram cada organização pública, necessitando que os serviços públicos oferecidos aos
cidadãos sejam conduzidos por gestores competentes e com perfil de liderança que viabilize a
governança pública.
Figura 9 - Competências de Liderança para Resolução de Problemas com Sucesso na Governança Pública 
Fonte: Adaptado de Bao et al. (2013).
A administração pública serve como alicerce para o desempenho do governo e quando ocorre
êxito, consequentemente as expectativas da população são atendidas de forma justa e
responsável socialmente. A construção do quadro administrativo necessita conter competência
funcional, sensibilidade e liderança dos gestores públicos para compatibilizar os valores dos
cidadãos com valores, confiança e aumento de reputação do setor público.
Aprofundar a análise dos conceitos de gestão pública e governança pública representa a busca
por identificar as interseções ou incorporações ou ainda desdobramentos de um conceito pelo
outro.
Para Bao et al. (2013) a NPM procura usar interpelações administrativas para resolver
problemas que são primordialmente de natureza política. O setor privado parte da proposição
de que os consumidores são guardiões dos bens e serviços oferecidos, entretanto no setor
público esse ato é contestado, pois uma das funções dos agentes públicos é identificar os
valores da sociedade e fornecer resposta para esses valores e demandas, o que reflete a
especificidade política inerente ao setor público.
O olhar dos pressupostos colocados sobre as características da NPG surge de uma ideologia que
permita um desempenho governamental prescindindo de uma compreensão de um sistema
político em que o mercado, o setor público e a sociedade civil atuem conjuntamente para
conceber uma representatividade política que seja voltada para a responsabilidade pelo social e
pela sustentabilidade.
Partindo dessas premissas, e buscando representar de tal modo que a incorporação entre os
conceitos seja visualizada, foi construída Matriz de Análise Conceitual, apresentada na Figura
10, que representa a junção de todos os conceitos e pressupostos apresentados anteriormente.
A Matriz propõe uma mudança de comportamento na administração pública, contrapondo a
gestão pública utilizada na quase totalidade dos órgãos públicos atualmente que atuam
diretamente sobre processos e produtos visando unicamente eficiência dos procedimentos,
evoluindo para uma governança pública com premissas sustentáveis que coloca o foco nas
pessoas e promoção do bem comum à sociedade, com minimização dos impactos sociais e
ambientais.
Figura 10 – Matriz de análise conceitual da relação entre NPM e a NGP 
Fonte: Elaborado pelos autores
Considerando o que propõe a matriz de análise conceitual (Figura 10), deve-se olhar os
pressupostos colocados sobre as características da governança pública que surge com uma
ideologia que permita um desempenho governamental prescindindo da compreensão de um
sistema político em que o mercado, o setor público e a sociedade civil atue conjuntamente para
conceber uma representação política que seja voltada para amenizar impactos socioambientais.
Adotando-se o tipo de perspectiva de incorporação, pelo setor público, dos conceitos de gestão
pública e governança pública, a Figura 10, identifica três atributos para análise conceitual:
Perfil da Gestão: A Gestão Pública atua diretamente sobre processos e produtos, objetivando
eficiência e eficácia na gestão pública, entretanto pouco eficaz para resolver conflitos políticos,
complexidade de problemas elevados e alto conflito de valores. A Governança Pública apresenta seu
foco em pessoas, no bem comum social, com busca constante de atender os anseios de toda
sociedade cível.
Gestão Pública e Governança Pública: Gestão Pública (NPM) e Governança Pública (NPG), onde a
NPM encontra-se nos quadrantes 1 e 2 e quanto maior o conflito de valores, menos esse perfil de
gestão se encontra apto para resolver, pois trata-se mais de uma gestão de processos com
indicadores para medir desempenho. Já a governança pública encontra-se nos quadrantes 3 e 4,
apresentando aptidão para resolver conflito de valores e problemas por grau de complexidade, pois
trata-se de gestão com foto nas pessoas, no bem comum social.
Grupo de Stakeholders: Esse grupo é uma das características da governança pública que busca
atender todos os stakeholders. Nesse grupo a governança objetiva atender a sociedade cível,
mercado, empresas, promovendo o bem estar para todos. Anteriormente a gestão pública atendia
apenas poucos stakeholders, voltados apenas para relação com produtos.
