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Contabilidade Internacional

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CONTABILIDADE
INTERNACIONAL
CONTABILIDADE
INTERNACIONAL
CONTABILIDADE
INTERNACIONAL
CONTABILIDADE
INTERNACIONAL
GUILHERME TEODORO GARBRECHT
GUILHERME TEODORO GARBRECHT
Contabilidade internacional
Código Logístico
I000203
ISBN 978-65-5821-078-8
9 786558 210788
Contabilidade 
Internacional 
Guilherme Teodoro Garbrecht
IESDE BRASIL
2021
© 2021 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. 
Imagem da capa: Johnstocker/ Envato Elements
 rawpixel/Freepik 
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
G195c
Garbrecht, Guilherme Teodoro
Contabilidade internacional / Guilherme Teodoro Garbrecht. - 1. ed. - 
Curitiba [PR] : Iesde, 2021. 
130 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-5821-078-8
1. Contabilidade. 2. Finanças internacionais. 3. Contabilidade - Normas. 
4. Balanço (Contabilidade). I. Título.
21-73212 CDD: 657
CDU: 657
Guilherme Teodoro 
Garbrecht
Mestre em Contabilidade pela Universidade Federal 
do Paraná (UFPR). Especialista em Controladoria pela 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). 
Bacharel em Ciências Contábeis pela Fundação 
Educacional Machado de Assis (Fema). Atua como 
professor de graduação na modalidade presencial 
e a distância nos cursos de Administração, Ciências 
Contábeis, Comércio Exterior e Economia. Como 
professor de ensino superior, ministrou as disciplinas 
de Contabilidade Financeira e Societária, Contabilidade 
Internacional, Técnicas Avançadas de Custos, Gestão 
Financeira e Controladoria, Análise de Demonstrações 
Contábeis, entre outras. É autor de livros e de artigos 
científicos publicados em congressos e revistas 
científicas na área de contabilidade financeira e 
gerencial. Há mais de 20 anos atua em empresas nas 
áreas de contabilidade e controladoria.
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
1 Contabilidade no mundo 9
1.1 Necessidades informacionais em ambiente globalizado 9
1.2 Diferenças em sistemas contábeis internacionais 13
1.3 Vantagens e desvantagens no processo de harmonização 
 contábil 20
1.4 Principais órgãos no processo de harmonização 23
2 Harmonização contábil no Brasil 32
2.1 Processo de harmonização contábil no Brasil 33
2.2 Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 36
2.3 Alterações na Lei n. 6.404/1976 43
2.4 Normas emitidas no Brasil 47
3 Estrutura conceitual 52
3.1 Princípios contábeis no Brasil 53
3.2 Pronunciamento Conceitual Básico 59
3.3 Normas para apresentação das demonstrações contábeis 64
3.4 A profissão contábil e suas características 69
4 Bases de mensuração 74
4.1 Mensuração do valor presente 75
4.2 Mensuração do valor justo 81
4.3 Redução ao valor recuperável de ativos 85
4.4 Pronunciamento contábil para pequenas e médias empresas 91
5 Conversão de demonstrações contábeis 96
5.1 Aspectos teóricos e legislação aplicada 97
5.2 Transações em moeda estrangeira 100
5.3 Conversão das demonstrações contábeis 106
5.4 Aplicação do método da equivalência patrimonial 113
6 Resolução das atividades 120
7 Anexo 124
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Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
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gratuitamente em lojas de aplicativos.
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A globalização econômica trouxe profundas alterações nas 
relações entre países, proporcionando a circulação de produtos, 
serviços, pessoas e recursos financeiros entre as diversas 
economias mundiais. O comércio e a produção, antes locais, 
passaram a ser explorados internacionalmente, gerando grandes 
ganhos para as empresas e os países que efetivamente fizeram 
parte desse movimento.
A contabilidade também precisou se adaptar nesse contexto 
globalizado, pois as informações e os recursos econômicos 
passaram a circular em diferentes países, necessitando dessa 
forma de demonstração financeira que permite a análise e a 
comparabilidade das informações geradas por entidades em 
diferentes países. Surgiu, dessa forma, um movimento para 
elaborar e divulgar normas contábeis internacionais, aplicáveis 
em todos os países, tornando as informações elaboradas pela 
contabilidade comparáveis e acessíveis a todos os usuários, 
independentemente da língua de seu país.
Foi criado um organismo independente, o International 
Accounting Standards Committee (IASC), que passou a formular e 
a publicar normas contábeis aplicáveis no registro, na elaboração e 
na evidenciação das informações contábeis. O IASC foi incumbido 
de formular e difundir as normas contábeis internacionais, 
buscando a harmonização das diferentes normativas contábeis 
presentes nos países em uma base única de normas. As normas 
contábeis passaram a ser emitidas com a nomenclatura de 
International Financial Reporting Standards (IFRS).
Este livro busca apresentar como ocorreu o processo de 
convergência das normas contábeis brasileiras para as normas 
contábeis internacionais, evidenciando o caminho percorrido 
desde a criação de um organismo brasileiro para a emissão das 
normas, denominadas de pronunciamentos contábeis, até o seu 
efetivo uso por parte dos profissionais contábeis e das empresas 
brasileiras. O conteúdo aqui abordado não tem a presunção 
de apresentar todas as respostas sobre o processo realizado 
APRESENTAÇÃOVídeo
no Brasil para a adoção das normas internacionais e sobre os conteúdos 
presentes nas novas normas contábeis, mas pretende apresentar o caminho 
para que você possa buscar esse conhecimento. 
O livro está dividido em cinco capítulos, com quatro seções em cada 
um, organizados de modo a apresentar o processo inicial e histórico das 
normas internacionais até a emissão delas. O primeiro capítulo apresenta 
a evolução da necessidade informacional contábil e os principais atores 
envolvidos na elaboração e divulgação das normas internacionais. O segundo 
capítulo mostra como ocorreu o processo de convergência das normas 
contábeis aplicáveis no país para as normas internacionais, sendo descritas 
as alterações necessárias em termos de legislação, e a criação do Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC).
O terceiro capítulo traz os pronunciamentos emitidos pelo CPC que 
apresentam a estrutura conceitual para a elaboração das demonstrações 
contábeis e os elementos que necessariamente devem estar presentes nos 
relatórios contábeis elaborados pelas empresas brasileiras. Já o quarto capítulo 
aborda as bases de mensuração aplicáveis aos elementos das demonstrações 
contábeis, evidenciando com exemplos práticos os cálculos necessários para 
a sua aplicação. Por fim, o quinto capítulo discute o tratamento contábil 
das operações em moeda estrangeira, com exemplos do registro contábil de 
operações, como compra e venda etc., e da conversão de demonstrações 
contábeis emitidas em moeda diferente do real.
Esperamos que este livro consiga auxiliá-lo no entendimento do processo 
de adoção de normas contábeis internacionais no Brasil e instigue-o a 
continuar ampliando seus conhecimentos dentro da Contabilidade, que é 
dinâmica e em constante evolução.
Tenhauma boa leitura!
Contabilidade no mundo 9
1
Contabilidade no mundo
A Contabilidade passou por grandes modificações com a adoção das 
normas internacionais, um conjunto de diretrizes contábeis editadas 
pelo International Accounting Standards Boards (Iasb) com o objetivo de 
intensificar a transparência, a compreensão e a comparabilidade das 
informações financeiras divulgadas pelas organizações. O objetivo des-
te capítulo é explicar os motivos da elaboração de normas para serem 
utilizadas em diferentes países, apresentar as principais vantagens que 
a convergência das normas contábeis possibilita aos usuários das infor-
mações e, por fim, relatar os principais organismos internacionais encar-
regados da edição, divulgação e incentivo do uso de normas contábeis 
internacionais, ou seja, únicas. 
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
 • compreender o papel da Contabilidade como geradora de 
informações em ambientes globalizados;
 • entender os principais fatores que tornam as normas contá-
beis diferentes entre os países e os órgãos encarregados da 
emissão de normas internacionais;
 • conhecer as vantagens e desvantagens da adoção das nor-
mas internacionais de contabilidade; 
 • conhecer os organismos internacionais que contribuí-
ram para a emissão e divulgação de normas contábeis 
internacionais.
Objetivos de aprendizagem
.
1.1 Necessidades informacionais 
em ambiente globalizado Vídeo
A Contabilidade é uma ciência que pertence ao grupo das ciências 
sociais aplicadas, conforme denominação da Coordenação de Aper-
feiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão vinculado ao 
Ministério da Educação. Como área do conhecimento, as ciências so-
10 Contabilidade Internacional
ciais aplicadas “estudam os indivíduos e grupos sociais, seus comporta-
mentos individuais ou coletivos, tais como as empresas, as sociedades 
ou a economia de empresas ou de países” (BIROCHI, 2015, p. 37). As 
ciências aplicadas também chamadas de ciências práticas, são aque-
las nas quais o conhecimento científico, previamente consolidado por 
meio das ciências básicas, é aplicado a determinadas áreas, com o ob-
jetivo de ampliar o conhecimento empírico de certos fenômenos, como 
explica Birochi (2015), assim como, estudam os fenômenos sociais, tais 
como as organizações públicas e privadas, a cultura organizacional, as 
técnicas de liderança organizacional, entre outros assuntos da área. 
Como a Contabilidade está relacionada ao ambiente social, que por 
sua vez está sempre em constante evolução, ela tem sido fortemente 
influenciada pelo contexto em que se inserem as organizações e, con-
sequentemente, por diversos fatores, como práticas culturais, sociais, 
de valores, políticas, econômicas e outros elementos que caracterizam 
as sociedades, como explicam Dias Filho e Machado (2008). Sua cons-
tante evolução está alinhada ao seu conceito e principal objetivo: a ge-
ração de informações úteis para os seus usuários. A seguir, listamos o 
conceito de Contabilidade, abordado por diversos autores.
Quadro 1
Conceitos de Contabilidade
Autor Definição
Lopes de Sá 
(2010, p. 42)
“Contabilidade é a ciência que estuda os fenômenos patrimo-
niais, preocupando-se com realidades, evidências e compor-
tamentos dos mesmos, em relação à eficácia funcional das 
células sociais. Preocupa-se com registros, demonstrações, 
revisão, apurações de resultados, de custos, etc., ou seja, 
compromete-se com a informação e a adequação de evidên-
cias numéricas de fatos patrimoniais.”
Iudícibus 
(2009, p. 7)
“O objetivo básico da Contabilidade [...] pode ser resumido 
no fornecimento de informações econômicas para os vários 
usuários, de forma que propiciem decisões racionais.”
Iudícibus – Organiza-
dor (2019, p. 1)
“A Contabilidade é uma ciência social aplicada, com meto-
dologia especialmente concebida para captar, registrar, acu-
mular, resumir e interpretar os fenômenos que afetam as si-
tuações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer 
ente, seja pessoa física, entidade de finalidade não lucrativa 
ou empresa.”
Marion 
(2020, p. 4)
“A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de 
informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora 
da empresa.”
Fonte: Elaborado pelo autor.
Contabilidade no mundo 11
De acordo com os autores citados, a Contabilidade registra as muta-
ções ocorridas no patrimônio das organizações, objetivando a geração 
de informações para os seus diversos usuários. Cada grupo de usuários, 
seja interno ou externo, tem seus respectivos interesses e utilizam as 
informações para subsidiar suas tomadas de decisões. Com as trans-
formações sociais e econômicas e, consequentemente, a globalização 
econômica, a geração de informações e os demonstrativos contábeis 
passaram a ser uma importante necessidade dos principais usuários da 
Contabilidade, como investidores, credores, fornecedores dentre outros.
Os mercados econômicos passaram a não ter fronteiras, com me-
nos restrições à produção e comercialização de bens e serviços, pas-
sando de atividades estritamente locais para atividades sem fronteiras 
definidas, podendo sua produção e consumo ser realizada em qual-
quer país do mundo. Choi e Muller (1992), citados por Schmidt, Santos 
e Fernandes (2010, p. 2) explicam que “essa forma de organização de 
negócios transfere tecnologia a todo o globo, angaria capital onde ele é 
mais barato, frequentemente produz onde os custos são mais baixos e 
desenvolve mercados onde as pessoas comprarão seus produtos e ser-
viços”. Os autores complementam indicando que expressivos fluxos de 
capitais ingressam nos países e que as empresas aumentam sua capta-
ção de recursos no exterior.
Outro aspecto importante é a globalização da informação, que 
democratiza o acesso a todo tipo de informação sobre mer-
cados, economias, empresas e dados financeiros das 
organizações. A internet permite que pessoas físicas 
e jurídicas consultem demonstrativos contábeis e 
mantenham comunicação com entidades em qual-
quer país, proporcionando interação e a circulação 
de informações, que acompanham a circulação 
financeira, buscando melhores investimentos e 
oportunidades de negócios. 
Neste cenário econômico, a informação con-
tábil também precisa ser global, com informações 
que possam ser lidas e assimiladas independente-
mente da localização das pessoas e organizações. Ape-
sar da barreira das diferentes línguas existentes no mundo, 
a forma que as operações devem ser registradas e, posteriormente, 
evidenciadas nas demonstrações contábeis precisam ser únicas, res-
globalização: integra-
ção entre os mercados 
produtores e consumi-
dores de diversos países 
graças ao desenvolvimento 
e barateamento dos 
custos de transporte, aos 
importantes avanços tec-
nológicos dos meios de co-
municação, que reduziram 
significantemente o tempo 
e a distância (rede de com-
putadores, satélites etc.), e 
ao surgimento e à ação de 
empresas multinacionais, 
integrando as economias 
e tornando o mundo um 
mercado único imenso 
(MICHAELIS, 2021).
Glossário
Figura 1
Globalização e circulação 
de recursos financeiros
Panuwatccn/Shutterstock
12 Contabilidade Internacional
peitando as particularidades existentes em cada país, como as diver-
sas formas de tributação. 
O processo de globalização apresentou a necessidade de harmoni-
zação das normas contábeis, aplicando o mesmo conjunto de diretrizes 
em todo o mundo. Por conta disso, no início dos anos 1970, foi criado 
um organismo internacional com o objetivo de produzir normas contá-
beis a serem aplicadas em todos os países e que sejam supranacionais, 
como descrevem Lemes e Carvalho (2010). 
As normas contábeis internacionais objetivam, de acordo com o 
Pronunciamento Conceitual Básico (CPC, 2019):
Contribuir para a transparência da informação, ao 
melhorar a comparabilidade internacional e a qua-
lidade de informações financeiras, permitindo que 
os investidores e outros participantes do merca-
do tomem decisões econômicas fundamentadas;I
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Reforçar a prestação de contas, reduzindo a lacu-
na de informações entre os provedores de capital 
e as pessoas a quem confiaram o seu dinheiro;
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Sh
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rs
to
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Ser utilizada como fonte de informações mundial-
mente comparáveis, sendo de vital importância 
para os reguladores em todo o mundo; 
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Sh
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Contribuir para a eficiência econômica, ajudan-
do os investidores a identificar oportunidades 
e riscos em todo o mundo, melhorando assim a 
alocação de capital; 
gr
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Diminuir o custo de capital e reduzir os custos 
de relatórios internacionais, com o uso de uma 
linguagem de Contabilidade única e confiável 
derivada dos Pronunciamentos Contábeis 
internacionais.Ih
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Contabilidade no mundo 13
As demonstrações contábeis elaboradas segundo os preceitos das 
normas internacionais são utilizadas para a tomada de decisões econô-
micas, por exemplo, como decidir quanto comprar, manter ou vender 
um investimento, pois prezam pela qualidade dos registros contábeis e 
pela correta evidenciação dos elementos do patrimônio das organiza-
ções. Essas são elaboradas com a mesma linguagem contábil, permitin-
do a comparação dos resultados entre entidades de diferentes países.
Além desses objetivos, Lagioia (2011) também aponta para: (i) o 
uso na avaliação da administração quanto à responsabilidade que lhe 
tenha sido conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de 
contas; (ii) a avaliação da capacidade da entidade de pagar seus credo-
res, dando segurança quanto à recuperação dos recursos financeiras 
emprestados à entidade; (iii) a determinação da distribuição de lucros 
e dividendos; dentre outros.
1.2 Diferenças em sistemas 
contábeis internacionais Vídeo
Os sistemas contábeis desenvolveram-se de diferentes formas ao re-
dor do mundo e múltiplos fatores podem ser apontados como influen-
ciadores dessas diferenças. Esses fatores têm parcela significativa de 
responsabilidade no desenvolvimento da Contabilidade, de modo que 
são a causa de métodos contábeis distintos entre os países. 
Acerca disso, Niyama (2010) explica que a linguagem contábil não 
é homogênea em termos internacionais, cada país adota práticas con-
tábeis próprias, desse modo, geram informações e relatórios diferen-
tes, para operações e registros similares. Essa falta de uniformidade 
dificulta o entendimento dos números elaborados pelas organizações, 
limitando seu uso dentro do país ou necessitando que o usuário da 
informação contábil tenha o conhecimento das práticas aplicadas pela 
Contabilidade em cada um dos países onde precisa analisar os relató-
rios evidenciados pelas empresas.
Diversos autores elencaram as causas das diferenças internacionais 
das práticas contábeis, as quais serão descritas no Quadro 2, com base 
na pesquisa realizada por Niyama (2010):
O livro Contabilidade 
internacional, escrito por 
Jorge Katsumi Niyama, é 
uma obra pioneira e ampla 
no estudo desta área. 
Obra principal da temática 
e leitura obrigatória para 
compreensão e aprofun-
damento do processo de 
adoção das normas inter-
nacionais de Contabilidade, 
apresentando as principais 
diferenças que existiam 
na forma de contabiliza-
ção entre os países e as 
alterações feitas para que 
as normas convergissem 
para um conjunto único e 
internacional.
2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
Livro
14 Contabilidade Internacional
Quadro 2
Causas das diferenças internacionais na Contabilidade
Fatores Descrição Autores
Si
st
em
a 
le
ga
l
Características do sistema legal
Radebaugh e Gray (1993); Nobes 
(1998); Belkaoui (2000); B. Elliot e 
J. Elliot (2002); Saudagaran (2004)
Fo
nt
es
 d
e 
fi
na
nc
ia
m
en
to
Fontes de obtenção dos recursos 
financeiros; tipos de mercado de 
capitais
Radebaugh e Gray (1993); Nobes 
(1998); B. Elliot e J. Elliot (2002); 
Saudagaran (2004)
In
fl
uê
nc
ia
 g
ov
er
na
m
en
ta
l
Relacionamento entre o fisco e a 
Contabilidade
B. Elliot e J. Elliot (2002)
Nível de inflação
Radebaugh e Gray (1993); Nobes 
(1998); Saudagaran (2004)
Regulamentação da estrutura 
contábil
Radebaugh e Gray (1993)
Tributação
Radebaugh e Gray (1993); Nobes 
(1998)
Sistema político
Radebaugh e Gray (1993); 
Belkaoui (2000); Nobes (1998)
Pr
ofi
ss
ão
 
co
nt
áb
il Influência e o status da profissão 
contábil
Radebaugh e Gray (1993); Nobes 
(1998); B. Elliot e J. Elliot (2002); 
Saudagaran (2004)
Qualidade da educação contábil Nobes (1998); Saudagaran (2004) 
D
es
en
vo
lv
im
en
to
 
co
nt
áb
il
Nível de desenvolvimento da teo-
ria da Contabilidade/arcabouço 
teórico e conceitual
Nobes (1998); B. Elliot e J. Elliot 
(2002); Saudagaran (2004) 
Critérios de estrutura e apresen-
tação de demonstrações contá-
beis
Saudagaran (2004)
Pesquisa na área contábil Radebaugh e Gray (1993)
D
es
en
vo
lv
im
en
to
 
ec
on
ôm
ic
o
Tipos de empresas; estrutura das 
empresas
Radebaugh e Gray (1993); Sauda-
garan (2004); 
Vinculação econômica e política 
com outros países
Saudagaran (2004)
Fatores internacionais Radebaugh e Gray (1993)
Crescimento e desenvolvimento 
econômico; nível de atividade em-
presarial
Radebaugh e Gray (1993); Nobes 
(1998); Belkaoui (2000)
(Continua)
Contabilidade no mundo 15
Fatores Descrição Autores
O
ut
ro
s 
fa
to
re
s
Acidentes de história (Por exem-
plo: Segunda Guerra Mundial e 
ocupação de países)
Nobes (1998); B. Elliot e J. Elliot 
(2002)
Cultura; ambiente social
Radebaugh e Gray (1993); Nobes 
(1998)
Linguagem (algumas linguagens 
mais conhecidas que outras)
Nobes (1998); B. Elliot e J. Elliot 
(2002)
Herança de colonização; geogra-
fia; religião
Nobes (1998)
Fonte: Adaptado de Niyama (2010).
Podemos observar no Quadro 2 que o sistema legal, as fontes de fi-
nanciamentos, a influência governamental, o desenvolvimento da pro-
fissão e das normas contábeis, são fatores ressaltados pela maioria dos 
autores. Neste contexto, Radebaugh, Gray e Black (2006) organizaram 
os fatores que influenciaram a Contabilidade e, com isso, propuseram 
o diagrama apresentado a seguir.
Figura 2
Causas das diferenças no desenvolvimento da Contabilidade
Fonte: Santos, Cia e Cia, 2011, p.360.
Pa
nu
wa
tc
cn
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ck
Valores sociais e 
nacionais (ética, 
capitalismo, religião)
Direito Romano (> 
regulação) x Direito 
Consuetudinário 
(US e UK)
Em hiperinflação 
surgiram sistemas 
alternativos ao 
custo histórico
Agrícola x industrial x serviços: p. 
ex. > ou < importância dos ativos 
intangíveis
Cultura
Regulação contábil
Sistema Legal
Inflação
Crescimento e 
Desenvolvimento 
Econômico
Influência das UN, OECD, EU na harmonização da 
Contabilidade internacional
Fatores 
internacionais
Sistemas contábeis
Tributação
Profissão contábil
Clima social
Atitudes em relação à 
transparência, ética e 
responsabilidade ambiental
Sistema político
Filosofia e objetivos 
políticos: planejamento 
central x empresas 
privadas
Propriedade da 
empresa
Propriedade pulverizada x propriedade 
familiar: nível de accountability e 
disclousure
Atividades da empresa
Mercados financeiro e 
de capitais
Tributação
Profissão contábil
Educação e pesquisa 
contábil
Vinculação (França e 
Alemanha) ou não (US 
e UK) da Contabilidade 
aos interesses do fisco
Existência ou não de 
sólida infraestrutura de 
educação e pesquisa 
contábil
Nível de desenvolvimento 
da profissão contábil
Educação e Pesquisa 
Contábil
Acionistas externos x 
bancos x famílias: nível de 
accountability e disclousure
Agrícola x industrializada
Grandes grupos x pequenas 
empresas
16 Contabilidade Internacional
Os autores indicam que o desenvolvimento do sistema contábil 
ocorreu de maneira distinta nos países, influenciados pela sua ocupa-
ção territorial e colonização, da formação do seu sistema legal, do seu 
desenvolvimento econômico, dentre outros fatores, evidenciando, des-
sa forma, que a Contabilidade foi sendoformada absorvendo caracte-
rísticas do meio no qual ela está inserida. Na sequência, explicaremos 
os principais fatores que motivaram as diferenças na Contabilidade.
Tipo de sistema legal
Shamsullah khan/Shutterstock
Os sistemas legais adotados pelos países podem ser classificados 
em duas correntes: (i.) Common Law ou direito consuetudinário; e (ii.) 
Code Law ou sistema codificado. Niyama (2010) explica que essas estru-
turas legais são capazes de influenciar o comportamento e o direciona-
mento que um país pode assumir, com reflexos nas práticas contábeis 
e no desenvolvimento da profissão contábil.
O sistema legal baseado no common law (direito consuetudinário)
é o direito com caráter anglo-saxão, predominante na Grã-Bretanha, 
Estados Unidos, Canadá, Austrália, entre outros países, que tem como 
principal característica o fato de não ser codificado (não existe código 
civil ou código penal), sendo que sua aplicação é mais objetiva e as re-
gras vão se desenvolvendo conforme avançam as complexas relações 
na sociedade (PANTOJA, 2019). As demonstrações contábeis são elabo-
radas dentro de uma visão justa e verdadeira (true and fair value), com 
tendência de serem mais transparentes para os acionistas, tendo como 
principal fonte de financiamento das empresas o mercado de capitais.
O sistema legal baseado no code law é predominante em países 
como Alemanha, França e Japão, esse é caracterizado pelo elevado 
grau de detalhamento das regras a serem cumpridas. De acordo com 
Carmo, Ribeiro e Carvalho (2011, p. 244), a Contabilidade dos países de 
code law é
caracterizada por uma orientação legalista, com evidenciação so-
mente do que a lei determina, com alinhamento entre a Conta-
bilidade financeira e fiscal, com bancos e outros credores como 
fontes mais significativas de financiamento e informação desti-
nada principalmente para atender ao fisco e demais credores 
por empréstimos. 
Agora, vamos conhecer o segundo fator que motivou as diferenças 
na Contabilidade.
https://www.aurum.com.br/blog/codigo-penal-brasileiro/
Contabilidade no mundo 17
Fontes de financiamentos
Pensiri/Shutterstock
As empresas podem se financiar com recursos obtidos junto às ins-
tituições financeiras, credores, lançamento de debêntures, mercados 
de capitais, dentre outras fontes. As formas como as empresas obtêm 
seus financiamentos podem interferir na elaboração e evidenciação 
requeridas pelas demonstrações contábeis, para atender aos diversos 
usuários da informação contábil. Niyama (2010, p. 26, grifos nossos) 
explica que “se um país tem características voltadas para financiar suas 
empresas com recursos oriundos do mercado acionário, tenderá a 
apresentar suas demonstrações contábeis contemplando informações 
que privilegiem seu usuário mais importante, seus acionistas”.
Caso a principal fonte de financiamento das empresas sejam recur-
sos oriundos de instituições bancárias, as informações contábeis irão 
privilegiar a necessidade informacional desses credores. Em países em 
que predomina o crédito bancário ou fontes governamentais, Wal-
ton, Haller e Raffournier (2003) indicam que há um nível relativamente 
fraco de exigências de evidenciação contábil. Nesses países, a transpa-
rência da situação das empresas não é o objetivo principal, mas a apu-
ração de lucro de forma conservadora, com a tendência de subavaliar 
os ativos e supervalorizar os passivos. 
Em países com mercados de capitais bem desenvolvidos, a necessida-
de de transparência é maior, refletindo dessa forma na evidenciação con-
tábil, que objetiva elaborar e apresentar demonstrações contábeis que 
reflitam a substância econômica das organizações (SAUDAGARAN, 2004).
A seguir, vamos conhecer o terceiro fator que motivou as diferenças 
na Contabilidade.
Influência governamental
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Os órgãos governamentais têm interesse na arrecadação de tribu-
tos e, para isso, estabelecem critérios ou percentuais definidos para 
questões tributárias, como o registro de despesas e receitas, como 
indica Niyama (2010). Esses critérios estabelecidos na legislação tri-
butária interferem diretamente nos aspectos contábeis e respectivas 
demonstrações financeiras elaboradas pela Contabilidade. 
debêntures: títulos de 
dívida emitidos pelas 
empresas e que conferem 
aos seus titulares direito 
de crédito contra ela, nas 
condições constantes da 
escritura de emissão e, se 
houver, do certificado. As 
empresas emitem debên-
tures com o objetivo de 
captação de recursos para 
fazer frente às suas neces-
sidades de financiamento.
Glossário
18 Contabilidade Internacional
Martins et al. (2017) indicam que a legislação tributária brasileira 
exerceu forte influência sobre a contabilidade, regulando seus limites e 
critérios a serem adotados em questões fiscais. Essas questões fiscais 
e tributárias trouxeram tanto contribuições para o desenvolvimento da 
área quanto limitou a evolução dos Princípios Fundamentais de Conta-
bilidade 1 , pois a Contabilidade é feita, na maioria das empresas, para 
o atendimento das questões fiscais. Em países que estabelecem regras 
independentes para propósitos fiscais e para o registro e evidenciação 
das demonstrações contábeis, a informação gerada pela Contabilidade 
é destinada para os usuários externos, que possuem necessidades dis-
tintas da administração tributária (NIYAMA, 2010).
Acompanhe a seguir o quarto fator que motivou as diferenças na 
Contabilidade.
Desenvolvimento da profissão e das normas contábeis
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O desenvolvimento da Contabilidade e da própria profissão contábil 
influenciam na forma como as normas contábeis são elaboradas e na 
informação evidenciada nos relatórios contábeis. Klann, Beuren e Hein 
(2009) explicam que em países nos quais a profissão contábil conta 
com um status mais elevado e, portanto, com uma influência maior nas 
práticas contábeis, a qualidade das demonstrações contábeis é ineren-
te e respeitada, aumentando a confiabilidade delas perante os usuários 
da informação contábil.
Em ambientes nos quais a profissão contábil tem menor relevância, 
Saudagaran (2004) relata que a qualidade das demonstrações contábeis 
é questionada, sendo consideradas menos confiáveis e independentes, 
em comparação com ambientes onde a profissão contábil apresenta-
-se mais desenvolvida. Niyama (2010) observa os países nos quais o 
mercado de capitais é sólido e atuante, assim, os usuários da Contabili-
dade demandam informações elaboradas sob a ótica da tempestivida-
de e confiabilidade. Logo, nesses países, a interferência governamental 
é menor, o que permite o desenvolvimento da profissão contábil e sua 
autorregularão, ou seja, os representares dos profissionais contábeis 
(conselhos e órgãos de classe) são responsáveis pela edição dos pa-
drões contábeis, de auditoria e de credenciamento profissional.
Finalmente, apresentamos outros fatores que motivaram as dife-
renças na Contabilidade.
Os Princípios Fundamen-
tais de Contabilidade re-
presentam a essência das 
doutrinas e teorias relativas 
à ciência da Contabilidade, 
consoante o entendimento 
predominante nos univer-
sos científico e profissional 
de nosso país. Concernem, 
pois, à Contabilidade no 
seu sentido mais amplo de 
ciência social, cujo objeto é 
o patrimônio das entidades 
(Conselho Federal de 
Contabilidade, Resolução 
CFC 1.282/2010).
1
Contabilidade no mundo 19
Outros fatores
 Ifa_studio/Shutterstock
São citados também como fatores que motivaram as diferenças nos 
sistemas contábeis utilizados nos países o nível de qualidade da educa-
ção, o nível de desenvolvimento da teoria contábil, a estrutura empre-
sarial e tipos de empresas, dentre outros fatores. 
Em países que apresentam elevada qualidade da educação e longa tra-
dição contábil, o sistema pode apresentar maior desenvolvimento, gerando, 
dessa forma, informações contábeis mais fidedignas da realidade econômi-
ca das organizações. A qualidade da educação contábil fortalece o desen-
volvimento do profissional contábil, pormeio disso, a sua valorização ao 
deixar de ser uma atividade de escrituração fiscal, passa a ser uma fonte de 
informações que subsidiam a tomada de decisões nas organizações. 
Esse cenário de fortalecimento da profissão contábil, conforme Niya-
ma (2010), contribui para a existência de uma estrutura conceitual e teó-
rica da Contabilidade, capaz de influenciar a edição de normas contábeis 
menos suscetíveis às interferências governamentais. O autor reforça que 
em ambientes nos quais a prática contábil é menos aberta à inovações e 
as demonstrações contábeis não objetivam atender usuários externos, 
como investidores, credores, fornecedores, o arcabouço teórico tem um 
campo menos fértil para a sua atuação. No entanto, nos países os quais 
utilizam o modelo anglo-saxão, gerando informações contábeis para os 
usuários externos, a profissão contábil tem delegação de poder e com-
petência para formular normas e padrões, estabelecendo dessa forma, 
o arcabouço conceitual teórico da Contabilidade.
