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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CAMPUS DE MARECHAL CÂNDIDO RONDON
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, EDUCAÇÃO E LETRAS – CCHEL
COLEGIADO DO CURSO DE GEOGRAFIA
 
 
 
ARTHUR VINICIUS DA ROCHA SOARES
 
 
 
 
 
 
 
NOTA DE LEITURA SOBRE O LIVRO ‘O PRÍNCIPE’, DE MAQUIAVEL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Marechal Cândido Rondon
2023
 
1. De quantas espécies são os principados e de quem se adquirem.
Maquiavel começa ‘O Príncipe’ dividindo os governos em dois tipos principais: repúblicas e principados. Repúblicas são governadas pelo povo, enquanto principados são governados por um único líder, chamado de príncipe. Os principados podem ser divididos em três categorias: Hereditários: O príncipe herda o poder de seus ancestrais; Novos: O príncipe conquista o poder por conta própria e Mistos: O príncipe conquista um principado que já existia.
Assim, os exemplos de principados seriam: Milão sob Francisco Sforza, esse seria um principado novo. Outro exemplo é o reino de Nápoles sob o rei da Espanha: esse seria um principado misto. Maquiavel também discute como os principados são adquiridos. Ele coloca que um príncipe pode conquistar o poder através de força militar, em que o príncipe usa suas próprias tropas para conquistar o território, dinheiro, em que o príncipe paga a outros para conquistar o território para ele, através da sorte, em que o príncipe possui a sorte de herdar o poder ou de ter o território conquistado para ele por outros e por fim através da habilidade, usando suas habilidades e inteligência para conquistar o poder. 
2. Dos principados hereditários. 
Neste capítulo, o autor afirma que manter um principado (estado) hereditário é mais fácil do que conquistar um novo. Nesse sentido, as razões para esse argumento, se baseiam no costume do povo com a dinastia governante e pela legitimidade com que o príncipe herdou o poder, facilitando a aceitação do povo. 
O exemplo que Maquiavel traz é o Duque de Ferrara, que se manteve firme e resistiu a ataques externos, muito em função de ser um governante antigo e legitimado pelo povo. Por fim, o autor aponta que os príncipes hereditários precisam respeitar os costumes e manter as tradições do principado (estado), precisa ser flexível e que possa lidar com eventos inesperados e também evitar vícios, ou seja, não cometer atos que possam gerar ódio no povo.
3. Dos principados mistos
Neste capítulo, o autor inicia apontando que é nos principados mistos em que residem as dificuldades. As principais dificuldades apontadas seriam: a mudança de governante, pois o povo pode-se revoltar contra o novo príncipe, buscando um futuro melhor; as ofensas aos novos súditos, pois em muitos casos o príncipe precisa tomar decisões que vão gerar descontentamento por parte do povo; e a dificuldade de manter os aliados, pois em muitas vezes o príncipe não consegue satisfazer todas as expectativas dos que o ajudaram a conquistar o novo território. O exemplo utilizado por Maquiavel é o rei Luís XXI, da França. O mesmo perdeu Milão duas vezes por não conseguir lidar com as dificuldades em governar um principado misto (aqueles formados pela anexação de um novo território a um estado hereditário). 
Maquiavel, em sua obra "O Príncipe", dedica atenção especial à governança de estados mistos, aqueles formados pela conquista de um principado sobre outro com costumes e leis diferentes. Para manter a estabilidade em tal cenário, ele oferece algumas dicas valiosas ao príncipe. Por exemplo, em principados mistos com a mesma língua e costumes, a extinção da linhagem do antigo príncipe é crucial para eliminar a ameaça de um retorno ao regime anterior. Manter leis e impostos existentes evita mudanças bruscas que gerem descontentamento. A integração bem-sucedida da Borgonha, Bretanha, Gasconha e Normandia à França serve como exemplo de sucesso nessa estratégia.
Em principados com diferenças de língua, costumes e leis, o príncipe deve habitar o novo território. Essa medida facilita o controle e permite uma resposta rápida a problemas. Evitar saques por parte de lugar-tenentes é fundamental para proteger o povo e garantir sua lealdade. O príncipe também deve facilitar o acesso à sua pessoa para fortalecer a relação com o povo e demonstrar poder e controle aos inimigos externos.
Maquiavel pondera sobre as vantagens e desvantagens de estabelecer colônias ou manter tropas em estados conquistados. As colônias são mais baratas, facilitam o controle territorial e são menos ofensivas à população local, mas prejudicam os donos das terras onde são instaladas. Já as tropas, embora mais caras e prejudiciais à população em geral, podem ser necessárias para garantir a segurança e evitar revoltas.