 
O sistema de governança tem por objetivo ajudar as organizações públicas, gestores públicos e
estrutura política a atingir o desempenho alvo das organizações em consonância com as
demandas da sociedade civil.
A crescente necessidade de maior responsabilidade dos gestores públicos e maior
responsabilidade política cria uma esfera mais ampla e completa do mecanismo de governança
pública, com maior participação de todos os atores do sistema governamental, principalmente
da sociedade civil que tem como desafio apresentar-se em maior escala na tomada de decisão
dos políticos e gestores públicos, para resultados de maior responsabilidade social e governança
de utilidade pública.
7. Considerações finais
A abordagem da administração pública voltada para o valor da governança argumentada no
desempenho do governo fornece um novo paradigma para reforma do setor público. A força da
governança encontra-se no desafio de governar atendendo a real demanda da sociedade
através do desempenho motivacional dos gestores públicos, políticos e funcionários públicos em
geral voltados para o cidadão e suas necessidades.
Essanova visão que deve preencher a mente dos promulgadores legislativos, dos gestores
públicos e dos políticos é uma visão mais completa das necessidades da humanidade,
ultrapassando os vieses da administração pública tradicional ou da nova gestão pública,
chegando à plenitude da nova governança pública.
O valor da nova governança pública é fundamental para um Estado democrático atender às
necessidades da sociedade de forma ampla e circunstancial, entretanto deve-se compreender a
evolução da administração pública e suas etapas para debruçar esforços na implementação da
governança.
A administração pública serve como alicerce para o desempenho do governo e quando ocorre
êxito, consequentemente as expectativas da população são atendidas de forma justa e
responsável socialmente.
O desempenho da administração pública e dos agentes públicos é parte integrante para moldar
o valor e a ordem pública, proporcionando legitimidade, confiança e competências em todos os
estágios do sistema público. A governança pública contêm como instrumento o valor público
construído na confiança e legitimidade dos atos de governo em direção às demandas da
sociedade.
Para Morgan et al. (2013) a administração pública clássica representa o nascimento da
administração pública como um campo distinto de estudo para os pesquisadores. Identifica-se,
a partir desses estudos, o surgimento de uma nova forma de gestão, a NPM, que busca superar
a burocracia e seus três principais problemas alojados na administração pública, sendo eles a
ineficiência do setor público, a existência de interesses especiais e discricionariedade
administrativa excessiva.
Após esta perspectiva, surge a nova governança pública, tema em voga nos últimos trinta anos,
que tem como objetivo melhorar a competência do governo com aprimoramento dos serviços
prestados a toda sociedade, e representa uma nova fase evolutiva para a gestão da coisa
pública.
Salamon (2002) destaca que as mudanças provocadas pelo uso de governança pública nos
modelos de governos provocam cinco importantes consequências:
A arquitetura de novas ferramentas e instrumentos de políticas;
A criação de rede de interesses além das hierarquias;
Desenvolvimento de novas parcerias e arranjos entre as organizações privadas, públicas e ONG’s
(Organizações não -Governamentais);
Realce nas habilidades de negociação e persuasão; e
Proporcionar e permitir a criação de habilidades, além das habilidades já existentes das gestões
tradicionais.
Os valores baseados no desempenho da governança pública representa uma evolução na
gestão governamental, pois cria valor ao bem público e enfatiza a necessidade de melhor
atender à sociedade.
Poister (2010) defende que uma abordagem pontuada no valor viabiliza a integração de
estratégia e liderança com interpelação mais operacional do cotidiano com desempenho de
gestão e mediação das necessidades do cidadão. O sistema público de gestão com desempenho
que não esteja voltado para essa estratégia pode ter resultados em curto prazo, entretanto em
longo prazo perde o foco de valor público e também perde o melhor desempenho ao atender o
cidadão.
A busca de um valor central, no caso, o valor público, proporciona uma abordagem que
combina estratégia e desempenho na gestão, formando um conjunto, que vai além de
mecanismos de eficiência e eficácia na gestão pública. O valor público realizado através da
governança pública é primordial nas competências da gestão de ligação e relação utilizada para
edificação de confiança do governo, tanto com servidores como em toda a sociedade.
