Buscar

UNIDADE 2 - RESPONSABILIDADE SOCIAL E ASPECTOS JURÍDICOS NA GESTÃO DE CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 25 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GESTÃO	DE	CLÍNICAS	E	CONSULTÓRIOS
UNIDADE	2	-	RESPONSABILIDADE	SOCIAL	E
ASPECTOS	JURÍDICOS	NA	GESTÃO	DE
CLÍNICAS	E	CONSULTÓRIOS
Autoria: Johny Henrique Magalhães Casado - Revisão técnica: Katianny Gomes
Santana Estival
Introdução
A gestão de negócios nos mais diferentes setores possui uma enorme responsabilidade com seus
colaboradores, clientes e também com toda a sociedade. Cabe aos gestores atuar de forma ética e responsável
para que seu trabalho ofereça serviços de acordo com o esperado pela população.
Quando abordamos o termo responsabilidade	social, é importante considerarmos que o tema envolve uma
série de aspectos éticos que fazem parte do dia a dia das empresas. Atualmente, mais do que oferecer uma
atividade de qualidade aos seus clientes a um preço justo, cabe aos administradores conduzir seus trabalhos
de forma ética e moral, considerando todos os aspectos que impactem a sua gestão.
Administrar um negócio de forma ética se torna cada vez mais necessário para atender às exigências da
contemporaneidade, cada vez mais preocupada com o meio ambiente e com o tratamento dispensado aos
cidadãos. Sendo assim, os pro�issionais devem considerar todas as especi�icidades relacionadas à organização
em que atuam, bem como os impactos sociais e ambientais de seu trabalho. Esses efeitos, quando lidamos
com organizações relacionadas à saúde e ao bem-estar, como é o caso de clı́nicas e consultórios, são de grande
importância.
Nesta unidade, além de estudarmos a ética e a moral na gestão de espaços voltados à saúde, serão abordados
alguns dos principais aspectos jurı́dicos que compõem a abertura de um negócio, com considerações de suma
relevância àqueles que pretendem investir em uma empresa desse ramo. Trabalharemos, também, algumas
especi�icidades relacionadas às operadoras de saúde no Brasil, haja vista que demandam grande parte dos
trabalhos desenvolvidos por clı́nicas e consultórios e são responsáveis por uma boa fatia do faturamento de
empresas da área.
Bons estudos!
2.1 Considerações sobre ética e moral nos serviços de saúde
e bem-estar
Os gestores que atuam no ramo de saúde e bem-estar devem administrar seus negócios sempre considerando
todas as caracterı́sticas do setor. Além de oferecerem serviços com a qualidade esperada e com o preço que o
cliente está disposto a pagar, terão, também, de buscar atender aos padrões éticos e morais que são impostos
por toda a sociedade.
Administrar uma clı́nica ou um consultório é uma árdua tarefa. E� condição indispensável que os responsáveis
considerem todos os impactos que suas ações possuem diante do universo de colaboradores envolvidos e
perante demais pessoas que possuem relação direta – e até mesmo indireta – com sua atuação.
A incerteza imposta a um ramo bastante concorrido – e que muitas vezes possui recursos escassos – acaba
proporcionando grandes desa�ios a todos os encarregados pela condução da gestão.
Agora, veremos algumas re�lexões iniciais a respeito de moral e ética. Você já sabe que esses dois valores são
importantes ao convı́vio social, não é mesmo? Mas você sabe dizer por que são vitais às empresas? E� o que
vamos descobrir juntos! 
2.1.1 Ética e moral: conceitos e considerações 
A discussão a respeito do que é ética e moral faz parte da Filoso�ia e surgiu a partir do pensamento do �ilósofo
grego Platão. Com a evolução da sociedade, esses dois aspectos passaram a ser discutidos em várias áreas do
conhecimento; as ciências sociais e aplicadas �izeram com que eles conquistassem sua parcela de importância
na gestão de negócios (MARIANO, 2013).
Costumeiramente, o plano ético refere-se à busca por um ambiente em que as pessoas possam se relacionar de
forma equilibrada e respeitosa. Uma vez que lidamos com o plano moral, é preciso considerar que ele faz
referência aos deveres, a exemplo do que La Taille (2009, p. 8) apresenta: “[...] ser justo, ser generoso, ser
digno (ou honrado, no sentido da ‘honra-virtude’)”.
Compreender os fundamentos da ética é entender como o homem se relaciona e convive em sociedade.
Portanto, ela é indissociável do indivı́duo; é a ética que faz o homem especial. Segundo Ashley (2019, p. 124),
“[...] desde que o ser humano se reconheceu como racional e viu no outro um ser semelhante, a questão ética
surgiu. A preocupação com o pensar e agir de modo coerente e de forma que preserve a vida está na própria
humanidade”.
Os atributos que tornam a ética importante podem ser entendidos como a consciência, a linguagem, a
capacidade teleológica e a liberdade, os quais surgem ao longo do desenvolvimento humano.
Em relação à moral, temos que ela surge a partir do momento que os indivı́duos começam a se relacionar
permeados por relações de trabalho. A socialização que surge a partir desse convı́vio acaba dando ensejo à
necessidade de se estabelecer padrões de convivência entre os indivı́duos para determinar o que deve ou pode
ser feito e o que o ser humano não pode fazer.
De acordo com Matos (2014, p. 90):
A moral surge por uma necessidade dos homens no seu processo de sociabilização e é resultado
da escolha destes homens. Mesmo que pareça imutável, a moral é produto, também, da história.
Com o excedente da produção (e, com isso, a emersão do escravismo) e, depois, com o advento do
capitalismo – com o surgimento da propriedade privada, da sociedade de classes e da divisão
social do trabalho – a moral também se altera.
A sociedade espera que as organizações, sempre que necessitarem decidir sobre algo, ponderem suas análises
a partir dos preceitos éticos. Por isso, nos negócios empresariais, as tomadas de decisão devem sempre ser
pautadas pela moralidade, independentemente da escolha necessária.
VOCÊ O CONHECE?