Outro fator apontado como influenciador da criação de sistemas 
contábeis diferentes é a estrutura empresarial, em que países de-
senvolvidos e aqueles em desenvolvimento tendem a apresentar gran-
des corporações, com seu capital listado em bolsas de valores, o que 
gera interessados na realização de investimentos nas empresas, que 
por sua vez estão interessados em buscar informações econômico-fi-
nanceiras das organizações (NOBES, 1998; BELKAOUI, 2000; WALTON, 
2003; SAUDAGARAN, 2004). 
Em países com estrutura empresarial menos complexa, Niyama 
(2010) ressalta que seja razoável supor que esses apresentam a neces-
sidade de demonstrações contábeis pouco exigentes, pois o mercado 
de capitais menos atuante demandará menor procura pelas informa-
ções contábeis, por parte de investidores.
1.3 Vantagens e desvantagens no processo 
de harmonização contábil Vídeo
As diferentes práticas contábeis representam obstáculos para as 
empresas em suas negociações ou atividades profissionais, como 
a limitação ao acesso aos recursos dos mercados financeiros de 
outros países ou, inclusive, encarecendo os custos de elaboração, 
análise e controle das informações financeiras e contábeis. Com 
isso, o processo de convergência das normas contábeis brasileiras 
às internacionais foi realizado por meio de um processo de harmo-
nização no qual apresentam-se as principais vantagens e dificulda-
des na implantação e uso desse conjunto de normas. 
Segundo Madeira, Silva e Almeida (2004), o processo de harmo-
nização contábil caracteriza-se por alterações nos sistemas e nor-
mativas contábeis, promovidas em conjunto por diferentes países, 
porém, mantendo as particularidades e características inerentes 
a eles. 
A harmonização é um processo diferente de padronização, que 
objetiva unificar e criar padrões, determinar um modelo e uma sis-
tematização das normas contábeis. A harmonização contábil ob-
jetiva eliminar as diferenças entre as demonstrações contábeis, 
permitindo a comparabilidade das informações geradas e a utili-
zação de uma mesma linguagem para a evidenciação das práticas 
contábeis, mas respeitando as particularidades de cada país, como 
as diferenças em questões tributárias.
Figura 3
Comparação de informações
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2020 Contabilidade InternacionalContabilidade Internacional
Contabilidade no mundo 21
A adoção das normas internacionais de Contabilidade apresenta vantagens e desvantagens 
para os países, as empresas e os usuários da informação contábil. A seguir, são descritas algu-
mas dessas vantagens, essas de acordo com Madeira, Silva e Almeida (2004); Bueno e Lopes 
(2005) citados por Rocha (2006); Niyama (2010); Padoveze, Benedicto e Leite (2012).
A utilização de normas contábeis internacionais incentiva os investimentos 
estrangeiros, pois as análises das demonstrações contábeis por parte dos 
investidores tornam-se facilitadas com o uso de procedimentos contábeis 
amplamente divulgados e utilizados em diversos países.
As empresas multinacionais têm o seu custo reduzido na gestão dos sistemas 
contábeis nos diferentes países, pois utilizam a mesma base de normas e 
regulamentos.
Ocorre a redução dos custos operacionais na elaboração de demonstrações 
contábeis individuais e consolidadas, que requerem menos ajustes para serem 
comparáveis com as demonstrações de outros países. A simplificação do 
processo de consolidação das demonstrações contábeis melhora a tomada de 
decisão por parte de gestores.
A auditoria das demonstrações contábeis tem seus trabalhos facilitados, o que 
possibilita a redução de seus custos, com a harmonização de normas contábeis 
internacionais.
Aumento da transparência, da compreensão e da comparabilidade das 
informações divulgadas em diferentes mercados financeiros. A comunicação 
da empresa com seus usuários externos é facilitada pelo uso das normas 
internacionais.
Redução de riscos de investimentos e de custos de obtenção do capital, como 
resultado de informações transparentes e comparáveis de alta qualidade.
Incentivo para abertura de capital em outros países, com a utilização de 
informações contábeis elaboradas com o uso de normas internacionais 
unificadas.
O processo de educação e ensino da Contabilidade poderá ser facilitado, com 
estudantes podendo circular entre países, com o aprendizado de normas 
internacionais aplicáveis em múltiplas regiões.
Os profissionais da área contábil poderão ter acesso a outros mercados 
de trabalho e atuação em empresas de outros países ou transferência de 
colaboradores entre subsidiárias de empresas multinacionais.
Facilidade dos trabalhos das administrações tributárias nacionais, com relação 
as empresas estrangeiras, por meio da uniformização da mensuração dos lucros 
tributáveis (reconhecimento de receitas e despesas).
Identificação da posição estratégica que uma empresa ocupa em seu 
setor econômico, no âmbito internacional, com a comparabilidade de suas 
demonstrações contábeis com os divulgados por outras empresas.
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22 Contabilidade Internacional
Dentre as vantagens citadas, o movimento de fluxos econômicos, 
a redução de custos de elaboração e a divulgação de informações 
contábeis são citados pela maioria dos autores. Com demonstrações 
contábeis sendo elaboradas com normas contábeis comuns entre os 
países, a comparabilidade das informações divulgadas pelas empresas 
estende-se para além das fronteiras do próprio país, permitindo a aná-
lise e comparação entre as empresas de diferentes países, auxiliando 
dessa forma, na alocação dos fluxos de recursos econômicos e os in-
vestimentos realizados por elas. O uso de uma base normativa contábil 
internacional facilita o registro das operações contábeis, a elaboração 
de demonstrações e as auditorias contábeis, o que pode ocasionar re-
dução de custos nesses respectivos processos, bem como a circulação 
de profissionais contábeis entre empresas de países diferentes.
A convergência contábil para as normas internacionais também 
apresenta dificuldades e desvantagens para os países, empresas e pro-
fissionais da área contábil, citadas pelos autores Nobes e Parker (2002), 
Saudagaran (2004) e Niyama (2010). As desvantagens relacionadas são, 
entre outras, as descritas a seguir.
Os cursos de Ciências Contábeis precisam passar por uma revisão 
em seus currículos, para contemplar as normas internacionais de 
Contabilidade em suas disciplinas, resultando, então, na uniformização 
dos currículos dos cursos.
Com a harmonização contábil, os contadores e auditores poderiam 
atuar profissionalmente em outros países, mas, é necessário um 
processo de credenciamento e autorização, o que esbarra nas 
legislações trabalhistas dos países, que dificultam essa integração e 
intercâmbio.
Em países que a autoridade tributária é uma forte influência na 
emissão das normas e regulamentação contábil, a Contabilidade é 
muito influenciada pelos critérios fiscais, o que dificulta a adoção de 
normativas que retratem a realsituação econômico-financeira das 
organizações, pois necessita seguir padrões pré-estipulados que levam 
em conta os interesses do Estado. 
A defesa de padrões contábeis nacionais é outro fator citado como 
dificultoso, tendo em vista questões políticas e defesa dos interesses 
individuais dos países, entendendo que a adoção de tais normativas 
leva a perda da identidade própria do país.
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Contabilidade no mundo 23
Apesar das dificuldades e desvantagens elencadas, é inegável que 
a adoção de normas internacionais proporciona ganhos para os pro-
fissionais e empresas, produzindo informações comparáveis e que 
refletem adequadamente a situação das organizações. E mesmo as 
particularidades de cada país, como as relacionadas às questões tribu-
tárias, apontadas como fator que dificulta a adoção das normas, são 
observadas e preservadas, de modo que cada país tenha as suas regras.
1.4 Principais órgãos no processo 
de harmonização Vídeo
Para a condução do processo de criação de normas de uso comum 
entre os países, foi também necessária a criação de um organismo es-
pecífico o qual concentrou os esforços iniciais, sendo esse posterior-
mente auxiliado por outros órgãos representativos da classe contábil, 
em âmbito mundial. Em 1973, foi criado um organismo internacional 
com o propósito de produzir normas contábeis internacionais, apli-
cadas pela Contabilidade em todos os países, consideradas suprana-
cionais, como explicam Lemes e Carvalho (2010). O organismo criado 
na década de 1970 para formular e difundir as normas internacionais 
é o International Accounting Standards Committee (Iasc). Junto a ele, 
outros órgãos também discutem e promovem as normas emitidas. A 
seguir, são descritas as características e objetivos dos principais órgãos 
reguladores das normas internacionais de Contabilidade.
1.4.1 International Accounting 
Standards Committee (Iasc)
Em 1973, os organismos profissionais de Contabilidade da Austrá-
lia, Canadá, França, Alemanha, Japão, México, Holanda, Reino Unido/
Irlanda e Estados Unidos formaram o Iasc, traduzido para Comitê de 
Normas de Contabilidade Internacional. Padoveze, Benedicto e Leite 
(2012, p. 39) apresentam os objetivos do Iasc, sendo esses o de:
formular e publicar no interesse público normas contábeis a 
serem cumpridas na apresentação das demonstrações contá-
beis e promover mundialmente sua aceitação e cumprimento.
Trabalhar pela melhoria e harmonização das regulamentações, 
normas contábeis e procedimentos referentes às demonstra-
ções contábeis.
Para conhecer mais o 
International Accouting 
Standards Committee 
(Iasc) acesse a homepage 
oficial desse organismo. 
Disponível em: https://www.
iasplus.com/en/resources/ifrsf/
history/resource25. Acesso em: 
22 jun. 2021.
Site
https://www.iasplus.com/en/resources/ifrsf/history/resource25
https://www.iasplus.com/en/resources/ifrsf/history/resource25
https://www.iasplus.com/en/resources/ifrsf/history/resource25
24 Contabilidade Internacional
Entre 1973 e 2001, foram emitidas normas denominadas de Inter-
national Accounting Standards (IAS), conhecidas como Normas Interna-
cionais de Contabilidade. Em 2001, uma nova estrutura organizacional 
foi criada, denominada de International Accounting Standards Board 
(Iasb), ou seja, Junta de Normas Internacionais de Contabilidade, que 
passou a definir e emitir as normas internacionais de Contabilidade 
denominadas a partir dessa data de International Financial Reporting 
Standards (IFRS).
O Iasb é um órgão emissor de normas contábeis independente que 
tem como objetivo desenvolver, com base em princípios claramente ar-
ticulados, um conjunto único de normas de Contabilidade de alta quali-
dade, compreensíveis, exequíveis e aceitáveis globalmente (CFC, 2021). 
O Iasb passa a ser subordinado à IFRS Foundations (Fundação IFRS), que
é uma organização independente, de caráter privado, sem fins 
lucrativos, operando para servir os interesses públicos. A go-
vernança e o devido processo são desenvolvidos para manter 
a definição e emissão de normas independentes de interesses 
especiais enquanto garante transparência às partes interessadas 
em todo o mundo (IFRS, 2017, p. 3). 
A IFRS tem a seguinte estrutura:
Figura 4
Estrutura da IFRS
Emissão 
de Normas 
Independentes
O Conselho de Normas Internacionais de 
Contabilidade é a organização que define as normas, 
constituída de especialistas com diversos históricos 
profissionais e de diversas regiões geográficas.
Governança
O Conselho Curador é responsável pela governança 
e supervisão do Conselho, promovendo as Normas 
IFRS e assegurando as fontes geradoras de receitas 
da organização.
Pública
A organização é supervisionada por um Conselho de 
Monitoramento constituído por autoridades públicas, 
tais como reguladores do mercado financeiro.
Fonte: IFRS, 2017, p. 3.
Contabilidade no mundo 25
Lemes e Carvalho (2010, p. 4) explicam que “as normas internacio-
nais IFRS buscam obedecer a PRINCÍPIOS e evitam ser REGRAS – estas 
são mais passíveis de burlar, e princípios, não”. Na aplicação dessas 
normas, é necessário o julgamento profissional dos responsáveis pela 
preparação das demonstrações financeiras e de seus auditores, pois 
as normas evitam atuar como regras e necessitam do enquadramento 
dos fenômenos econômicos nas IFRS.
No processo de desenvolvimento das normas, inicialmente, há a 
determinação da agenda, que é uma consulta ao público com relação 
ao plano técnico de trabalho a cada cinco anos. Na etapa seguinte, 
pesquisas são realizadas para avaliar possíveis problemas contábeis, 
desenvolver prováveis soluções e decidir se a definição de normas é 
necessária. Tendo por base as pesquisas, contribuições e propostas 
encaminhadas por meio da consulta pública, é elaborada uma minuta 
de exposição e rediscussão dos principais pontos da norma, para pos-
terior finalização. Após a implementação revisões de novas normas são 
realizadas e, se necessário, alterações são propostas e novas consultas 
públicas realizadas, reiniciando o processo de estudo e definição de 
novas normas. 
1.4.2 International Federation of Accountants (Ifac)
A International Federation of Accountants (Ifac) foi fundada em 7 de 
outubro de 1977, em Munique, Alemanha, no 11º Congresso Mundial 
de Contadores, para fortalecer globalmente a profissão de Contabilida-
de no interesse público (IFAC, 2021), com os objetivos de:
 • desenvolver padrões internacionais de alta qualidade em audi-
toria e garantia, Contabilidade do setor público, ética e educação 
para contadores profissionais e apoiar sua adoção e uso;
 • facilitar a colaboração e cooperação entre seus órgãos membros;
 • colaborar e cooperar com outras organizações internacionais; e
 • atuar como porta-voz internacional da profissão contábil.
O quadro da Ifac inclui 180 membros e associados, em 135 países e 
jurisdições em todo o mundo e, conforme explica Niyama (2010), tra-
ta-se de uma organização mundial que representa a profissão contá-
bil, de natureza não governamental, sem fins lucrativos e não política. 
Sugerimos a leitura do 
material Quem somos e 
o que fazemos: fundação 
IFRS e Conselho de Normas 
Internacionais de Contabi-
lidade para aprofundar os 
conhecimentos sobre as 
normas IFRS. 
Disponível em: https://www.ifrs.
org/content/dam/ifrs/about-us/
who-we-are/who-we-are-
portuguese-v2.pdf. Acesso em: 22 
jun. 2021.
Leitura
Para conhecer mais a 
International Federation 
of Accountants (Ifac) 
acesse a homepage 
oficial desse organismo, 
que disponibiliza seu 
conteúdo traduzido para 
diversas línguas, inclusive, 
o português.
Disponível em: https://www.ifac.
org/. Acesso em: 22 jun. 2021.
Site
https://www.ifrs.org/content/dam/ifrs/about-us/who-we-are/who-we-are-portuguese-v2.pdf
https://www.ifrs.org/content/dam/ifrs/about-us/who-we-are/who-we-are-portuguese-v2.pdf
https://www.ifrs.org/content/dam/ifrs/about-us/who-we-are/who-we-are-portuguese-v2.pdf
https://www.ifrs.org/content/dam/ifrs/about-us/who-we-are/who-we-are-portuguese-v2.pdfhttps://www.ifac.org/
https://www.ifac.org/
26 Contabilidade Internacional
A Ifac é composta por comitês que fornecem aconselhamento sobre 
questões relevantes para a profissão em áreas-chave. 
De acordo com a Ifac (2021), os membros dos comitês são espe-
cialistas em suas áreas e sua experiência e conhecimento refletem a 
profundidade e a amplitude da profissão de Contabilidade global. A or-
ganização tem os seguintes comitês: Comitê de Padrões de Auditoria 
e Asseguração Internacional, Comitê de Normas de Educação Contábil 
Internacional, Comitê de Padrões de Ética Internacional para Contado-
res, Comitê de Normas Contábeis Internacionais do Setor Público e Co-
mitê de Normas Internacionais.
1.4.3 Standards Advisory Council (SAC)
O conselho consultivo de padrões atuou como organismo interna-
cional até 2010, sendo este um conselho de especialistas que acon-
selham o International Accounting Standards Board (Iasb) sobre as 
prioridades na definição de normas contábeis. Os membros também 
informavam o Iasb sobre as implicações das normas propostas para 
os usuários e preparadores das demonstrações financeiras, além de 
outras recomendações pertinentes. O SAC era composto por pelo me-
nos 30 membros de diferentes âmbitos (profissional, nacionalidade 
etc.) e o mandato dos membros foi de três anos, podendo ser reeleitos 
uma vez.
1.4.4 IFRS Advisory Council (IFRS AC)
É o órgão que sucedeu ao Standard Advisory Council (SAC), sendo 
um organismo consultivo formal para os curadores da Fundação IFRS e 
do International Accounting Standards Board. É composto por uma am-
pla gama de representantes, incluindo indivíduos e organizações com 
interesse em relatórios financeiros internacionais. Assim, o foco do 
Conselho Consultivo é fornecer suporte estratégico e aconselhamento 
para a Fundação IFRS.
Portanto, o IFRS AC tem como objetivo aconselhar a diretoria sobre 
as decisões da agenda e prioridades no trabalho, informando sobre os 
pontos de vista das organizações e indivíduos no Conselho sobre os 
principais projetos de definição de padrões, dando, também, outros 
conselhos à diretoria ou aos curadores (IFRS, 2021). De acordo com a 
Contabilidade no mundo 27
Constituição da Fundação IFRS, os principais critérios para a seleção 
dos membros do conselho consultivo são a diversidade geográfica e de 
experiências profissionais.
1.4.5 International Organization of 
Securities Commissions (Iosco)
É o órgão internacional que reúne os reguladores de valores mo-
biliários do mundo e é reconhecido como o criador global de padrões 
para o setor de valores mobiliários. A Iosco desenvolve, implementa e 
promove a adesão a padrões internacionalmente reconhecidos para 
regulamentação de valores mobiliários (IOSCO, 2021). A Iosco não tem 
como propósito a criação de normas contábeis, mas utilizar os dados 
contábeis como uma de suas principais fontes de informações finan-
ceiras para o monitoramento das empresas participantes do mercado 
acionário, garantindo sua execução de forma justa, eficiente e íntegra, 
aumentando a confiança de investidores em sua atuação. 
Organismo criado em 1983, que tem como membros órgãos que 
regulam o mercado de capitais, semelhantes a Comissão de Valores 
Mobiliários no Brasil. Seus membros regulam mais de 95% dos merca-
dos de valores mobiliários do mundo em mais de 130 jurisdições, e tem 
como objetivos: 
 • cooperar no desenvolvimento, implementação e promoção da 
adesão a padrões internacionalmente reconhecidos e consisten-
tes de regulação, supervisão e fiscalização, a fim de proteger os 
investidores, manter mercados justos, eficientes e transparentes 
e buscar enfrentar os riscos sistêmicos; 
 • aumentar a proteção do investidor e promover a confiança do in-
vestidor na integridade dos mercados de valores mobiliários, por 
meio do fortalecimento da troca de informações e da cooperação 
na aplicação da lei contra a má conduta e na supervisão dos mer-
cados e intermediários; e 
 • trocar informações em nível global e regional sobre suas respec-
tivas experiências, a fim de auxiliar o desenvolvimento de mer-
cados, fortalecer a infraestrutura de mercado e implementar a 
regulamentação apropriada (IOSCO, 2021, p. 3).
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão brasileiro que 
fiscaliza e normativa o mercado mobiliário do país, sendo integrante da 
28 Contabilidade Internacional
Iosco e atuando nas definições das normas aplicáveis a esses organis-
mos e, consequentemente, ao mercado acionário nacional.
1.4.6 Financial Accounting Standards Board (Fasb)
O Fasb é uma organização independente, do setor privado norte-a-
mericano e sem fins lucrativos, fundado em 1973, que estabelece pa-
drões de Contabilidade e relatórios financeiros para empresas públicas 
e privadas e organizações sem fins lucrativos que seguem os Princípios 
Contábeis Geralmente Aceitos (Gaap). O Fasb é reconhecido pela Co-
missão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, ou Securities and 
Exchange Commission (SEC), como o criador de padrões contábeis de-
signado para empresas públicas americanas. Os padrões do Fasb são 
reconhecidos como oficiais por muitas outras organizações, incluin-
do Conselhos de Contabilidade estaduais e o Instituto Americano de 
CPAs (AICPA). 
O Fasb desenvolve e emite padrões de Contabilidade financeira por 
meio de um processo, transparente e inclusivo, que visa promover relató-
rios financeiros, os quais fornecem informações úteis para investidores e 
outras pessoas que usam relatórios financeiros. Seu objetivo é estabele-
cer e melhorar os padrões de Contabilidade e relatórios financeiros para 
fornecer informações úteis aos investidores e outros usuários desses 
relatórios e educar as partes interessadas sobre como compreender e 
implementar esses padrões de forma mais eficaz (FASB, 2020).
1.4.7 Outros organismos
Outros organismos e comitês que atuaram e atuam na edição e in-
terpretação das normas contábeis também merecem destaque, como 
o Standing Interpretation Committee (SIC), o International Financial Re-
porting Interpretations Committee (Ifric), United Nations, a Organiza-
tion for Economic Cooperation and Development (OECD), o European 
Economic Community (EEC), Banking Supervision Committee e a Confe-
deration of Asian and Pacific Accountants (Capa).
Esses são órgãos que se destacam devido a sua importância no proces-
so de criação e implantação das normas internacionais, pois congregam 
interesses de empresas e da classe contábil e têm preocupação na implan-
tação de informações que facilitem os usuários pessoas físicas, jurídicas e 
governos, tornando as informações comparáveis em nível global.
Contabilidade no mundo 29
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Neste capítulo, foi estudado como as alterações econômicas, sociais, 
políticas, culturais, e de outras esferas, interferiram na Contabilidade e 
resultaram em padrões contábeis diferentes ao redor do mundo. O pro-
cesso de globalização apresentou a necessidade da criação de padrões 
contábeis que fossem aplicados mundialmente, tornando, dessa forma, a 
Contabilidade uma linguagem dos negócios, com evidenciação, transpa-
rência e comparabilidade entre demonstrativos contábeis de empresas 
situadas em diferentes países. 
Esse processo resultou na convergência das normas contábeis dos 
países para um conjunto de normas contábeis internacionais, editadas 
por um organismo criado especificamente para esse fim, o International 
Accounting Standards Committee (Iasc). Posteriormente, o Iasc foi rees-
truturado e atualmente as normas contábeis internacionais emitidas são 
denominadas de International Financial Reporting Standards, popular-
mente conhecidas como as normas IFRS. 
O processo de convergência das normas contábeis nacionais para in-
ternacionais apresentou algumas dificuldades e desvantagens, como a ne-
cessidade de adaptação dos currículos dos cursos de ciências contábeis 
e discussões nacionais, principalmente, em países nos quais o Estado é o 
principal definidor de normas contábeis, elaborando-asde acordo com a 
sua necessidade, em detrimento à geração de informações aos usuários 
internos e externos da Contabilidade. 
Entretanto, apesar das dificuldades relatadas, é inegável os benefí-
cios obtidos com a aplicação de um conjunto de normas contábeis in-
ternacionais. São exemplos disso: a redução dos custos operacionais 
na elaboração dos demonstrativos e respectivas auditorias contábeis; a 
comparabilidade das informações de empresas em diferentes países; e o 
que gera mais segurança para que investimentos sejam realizados, assim, 
proporcionando ganhos econômicos para os países, empresas e pessoas. 
ATIVIDADES
Atividade 1
Dentre as causas das diferenças contábeis citadas pelos autores 
da área, o tipo de sistema legal é uma das principais razões da 
Contabilidade ter seu desenvolvimento diferente entre os países. 
Explique os sistemas legais common law e code law.
30 Contabilidade Internacional
Atividade 2
Explique por que o uso de normas contábeis internacionais favo-
rece e atrai investimentos.
Atividade 3
Dentre as causas das diferenças entre as Contabilidades dos 
países é citada a vinculação da legislação tributária com a escri-
turação contábil. Como esse fator influenciou a Contabilidade? 
Comente.
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32 Contabilidade Internacional
2
Harmonização 
contábil no Brasil
O Brasil adotou todas as normas internacionais de contabilidade no 
ano de 2010, mas precisou se preparar para que a convergência às no-
vas normas pudesse ser implementada, como mudanças significativas 
na legislação societária e a criação de um organismo próprio que coor-
denasse o estudo, preparo e emissão dos pronunciamentos técnicos 
que seguem os padrões contábeis mundiais.
O objetivo deste capítulo é apresentar como ocorreu o processo 
de harmonização das normas contábeis nacionais às normas interna-
cionais, demonstrando as ações realizadas em termos de alteração na 
legislação, com a promulgação das Leis n. 11.638/2007 e 11.941/2009, 
ajustando a Lei das Sociedades por Ações para a utilização do novo 
conjunto de normativas contábeis e a criação do Comitê de Pronuncia-
mentos Contábeis (CPC), órgão criado com o apoiode diversas entida-
des representativas dos profissionais contábeis, mercado de capitais, 
mercado financeiro, analistas de investimentos, bolsa de valores, audi-
tores e profissionais da educação.
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
 • compreender como foi realizado o processo de conver-
gência das normas contábeis brasileiras para as normas 
internacionais;
 • assimilar a importância do CPC na elaboração e emissão dos 
pronunciamentos técnicos a serem adotados pelas empre-
sas do país;
 • identificar as alterações realizadas na Lei das Sociedades por 
Ações, que possibilitaram a adoção de normas internacionais;
 • reconhecer os pronunciamentos, as interpretações e as 
orientações técnicas editados pelo CPC.
Objetivos de aprendizagem
Harmonização contábil no Brasil 33
2.1 Processo de harmonização contábil no Brasil 
Vídeo O movimento de harmonização das normas contábeis iniciou com 
a globalização da economia e a consequente circulação de pessoas 
e capitais, buscando novos mercados para a realização de investi-
mentos. Nesse processo globalizado, a informação contábil se torna 
crucial, pois aproxima os potenciais investidores das empresas que 
buscam novos capitais para a expansão de seus negócios. Padoveze, 
Benedicto e Leite (2012) explicam que os usuários de informações 
precisam de normas contábeis globais, por isso contadores e em-
presas passam a apoiar os esforços para a criação de normas de 
contabilidade de utilização mundial, buscando a produção de infor-
mações com mais transparência, que permita a comparabilidade 
dos relatórios.
Para a adaptação das normas contábeis brasileiras às normas in-
ternacionais foi criado no ano de 2005 o CPC. Sua missão é emitir os 
pronunciamentos e as orientações a serem adotados pelas empre-
sas brasileiras. No entanto, outras ações realizadas antes da cria-
ção do CPC também podem ser citadas, as quais contribuíram para 
o processo de convergência das normas nacionais para as normas 
emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) a partir 
de 1973. Na sequência serão descritas as principais normas e ações 
realizadas no Brasil antes da adoção das normas internacionais de 
contabilidade.
A evolução da legislação societária no Brasil teve seu primeiro 
grande acontecimento no início no ano de 1940 com a publicação 
do Decreto-Lei n. 2.627/1940 (BRASIL, 1946). Salotti et al. (2015) in-
dicam que essa regulamentação apresentou pela primeira vez e de 
maneira abrangente regras direcionadas para a contabilização de 
empresas sob o modo jurídico de sociedade por ações, além de re-
gras para a avaliação de ativos, retenção de lucros e distribuição de 
dividendos, prevendo a publicação do Balanço Patrimonial e da De-
monstração de Lucros e Perdas. Essa norma foi utilizada até a edição 
da Lei n. 6.404/1976 (BRASIL, 1976), que é indicada como o segundo 
grande acontecimento no processo de evolução contábil.
A profissão contábil foi regulamentada pelo Decreto-Lei n. 9.295, 
em 27 de maio de 1946, criando os contornos do exercício profis-
34 Contabilidade Internacional
sional, direitos, obrigações e prerrogativas expressas, bem como os 
processos de registro e de fiscalização, para atender ao interesse 
público e proteger a sociedade de serviços executados por pessoas 
sem a formação e a qualificação necessárias (CFC, 2021). No mesmo 
ano foram elaborados o regimento do Conselho Federal de Conta-
bilidade (CFC) e as instruções para a instalação dos conselhos regio-
nais (CRCs), evidenciando assim a Contabilidade como uma ciência 
da informação, dedicada ao estudo diligente do patrimônio das en-
tidades e provedora de dados essenciais às decisões gerenciais e às 
transações econômicas (CFC, 2021).
A Lei n. 6.404/1976 (BRASIL, 1976), conhecida como Lei das 
Sociedades por Ações, apesar de não ser a primeira norma contábil 
editada no Brasil, é considerada um marco em termos de moderni-
zação na legislação societária no país. A lei foi editada considerando 
o movimento de globalização e abertura de mercados de capitais, 
tendo como forte influência a contabilidade americana e a preocu-
pação com a evidenciação de informações de empresas de capital 
aberto. A norma contribuiu com a ampliação do nível de evidencia-
ção que as empresas precisaram divulgar e com a qualidade e con-
fiabilidade nas informações contábeis.
Iudícibus (2009, p. 323) ressalta que a lei trouxe muitas contribui-
ções, como:
1. a separação da contabilidade comercial da contabilidade para 
fins fiscais;
2. o aperfeiçoamento da classificação das contas do balanço;
3. a introdução da reavaliação do valor de mercado;
4. a introdução do método de equivalência patrimonial na ava-
liação de investimentos;
5. a criação da reserva de lucros a realizar; e
6. o aperfeiçoamento do mecanismo de correção monetária.
Apesar da tentativa de separação da contabilidade comercial da 
contabilidade fiscal, as penalidades para a não observação dos cri-
térios fiscais continuaram evidenciadas, o que poderia ocasionar a 
utilização de critérios e limites fiscais em detrimento de critérios e 
princípios contábeis.
O Banco Central do Brasil (BC) e a Comissão de Valores Mobi-
liários (CVM), reguladores das instituições financeiras e companhias 
Harmonização contábil no Brasil 35
abertas no Brasil, emitiram, respectivamente, regulações contábeis 
pontuais, como explicam Salotti et al. (2015, p. 4), “para melhorar 
a qualidade da informação contábil e tentar aproximar o modelo 
brasileiro das práticas internacionais”. Um exemplo é a Deliberação 
CVM 29, de 5 de fevereiro de 1986, que aprovou e referendou o pro-
nunciamento do Instituto Brasileiro de Contadores (Ibracon) sobre a 
estrutura conceitual básica da Contabilidade.
A norma do CVM apresentou também conceitos e objetivos da 
contabilidade, reforçando o sentido de evidenciação da informação 
e a necessidade da análise da essência econômica das operações, 
não somente os aspectos jurídicos envolvidos. Esse foi um dos ob-
jetivos introduzidos pelas normas internacionais, a essência econô-
mica em vez do modo jurídico.
Em 1993, o CFC emitiu a Resolução CFC n. 750, de 29 de dezembro 
de 1993, que elenca um conjunto de princípios contábeis, sendo que 
a observância desses princípios se tornou obrigatória no exercício 
da profissão e constituiu condição de legitimidade das Normas Bra-
sileiras de Contabilidade (NBC). Os princípios relacionados eram os:
 • da Entidade;
 • da Continuidade;
 • da Oportunidade;
 • do Registro pelo Valor Original;
 • da Atualização Monetária;
 • da Competência;
 • da Prudência.
Posteriormente essa norma foi atualizada pela Resolução do 
CFC n. 1.282/2010, passando a ser denominada de Princípios Fun-
damentais da Contabilidade e revogando o princípio da Atualização 
Monetária.
Alguns projetos para a alteração da Lei n. 6.404/1976 (BRASIL, 
1976) foram propostos, objetivando sua atualização com base nos 
conceitos adotados em mercados internacionais mais desenvol-
vidos. Os projetos de alteração da norma, de acordo com Braga e 
Almeida (2009, p. 1), foram incluídos no Projeto de Lei n. 3.115/1997, 
“passando a transitar pelos gabinetes do Executivo brasileiro duran-
36 Contabilidade Internacional
te 4 anos, após a realização de várias audiências públicas e mani-
festações de diversas comissões, em ambas as casas do Congresso 
Nacional”. A proposta de reformulação das normas contábeis pas-
sou a integrar então um novo projeto de lei específica, condensado 
no Projeto de Lei n. 3.741/2000.