Para manter a estabilidade, o príncipe deve apoiar os mais fracos para ganhar sua lealdade, enfraquecer os mais poderosos para evitar que se tornem uma ameaça e controlar a entrada de forasteiros poderosos para manter a hegemonia. O exemplo dos romanos na Grécia ilustra essa estratégia: fundaram colônias, fizeram amizade com os mais fracos, abateram os mais fortes e controlaram a entrada de forasteiros. Maquiavel também enfatiza a importância da previdência: prever problemas futuros e agir para evitá-los. Agir cedo, quando a solução é mais fácil, é crucial, pois adiar problemas os torna mais graves. Maquiavel reconhece que a guerra não pode ser evitada, apenas adiada. É fundamental estar preparado para lutar quando se tem vantagem e não se deve confiar na sorte.
4. Porque o reino de Dario, ocupado por Alexandre, não se rebelou contra seus sucessores após a morte deste.
Maquiavel, neste capítulo, coloca o exemplo do governo de Dario, que era caracterizado por um príncipe com servos, onde a obediência do povo era obrigatória e não existiam líderes locais com poder para desafiar o príncipe. A conquista do reino por Alexandre foi rápida e fácil, pois ele venceu Dario em uma batalha campal, desmoralizando o exército e o governo. A falta de líderes locais e a cultura de obediência ao príncipe impediram a organização de uma rebelião popular contra os conquistadores. Após a morte de Alexandre, a dinastia de Dario foi eliminada, evitando a formação de um foco de resistência. A inexistência de outros líderes rivais e a cultura de obediência do povo facilitaram a manutenção do reino pelos sucessores de Alexandre. 
Maquiavel compara a conquista de Dario com as experiências de outros conquistadores, como Pirro. No caso de Pirro, a presença de barões e líderes locais com seus próprios súditos resultou em rebeliões e dificuldades na manutenção do domínio conquistado. A partir dessa análise, Maquiavel destaca que a forma de governo do Estado conquistado influencia na dificuldade de mantê-lo sob controle. Reinos com barões e líderes locais apresentam maior risco de rebelião do que aqueles com um governo centralizado e obediente. Eliminar a linhagem do antigo príncipe facilita a conquista, mas nem sempre garante a manutenção do domínio. Outros fatores, como a presença de líderes locais e a cultura do povo, também são importantes. Conquistadores habilidosos sabem lidar com as diferentes formas de governo e as dificuldades de cada tipo. A capacidade de adaptar-se às características do reino conquistado é essencial para a manutenção do domínio.
5. De que modo se devam governar as cidades ou os principados que, antes de serem ocupados, viviam com as suas próprias leis.
Para Maquiavel, havia três opções de como governar cidades ou principados conquistados. A primeira era a partir da destruição completa, que eliminaria o risco de uma rebelião, porém se configura como uma solução extrema. Outra opção seria a de habitar pessoalmente a cidade conquistada, pois assim permitiria que o príncipe tivesse o controle direto e rápido da situação e exigia presença constante. Também seria opção para o príncipe manter as leis daquele lugar e criar um governo de poucas pessoas. Esse último possui vantagens e desvantagens. As vantagens seriam de que esse método é fácil de implementar, teria menor custo para o príncipe e manteria a população contente, conformeMaquiavel. As desvantagens seriam de que requeria a criação de um governo amigo do príncipe e poderia ter o risco de rebelião se o governo não fosse apoiado pelo povo. 
O autor também trás alguns exemplos históricos para ilustrar. Os espartanos, por exemplo, conservaram Atenas e Tebas com governo de poucos, mas acabaram perdendo-as. Os romanos, por exemplo, destruíram Cartago, Numância e outras cidades conquistadas para poder mantê-las. Tentaram manter a Grécia livre, mas não obtiveram sucesso e tiveram que destruir muitas cidades. 
Nesse sentido, Maquiavel coloca que o modo mais seguro de evitar rebeliões é destruir as cidades conquistadas, além de que manter as leis e criar um governo de poucos é mais arriscado. Por fim, o príncipe deve escolher a melhor opção para ele de acordo com as circunstâncias. 
6. Dos principados novos que se conquistam com as armas próprias e virtuosamente. 
Para conquistar os principados, sendo estes feitos com as armas próprias e com os príncipes tendo como característica a virtude, há dificuldades e facilidades, conforme coloca Maquiavel. As dificuldades para se conquistar são as de introduzir novas ordem e novos sistemas de governo, também há a oposição por parte daqueles que se beneficiam das antigas instituições e a incerteza por parte daqueles que podem se beneficiar com as novas mudanças. Aqui podemos citar um exemplo dos dias atuais, do próprio governo brasileiro. Muitos dos que estão hoje no poder, o estão por serem da ‘velha guarda’, ou militares, e estes sempre estão em busca da perpetuação no poder, desde o período da ditadura militar. Há também a bancada ruralista, com os grandes latifundiários, que estão no poder há muito tempo e se recusam a sair e se recusam a aceitar políticas públicas ou mudanças das instituições pois não os beneficiaria. As facilidades para se conquistar estão baseadas nas oportunidades proporcionadas pelos eventos históricos, pela virtude e capacidade do príncipe em questão para aproveitar as oportunidades e o apoio do povo que busca mudança.