O �ilósofo grego Platão apresentou uma série de pensamentos que ainda hoje são
utilizados para se discutir o que é ética e como ela deve ser compreendida em nossa
sociedade. Acesse o link a seguir e conheça um pouco mais a respeito desse notável
pensador: https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw
(https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw).
https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw
https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw
A busca por uma conduta ética na administração empresarial faz com que os gestores, e também todos os
demais colaboradores da organização, coloquem os seus interesses pessoais de lado. Espera-se que eles
atuem para que os propósitos da empresa e da sociedade sejam alcançados, mas sem entrarem em con�lito. A
busca pelo lucro e por maiores ganhos de mercado não podem se sobrepor à conduta ética esperada, o que
torna necessário considerar todos os impactos positivos e negativos que as decisões empresariais poderão
surtir na sociedade.
Dentro de uma empresa, os gestores são os principais atores que podem despertar o posicionamento ético de
todos os que compõem a instituição. Ao tomarem suas decisões, podem re�letir uma imagem ética que
repercute nas ações de todos ao seu redor (colaboradores, por exemplo), servindo como espelho. Segundo
Arruda (2014, p. 19): 
Buscar e manter uma cultura ética são objetivos de qualquer executivo competente e bem-
intencionado, consciente de que a ética vale a pena. Nessa linha, programas de educação,
sensibilização, informação e incentivo à atuação ética são cada vez mais desenvolvidos nas
empresas. Os altos executivos começam a perceber que o custo de controles, auditoria e
compliance, assistência jurı́dica, prevenção à lavagem de dinheiro, corrupção e risco ultrapassam
valores que se classi�icariam como aceitáveis. A ética vale a pena.
VOCÊ QUER VER?
O �ilme Quiz	show	–	a	verdade	dos	bastidores, de 1994, retrata a história de um homem
que decide investigar como funciona um programa de perguntas e respostas que faz
grande sucesso na televisão. Conforme o enredo vai se desenvolvendo, �ica claro que
há sérios problemas éticos que envolvem todos os personagens. Prepare a pipocae
bom �ilme. 
Aos gestores de estabelecimentos que cuidam da saúde e do bem-estar fı́sico e emocional, tais como
consultórios e clı́nicas, esperam-se comportamentos éticos que considerem o momento de fragilidade que
inspira cuidados e atenção. A ética aplicada ao setor é o assunto de nosso próximo tópico. Boa leitura! 
2.1.2 Ética empresarial e aplicações no setor de clínicas e
consultórios 
A aplicação da ética na gestão de clı́nicas e consultórios deve seguir os mesmos preceitos impostos às demais
empresas, que se inicia com a criação de um ambiente de respeito e harmonia para colaboradores e clientes.
Para compreender de que forma a ética vem sendo aplicada nas decisões empresariais, é necessário entender
como esse valor foi inserido na administração. Por isso, agora veremos uma sı́ntese de como ele vem sendo
aplicado ao longo dos anos nas decisões de negócios.
Existem diversos autores e pensadores que contribuı́ram para que a ética fosse amplamente debatida e
praticada nas empresas. Entre os principais, podemos citar: 
Apresentaram o conceito de ética das virtudes e de vida boa.
Trouxe o conceito de ética do dever.
Apresentou o princípio da felicidade maior.
•
•
•
Platão	e	Aristóteles	(422-322	a.C.)	
Immanuel	Kant	(1785)	
Jeremy	Bentham	(1789)
No inı́cio da década de 1990, a ética começou a ser aplicada nas organizações como uma extensão do que
deveria ser adotado em nossas decisões pessoais. Com o crescente uso da internet, a maciça cobrança por
posturas responsáveis das empresas, além do movimento de globalização, a ética das organizações se tornou
algo único e passou a ser ensinada no ambiente acadêmico.
Para Laasch e Conaway (2015, p. 114): 
A ética empresarial contemporânea hoje é uma área madura, baseada em conceitos ricos e úteis
que são re�inados continuamente para valiosa aplicação prática. Com essa maturidade, chegou-se a
um ponto em que, de antigos temas da área, derivaram novas áreas de atuação. Mais notavelmente,
os temas centrados nas responsabilidades dos stakeholders, responsabilidade corporativa e
cidadania corporativa.
Há diversas teorias que tratam da ética empresarial; entretanto, há também muita confusão que permeia a sua
diferenciação da ética individual e da ética organizacional, conforme você pode observar na �igura a seguir. 
Discutiu a ideia de utilitarismo.
Apresentou os estágios do desenvolvimento moral.
Criou a teoria da justiça.
Discutiu o conceito de ética do discurso.
Apresentou a ética comportamental: situacional e individual.
•
•
•
•
•
John	Stuart	Mill	(1863)	
Lawrence	Kohlberg	(1958)	
John	Bordley	Rawls	(1971)	
Jürgen	Habermas	(1981)	
Linda	K.	Treviño	(1986)	
#PraCegoVer: a imagem tem sete retângulos de cor azul escuro. O que está no topo traz a palavra ética; abaixo
dele, há outros três, que apresentam, da esquerda para a direita, as palavras empresarial, individual e
organizacional. Embaixo deles, outros três retângulos apresentam as de�inições: a ética empresarial é o estudo
interdisciplinar de problemas e oportunidades éticas nos negócios; a individual estuda os problemas éticos à
medida que são enfrentados pelos indivı́duos; a organizacional estuda os problemas éticos no âmbito
organizacional. 
A ética empresarial é também permeada por um conjunto de valores que, assim como na ética individual,
acabam de�inindo o posicionamento que a sociedade espera das organizações.
Figura 1 - Conceitos de ética e suas especi�icidades
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em LAASCH e CONAWAY, 2015.
Como valores, podemos entender o conjunto de objetivos, crenças e conceitos desejados que moldam
pensamentos e ações. Entre os principais para o entendimento da ética empresarial, estão: 
VOCÊ QUER LER?
E� tica é um tema bastante atual e sempre abordado em vários artigos. Entretanto, na
área de �inanças, esse valor não tem recebido grande atenção no Brasil. Um dos textos
que analisa o assunto é o artigo A	 respeito	 de	 ética	 e	 �inanças, que você pode ler
clicando aqui: https://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf
(https://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf ).
Con�iabilidade.
Respeito.
Responsabilidade.
Equidade.
Cuidado.