O processo de construção de confiança do governo com desempenho de gestão voltado para o
valor público em consonância com valores da sociedade, viabiliza construir um desempenho
comum entre os diversos stakeholders que atuam, negociam e utilizam o sistema público.
Bao et al. (2013) destacam sete vantagens na abordagem do valor público para gestão de
desempenho e liderança encontrados na governança pública:
Primeiramente a abordagem no valor público viabiliza uma integração da liderança dos agentes
públicos para proporcionar um desempenho dos serviços públicos e mediar com as necessidades dos
cidadãos;
Em segundo lugar a abordagem voltada para o valor e a importância das competências de gestão do
relacionamento da construção de confiança do governo e todos os agentes públicos;
Em terceiro lugar a vantagem de uma interpelação baseada em valor para liderança e
consequentemente a gestão de desempenho dos processos públicos como ferramentas da efetivação
do valor público;
A quarta vantagem da abordagem alicerçada no valor para desempenho é que ocorre uma extensão
a capacidade de aprendizagem individual dos gestores e aprendizagem organizacional. No
desempenho tradicional a aprendizagem ocorre basicamente sobre desempenho de modelos
comparativos, sendo uma aprendizagem limitada ao imitar outros modelos, não incentivando o
gestor a inovar. Já uma abordagem em que vários valores são postos pela sociedade, exige que os
agentes públicos usem táticas imaginativas para resolver todos os problemas apresentados,
proporcionando um ambiente de maior desempenho e criatividade e sucesso.
A quinta vantagem da abordagem alicerçada em valor para o desempenho é a necessidade de
edificar e sustentar uma cultura organizacional forte, produzindo um desempenho com valor da
cultura organizacional, sendo oportuno para prestar serviços públicos sustentáveis de longo prazo. A
abordagem baseada em valor cria oportunidade para todos os participantes do sistema edificar
acordos em volta de valores compartilhados, ainda que ocorram diferentes tipos de valores na
sociedade. A construção de confiança entre os membros da organização pública e a sociedade cível é
um avanço em direção a governança pública.
A sexta vantagem de um foco com base em valor é que valores são necessários para conceber
integridade moral como um todo, seja na relação com indivíduos, seja na relação com o sistema
político. O valor moral é útil e necessário para momentos de conflitos quando corre o impasse por
oposição ideológica, religiosas, étnicas ou outras que possam surgir.
Em sétimo lugar a abordagem baseada em valor para o desempenho do setor público e sua
governança proporciona uma rica oportunidade para o esquadrinhamento e averiguação, de forma
compartilhada, nacional e internacional, educacional e pública da liderança e dos serviços prestados
em volta de um conjunto de perguntas sobre a melhor forma de governar e atender o cidadão.
Com esta concepção, a abordagem baseada em valor para o desempenho do setor público,
proporciona uma gestão pública voltada para governança pública, possibilitando maior
participação da sociedade nas decisões governamentais e maior desempenho dos serviços
públicos, atendendo de forma mais profícua as necessidades da sociedade civil.
Neste sentido, verifica-se que o movimento de governança busca promover o crescimento
econômico de forma sustentável atrelado à redução da pobreza e à preservação ambiental. Faz
parte ainda deste movimento um Estado imbuído de maiores responsabilidades de sua gestão,
com sociedade civil e mercado contribuindo com apresentação de demandas aos líderes
políticos e atores do poder executivo, tendo como foco a parceria e o relacionamento entre
governo, mercado e sociedade civil.
A governança reflete a esperança de melhor prestação de serviços do governo para com a
sociedade, promovendo a iniciativa privada e sociedade civil com novas formas de participação
e cidadania, criando um ambiente de liderança pública através do poder compartilhado com a
sociedade.
Na iniciativa privada a governança corporativa tem objetivo de conduzir todos os procedimentos
de gestão de forma clara para todos os participantes envolvidos na empresa, utilizando-se de
transparência, responsabilidade e equidade. Com a globalização e maior necessidade de
efetividade na administração pública, direta e indireta, observa-se uma migração destes
conceitos de governança corporativa da administração privada para a administração pública.