Braga e Almeida (2009, p. 1) explicam que a finalidade do projeto 
era “possibilitar a eliminação de algumas barreiras regulatórias que 
impediam a inserção total das companhias abertas no processo de 
convergência contábil internacional”. A norma proposta objetivou 
também o aumento do grau de transparência das demonstrações, 
aumentando o escopo das organizações que divulgam seus relató-
rios para além das sociedades por ações, incluindo as sociedades 
enquadradas como de grande porte.A CVM contribuiu para acelerar a tramitação do projeto, promo-
vendo audiências com representantes do Poder Executivo e comu-
nidade empresarial, entidades e profissionais da área contábil e do 
mercado, bem como dirigentes de outros órgãos reguladores (BRAGA; 
ALMEIDA, 2009). Além disso, as discussões originadas pelo projeto de 
lei levaram diversas entidades, que estavam interessadas na atualiza-
ção e no aperfeiçoamento das normas, a conversar e criar grupos de 
estudos, o que se finalizaria com a criação de um organismo próprio 
para coordenar o uso das normas internacionais no Brasil.
2.2 Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 
Vídeo A utilização das normas internacionais de contabilidade ocorreu 
em diferentes datas, dependendo do país. Na Europa, o regulamento 
da Comissão Europeia foi editado em 2003, o qual tornou obrigatório 
que, a partir de 2005, as empresas listadas em mercados de valores 
mobiliários regulamentados, incluindo bancos e seguradoras, devem 
preparar suas demonstrações financeiras consolidadas de acordo com 
as normas do IFRS. Na data de 1º de janeiro de 2005, aproximadamente 
7 mil empresas em 25 países europeus mudaram os padrões contábeis 
nacionais para os padrões IFRS, juntamente com países como Austrália, 
Nova Zelândia, África do Sul, dentre outros (IFRS, 2021).
Harmonização contábil no Brasil 37
No Brasil, algumas entidades como CVM, CFC, Ibracon e outras 
passaram a discutir a implantação das normas internacionais e o 
modo de operacionalizar a convergência aos novos padrões no país. 
Capitaneado pela Comissão Consultiva de Normas Contábeis da CVM 
(CCNC), foi proposta a criação de uma “entidade independente com o 
objetivo de estudar e divulgar princípios, normas e padrões de conta-
bilidade e de auditoria em moldes semelhantes” aos órgãos existen-
tes ao redor do mundo, como o IASB (BRAGA; ALMEIDA, 2009, p. 2).
Coube ao CFC editar a Resolução n. 1.055 em 7 de outubro de 
2005, que criou o CPC, órgão autônomo formado por representan-
tes de seis entidades diferentes para conduzir os procedimentos 
de convergências para normas internacionais. Em sua justificativa, 
o CFC explica que as entidades representativas desse segmento 
de preparadores de informações contábeis, seus auditores, profis-
sionais de investimentos, usuários, fiscalizadores e pesquisadores 
já vinham trabalhando juntos nesse processo de modo ainda não 
completamente sistematizado e unificado, mas com acumulação de 
experiência suficiente para formalizar e definir a implantação de um 
comitê que reúna essas normas e possa, de maneira central, elabo-
rar pronunciamentos técnicos contábeis.
Desse modo, o objetivo do CPC é:
o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos 
sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de in-
formações dessa natureza para permitir a emissão de normas 
pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e 
à uniformização do seu processo de produção, levando sem-
pre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos 
padrões internacionais. (CFC, 2005)
Salloti, Carvalho e Murcia (2015, p. 7) explicam que o CPC foi cria-
do com o objetivo de incluir todos os participantes que preparam, 
auditam e analisam demonstrações financeiras, buscando assim 
que “essa pluridisciplinaridade impeça o sequestro do processo de 
normatização por um player isolado e permitindo que o consenso 
da utilidade por todos seja obtido num diálogo tecnicamente eleva-
do, porém consensual”. Conforme a Figura 1, na composição do CPC 
existem as seguintes entidades.
38 Contabilidade Internacional
CPC
Abrasca
Entidades de 
investidores
Apimec
Ibracon B3
Fipecafi CFC
ar
ve
c/
Sh
ut
te
rs
to
ck
Figura 1
Entidades que 
compõem o CPC
Fonte: Elaborada pelo autor.
As entidades elencadas para participar do CPC buscam representar 
diversas entidades e interesses, promovendo a diversidade de opiniões 
para a construção das melhores práticas contábeis.
A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca) é uma 
associação civil sem fins lucrativos, criada em 21 de dezembro de 
1971, com o propósito de ampliar e aprimorar o mercado de capitais 
no Brasil. A Abrasca representa os interesses de longo prazo das em-
presas emissoras de ações e de seus acionistas para construir um sistema 
regulatório justo, adequado e eficaz.
Abrasca
A Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do 
Mercado de Capitais (Apimec Nacional) é uma entidade criada em 
1988 que representa as demais Apimecs Regionais, compostas pelas 
regiões do Distrito Federal, Minas Gerais, Nordeste, Rio de Janeiro, 
São Paulo e Sul. A Apimec objetiva desenvolver o mercado de capitais e 
capacitar os analistas e profissionais do mercado de valores mobiliários, 
para isso tem como principais funções a certificação dos profissionais do 
mercado de capitais, a representação política institucional nos órgãos go-
vernamentais e em entidades que representam o mercado de capitais, além 
do intercâmbio com outras confederações internacionais de profissionais 
(APIMEC, 2021).
(Continua)
Apimec
Harmonização contábil no Brasil 39
A Brasil Bolsa Balcão (B3) é uma sociedade anônima originada da fu-
são entre a BM&F Bovespa com a Central de Custódia e de Liquidação 
Financeira de Títulos (Cetip) em 2017. Apesar da atual estrutura 
ter sido criada em 2017, a B3 foi fundada originalmente em 1890 e 
atualmente suas atividades “incluem criação e administração de sistemas 
de negociação, compensação, liquidação, depósito e registro para todas as 
principais classes de Ativos, desde ações e títulos de renda fixa corporati-
va até derivativos de moedas, operações estruturadas e taxas de juro e de 
commodities” (B3, 2021). É a empresa que organiza o mercado de compra e 
venda de ações no Brasil.
B3
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é uma autarquia espe-
cial corporativa, dotada de personalidade jurídica de direito público, 
não vinculada com a administração pública federal, que foi criada em 
1946. O CFC é o responsável pela emissão das Normas Brasileiras de 
Contabilidade, de natureza técnica e profissional, sendo representado em 
cada estado brasileiro por Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs). É 
o órgão representativo da classe contábil, que orienta, normatiza e fiscaliza o 
exercício da profissão contábil, sendo responsável pela qualificação técnica e 
pelos programas de educação continuada para contadores (CFC, 2021).
CFC
A Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras 
(Fipecafi) é uma entidade privada vinculada à Universidade de São 
Paulo (USP). Foi criada em criada em 1974, sem fins lucrativos, com-
posta por professores do departamento de contabilidade e atuária da 
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA-USP). É uma 
instituição que objetiva o fomento, o desenvolvimento e a promoção de 
pesquisas nas áreas de contabilidade, gestão de negócios e controladoria, 
finanças, ciências atuariais, gestão pública, tributos, governança corporati-
va e outras áreas correlatas (FIPECAFI, 2021).
Fipecafi
O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) foi 
constituído em 1971 como uma entidade civil sem fins econômicos e 
constituído no modo federativo, tendo como finalidade congregar as-
sociativamente os auditores independentes e os contadores de todas 
as áreas de atividades contábeis. O Ibracon (2021) ressalta que sua missão 
é reforçar “a confiança da sociedade na atividade de auditoria independente 
e a relevância da atuação profissional, salvaguardando e promovendo os 
padrões de excelência em contabilidade e auditoria independente”.
Ibracon
Para conhecer mais sobre 
as entidades mencio-
nadas, acesse os sites 
oficiais das instituições:
Abrasca: https://www.
abrasca.org.br.
Apimec Nacional: http://
www.apimec.com.br.
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br/pt_br/.
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https://fipecafi.org
http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues
http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues
http://www.ibracon.com.br/ibracon/Portugues
40 Contabilidade Internacional
Em 2019, a Resolução n. 1.055/2005 foi atualizada pela Resolução 
n. 1.567/2019 com a inclusão de membros de entidades representati-
vas de investidores do mercado de capitais. O CPC é um órgão autôno-
mo das entidades representadas, tendo sua estrutura fornecida pelo 
CFC, como sua estrutura física, biblioteca, recursos humanos, tecnoló-
gicos e outros, para o pleno atendimento dos seus objetivos. Os mem-
bros do CPC são indicados pelas entidades (dois membros efetivos por 
entidade), com a maioria de contadores possuindo registro ativo no 
CRC, com mandatos de quatro anos, renováveis por igual período e 
sem remuneração.
Outras entidades podem ser convidadas para participar do comitê, 
o qual tem a responsabilidade de recepcionar a norma internacional 
de contabilidade, promover a respectiva tradução e, como relacionam 
E. Martins, V. A. Martins e E. A. Martins (2007), quando for necessário, 
efetuar ajustes de natureza redacional, exemplificativa ou outra, sem 
que a substância da norma se modifique. Os autores ainda argumen-
tam que podem ocorrer casos em que se detecta a existência de con-
dições de emissão de uma norma tecnicamente melhor ou em que há 
imperfeições na norma original. Nesse caso, o CPC deverá promover a 
discussão com o IFRS para que possam promover ajustes, se esse for 
o entendimento.
Com o objetivo de tornar as discussões amplas e com o envolvimen-
to de diversos órgãos e setores, inclusive governamentais, são também 
sempre convidados a participar representantes dos seguintes órgãos:
 • Banco Central do Brasil (BC);
 • Comissão de Valores Mobiliários (CVM);
 • Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB);
 • Superintendência de Seguros Privados (Susep);
 • Federação Brasileira de Bancos (Febraban);
 • Confederação Nacional da Indústria (CNI); e
 • Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).
A operacionalização do comitê acontece por meio de quatro coor-
denadores: de operações, de relações institucionais, de relações inter-
nacionais e técnicos, além de seus respectivos vice-coordenadores. O 
mandato de cada coordenadoria é de quatro anos, podendo ser re-
Harmonização contábil no Brasil 41
conduzido por reeleição. A seguir são descritas as atribuições de cada 
coordenadoria, de acordo com o regime interno.
Figura 2
Atribuições dos coordenadores do CFC
Coordenador de operações
 • providenciar no CFC as ações necessárias para firmar convênios, visando à adoção dos 
atos do CPC pelas entidades interessadas na matéria técnica;
 • propor ao CFC, depois de aprovado pelo CPC, a assinatura de contratos, acordos, con-
vênios ou quaisquer outras formas de colaboração ou cooperação para o atendimento 
dos seus objetivos;
 • dar posse aos membros do CPC;
 • manter os livros de posse dos membros do CPC e os de posse dos coordenadores e 
vice-coordenadores e controlar seus respectivos mandatos;
 • elaborar o Termo de Posse dos membros, que deve ser aprovado pelo CPC;
 • providenciar no CFC, depois de aprovadas pelo CPC, a viabilização das audiências públi-
cas e das divulgações previstas nesse regimento;
 • providenciar no CFC: estrutura física, biblioteca, recursos humanos, tecnológicos e ou-
tros para o pleno atendimento dos objetivos do CPC;
 • providenciar para que o CFC divulgue, inclusive por via eletrônica, os atos do CPC e edi-
te, no mínimo a cada seis meses, o material de divulgação de tais atos;
 • solicitar ao CFC ações que visem fomentar a divulgação dos atos e decisões do CPC nas 
entidades de ensino contábil no Brasil;
 • encaminhar ao CFC, após aprovação, os Pronunciamentos para homologação do seu 
Plenário;
 • dar conhecimento ao CFC das formações dos Grupos de Trabalho;
 • recepcionar as demandas advindas do CFC e, quando aplicável, dar o encaminhamento 
necessário no âmbito interno do CPC;
 • convocar os Presidentes para a Assembleia de que trata o Art. 33 do Regimento Interno 
do CPC;
 • elaborar as atas das reuniões do CPC e das Assembleias dos Presidentes;
 • elaborar, com o auxílio dos demais membros do CPC, o Relatório de Atividades de que 
trata o artigo 38 do Regimento Interno do CPC e solicitar ao CFC para que efetue sua 
divulgação; e
 • outras atribuições que lhe venham a ser solicitadas pelo CPC.
(Continua)
42 Contabilidade Internacional
Coordenador de relações 
institucionais
 • manter os contatos necessários para gerir as entidades reguladoras, para elas aderirem 
e aprovarem os procedimentos técnicos recomendados pelo CPC;
 • coordenar a representação do CPC nas entidades que o compõem, nos governos Fe-
deral, Estaduais e Municipais, em suas esferas Executiva, Legislativa e Judiciária, nas 
agências reguladoras, nas organizações não governamentais, na imprensa em matéria 
não técnica e na sociedade civil organizada;
 • assinar toda correspondência necessária ao relacionamento do CPC com terceiros 
nacionais;
 • preparar e/ou revisar os Comunicados do CPC;
 • propor ao CPC a data das eleições e da posse para os representantes das entidades que 
o compõem;
 • outras atribuições que lhe venham a ser solicitadas pelo CPC.
Coordenador de relações 
internacionais 
 • coordenar a representação do CPC nos organismos internacionais governamentais e 
privados;
 • assinar toda correspondência necessária ao relacionamento do CPC com terceiros 
internacionais;
 • acompanhar e reportar todos os assuntos que estejam sendo discutidos pelas princi-
pais entidades internacionais que regem as regras contábeis;
 • preparar e/ou revisar Comunicados do CPC para serem disponibilizados no exterior.
Coordenador técnico
 • convidar, depois de aprovado pelo CPC, os membros dos Grupos de Trabalho, que pla-
nejarão a consecução dos objetivos previstos nesse regimento, disso informando ao CFC;
 • elaborar pauta; convocar e coordenar as reuniões do CPC;
 • representar o CPC na imprensa nas matérias técnicas; e
 • outras atribuições que lhe venham a ser solicitadas pelo CPC.
Fonte: CPC, 2021.
Harmonização contábil no Brasil 43
A coordenadoria de operações tem como principais atribuições pro-
porcionar o funcionamento do CPC e o relacionamento direto com o 
CFC na emissão das normas internacionais, denominadas de pronun-
ciamentos contábeis. Por sua vez, as coordenadorias de relações ins-
titucionais e internacionais fazem a gestão dos pronunciamentos nos 
órgãos reguladores nacionais e nos organismos governamentais e pri-
vados internacionais, acompanhando a evolução dos assuntos contá-
beis nas respectivas entidades.
2.3 Alterações na Lei n. 6.404/1976 
Vídeo A criação do CPC, em 2005, pela Resolução do CFC n. 1.055/2005 
do CFC foi um importante passo para a adoção das normas internacio-
nais de contabilidade no Brasil. Porém, foi necessário realizar ajustes 
na legislação brasileira para que a convergência ocorresse no país. As 
propostas de alteração das normas contábeis iniciadas com o Projeto 
de Lei n. 3.115/1997 e, posteriormente, unificadas no Projeto de Lei 
n. 3.741/2000 culminaram com a edição da Lei n. 11.638, de 28 de de-
zembro de 2007 (BRASIL, 1997; 2000; 2007).
Martins et al. (2017) explicam que a Lei n. 11.638/2007 (BRASIL, 
2007) foi a grande mudança que propiciou condições para a conver-
gência com as normas internacionais, pois produziu alterações na Lei 
das Sociedades Anônimas, que impediam a adoção de novas normas. A 
Lei 11.638 fez menção à figura do CPC e determinou a segregação entre 
a contabilidade para fins de demonstrações contábeis e a contabilida-
de para propósitos fiscais, mudando os conceitos contábeis aplicáveis 
até aquele momento.
Dentre as alterações introduzidas na Lei n. 6.404/1976(BRASIL, 
1976), foram incluídas a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e a 
Demonstração do Valor Adicionado (DVA) no conjunto completo de de-
monstrações contábeis, ficando, dessa maneira, as seguintes demons-
trações como obrigatórias:
 • Balanço Patrimonial (BP);
 • Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
 • Demonstração do Resultado do Exercício (DR);
 • Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
 • Demonstração do Valor Adicionado (DVA).
44 Contabilidade Internacional
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (Doar), que 
anteriormente era obrigatória, foi substituída pela DFC, obrigatória 
para companhias fechadas com Patrimônio Líquido, na data do Ba-
lanço, superior a R$ 2.000.000,00. A DVA foi introduzida para as em-
presas de capital aberto.
A Lei n. 11.638/2007 (BRASIL, 2007) apresentou um novo grupo no 
Ativo de longo prazo da companhia: o intangível. Ele é usado para o 
registro de elementos incorpóreos, como marcas, patentes, dentre ou-
tros, e será explicado na sequência. A demora na emissão da norma 
fez com que ela fosse editada de maneira discrepante das normas in-
ternacionais, sendo posteriormente necessária a emissão de nova lei 
para sua correção.
O conceito de Ativo Imobilizado foi alterado, tornando obrigatório 
o registro dos direitos que tenham como objeto os bens corpóreos 
destinados à manutenção das atividades da companhia, inclusive os 
decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefí-
cios, riscos e controle de bens. Braga e Almeida (2009) relacionam 
que essa é uma alteração significativa no tratamento contábil das 
operações de arrendamento mercantil e que está alinhada com as 
melhores práticas internacionais, determinando que os bens do Ati-
vo Imobilizado sejam reconhecidos no Ativo da empresa arrendatá-
ria e como obrigações (passivos) decorrentes do arrendamento.
A nova lei estabeleceu critérios para a classificação e a avaliação 
das aplicações realizadas em instrumentos financeiros, inclusive de-
rivativos. Iudícibus (2009) explica que esse critério se alinha com a 
regra internacional, que se classifica em três categorias: 
(i) como destinados à negociação; 
(ii) mantidos até o vencimento;
(iii) disponíveis para venda, e a sua avaliação sendo realizada pelo 
custo mais rendimentos ou pelo valor de mercado, de acordo com a 
respectiva classificação nessas categorias. 
O autor acrescenta que outro conceito importante introduzido 
pela norma é o de ajuste em relação ao valor presente para os ele-
mentos do ativo e do passivo de longo prazo e para as operações 
ativas e passivas de curto prazo, caso essas operações apresentem 
valores relevantes nas demonstrações da companhia.
Harmonização contábil no Brasil 45
Para os elementos dos grupos de investimento, imobilizado e 
intangível, a norma obriga que periodicamente seja feita uma aná-
lise da recuperação dos valores registrados nesses grupos. Caso os 
valores registrados nos ativos desses grupos sejam superiores ao 
seu valor de recuperação, que é o maior valor entre o valor líquido 
de venda de um ativo ou de unidade geradora de caixa e o seu valor 
em uso, é necessário ajuste para reconhecimento da sua perda.
Em relação aos investimentos realizados em empresas coligadas 
ou em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo eco-
nômico ou estejam sob controle comum, de acordo com a nova re-
dação do artigo 248 da Lei n. 6.404/1976, o método a ser utilizado 
para a avaliação desses valores é o de equivalência patrimonial. 
Anteriormente esse método era utilizado nos investimentos relevan-
tes, determinados com base em um percentual do Patrimônio Líqui-
do da empresa. Com a alteração, as empresas coligadas passam a 
ser aquelas em que a investidora exerce influência significativa na 
administração da empresa investida ou que detenha 20% ou mais 
de capital votante.
Outra alteração introduzida na Lei n. 6.404/1976 é a aplicação 
de suas normas para a sociedade, ou conjunto de sociedade sob 
controle comum, que tiver, no exercício social anterior, Ativo Total 
superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) 
ou Receita Bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos mi-
lhões de reais), mesmo que não constituída sob a forma de socieda-
de por ações (BRASIL, 1976). Esse tipo de empresa é considerada de 
grande porte, por isso deve escriturar suas operações, elaborar suas 
demonstrações financeiras e ter obrigatoriedade de auditoria inde-
pendente por meio de auditor registrado na CVM, em consonância 
com regras das Leis das Sociedades Anônimas.
Após a edição da Lei n. 11.638/2007 (BRASIL, 2007), foi necessária 
a edição de outras modificações na lei societária, para incorporar 
outras modificações editadas nas normas internacionais de conta-
bilidade. Foi editada a Medida Provisória n. 449, de 2008, converti-
da integralmente na Lei n. 11.941, de 27 de maio de 2009 (BRASIL, 
2009). Essa lei normatizou a nova estrutura do Ativo, do Passivo e 
do Patrimônio Líquido a ser apresentada pelas empresas, com a se-
guinte composição para o Ativo:
46 Contabilidade Internacional
Figura 3
Estrutura dos Ativos
Investimentos Imobilizado Intangível
Ativo não 
Circulante
Ativo realizável a 
longo prazo
Ativo 
Circulante
Fonte: Elaborada pelo autor. 
Desse modo, a estrutura do ativo permanente – que tinha as contas 
de investimentos, imobilizado, intangível e diferido – deixa de existir e 
passa a ser representada pelo Ativo não Circulante, que recebe o regis-
tro contábil das operações de longo prazo da companhia.
O Passivo e Patrimônio Líquido são divididos em:
Passivo não 
Circulante
Passivo 
Circulante
Patrimônio 
Líquido
Ações em 
tesouraria
Prejuízos 
acumulados
Reservas de 
lucros
Capital social
Ajustes de 
avaliação 
patrimonial
Reservas de 
capital
Outro aspecto importante introduzido pelas novas normas foi o con-
ceito de neutralidade fiscal, como explicam Salloti, Carvalho e Murcia 
(2015), buscando não provocar efeitos no recolhimento dos impostos 
decorrentes das mudanças contábeis. Foi criado o Regime Tributário 
de Transição (RTT), pois assim existiria a desvinculação entre o fisco e a 
Contabilidade, para que as novas normas contábeis, compatíveis com 
as internacionais, “não provocassem quaisquer efeitos tributários, au-
mentando ou reduzindo tributos, sem que haja uma outra norma fiscal 
para fazê-lo; não saindo essa nova norma tributária, prevalece a que 
existia anteriormente” (MARTINS et al., 2017, p. 21).
Figura 4
Estrutura do Passivo e Patrimônio Líquido
Fonte: Elaborada pelo autor.
Harmonização contábil no Brasil 47
Caso o fisco determinasse um novo modo de apropriar receitas ou 
despesas para fins de apuração dos impostos, ele não seria aplicado 
imediatamente à contabilidade sem uma nova norma contábil própria 
que incorporasse esses conceitos, representando a desvinculação dos 
aspectos societários e fiscais.
2.4 Normas emitidas no Brasil 
Vídeo O CPC é uma entidade criada para estudar, pesquisar, discutir, elabo-
rar e deliberar sobre o conteúdo e a redação de pronunciamentos técnicos, 
que estabelecem conceitos doutrinários, estrutura técnica e procedimentos 
a serem aplicados para sua utilização, com base nas normas internacionais 
de contabilidade (IFRS). Uma das características dos pronunciamentos técni-
cos emitidos pelo CPC é que eles não têm força de lei, pois o CPC é somente 
o órgão encarregado de centralizar e uniformizar o processo de convergên-
cia da contabilidade brasileira de acordo com os padrões internacionais, 
servindo de base para as normas contábeis brasileiras.
Dessa maneira, é necessário que os órgãos que regulam a contabili-
dade brasileira incorporem os pronunciamentos em seu corpo de nor-
mas, tornando-as obrigatórias para as empresas. Por exemplo, após a 
emissão de um pronunciamento técnico elaborado pelo CPC, é neces-
sário que o CFC edite uma resolução, tornando-a obrigatória para os 
profissionais contábeis e para as empresas brasileiras. O mesmo pro-cedimento é realizado por órgãos e agências reguladoras, como a CVM, 
pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), pela Agência 
Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), pela Superintendência de Seguros 
Privados (Susep), pelo BC, pela Agência Nacional de Saúde (ANS), den-
tre outras, incorporando as normas para as empresas que estão sob 
sua alçada de controle e normatização.
O procedimento adotado pelo comitê, para a discussão e adoção de 
uma norma internacional, é a sua tradução, além de ajustes em sua reda-
ção, para submeter à audiência pública as minutas de pronunciamentos 
técnicos. As minutas terão ampla divulgação, de acordo com o CPC (2021):
a. por correspondência direta e individualizada enviada aos segmen-
tos interessados na matéria objeto do Pronunciamento, inclusive 
as associações e entidades profissionais, tais como as associações 
ou federações representativas da indústria, comércio, agricultura, 
área de serviços, setor financeiro, de investidores etc.
b. por publicação e divulgação nos órgãos de imprensa;
48 Contabilidade Internacional
c. por mídia eletrônica;
d. por reuniões nas principais capitais do país com a participação 
de membros do CPC ligados ao assunto;
e. por comunicação a instituições de ensino e/ou pesquisa de 
Contabilidade;
f. por comunicação a outras entidades que tenham interesse direto 
no Pronunciamento objeto da audiência; e
g. por outro meio que melhor se ajuste ao pronunciamento objeto 
da audiência pública.
Após o período de audiência, e tendo sua aprovação, os pronun-
ciamentos técnicos são divulgados junto com seu sumário, seu termo 
de aprovação e seu relatório de audiência pública, sendo identificados 
pela sigla CPC, seguida de numeração sequencial, de hífen e denomi-
nação, por exemplo, CPC 01 – “Denominação”. Também são elabora-
das pelo comitê as interpretações técnicas, denominadas de ICPC, e as 
orientações técnicas, descritas com a sigla OCPC.
E. Martins, V. A. Martins e E. A. Martins (2007, p. 25, grifos do origi-
nal) relacionam os trabalhos realizados pelo CPC:
Pronunciamentos Técnicos: são as “normas” propriamente ditas, 
que não têm esse nome pelo que já se comentou: as normas 
serão emitidas pelos órgãos reguladores próprios, aprovando 
esses Pronunciamentos Técnicos;
Interpretações: são documentos complementares a serem emiti-
dos quando, espera-se que raramente, surgirem dúvidas quanto 
ao efetivo entendimento do que estiver contido num Pronuncia-
mento Técnico; e
Orientações: documentos relativos a assuntos que, principalmen-
te, não devam, devido ao seu alcance ou algum outro motivo, sair 
na forma de Pronunciamento Técnico ou que exijam algum nível 
de rapidez na sua emissão.
Com a criação do comitê de pronunciamentos em 2005 e a edição 
da Lei n. 11.638 em 2007 (BRASIL, 2007), o CPC iniciou a emissão dos 
pronunciamentos a partir de 2008, dividindo-se esse processo em duas 
fases. Salloti, Carvalho e Murcia (2015) explicam que a primeira fase foi 
a emissão de um primeiro conjunto de normas no ano de 2008, pois 
a lei foi aprovada já para sua aplicação no mesmo ano. Os pronuncia-
mentos contábeis iniciais foram editados para viabilizar o uso da nova 
lei e as necessidades imediatas da mudança da legislação.
Harmonização contábil no Brasil 49
A segunda fase se deu no ano de 2009, com a emissão de uma gran-
de quantidade de pronunciamentos técnicos para serem aplicados a 
partir de 2010, com efeitos retroativos ao Patrimônio Líquido inicial de 
2009, para permitir a comparabilidade entre os anos de 2010 e 2009. 
A partir de 2010, as empresas brasileiras passaram a utilizar as nor-
mas internacionais de contabilidade para o registro e a evidenciação de 
suas informações contábeis.
Considerando o período de criação do CPC até o ano de 2021, fo-
ram emitidos 51 pronunciamentos técnicos, 23 interpretações técnicas 
e 9 orientações técnicas. Por causa de constantes revisões, objetivando 
o aprimoramento e a adoção de novas normas internacionais criadas 
pelo IFRS, algumas normas são atualizadas e revogadas.
O Anexo 1 apresenta os pronunciamentos técnicos em vigor no pri-
meiro semestre de 2021, com seus textos originais ou alterações pos-
teriores. Os pronunciamentos que foram alterados posteriormente à 
sua aprovação e início de uso são reescritos e indicados com R1, R2 e 
assim sucessivamente, indicando que se trata da sua Revisão n. 1, n. 2 
e assim por diante.
O site do Comitê de Pro-
nunciamentos Contábeis 
apresenta de maneira 
clara as datas e minutas 
das audiências públicas 
em andamento, os docu-
mentos já emitidos e as 
normas em discussão nos 
organismos internacio-
nais, que permitem que 
profissionais e empresas 
acompanhem o que está 
sendo discutido sobre 
assuntos contábeis. O site 
relaciona todas as normas 
emitidas até o momento e 
permite sua consulta, com 
atualizações constantes.
Disponível em: www.cpc.org.br. 
Acesso em: 13 jul. 2021.
Site
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo foi apresentada a cronologia da convergência das nor-
mas contábeis brasileiras para as normas internacionais de contabilidade. 
O processo foi iniciado com discussões relacionadas à adaptação da le-
gislação societária brasileira para recepcionar os novos padrões, com en-
volvimento de órgãos representativos de classe e órgãos governamentais. 
As alterações nas normas demandaram tempo e culminaram na edição 
de leis específicas, que pavimentaram o caminho para os novos conceitos 
que foram introduzidos pela nova base conceitual contábil.
Outro marco no processo de convergência foi a criação do CPC, enti-
dade independente criada com o apoio do CFC, B3, Apimec, Ibracon, Fi-
pecafi, Abrasca e Entidades de Investidores, com estrutura própria e que 
objetiva o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos.
O CPC recepciona a norma internacional, promove a sua tradução, 
adapta a sua redação e a coloca em audiência pública com ampla publici-
dade, de modo que todos os interessados possam contribuir na emissão 
do documento. Após a emissão da norma, conhecida como Pronuncia-
mento Técnico, os diversos órgãos que regulam a contabilidade e as em-
http://www.cpc.org.br
50 Contabilidade Internacional
presas brasileiras a recepcionam com legislações específicas, tornando-as 
obrigatórias para profissionais e empresas no país.
ATIVIDADES
Atividade 1
A assertiva “os pronunciamentos contábeis emitidos pelo CPC 
não têm força de lei” está correta? Justifique sua resposta.
Atividade 2
Um dos pilares das normas internacionais de contabilidade 
adotadas pelo Brasil é considerar a essência econômica em vez 
do modo jurídico. Explique esse conceito.
Atividade 3
Descreva os procedimentos realizados pelo CPC para a aprova-
ção de uma nova norma.
REFERÊNCIAS
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Disponível em: http://www.apimec.com.br/Apimec/Default.aspx. Acesso em: 13 jul. 2021.
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Harmonização contábil no Brasil 51
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https://www.ifrs.org/about-us/who-we-are
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https://periodicos.ufpe.br/revistas/ricontabeis/article/viewFile/7724/7810
https://periodicos.ufpe.br/revistas/ricontabeis/article/viewFile/7724/7810
52 Contabilidade Internacional
3
Estrutura conceitual
Neste capítulo, são apresentados os princípios contábeis e o 
Pronunciamento Conceitual Básico (CPC, 2019) aplicável ao registro e à 
apresentação das demonstrações financeiras. Os princípios contábeis e o 
pronunciamento conceitual representam a base conceitual que deve ser 
observada na aplicação das normas contábeis, para produzir informações 
úteis aos usuários internos e externos, subsidiando suas análises e deci-
sões financeiras.
As bases para apresentação das demonstrações contábeis são evi-
denciadas no Pronunciamento Técnico n. 26, editado pelo Comitê de 
Pronunciamentos Contábeis (CPC), aplicáveis a todo conjunto de de-
monstrações. Essas bases contribuem para a elaboração de informações 
comparáveis entre períodos diferentes da mesma empresa e para as de-
monstrações dessa com as outras, em determinado período ou ao longo 
do tempo.
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• compreender quais os princípios contábeis aplicáveis às 
normas brasileiras e como se deu sua substituição pela 
estrutura conceitual editada pelas normas internacionais de 
contabilidade;
• explicar a importância da aplicação das características 
qualitativas fundamentais e de melhoria, para a elaboração de 
informações contábeis;
• identificar os itens que devem estar presentes na elaboração 
e apresentação das demonstrações contábeis, com o objetivo 
de produzir demonstrações que sejam compreensíveis e 
comparáveis;
• conhecer os desafios da profissão contábil na aplicação das 
normas internacionais de contabilidade.