Cidadania.
https://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf
https://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf
Considerando a ética fundamental para que as empresas atendam aos anseios de seus clientes, pode-se a�irmar
que, quando analisamos esse princı́pio aplicado ao setor de clı́nicas e consultórios, é necessário ter como
base todas as especi�icidades desse tipo de empresa (MARIANO, 2013).
A conduta baseada na moral e na ética é condição indispensável aos gestores da área da saúde para que seus
negócios atendam aos anseios da sociedade. 
Outro valor imprescindı́vel à vida das empresas é a responsabilidade social. Você sabe como aplicar
iniciativas nesse âmbito? Vamos ver?
VOCÊ QUER LER?
Conhecer como a ética se aplica na gestão das organizações de saúde é de
fundamental importância para todos os gestores que atuam ou pretendem atuar no
setor. O instituto E� tica Saúde, criado em 2014, opera justamente nessa área. Conheça
sua proposta e trabalho: https://eticasaude.org.br/QuemSomos
(https://eticasaude.org.br/QuemSomos).
2.2 Responsabilidade social aplicada à gestão de negócios
As organizações, assim como os indivı́duos, necessitam agir de forma consciente; a responsabilidade por seus
atos deve ser visı́vel, de modo transparente em todas as circunstâncias.
https://eticasaude.org.br/QuemSomos
https://eticasaude.org.br/QuemSomos
A sociedade tem cobrado que as empresas se posicionem cada vez mais frente aos problemas ou injustiças da
sociedade, inclusive visando minimizar possı́veis efeitos da sua atuação, como a poluição ambiental. Grandes
organizações têm feito volumosos investimentos para a criação de departamentos de responsabilidade social
que impactem seus clientes, colaboradores e todos os stakeholders que orbitam seus negócios. Entretanto,
uma postura ativa nesse sentido tem sido reivindicada também de pequenas e médias empresas.
Nesta seção, abordaremos como a responsabilidade social deve ser considerada no ambiente empresarial e
veremos algumas de suas especi�icidades. E� importante considerar que, hoje, essa conduta é uma exigência
que não deve �icar restrita às grandes organizações, porque, conforme já exposto, a contemporaneidade impõe
que instituições de pequeno e médio portes também cuidem das atitudes que aplicam em seus negócios.
Mas o que é responsabilidade social? Descubra logo a seguir! 
2.2.1 O que é responsabilidade social? 
Conforme vimos anteriormente, responsabilidade social é um tema que vem sendo muito debatido na gestão
de organizações no Brasil e no mundo. No campo empresarial, é um assunto caro a todos os gestores, pois é
algo de muito destaque e uma exigência da realidade contemporânea (ENCRINAS, 2004).
Em suma, de�ine-se responsabilidade social como a prudência que uma organização deve dispensar às suas
decisões, as quais têm impacto sobre a sociedade e os seres humanos. Você sabe o que fazer para
desempenhar uma gestão responsável? Veja na �igura a seguir:
VOCÊ SABIA?
No Brasil, existe uma entidade que visa incentivar investimentos em ações de
responsabilidade social. Além de cuidar do fomento das ações, o instituto Ethos
colabora para que as empresas possam apresentar-se à sociedade como
eticamente responsáveis, o que valoriza a imagem delas. Acesse a página do Ethos
e conheça seu trabalho: https://www.ethos.org.br/ (https://www.ethos.org.br/).
https://www.ethos.org.br/
https://www.ethos.org.br/
#PraCegoVer: na imagem, cinco retângulos na cor azul escuro, ligados por uma seta circular cinza,
apresentam o que é esperado de uma empresa socialmente responsável. De acordo com a �igura, a instituição
deve contribuir para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem-estar da sociedade;levar em
consideração as expectativas das partes interessadas; estar em conformidade com a legislação aplicável; ser
consistente com as normas internacionais de comportamento e integrar a responsabilidade a toda a
organização e suas práticas. 
Muitas são as situações que cobram condutas éticas, como, por exemplo, padrões de comportamento em
conformidade com a legislação do setor. Exige-se também a adoção de posturas sustentáveis, respeitando o
meio ambiente para minimizar os possı́veis impactos negativos de suas operações.
Na contramão, os gestores necessitam ter ciência de que muitas ações geram efeitos sociais positivos. Ao
assumirem responsabilidades básicas, será possı́vel obter bons resultados junto à sociedade. 
Figura 2 - O que você deve fazer para gerir negócios responsáveis?
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em ASHLEY, 2019.
Quando se aborda responsabilidade social no campo empresarial, é necessário considerar que existem alguns
atores que possuem grande in�luência na forma como as organizações exercem seu trabalho. Clique nos
retângulos a seguir para conhecê-los: 
CASO
Vamos pensar em um caso hipotético? A ConsultMax S.A. é uma grande empresa que
administra vários consultórios médicos no Brasil. Os lucros são cada vez maiores, e os
acionistas estão satisfeitos e muito felizes com a gestão dos negócios.
Como forma de partilhar com a sociedade tudo o que a instituição tem ganhado, os
executivos se reuniram em assembleia e decidiram investir cerca de 10% do lucro
lıq́uido em ações de responsabilidade social. Esse valor deverá ser aplicado em ações
nas cidades nas quais a empresa explora petróleo.
A ConsultMax S.A., ao prover essa ótima ação de responsabilidade social, ganhará uma
boa imagem e terá destaque perante a concorrência. 
São os responsáveis por legislar, formular polı́ticas públicas e também criar infraestrutura. Os
governos geralmente são limitados geogra�icamente e nem sempre conseguem agir com a
velocidade que a população espera; sendo assim, surge um campo de atuação para a empresa
desempenhar ações de responsabilidade social que possam suprir algumas limitações da
administração pública, como o apoio a uma organização não governamental (ONG). 
Donos dos votos que influenciam os demais atores, são a maioria e possuem uma influência de longo
alcance. Segundo Laasch e Conaway (2015, p. 6), “[...] é a sociedade civil que decide qual governo será
nomeado. Ela decide quais empresas são apoiadas por meio de seu poder de compra dos produtos e
também decide para quem trabalhar”. As pessoas podem se tornar atores importantes incentivando ou
sendo contrárias à ação de uma empresa. Então, cabe aos gestores tomar suas decisões considerando
o modo como a sociedade civil reagirá perante elas.