Agovernança, no setor público, abarca vários instrumentos, como uma arquitetura que
promova a transparência das informações e das responsabilidades dos diversos intervenientes
que atuam na estrutura organizacional da administração pública. Faz-se necessário viabilizar 
ferramentas que atuem de forma a controlar e regular o sistema público como controle interno
e controle de responsabilidade dos gestores públicos sobre a execução orçamentária
correspondente a arrecadação tributária.
Uma legislação eficiente voltada para uma gestão baseada em governança aumenta o poder de
mudança no papel do Estado, voltando seus resultados para atender demandas mais precisas
referentes ao coletivo social. A legislação orienta os gestores públicos em suas estratégias de
governança, prevendo sanções ou premiações para o cumprimento ou descumprimento das
diretrizes estabelecidas na legislação voltadas para a responsabilidade e a utilização dos
princípios de governança.
Para atingir esse desempenho faz-se necessário buscar indicadores de medição que possam
fornecer a todas as partes interessadas, governo e sociedade, informações precisas sobre
execução das políticas públicas, administração pública e benefícios para a sociedade perante a
destinação dos gastos advindos dos impostos recolhidos.
A gestão pública mensurada apenas pelo controle financeiro tradicional das organizações
mostra-se pouco eficiente para alcançar a governança pública. A busca dos gestores públicos
em alcançar, com maior eficiência, as demandas da sociedade civil passa por maior
disponibilidade tecnológica, como transparência das informações, maior diversidade de
indicadores de desempenho da gestão pública e maior controle, por parte da sociedade, do
desempenho das organizações governamentais.
Assim, a relação entre NPM e a NGP representa uma evolução nas práticas operacionais da
administração pública além de indicar uma alternativa para que as respostas que o Estado
precisa legar aos cidadãos sejam baseadas em fatos concretos, controlados e avaliados com
base em objetivos estabelecidos para a promoção do bem comum.
Referências
Afonso, M. H. F., Souza, J. V., Ensslin, S. R. & Ensslin, L. (2011). Como construir conhecimento
sobre o tema de pesquisa? Aplicação do processo Procknow na busca de literatura. Revista de
Gestão Social e Ambiental - RGSA, 5 (2), 47-62.
Almquist, R., Grossi, G., van Helden, G. J. & Reichard, C. (2013). Public sector governance and
accountability. Critical Perspectives on Accounting, 24 (7-8), 479 – 487.
Andion, C. (2012). Por uma nova interpretação das mudanças de paradigma na administração
pública. Cadernos EBAPE, 10 (1), 1 – 19.
Anttiroiko, A.V., Bailey S. J. & Valkama P. (2011). Innovations in public governance in the
western world. In Anttiroiko, A. V., Bailey, S. J. & Valkama, P. (Ed.), Innovations in public
governance (Vol. 15, pp. 1 – 22), Amsterdam: IOS Press.
Bao, G., Wang, X., Morgan, D. F. & Larsen, G. L. (2013). Beyond New Public Governance: A
Value- Based Global Framework for Performance Management, Governance, and Leadership.
Administration & Society, 45 (4), 443 – 467.
Bell, S. & Hindmoor, A. (2012). Governance without government? The case of the Forest
Stewardship Council. Public Administration, 90 (1), 144 – 159.
Cafaggi, F. (2011). New foundations of transnational private regulation. Journal of Law and
Society, 38 (1), 20 – 49.
Carpenter, D. P. & Krause, G. A. (2011). Reputation and public administration. Public
Administration Review, 72 (1), 26 – 32.
Cheung, A. B. L. (2013). Public governance reform in Hong Kong: rebuilding trust and
governability. International Journal of Public Sector Management, 26 (5), 421-436.
Comissão de Valores Mobiliários [CVM]. (2002). Recomendações da CVM sobre Governança
Corporativa. Retrieved August 23, 2014, from
www.cvm.gov.br/port/public/publ/cartilha/cartilha.doc.
Denhardt, R. B. (2011). Teorias da administração pública. São Paulo: Cengage Learning.
Ensslin, L., Ensslin, S. R., Lacerda, R. T. O. & Tasca, J. E. (2010). ProKnow-C, Knowledge
Development Process- Constructivist. Processo técnico com patente de registro pendente junto
ao INPI, Brazil, 2010.