Objetivos de aprendizagem
Estrutura conceitual 53
3.1 Princípios contábeis no Brasil 
Vídeo A contabilidade possui, como objetivo principal, a geração de infor-
mações que possam ser úteis a diversos grupos de usuários contábeis, 
como os usuários internos: os gestores, administradores, sócios, den-
tre outros; ou os usuários externos: os acionistas, credores, governo, 
e demais. As informações geradas são utilizadas para embasar as de-
cisões econômicas tomadas pelos seus usuários. Para atender aos di-
versos interesses sobre a informação contábil, a contabilidade é regida 
por postulados, princípios e convenções o que forma a sua estrutura 
conceitual.
Nesse sentido, os postulados, de acordo com Hendriksen e Van Bre-
da (2010, p. 77), são “premissas básicas ou proposições fundamentais 
concernentes ao ambiente econômico, político, sociológico no qual a 
contabilidade deve operar”. Os autores argumentam que os postulados 
indicam o quê a contabilidade deve fazer ou como ela deveria ser feita, 
representando a base para a elaboração da teoria, sendo retratados 
– da mesma forma que os princípios – como pilares da contabilidade.
Para Iudícibus (2009) os dois postulados mais importantes são o 
da entidade contábil e o da continuidade. O postulado da entidade 
pressupõe a identificação de uma entidade contábil, que é todo ente 
que controla e comanda os recursos econômicos – esses constituídos 
juridicamente ou não – para os quais a contabilidade elabora relatórios 
e acompanha sua evolução quantitativa e qualitativa, com patrimônio 
distinto dos sócios que a compõem (IUDÍCIBUS, 2009). Já o postulado 
da continuidade implica no reconhecimento que as entidades são em-
preendimentos em andamento, constituídas por um conjunto de bens 
que possuem sua avaliação de acordo com a capacidade de gerar be-
nefícios econômicos. Por conta disso, a contabilidade é voltada para as 
entidades, pois possuem patrimônio separado dos sócios que a consti-
tuem e operam sem ter um prazo definido.
Se os postulados indicam o ambiente em que a contabilidade atua, 
os princípios, por sua vez, buscam “uniformizar fundamentalmente as 
bases sobre as quais os eventos serão reconhecidos e mensurados”, 
como explica Luz (2015, p. 72). Desse modo, normatizam a contabilidade 
com objetivo de reduzir as distorções no uso de procedimentos contá-
beis e na geração de informações. Para que um princípio seja classifica-
54 Contabilidade Internacional
do como tal e seja utilizado no ambiente contábil, o autor relaciona que 
deve possuir as características essenciais de ser útil – agregando valor 
à informação contábil – e praticável, ou seja, a observância do princípio 
deve ser exigida de todos os contadores, tendo caráter de generalidade.
Além disso, os princípios devem estar presentes na formulação das 
normas contábeis brasileiras. Como explicam Santos, Schmidt e Ma-
chado (2005, p. 28):
Podem ser considerados os pilares do sistema de normas, que 
estabelecerá regras sobre a apreensão, registro, relato, demons-
tração e análise dasvariações sofridas pelo patrimônio, buscan-
do descobrir suas causas, de forma a possibilitar a feitura de 
prospecções sobre a entidade, e não podem sofrer qualquer res-
trição na sua observância.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) emitiu a Resolução CFC 
n. 750 em 29 de dezembro de 1993, que dispõe sobre os Princípios 
Fundamentais da Contabilidade, representando, segundo a norma, 
a essência das doutrinas e teorias da contabilidade. Essa norma foi 
posteriormente alterada pela Resolução CFC n. 1.282, de 28 de maio 
de 2010 e, em 1 de janeiro de 2017, foi revogada. A NBC TG Estrutura 
Conceitual foi editada na sequência de acordo com as normas interna-
cionais, passando a ser a estrutura de princípios aplicáveis às normas 
contábeis brasileiras.
Apesar da revogação da Resolução CFC n. 750, os princípios elen-
cados na norma não foram extintos e, conforme explica Girotto (2016, 
p. 1): “a revogação das resoluções visa à unicidade conceitual, indis-
pensável para evitar divergências na concepção doutrinária e teórica, 
que poderiam comprometer aspectos formais das Normas Brasileiras 
de Contabilidade (NBCs)”. Os princípios continuam sendo importan-
tes para a estrutura de doutrinas e teorias contábeis, sendo, portanto, 
elencados a seguir:
Entidade.
1
Continuidade.
2
Oportunidade.
3
(Continua)
Estrutura conceitual 55
Registro pelo valor original.
4
Atualização monetária.
5
Competência.
6
Prudência.
7
Na sequência, são explicados os principais conceitos dos princípios 
normatizados pela Resolução CFC n. 750 e, depois, atualizados pela Re-
solução CFC n. 1.282.
3.1.1 Princípio da entidade
Esse princípio indica que o objeto da Contabilidade é o patrimônio 
das entidades e afirma a autonomia patrimonial, diferenciando o pa-
trimônio dos sócios ou proprietários daquele pertencente à sociedade 
ou à instituição. O patrimônio pertencente à entidade não se confunde 
com aqueles dos seus sócios ou proprietários, tendo a aplicação da 
contabilidade no registro, controle e mensuração do patrimônio das 
entidades, independentemente de sua natureza jurídica ou da sua fina-
lidade lucrativa ou não.
Luz (2015) reforça que a norma faz clara distinção entre o que per-
tence à entidade e o que é das pessoas físicas ou jurídicas, de seus 
sócios e dos acionistas. Essa segregação é importante, pois permite o 
controle separado, além de que os elementos da vida pessoal dos só-
cios não interfiram nos resultados da entidade, resultando em algumas 
situações em que os lucros ou os prejuízos não correspondam à reali-
dade do negócio.
3.1.2 Princípio da continuidade
O princípio da continuidade pressupõe que a entidade continuará 
em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação 
dos componentes do patrimônio levam em conta essa circunstância 
(CFC, 1993). O ponto principal da continuidade é que as entidades per-
56 Contabilidade Internacional
manecerão em operação por tempo indeterminado, com potencial de 
geração de benefícios, com isso, o reconhecimento e a avaliação dos 
ativos e passivos da entidade leva em conta essa premissa.
Santos, Schmidt e Machado (2005) compreendem que a continui-
dade dos negócios das empresas influencia a metodologia de cálculo 
e o reconhecimento do valor econômico dos ativos e passivos. Caso as 
premissas da continuidade sejam alteradas e tenham um horizonte de 
suspensão das atividades da organização, os valores de seus ativos e 
os prazos de vencimento de seus passivos podem sofrer alterações, ne-
cessitando, então, de metodologias diferentes para avaliação de bens, 
de direitos e de obrigações da entidade.
3.1.3 Princípio da oportunidade
O princípio da oportunidade tem como premissa principal a tem-
pestividade e a integridade dos registros contábeis das operações 
realizadas pela entidade. As alterações patrimoniais ocorridas em 
determinado período devem ser registradas e mensuradas quando 
ocorrerem e na extensão em que acontecerem, obedecendo à tem-
pestividade da informação contábil, representando a integridade das 
informações. O CFC (1993) entende que, caso a integridade e tempes-
tividade não sejam observadas na elaboração e na divulgação da infor-
mação contábil, isso pode ocasionar perda da utilidade da informação, 
pois a sua relevância é diminuída em função das informações atrasa-
das e que essas não expressem a realidade das mutações patrimoniais.
Durante a realização das operações das entidades, pode haver si-
tuações de incerteza em relação à ocorrência de variações patrimoniais, 
como é o caso de eventos relacionados aos processos fiscais, trabalhis-
tas, ambientais, dentre outros, em que – apesar de serem originados 
de eventos passados – existe incerteza em relação ao momento do de-
sembolso e o respectivo valor relacionado ao evento. Mesmo nessas si-
tuações, caso sejam tecnicamente estimáveis os valores e as previsões 
de períodos de desembolsos, os registros das alterações patrimoniais 
– representadas por alterações nos ativos e passivos da empresa – de-
vem ser efetuados obedecendo a tempestividade e a integridade das 
informações contábeis.
Estrutura conceitual 57
3.1.4 Princípio do registro pelo valor original
Os valores originais das operações devem ser utilizados para o re-
gistro inicial dos elementos do patrimônio da entidade, sendo expres-
sos em moeda nacional. Iudícibus (2009, p. 42) explica que a premissa 
do princípio é “que, presumivelmente, o preço acordado entre compra-
dor e vendedor seja a melhor expressão do valor econômico do ativo, 
no ato da transação”. Portanto, o registro inicial deve ser pelo valor 
negociado no momento da transação, representando o potencial de 
benefícios futuros que o ativo pode gerar para a empresa.
A Resolução CFC n. 750 indica que a base de mensuração inicial que 
deve ser utilizada é o custo histórico:
Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos 
em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recur-
sos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os 
passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram 
recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, 
pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão 
necessários para liquidar o passivo no curso normal das opera-
ções. (CFC, 1993)
Após o registro inicial, os ativos e os passivos podem sofrer varia-
ções nos seus valores, sendo utilizados outros critérios de mensuração: 
o custo corrente, o valor realizável, o valor presente, o valor justo e a 
atualização monetária, conforme veremos a seguir.
3.1.5 Atualização monetária
O princípio da atualização monetária, presente na Resolução CFC 
n. 750/93 (GIROTTO, 2016), evidenciava que os efeitos da alteração do 
poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos re-
gistros contábeis por meio do ajustamento da expressão formal dos 
valores dos componentes patrimoniais. Posteriormente, com a edição 
da Resolução CFC n. 1.282/10, esse princípio foi revogado, entendendo 
o legislador que a moeda nacional se mostra mais estável, não apre-
sentando constantes valorizações e desvalorizações.
58 Contabilidade Internacional
3.1.6 Princípio da competência
O princípio da competência determina que as operações contábeis 
devem ter seu registro efetuado no período em que ocorrem, indepen-
dentemente de quando irá ocorrer o seu recebimento ou pagamento. 
Luz (2015, p. 80) explica que “a observância do princípio de competên-
cia implica que as receitas e despesas serão reconhecidas pela conta-
bilidade conforme a ocorrência de seus respectivos fatos geradores”. 
O evento econômico é observado para a evidenciação contábil, em de- 
trimento dos períodos que serão recebidos ou deverão ser pagos pela 
entidade (evento financeiro).
Iudícibus (2009) entende que o elemento fundamental no reconhe-
cimento de receitas é o ganho da receita, ou seja, o fato gerador dela, 
e em relação às despesas, essas são apropriadas, ou seja, registradas, 
quando são incorridas, isto é, quando ocorre o consumode ativos para 
a produção de bens e geração de receitas. Acerca disso, a Resolução 
CFC n. 750/93 (GIROTTO, 2016) pressupõe o registro simultâneo de re-
ceitas e despesas que sejam correlatas.
3.1.7 Princípio da prudência
De acordo com o artigo 10 da Resolução CFC n. 750/93, “o princípio 
da prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exer-
cício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de 
incerteza”. Esse princípio apresenta que o contador deve preocupar-se 
que os ativos e as receitas não sejam registrados por valores superesti-
mados, assim como, os passivos e as despesas tenham seu registro por 
valores subestimados, gerando, com isso, valores distorcidos na eviden-
ciação do patrimônio da entidade. Acerca disso, Luz (2015) explica que 
o conservadorismo nos números contábeis tem como objetivo evitar 
falsas expectativas no mercado, o que poderia induzir investidores na 
realização de transações que representam riscos potenciais.
A aplicação da prudência, conforme Santos, Schmidt e Machado 
(2005), deve ser com cautela e sem excessos, evitando situações que 
possam ser enquadradas como manipulações dos resultados da em-
presa. Os autores reforçam que o uso da prudência deve “constituir 
garantia da inexistência de valores artificiais, de interesse específico de 
determinados usuários, especialmente administradores e controlado-
res” (SANTOS; SCHMIDT; MACHADO, 2005, p. 51).
Estrutura conceitual 59
3.2 Pronunciamento Conceitual Básico 
Vídeo Em 2005, o CPC foi instituído como órgão responsável pela emis-
são das normas contábeis brasileiras em convergência aos padrões in-
ternacionais. Em 2008, o comitê emitiu o Pronunciamento Conceitual 
Básico, conhecido também como CPC 00, que apresentou a estrutura 
conceitual para a elaboração e a apresentação das demonstrações 
contábeis e representa a base conceitual aplicável aos demais pronun-
ciamentos. O CPC 00 foi recepcionado pelo CFC com a edição da Re-
solução CFC n. 1.121/2008, aprovando a NBC T 1 Estrutura Conceitual 
- Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demons-
trações Contábeis. Posteriormente, em 2011, a norma do CFC passou 
a ser denominada de NBC TG Estrutura Conceitual - Estrutura Conceitual 
para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro.
A partir da Resolução CFC n. 1.121, o Brasil passou a ter duas 
normas sobre as características da informação contábil e bases 
conceituais:
Figura 1
Resolução CFC n. 1.121
1. Resolução CFC n. 750 (com 
alteração posterior pela 
Resolução CFC n. 1.282), com 
as principais características dos 
Princípios Fundamentais de 
Contabilidade. 
2. NBC TG Estrutura Conceitual, 
que apresenta orientações e 
fundamentações que devem ser 
seguidas pelos contadores no registro, 
na elaboração e na divulgação das 
demonstrações contábeis (LUZ, 2015). 
Am
m
us
/S
hu
tte
rs
to
ck
Fonte: Elaborada pelo autor com base em CFC, 2008. 
As duas normas existiram em conjunto até a revogação da Resolu-
ção CFC n. 750, em 23 de setembro de 2016, com efeito a partir do dia 
1 de janeiro de 2017.
O Pronunciamento Técnico CPC 00, que está em sua segunda revi-
são, estabelece a base para edição de pronunciamentos que melho-
rem a transparência, a comparabilidade e a qualidade das informações 
financeiras. A elaboração de informações com elevada qualidade pos-
sibilita aos usuários contábeis – como investidores e credores – o uso 
dessas demonstrações para fundamentar suas decisões econômicas 
60 Contabilidade Internacional
de maneira assertiva, buscando maior eficiência econômica dos recur-
sos investidos.
Para a elaboração de demonstrações contábeis que reflitam a situa-
ção econômico-financeira das entidades de modo adequado, contribuin-
do, por meio disso, para a tomada de decisões por parte dos usuários, o 
Pronunciamento Técnico elenca as características qualitativas que a in-
formação contábil deve atender, a saber: (i) as características qualitativas 
fundamentais; e (ii) as características qualitativas de melhoria.
3.2.1 Características qualitativas fundamentais
São as características qualitativas que, necessariamente, precisam 
estar presentes nas demonstrações contábeis para que sejam úteis 
para os usuários das informações. Luz (2015) explica que elas qualifi-
cam a informação para que essa tenha o potencial de cumprir com a 
sua finalidade, que é servir de fonte para balizar as decisões dos usuá-
rios dessas informações. As características qualitativas fundamentais 
são a relevância e a representação fidedigna (Figura 1).
Figura 1
Características qualitativas fundamentais
Relevância
Características 
qualitativas 
fundamentais
Representação 
fidedigna 
ar
ve
c/
Sh
utt
erst
ock
A relevância é caracterizada como uma informação financeira ca-
paz de fazer a diferença para os usuários no momento da escolha da 
decisão a ser tomada. A informação financeira é relevante, de acordo 
com Hendriksen e Van Breda (2010), quando é pertinente à questão 
analisada, afetando metas, compreensão e decisões dos usuários das 
informações. Os autores acrescentam que a informação relevante deve 
auxiliar os usuários a fazer predições sobre os resultados passados, 
presentes e futuros, possibilitando confirmar ou corrigir expectativas, 
ou – como indica o CPC 00 (2019) – deve ter valor preditivo ou valor 
confirmatório.
Estrutura conceitual 61
A informação financeira pode ser utilizada em modelos de toma-
da de decisão usados para a previsão de resultados, tornando-se úteis 
para a projeção de cenários e predições de valores. Como valor confir-
matório, a informação irá auxiliar com a criação de feedbacks acerca 
dos resultados passados e das correções nas expectativas. Em algumas 
situações, a informação pode ser utilizada como valor confirmatório e 
valor preditivo, como é o caso da projeção de receitas, que – após trans-
corrido o período – permite a análise e a confirmação dos valores e, pos-
teriormente, pode ser utilizada para a projeção dos períodos seguintes.
Por fim, o CPC 00 (2019, p. 10) também ressalta outro aspecto da 
relevância: a materialidade, explicando que a “informação é material se 
a sua omissão, distorção ou obscuridade puder influenciar, razoavel-
mente, as decisões que os principais usuários de relatórios financeiros 
tomam com base nesses relatórios”.
A representação fidedigna é a característica qualitativa que indica 
que os fenômenos devem ser representados fidedignamente, ou seja, 
que as informações contábeis devem representar fielmente os fenô-
menos econômicos. O CPC 00 (2019) lista três características que essa 
representação deve ser: (i) completa, (ii) neutra e (iii) isenta de erros. 
Uma informação é completa quando relaciona todos os fatos neces-
sários para a compreensão do evento ou fenômeno, permitindo que o 
usuário compreenda a informação e a utilize no embasamento de suas 
ações. Em algumas situações são necessárias descrições e explicações 
adicionais às demonstrações contábeis, esclarecendo a natureza dos 
fatos econômicos.
A neutralidade diz respeito à imparcialidade e a não manipulação 
das informações e respectivas evidenciações no formato das demons-
trações contábeis. O profissional contábil deve manter-se neutro em 
relação às informações elaboradas, não sendo tendencioso na apre-
sentação delas, permitindo dessa forma que o usuário da informação 
forme suas próprias conclusões acerca dos eventos retratados.
O CPC 00 (2019, p. 11) relaciona que uma informação “livre de erros 
significa que não há erros ou omissões na descrição do fenômeno e 
que o processo utilizado para produzir as informações apresentadas 
foi selecionado e aplicado sem erros no processo”. Em algumas circuns-
tâncias, as informações terão que ser elaboradas com o uso de esti-
62 Contabilidade Internacional
mativas ou julgamentos, mas devem ser o mais próximo da realidade 
econômica do evento e explicadas de modo claro e preciso.
3.2.2 Características qualitativas de melhoria
Como o próprio nomeindica, são as características qualitativas 
que objetivam melhorar a utilidade da informação contábil, sendo 
recomendáveis na produção de informações e relatórios, utilizadas 
em conjunto com a relevância e a representação fidedigna. São elas: 
a comparabilidade, a capacidade de verificação, a tempestividade e a 
compreensibilidade, representadas a seguir.
Figura 2
Características qualitativas de melhoria
Características 
qualitativas de 
melhoria
Comparabilidade
Capacidade de 
verificação
Tempestividade Compreensibilidade 
Abert/Shutterstock
Lunelli (2016, p. 1) explica que “os usuários devem poder comparar 
as informações contábeis de uma entidade ao longo do tempo, a fim 
de identificar tendências na sua posição patrimonial e financeira e no 
seu desempenho”. Além da comparação dos eventos de uma entidade, 
analisando os dados de períodos diferentes, a informação contábil deve 
também permitir a comparação com informações de outras entidades.
A característica qualitativa da comparabilidade, segundo Hendrik-
sen e Van Breda (2010), permite a identificação – por parte do usuário 
Estrutura conceitual 63
da informação – das semelhanças e diferenças entre dois conjuntos de 
fenômenos econômicos. Para auxiliar a interpretação e a tomada de 
decisão pelo usuário da informação, as normas aplicadas à apresen-
tação das demonstrações contábeis exigem que os relatórios relacio-
nem o período atual e ao imediatamente anterior a ele, permitindo, por 
meio disso, a comparação entre os valores e a melhoria na qualidade 
de informação disponível para análise.
A característica qualitativa da verificação indica que os usuários 
das informações devem analisar e entender o fenômeno retratado, 
compreendendo a situação econômica da entidade. Em algumas si-
tuações, é necessária a divulgação de informações adicionais, como as 
premissas utilizadas para a elaboração das informações, de modo a 
permitir a verificabilidade por parte dos usuários.
O CPC 00 (2019, p. 13, grifo nosso) relaciona que a “capacidade de 
verificação significa que diferentes observadores bem informados 
e independentes podem chegar ao consenso, embora não a acordo 
necessariamente completo, de que a representação específica é re-
presentação fidedigna”. Como a análise realizada pelos usuários da 
informação contábil é baseada nas demonstrações financeiras e pre-
missas divulgadas, por exemplo, nas notas explicativas, podem chegar 
a resultados parecidos, embora não necessariamente iguais.
A verificabilidade pode ser realizada tanto de modo direto, com a 
observação do fenômeno ou evento analisado, quanto pela verificação 
da quantidade de produtos em estoque, por meio de contagem física, 
ou, ainda, pela auditoria dos valores no caixa da empresa, por meio da 
contagem do dinheiro disponível.
Outra forma de verificação é aquele de modo indireto, por meio das 
informações divulgadas pela empresa, pelas premissas utilizadas, em 
que o observador recalcula os modelos e as estimativas realizadas pela 
companhia. Um exemplo disso é o cálculo do valor realizável dos esto-
ques, esse analisa se os estoques não estão registrados por um valor 
superior àquele que conseguirão ser realizados pela venda. Para essa 
validação, os usuários externos da empresa utilizarão os dados divulga-
dos pela empresa recalculando os respectivos valores.
A característica qualitativa da tempestividade indica que a infor-
mação deve ser disponibilizada no tempo correto para que seja uti-
lizada pelos usuários da informação contábil em suas decisões. Uma 
64 Contabilidade Internacional
decisão divulgada com muito atraso não é capaz de ser utilizada para 
conferências, previsões futuras e influenciar as decisões.
Lagioia (2011) explica que as entidades devem buscar o equilíbrio para 
fornecer a informação no tempo adequado, auxiliando o tomador da de-
cisão e que a informação tenha o máximo de confiabilidade. Uma informa-
ção divulgada antes que todos os aspectos sejam conhecidos pode atender 
à tempestividade, mas, pode ter sua confiabilidade afetada pela falta de 
informações sobre determinado evento. Por sua vez uma informação di-
vulgada após o conhecimento de todos os fatos pode trazer mais confiabi-
lidade, mas pode ter menos utilidade, se não chegar em tempo hábil de ser 
utilizada. O contador e a entidade devem buscar o equilíbrio entre o tempo 
de divulgação e a confiabilidade da informação.
Por fim, a característica qualitativa da compreensibilidade é a con-
dição de que as informações divulgadas devem ser entendidas para os 
usuários das demonstrações financeiras. Luz (2015) explica que essa 
característica permitirá uma manipulação mais adequada da informa-
ção contábil, pois a análise será mais efetiva com base na correta com-
preensão do usuário.
Ainda, pressupõe que mesmo eventos complexos devem ser reporta-
dos, pois, como explica Lunelli (2016, p. 1): “presume-se que os usuários 
tenham um conhecimento razoável dos negócios, da atividade econômi-
ca da empresa e também de contabilidade”. A não inclusão de eventos 
complexos fará com que as demonstrações financeiras fiquem incom-
pletas, prejudicando o uso das informações em análises e decisões.
3.3 Normas para apresentação das 
demonstrações contábeis Vídeo
O Pronunciamento Técnico n. 26 foi editado pelo CPC em 2009, com 
atualização no ano de 2011, para definir a base para a apresentação 
das demonstrações contábeis e permitir a comparabilidade dessas 
demonstrações de uma empresa em períodos diferentes e com as de 
outras empresas. A referida norma foi adotada pelo CFC, com a edição 
da NBC TG 26.
As demonstrações contábeis são um conjunto de relatórios estru-
turados elaborados pelas entidades em um determinado período, con-
forme apresenta o CPC (2011, p. 6), e têm como objetivo:
Estrutura conceitual 65
Proporcionar informação acerca da posição patrimonial e finan-
ceira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que 
seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e 
tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis 
também objetivam apresentar os resultados da atuação da ad-
ministração, em face de seus deveres e responsabilidades na 
gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados.
Essas demonstrações são elaboradas seguindo a estrutura deter-
minada conforme as normas, servindo de fonte de informações sobre 
os ativos, passivos, resultados e fluxos de caixas das empresas, para 
os diversos tipos de usuários, que utilizam para realizar suas análises e 
previsões. O conjunto completo de demonstrações contábeis é:
Balanço Patrimonial ao final do período;
1
Demonstração do Resultado do período;
2
Demonstração dos Fluxos de Caixa do período;
5
Demonstração do Resultado Abrangente do período;3
Notas Explicativas, compreendendo as políticas contábeis significativas e 
outras informações elucidativas;
6
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido do período;4
Demonstração do Valor Adicionado do período.7
As pequenas e médias empresas seguem uma norma própria, o 
Pronunciamento Técnico PME – Contabilidade para Pequenas e Médias 
Empresas, recepcionada pelo CFC com a edição da NBC TG 1000, que 
permite que as empresas apresentem a Demonstração dos Lucros e 
Prejuízos Acumulados no lugar da Demonstração do Resultado Abran-
gente e da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Segun-
do a mesma norma, a Demonstração do Valor Adicionado também não 
é obrigatória para esse conjunto de empresas, somente para as empre-
sas constituídas com a forma jurídica de sociedade anônima.
66 Contabilidade Internacional
Outro grupo de empresas – as microempresas e empresas de pe-
queno porte – seguem a Interpretação Técnica Geral 1000, editada pelo 
CFC em 1º de janeiro de 2012, que compreende que essas empresas 
devem apresentar somente o Balanço Patrimonial, a Demonstração do 
Resultado e as Notas Explicativas, sendo as demais demonstrações fa-
cultativas na elaboração e apresentação.
O Pronunciamento Técnico n. 26 apresenta os aspectosgerais que 
devem ser observados na elaboração das demonstrações contábeis, 
aplicáveis em todas as demonstrações e para todas as empresas, inde-
pendentemente da forma jurídica de sua constituição. A seguir, são lis-
tados os principais aspectos que o profissional contábil deve observar.
Apresentação apropriada e conformidade com as práticas contábeis brasileiras
A entidade que elabora e apresenta suas demonstrações contábeis 
deve aplicar todas as normas contábeis vigentes, como explicam Le-
mes e Carvalho (2010, p. 10), e “fazer uma declaração explícita e sem 
restrições de tal cumprimento nas notas explicativas”. Em suas notas 
explicativas, a entidade incluirá declaração de conformidade com os 
Pronunciamentos, as Interpretações e as Orientações das normas con-
tábeis brasileiras. Quando não houver a aplicação de uma norma – to-
tal ou de algum requisito específico –, deverá divulgar essa situação, 
evidenciando aos usuários contábeis a norma não aplicada e o respec-
tivo impacto financeiro, dentre outras informações.
Continuidade
A continuidade das atividades de uma empresa é um pressuposto 
importante para a elaboração das demonstrações contábeis, indican-
do que a empresa mantém sua capacidade de operação, suas ativida-
des e a geração de resultados. Caso existam incertezas com relação à 
continuidade das operações da empresa, em função de sua situação 
econômica, diminuição em sua capacidade produtiva ou de mercado 
consumidor, dificuldades na obtenção de crédito, dentre outros fato-
res, a empresa deverá divulgar essa situação, como orienta o CPC 26 
(CPC, 2011, p. 11): “Quando a administração tiver ciência, ao fazer a sua 
avaliação, de incertezas relevantes relacionadas com eventos ou condi-
ções que possam lançar dúvidas significativas acerca da capacidade da 
Estrutura conceitual 67
entidade continuar em operação no futuro previsível, essas incertezas 
devem ser divulgadas”.
O objetivo principal das demonstrações contábeis é fornecer 
informações sobre as entidades, servindo de subsídio para os diversos 
usuários da informação contábil, sendo, portanto, imprescindível a 
evidenciação da informação da continuidade das operações, para que 
os interessados conheçam a real situação financeira e econômica e não 
sejam surpreendidos com o encerramento das atividades pela admi-
nistração da empresa.
Regime de Competência
Martins et al. (2017) explicam que as receitas e as despesas devem 
ser registradas no período em que ocorrem, com a vinculação da des-
pesa à receita do período, independentemente de seus pagamentos 
ou recebimentos no caixa da empresa. O regime de competência é 
utilizado na elaboração de todas as demonstrações contábeis, com 
exceção para a Demonstração dos Fluxos de Caixa, que é apresentada 
com informações extraídas pelo regime de caixa.
Materialidade e agregação
O CPC 26 (2011) apresenta que as demonstrações contábeis devem 
apresentar separadamente cada classe material de itens semelhantes 
e itens de natureza ou função distinta. Em algumas situações os itens, 
embora distintos, podem apresentar valores reduzidos que não são 
individualmente materiais. Nesses casos, os itens devem ser agrupa-
dos e apresentados somados a outros elementos das demonstrações 
contábeis. Embora não sejam individualmente relevantes, algumas in-
formações podem justificar a sua evidenciação em separado nas notas 
explicativas. O artigo 176 da Lei n. 6.404, de 1976 indica que peque-
nos saldos de contas semelhantes podem ser agregados, desde que 
o total não ultrapasse dez por cento do grupo em que as contas estão 
inseridas.
Compensação de valores
Lemes e Carvalho (2010, p. 11) explicam que “os ativos, passivos, 
receitas e despesas não podem ser compensados entre si, a menos 
que seja exigido ou permitido por alguma norma específica”, devem 
ser informados separadamente. A norma indica que a compensação 
68 Contabilidade Internacional
de elementos pode prejudicar a apresentação e a interpretação dos 
valores evidenciados nas demonstrações, a menos que possa melhorar 
a capacidade do usuário de entender os números apresentados.
Frequência de apresentação
As demonstrações contábeis devem ser apresentadas pelo menos 
anualmente. O CPC 26 (2011) também explica que caso ocorra altera-
ção na data de encerramento das demonstrações contábeis – ou sejam 
apresentadas em períodos mais longos ou mais curtos do que um ano 
–, a entidade deve informar os motivos da alteração da data e períodos 
diferentes de um ano.
Informação comparativa
As demonstrações contábeis devem ser apresentadas de modo 
comparativo, do período corrente que está sendo demonstrado com 
o período imediatamente anterior. A entidade deve apresentar como 
informação mínima dois Balanços Patrimoniais, duas Demonstrações 
do Resultado e do Resultado Abrangente, duas Demonstrações do Re-
sultado (se apresentadas separadamente), duas Demonstrações dos 
Fluxos de Caixa, duas Demonstrações das Mutações do Patrimônio Lí-
quido e duas Demonstrações do Valor Adicionado (se apresentadas), 
bem como as respectivas notas explicativas.
Mudança na política contábil, demonstração retrospectiva ou reclassificação
O CPC 26 (2011, p. 15) afirma que “a entidade deve apresentar um 
terceiro balanço patrimonial no início do período anterior, adicional aos 
comparativos mínimos das demonstrações contábeis” quando houver 
aplicação de uma política contábil retrospectivamente ou fizer uma 
reapresentação retrospectiva de itens nas suas demonstrações contá-
beis ou reclassificar itens de suas demonstrações contábeis. A entidade 
também deverá apresentar o terceiro Balanço Patrimonial se a aplica-
ção retrospectiva, a reapresentação retrospectiva ou a reclassificação 
tiver efeito material sobre as informações do Balanço Patrimonial no 
início do período anterior.
Consistência de apresentação
As entidades devem manter tanto a apresentação quanto a classi-
ficação das contas em suas demonstrações contábeis de um período 
Estrutura conceitual 69
para outro, como explicam Lemes e Carvalho (2010), a menos que uma 
alteração seja mais apropriada, produzindo demonstrações contábeis 
mais completas.