•
•
•
Atores	governamentais	
Atores	da	sociedade	civil
O setor de clı́nicas e consultórios, geralmente, engloba empresas pequenas e médias, as quais encontram
di�iculdades na promoção de ações de responsabilidade social de longo alcance. Os fatores limitantes, no
entanto, não eximem essas instituições de agirem socialmente; esse é um assunto que jamais deve ser
negligenciado. 
2.2.2 Princípios da responsabilidade social nas organizações
Com frequência, as organizações compreendem que a responsabilidade social tem relação intrı́nseca com o
atendimento a alguma carência da população (para “compensar” uma insu�iciência governamental, lembra?).
Entretanto, é importante considerar que o leque de atividades sociais é bastante amplo e que muitas ações
devem ser desempenhadas ainda dentro da instituição (ENCRINAS, 2004).
Na �igura a seguir, você vê sete princı́pios que norteiam possı́veis ações enquadradas como de
responsabilidade social. 
São poderosos e in�luentes; têm muitos recursos que possibilitam e facilitam o processo de tomada
de decisão, o que facilita o trabalho, porque garantem como vantagem a resolução de problemas
urgentes com rapidez. Laasch e Conaway (2015, p. 6) lembram que “[...] os negócios
frequentemente atuam de maneira global e, por essa razão, são capazes de fornecer soluções
globais. Em virtude da necessidade imperativa de maximização do lucro, muitos atores de negócios
podem abster-se de resolver um problema” que não consideram rentável o su�iciente.
Atores	de	negócios	
#PraCegoVer: na imagem, há sete retângulos de azul escuro que apresentam os princı́pios da
responsabilidade social. São eles: accountability	(prestação de contas), transparência, comportamento ético,
respeito pelos interesses das partes interessadas, respeito pelo Estado de Direito, respeito pelas normas
internacionais de comportamento e direito aos humanos. Cada retângulo está ligado ao próximo por uma seta
de cor cinza claro. 
O primeiro princı́pio, accountability, ou prestação de contas, está relacionado ao fato de que as organizações
precisam se responsabilizar por todas as decisões que tomarem, devendo responder por seus impactos na
economia ou no meio ambiente. A ideia é que as empresas devem prestar contas de suas atividades a todas as
partes interessadas em seus negócios, assim como elaborar, sempre que possı́vel e necessário, iniciativas que
minimizem as possı́veis repercussões negativas de suas atividades.
A transparência nada mais é do que fornecer de forma clara, objetiva e compreensı́vel todos os fatos que
afetem terceiros. Espera-se que as organizações desempenhem suas atividades com a máxima transparência
porque, assim, a sociedade não será surpreendida com nenhum tipo de prejuı́zo que possa ter sido criado por
suas operações (MARIANO, 2013).
O terceiro princı́pio é o	comportamento	ético de todos os gestores e colaboradores. A sociedade almeja que
todos os funcionários das organizações atuem do “[...] modo aceito como correto pela sociedade – com base
nos valores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a natureza – e de forma consistente
com as normas internacionais de comportamento” (ASHLEY, 2019, p. 21).
Figura 3 - Princı́pios da responsabilidade social nas organizações
Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em ASHLEY, 2019.
O respeito	pelos	interesses das partes envolvidas é o quarto preceito das ações de responsabilidade social,
o qual possui relação com o fato de que as organizações devem ouvir e considerar, sempre que possı́vel, os
anseios da população que tem algum vı́nculo com a empresa. Esse tipo de posicionamento é importante
porque ajuda as empresas a criar uma imagem de con�iança e despertar a admiração de seus clientes e
parceiros.
O respeito	ao	Estado	de	Direito, quinto princı́pio, determina que é necessário seguir o conjunto de normas e
leis que a região estabelece (ENCRINAS, 2004). Todas as ações devem estar de acordo com a legalidade, sem
infringir qualquer aspecto legal ditado pela cidade, estado ou paı́s onde a empresa está instalada e
comercializa seus produtos e serviços. 
A adoção	dos	preceitos,	tratados	e	acordos	internacionais favoráveis à responsabilidade social é o sexto
preceito que as empresas devem adotar. Existem diversos órgãos e entidades internacionais que elaboram
tratados, normas e regulamentações que podem ser seguidas pelas organizações; entre eles, grandes
instituições, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT). 
O último princı́pio é o respeito	 aos	 direitos	 humanos. E� uma virtude reforçar e “[...] reconhecer a
importância e a universalidade dos direitos humanos, cuidando para que as atividades da organização não os
agridam direta ou indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que requerem” (ASHLEY,
2019, p. 21). 
O leque de ações de responsabilidade social é bastante amplo. Cabe aos gestores selecionar as iniciativas que
serão mais interessantes a seus clientes e colaboradores, de acordo com suas possibilidades e limitações. 
VOCÊ SABIA?
No ano de 2010, o Instituto Nacional de Metrologia,Qualidade e Tecnologia,
conhecido no paıś pelo acrônimo Inmetro, publicou a Norma Internacional ISO
26000, que determina as diretrizes da responsabilidade social. O documento tem
como principal propósito incorporar considerações socioambientais nos processos
decisórios das organizações, de modo que elas sejam responsabilizadas pelos
impactos de suas deliberações na sociedade e no meio ambiente. Acesse o link
para conhecer o texto:
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
(http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp).
2.3 Aspectos jurídicos aplicados aos negócios
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
Tão importante quanto o projeto para a abertura de um negócio é a gestão de suas atividades. O sucesso
empresarial depende bastante do desempenho dos gestores e do modo como conduzem o dia a dia da
instituição que administram.
Nesta seção, veremos alguns aspectos jurı́dicos relacionados ao trabalho em clı́nicas e consultórios do setor
de saúde. O amparo legal é imprescindı́vel a qualquer empresa que deseje se manter no mercado e funcionar
nos moldes das leis. 