Gunter, H.; Hall, D. & Bragg, J. (2013). Distributed leadership: A study in knowledge
production. Educational Management Administration & Leadership, 41 (5), 555 – 580.
Hirigoyen, G. & Laouer, R. (2013). Convergence of Corporate and Public Governance: Insights
From Board Process View. SAGE Open, (April – June), 1– 8.
Howard, S. (2011). Review of tackling wicked problems through the transdisciplinary
imagination edited by Valerie A. Brown, John A. Harris & Jaqqueline Y. Russel. Ecopsychology, 3
(3), 215 – 216.
International Federation of Accountants (IFAC). (2011). Sustainability Framework 2.0.
Professional Accountants as Integrators: New York.
Instituto Brasileiro de Governança Corporativa [IBGC]. (2010). Código das Melhores Práticas de
Governança Corporativa. 4th Ed. São Paulo: Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
International Organization for Standardization [ISO]. (2010), Guidance on Social Responsibility
- ISO 26000:2010. Geneve: ISO Standards.
Kickert, W. J. M. (1997). Public governance in the Netherlands: An alternative to Anglo-
American managerialism. Public Administration, 75 (4), 731-752.
Klijn, E. H. (2012). New public management and governance: a comparison of two paradigms
to deal with modern complex problems. In Levi-Faur, D. (Ed), The Oxford Handbook of
Governance, (201 – 214), Oxford: Oxford University Press.
Körner, K. (2005). Changing governance patterns and CSR. Corporate Governance, 5 (3), 151 –
158.
Levi-Faur, D. (2013). The odyssey of the regulatory state: from a ‘thin’ monomorphic concept to
a ‘thick’ and polymorphic concept. Law & Policy, 35 (1 – 2), 29 – 50.
Martinez, M., Jamison, M. & Tilmar, M. (2013). Public utilities corporate governance: guest
editorial introduction. Journal of Management and Governance, 17 (4), 827– 833.
Mendoza, X. & Vernis, A. (2008). The changing role of governments and the emergence of the
relational state. Corporate Governance, 8 (4), 389 – 396.
Midttun, A. (2008). Partnered governance: aligning corporate responsibility and public policy in
the global economy. Corporate Governance, 8 (4), 406 – 418.
Miguel, P.A.C. (Coord). (2010). Metodologia de pesquisa em engenharia de produção e gestão
de operações. Rio de Janeiro: Elsevier.
Moir, L. (2001). What do we mean by corporate social responsibility? Corporate Governance, 1
(2), 16 – 22.
Monteiro, L. M. (2013). Reforma da administração pública e carreiras de Estado: o caso dos
especialistas em políticas públicas e gestão governamental no Poder Executivo federal. Revista
de Administração Pública, 47 (5), 117 – 143.
Morgan, D. F., Green, R., Shinn, C. W. & Robinson, K. S. (2013). Foundations of public service.
2nd ed. (Brief article). London: M. E. Sharpe. 
Organization for Economic Co-operation and Development [OECD]. (2001). Governance in the
21st century. Paris: OECD.
Organization for Economic Co-operation and Development [OECD]. (2014). Main Economic
Indicators - complete database. Main Economic Indicators (database). Retrieved May 14, 2014,
from http://www.oecd.org/brazil/economic-survey-brazil.htm
Organization for Economic Co-operation and Development [OECD]. (2015). G20/OECD
principles of corporate governance. Paris: OECD.
O’Leary, R. & Vij, N. (2012). Collaborative public management: where have we been and where
are we going? The American Review of Public Administration, 42 (5), 507 – 522.
O´Toole, L. (2010). The ties that bind? Networks, public administration, and political science.
Political Science & Politics, 43 (1), 7 – 14.
Osborne, S. P. (2010). The New Public Governance? Emerging perspectives on the theory and
practice of public governance. London: Routledge.
Pearson, D. (2014). Significant reforms in public sector audit – Staying relevant in times of
change and challenge. Journal of Accounting & Organizational Change, 10 (1), 150-161.
Poister, T. H. (2010). The future of strategic planning inthe public sector. Linking strategic
management and performance. Public Administration Review, 70 (Sup.s1), S246 – S254.
Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior [CAPES]
(2014). Retrieved June 20, 2014, from http://www.periodicos.capes.gov.br
Salm, J. F. & Menegasso, M. E. (2010). Proposta de modelos para a coprodução do bem público
a partir das tipologias de participação. In XXXIV ENAnPAD in Rio de Janeiro, Brazil, 2010, 1-15.
Rio de Janeiro: ANPAD.
Salamon, L. (2002). The tools of government: A guide to the new governance. New York:
Oxford University Press.
Sanger, M. B. (2008). From measurement to management: Breaking through the barriers to
state and local performance. Public Administration Review, 68 (Sup.s1), S70 – S85.
http://www.oecd.org/brazil/economic-survey-brazil.htm
http://www.periodicos.capes.gov.br/
Scherer, A. G. & Palazzo, G. (2011). The new political role of business in a globalized world: A
review of a new perspective on CSR and its implications for the firm, governance, and
democracy. Journal of Management Studies, 48 (4), 899 – 931.
Secchi, L. (2009). Modelos organizacionais e reformas da administração pública. Revista de
Administração Pública, 43 (2), 347 – 369.
Shaoul, J., Stafford, A. & Stapleton, P. (2012). Accountability and corporate governance of
public private partnerships. Critical Perspectives on Accounting, 23 (3), 213 – 229.
Short, J. L. & Toffel, M. W. (2010). Making self-regulation more than merely symbolic: The
critical role of the legal environment. Administrative Science Quarterly, 55, 361 – 396.
Smyth, S. (2012). Contesting public accountability: a dialogical exploration of accountability
and social housing. Critical Perspectives on Accounting, 23 (3), 230 – 243.
Steurer, R. (2013). Disentangling governance: a synoptic view of regulation by government,
business and civil society. Policy Science, 46 (4), 387 – 410.
Stoker, G. (2006). Public value management: A new narrative for networked governance?
American Review of Public Administration, 36 (1), 41-57.
Sun, P. Y. T. & Anderson, M. H. (2012). Civic Capacity: Building on transformational leadership
to explain successful integrative public leadership. The Leadership Quartely, 23 (3), 309 – 323.
Tollefson, C., Zito, A. R. & Gale, F. (2012). Symposium overview: Conceptualizing new
governance arrangements. Public Administration, 90 (1), 3 – 18.
United Nations Development Program [UNDP] (2014). A Guide to UNDP Democratic Governance
Practice. Retrieved April 20, 2014, from http://www.regionalcentrelac-undp.org/en/demo​cratic-
governance.
Vilela, L. O. (2012). Aplicação do Procknow-C para seleção de um portfólio bibliográfico e
análise bibliométrico sobre avaliação de desempenho da gestão do conhecimento. Revista
Gestão Industrial, 8 (1), 76 – 92.
1. Email: cid.alledi@gmail.com
2. Os princípios da norma ABNT NBR ISO 26000 são: Accountability, Transparência, Comportamento Ético, Respeito pelas
Partes Interessadas, Respeito pelo Estado de Direito, Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento, Respeito
pelos Direitos Humanos.
3. Seus temas centrais são: Governança Organizacional, Direitos Humanos, Práticas de Trabalho, Meio Ambiente, Práticas
Leais de Operação, Questões Relativas ao Consumidor, Envolvimento e Desenvolvimento da Comunidade.
4. Sintetizando, a distinção entre as responsabilidades (accountability) horizontais e verticais do governo, tem-se como
horizontal as obrigações morais e sociais do setor público perante a sociedade civil e responsabilidade vertical refere-se à
obediência dos processos de autorização dos atos administrativos em conformidade com as estruturas legais das
organizações públicas (Antiroikko et al.,2011; Klijn, 2012).
Revista ESPACIOS. ISSN 0798 1015
Vol. 38 (Nº 07) Año 2017
[Índice]
[En caso de encontrar algún error en este website favor enviar email a webmaster]
©2017. revistaESPACIOS.com • Derechos Reservados
http://www.sciencedirect.com/science/journal/10489843/23/3
mailto:cid.alledi@gmail.com
file:///Archivos/espacios2017/a17v38n07/in173807.html
mailto:webmaster@revistaespacios.com

Outros materiais