Além de conquistar o principado, há a necessidade de mantê-los. Para isso, Maquiavel coloca que as principais dificuldades encontradas são as de superar as inimizades daquelas pessoas que se opõem às mudanças e conseguir manter a fé e o apoio do povo. As facilidades seriam a criação de uma força militar para garantir a segurança do principado, a criação de leis e instituições sólidas que beneficiem o povo e a virtude e reputação do príncipe. 
Como exemplo, o autor cita algumas figuras históricas, como Moisés, que libertou o povo de Israel da escravidão no Egito. Ciro, que conquistou o Império Medo e fundou o Império Persa. Rômulo, que fundou Roma após ser exposto ao nascer. Teseu, que uniu os atenienses e fundou Atenas e Hierão de Siracusa, que de particular tornou-se príncipe de Siracusa.
Neste capítulo, podemos ver uma relação com os dias de hoje. Maquiavel destaca a importância de um líder ser capaz de se comunicar de forma eficaz e de controlar a narrativa pública. Isso se aplica à era da informação, onde as redes sociais e a mídia desempenham um papel crucial na construção da imagem de um líder e na conquista do apoio popular. Como exemplo, ex líderes de Estado como Donald Trump e Jair Bolsonaro utilizaram as redes sociais para se comunicar diretamente com o público, construir uma imagem forte e controlar a narrativa pública. A proliferação de notícias falsas e campanhas de desinformação nas redes sociais representam uma forma moderna de manipulação da opinião pública, semelhante às técnicas descritas por Maquiavel.
7. Dos principados novos que se conquistam com as armas e fortuna dos outros: 
No sentido de conquistar os principados, agora, ao invés de pela virtude de seus príncipes, essa conquista se dá pelas armas e fortuna dos outros. Para conquistar esses principados, as facilidades são a ascensão rápida ao poder e o apoio do patrono que concede o Estado. As dificuldades apresentadas são a falta de experiência e capacidade para governar e a fidelidade incerta das tropas e dos súditos.
Para manter esse principado, conforme Maquiavel, é necessário criar um exército próprio e confiável, ganhar o apoio do povo e da nobreza, eliminar os inimigos e potenciais rivais, estabelecer leis justas e instituições justas e eficientes e manter boas relações com outros príncipes. O autor utiliza o exemplo de César de Bórgia, que obteve o ducado com o apoio do pai, utilizando a força militar e astúcia para isso. Por um tempo, manteve um governo consolidado e forte, porém após a morte de seu pai, ficou vulnerável a seus inimigos, não resistindo ao ataque das forças francesas. 
Como lição, há de tirar que a fortuna pode ser um caminho rápido para alcançar o poder, porém não garante a manutenção deste. Também é necessário ter capacidade e virtude para governar, mesmo possuindo fortuna, além de estar preparado para lidar com os desafios e aproveitar as oportunidades.
8. Dos que chegaram ao principado por meio de crimes:
Neste capítulo, o autor aponta de que forma alguns príncipes conquistaram o poder, sendo este através de crimes e crueldades. Nesse caso, a conquista do principado se configura como sendo uma ascensão rápida ao poder, geralmente utilizando a violência e o uso da força, também o desprezo pela moral e pelas leis tradicionais. 
Os métodos utilizados para conquistar esses principados se configuram como a traição e assassinato de rivais e oponentes, o uso da força militar e da repressão e a manipulação e controle do povo. Maquiavel ainda coloca alguns fatores de sucesso para esse tipo de conquista. Para ele, o sucesso se daria pela habilidade militar e estratégica, a astúcia e a capacidade de enganar e a fortuna que o príncipe possui. 
Para manter o principado, conforme Maquiavel, nesse sentido, os desafios encontrados pelo príncipe poderão ser o ressentimento e oposição do povo, a vingança por parte das famílias das vítimas e a instabilidade política e risco de rebelião. Assim, as medidas necessárias que o príncipe deve tomar são a consolidação do poder militar e eliminar os inimigos, o estabelecimento de leis e instituições que favoreçam o príncipe e o ganho de apoio do povo através de benefícios e propaganda. 