2.3.1 Ambiente empresarial no Brasil
Um bom ambiente de negócios é determinante para a abertura e desenvolvimento das empresas de todos os
setores. No ramo de clı́nicas e consultórios, estudar esse espaço é ainda mais crucial, porque as
particularidades do ramo da saúde exigem cuidados especiais. Alguns pacientes podem ser encaminhados da
rede pública de saúde; outros vêm da rede privada. Administrar as diferenças é um desa�io singular
(ENCRINAS, 2004).
Cavalcante (2015, p. 7) a�irma que: 
[...] ambiente de negócios é o nome genericamente atribuı́do às condições que circunscrevem, em
um determinado paı́s ou em uma determinada região, o ciclo de vida das empresas. De forma
geral, o ambiente de negócios diz respeito aos nı́veis de complexidade associados, por exemplo,
aos procedimentos de abertura e fechamento de empresas ou de recolhimento de tributos. A
melhoria do ambiente de negócios está associada, portanto, a ações de simpli�icação e
desburocratização destes procedimentos. Em virtude de sua própria natureza, o ambiente de
negócios é uma variável de difı́cil mensuração.
Em pesquisas, o Brasil é caracterizado como um ambiente de negócios ruim. A má reputação é resultado do
baixo número de facilidades que os governos do paı́s ofertam para que empresas sejam abertas ou possam
crescer.
De acordo com a edição de 2019 do relatório Doing	 Business, do Banco Mundial, “[...] podemos observar
alguns indicadores que mostram como no paı́s não é fácil fazer negócios, a di�iculdade de se abrir uma
empresa, entre outras questões complicadas” (BALASSIANO, 2019, [s.	p.]). Nesse documento, a classi�icação
das nações tem como parâmetro uma pontuação a partir de um conjunto de itens, que depois se transformam
em uma média. Clique nos ı́cones a seguir para conhecer os critérios:
A facilidade para a abertura de empresas.
A pouca burocracia para a aquisição de alvarás de
construção.
A facilidade para obter eletricidade.
•
•
•
Como é feito o registro de propriedades.
Se é fácil conquistar crédito.
A proteção aos investidores minoritários.
O volume de impostos e seu pagamento.
Como é o comércio internacional.
De que modo acontece a execução de contratos.
A resolução de insolvência.
Conforme Balassiano (2019, [s.	p.]), atualmente, em “[...] 57% dos paı́ses do mundo (de uma amostra de 190)
é mais fácil fazer negócios do que no Brasil. Houve uma melhora da posição no ranking do Brasil de 2018 para
2019 (passou da posição 125 para 109)”; entretanto, considerando o tamanho da economia brasileira, bem
como a sua relevância mundial, o paı́s deveria apresentar condições melhores ao empreendedorismo. 
•
•
•
•
•
•
•
#PraCegoVer: um grá�ico de colunas mostra as posições de alguns paı́ses no ranking de 2019 do Banco
Mundial para a qualidade do ambiente de negócios. Das 190 nações selecionadas, o Brasil é a de número 109;
a primeira colocada é a Nova Zelândia; a última, a Somália. As colunas são de cor azul escuro e a do Brasil está
destacada em laranja.
No grá�ico, além de observarmos que a Nova Zelândia é o ambiente mais favorável aos negócios e que a
Somália tem o mais precário, é possı́vel notar que alguns paı́ses latino-americanos, como Chile, México,
Colômbia e Peru, estão mais bem colocados do que o Brasil.
Você conhece de perto a realidade do setor de saúde em nosso paı́s? A partir de agora, esse é o nosso objeto de
estudo. 
2.3.2 Aspectos jurídicos relacionados aos negócios
No Brasil, a saúde é ofertada gratuitamente a todos os cidadãos por meio do Sistema U� nico de Saúde, mais
conhecido como SUS. A universalidade garantida pela Polı́tica Nacional de Saúde no paı́s é um direito
apresentado na Constituição Federal em vigor desde 1988.
Mesmo sendo tarefa do Estado brasileiro oferecer todos os serviços de saúde de forma gratuita, é “[...]
fundamental compreender qual o espaço da saúde privada na Constituição. A Constituição diz expressamente
que é livre à iniciativa privada a prestação de serviços de saúde” (COELHO, 2006, p. 25). Portanto, em termos
jurı́dicos, há amparo legal para a iniciativa privada investir em clı́nicas e consultórios.
As instituições de saúde que pertencem ao governo devem levar em consideração os mesmos aspectos
relacionados à gestão de uma empresa pública. Sendo assim, precisam estudar as perspectivas jurı́dicas
relacionadas à administração governamental. No caso de clı́nicas e consultórios particulares, as instituições
devem ser geridas de acordo com o protocolo aplicado às empresas privadas. 
Figura 4 - Ranking do ambiente de negócios
Fonte: BALASSIANO, 2019, [s. p.].
Mesmo que a clı́nica ou consultório seja particular, pode ter parte de seu atendimento conveniado ao Sistema
U� nico de Saúde, conforme explica Coelho (2006, p. 25): “[...] as empresas privadas podem participar do SUS
mediante convênio ou contrato administrativo. Quer dizer, ninguém pode ser obrigado a atender um paciente
SUS a não ser via contrato ou convênio administrativo”. Portanto, parte da receita dessas empresas pode vir da
iniciativa pública.
Se a empresa privada participar do atendimento à população do SUS, deve realizar todos os procedimentos de
auditoria necessários à prestação de contas ao governo. O trabalho conjunto requer o reembolso pelos
serviços prestados, cabendo aos gestores considerar todos os ditames que permeiam a questão.
VOCÊ QUER LER?
A Agência Nacional de Saúde, a conhecida ANS, é o órgão responsável por regular o
setor privado de saúde no Brasil. Vinculada ao Ministério da Saúde, determina uma
série de ações que impactam a gestão das empresas do ramo. Por isso, é bastante
importante que você conheça de perto seu mecanismo de atuação. Explore a página da
ANS! Sugerimos que comece estudando sua
história: http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico
(http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico).
2.4 Política de saúde e os sistemas integrados de operadoras
de saúde
Em nosso paı́s, o setor de saúde possui uma série de especi�icidades. A principal delas é o Sistema U� nico de
Saúde, que acaba concentrando a maior parte dos serviços do ramo.
Como forma de organizar o SUS e todas as empresas e setores que prestam atendimentos e serviços na área,
existe uma Polı́tica Nacional de Saúde que rege os trabalhos desenvolvidos, tanto pela iniciativa pública como
na rede privada.