Identificação das demonstrações contábeis
As demonstrações contábeis são relatórios elaborados e apresentados 
seguindo as normativas contábeis vigentes e devem permitir a identifica-
ção da entidade que reporta elas, assim como, informações adicionais que 
permitam o completo entendimento por parte dos usuários da informa-
ção. Martins et al. (2017) explicam que é necessário identificar e diferenciar 
essas demonstrações de outros relatórios que não sejam elaborados se-
guindo os preceitos normativos. Já o CPC 26 (2011, p. 17) elenca os seguin-
tes itens como obrigatórios para sua correta identificação:
(a) o nome da entidade às quais as demonstrações contábeis 
dizem respeito ou outro meio que permita sua identificação, bem 
como qualquer alteração que possa ter ocorrido nessa identifica-
ção desde o término do período anterior;
(b) se as demonstrações contábeis se referem a uma entidade 
individual ou a um grupo de entidades;
(c) a data de encerramento do período de reporte ou o perío-
do coberto pelo conjunto de demonstrações contábeis ou notas 
explicativas;
(d) a moeda de apresentação, tal como definido no Pronuncia-
mento Técnico CPC 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câm-
bio e Conversão de Demonstrações Contábeis; e
(e) o nível de arredondamento usado na apresentação dos valo-
res nas demonstrações contábeis.
A identificação da entidade que reporta as demonstrações e as 
informações, como data, moeda e nível de arredondamento, permi-
tem a melhor compreensão e interpretação dos valores apresenta-
dos nas demonstrações.
O documentário Enron: 
os mais espertos da 
sala apresenta um dos 
maiores casos de falência 
e escândalo corporativo 
da história dos Estados 
Unidos, envolvendo a 
empresa Enron, que era 
a 5ª maior empresa do 
país em 2001. Nesse ano 
a empresa foi investiga-
da pela Securitiesand 
Exchange Commission 
(SEC) por fraudar suas 
demonstrações contábeis 
e relatórios divulgados ao 
mercado financeiro, ma-
nipulando as informações 
contábeis. O documen-
tário mostra a importân-
cia de demonstrações 
contábeis confiáveis e de 
rígidas normas de gover-
nança corporativa.
Direção: Alex Gibney. EUA: HDNet 
Films, 2005.
Documentário
3.4 A profissão contábil e suas características 
Vídeo A profissão contábil sempre foi fortemente influenciada pelos limi-
tes e critérios fiscais, editados principalmente pela Secretaria da Receita 
Federal. A influência tributária limitou a evolução e o desenvolvimento 
dos princípios fundamentais da contabilidade, como explicam Martins 
et al. (2017, p. 1), pois “a Contabilidade era feita pela maioria das em-
presas com base nos preceitos e formas de legislação fiscal, os quais 
70 Contabilidade Internacional
nem sempre se baseavam em critérios contábeis corretos”. A influência 
da legislação tributária editava procedimentos contábeis para classifi-
cação das contas e registro de receitas e despesas (NIYAMA, 2010).
A criação do CPC para o estudo, para o preparo e para a edição 
de normas contábeis iniciou o processo de convergência das normas 
contábeis brasileiras às normas contábeis internacionais. A partir de 
2010, as empresas brasileiras precisaram utilizar o novo conjunto de 
normas para o registro e a apresentação das suas demonstrações con-
tábeis, o que apresentou enorme desafio ao profissional contábil, pois 
ele precisou se adaptar a essa nova estrutura de normas que prioriza 
princípios em relação às regras. As alterações nas legislações provo-
caram a segregação da contabilidade financeira, essa responsável por 
elaborar demonstrações contábeis com objetivo de gerar informações 
para seus usuários, e da contabilidade fiscal, que objetiva a apuração 
dos tributos exigidos pelas autoridades tributárias.
Esse novo cenário requer que o profissional contábil incorpore 
novos conhecimentos, pois as novas normas diferenciam-se das an-
teriores por não apresentarem as regras tão detalhadas em relação 
ao registro dos fatos contábeis, mas os princípios básicos a serem se-
guidos. O profissional contábil passa a ter maior discricionariedade no 
registro das operações, tendo maior liberdade de ação e decisão, den-
tro dos limites da lei. Isso exige maior conhecimento das operações 
realizadas, necessitando de maior interação com os diversos setores 
que compõem a entidade.
Martins et al. (2017) explicam que a contabilidade passa a ser de toda 
empresa, não só do contador, ocasionando a ascensão da profissão, ele-
vando o patamar da contabilidade nas organizações. Precisa existir uma 
maior interação com áreas de planejamento, orçamentação, engenha-
ria, compras, vendas, dentre outras, que serão a fonte de informações 
para o registro contábil e que subsidiarão os números evidenciados nas 
demonstrações contábeis. O profissional deixa de ser o único gerador 
de informação e passa a dividir essa responsabilidade com a empresa.
As normas contábeis internacionais são baseadas na prevalência da 
essência sobre a forma jurídica, ou seja, muitas vezes o documento 
fiscal ou contrato que embasa determinada operação não representa a 
essência econômica da operação. Essa interpretação dos fatos faz com 
que o contador precise conhecer a operação, mais um motivo para que 
Estrutura conceitual 71
ele interaja com a empresa como um todo, participando ativamente 
das discussões, das reuniões e dos planejamentos, a fim de conhecer 
as operações. Novos conhecimentos deverão ser incorporados ou am-
pliados pelo profissional contábil – como conhecimentos matemáticos, 
estatísticos, econômicos e de gestão –, para aplicação de maneira cor-
reta das normas e realizar, corretamente, julgamentos, quando assim 
for exigido.
O papel da educação é fundamental para que esses profissionais 
tenham uma mudança de comportamento e incorporem esses novos 
conhecimentos. Salotti et al. (2015, p. 19) reforçam que:
Professores e educadores em geral estão, portanto, diante de 
um imenso desafio: preparar profissionais dotados de pensa-
mento crítico para interpretar normas, emitir julgamentos sobre 
transações e eventos econômicos de modo a produzir informa-
ções contábeis de qualidade que sejam úteis para a tomada de 
decisão econômica dos agentes no mercado.
No Brasil, cabe aos professores e responsáveis por cursos e treina-
mentos o papel de propagadores desse novo ordenamento contábil 
que se apresenta para os profissionais da contabilidade que, por sua 
vez, possuem a responsabilidade de entender e aplicar as normas em 
todos seus aspectos em prol de uma contabilidade que retrate a real 
situação econômico-financeira das entidades reportadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capítulo, foram apresentadas as resoluções do CFC que edita-
ram os Princípios Fundamentais de Contabilidade, os quais representam a 
essência das doutrinas e teorias da contabilidade. Posteriormente, os prin-
cípios fundamentais foram substituídos pelas características qualitativas 
fundamentais e de melhoria, presentes na Estrutura Conceitual editada 
pelo CPC. As características qualitativas apresentam aspectos que devem 
ser observados na elaboração das demonstrações contábeis, contribuin-
do para que reflitam na posição econômico-financeiro das entidades.
A evidenciação de informações presentes nas demonstrações contá-
beis necessita a observância de aspectos, como a continuidade da entida-
de, a utilização do regime de competência para contabilização dos fatos 
contábeis, a frequência de apresentação das demonstrações, a apresen-
tação com informações comparativas de períodos anteriores e a correta 
72 Contabilidade Internacional
identificação dessas informações, permitindo, desse modo, que as de-
monstrações sejam compreendidas e sirvam de subsídio para os diversos 
grupos de usuários da contabilidade.
ATIVIDADES
Atividade 1
A continuidade é apontada por diversos autores como postulado 
e como princípio, devido a sua importância na teoria da 
contabilidade. Explique-a.
Atividade 2
Explique o princípio da competência, que deve ser observado no 
registro das operações contábeis.
Atividade 3
Uma das características qualitativas mais importantes é a repre-
sentação fidedigna. Comente-a.
REFERÊNCIAS
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Brasília: DF, 17 dez. 1976. Dispõe sobre as sociedades por ações. Disponível em: http://
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1993. Diário Oficial da União, Brasília, DF: 31 dez. 1993. Disponível em: https://www2.
cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1993/000750&arquivo=RES_750.DOC. 
Acesso em: 2 ago. 2021.
CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC n. 1.128, de 21 de novembro 
de 2008. Diário Oficial da União, Brasília, DF: 25 nov. 2008. Disponível em: https://www2.
cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2008/001128&arquivo=Res_1128.doc. 
Acesso em: 20 set. 2021.
CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC n. 1.282, de 28 de maio de 2010. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF: 2 jun. 2010. Disponível em: https://www2.cfc.org.br/
sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2010/001282&arquivo=Res_1282.doc. Acesso em: 
2 ago. 2021.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Conceitual Básico. CPC, 
2019. Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf. 
Acesso em: 17 ago. 2021.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico 26. CPC, 2011. 
Disponível em: http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf. Acesso em: 
17 ago. 2021.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404compilada.htm
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https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=1993/000750&arquivo=RES_750.DOC
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https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2010/001282&arquivo=Res_1282.doc
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/573_CPC00(R2).pdf
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Estrutura conceitual 73
GIROTTO, M. Revogação da Resolução n. 750/1993: contexto e considerações. Conselho 
Federal de Contabilidade, 2016. Disponível em: https://cfc.org.br/noticias/revogacao-da-
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http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/qualidade-informacoes-contabeis.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/qualidade-informacoes-contabeis.htm
74 Contabilidade Internacional
4
Bases de mensuração
Este capítulo apresenta bases de mensuração relacionadas nas nor-
mas internacionais para aplicação aos elementos integrantes das de-
monstrações contábeis das entidades. O valor presente é uma das bases 
de mensuração relacionadas neste capítulo e utilizado para determinar o 
valor atual de um fluxo de caixa futuro de elementos do ativo e passivo. 
Outra base de mensuração aplicada sobre ativos e passivos é o valor justo, 
que compreende valores de mercado e não uma mensuração específica 
da entidade. O cálculo do valor justo destina-se a ativos e passivos espe-
cíficos, sendo necessária a análise das características dos bens, direitos e 
obrigações, incorporadas na precificação desses elementos.
São analisados os procedimentos que devem ser aplicados para que 
a entidade assegure que seus ativos estejam registrados contabilmente 
por valores que não ultrapassem seu valor de recuperação, seja em uma 
operação de venda ou com a utilização dos ativos na geração de fluxos 
de caixa futuros (CPC, 2010). Caso forem constatados valores contábeis 
maiores que os valores de recuperação, ajustes devem ser realizados no 
valor dos ativos.
Outro aspecto estudado no capítulo é a aplicação de normas contábeis 
específicas para empresas de menor porte, como microempresas, empre-
sas de pequeno e médio porte. A aplicação de um conjunto reduzido de 
normativas se justifica, pois são empresas que normalmente não têm obri-
gação de prestação de contas, elaborando suas demonstrações contábeis 
principalmente para uso interno na gestão das entidades e não possuindo 
algumas das operações descritas nos pronunciamentos contábeis.
Bases de mensuração 75
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• compreender como a aplicação de bases de mensuração 
diferentes do custo histórico podem produzir informações 
atualizadas sobre os elementos das demonstrações contá-
beis, melhorando a informação contábil evidenciada;
• aplicar o cálculo do valor presente para definir o atual valor de 
ativos e passivos, identificando separadamente os elementos 
de receitas e despesas financeiras embutidas nas operações;
• identificar as técnicas de avaliação utilizadas para estimativa 
do preço de ativos e passivos a valor de mercado;
• conhecer as normas contábeis aplicáveis às entidades de me-
nor porte no Brasil.
Objetivos de aprendizagem
4.1 Mensuração do valor presente 
Vídeo O Pronunciamento Técnico CPC 12 do Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC) foi editado em 2008 com o objetivo de apresentar os 
principais aspectos que devem ser observados no cálculo e registro 
do ajuste a valor presente, aplicável nos elementos do ativo e passivo, 
fornecendo também as orientações para a evidenciação nas demons-
trações contábeis. O valor presente é uma das bases de mensuração 
aplicadas no reconhecimento dos elementos das demonstrações, pro-
duzindo informações com maior grau de relevância, uma característi-
ca qualitativa imprescindível para que as informações contábeis sejam 
úteis e façam a diferença nas decisões dos usuários.
As operações de vendas e compras a prazo normalmente possuem 
a incidência de juros, que são embutidos nos valores das transações, 
sendo incluídos nos totais das notas fiscais de vendas e de compras. 
Dessa forma, os documentos fiscais têm uma parte que corresponde 
à mercadoria ou ao produto (o valor à vista da operação) e outra parte 
que corresponde a juros da operação a prazo. Contabilmente, são duas 
operações distintas incluídas na mesma operação, uma sendo o valor 
da receita com vendas ou da compra e outra sendo receita ou despesa 
financeira, portanto é necessário o registro contábil nos seus devidos 
grupos para a demonstração de resultado.
O documento completo 
do Comitê de Pronun-
ciamentos Contábeis, 
Pronunciamento Técnico 
CPC 12 – Ajuste a valor pre-
sente está disponível para 
leitura no link a seguir:
Disponível em: http://static.cpc.
aatb.com.br/Documentos/219_
CPC_12.pdf. Acesso em: 9 set. 2021.
Leitura
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/219_CPC_12.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/219_CPC_12.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/219_CPC_12.pdf
76 Contabilidade Internacional
No registro dessas operações, o CPC 12 (CPC, 2008, p. 6) explica que:
os elementos integrantes do ativo e do passivo decorrentes de 
operações de longo prazo, ou de curto prazo quando houver 
efeito relevante, devem ser ajustados a valor presente com 
base em taxas de desconto que reflitam as melhores avaliações 
do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos 
específicos do ativo e do passivo em suas datas originais.
A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada 
em base exponencial ‘pro rata die’, a partir da origem de cada 
transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que 
se vinculam.
As operações de longo prazo, registradas no Ativo e Passivo não 
Circulante, devem ser obrigatoriamente ajustadas a valor presente 
quando existirem componentes de juros embutidos na operação. Para 
as operações de curto prazo – normalmente operações de até um ano 
–, registradas no Ativo e Passivo Circulante, a empresa e o profissional 
contábil deverão determinar se existem efeitos relevantes e proceder 
ao ajuste dos valores. A norma não especifica o que é relevante, fican-
do sob discernimento do profissional contábil essa definição.
Outro ponto importante apresentado pela norma é a utilização de 
taxas que reflitam a incidência de juros na operação, que podem ser 
taxas explícitas – ou seja, conhecidas no ato da operação – ou implícitas 
– quando a desconhecemos –, mas elas estão embutida nos valores da 
operação. As taxas utilizadas para o desconto a valor presente devem 
ser taxas de juros compatíveis com a natureza, o prazo e os riscos as-
sociados às operações realizadas. O cálculo utiliza o conceito dos juros 
compostos e base exponencial pro rata die, que é o cálculo proporcio-
nalaos dias transcorridos. 
Na sequência, os demais aspectos do ajuste a valor presente serão 
explicados com o uso de exemplos de operações de compra e venda.
Operação de venda a prazo, com juros embutidos na operação
A empresa Exemplo S.A. vendeu mercadorias no valor de R$ 100.000,00 no dia 01/07/20x1, para recebimento em 4 
parcelas mensais iguais e consecutivas, iniciando a primeira em 30 dias. Sobre a operação incide ICMS (imposto sobre 
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual, intermu-
nicipal e de comunicação) sobre vendas no percentual de 18%. O custo da mercadoria vendida é de R$ 40.000,00. Para 
as vendas a prazo, a companhia utiliza a taxa de 5% ao mês a título de juros embutidos na operação. 
Observação: embora seja uma operação de curto prazo, em que não há a obrigatoriedade do ajuste a valor presente, para 
fins de exemplo, consideraremos como relevantes os juros embutidos na operação e será realizado o cálculo do ajuste na 
operação. O reconhecimento dos juros na operação deve ser realizado no reconhecimento inicial.
Bases de mensuração 77
1º Cálculo do valor presente da operação
Inicialmente precisamos organizar as informações, verificando os 
elementos indicados no exemplo para a aplicação na fórmula do valor 
presente.
Tabela 1 
Dados iniciais da venda
Dado Descrição
Valor a prazo R$ 100.000,00(corresponde ao valor futuro, com os juros embutidos na venda)
Valor das parcelas R$ 100.000,00 ÷ 4 parcelas = R$ 25.000,00
(valor mensal que o cliente pagará para a empresa)
Taxa de juros 5% ao mês
Tempo da operação 4 meses
Valor presente Valor a ser calculado
Fonte: Elaborada pelo autor.
Para o cálculo, vamos utilizar a fórmula do valor presente para ope-
rações com prestações:
PV PMT
i
i i
n
n
� �
�� � �
�� � �
1 1
1 ��
Onde:
 • PV = valor presente da operação (present value);
 • PMT = valor das parcelas (abreviação de payment);
 • i = taxa de juros (para a utilização de percentual na fórmula mate-
mática; será necessária a divisão por 100);
 • n = tempo da operação.
Vamos calcular a operação utilizando 6 casas após a vírgula:
PV
PV
� �
� �
� �
� �
25 000 00 1 0 05 1
1 0 05 0 05
25 000 00 105
4
4
4
. , ( , )
( , ) ,
. , ( , ) ��
�
� �
�
�
�
1
105 0 05
25 000 00 1215506 1
1215506 0 05
25 0
4( , ) ,
. , ,
, ,
.
PV
PV 000 00 0 215506
0 060775
, ,
,
�
78 Contabilidade Internacional
PV = 25.000,00 · 3,545951
PV = 88.648,76
Observação: se for uma operação que tenha somente uma parcela – por exemplo, 
a venda a prazo com juros embutidos para recebimento em uma única parcela em 
15 meses –, a fórmula matemática a ser utilizada é:
PV FV
i n
�
�( )1
Onde o FV corresponde ao valor futuro da operação (future value).
2º Registro contábil inicial da operação
No registro dos juros embutidos na operação será utilizada a conta 
de Ajuste a Valor Presente na Demonstração do Resultado, que é uma 
conta redutora das vendas de mercadorias, representando os juros da 
operação. O valor da venda é de R$ 100.000,00, e o valor presente que 
corresponde à operação de vendas das mercadorias pelo valor à vista 
é de R$ 88.648,76, sendo a diferença entre os dois o valor dos juros de 
R$ 11.351,24. Na sequência, a contabilização será apresentada. 
Débito/
Crédito Descrição Valor
Débito Conta Clientes (Ativo Circulante) R$ 100.000,00
Crédito
Conta Vendas de Mercadorias (Demonstração do 
Resultado)
R$ 100.000,00
Débito
Conta Ajuste a Valor Presente (Demonstração do 
Resultado)
R$ 11.351,22
Crédito
Conta Encargos Financeiros a apropriar (Ativo 
Circulante)
R$ 11.351,22
Tabela 2
Registro da nota fiscal de venda 
Fonte: Elaborada pelo autor.
A conta de Encargos Financeiros a Apropriar é uma conta redutora 
de clientes, representando os juros embutidos na operação. Os juros 
serão transferidos para a Demonstração do Resultado, para o grupo de 
Receitas Financeiras, de acordo com o tempo transcorrido e respeitan-
do o princípio de competência. Na sequência, veremos a contabilização 
dos impostos sobre a venda e a baixa do estoque.
Bases de mensuração 79
Tabela 3
Registro dos impostos incidentes sobre a nota fiscal de venda
Débito/
Crédito Descrição Valor
Débito Conta ICMS sobre Vendas (Deduções de Vendas – Demonstração do Resultado) R$ 18.000,00
Crédito Conta ICMS a Recolher ou Pagar (Passivo Circulante) R$ 18.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Tabela 4
Registro da baixa dos estoques dos produtos 
Débito/
Crédito Descrição Valor
Débito Conta Custo das Mercadorias Vendidas (Demonstração do Resultado) R$ 40.000,00
Crédito Conta Estoques (Ativo Circulante) R$ 40.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
3º Cálculo dos juros da operação para apropriação mensal dos valores
Transcorrido o tempo da operação, deve ser feita a transferência 
dos valores dos juros para a Demonstração do Resultado. É necessário 
o cálculo dos juros que mensalmente serão registrados como receita 
na operação para demonstrar o cálculo dos juros compostos e dos va-
lores mensais, conforme tabela a seguir.
Tabela 5
Cálculo dos juros da operação
Período Valor presente Receitas com juros Parcelas
Saldo atualizado 
da venda
a b c = b · taxa juros d e = b + c – d
1 88.648,76
88.648,76 · 5%
25.000,00 68.081,20
4.432,44
 2 68.081,20
68.081,20 · 5%
25.000,00 46.485,26
3.404,06
 3 46.485,26
46.485,26 · 5%
25.000,00 23.809,52
2.324,26
4 23.809,52
23.809,52 · 5%
25.000,00 0,00
1.190,48
Somatório 11.351,22 100.000,00  –
Fonte: Elaborada pelo autor.
80 Contabilidade Internacional
4º Registro contábil dos juros da operação
Os valores calculados serão registrados mensalmente em receitas 
financeiras, compreendendo os juros embutidos na operação e a res-
pectiva passagem de tempo. Eles se reduzem durante o período, pois 
o cliente efetua o pagamento de uma parcela mensalmente, reduzin-
do (amortizando) o valor a receber da venda. Caso a venda fosse para 
recebimento em uma única parcela, os juros aumentariam ao longo 
do tempo, pois não haveria a amortização da obrigação por parte do 
cliente. 
Tabela 6
Registro contábil dos juros da operação
Débito/
Crédito Descrição Valor
Débito
Conta Encargos Financeiros a Apropriar 
(Ativo Circulante)
R$ 4.432,44
Crédito
Conta Juros Cobrados ou Ativos (Receitas Financeiras 
na Demonstração do Resultado)
R$ 4.432,44
Fonte: Elaborada pelo autor.
Os juros são transferidos para receitas financeiras mensalmente, 
de acordo com o tempo transcorrido na operação. A conta de Encar-
gos Financeiros a Apropriar é uma conta transitória que ficará com o 
saldo zero ao término da operação. Pode ser que seja necessário um 
ajuste na última parcela, normalmente de centavos, para que 100% 
dos juros sejam apropriados às receitas. A conta de Encargos Finan-
ceiros a Apropriar pode ser descrita com outras nomenclaturas, como 
Juros Ativos a Apropriar, Receita Financeira a Apropriar, Ajuste a Valor 
Presente, dentre outras. 
5º Registro contábil no recebimento das parcelas
Após o registro dos juros da operação, ocorre o registro do recebi-
mento da venda, registrado na conta de Clientes.
Tabela 7
Recebimento da primeira parcela da venda
Débito/
Crédito Descrição Valor
Débito Conta Caixa ou Bancos (Ativo Circulante) R$ 25.000,00
Crédito Conta Clientes (Ativo Circulante) R$ 25.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor
Bases de mensuração 81
O exemplo apresentado compreende uma operação de venda a 
prazo, mas o Ajuste a Valor Presente deve ser aplicado também nos 
elementos do passivo, como as compras de estoques e imobilizado, 
com juros embutidos na operação. Nesse caso, o valor do estoque e 
imobilizado será registrado pelo valor da operação sem os juros, re-
presentando os valores das operações à vista. Os juros das operações 
serão registrados como despesas financeiras na Demonstração do Re-
sultado, de acordo com o tempo da operação.
4.2 Mensuração do valor justo 
Vídeo No registro contábil de elementos do ativo, passivo, receita e despe-
sa é necessária a mensuraçãodos valores correspondentes aos itens, 
utilizando-se bases ou critérios de mensuração – por exemplo, o cus-
to histórico, valor presente e valor justo. O Pronunciamento Técnico 
CPC 00 (R2) – Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro (CPC, 2019) 
aponta que diferentes bases de mensuração podem ser utilizadas para 
diferentes elementos das demonstrações contábeis, buscando o aten-
dimento às características qualitativas na elaboração de informações 
financeiras úteis.
Martins et al. (2017) explicam que o valor justo é utilizado cada vez 
com mais frequência, como “consequência do próprio desenvolvimento 
dos mercados e da evolução da dinâmica e da sofisticação dos negócios”. 
Fatores como o avanço da tecnologia de informação e a maior necessi-
dade de informações contábeis de qualidade por parte de investidores e 
credores foram determinantes para a produção de informações que con-
tribuam no processo decisório e se adaptem às exigências do mercado.
O Pronunciamento Técnico CPC n. 46 foi editado em 2012 (CPC, 2012) 
com o objetivo de definir valor justo, estabelecer a base estrutural para 
a mensuração dele e normatizar as premissas para a sua divulgação. Di-
versos outros pronunciamentos contábeis – como os que normatizam 
os instrumentos financeiros, as propriedades para investimentos e os 
ativos biológicos – relacionam a mensuração dos seus elementos pelo 
valor justo, devendo-se observar os preceitos descritos no CPC 46.
É necessário, inicialmente, definir o valor justo, que corresponde ao 
“preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago 
pela transferência de um passivo em uma transação não forçada entre 
participantes do mercado na data de mensuração” (CPC, 2012, p. 3). O 
82 Contabilidade Internacional
preço a que um determinado item é negociado em um mercado ativo é 
a melhor evidência do valor justo, em uma negociação em que as par-
tes não são forçadas a fazer o negócio, como no caso de algum acordo 
contratual que gere uma situação adversa.
A mensuração do valor justo é realizada em um ativo ou passivo 
em particular, devendo ser levadas em conta as características do item, 
como a condição em que se encontra, a localização e alguma restrição 
que possa haver em relação à sua venda. A avaliação pode ser realizada 
em um ativo ou passivo específico, de modo individual, ou em relação 
a um grupo de ativos ou passivos, como é o caso de uma unidade ge-
radora de caixa.
O CPC 46 (CPC, 2012) afirma que a mensuração do valor justo presu-
me que ela ocorra no mercado principal, ou seja, onde ocorre o maior 
volume e nível de atividades para o ativo ou passivo avaliado. Nesse 
caso, o preço praticado nesse mercado principal deve ser utilizado 
como valor justo na operação. Caso não exista um mercado principal, a 
empresa utiliza as informações do mercado – potencialmente mais van-
tajoso para o ativo ou passivo – para determinar o valor justo. A empre-
sa também poderá utilizar um preço estimado baseado em técnicas de 
avaliação para mensurar o valor justo nas situações em que não exista 
um mercado observável para a obtenção do preço de negociação.
O valor justo no momento do reconhecimento inicial, quando um 
ativo é adquirido ou quando um passivo é assumido, corresponde, em 
muitos casos, ao preço realizado na transação, que é o preço pago pelo 
ativo ou preço assumido para o passivo. O CPC 46 (CPC, 2012) relaciona 
situações em que o preço da transação pode não representar o valor 
justo no reconhecimento inicial, como se segue:
I. transação entre partes relacionadas;
II. transação sob coação ou em que o vendedor é obrigado a aceitar 
o preço da operação;
III. quando a unidade de contabilização é diferente da unidade de 
contabilização para o ativo ou passivo mensurado a valor justo, 
por exemplo, quando os itens forem somente alguns elementos 
da transação, como ocorre em combinações de negócios;
IV. o mercado da transação não é o mercado principal ou mais 
vantajoso para a operação.
Bases de mensuração 83
Diferentes técnicas podem ser utilizadas na avaliação do valor justo, 
cabendo às empresas analisar as situações das transações e determi-
nar a mais adequada para utilizar, ou seja, aquela que contenha dados 
suficientes disponíveis para a mensuração.
Vale lembrar que a empresa deve buscar a utilização da maior 
quantidade possível de dados observáveis na avaliação, minimizando 
a utilização de dados não observáveis, sobre os quais não existem in-
formações disponíveis, e é necessário o uso de premissas para a pre-
cificação de um ativo ou passivo. As técnicas de avaliação citadas nas 
normas são:
I. abordagem de mercado;
II. abordagem de custos;
III. abordagem de receita.
Para aumentar a consistência e a comparabilidade nas mensurações 
do valor justo, o CPC 46 (CPC, 2012) apresenta uma hierarquia na defini-
ção do valor justo, classificando as técnicas de avaliação em três níveis:
Quadro 1
Definição valor justo
Nível 1
Nível 2
Nível 3
É o nível mais elevado e compreende os preços cotados – que não 
sofrem ajustes – utilizados em mercados ativos para ativos e passi-
vos idênticos. É considerado o nível mais confiável, pois representa 
o valor justo sem a necessidade de ajustes, que ficam restritos a 
algumas situações específicas.
É o nível que utiliza informações de preços cotados para ativos ou 
passivos similares em mercados ativos, preços cotados para itens 
idênticos em mercados não ativos, taxas de juros, volatilidades implí-
citas e informações corroboradas pelo mercado. 
É o nível em que temos os dados não observáveis para o ativo ou 
passivo, em que há pouca ou nenhuma atividade de mercado para os 
itens avaliados. A entidade deve elaborar dados não observáveis uti-
lizando informações disponíveis no mercado e da própria empresa, 
como previsões financeiras dos fluxos de caixa ou do resultado do 
período, desenvolvidas pela própria entidade. 
An
dr
ew
 K
ra
so
vit
ck
ii/
Sh
ut
te
rs
to
ck
Fonte: Adaptado de CPC, 2012. 
O CPC PME apresenta as 
normas contábeis para 
as organizações que se 
enquadram em peque-
nas e médias empresas, 
simplificando algumas 
normas contábeis para a 
aplicação desse grupo, que 
representa uma parcela 
significativa das empresas 
registradas no Brasil.
Disponível em:
http://static.cpc.aatb.com.
br/Documentos/392_CPC_
PMEeGlossario_R1_rev%2014.pdf. 
Acesso em: 10 set. 2021.
Leitura
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/392_CPC_PMEeGlossario_R1_rev%2014.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/392_CPC_PMEeGlossario_R1_rev%2014.pdf
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/392_CPC_PMEeGlossario_R1_rev%2014.pdf
84 Contabilidade Internacional
Os preços cotados possuem a maior hierarquia na definição do va-
lor justo, pois são obtidos junto ao mercado e não são ajustados, como 
no caso dos dados não observáveis, que possuem a mais baixa priori-
dade. Na sequência, serão descritas as principais características dessas 
técnicas de avaliação.
4.2.1 Abordagem de mercado
A abordagem de mercado, como explicam Martins et al. (2017, 
p.  174), “é aquela em que a avaliação é feita com base em preços e 
outras informações relevantes geradas pelas transações de mercado e 
envolvendo itens idênticos ou comparáveis e na mesma base contábil”. 
A determinação do valor justo nessa abordagem utiliza principalmente 
os preços de cotação verificados para ativos e passivos idênticos ou si-
milares, mas outras técnicas de avaliação são utilizadas, como de múl-
tiplos de mercado ou de matriz de preços.
O CPC 46 (CPC, 2012) orienta que os múltiplos devem ser analisados 
em faixas, utilizando-se um múltiplo diferente para cada elemento sobre 
o qual for realizada a comparação e exigindo o julgamento por parte da 
entidade (empresa) para a determinação do múltiplo mais apropriado. 
Os índices de preço/lucro, Earnings Before Interests, Taxes, Depreciation 
and Amortization (EBITDA), valor patrimonial, dentre outros, são exem-
plos de múltiplos aplicáveis na determinação do valor justo.
A precificaçãopor matriz utiliza técnica matemática que não se ba-
seia exclusivamente em preços cotados, mas na relação dos títulos a 
serem precificados com outros títulos considerados como referência 
no cálculo. Essa precificação é utilizada principalmente na avaliação e 
determinação do valor justo de instrumentos financeiros.
4.2.2 Abordagem de custo
A abordagem de custo utiliza o custo de reposição corrente do ativo 
que está sendo mensurado para a determinação do valor justo. Por 
meio dessa técnica, o valor justo reflete o valor necessário para substi-
tuir a capacidade de serviço do ativo. Martins et al. (2017, p. 175) argu-
mentam que o valor justo é mensurado a valor de saída (por exemplo, 
o preço de venda) e que, pela abordagem de custo, o valor justo “repre-
senta o preço que seria recebido pelo ativo determinado com base no 
custo que um participante do mercado teria para adquirir (ou construir) 
Bases de mensuração 85
um ativo substituto com utilidade comparável e ajustado para refletir a 
obsolescência do ativo objeto de mensuração”.