Maquiavel reconhece que a força e a coerção podem ser ferramentas necessárias para manter o poder. Vemos isso nos dias de hoje, onde essa realidade se reflete no uso da força militar por países para garantir seus interesses geopolíticos, na repressão de protestos e na utilização de mecanismos de controle social. Como exemplo, em países como a Coreia do Norte, a força militar é utilizada pelo governo para manter seus interesses e para a repressão, caso necessário for. Outro exemplo é emprego de força militar em conflitos internacionais, como a guerra na Ucrânia. 
9. Do principado civil
Um cidadão privado pode se tornar príncipe de sua pátria, com o favor do povo ou dos grandes. Isso ocorre pois em toda cidade há essas duas tendências diversas. Quando a conquista do principado se dá pelo favor do povo, o autor coloca que é mais fácil de conquistar, pois o povo possui o desejo de não ser oprimido, dessa forma se torna imprescindível que o príncipe mantenha o povo como amigo. Agora, quando este civil assume o poder com o favor dos grandes, se torna mais difícil de manter, pois o que os grandes mais querem é governar e oprimir o povo. Dessa forma, o príncipe precisa ter cuidado com os grandes e ambiciosos. 
Para poder manter o principado, quando o príncipe é apoiado pelo povo, é necessário garantir-se contra os poucos grandes que podem se tornar inimigos e precisa muito ter o povo como amigo. Quando o príncipe é apoiado pelos grandes, também é necessário ter o apoio do povo para si, e precisa ser um homem de coragem e capacidade para governar. 
Os riscos e desafios com certeza estão presentes nestes casos. Maquiavel coloca que os príncipes que possuem apoio de magistrados dependem muito da vontade do povo e podem ser facilmente depostos em tempos adversos. Aqui também o autor falasobre a transição de uma ordem civil para um governo absoluto é muito perigoso para um príncipe, que precisa garantir a fidelidade de seus cidadãos. 
10. Como se devem medir as forças de todos os principados.
Neste capítulo, Maquiavel aponta que para manter um Estado forte, é necessário manter-se por si mesmo, sem depender de forças externas. Para isso, se faz importante avaliar a força militar de seus próprios Estados e dos vizinhos. Assim, os fatores a serem considerados são o tamanho do exército, os recursos financeiros, as habilidades militares do príncipe e as forças e fraquezas dos Estados vizinhos. 
Nesse sentido, conforme o autor, há dois tipos de principados, os independentes e os dependentes. Os principados independentes são aqueles que possuem força militar suficiente para se defenderem sozinhos, como por exemplo a Alemanha e a Suíça. Há também os principados dependentes, que são aqueles que precisam de auxilio e proteção de outros estados para se defenderem, como os Estados Italianos no período do Renascimento. 
Uma cidade forte é muito importante, pois ela é fundamental para a segurança do principado, pode resistir a um cerco por um longo tempo e ao mesmo tempo desanima os inimigos a atacarem o principado. As principais medidas para fortalecer um principado conforme Maquiavel é a fortificação de uma cidade, a manutenção de um exército bem treinado e equipado, o abastecimento da cidade com alimentos e munição e a manutenção do povo contente e leal ao príncipe. 
11. Dos principados eclesiásticos.
Os principados eclesiásticos são aqueles que são governados por papas e outros clérigos. Maquiavel coloca que estes principados são mais fáceis de adquirir e manter do que os principados seculares, pois são sustentados pela religião. As principais características destes principados são que eles são adquiridos ou por virtude ou por fortuna. Um exemplo colocado pelo autor de principado eclesiástico adquirido pela virtude é o de Alexandre VI, que usou inteligência e astúcia para conquistar territórios. Um exemplo de principado adquirido pela fortuna é o de Júlio II, que se beneficiou de uma situação política da Itália para expandir seus domínios. 
Uma característica presente é que a manutenção do principado é facilitada pela religião, em função de que ela cria uma forte obediência dos súditos ao príncipe, e que as ordens religiosas e a fé se tornam um poder controlador do príncipe. Outra característica é o poder temporal e espiritual, uma vez que os papas possuem poder religioso e político, e essa combinação de poderes torna esses principados mais fortes. 
12. De quantas espécies são as milícias, e dos soldados mercenários.
Neste capítulo, o autor fala sobre os diferentes tipos de milícias que um príncipe pode usar para defender seu Estado: próprias, mercenárias, auxiliares e mistas. Nesse caso, ele detalha cada um desses tipos. O primeiro são as milícias próprias do príncipe. Estas são compostas por cidadãos do Estado, são mais leais e motivadas e mais eficientes em combate. As milícias mercenárias são compostas por soldados profissionais pagos pelo Estado, menos leais e motivadas, menos eficientes no combate e podem ser perigosas para o principado. As auxiliares são fornecidas por um Estado aliado, podem ser úteis em algumas situações e podem se tornar perigosas se estas se tornarem inimigas. As milícias mistas são a combinação de diferentes milícias e pode ser eficaz se bem gerenciada.