Nesta seção, abordaremos como está organizada a Polı́tica Nacional de Saúde do SUS e como os sistemas
integrados de operadoras de saúde participam dela.
2.4.1 Política Nacional de Saúde no Brasil
No Brasil, o processo de elaboração de uma Polı́tica Nacional de Saúde teve inı́cio com o estabelecimento daRepública, porém, os primeiros registros datam somente do ano de 1941, quando foi realizada a Primeira
Conferência Nacional de Saúde, na cidade do Rio de Janeiro. Depois desse encontro, foram realizadas várias
http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico
http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico
outras reuniões, sempre visando criar e aprovar diretrizes que possibilitassem organizar a prestação de
serviços de saúde. Os autores Ricardi, Shimizu e Santos (2017) apresentam alguns de seus propósitos, que
você pode conhecer clicando nos números a seguir: 
1 Defesa do SUS: pelo direito à saúde e à seguridade social.
2
Gestão participativa e controle social sobre o Estado: para ampliar e consolidar o
modelo democrático de governo do SUS.
3 Vinte anos de sub�inanciamento: para lutar pelo recurso necessário para o SUS.
4
Garantia de gestão uni�icada e coerente do SUS com base na construção de redes
integrais e regionais de saúde: o Sistema U� nico de Saúde é único, mas as polı́ticas
governamentais não o são.
5 Gestão pública para a saúde pública.
6 Valorização dos trabalhadores de saúde.
7
Acesso e atenção integral mediante expansão, quali�icação e humanização da rede de
serviços em defesa da vida.
8
Ampliação e fortalecimento da rede de atenção básica (primária): todas as famı́lias –
todas as pessoas – devem ter assegurado o direito a uma equipe de saúde da famı́lia.
9
Ampliação e fortalecimento de polı́ticas sociais, projetos intersetoriais e a
consolidação da vigilância e da promoção à saúde: por uma sociedade em defesa da
vida e da sustentabilidade do planeta.
10
Ampliação e quali�icação à atenção especializada, de urgência e hospitalar, integradas
às redes de atenção integral.
11
Respeito às diferenças e necessidades especı́�icas de regiões e populações
vulneráveis.
12
Construção de uma polı́tica de informação e comunicação que assegure gestão
participativa e e�icaz ao SUS.
13
Consolidação e ampliação das polı́ticas e estratégias para saúde mental, de�iciência e
dependência quı́mica.
14
Integração e ampliação de polı́ticas e estratégias para assegurar atenção e vigilância à
saúde do trabalhador.
15
Ressarcimento ao SUS pelo atendimento a clientes de planos de saúde privados, tendo
o cartão SUS como estratégia para sua efetivação, e proibição do uso exclusivo de
leitos públicos por esses usuários.
#PraCegoVer:	sobre uma mesa de madeira de cor clara, na posição superior, há os punhos e as mãos abertas,
viradas para cima, de uma pessoa vestindo um jaleco branco. Na frente do adulto, há uma criança, cujas mãos
estão sobre as do indivı́duo à sua frente. Em cima das mãos abertas da criança, há um coração feito de
madeira; ele está pintado de vermelho e tem a cruz sı́mbolo da medicina na cor branca. Do lado esquerdo,
aparece um estetoscópio sobre a mesa. 
As diretrizes apresentadas pela Conferência Nacional de Saúde visam, acima de tudo, possibilitar um
atendimento universal a toda a população. Esse atendimento, por sua vez, ocorreria através do SUS (BRASIL,
2012), quando gratuito, ou em hospitais, clı́nicas e consultórios privados, com o custeio do próprio paciente.
Há, também, uma terceira possibilidade: serviços particulares pagos pelo SUS à iniciativa privada em
convênios entre essas empresas e os governos. 
2.4.2 Sistemas integrados de operadoras de saúde
Considerando que é direito assegurado pela Constituição o acesso gratuito a serviços de saúde, seria natural
que houvesse pouco espaço para empresas privadas atuarem no setor. Entretanto, dada a ine�iciência do SUS
em algumas áreas, muitas pessoas optam por recorrer à iniciativa privada, seja em busca de serviços de
melhor qualidade ou para fugir das longas �ilas.
Figura 5 - Qualidade em saúde
Fonte: takasuu, iStock, 2020.
No Brasil, a Lei n.º 9.656/98 representou um marco no Sistema de Saúde Suplementar, o arranjo que funciona
na iniciativa privada sem receber recursos públicos. O documento apresenta uma série de regulamentações
que permitem organizar os nossos conhecidos planos de saúde (MALTA; JORGE, 2008).
#PraCegoVer: a imagem tem fundo em tons de azul. Ao lado direito, aparece o tronco de um homem vestido
com jaleco. Com a mão direita, ele segura um estetoscópio, que parece encostar na tela e forma um cı́rculo em
torno de si. Ao redor, há ı́cones relacionados à saúde: hospital, frascos de remédio, mão segurando um
coração, ambulância, prontuário, paciente em uma maca, coração com os batimentos cardı́acos, uma pessoa
com braço enfaixado e uma cadeira de rodas. Em segundo plano, há ainda vários grá�icos, incluindo alguns
com batimentos cardı́acos.
As operadoras de saúde no Brasil podem ser classi�icadas de acordo com a natureza de suas operações em: 
administradoras;
cooperativas médicas ou odontológicas;
de autogestão;
de medicina de grupo ou odontologia de grupo;
de filantropia e seguradoras especializadas em saúde.
Segundo Tisott et	al. (2015, p. 80):
As administradoras dirigem os serviços de assistência à saúde ou planos �inanciados pelas
operadoras. Nesta modalidade, as operadoras não assumem os riscos da operação, pois não
possuem rede própria, credenciada ou referenciada de serviços médico-hospitalares ou
odontológicos. No modelo de cooperativas médicas ou odontológicas, as operadoras atuam com
Planos Privados de Assistência à Saúde ou exclusivamente planos odontológicos. A modalidade de
autogestão opera o plano privado de assistência à saúde exclusivamente para um grupo delimitado
e fechado e para os grupos familiares dos bene�iciários. Diferentemente da modalidade
administradoras, a Medicina de grupo ou odontologia de grupo atua por meio de uma rede própria
Figura 6 - Gestão integrada da saúde
Fonte: ipopba, iStock, 2020.