A norma indica que essa abordagem é mais utilizada para mensurar 
ativos tangíveis que são usados em conjunto com outros ativos e pas-
sivos. Quando não é possível utilizar informações de um mercado ativo 
e técnicas de avaliação, essa metodologia é justificada, pois o compra-
dor que participa do mercado não pagaria pelo ativo um valor superior 
àquele pelo qual poderia substituir a capacidade de serviço desse ativo 
(CPC 46, 2012).
4.2.3 Abordagem de receita
A abordagem de receita utiliza fluxos de caixa de receitas e despe-
sas e os desconta com a utilização de taxas de desconto, apresentando 
assim o valor presente da operação. A mensuração do valor justo nessa 
metodologia demonstra a precificação atual em relação à expectativa 
desses valores futuros. Podem ser citadas como técnicas utilizadas nes-
sa abordagem:
 • o cálculo do valor presente;
 • os modelos de precificação de opções;
 • o método de ganhos excedentes. 
Martins et al. (2017) explicam que as técnicas de valor presente cap-
turam projeções de caixa ou outros valores originados dos ativos e pas-
sivos objeto de mensuração; expectativas de incertezas relacionadas 
aos fluxos de caixa que são projetados; uso de taxas de desconto apro-
priadas, considerando o valor do dinheiro no tempo e o risco envolvido 
no negócio; além de outros fatores considerados pelos participantes 
no mercado. Com relação ao modelo de precificação de opções, são ci-
tadas a fórmula de Black-Scholes-Merton 1 ou modelo binomial 2 , com a 
incorporação de técnicas de valor presente, refletindo o valor temporal 
e o valor intrínseco da opção.
Black-Scholes-Merton: “é 
utilizado para calcular o 
valor teórico das opções 
usando uma série de 
variáveis, como os preços 
atuais das ações, o preço 
de exercício da opção, os 
dividendos esperados, as 
taxas de juros projetadas, 
o tempo de expiração e a 
volatilidade esperada”.
REIS, T. Black-Scholes: o conhecido 
modelo de precificação de opções. 
Suno Artigos. Disponível em: 
https://www.suno.com.br/artigos/
black-scholes/. Acesso em: 27 
set. 2021.
1
Modelo binomial: consiste 
em uma forma simples 
do processo de preços de 
ativos, em que o ativo, a 
qualquer momento, pode 
se deslocar para um de 
dois preços possíveis. 
O modelo consiste na 
construção de uma árvore 
binomial, que representa 
as diferentes trajetórias 
que poderão ser seguidas 
pelo preço da ação duran-
te a vida da opção.
FIGO, M. J. N. A. C.; GODOY, C. R.; 
DOMINGUES, J. C. A.. Modelo de 
precificação de opções aplicados na 
avaliação de ativos reais: análise da 
sensibilidade na formação do valor 
de reservas petrolíferas provadas. 
Anais.. São Paulo: USP, 2011.
2
4.3 Redução ao valor recuperável de ativos 
Vídeo Os ativos são considerados recursos controlados por uma entida-
de que os usa em suas atividades para gerar benefícios econômicos 
futuros; eles não devem estar registrados nas demonstrações contá-
86 Contabilidade Internacional
beis por um valor maior que o benefício econômico esperado com o 
seu uso, assim como afirmam Viceconti e Neves (2018). Os autores 
explicam que, para que as demonstrações contábeis reflitam o valor 
dos ativos da entidade de maneira verdadeira, é necessário que se-
jam feitos testes periódicos para avaliar se os benefícios econômicos 
futuros do ativo apresentam valor maior que o seu valor contábil. Os 
testes para identificar se os ativos recuperam os investimentos rea-
lizados são denominados testes de recuperabilidade ou teste do valor 
recuperável de ativos, sendo descritos na norma internacional também 
como impairment tests.
Para o estabelecimento de procedimentos que assegurem que o va-
lor contábil líquido do ativo não exceda seu valor de recuperação, foi 
editado o Pronunciamento Técnico n. 01 em 2010. O pronunciamento 
estabelece os conceitos relacionados ao cálculo do valor recuperável e 
nos casos em que a empresa não conseguir recuperar o valor investido 
no ativo, seja pelo seu uso ou por sua venda, e especifica como deve ser 
realizado o reconhecimento de um ajuste para perdas de valorização.
O pronunciamento não é aplicado na contabilização de ajuste por 
perdas por desvalorização de: estoques; ativos de contratos e ativos 
resultantes de custos para obter ou cumprir contratos que devem ser 
reconhecidos de acordo com o CPC 47 – Receita de Contrato com Clien-
te; ativos fiscais diferidos; ativos advindos de planos de benefícios a 
empregados; ativos financeiros que estejam dentro do alcance do CPC 
48 – Instrumentos Financeiros; propriedade para investimento que seja 
mensurada ao valor justo; ativos biológicos que sejam mensurados ao 
valor justo líquido de despesas de vender; ativos que surgem de con-
tratos de seguros; e Ativos não Circulantes (ou grupos de ativos dispo-
níveis para venda) classificados como mantidos para venda (CPC, 2010).
O teste de recuperabilidade (ou valor recuperável) é aplicado em:
 • ativos isolados quando são individualmente fontes geradoras 
de benefícios para a entidade, por exemplo, veículos de carga em 
empresas transportadoras;
 • unidades geradoras de caixa, por exemplo, linhas de produção, 
plantas industriais e filiais, que são casos em que seus bens não 
podem ser avaliados individualmente, pois a geração dos benefí-
cios é proporcionada pelo conjunto.
Assista ao vídeo Teste 
de Impairment - quando 
deve ser feito?, do canal 
Contabilidade Financeira, 
e entenda quando deve 
ser realizado o teste de 
periodicidade.
Disponível em: https://
www.youtube.com/
watch?v=rdlDbOHPElE. Acesso em: 
10 set. 2021.
Vídeo
https://www.youtube.com/watch?v=rdlDbOHPElE
https://www.youtube.com/watch?v=rdlDbOHPElE
https://www.youtube.com/watch?v=rdlDbOHPElE
Bases de mensuração 87
As unidades geradoras de caixa são definidas pelo CPC 01 (2010) 
como o menor grupo identificável de ativos que gera entradas de caixa, 
pois, em grande parte, são independentes das entradas de caixa de 
outros ativos ou outros grupos de ativos.
Para a aplicação do teste de recuperabilidade, utiliza-se o valor con-
tábil líquido, obtido por meio dos números contábeis das entidades. O 
valor contábil líquido compreende o valor dos ativos ou das unidades 
geradoras de caixa que estão registradas em suas demonstrações fi-
nanceiras menos a depreciação, amortização ou exaustão já registra-
das até o momento de análise do teste de recuperabilidade, bem como 
deduzido do valor de perdas por desvalorização já registradas em pe-
ríodos anteriores. Pode-se indicar então que:
Valor contábil líquido = valor de aquisição – (depreciação/amortização/
exaustão + perdas por desvalorização)
O valor contábil líquido é comparado com o valor recuperável do ati-
vo, sendo esse o maior valor entre o preço líquido de venda e o seu valor 
em uso. O valor de venda é descrito pelo CPC 01 (2010) como sendo “o 
preço que seria recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela 
transferência de um passivo em uma transação não forçadaentre partici-
pantes do mercado na data de mensuração”. Já o valor de venda pode ser 
entendido como o valor de mercado do ativo, que deve ser deduzido das 
despesas necessárias – como impostos, fretes, seguros etc. – para concre-
tizar a venda, determinando, dessa forma, o montante líquido da venda.
Como explica Lagioia (2011), o valor em uso de um ativo representa o 
montante que ele pode gerar de benefícios econômicos durante um de-
terminado período. É necessário determinar o fluxo de caixa futuro espe-
rado que pode ser gerado por esse ativo ou unidade geradora de caixa. 
Para isso, deve-se estipular as previsões e os orçamentos de receitas, cus-
tos, despesas e lucros, que serão gerados em um período projetado.
88 Contabilidade Internacional
Os fluxos de caixa projetados são trazidos a valor presente, utili-
zando taxas de descontos que representam o valor do dinheiro nesse 
tempo e englobando os riscos específicos do ativo (LAGIOIA, 2011).
O teste de recuperabilidade, ou teste do valor recuperável de ativos, 
pode ser assim representado:
Figura 1
Teste de recuperabilidade
Valor contábil 
líquido
Valor 
recuperável
Valor de 
venda menos 
despesas para 
vender
Valor de uso
É comparado com o
É o maior 
valor entre:
Fonte: Adaptado de Lagioia, 2011, p. 35.
Nas situações em que o valor recuperável for menor que o valor 
contábil líquido, a entidade deve registrar uma perda por recuperabi-
lidade (ou perda por valor recuperável de ativos), que se trata de uma 
conta redutora do grupo em que o ativo está registrado, e tendo como 
contrapartida a Demonstração do Resultado. Caso o valor recuperável 
seja maior, significa que a entidade conseguirá recuperar o valor inves-
tido no ativo, seja por meio da venda ou do uso do ativo nas atividades 
da entidade, sempre considerando o maior dos dois valores.
Na sequência, os cálculos do teste de valor recuperável serão expli-
cados com o uso de exemplos.
A empresa Exemplo S.A. adquiriu um ativo em 02/01/20X0 no valor de R$ 70.000,00 
para a atividade operacional da empresa. Na data de aquisição, a empresa analisou a 
expectativa de vida útil do bem e determinou que o ativo será utilizado em 5 anos. Em 
31/12/20X2, a empresa analisa se o valor contábil líquido não está superior ao seu valor 
recuperável, necessitando, assim, ajustar o valor do ativo. Logo, a depreciação acumulada 
em 31/12/20x2 era de R$ 42.000,00. 
Observação: para fins de exemplo, serão desconsiderados os impostos nas operações. A em-
presa utiliza a taxa de 8% ao ano para avaliar seus projetos.
Bases de mensuração 89
Para a realização do teste de recuperabilidade do ativo, a empresa 
apurou que o valor que ela conseguiria obter pelo bem em uma venda 
seria de R$ 28.000,00, com despesas para vender de R$ 2.000,00. A em-
presa também projetou que as quantidades de itens que seriam vendi-
dos nos três anos futuros, para fins de projeção do valor em uso, bem 
como seus respectivos gastos, seriam os descritos na tabela a seguir.
Tabela 8
Valor em uso
Receitas Custos Resultado
Ano
Qtde – 
vendida
Vlr. venda 
unit. R$
Total de 
venda
Ano
Qtde – 
vendida
Vlr. gastos 
unit.
Total dos 
gastos
Lucro do 
período
1 10.000 6,00 60.000,00 1 10.000 5,00 50.000,00 10.000,00
2 10.000 6,00 60.000,00 2 10.000 5,00 50.000,00 10.000,00
3 10.000 6,00 60.000,00 3 10.000 5,00 50.000,00 10.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Para o cálculo do valor recuperável e a realização do teste de recu-
perabilidade, utilizaremos as seguintes etapas:
 1º Cálculo do valor contábil líquido em 31/12/20x2
O valor contábil do ativo utiliza as informações presentes na Con-
tabilidade da empresa, no registro contábil do ativo e na depreciação 
acumulada até o momento do teste de recuperabilidade.
Tabela 9
Definição do valor contábil líquido
Valor contábil do ativo R$ 70.000,00
(-) Depreciação acumulada em 31/12/20x2 (R$ 42.000,00)
(=) Valor contábil líquido R$ 28.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
2º Cálculo do valor de venda em 31/12/20x2
O passo seguinte é a identificação do valor de venda, considerando 
também os gastos necessários para que a venda ocorra, como impos-
tos, fretes, seguros, etc.
Tabela 10
Definição do valor de venda líquido
Valor de venda R$ 28.000,00
(-) Despesas para vender (R$ 2.000,00)
(=) Valor de venda R$ 26.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
90 Contabilidade Internacional
3º Cálculo do valor em uso em 31/12/20x2
Para o cálculo, vamos utilizar a fórmula matemática do valor 
presente:
PV PMT i
i i
n
n
� �
� �
� �
( )
( ) ��
1 1
1
Onde:
 • PV = valor presente da operação (present value);
 • PMT = valor do lucro anual (abreviação de payment);
 • i = taxa de juros (para a utilização de percentual na fórmula mate-
mática, será necessário a divisão por 100);
 • n = tempo da operação.
Vamos calcular a operação utilizando 6 casas após a vírgula:
PV
PV
� �
� �
� �
� �
10 000 00 1 0 08 1
1 0 08 0 08
10 000 00 108
3
3
3
. , ( , )
( , ) ,
. , ( , ) ��
�
� �
�
�
�
1
108 0 08
10 000 00 1259712 1
1259712 0 08
10 0
3( , ) ,
. , ,
, ,
.
PV
PV 000 00 0 259712
0 100777
, ,
,
�
PV = 10.000,00 · 2,577097
PV = 25.770,97
4º Determinação do valor recuperável do ativo
O valor recuperável do ativo, que será considerado na comparação 
com o valor realizável líquido, é sempre o maior entre o valor de venda 
e o valor em uso. Neste exemplo, o maior valor é o valor de venda de 
R$ 26.000,00.
 5º Determinação do valor do ajuste do valor recuperável do ativo
Caso o valor do ativo seja superior ao valor que poderemos recupe-
rar, significa que há um prejuízo registrado no bem, portanto, necessá-
rio o ajuste, como demonstrado no cálculo a seguir.
Bases de mensuração 91
Tabela 11
Definição do valor do ajuste
Valor Contábil Líquido R$ 28.000,00
(-) Valor Recuperável (R$ 26.000,00)
(=) Ajuste a Valor Recuperável do Ativo R$ 2.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
6º Registro contábil do ajuste no teste de Recuperabilidade
O registro contábil é realizado na Demonstração do Resultado, reco-
nhecendo uma perda com o ativo.
Tabela 12
Registro contábil do ajuste no teste de recuperabilidade
Débito/
Crédito Descrição Valor
Débito
Conta Perda por Recuperabilidade do Ativo 
(Demonstração do Resultado)
R$ 2.000,00
Crédito
Conta Ajuste por Valor Recuperável de Ativos 
(Ativo Imobilizado)
R$ 2.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
A perda por desvalorização registrada em um período deve ser 
reavaliada em períodos seguintes e, como explicam Lemes e Carvalho 
(2010), se houver evidências de que uma perda por recuperabilidade re-
conhecida em períodos anteriores não existe mais ou diminuiu o novo 
valor recuperável do ativo, deverá ser estimado, e a perda, revertida.
4.4 Pronunciamento contábil para 
pequenas e médias empresas Vídeo
As normas internacionais de contabilidade adotadas pelo Brasil 
para registro, controle e evidenciação das informações contábeis com-
preendem um conjunto expressivo de normativas a serem aplicadas 
pelas empresas brasileiras. Em função da complexidade das normas e 
de muitas delas serem aplicáveis em operações contábeis de empresas 
constituídas com a forma jurídica de sociedade anônima ou que sejam 
enquadradas como grandes empresas no Brasil, a edição de uma nor-
ma direcionada para pequenas e médias empresas facilita a compreen-
são e a aplicação nesse conjunto de empresas.
92 Contabilidade Internacional
Em 2011, foi editado pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
(CPC) o Pronunciamento Técnico PME, denominado Contabilidade para 
Pequenas e Médias Empresas, contendo, de maneira simplificada, as nor-
mas internacionais direcionadas a esse grupo de empresas.
O Conselho Federal de Contabilidade adotou a normativa emitin-
do, em 2011, a NBC TG 1000, com revisão feita em 2016. Martins et al. 
(2017) explicam que se trata de um documento resumido e com lingua-
gem mais acessível, contendo praticamente 10% do volume total de 
páginas do conjunto completo de normas contábeis editadas pelo CPC.Essa simplificação facilita o estudo e a análise dos profissionais contá-
beis sobre as normas aplicáveis a esse grupo de empresas.
O Pronunciamento Técnico PME (CPC, 2011) define que pequenas e 
médias empresas são aquelas que não têm obrigação pública de pres-
tação de contas e cujas demonstrações contábeis podem ser elabora-
das para fins gerais para usuários externos. Com relação à obrigação 
de prestar contas publicamente, as normas completas possuem cará-
ter obrigatório para a empresa se:
a) seus instrumentos de dívida ou patrimoniais são negociados 
em mercado de ações ou estiverem no processo de emissão de 
tais instrumentos para negociação em mercado aberto (em bolsa 
de valores nacional ou estrangeira ou em mercado de balcão, 
incluindo mercados locais ou regionais); ou
b) possuir ativos em condição fiduciária perante um grupo amplo 
de terceiros como um de seus principais negócios. A maioria dos 
bancos, cooperativas de crédito, companhias de seguro, corre-
toras/distribuidoras de títulos e valores mobiliários, fundos mú-
tuos e bancos de investimento se enquadrariam nesse segundo 
critério. (CPC, 2011, p. 5)
No grupo de empresas que podem aplicar o CPC PME figuram as 
sociedades por ações, denominadas sociedades anônimas de capital 
fechado – pois não negociam suas ações ou outros instrumentos pa-
trimoniais ou de dívida no mercado – e que não possuem ativos em 
condição fiduciária perante um amplo grupo de terceiros.
Quanto às empresas que não podem aplicar o CPC PME, estão nes-
se grupo (BRASIL, 2006):
I. empresas de capital aberto, reguladas pela Comissão de Valores 
Mobiliários;
No vídeo IFRS para 
Pequenas e Médias 
Empresas - Países de 
Língua Portuguesa, do 
canal CFCBSB, assista à 
divulgação do projeto IFRS 
para Pequenas e Médias 
Empresas, realizado pelo 
International Accounting 
Standards Boards (Iasb) 
em parceria com o CFC.
Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=lDxNo_
q1jFk. Acesso em: 10 set. 2021.
Vídeo
https://www.youtube.com/channel/UCpnbh9vhKFvjrCV644ROwmA
https://www.youtube.com/watch?v=lDxNo_q1jFk
https://www.youtube.com/watch?v=lDxNo_q1jFk
https://www.youtube.com/watch?v=lDxNo_q1jFk
Bases de mensuração 93
II. empresas reguladas pelo Banco Central do Brasil, pela 
Superintendência de Seguros Privados e outras empresas 
vinculadas a órgãos reguladores;
III. empresas enquadradas como sociedades de grande porte, de 
acordo a Lei n. 11.638/2007. As sociedades consideradas de 
grande porte são as sociedades ou conjunto de sociedades sob 
controle comum que tiverem, no exercício social anterior, ativo 
total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a 
R$ 300 milhões. Essas empresas, mesmo não constituídas sob a 
forma de sociedades por ações, devem aplicar as disposições da 
Lei n. 6.404/1976. (BRASIL, 1976)
As empresas enquadradas no CPC PME (CPC, 2011) devem elaborar 
as seguintes demonstrações contábeis:
 • Balanço Patrimonial no fim do período;
 • Demonstração do Resultado do período de divulgação;
 • Demonstração do Resultado Abrangente do período de divulga-
ção. A Demonstração do Resultado Abrangente pode ser apresen-
tada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações 
do patrimônio líquido, mas, quando apresentada separadamen-
te, começa com o resultado do período e se completa com os 
itens dos outros resultados abrangentes;
 • Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido para o perío-
do de divulgação;
 • Demonstração dos Fluxos de Caixa para o período de divulgação;
 • Notas Explicativas, compreendendo o resumo das políticas contá-
beis significativas e outras informações explanatórias.
A Demonstração do Resultado Abrangente e a Demonstração das 
Mutações do Patrimônio Líquido podem ser substituídas pela Demons-
tração dos Lucros e Prejuízos Acumulados caso as únicas alterações 
no período forem o registro do resultado, da distribuição do lucro, de 
correção de erros de períodos anteriores e de mudanças nas políticas 
contábeis (CPC, 2011). A Demonstração do Valor Adicionado não é exi-
gida para esse conjunto de empresas.
Para as empresas enquadradas na legislação como microempre-
sas e empresas de pequeno porte, foi editado pelo Conselho Federal 
de Contabilidade a Resolução n. 1.418/2012, que aprovou a ITG 1000 
– Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte 
94 Contabilidade Internacional
(BRASIL, 2012). A norma define como microempresa e empresa de pe-
queno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa 
individual de responsabilidade limitada ou o empresário a que se refe-
re o artigo 966 da Lei n. 10.406/2002 (BRASIL, 2002), que tenha auferido 
a receita bruta anual até os limites previstos nos incisos I e II do arti-
go 3º da Lei Complementar n. 123/2006 e de atualizações posteriores 
(BRASIL, 2006). O limite máximo de receita bruta definido por essa lei 
é de R$ 4,8 milhões de reais para enquadramento como empresa de 
pequeno porte.
As empresas que podem utilizar a norma ITG 1000 devem elaborar o 
Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado e as Notas Explicati-
vas ao final de cada exercício social. Apesar de não serem obrigatórias, 
o Conselho Federal de Contabilidade sugere a elaboração das demais 
demonstrações, como a Demonstração dos Fluxos de Caixa, a Demons-
tração do Resultado Abrangente e a Demonstração das Mutações do Pa-
trimônio Líquido (SINDICATO DOS CONTABILISTAS DE SÃO PAULO, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O custo histórico é utilizado para o registro contábil de grande par-
te das operações envolvendo os elementos do ativo, passivo, receitas e 
despesas. Objetivando apresentar informações que aproximem o valor 
desses elementos dos valores praticados no mercado, são aplicadas ba-
ses de mensuração como valor presente, valor justo e valor em uso. Neste 
capítulo foram apresentadas as normas contábeis aplicadas na determi-
nação do valor presente de fluxos de caixa futuros, evidenciando sepa-
radamente o valor atual das operações com ativos e passivos e os juros 
presentes nessas operações, o que melhora a capacidade preditiva no 
uso das informações contábeis.
Foram estudados ainda os principais conceitos sobre o valor justo e 
o valor recuperável de ativos, sendo que o valor justo é empregado para 
determinar a avaliação dos bens e as obrigações pelo valor de mercado, 
estimando o preço que seria praticado para a venda de ativo ou para a 
transferência de um passivo em uma transação não forçada entre os par-
ticipantes do mercado.
O valor recuperável de ativos objetiva comparar o valor sob o qual 
um bem está registrado contabilmente com os benefícios que ele pode 
gerar, e é empregado para a obtenção de fluxos de caixa futuros ou com 
a respectiva venda. Os bens não devem estar registrados no ativo por um 
Bases de mensuração 95
valor superior ao seu valor de recuperação, pois isso evidenciaria um valor 
que não corresponde à realidade, prejudicando o julgamento e uso da 
informação contábil por parte dos seus usuários.
ATIVIDADES
Atividade 1
Explique o objetivo do ajuste a valor presente, aplicável em todos 
os ativos de longo prazo e nos ativos de curto prazo, se houver 
efeitos relevantes.
Atividade 2
Na aplicação do valor justo, as entidades podem utilizar dife-
rentes técnicas para a mensuração. O CPC 46 apresenta uma 
hierarquia na definição do valor justo, separando as técnicas de 
avaliação em três níveis e considerando o nível 1 o mais elevado. 
Explique como é mensurado o valor justo nesse nível e o motivo 
de ser o método que preferencialmente deve ser utilizado para a 
determinação do valor justo.
Atividade 3
O teste de recuperabilidade ou teste do valor recuperável é 
aplicado em ativos individuais ou, em algumas situações, nas 
unidades geradoras de caixa. Explique o que são unidades gera-
doras de caixa.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Executivo, 
Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
L6404compilada.htm.Acesso em: 10 set. 2021.
BRASIL. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, 
Brasília, DF, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
L10406compilada.htm. Acesso em: 10 set. 2021. 
BRASIL. Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006. Diário Oficial da União, 
Poder Legislativo, Brasília, DF, 15 dez. 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/lcp/lcp123.htm. Acesso em: 10 set. 2021.
BRASIL. Conselho Federal de Contabilidade. Resolução CFC n. 1.418, de 5 de dezembro 
de 2012. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 dez. 2012. Disponível em: http://www.
normaslegais.com.br/legislacao/resolucao_cfc_1418_2012.htm. Acesso em: 14 set. 2021.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 12 – Ajuste a Valor Presente. CPC, 2008. 
Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/
Pronunciamento?Id=43. Acesso em: 10 set. 2021.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 01 (R1) – Redução ao Valor Recuperável 
de Ativos. CPC, 2010. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404compilada.htm
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406compilada.htm
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96 Contabilidade Internacional
Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=2. Acesso em: 10 set. 2021.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC PME (R1) – Contabilidade para Pequenas 
e Médias Empresas com Glossário de Termos. CPC, 2011. Disponível em: http://www.cpc.
org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=79. Acesso em: 
10 set. 2021.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 46 – Mensuração do Valor Justo. 
CPC, 20 dez. 2012. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/
Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=78. Acesso em: 10 set. 2021.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. CPC 00 (R2) – Estrutura conceitual para 
Relatório Financeiro. CPC, 10 dez. 2019. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/
Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80. Acesso em: 10 set. 
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LAGIOIA, U. C. T. Pronunciamentos contábeis na prática. São Paulo: Atlas, 2011. (Série 
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LEMES, S.; CARVALHO, L. N. Contabilidade internacional para graduação: texto, estudos de 
casos e questões de múltipla escolha. São Paulo: Atlas, 2010.
SINDICATO DOS CONTABILISTAS DE SÃO PAULO. Centro de Estudos e Debates Físico-
Contábeis do Sindicato dos Contabilistas de São Paulo. Manchete Semanal Eletrônica. 
Sindcont-SP, 26 jun. 2013. Disponível em: https://www.sindcontsp.org.br/wp-content/
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VICECONTI, P.; NEVES, S. Contabilidade avançada e análises das demonstrações financeiras. 
18. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
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http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=78
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=78
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
https://www.sindcontsp.org.br/wp-content/uploads/2019/08/mse_24_13.pdf
https://www.sindcontsp.org.br/wp-content/uploads/2019/08/mse_24_13.pdf
Conversão de demonstrações contábeis 97
5
Conversão de 
demonstrações contábeis
O presente capítulo é direcionado para a conversão das informações 
contábeis em moeda estrangeira para a moeda funcional da empresa, 
normalmente o real quando a sede é no Brasil. A conversão das demons-
trações contábeis de uma empresa no exterior permite que suas informa-
ções financeiras sejam analisadas pelos investidores, além de possibilitar 
a aplicação do método de equivalência patrimonial e a consolidação das 
demonstrações contábeis de um grupo econômico.
São apresentados os procedimentos para a contabilização de opera-
ções contábeis, como compras e vendas de produtos e serviços em moe-
da estrangeira, e os respectivos registros da variação na taxa de câmbio, 
representando variações cambiais positivas e negativas evidenciadas no 
resultado da empresa. Também é estudada a metodologia aplicada na 
tradução de demonstrações contábeis emitidas em uma moeda estran-
geira para a moeda da empresa investidora, permitindo, dessa forma, que 
as informações contábeis das empresas estrangeiras sejam incluídas nas 
demonstrações contábeis das empresas nacionais.
Com o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• identificar a legislação aplicada no cálculo, no registro e na evi-
denciação de operações em moeda estrangeira;
• compreender como realizar o registro inicial das operações 
em moeda estrangeira e a contabilização da variação cambial 
originada nas mudanças nas taxas cambiais;
• efetuar a conversão de demonstrações contábeis em moeda es-
trangeira para a moeda de apresentação da empresa investidora; 
• aplicar a metodologia da equivalência patrimonial para o re-
gistro das mutações patrimoniais de empresas controladas, 
coligadas, que fazem parte de um grupo econômico e são 
controladas em conjunto.
Objetivos de aprendizagem
98 Contabilidade Internacional
5.1 Aspectos teóricos e legislação aplicada 
Vídeo A globalização econômica proporcionou que empresas brasileiras ti-
vessem acesso a mercados em vários países, seja pela venda de seus 
produtos ao exterior, seja pela realização de investimentos em outros 
países. Os investimentos podem ser feitos com a aquisição de empresas, 
a abertura de novas empresas ou as parcerias comerciais. Outro aspecto 
importante que a globalização proporcionou é o acesso a recursos finan-
ceiros captados em instituições sediadas em diferentes países.
Padoveze, Benedicto e Leite (2012) relacionam os motivos que le-
vam as entidades a buscarem a internacionalização de seus produtos 
e negócios, bem como a criarem corporações multinacionais: 
(i) retorno adicional sobre seus investimentos, proporcionado pelo 
acréscimo de lucros obtidos em países estrangeiros; 
(ii) expansão de seus mercados; 
(iii) maior eficiência na produção; 
(iv) garantia de matéria-prima; 
(v) busca de novas tecnologias; 
(vi) evitamento de barreiras políticas e regulatórias; 
(vii) diversificação de seus negócios. 
O ambiente globalizado e o acesso a novos mercados permitem o 
crescimento dos negócios, com a implantação de unidades produti-
vas em outros países, usufruindo de benefícios econômicos e redução 
em seus custos de produção, com o uso de mão de obra, tecnologia e 
matérias-primas locais, gerando a necessária expansão dos seus ne-
gócios para a manutenção da competitividade das organizações.
A globalização econômica também é um dos fatores que impul-
sionou a criação de normas contábeis internacionais, as quais per-
mitem aos investidores em qualquer parte do mundo realizar seus 
investimentos em empresas brasileiras pela comparabilidade e 
qualidade das informações contábeis. O caminho inverso – de em-
presas brasileiras investindo no exterior – também ganhou impul-
so e foi facilitado nesse ambienteglobal, com países incentivando 
os investimentos locais por empresas estrangeiras. Esse crescente 
fluxo de recursos circulando na economia mundial levou a norma 
IAS n. 21 a ser editada pelo Conselho de Normas Internacionais de 
Contabilidade (IASB). Posteriormente, o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis (CPC) editou a norma correlata para ser aplicada no Brasil: 
Conversão de demonstrações contábeis 99
o Pronunciamento Técnico n. 02 – Efeitos das Mudanças nas Taxas 
de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis.
Essa norma foi editada em 2008, tendo a segunda revisão no ano 
2010, com o objetivo de “orientar acerca de como incluir transações em 
moeda estrangeira e operações no exterior nas demonstrações con-
tábeis da entidade e como converter demonstrações contábeis para 
moeda de apresentação” (CPC, 2010, p. 2). O pronunciamento técnico 
deve ser utilizado:
 • no registro contábil de transações e saldos em moeda estrangei-
ra, como empréstimos, aquisições, aplicações etc., com exceção 
de operações financeiras normatizadas pelo CPC n. 48, que trata 
de instrumentos financeiros;
 • na conversão de resultados e na posição financeira de operações 
no exterior que são incluídas nas demonstrações contábeis da 
entidade por meio de consolidação ou aplicação do método da 
equivalência patrimonial; 
 • na conversão de demonstrações financeiras de uma entidade 
para uma moeda de apresentação.
A conversão de demonstrações contábeis é o processo de tradu-
ção das informações financeiras expressas em uma moeda para ou-
tra, ou seja, a moeda corrente do país de origem da empresa que 
elabora as demonstrações é convertida para a moeda de outro país. 
As principais razões para a conversão, de acordo com Padoveze, 
Benedicto e Leite (2012), são a obtenção de informações e análise do 
desempenho econômico-financeiro de empresas sediadas em outros 
países, a possibilidade de investidores estrangeiros acompanharem a 
evolução de seus negócios e de aplicação do método de equivalência 
patrimonial sobre os investimentos em outros países, a consolidação 
das demonstrações contábeis de empresas pertencentes a um grupo 
econômico, entre outras.
Para o entendimento do processo de aplicação do pronunciamen-
to técnico na conversão de informações financeiras para moedas es-
trangeiras, alguns conceitos são importantes. O primeiro é a definição 
da moeda funcional da empresa, que é a moeda utilizada no am-
biente econômico no qual a empresa tem sua operação principal. O 
Pronunciamento Técnico n. 02 (CPC, 2010) explica que essa moeda 
é geralmente aquela em que a empresa tem sua geração e saída de 
100 Contabilidade Internacional
caixa, elencando alguns fatores que contribuem para a determinação 
da moeda funcional:
É a que mais influencia os preços e serviços da empresa, sendo aquela em que 
normalmente estes são expressos e liquidados.