Maquiavel aponta os perigos que as tropas das milícias mercenárias podem se tornar para o príncipe. A deslealdade pode vir a ocorrer, pois estes mercenários podem mudar de lado facilmente e se rebelar contra o príncipe. A ambição pode tomar conta dos mercenários e eles podem tentar usurpar o poder do príncipe. A ineficiência também pode ocorrer, ou pela desmotivação das tropas ou por serem menos experientes em combate. Por fim, podem também ter um custo elevado para o Estado, podendo se tornar um fardo.
Nesse sentido, Maquiavel coloca que a maior vantagem para um principado é ter tropas próprias milicianas. Os motivos são pela lealdade ao príncipe e ao Estado e por isso podem estar mais propensos a lutar com bravura, a motivação também pois defenderão sua terra e seu povo e também a eficiência, pois são mais experientes no combate e mais propensos a vencer as batalhas.
13. Dos soldados auxiliares, mistos e próprios:
Conforma aponta Maquiavel, há tipos de milícias que um príncipe deve evitar, se possível, que são as auxiliares, mistas e mercenárias. Ele faz uma retomada do capítulo anterior, que aponta as principais características de cada uma das milícias. As auxiliares são as fornecidas por um Estado aliado, podendo ser úteis em algumas situações, mas perigosas em outras (aliança com inimigos). As mistas são a combinação entre as próprias e as de outros tipos, podendo ser eficazes, porém também apresentam riscos. As mercenárias são compostas por soldados pagos pelo Estado, não sendo tão leais ao Estado e podem se tornar uma ameaça. As próprias são compostas por cidadãos do Estado, por isso são mais eficientes, leais e motivadas e então são mais seguras. 
Agora o autor fala sobre os perigos das tropas auxiliares e mistas, e das vantagens das tropas próprias. Sobre as tropas auxiliares, a lealdade deles são ao seu Estado de origem, não ao príncipe, por isso podem se voltar contra ele se seus interesses divergirem e o poder, pois podem se tornar mais poderosos que o príncipe e usurpar seu poder. Sobre as tropas mistas, há uma combinação de riscos, podem ser leais e eficientes, mas podem ser perigosas por parte das tropas mercenárias e auxiliares.
Como exemplo, Maquiavel cita estados que foram arruinados por tropas auxiliares, como o Império Romano. Ele também cita exemplos de estados que foram bem-sucedidos com tropas próprias, como o reino de França sob Carlos VII.
14. O que compete a um príncipe acerca da milícia.
Para um príncipe, é importante que ele entenda a vitalidade da guerra e da arte militar. Maquiavel argumental que o príncipe deve ser um líder militar habilidoso e que o conhecimento da guerra é essencial para o sucesso e a segurança do Estado. Nesse sentido, o autor coloca que a guerra é a principal atividade de um príncipe. É a arte que permite aos príncipes manterem seus estados e conquistarem novos. Assim, os príncipes que negligenciam a guerra correm o risco de perder seus estados.
Há consequências para um principado que não for armado. Conforme cita Maquiavel, isto torna o príncipe vil e desprezado, além de impedir que o príncipe seja obedecido por seus soldados e pode gerar desconfiança entre o príncipe e seus soldados. 
Por isso, a perícia militar é importante pois permite ao príncipe tomar decisões estratégicas corretas, a liderar seus exércitos com sucesso e inspira confiança em seus soldados. Para adquirir essa perícia militar, é necessário praticar a guerra constantemente, estudar a história militar e aprender com os grandes capitães do passado e imitar os exemplos de líderes militares de sucesso, como Alexandre, César e Ciro. 
15. Daquelas coisas pelas quais os homens, e especialmente os príncipes, são louvados ou vituperados.
Este capítulo trata das qualidades que um príncipe precisa ter para ser louvado ou repreendido. Maquiavel coloca que o príncipe deve ser prudente e saber escolher quais qualidades são mais importantes para o sucesso e a segurança do Estado. Assim, ele aponta algumas qualidades que são louváveis em um príncipe: Liberalidade, Piedade, Fidelidade, Fereza e animosidade, Humanidade, Castidade, Astúcia, Facilidade, Gravidade e Religiosidade. Para o autor, as qualidades desaprovadas em um príncipe são: Misericórdia, Rapacidade, Crueldade, Efeminação e pusilanimidade, Soberba, Lascívia, Simplicidade, Dureza, Levianidade e Incredulidade.