•
•
•
•
•
ou credenciada na operação de Planos Privados de Assistência à Saúde ou exclusivamente
odontológicos. Formada por entidades sem �ins lucrativos, as operadoras Filantrópicas operam
Planos Privados de Assistência à Saúde.
A� medida que o Sistema U� nico de Saúde não atende às necessidades da população e os cidadãos têm condições
de migrar seus tratamentos para a iniciativa privada, as operadoras de saúde ganham mais e mais clientes.
Sendo assim, a saúde pública no Brasil acaba �icando cada vez mais voltada aos indivı́duos de baixa renda e
carentes.
Aos gestores de clı́nicas e consultórios é importante ressaltar que as operadoras de saúde são grandes
clientes, uma vez que contratam os serviços dessas empresas para seus segurados. Quanto maior a operadora,
maior será sua capacidade de negociação. Por isso, os administradores devem estudar todos os ı́ndices
econômicos e �inanceiros do mercado no momento de oferecer seus serviços.
Empreender no ramo de clı́nicas e consultórios demanda muito empenho, não é mesmo? Por isso, nosso
estudo não para por aqui. Na próxima unidade, continuaremos nosso aprendizado. Até logo! 
Conclusão
Chegamos ao �im desta unidade, em que você teve a chance de conhecer um pouco a respeito da
responsabilidade social aplicada à gestão de clı́nicas e consultórios, além de aspectos jurı́dicos e
especi�icidades do ambiente de negócios no Brasil.
Ao longo de nossos estudos, ainda vimos perspectivas importantes com relação à ética e à moral, as quais
devem ser consideradas pelos gestores no momento da tomada de decisão. 
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
conhecer a definição de responsabilidade social e como ela pode
ser empregada na gestão das empresas;
avaliar os aspectos jurídicos e também o ambiente de negócios no
Brasil;
compreender como a ética e a moral a podem ser aplicadas no
ambiente empresarial;
entender como as operadoras de saúde estão relacionadas ao
setor de clínicas e consultórios;
explorar as características da Política Nacional de Saúde na gestão
de empreendimentos do ramo da saúde.
•
•
•
•
•
Bibliografia
ARRUDA,M. C. C. Para que servem os códigos de ética? Ética	nos	Negócios, Campinas, v. 4. n. 13, mar. 2014.
Disponı́vel em: http://www.revistaeticanosnegocios.org.br/2016/pdf/Revista_ed_13.pdf
(http://www.revistaeticanosnegocios.org.br/2016/pdf/Revista_ed_13.pdf). Acesso em: 2 jun. 2020. 
ASHLEY, P. A. Ética,	responsabilidade	social	e	sustentabilidade	nos	negócios: (des)construindo limites e
possibilidades. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. 
BALASSIANO, M. A importância da melhoria do ambiente de negócios no Brasil. Blog	do	IBRE, São Paulo, 7
jun. 2019. Disponı́vel em: https://blogdoibre.fgv.br/posts/importancia-da-melhoria-do-ambiente-de-negocios-
no-brasil (https://blogdoibre.fgv.br/posts/importancia-da-melhoria-do-ambiente-de-negocios-no-brasil).
Acesso em: 2 jun. 2020. 
BRASIL. Ministério da Economia. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.	 ISO	 26000.
Brasil: Inmetro, 2010. Disponı́vel em:
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
(http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp). Acesso em: 4 jun. 2020. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria	n.º	1.823,	de	23	de	agosto	de	2012. Institui a Polı́tica Nacional de
Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora. Brası́lia: MS, 2012. Disponı́vel
em: https://www.anamt.org.br/portal/2012/03/04/portaria-ms-no-1-823-de-23-de-agosto-de-2012/
(https://www.anamt.org.br/portal/2012/03/04/portaria-ms-no-1-823-de-23-de-agosto-de-2012/). Acesso
em: 2 jun. 2020. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Histórico. Brası́lia: ANS, [s.	 d.].
Disponı́vel em: http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico (http://www.ans.gov.br/aans/quem-
somos/historico). Acesso em: 5 jun. 2020. 
CAVALCANTE, L. R. Ambiente de negócios, investimentos e produtividade. Texto	 para	 discussão. Brası́lia:
Ipea, set. 2015. Disponı́vel em: https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2130f.pdf
(https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2130f.pdf). Acesso em: 2 jun. 2020. 
COELHO, S. Aspectos jurı́dicos da avaliação em Saúde. Revista	Debates	GVsaúde, São Paulo, v. 2, segundo
semestre de 2006. Disponı́vel em:
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/debatesgvsaude/article/viewFile/34916/33698
(http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/debatesgvsaude/article/viewFile/34916/33698). Acesso em: 2
jun. 2020. 
ENCRINAS, C. G. Gestão	organizada: a chave para a eliminação do desperdı́cio – uma estratégia lucrativa com
baixo custo de implantação: sustentabilidade – e�iciência – economia – qualidade – saúde. Ribeirão Preto:
Tecmedd, 2004.
GRANDES PENSADORES: PLATA� O. [S.	 l.: s.	n.], 18 mar. 2015. 1 vı́deo (8 min). Publicado pelo canal Socratica
Português. Disponı́vel em: https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw
(https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw). Acesso em: 4 jun. 2020. 
IPOPBA. Doutor	da	medicina	com	estetoscópio	à	disposição	e	o	seguro	do	ícone	para	saúde... 2020. 1
�igura. Disponı́vel em: https://www.istockphoto.com/br/foto/doutor-da-medicina-com-o-
estetosc%C3%B3pio-%C3%A0-disposic%C3%A3o-e-o-seguro-do-%C3%ADcone-para-a-sa%C3%BAde-
gm1150208422-311278273 (https://www.istockphoto.com/br/foto/doutor-da-medicina-com-o-
estetosc%C3%B3pio-%C3%A0-disposic%C3%A3o-e-o-seguro-do-%C3%ADcone-para-a-sa%C3%BAde-
gm1150208422-311278273). Acesso em: 4 jun. 2020. 