I
É a moeda do país cujas forças competitivas e regulações mais influenciam 
a determinação dos preços de venda para seus bens e serviços.
II
É a que mais influencia fatores como mão de obra, matéria-prima e outros 
custos para o fornecimento de bens ou serviços.
III
Em situações em que existem empresas controladas, filiais, 
sucursais 1 , agências 2 , coligadas ou empreendimentos controlados em 
conjunto no exterior, Salotti et al. (2015) explicam que a entidade respon-
sável por consolidar as informações do grupo econômico e promover sua 
divulgação deve determinar se a moeda funcional desses investimentos 
no estrangeiro é a mesma da entidade que reporta a informação contábil.
Para determinar a moeda funcional dessas empresas no exterior, o 
Pronunciamento Técnico n. 02 (CPC, 2010) relaciona fatores que devem 
ser analisados, como:
 • a autonomia dessas entidades no exterior ou se elas são exten-
sões da atividade da entidade principal;
 • a proporção das atividades da entidade no exterior em relação à 
entidade que reporta a informação;
 • se os fluxos de caixa da entidade no estrangeiro influenciam os 
fluxos da entidade que consolida as informações; 
 • se os fluxos de caixa advindos das atividades da entidade no exte-
rior são suficientes para o pagamento de juros e demais compro-
missos existentes e esperados – normalmente presentes em título 
de dívida – sem que seja necessário que a entidade que reporta a 
informação disponibilize recursos para servir a esse propósito.
O julgamento da administração da entidade deve ser utilizado em si-
tuações nas quais os indicadores não são tão claros ou apresentam-se 
combinados para a determinação da moeda funcional. Para as empre-
sas que operam no Brasil, Martins et al. (2017) afirmam que somente 
em situações raras a moeda funcional não será o real. Nos casos em 
que todos os relatórios gerenciais são elaborados em moeda estrangei-
Trata-se do estabele-
cimento comercial ou 
industrial que opera na 
dependência da matriz, 
instituído em local diverso 
ao do estabelecimento 
principal, para realizar, 
com melhor eficiência, os 
negócios próprios que 
constituem o seu objetivo 
(NASCIMENTO, 2020).
1
Estabelecimentos comer-
ciais localizados fora da 
sede e a esta subordina-
dos, com a finalidade de 
promover a intermediação 
de negócios. Também 
podem ser considerados 
um escritório comercial ou 
de gestão de parte dos ne-
gócios que não depende 
de uma matriz, como 
uma agência de leilões, 
corretagem, transporte 
etc. (NASCIMENTO, 2020).
2
Conversão de demonstrações contábeis 101
ra e os orçamentos e todas as decisões são tomados levando em conta 
os resultados em uma moeda estrangeira, poderiam ser enquadrados 
como moeda funcional diferente do real.
Nos cálculos e nas contabilizações de transações em moedas es-
trangeiras e operações comerciais, de financiamentos e investimentos 
no exterior são utilizados termos relacionados às moedas e às taxas de 
câmbio, que estão destacados no quadro a seguir.
Quadro 1
 Conceitos utilizados na conversão.
Moedas
Moeda corrente É a moeda do país no qual a empresa opera.
Moeda de relatório
É a moeda constante das demonstrações 
financeiras que serão reportadas.
Moeda estrangeira
É a moeda utilizada para a realização de deter-
minada transação.
Moeda funcional
É a moeda responsável pela geração e 
pelo dispêndio de caixa ou a do sistema econô-
mico principal em que a empresa opera.
Taxa de 
câmbio
Taxa de câmbio É a taxa utilizada para a troca de duas moedas.
Taxa corrente ou 
de fechamento
É a taxa vigente na data de levantamento das 
demonstrações financeiras anuais ou 
intermediárias.
Taxa histórica
É a taxa vigente na época de realização de 
determinada transação.
Taxa média
É a média aritmética das taxas de câmbio que 
vigoraram por certo período.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em CPC, 2010.
A entidade deve divulgar no final de cada período informações 
relacionadas às suas operações com moeda estrangeira, por exem-
plo o montante das variações cambiais que a empresa registrou na 
Demonstração de Resultado ou na conta do Patrimônio Líquido, 
como outros resultados abrangentes.
Diferentemente da gran-
de maioria das empresas 
brasileiras que utilizam 
o real como moeda 
funcional, a empresa 
Embraer S.A. usa o dólar, 
moeda com a qual são 
realizadas suas operações 
principais. No site Novo 
mercado BM&FBovespa 
você encontra notas expli-
cativas em que a empresa 
justifica os motivos de 
utilizar outra moeda que 
não o real, sendo uma 
importante fonte de con-
sulta contábil a respeito 
dos procedimentos de 
registro de operações em 
moeda estrangeira.
Disponível em:
http://bvmf.bmfbovespa.com.br/
cias-listadas/empresas-listadas/
ResumoDemonstrativosFinanceiros.
aspx?codigoCvm=20087&idio-
ma=pt-br. Acesso em: 13 set. 2021.
Site
5.2 Transações em moeda estrangeira 
Vídeo As empresas no Brasil podem realizar operações com as empre-
sas no exterior em moeda estrangeira. Essas operações são fechadas 
de acordo com a moeda na qual a negociação está sendo realizada, 
necessitando, dessa forma, da contabilização na moeda funcional dahttp://bvmf.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/empresas-listadas/ResumoDemonstrativosFinanceiros.aspx?c
http://bvmf.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/empresas-listadas/ResumoDemonstrativosFinanceiros.aspx?c
http://bvmf.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/empresas-listadas/ResumoDemonstrativosFinanceiros.aspx?c
http://bvmf.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/empresas-listadas/ResumoDemonstrativosFinanceiros.aspx?c
http://bvmf.bmfbovespa.com.br/cias-listadas/empresas-listadas/ResumoDemonstrativosFinanceiros.aspx?c
102 Contabilidade Internacional
entidade para ser registrada e evidenciada em suas demonstrações 
contábeis. A moeda estrangeira é aquela diferente da moeda da enti-
dade que está realizando a operação, a qual pratica seus atos e registra 
suas operações na moeda do país onde está localizada, sendo essa a 
sua moeda funcional. Em alguns casos específicos a moeda funcional é 
diferente da moeda do país no qual a empresa está localizada, no caso, 
o real para as empresas brasileiras.
Segundo o Pronunciamento Técnico n. 02 (CPC, 2010, p. 8), uma 
transação em moeda estrangeira é aquela fixada ou que requer sua 
liquidação em uma moeda estrangeira, por exemplo o dólar e o euro, 
sendo transações originadas quando a entidade:
(a) compra ou vende bens ou serviços cujo preço é fixado em 
moeda estrangeira;
(b) obtém ou concede empréstimos, quando os valores a pagar 
ou a receber são fixados em moeda estrangeira; ou
(c) de alguma outra forma, adquire ou desfaz-se de ativos, ou 
assume ou liquida passivos fixados em moeda estrangeira.
As operações de compra de bens no exterior podem ser de ati-
vos utilizados posteriormente nas suas atividades para a produção 
ou a manutenção de suas operações ou seus bens que servirão de 
matéria-prima para a produção ou prestação de serviços. As operações 
de vendas correspondem às exportações realizadas pela entidade, 
que podem ser de bens ou serviços, sendo realizadas com empresas 
no exterior. Essas operações irão requerer saídas ou entradas de re-
cursos em moeda estrangeira. O pronunciamento também enumera 
operações de empréstimos, a pagar ou a receber, como exemplos de 
operações que podem ser realizadas pelas empresas brasileiras com 
empresas estrangeiras, requerendo, assim, a movimentação em uma 
moeda diferente do real.
O reconhecimento contábil dos valores deve ser realizado no momen-
to que a operação acontece pelo seu valor na moeda funcional. Dessa 
maneira, temos uma operação em moeda estrangeira e necessitamos 
realizar o registro em moeda funcional, aplicando a taxa de câmbio à vista 
entre a moeda funcional e a estrangeira. A taxa de câmbio é utilizada para 
a troca entre moedas e tem suas cotações alteradas diariamente, repre-
sentando o preço mensurado de uma delas em relação à outra. O registro 
Conversão de demonstrações contábeis 103
contábil será realizado em reais pela cotação da moeda estrangeira na 
data da transação. A figura a seguir ilustra esse processo.
Figura 1
Procedimento para a conversão de valores em moeda estrangeira
Transação 
realizada 
com a moeda 
estrangeira
Converte-se a 
transação realizada 
pelo valor do 
câmbio à vista na 
moeda funcional
Transação 
contabilizada 
na moeda 
funcional
Fonte: Lagioia, 2011, p. 64.
O Pronunciamento Técnico n. 02 (CPC, 2010) estabelece que pode 
ser utilizada a taxa de câmbio média semanal ou mensal para a deter-
minação do valor das transações desde que não ocorram flutuações 
significativas nas taxas no período. Caso as flutuações nas cotações se-
jam relevantes, a taxa de câmbio média não deve ser utilizada, e sim a 
cotação da data da transação, para fins de reconhecimento dos valores 
e de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.
Como exemplo, vamos analisar algumas operações e realizar o re-
gistro contábil inicial e a posterior atualização dos valores em moeda 
estrangeira para a moeda funcional, o real.
Exemplo A
Uma empresa brasileira efetuou uma compra de equipamen-
to para seu ativo imobilizado em 02/01/20x1 no montante de 
USD 10.000,00, para pagamento em 15/02/20x1, caracterizando uma 
importação de equipamentos. A moeda funcional da empresa é o 
real. O equipamento chegou ao Brasil e ocorreu o despacho adua-
neiro em 15/01/20x1, sendo essa a data do documento fiscal. A ope-
ração gerou gastos adicionais no processo aduaneiro de R$ 2.500,00 
(não serão detalhados os valores).
Na data da emissão do documento fiscal a cotação do dólar era de 
R$ 5,00, correspondendo a 1 dólar para cada 5 reais. No registro contá-
bil é necessária a conversão para reais:
15/01/20x1 = USD 10.000,00 × R$ 5,00 = R$ 50.000,00
104 Contabilidade Internacional
Tabela 1
Registro da entrada do equipamento na empresa
Débito: conta Equipamentos 
(Ativo não Circulante – Imobilizado)
R$ 50.000,00
Débito: conta Equipamentos 
(Ativo não Circulante – Imobilizado)
R$ 2.500,00
Crédito: conta Fornecedores Estrangeiros 
(Passivo Circulante)
R$ 50.000,00
Crédito: conta Fornecedores Nacionais 
(Passivo Circulante)
R$ 2.500,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Ao término de um período de reporte, por exemplo o final do mês 
de janeiro/20x1, os itens monetários em moeda estrangeira que cons-
tam registrados das demonstrações contábeis da entidade devem ser 
convertidos, utilizando para isso a taxa de câmbio de fechamento, que 
é a taxa vigente na data do levantamento das demonstrações. Vamos 
considerar que a cotação do dólar em 31/01/20x1 era de R$ 5,20. Ao 
convertermos a obrigação em moeda estrangeira para o real, teremos:
31/01/20x1 = USD 10.000,00 × R$ 5,20 = R$ 52.000,00
Não há nessa data pagamento da obrigação, mas, em função do au-
mento na taxa de câmbio, ocorre o aumento da obrigação, o qual deve 
ser registrado contabilmente como despesa financeira, especificamen-
te Variação Cambial Passiva.
Tabela 2
Registro da variação cambial sobre a obrigação
Débito: conta Variação Cambial Passiva 
(Demonstração de Resultado – Despesas Financeiras)
R$ 2.000,00
Crédito: conta Fornecedores Estrangeiros
(Passivo Circulante)
R$ 2.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Na data do pagamento da obrigação verificamos novamen-
te a taxa de câmbio, que, para fins de exemplo, será de R$ 5,30. É 
necessária a atualização da obrigação de acordo com a cotação da 
moeda estrangeira:
15/02/20x1 = USD 10.000,00 × R$ 5,30 = R$ 53.000,00
Na sequência será registrada a atualização do valor da dívida, em 
função da cotação da moeda estrangeira, e o efeito do pagamento da 
obrigação, encerrando a operação do Exemplo A.
Conversão de demonstrações contábeis 105
Tabela 3
Registro da variação cambial sobre a obrigação
Débito: conta Variação Cambial Passiva
(Demonstração de Resultado – Despesas Financeiras)
R$ 1.000,00
Crédito: conta Fornecedores Estrangeiros
(Passivo Circulante)
R$ 1.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Tabela 4
Registro do pagamento da obrigação com o fornecedor
Débito: conta Fornecedores Estrangeiros (Passivo Circulante) R$ 53.000,00
Crédito: conta Bancos (Ativo Circulante) R$ 53.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
A operação é finalizada com o pagamento da conta Fornecedores 
Estrangeiros, zerando-a e tendo o registro de R$ 3.000,00 como despe-
sas financeiras totais nessa operação.
Exemplo B
Uma empresa brasileira efetuou uma venda de produtos para uma 
empresa estrangeira, sendo realizada uma operação de exportação.
A operação é negociada em moeda estrangeira, no montante de 
USD 30.000,00, mas a Receita Bruta de Vendas é determinada pela con-
versão em moeda nacional utilizando a taxa de câmbio da moeda es-
trangeira na data do embarque para o exterior em 10/01/20x1. Na data 
da exportação a cotação do dólar era de R$ 5,00. No registro contábil é 
necessária a conversão para reais:
 10/01/20x1 = USD 30.000,00 x R$ 5,00 = R$ 150.000,00
O registro contábil da operação é realizado no Ativo como um direi-
to a receber em reais, apesar da operação ter sido fechada em moeda 
estrangeira.
Tabela 5
Registro da venda de produtos da empresa
Débito: conta Clientes noExterior (Ativo Circulante) R$ 150.000,00
Débito: conta Vendas de Produtos – Exportação
(Demonstração de Resultado)
R$ 150.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
No final do mês de janeiro/20x1 os itens monetários em moe-
da estrangeira que constam das demonstrações contábeis da enti-
dade devem ser convertidos, utilizando para isso a taxa de câmbio 
Para fins de exemplo, os 
registros contábeis serão 
focados na contabilização 
da receita de exportação e 
nas respectivas variações 
posteriores, originadas 
pelas variações na taxa de 
câmbio da operação.
Atenção
106 Contabilidade Internacional
de fechamento, que é a taxa vigente na data do levantamento 
das demonstrações. Vamos considerar que a cotação do dólar em 
31/01/20x1 era de R$ 4,90. Ao convertermos o valor a receber em 
moeda estrangeira para o real, teremos:
31/01/20x1 = USD 30.000,00 × R$ 4,90 = R$ 147.000,00
Em função da diminuição na cotação da moeda estrangeira, o valor 
a receber é menor do que o registrado na contabilização da receita, ge-
rando uma Variação Cambial Passiva na Demonstração de Resultado.
Tabela 6
Registro da variação cambial sobre o valor a receber.
Débito: conta Variação Cambial Passiva
(Demonstração de Resultado – Despesas Financeiras)
R$ 3.000,00
Crédito: conta Clientes no Exterior (Ativo Circulante) R$ 3.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Na data do recebimento do valor verificamos que a taxa de câmbio 
da moeda estrangeira era de R$ 5,30. É necessária a atualização do va-
lor a receber, de acordo com a cotação da moeda estrangeira:
15/02/20x1 = USD 30.000,00 × R$ 5,30 = R$ 159.000,00
Em função da valorização da moeda nacional em relação à moeda 
estrangeira, é necessário registrar uma Variação Cambial Ativa, geran-
do uma receita para a empresa.
Tabela 7
Registro da variação cambial sobre a operação de venda
Débito: conta Clientes no Exterior (Ativo Circulante) R$ 12.000,00
Crédito: conta Variação Cambial Ativa (Demonstração de 
Resultado – Receitas Financeiras)
R$ 12.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Tabela 8
Registro do recebimento do valor com o pagamento efetuado pelo cliente.
Débito: conta Bancos (Ativo Circulante) R$ 159.000,00
Crédito: conta Clientes no Exterior (Ativo Circulante) R$ 159.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
Após o recebimento do cliente no exterior, a operação é encerrada, 
com a conta de clientes ficando zerada. Foram geradas receitas finan– 
ceiras de Variação Cambial Positiva no total de R$ 9.000,00 no período. 
Conversão de demonstrações contábeis 107
As operações em moeda estrangeira devem ser atualizadas pelas res-
pectivas taxas de câmbio no final de cada período de elaboração das 
demonstrações contábeis, objetivando retratar a posição atualizada 
dos valores do ativo, do passivo, das receitas e das despesas.
As empresas devem divulgar as informações das variações cam-
biais reconhecidas na Demonstração de Resultado e no seu Patri-
mônio Líquido nas contas de outros resultados abrangentes, com a 
indicação das variações cambiais líquidas e a conciliação no início e 
no final do exercício social.
5.3 Conversão das demonstrações contábeis 
Vídeo As entidades brasileiras que divulgam suas informações financeiras 
por meio das demonstrações contábeis possuem muitas vezes empre-
sas filiais, controladas ou coligadas no exterior, todas fazendo parte de 
um grupo econômico. Lagioia (2011) explica que um grupo econômico 
é representado por uma entidade controladora e por todas as suas 
controladas, sediadas no Brasil ou em outros países. A autora obser-
va que o grupo econômico formado por entidades em países diferen-
tes e com moedas distintas precisa apresentar um único conjunto de 
demonstrações financeiras, representando a posição patrimonial, eco-
nômica e financeira do grupo como um todo.
Para que as informações sejam unificadas, existe a necessidade da 
conversão das demonstrações contábeis em moeda estrangeira para 
a moeda de apresentação dos relatórios financeiros. A conversão das 
demonstrações contábeis é realizada quando a investida é enquadrada 
como controlada, coligada ou sociedade que pertença a um mesmo 
grupo ou esteja sob controle comum. O Pronunciamento Técnico n. 02 
(CPC, 2010) relaciona os procedimentos a serem adotados para a con-
versão, utilizando o método da taxa corrente:
a. Ativos e passivos para cada Balanço Patrimonial apresentado 
(incluindo os balanços comparativos) devem ser convertidos, 
utilizando-se a taxa de câmbio de fechamento na data do 
respectivo Balanço Patrimonial.
b. Receitas e despesas para cada Demonstração do Resultado 
Abrangente ou Demonstração do Resultado apresentada 
108 Contabilidade Internacional
(incluindo as demonstrações comparativas) devem ser 
convertidas pelas taxas de câmbio vigentes nas datas de 
ocorrência das transações. 
c. Todas as variações cambiais resultantes devem ser reconhecidas 
em outros resultados abrangentes.
Com relação às variações cambiais descritas no item c da norma, 
são resultantes da conversão de receitas e despesas pelas taxas de 
câmbio vigentes nas datas das transações e pela utilização da taxa de 
câmbio de fechamento para os ativos e passivos das demonstrações 
contábeis. Também são originadas da conversão dos saldos de abertu-
ra das contas do Patrimônio Líquido pela taxa de câmbio de fechamen-
to, que é diferente da taxa de câmbio do período anterior.
A contrapartida do registro contábil das variações cambiais é efe-
tuada no Patrimônio Líquido, pois estas não devem impactar o resulta-
do por ainda não estarem realizadas. Somente quando ocorrer a baixa 
(a venda) da entidade no exterior é que ficará caracterizada a receita 
ou o prejuízo e a respectiva realização das variações. Para exemplificar 
os procedimentos necessários para a conversão das demonstrações 
contábeis, desenvolveremos um exemplo na sequência.
Exemplo 
Determinada empresa sediada no Brasil resolve investir em outra 
empresa no exterior. A investidora será denominada de A e a investida 
será denominada de B. A empresa investidora constituiu a empresa B 
com o aporte de USD 500.000,00, sendo proprietária de 100% do Ca-
pital Social. A integralização do capital foi em 01/01/20x0 e a taxa de 
câmbio da moeda estrangeira estava em R$ 5,00 nessa data.
Durante o exercício de 20x0, a empresa B realizou diversas opera-
ções e elaborou suas demonstrações contábeis no final do período, as 
quais estão evidenciadas nas tabelas a seguir.
Conversão de demonstrações contábeis 109
Ativo USD Passivo e Patrimônio Líquido USD
Ativo Circulante Passivo Circulante
 Caixa e Equivalentes de Caixa 125.000,00 Fornecedores 50.000,00
Contas a Receber 85.000,00 Contas a Pagar 20.000,00
Estoques 190.000,00 Passivo não Circulante
Ativo não Circulante Empréstimos 80.000,00
Imobilizado 300.000,00 Patrimônio Líquido
Capital Social 500.000,00
Lucros Acumulados 50.000,00
Total do Ativo 700.000,00 Total do Passivo e P.L. 700.000,00
Tabela 9
Empresa B – Balanço Patrimonial em 31/12/20X0
Fonte: Adaptada de Martins et al., 2017.
A Demonstração do Resultado apresentada compreende o período 
de janeiro a dezembro de 20x0, sendo apresentada de maneira resu-
mida na Tabela 10.
Tabela 10
Empresa B – Demonstração do Resultado do período de 01/01/20x0 a 31/12/20X0
Demonstração do Resultado USD
Receitas Líquidas 210.000,00
(–) Custos Produtos Vendidos -110.000,00
(=) Lucro Bruto 100.000,00
(–) Despesas Operacionais -45.000,00
(+) Outras Receitas 5.000,00
(=) Lucro antes dos Tributos 60.000,00
(–) Tributos sobre o Lucro -10.000,00
(=) Lucro Líquido 50.000,00
Fonte: Adaptada de Martins et al., 2017.
 Martins et al. (2017) apresentam o resumo dos procedimentos que 
devem ser adotados na conversão de demonstrações, conforme de-
monstrado no quadro a seguir.
110 Contabilidade Internacional
Quadro 2
Procedimentos para a conversão
ATIVO
Taxa corrente
PASSIVO
Taxa corrente
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Saldo Anterior do PL
(igual a saldo final do período anterior)
Dividendos e Ingressos deCapital
(Taxa histórica)
Resultado do Período
(transportando da DR convertida por taxa histórica ou média)
Ajuste Acumulado de Conversão
Fonte: Martins et al., 2017, p. 265, grifos nossos.
Os elementos do Ativo e do Passivo devem ser convertidos pela taxa 
corrente (fechamento) da data de apresentação das demonstrações 
contábeis – no caso do exemplo, a taxa de câmbio do dia 31/12/20x0 
ou anterior –, se não houver cotação nesse dia. O Patrimônio Líquido é 
dividido em grupos, sendo que o saldo anterior é mantido com valores 
iguais aos do período anterior e os novos ingressos de capital, com a 
taxa do dia da operação (taxa histórica). Já para os valores evidenciados 
na Demonstração de Resultado, deve ser utilizada a taxa histórica ou 
média, caso a variação na taxa de câmbio não seja excessiva. Para fins 
de exemplo, utilizaremos a taxa média mensal para os elementos de 
receitas, custos e despesas, que é demonstrada na tabela a seguir.
Tabela 11
Taxas de câmbio do ano 20x0
Mês Taxa média mensal Taxa de fechamento
Janeiro 5,10
Fevereiro 5,20
Março 5,10
Abril 5,00
Maio 4,90
Junho 4,95
Julho 5,05
Agosto 5,00
Setembro 5,20
Outubro 5,15
(Continua)
Conversão de demonstrações contábeis 111
Mês Taxa média mensal Taxa de fechamento
Novembro 5,15
Dezembro 5,10 5,10
Taxa média anual 5,08
Fonte: Adaptada de Martins et al., 2017.
Na sequência (Tabela 12) está demonstrada a conversão das con-
tas da Demonstração do Resultado utilizando a taxa média mensal 
para a conversão dos valores em moeda estrangeira para a moeda 
de apresentação.
Tabela 12
Conversão de receitas, custos e despesas
Mês
Taxa 
média 
mensal
Receitas Custos
USD R$ USD R$
Janeiro 5,10 10.000,00 51.000,00 6.000,00 30.600,00
Fevereiro 5,20 12.000,00 62.400,00 6.000,00 31.200,00
Março 5,10 13.000,00 66.300,00 6.000,00 30.600,00
Abril 5,00 14.000,00 70.000,00 7.000,00 35.000,00
Maio 4,90 15.000,00 73.500,00 8.000,00 39.200,00
Junho 4,95 16.000,00 79.200,00 9.000,00 44.550,00
Julho 5,05 18.000,00 90.900,00 10.000,00 50.500,00
Agosto 5,00 20.000,00 100.000,00 10.000,00 50.000,00
Setembro 5,20 23.000,00 119.600,00 11.000,00 57.200,00
Outubro 5,15 24.000,00 123.600,00 12.000,00 61.800,00
Novembro 5,15 23.000,00 118.450,00 13.000,00 66.950,00
Dezembro 5,10 22.000,00 112.200,00 12.000,00 61.200,00
Total 210.000,00 1.067.150,00 110.000,00 558.800,00
Mês Taxa média mensal
Despesas 
Operacionais Outras Receitas
USD R$ USD R$
Janeiro 5,10 2.500,00 12.750,00 300,00 1.530,00
Fevereiro 5,20 2.600,00 13.520,00 100,00 520,00
Março 5,10 3.000,00 15.300,00 400,00 2.040,00
Abril 5,00 4.500,00 22.500,00 500,00 2.500,00
Maio 4,90 3.500,00 17.150,00 600,00 2.940,00
Junho 4,95 3.600,00 17.820,00 200,00 990,00
Julho 5,05 3.800,00 19.190,00 800,00 4.040,00
(Continua)
112 Contabilidade Internacional
Mês Taxa média mensal
Despesas 
Operacionais Outras Receitas
USD R$ USD R$
Agosto 5,00 3.800,00 19.000,00 500,00 2.500,00
Setembro 5,20 3.600,00 18.720,00 600,00 3.120,00
Outubro 5,15 3.800,00 19.570,00 500,00 2.575,00
Novembro 5,15 4.900,00 25.235,00 200,00 1.030,00
Dezembro 5,10 5.400,00 27.540,00 300,00 1.530,00
Total 45.000,00 228.295,00 5.000,00 25.315,00
Fonte: Adaptada de Martins et al., 2017.
O montante apurado mensalmente é multiplicado pela taxa de câm-
bio média do mês, resultando no total em reais mensal. A taxa média 
é calculada pela média aritmética simples das taxas diárias. Com base 
nas informações calculadas, podemos elaborar a Demonstração do Re-
sultado em reais (Tabela 13).
Tabela 13
Empresa B – Demonstração do Resultado do período de 01/01/20x0 a 31/12/20X0 em R$
Demonstração do 
Resultado
USD
Taxa média 
anual
R$
Receitas Líquidas 210.000,00 1.067.150,00
(–) Custos Produtos Vendidos -110.000,00 -558.800,00
(=) Lucro Bruto 100.000,00 508.350,00
(–) Despesas Operacionais -45.000,00 -228.295,00
(+) Outras Receitas 5.000,00 25.315,00
(=) Lucro antes dos Tributos 60.000,00 305.370,00
(–) Tributos sobre o Lucro -10.000,00 5,08 -50.800,00
(=) Lucro Líquido 50.000,00 254.570,00
Fonte: Adaptada de Martins et al., 2017.
O Resultado do Exercício de USD 50.000,00 é convertido e represen 
ta R$ 254.570,00. Os Tributos sobre o lucro foram convertidos pela taxa 
média anual, pois, de acordo com Martins et al. (2017, p. 267), admite-
-se que “o resultado tributável tenha sido formado ao longo do exercí-
cio e, consequentemente, o imposto de renda e a contribuição social 
sobre o lucro líquido” são formados ao longo do período e calculados 
pela taxa média anual, desde que as variações não sejam significativas.
O passo seguinte após a conversão da Demonstração do Resultado 
é a conversão dos valores em moeda estrangeira constantes no Balan-
ço Patrimonial, como apresentado a seguir.
(Continua)
Conversão de demonstrações contábeis 113
Tabela 14
Empresa B – Balanço Patrimonial em 31/12/20X0 em R$
Ativo USD
Taxa de 
Conversão
R$
Ativo Circulante
Caixa e Equivalentes de Caixa 125.000,00 5,10 637.500,00
Contas a Receber 85.000,00 5,10 433.500,00
Estoques 190.000,00 5,10 969.000,00
Ativo não Circulante
Imobilizado 300.000,00 5,10 1.530.000,00
Total do Ativo 700.000,00 3.570.000,00
Passivo e Patrimônio Líquido USD
Taxa de 
Conversão
R$
Passivo Circulante
Fornecedores 50.000,00 5,10 255.000,00
Contas a Pagar 20.000,00 5,10 102.000,00
Passivo Não Circulante
Empréstimos 80.000,00 5,10 408.000,00
Patrimônio Líquido
Capital Social 500.000,00 5,00 2.500.000,00
Lucros Acumulados 50.000,00 254.570,00
Ajustes Acumulados de Conversão - 50.430,00
Total do Passivo e P.L. 700.000,00 3.570.000,00
Fonte: Adaptada de Martins et al., 2017.
Vamos agora detalhar as conversões realizadas no Balanço Patrimo-
nial da Empresa B.
Contas do Ativo e Passivo
Para a conversão das contas do Ativo (Circulante e não Circulante) 
e do Passivo (Circulante e não Circulante), é utilizada a taxa de câmbio 
de fechamento. No exemplo, essa taxa era de R$ 5,10, sendo multipli-
cada pelos valores em moeda estrangeira. No caso da conta de Caixa e 
Equivalentes de Caixa, o saldo final em 31/12/20x0 de USD 125.000,00 
é multiplicado por R$ 5,10, representando o valor de R$ 637.500,00. O 
mesmo procedimento é realizado nas demais contas.
114 Contabilidade Internacional
Conta de Capital Social no Patrimônio Líquido
A conta de Capital Social é mantida pelos valores originais da ope-
ração, mas a variação cambial é calculada em função da alteração da 
taxa de câmbio do dia em que o capital foi integralizado na compa-
nhia (01/01/20x0) para o dia do fechamento das demonstrações contá-
beis (31/12/20x0). A variação cambial é positiva (também chamada de 
Variação Cambial Ativa), gerando um ganho para a empresa.
Capital Social
USD 500.000,00 × 5,10 (taxa de fechamento) = 2.550.000,00
USD 500.000,00 × 5,00 (taxa histórica) = (2.500.000,00)
Variação Cambial Ativa = 50.000,00
Conta de Lucros Acumulados
Anteriormente, a Demonstração do Resultado foi convertida utili-
zando a taxa de câmbio média mensal para os elementos de receitas, 
custos e despesas, gerando um lucro de R$ 254.570,00. Esses valores 
devem ser atualizados pela taxa de câmbio de fechamento para atuali-
zação dos valores na data da elaboração dos relatórios contábeis.
Lucros Acumulados
USD 50.000,00 × 5,10 (taxa de fechamento) = 255.000,00
USD 50.000,00 conforme a conversão da Demonstração do Resultado = (254.570,00)
Variação Cambial Ativa = 430,00
Conta de Ajuste Acumulado de Conversão
O resultado da variação cambial do período é demonstrado em uma 
conta própria, que recebe os valores positivos e negativos das demais 
contas calculadas anteriormente. No exemplo, as variações ocorreram 
na conta de Capital Social e de Lucros Acumulados.
Contas – Variação Cambial
Capital Social 50.000,00
Lucros Acumulados 430,00
Soma 50.430,00
As demonstrações contábeis convertidasde uma moeda estrangei-
ra para a moeda funcional da empresa são utilizadas para o cálculo 
da equivalência patrimonial na investidora e para a consolidação das 
demonstrações contábeis de um grupo de empresas.