O príncipe deve ser prudente, assim, deve saber escolher quais qualidades são mais importantes para o sucesso e a segurança do Estado. Deve evitar também os vícios que o fariam perder o poder, porém, se alguns vícios foremimportantes para manter o poder, alguns podem ser tolerados. Por exemplo, a crueldade pode ser necessária para manter a ordem e a segurança e a rapacidade pode ser necessária para financiar o Estado. Dessa forma, entende-se que o príncipe não deve ser um modelo de perfeição moral, mas deve ser pragmático e escolher as qualidades que melhor servem aos seus objetivos.
16. Da liberdade e da parcimônia. 
Além das qualidades que um príncipe deve ter, é importante, conforme Maquiavel, que é importante falar sobre a liberdade e a parcimônia de um príncipe. É preciso tomar cuidado, pois a liberdade pode ser prejudicial se for utilizada de forma imprudente, como também a parcimônia é essencial para a segurança e a prosperidade do Estado. O autor traz características da liberdade e da parcimônia. 
Ser liberal é considerado uma qualidade louvável a um príncipe, no entanto a liberdade pode ser prejudicial se for usada de forma imprudente. Um príncipe que gasta muito pode se tornar pobre e desprezado, sendo obrigado a aumentar os impostos, se tornando assim odiado pelo povo. Já a parcimônia é a qualidade de ser moderado nos gastos, assim, um príncipe que é parcimonioso pode defender-se de seus inimigos, realizar grandes feitos sem prejudicar o povo, porém também pode ser um defeito, se for utilizado de maneira errada.
Como exemplo, há César, Alexandre e Ciro foram príncipes liberais que realizaram grandes feitos, no entanto, todos eles usaram a liberalidade de forma estratégica. O Papa Júlio II e o rei da França foram príncipes parcimoniosos que alcançaram grande sucesso. Nesse sentido, Maquiavel argumenta que a parcimônia é mais importante para um príncipe do que a liberalidade. Um príncipe parcimonioso pode garantir a segurança e a prosperidade do estado, enquanto um príncipe liberal pode se colocar em risco.
17. Da crueldade e da piedade; se é melhor ser amado que temido, ou antes temido do que amado.
Este capítulo trata da relação entre crueldade e piedade, e do dilema de um príncipe ser amado ou temido. Maquiavel argumenta que, embora seja preferível ser amado, é mais seguro ser temido, especialmente em tempos de crise. Para ele, um príncipe deve ser piedoso, mas não a ponto de permitir a desordem, além de que a crueldade pode ser necessária para manter a ordem e a segurança, e um príncipe que é excessivamente piedoso pode levar à ruína do estado.
Para um príncipe, é melhor ser amado e temido, mas isso é difícil de conseguir. Se for preciso escolher, é mais seguro ser temido do que amado. Os homens são ingratos, volúveis e ambiciosos, e tendem a trair aqueles que os amam, por isso, o medo é um motivador mais forte do que o amor. Como exemplo, Maquiavel coloca César Bórgia, que foi cruel, mas uniu a Romanha e pacificou a região, o povo florentino foi piedoso e deixou Pistóia ser destruída. Aníbal, que foi cruel mas manteve seu exército unido e vitorioso e Cipião foi piedoso e seu exército se revoltou. 
Assim, Maquiavel argumenta que um príncipe sábio deve buscar ser amado, mas deve estar preparado para usar a crueldade quando necessário. É mais importante ser temido do que amado, especialmente em tempos de crise. Como exemplo nos dias de hoje, temos a repressão de protestos e movimentos sociais por governos autoritários, como exemplo a Coreia do Norte, e os países em que ocorreram ditaduras, como o caso do próprio Brasil, na década de 60.
18. De que modo os príncipes devem manter a fé da palavra dada.
Neste capítulo, Maquiavel trata da importância da fé da palavra dada para um príncipe. Maquiavel argumenta que, embora seja louvável ser honesto, um príncipe precisa saber ser astuto e usar a força quando necessário. Para isso, é preciso que um príncipe seja honesto e mantenha sua palavra, porém em alguns momentos será necessário que ele quebre a palavra para conseguir manter o Estado. Um príncipe precisa também ser astuto e saber usar a força quando necessário. Para ilustrar, o autor traz o exemplo de Alexandre VI, que era um mestre da astúcia e sempre enganava seus inimigos. Assim, um príncipe novo precisa estar preparado para agir contra a fé, a caridade, a humanidade e a religião para manter o estado.
Para finalizar, um príncipe deve sempre tentar ser honesto, mas precisa estar preparado para ser astuto e usar a força quando necessário. A aparência de honestidade é mais importante do que a própria honestidade, se necessário for.