LAASCH, O.; CONAWAY, R. N. Fundamentos	 da	 gestão	 responsável: sustentabilidade, responsabilidade e
ética. São Paulo: Cengage Learning, 2015.
LA TAILLE, Y. Formação	ética: do tédio ao respeito de si. Porto Alegre: Artmed, 2009.
MALTA, D. C.; JORGE, A. O. Modelos assistenciais na saúde suplementar: o caso de uma operadora de
autogestão. Ciência	&	Saúde	Coletiva, v. 13, n. 5, set./out., 2008, p. 1535-1542. 
http://www.revistaeticanosnegocios.org.br/2016/pdf/Revista_ed_13.pdf
http://www.revistaeticanosnegocios.org.br/2016/pdf/Revista_ed_13.pdf
https://blogdoibre.fgv.br/posts/importancia-da-melhoria-do-ambiente-de-negocios-no-brasil
https://blogdoibre.fgv.br/posts/importancia-da-melhoria-do-ambiente-de-negocios-no-brasil
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
http://www.inmetro.gov.br/qualidade/responsabilidade_social/iso26000.asp
https://www.anamt.org.br/portal/2012/03/04/portaria-ms-no-1-823-de-23-de-agosto-de-2012/
https://www.anamt.org.br/portal/2012/03/04/portaria-ms-no-1-823-de-23-de-agosto-de-2012/
http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico
http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico
http://www.ans.gov.br/aans/quem-somos/historico
https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2130f.pdf
https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2130f.pdf
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/debatesgvsaude/article/viewFile/34916/33698
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/debatesgvsaude/article/viewFile/34916/33698
https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw
https://www.youtube.com/watch?v=tL36cKPQzsw
https://www.istockphoto.com/br/foto/doutor-da-medicina-com-o-estetosc%C3%B3pio-%C3%A0-disposic%C3%A3o-e-o-seguro-do-%C3%ADcone-para-a-sa%C3%BAde-gm1150208422-311278273
https://www.istockphoto.com/br/foto/doutor-da-medicina-com-o-estetosc%C3%B3pio-%C3%A0-disposic%C3%A3o-e-o-seguro-do-%C3%ADcone-para-a-sa%C3%BAde-gm1150208422-311278273
https://www.istockphoto.com/br/foto/doutor-da-medicina-com-o-estetosc%C3%B3pio-%C3%A0-disposic%C3%A3o-e-o-seguro-do-%C3%ADcone-para-a-sa%C3%BAde-gm1150208422-311278273
https://www.istockphoto.com/br/foto/doutor-da-medicina-com-o-estetosc%C3%B3pio-%C3%A0-disposic%C3%A3o-e-o-seguro-do-%C3%ADcone-para-a-sa%C3%BAde-gm1150208422-311278273
https://www.istockphoto.com/br/foto/doutor-da-medicina-com-o-estetosc%C3%B3pio-%C3%A0-disposic%C3%A3o-e-o-seguro-do-%C3%ADcone-para-a-sa%C3%BAde-gm1150208422-311278273
https://www.istockphoto.com/br/foto/doutor-da-medicina-com-o-estetosc%C3%B3pio-%C3%A0-disposic%C3%A3o-e-o-seguro-do-%C3%ADcone-para-a-sa%C3%BAde-gm1150208422-311278273
MARIANO, S. R. H. Gestão	 em	 saúde: qualidade em serviços de saúde no consultório. Rio de Janeiro: AC
Farmacêutica, 2013.
MATOS, M. C. Serviço	social,	ética	e	saúde: re�lexões para o exercı́cio pro�issional. São Paulo: Cortez, 2014..
MOREIRA, L. F. A respeito de ética e �inanças. RAE-eletrônica, v. 1, n. 2, jul./dez. 2002. Disponı́vel em:
https://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf (https://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf).
Acesso em: 2 jun. 2020.
QUIZ SHOW – A VERDADE DOS BASTIDORES. Direção: Robert Redfort. Roteiro: Paul Attanasio e Richard N.
Goodwin (livro). Intérpretes: Ralph Fiennes, Rob Morrow, John Turturro, Martin Scorsese et	al. Hollywood:
Hollywood Pictures, 1994. 
RICARDI, L. M; SHIMIZU, H. E.; SANTOS, L. M. P. As Conferências Nacionais de Saúde e o processo de
planejamento do Ministério da Saúde. Saúde	 em	 debate, Rio de Janeiro, v. 41, n. especial 3, set. 2017.
Disponı́vel em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
11042017000700155&script=sci_arttext&tlng=pt (https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
11042017000700155&script=sci_arttext&tlng=pt). Acesso em: 5 jun. 2020. 
TAKASSU. Conceitos médicos, apoio seguro. 2020. 1 �igura. Disponı́vel em:
https://www.istockphoto.com/br/foto/conceitos-m%C3%A9dicos-apoio-seguro-gm948844784-259032697
(https://www.istockphoto.com/br/foto/conceitos-m%C3%A9dicos-apoio-seguro-gm948844784-
259032697). Acesso em: 4 jun. 2020. 
TISOTT, P. B. et	 al. Integração vertical nos sistemas de saúde suplementar de uma operadora de saúde na
modalidade de autogestão. Revista	 Gestão	 Industrial, Ponta Grossa, v. 12, n. 1, 2015. Disponı́vel em:
https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/view/3130/2570
(https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/view/3130/2570). Acesso em: 2 jun. 2020. 	
https://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf
https://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a05.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-11042017000700155&script=sci_arttext&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-11042017000700155&script=sci_arttext&tlng=pthttps://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-11042017000700155&script=sci_arttext&tlng=pt
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-11042017000700155&script=sci_arttext&tlng=pt
https://www.istockphoto.com/br/foto/conceitos-m%C3%A9dicos-apoio-seguro-gm948844784-259032697
https://www.istockphoto.com/br/foto/conceitos-m%C3%A9dicos-apoio-seguro-gm948844784-259032697
https://www.istockphoto.com/br/foto/conceitos-m%C3%A9dicos-apoio-seguro-gm948844784-259032697
https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/view/3130/2570
https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/view/3130/2570

Outros materiais