19. De como se deva evitar o ser desprezado e odiado.
Um príncipe precisa urgente evitar ser odiado e desprezado por seus súditos. Maquiavel argumenta que, para ser bem-sucedido, um príncipe precisa ser temido, mas não odiado. 
Para que seja evitado o ódio para com o príncipe, é necessário que ele não furte ou usurpe os bens das mulheres e dos súditos, mantenha a justiça e a imparcialidade nas decisões, seja honesto e confiável e ser acessível e benevolente com o povo. Para evitar o desprezo, é preciso que o príncipe demonstre força e coragem, seja resoluto e tome decisões firmes, seja um líder inspirador e digno de respeito e mantenha a majestade e a dignidade do principado. 
Como exemplo, há Aníbal Bentivoglio foi morto por conspiradores porque era odiado pelo povo, o imperador Marco Aurélio que foi amado e respeitado por suas virtudes e o imperador Cômodo que foi desprezado por sua crueldade e bestialidade. Por fim, um príncipe que deseja ser bem-sucedido deve evitar ser odiado e desprezado por seus súditos. Ele deve ser temido, mas também respeitado e amado. Para isso, ele precisa ser justo, honesto, forte, corajoso e benevolente.
20. Se as fortalezas e muitas outras coisas que a cada dia são feitas pelos príncipes são úteis ou não.
Neste capítulo, Maquiavel discute a utilidade de fortalezas e outras medidas que os príncipes podem tomar para manter seus estados seguros. Ele argumenta que desarmar os súditos é geralmente uma má ideia. Um príncipe deve armar seus súditos leais e usar a milícia mercenária com cautela. Para ele, um príncipe novo deve conquistar o apoio dos súditos do estado conquistado. Com o tempo, ele pode desarmar os súditos conquistados e confiar na força de seus próprios soldados.
Um príncipe precisa também criar divisões entre os súditos pode ser útil em tempos de paz, mas é perigoso em tempos de guerra. Um príncipe hábil pode usar seus inimigos para sua própria vantagem. É mais fácil conquistar amigos de antigos inimigos do que de antigos amigos. As fortalezas podem ser úteis ou não, dependendo das circunstâncias. Um príncipe deve considerar cuidadosamente suas necessidades antes de construir ou destruir fortalezas. A melhor defesa de um príncipe é o amor do povo.
Maquiavel usa o exemplo de Pandolfo Petrucci, príncipe de Siena, para ilustrar como um príncipe pode usar antigos inimigos como aliados confiáveis. Ele também usa o exemplo do castelo de Milão para mostrar como uma fortaleza pode ser usada contra o próprio príncipe que a construiu. 
Assim, Maquiavel argumenta que não há uma resposta única para a questão de como um príncipe deve manter seu estado seguro. A melhor estratégia dependerá das circunstâncias específicas. No entanto, ele enfatiza que o amor do povo é a melhor defesa de um príncipe.
21. O que convém a um príncipe para ser estimado.
Para Maquiavel, é muito importante que um príncipe seja estimado por seu povo. Para isso, ele discute as qualidades que fazem um príncipe ser estimado. Assim, argumenta que um príncipe deve ser conhecido por suas grandes empresas e ações extraordinárias. Ele (príncipe) deve ser um amigo verdadeiro e um inimigo declarado. Além disso, deve ser um defensor das virtudes e dos homens virtuosos. Ele deve incentivar o comércio, a agricultura e outras atividades que beneficiam o Estado. Também precisa proporcionar diversões e espetáculos para o povo, deve se reunir com as corporações e grupos sociais e mostrar-lhes humanidade e munificência e deve sempre manter a majestade de sua dignidade.
Maquiavel usa o exemplo de Fernando de Aragão, rei da Espanha, como um príncipe que foi estimado por suas grandesempresas. Ele também usa o exemplo de Antíoco, que invadiu a Grécia, para ilustrar os perigos da neutralidade. Ao final, Maquiavel argumenta que um príncipe que deseja ser estimado deve ser um líder forte, ativo e virtuoso. Ele deve ser um defensor do seu povo e do seu estado, e deve sempre manter a sua dignidade.
22. Dos secretários que os príncipes têm junto de si.
Neste capítulo, Maquiavel discute a importância da escolha dos ministros para um príncipe. Ele argumenta que a escolha dos ministros é uma das decisões mais importantes que um príncipe pode tomar, pois é necessário que ele escolha sempre ministros competentes e fiéis. É preciso que um príncipe avalie a qualidade de seus ministros e conselheiros, observando suas ações e seus interesses. Além de recompensar os ministros que são e para que permaneçam leais. Maquiavel usa o exemplo de Pandolfo Petrucci e seu ministro messer Antônio de Venafro para ilustrar a importância de escolher bons ministros. Maquiavel argumenta que a escolha dos ministros é crucial para o sucesso de um príncipe. Um príncipe deve escolher ministros competentes e fiéis que o ajudarão a governar o estado de forma eficaz.
23. Como se afastam os aduladores.
Um príncipe precisa evitar totalmente qualquer tipo de aduladores. Maquiavel argumenta que os aduladores são um perigo para os príncipes, pois os impedem de ouvir a verdade, assim, um príncipe deve escolher um grupo de homens sábios para aconselhá-lo, além de ser um bom ouvinte e estar sempre disposto a ouvir a verdade. Um príncipe não pode ser bem aconselhado se ele próprio não for sábio.
Os aduladores se configuram como pessoas que elogiam o príncipe em excesso, mesmo quando ele está errado. Por isso a importância de o príncipe saber distinguir a verdade da adulação, além de nunca escolher conselheiros que sejam bajuladores. Um príncipe deve ser capaz de tomar suas próprias decisões, mesmo que discorde de seus conselheiros. Aqui, Maquiavel usa o exemplo do Imperador Maximiliano para ilustrar os perigos de um príncipe ser influenciado por aduladores.
Neste capítulo, Maquiavel argumenta que um príncipe deve ser sábio e prudente para evitar ser enganado por aduladores. Ele deve escolher um grupo de conselheiros confiáveis e estar sempre disposto a ouvir a verdade. 
24. Por que os príncipes da Itália perderam seus estados.
Maquiavel argumenta neste capítulo, em relação ao motivo que os príncipes da Itália perderam seus estados, que um príncipe novo tem mais chances de se manter no poder do que um príncipe hereditário, além de que os príncipes da Itália perderam seus estados por causa de seus erros, como: Falta de habilidade militar; Inimizade do povo e Incapacidade de se garantir contra os grandes. Nesse sentido, um príncipe deve se preparar para os tempos difíceis durante os tempos de paz e a melhor defesa de um príncipe é sua própria força e virtude. Maquiavel usa o exemplo de Felipe da Macedônia para ilustrar como um príncipe pode se manter no poder mesmo diante de inimigos poderosos. 
Nesse sentido, o autor argumenta que os príncipes da Itália perderam seus estados por causa de seus próprios erros. Um príncipe que deseja se manter no poder deve ser um líder militar capaz, ter o apoio do povo, ser capaz de se controlar contra os grandes, ser previdente e se preparar para os tempos difíceis. A melhor defesa de um príncipe é sua própria força e virtude.
25. De quanto pode a fortuna nas coisas humanas e de que modo se lhe deva resistir.
Neste capítulo, Maquiavel discute o papel da fortuna nas coisas humanas e como um príncipe pode resistir a ela. Para ele, a fortuna controla metade das nossas ações, mas a outra metade está sob nosso controle e por isso um príncipe deve ser capaz de se adaptar às mudanças da fortuna. É melhor que um príncipe seja impetuoso do que cauteloso ao lidar com a fortuna e a fortuna é amiga dos jovens, pois eles são menos cautelosos e mais audaciosos. Maquiavel usa o exemplo do Papa Júlio II para ilustrar como um líder impetuoso pode ter sucesso. Por fim, Maquiavel argumenta que a fortuna é uma força poderosa, mas não é invencível. Um príncipe que deseja ser bem-sucedido deve ser capaz de se adaptar às mudanças da fortuna e ser flexível em sua liderança. A audácia e a ousadia podem ser mais eficazes do que a cautela ao lidar com a fortuna.
26. Exortação para procurar tomar a Itália e libertá-la das mãos dos bárbaros.
No último capítulo do livro, Maquiavel faz um apelo à Casa de Médici para que unifique a Itália e a liberte do domínio estrangeiro. Assim, ele coloca que a Itália está em um estado deplorável, dividida e oprimida por bárbaros, dessa forma, a Casa de Médici, com sua fortuna e virtude, é a única que pode libertar a Itália. Para ter sucesso, a Casa de Médici deve criar um exército baseado na infantaria italiana e, para ele, esta ação trará grande glória e reputação à Casa de Médici e unirá a Itália sob um único governo. 
Maquiavel usa o exemplo de Moisés, Ciro e Teseu para ilustrar como líderes fortes podem unificar seus povos. Aqui, Maquiavel faz um apelo apaixonado à Casa de Médici para que assuma a liderança da unificação da Itália. Ele acredita que a Casa de Médici tem o potencial para libertar a Itália do domínio estrangeiro e criar um futuro melhor para o país. 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
Machiavelli, Niccolò, 1496-1527. O príncipe / Maquiavel; com notas de Napoleão Bonaparte e Cristina da Suécia; tradução de Mário e Celestino da Silva – 1. reimpr. – Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2019.

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