Conversão de demonstrações contábeis 115
5.4 Aplicação do método da 
equivalência patrimonial Vídeo
As empresas brasileiras que possuem investimentos em empresas 
sediadas em outros países necessitam converter as demonstrações 
contábeis destas empresas, emitidas em uma moeda estrangeira, para 
a moeda funcional do ambiente principal no qual a empresa opera, 
normalmente o real no Brasil. A conversão permite que a investidora 
utilize as informações da investida para a aplicação do método de equi-
valência patrimonial e a consolidação das demonstrações contábeis 
em um único conjunto de demonstrações do grupo econômico.
O método de equivalência patrimonial, de acordo com Lemes e 
Carvalho (2010, p. 135), é o “método no qual o investimento é inicial-
mente registrado ao custo e ajustado posteriormente pelas alterações 
correspondentes à participação do investidor no patrimônio líquido da 
investida”. O valor do investimento registrado no Ativo não Circulante 
da empresa investidora é atualizado com as informações das demons-
trações contábeis da empresa investida, refletindo, dessa forma, os ga-
nhos ou as perdas do investimento.
A Lei n. 6.404 (BRASIL, 1976) regulamenta a aplicação do método de 
equivalência, indicando no seu artigo 248 que ele é aplicado para os 
investimentos em:
 • coligadas;
 • controladas;
 • sociedades que façam parte do mesmo grupo econômico; 
 • sociedades que estejam sob controle comum.
Para regulamentar a forma de aplicação do método de equivalência, 
foi editado pelo CPC o Pronunciamento Técnico n. 18 (CPC, 2012), sen-
do recepcionado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) com a 
edição da NBC TG 18 – Investimento em Coligada, em Controlada e em 
Empreendimento Controlado em Conjunto. Para a aplicação do método 
é necessária a diferenciação dos tipos de investimentos que podem ser 
realizados pelas entidades, conforme descrito no quadro a seguir.
116 Contabilidade Internacional
Quadro 3
Classificação dos investimentos
Sociedade 
controlada
É a sociedade na qual a controladora possui mais de 50% do 
capital votante. O controle sobre esse capital pode ser de modo 
direto, em que a investidora é a proprietária do capital votante, 
ou indireto, por meio de outras empresas controladas.
Sociedade 
coligada
É a sociedade na qual a controladora possui influência significa-
tiva nas decisões políticas, financeiras e operacionais, sem ter 
o controle da maioria do capital votante. Existe a presunção de 
influência significativa quando a investidora detém 20% ou mais 
do capital votante.
Sociedade do 
mesmo grupo 
econômico
É a sociedade investida que faz parte do mesmo grupo econô-
mico da investidora, tendo um controlador em comum.
Sociedade 
sob controle 
comum
É a sociedade que tem seu controle compartilhado com outro 
investidor sem que nenhum dos investidores possua o controle. 
As decisões são tomadas em conjunto e de maneira consensual 
entre as partes, tornando-se uma joint venture.
Fonte: Adaptado de CPC, 2012.
As sociedades coligadas são descritas como aquelas nas quais o in-
vestidor possui influência significativa e que se presume a influência 
de 20% ou mais do capital, mas o investidor pode ter influência signi-
ficativa com menos de 20% do capital votante, desde que consiga de-
monstrar sua influência nas decisões da empresa. O Pronunciamento 
Técnico n. 18 (CPC, 2012, p. 3) lista as evidências de influência na admi-
nistração da empresa coligada:
(a) representação no conselho de administração ou na diretoria 
da investida;
(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusi-
ve em decisões sobre dividendos e outras distribuições;
(c) operações materiais entre o investidor e a investida;
(d) intercâmbio de diretores ou gerentes;
(e) fornecimento de informação técnica essencial.
Dessa maneira, uma investidora pode ter menos de 20% do capital 
de outra empresa, mas, se tiver poder nas decisões da companhia – 
como a possibilidade de indicar um membro da administração, ser um 
fornecedor significativo da empresa, transferir tecnologia para a inves-
tida etc. –, a empresa é considerada coligada.
O investimento inicial para a aquisição de participação em outra 
empresa é registrado inicialmente pelo custo, que corresponde ao 
Conversão de demonstrações contábeis 117
montante pago para a aquisição de participação societária. O seu re-
gistro é evidenciado no grupo Investimentos, no Ativo não Circulante 
da empresa investidora. Posteriormente, como explicam Padoveze, 
Benedicto e Leite (2012, p. 188), “o método da equivalência patrimonial 
consiste em aplicar, ao valor do patrimônio líquido da controlada, a 
participação percentual detida pela controladora, ajustando o valor do 
investimento no ativo da controladora”.
A diferença entre o Patrimônio Líquido da investida no início e no 
final do período pode corresponder ao lucro ou ao prejuízo obtido 
pela empresa, mas também pode ser originada de outras mutações 
ocorridas no Patrimônio Líquido da investida, como aumentos de ca-
pital, registros de outros resultados abrangentes, entre outras altera-
ções. Na empresa investidora o aumento ou a diminuição, originado 
dos resultados (lucro ou prejuízo) da investida, é reconhecido no resul-
tado do período na empresa. 
Viceconti e Neves (2018) explicam que mutações no Patrimônio Lí-
quido da investida originadas de aumento de capital subscrito pela in-
vestidora devem ser registradas diretamente no investimento, tendo 
como contrapartida a saída dos recursos no caixa da investidora. Os 
autores também explicam que variações no Patrimônio Líquido da in-
vestida decorrentes de resultados não abrangentes, como ajustes de 
avaliação patrimonial e de conversão de demonstrações em moeda 
estrangeira, devem ser reconhecidos no Patrimônio Líquido do investi-
dor, proporcionalmente à sua participação.
Na sequência temos um exemplo de cálculo e registro contábil da 
aplicação do método de equivalência patrimonial.
Exemplo D
Uma sociedade investidora (controladora) adquiriu 100% das 
ações de uma empresa, denominada agora de controlada, pelo va-
lor de R$ 200.000,00, correspondendo ao valor do Patrimônio Líquido 
contábil da empresa. O registro contábil dessa operação é demons-
trado a seguir.
118 Contabilidade Internacional
Tabela 15
Registro do investimento na empresa controlada 
D/C Descrição Valor
Débito
Conta Participação em Controlada 
(Ativo não Circulante – Investimentos)
R$ 200.000,00
Crédito Conta Bancos (Ativo Circulante) R$ 200.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
No final do período, a empresa controlada apresentou lucro do 
exercício no valor de R$ 70.000,00. A empresa investidora aplica o mé-
todo de equivalência patrimonial para calcular o Resultado da Equiva-
lência Patrimonial.
Lucro do exercício na investida: R$ 70.000,00
(x) Participação da investidora: 100%
(=) Resultado da Equivalência Patrimonial: R$ 70.000,00
O registro contábil da equivalência patrimonial é demonstrado na 
seguinte tabela:
Tabela 16
Registro da equivalência patrimonial
D/C Descrição Valor
Débito
Conta Participação em Controlada (Ativo não 
Circulante – Investimentos)
R$ 70.000,00
Crédito
Conta Receita de Equivalência Patrimonial 
(Demonstração do Resultado – Outras Receitas)
R$ 70.000,00
Fonte: Elaborada pelo autor.
O saldo da conta de investimentos na empresa controladora é au-
mentado pelo valor do lucro, refletindo no aumento no Patrimônio Lí-
quido da controlada. Caso a empresa investidora não detenha 100% do 
capital da investida, o cálculo da equivalência patrimonial será propor-
cional à sua participação. Por exemplo, se a empresa possuir 60% do 
capital da investida, o cálculo será: R$ 70.000,00 × 60% = R$ 42.000,00 
(registrado como receita de equivalência patrimonial na investidora).
Nocálculo e registro da equivalência patrimonial deve ser utilizada 
a demonstração contábil mais recente que se pretende calcular. As de-
monstrações contábeis devem ser elaboradas pela investida na mes-
ma data de término do período da investidora; caso não seja possível, 
ajustes necessários devem ser realizados para registrar eventos que 
tenham ocorrido entre as duas datas.
Conversão de demonstrações contábeis 119
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As empresas brasileiras buscam intensificar suas relações com outros 
países, tanto em operações de compra e venda de bens e serviços quanto 
em investimentos realizados na aquisição ou na abertura de empresas no 
exterior. Os negócios realizados com outros países geram operações na 
moeda estrangeira, necessitando de metodologias para converter esses 
valores para o real, o que permite o registro desses fatos nas demonstra-
ções contábeis das empresas brasileiras.
As normas contábeis determinam como as empresas brasileiras de-
vem proceder para registrar as operações em moeda estrangeira e 
posteriormente calcular e registrar as variações nos valores a receber e 
a pagar em moeda estrangeira, em função das alterações nas taxas de 
câmbio das moedas estrangeiras. O registro deve ser feito em reais, por-
tanto, é necessária a conversão desses valores para a moeda nacional no 
momento do reconhecimento inicial.
Os mesmos procedimentos são aplicados à conversão de demonstra-
ções contábeis emitidas pelas empresas estrangeiras, em que a variação 
na taxa de câmbio provoca alterações nos valores evidenciados na moeda 
nacional, necessitando, dessa forma, do controle e registro dessas varia-
ções para que as informações contábeis sejam úteis aos diversos grupos 
de usuários da contabilidade nas suas análises financeiras e econômicas.
ATIVIDADES
Atividade 1
Na conversão de demonstrações contábeis são utilizadas taxas 
de câmbio para transformar as informações em moeda estran-
geira para a moeda nacional. Nesse processo é utilizada a moeda 
funcional da entidade que reporta as informações contábeis. 
Nesse sentido, explique o que é a moeda funcional.
Atividade 2
Para a conversão de algumas operações em moeda estrangei-
ra, como receitas e despesas, pode ser utilizada a taxa média. 
Explique o que ela é e em que casos pode ser utilizada para a 
conversão de operações contábeis.
Atividade 3
Explique o procedimento que deve ser utilizado na conversão 
das contas do ativo e passivo das demonstrações contábeis em 
moeda estrangeira pelo método da taxa corrente.
120 Contabilidade Internacional
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Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
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Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis. 
CPC, 7 out. 2010. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/
Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=9. Acesso em: 13 set. 2021.
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Pronunciamento Técnico CPC 18 (R2) – 
Investimento em coligada, em controlada e em empreendimento controlado em conjunto. 
CPC, 13 dez. 2012. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/
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LAGIOIA, U. C. T. Pronunciamentos contábeis na prática. São Paulo: Atlas, 2011. (Série 
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LEMES, S.; CARVALHO, L. N. Contabilidade internacional para graduação: texto, estudos de 
casos e questões de múltipla escolha. São Paulo: Atlas, 2010.
MARTINS, E. et al. Manual de contabilidade societária. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
NASCIMENTO, S. F. do. Conceitos de filial, sucursal, agência e escritório comercial e 
as consequências tributárias. Jus.com.br, maio 2020. Disponível em: https://jus.com.
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consequencias-tributarias. Acesso em: 13 set. 2021.
PADOVEZE, C. L.; BENEDICTO, G. C. de.; LEITE, J. da. S. J. Manual de contabilidade internacional: 
IFRS – US GAAP – BR GAAP – teoria e prática. São Paulo: Cengage Learning, 2012.
SALOTTI, B. M. et al. (org.). IFRS no Brasil: temas avançados abordados por meio de casos 
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VICECONTI, P.; NEVES, S. das. Contabilidade avançada e análises das demonstrações 
financeiras. 18. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
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http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=49
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https://jus.com.br/artigos/82322/conceitos-de-filial-sucursal-agencia-e-escritorio-comercial-e-as-co
https://jus.com.br/artigos/82322/conceitos-de-filial-sucursal-agencia-e-escritorio-comercial-e-as-co
https://jus.com.br/artigos/82322/conceitos-de-filial-sucursal-agencia-e-escritorio-comercial-e-as-co
Resolução das atividades 121
Resolução das atividades 
1 Contabilidade no mundo
1. Dentre as causas das diferenças contábeis citadas pelos autores 
da área, o tipo de sistema legal é uma das principais razões de a 
Contabilidade ter seu desenvolvimento diferente entre os países. 
Explique os sistemas legais common law e code law.
O sistema legal com base no common law ou direito consuetudinário, 
apresenta como principal característica a ausência de códigos 
definidos, com a aplicação das normas se desenvolvendo com o 
avanço das relações da sociedade, é um direito que está em constante 
construção e as demonstrações contábeis são elaboradas com uma 
visão justa e verdadeira, voltadas para acionistas. O sistema legal 
com base no code law ou sistema codificado, apresenta códigos de 
normas definidos, tendo alto grau de detalhamento nas regras a 
serem cumpridas e a Contabilidade voltada para credores e o fisco.
2. Explique por que o uso de normas contábeis internacionais 
favorece e atrai investimentos. 
O uso de normas contábeis internacionais indica que empresa de 
diferentes países adotam um padrão contábil único, permitindo 
dessa forma, que investidores de diferentes países possam 
conhecer a situação financeira das organizações e compará-las 
com empresas em outros locais. Dessa forma, a segurança ao 
realizar os investimentos é elevada, pois o nível de evidenciação 
das informações das empresas permite que o investidor analise a 
situação econômico-financeira das organizações.
3. Dentre as causas das diferenças entre as contabilidades dos países 
é citada a vinculação da legislação tributária com a escrituração 
contábil. Como esse fator influenciou a Contabilidade? 
Em países que a Contabilidade tem forte vinculação com a legislação 
tributária, as normas e regras contábeis são emanadas da autoridade 
tributária, que busca atender os seus respectivos interesses. Dessa 
forma, os registros contábeis e as respectivas demonstrações são 
elaboradas seguindo os preceitos tributários, em detrimento aos 
demais usuários da informação.
122 Contabilidade Internacional
2 Harmonização contábil no Brasil
1. A assertiva “os pronunciamentos contábeis emitidos pelo CPC não 
têm força de lei” está correta? Justifique sua resposta.
A afirmativa está correta, pois o CPC emite os pronunciamentos 
contábeis com base nas normas internacionais, mas, para que eles 
se tornem o padrão contábil no país, é necessário que os órgãos que 
regulamentam a contabilidade incorporem os pronunciamentos nas 
suas normas, tornando-as obrigatórias para as empresas.
2. Um dos pilares das normas internacionais de contabilidade 
adotadas pelo Brasil é considerar a essênciaeconômica em vez do 
modo jurídico. Explique esse conceito.
Considerar a essência econômica ao invés do modo jurídico no 
registro das operações realizadas pelas empresas significa que, 
embora algumas operações sejam embasadas por documentos fiscais 
ou contratos, especificando as operações, na essência as operações 
acabam sendo diferentes do que é observado na parte jurídica. Um 
exemplo ocorre com as operações de arrendamento mercantil, nelas 
a posse legal (jurídica) não é passada para a empresa que recebe o 
bem para seu uso, mas, na prática, a empresa já tem os benefícios, 
está sujeita ao risco e exerce o controle sobre o Ativo. Dessa maneira, 
na essência da operação já ocorre a transferência econômica do bem, 
mesmo não tendo sua formalização jurídica concluída.
3. Descreva os procedimentos realizados pelo CPC para a aprovação 
de uma nova norma.
Inicialmente a norma é discutida e editada no organismo internacional 
(IASB), sendo aprovada pelos seus membros. Na sequência, o CPC 
inicia a discussão dela no Brasil, colocando-a em audiência pública e 
aguardando sugestões relacionadas à redação e à utilização da norma. 
Após o período de sugestões ocorre a discussão sobre a aprovação 
do texto final do pronunciamento contábil, com a sua publicação.
3 Estrutura conceitual
1. A continuidade é apontada por diversos autores como postulado 
e como princípio devido a sua importância na teoria da 
contabilidade. Explique-a.
A continuidade pressupõe que a empresa continuará com suas 
atividades, sem intenção e perspectivas de encerramento de suas 
Resolução das atividades 123
atividades. A forma de registro contábil das operações é diferente se 
for detectado que a empresa não continuará ou que tem dificuldades 
em suas operações.
2. Explique o princípio da competência, que deve ser observado no 
registro das operações contábeis.
O princípio da competência (ou regime de competência) indica que 
as operações devem ser registradas no período em que ocorreram, 
independentemente do período de pagamento ou recebimento. As 
despesas devem ser registradas no período que contribuíram para a 
geração de receita.
3. Uma das características qualitativas mais importantes é a 
representação fidedigna. Comente-a.
O registro dos eventos contábeis deve representar fielmente os 
fenômenos econômicos, gerando uma informação completa, neutra e 
isenta de erros. As informações contábeis não devem ser manipuladas 
ou serem descritas com parcialidade, selecionando os elementos a 
serem demonstrados.
4 Bases de mensuração
1. Explique o objetivo do ajuste a valor presente, aplicável em todos 
os ativos de longo prazo e nos ativos de curto prazo, se houver 
efeitos relevantes.
O ajuste a valor presente objetiva separar o valor do ativo ou do 
passivo dos juros incluídos na operação. O registro no ativo e no 
passivo deve ser pelo valor presente, como se a operação fosse à vista, 
e os juros registrados em suas contas específicas na demonstração 
de resultado, como receitas e despesas financeiras.
2. Na aplicação do valor justo, as entidades podem utilizar 
diferentes técnicas para a mensuração. O CPC 46 apresenta 
uma hierarquia na definição do valor justo, separando as 
técnicas de avaliação em três níveis e considerando o nível 1 o 
mais elevado. Explique como é mensurado o valor justo nesse 
nível e o motivo de ser o método que preferencialmente deve 
ser utilizado para a determinação do valor justo.
O nível 1 na hierarquia de técnicas utilizadas na definição do valor justo 
compreende os preços cotados, observados em mercados ativos para 
bens e obrigações idênticos. Não há necessidade de ajustes, pois é 
124 Contabilidade Internacional
o preço praticado no mercado para ativos e passivos iguais aos que 
estão sendo analisados. Corresponde à abordagem de mercado.
3. O teste de recuperabilidade ou teste do valor recuperável é 
aplicado em ativos individuais ou, em algumas situações, nas 
unidades geradoras de caixa. Explique o que são unidades 
geradoras de caixa.
As unidades geradoras de caixa representam o menor grupo 
identificável de ativos que gera entradas de caixa, por exemplo, 
linhas de produção ou filiais. Representam um conjunto de bens que 
geram entradas de caixa para a entidade, e seus ativos não podem 
ser analisados separadamente, pois é o conjunto que gera recursos 
para a entidade.
5 Conversão de demonstrações contábeis
1. Na conversão de demonstrações contábeis são utilizadas taxas de 
câmbio para transformar as informações em moeda estrangeira 
para a moeda nacional. Nesse processo é utilizada a moeda 
funcional da entidade que reporta as informações contábeis. 
Nesse sentido, explique o que é a moeda funcional.
A moeda funcional é a responsável pelas entradas e saídas de 
caixa da organização. Além disso, é a moeda do sistema econômico 
principal no qual a empresa opera suas atividades econômicas.
2. Para a conversão de algumas operações em moeda estrangeira, 
como receitas e despesas, pode ser utilizada a taxa média. 
Explique o que ela é e em que casos pode ser utilizada para a 
conversão de operações contábeis.
A taxa média representa a média aritmética das taxas de câmbio 
em determinado período. Ela pode ser usada para a conversão 
de operações contábeis quando a flutuação na cotação não é 
significativa, ou seja, quando se mantém sem grandes alterações.
3. Explique o procedimento que deve ser utilizado na conversão das 
contas do ativo e passivo das demonstrações contábeis em moeda 
estrangeira pelo método da taxa corrente.
No método de conversão pela taxa corrente os elementos 
integrantes do ativo e passivo devem ser convertidos utilizando-se 
a taxa de câmbio de fechamento na data do Balanço Patrimonial.
Anexo 
Pronunciamentos Contábeis emitidos
Documento Título
CPC 00 (R2) Estrutura conceitual para Relatório Financeiro
A finalidade da estrutura conceitual é auxiliar o desenvolvimento das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS), 
para que tenham base em conceitos consistentes, auxiliar os responsáveis pela elaboração (preparadores) dos rela-
tórios financeiros a desenvolver políticas contábeis consistentes quando nenhum pronunciamento se aplica à deter-
minada transação, ou outro evento, ou quando o pronunciamento permite uma escolha de política contábil e auxiliar 
todas as partes a entender e interpretar os Pronunciamentos.
CPC 01 (R1) Redução ao valor recuperável de Ativos
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer procedimentos que a entidade deve aplicar para assegurar 
que seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus valores de recuperação.
CPC 02 (R2) Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de Demonstrações Contábeis
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é orientar acerca de como incluir transações em moeda estrangeira e 
operações no exterior nas demonstrações contábeis da entidade e como converter demonstrações contábeis para a 
moeda de apresentação.
CPC 03 (R2) Demonstração dos Fluxos de Caixa
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é requerer a prestação de informações acerca das alterações históricas de 
caixa e equivalentes de caixa da entidade por meio de demonstração dos fluxos de caixa que classifique os fluxos de 
caixa do período por atividades operacionais, de investimento e de financiamento.
CPC 04 (R1) Ativo Intangível
O objetivo do Pronunciamento Técnico é definir o tratamento contábil dos ativos intangíveis. Estabelece que uma 
entidade deve reconhecer um ativo intangível apenas se determinados critérios especificados neste Pronunciamento 
forem atendidos e especifica como mensurar o valor contábil dos ativos intangíveis, exigindo divulgações específicas 
sobre esses ativos.
CPC 05 (R1) Divulgação sobre partes relacionadas
O objetivo é assegurar que as demonstrações contábeis da entidade contenham as divulgações necessárias para cha-
mar a atenção dos usuários para a possibilidade de o balanço patrimonial e a demonstração do resultado da entidade 
estaremafetados pela existência de partes relacionadas e por transações e saldos, incluindo compromissos, com as 
referidas partes relacionadas.
CPC 06 (R2) Arrendamentos 
Este pronunciamento estabelece os princípios para o reconhecimento, a mensuração, a apresentação e a divulgação 
de arrendamentos. O objetivo é garantir que arrendatários e arrendadores forneçam informações relevantes, de 
modo que representem fielmente essas transações.
CPC 07 (R1) Subvenção e assistências governamentais
Este Pronunciamento Técnico deve ser aplicado à contabilização e à divulgação de subvenção governamental e à 
divulgação de outras formas de assistência governamental.
CPC 08 (R1) Custos de transação e prêmios na emissão de títulos e valores mobiliários
O objetivo do Pronunciamento Técnico é estabelecer o tratamento contábil aplicável ao reconhecimento, à mensura-
ção e à divulgação dos custos de transação incorridos e dos prêmios recebidos no processo de captação de recursos 
por intermédio da emissão de títulos patrimoniais e/ou de dívida.
(Continua)
Anexo 125
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=2
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=2
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=9
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=9
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=34
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=34
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=35
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=35
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=36
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=36
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=37
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=37
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=38
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=38
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=39
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=39
Documento Título
CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado (DVA)
O objetivo do Pronunciamento Técnico é estabelecer critérios para elaboração e apresentação da Demonstração 
do Valor Adicionado (DVA), que representa um dos elementos componentes do balanço social e tem por finalidade 
evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição, durante determinado período.
CPC 10 (R1) Pagamento baseado em ações
O objetivo do Pronunciamento é estabelecer procedimentos para reconhecimento e divulgação, nas demonstrações 
contábeis, das transações com pagamento baseado em ações realizadas pela entidade.
CPC 11 Contratos de seguro
O objetivo do Pronunciamento é especificar o reconhecimento contábil para contratos de seguro por parte de qual-
quer entidade que emite tais contratos (denominada neste Pronunciamento como seguradora).
CPC 12 Ajuste a valor presente
O objetivo do Pronunciamento é estabelecer os requisitos básicos a serem observados quando da apuração do ajuste 
a valor presente de elementos do ativo e do passivo quando da elaboração de demonstrações contábeis, dirimindo 
algumas questões controversas advindas de tal procedimento.
CPC 13 Adoção inicial da Lei n. 11.638/2007 e da Medida Provisória n. 449/2008
Este Pronunciamento tem por objetivo assegurar que as primeiras demonstrações contábeis serão elaboradas de 
acordo com as novas práticas contábeis adotadas no Brasil, bem como as demonstrações contábeis intermediárias, 
que se referem à parte do período coberto por essas demonstrações contábeis.
CPC 15 (R1) Combinação de negócios
O objetivo do Pronunciamento é aprimorar a relevância, a confiabilidade e a comparabilidade das informações que a 
entidade fornece em suas demonstrações contábeis acerca da combinação de negócios e seus efeitos.
CPC 16 (R1) Estoques
Este Pronunciamento proporciona orientação sobre a determinação do valor de custo dos estoques e sobre o seu 
subsequente reconhecimento como despesa em resultado, incluindo qualquer redução ao valor realizável líquido. 
Também proporciona orientação sobre o método e os critérios usados para atribuir custos aos estoques.
CPC 18 (R2)
Investimento em coligada, em controlada e em empreendimento controlado em con-
junto
O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer a contabilização de investimentos em coligadas e em controladas e 
definir os requisitos para a aplicação do método da equivalência patrimonial, quando da contabilização de investimen-
tos em coligadas, em controladas e em empreendimentos controlados em conjunto (joint ventures).
CPC 19 (R2) Negócios em conjunto
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer princípios para o reporte financeiro por entidades que te-
nham interesses em negócios controlados em conjunto (negócios em conjunto).
CPC 20 (R1) Custos de empréstimos
O objetivo deste Pronunciamento é determinar quais custos de empréstimos, que são diretamente atribuíveis à aqui-
sição, à construção ou à produção de um ativo qualificável, formam parte do custo de tal ativo. Outros custos de 
empréstimos devem ser reconhecidos como despesa.
CPC 21 (R1) Demonstração Intermediária
O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer o conteúdo mínimo de uma demonstração contábil intermediária 
e os princípios para reconhecimento e mensuração para demonstrações completas ou condensadas de período 
intermediário. Demonstrações intermediárias tempestivas e confiáveis aumentam a habilidade dos investidores, dos 
credores e de outros usuários para entender a capacidade de a entidade gerar lucros e fluxos de caixa e sua condição 
financeira e de liquidez.
(Continua)
126 Métrica e avaliação de desempenho
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=40
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=40
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=41
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=41
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=42
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=42
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=43
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=43
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=44
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=44
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=46
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=46
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=47
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=47
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=49
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=49
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=49
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=50
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=50
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=51
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=51
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=52
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=52Documento Título
CPC 22 Informações por segmento
O objetivo do Pronunciamento é garantir que a entidade divulgue informações que permitam aos usuários das de-
monstrações contábeis avaliar a natureza e os efeitos financeiros das atividades de negócio nos quais ela está envol-
vida e dos ambientes econômicos em que opera.
CPC 23 Políticas contábeis, mudança de estimativa e retificação de erro
O objetivo do Pronunciamento é definir critérios para a seleção e a mudança de políticas contábeis, juntamente com 
o tratamento contábil e a divulgação de mudança nas políticas contábeis, a mudança nas estimativas contábeis e a 
retificação de erro.
CPC 24 Evento subsequente
Os objetivos do Pronunciamento é determinar quando a entidade deve ajustar suas demonstrações contábeis em 
relação a eventos subsequentes ao período contábil a que se referem essas demonstrações e determinar quais são 
as informações que a entidade deve divulgar sobre a data em que é concedida a autorização para emissão das de-
monstrações contábeis e sobre os eventos subsequentes ao período contábil a que se referem essas demonstrações.
CPC 25 Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes
O objetivo do Pronunciamento Técnico é estabelecer que sejam aplicados critérios de reconhecimento e bases de 
mensuração apropriados a provisões e a passivos e ativos contingentes e que seja divulgada informação suficiente 
nas notas explicativas para permitir que os usuários entendam a sua natureza, oportunidade e valor.
CPC 26 (R1) Apresentação das Demonstrações Contábeis
O objetivo do Pronunciamento Técnico é definir a base para a apresentação das demonstrações contábeis, para asse-
gurar a comparabilidade tanto com as demonstrações contábeis de períodos anteriores da mesma entidade quanto 
com as demonstrações contábeis de outras entidades.
CPC 27 Ativo imobilizado
O objetivo do Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para ativos imobilizados, para que os usuários das 
demonstrações contábeis possam discernir a informação sobre o investimento da entidade em seus ativos imobiliza-
dos, bem como suas mutações.
CPC 28 Propriedade para investimento
O objetivo do Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil de propriedades para investimento e respectivos 
requisitos de divulgação, deve ser aplicado ao reconhecimento, à mensuração e à divulgação de propriedades para 
investimento.
CPC 29 Ativo Biológico e produto agrícola
O objetivo do Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil, bem como suas respectivas divulgações, relacio-
nado aos ativos biológicos e aos produtos agrícolas.
CPC 30 Receitas (revogado a partir de 1/01/2018)
CPC 31 Ativo não Circulante mantido para venda e operação descontinuada
O objetivo do Pronunciamento Técnico é estabelecer a contabilização de ativos não circulantes mantidos para venda 
(colocados à venda) e a apresentação e a divulgação de operações descontinuadas.
CPC 32 Tributos sobre o lucro
O objetivo do Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil para os tributos sobre o lucro. A questão principal 
na contabilização dos tributos sobre o lucro é como contabilizar os efeitos fiscais atuais e futuros de: (a) futura recu-
peração (liquidação) do valor contábil dos ativos (passivos) que são reconhecidos no balanço patrimonial da entidade; 
e (b) operações e outros eventos do período atual que são reconhecidos nas demonstrações contábeis da entidade.
(Continua)
Anexo 127
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=53
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=53
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=54
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=54
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=55
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=55
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=56
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=56
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=58
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=58
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=59
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http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=60
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=60
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=61
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=61
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=62
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=62
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=63
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=63
Documento Título
CPC 33 (R1) Benefícios a empregados
O objetivo do Pronunciamento é estabelecer a contabilização e a divulgação dos benefícios concedidos aos empre-
gados. Para tanto, este Pronunciamento requer que a entidade reconheça: (a) um passivo, quando o empregado 
prestou o serviço em troca de benefícios a serem pagos no futuro; e (b) uma despesa, quando a entidade se utiliza 
do benefício econômico proveniente do serviço recebido do empregado em troca de benefícios a esse empregado.
CPC 34 Exploração e avaliação de recursos minerais (não editado)
CPC 35 (R2) Demonstrações Separadas
O objetivo do Pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil e as divulgações requeridas para investimentos 
em controladas, em coligadas e em empreendimentos controlados em conjunto, quando da elaboração de demons-
trações separadas.
CPC 36 (R3) Demonstrações Consolidadas
O objetivo deste Pronunciamento é estabelecer princípios para apresentação e elaboração de demonstrações conso-
lidadas quando a entidade controla uma ou mais entidades.
CPC 37 (R1) Adoção inicial das Normas Internacionais de Contabilidade
O Pronunciamento Técnico deve ser aplicado quando a entidade adota as IFRSs pela primeira vez, por meio de uma 
declaração explícita e sem reserva de cumprimento das IFRSs.
CPC 38
Instrumentos financeiros: reconhecimento e mensuração (revogado a partir de 
1º/01/2018)
CPC 39 Instrumentos financeiros: apresentação
O objetivo deste pronunciamento é estabelecer princípios para a apresentação de instrumentos financeiros como 
passivo ou patrimônio líquido e para compensação de ativos financeiros e passivos financeiros.
CPC 40 (R1) Instrumentos financeiros: evidenciação
Esse Pronunciamento requer que as entidades apresentem evidenciações em suas demonstrações contábeis 
que permitam que os usuários avaliem a significância dos instrumentos financeiros para a posição patrimonial e 
performance da entidade, a natureza e a extensão dos riscos oriundos de instrumentos financeiros aos quais a enti-
dade está exposta e a forma pela qual a entidade gerencia esses riscos.
CPC 41 Resultado por ação
O objetivo do Pronunciamento Técnico é estabelecer princípios para a determinação e a apresentação do resultado 
por ação, a fim de melhorar as comparações de desempenho entre diferentes companhias (sociedades por ações) no 
mesmo período, bem como para a mesma companhia em períodos diferentes.
CPC 42 Contabilidade em economia hiperinflacionária
Esse Pronunciamento deve ser aplicado às demonstrações contábeis, inclusive às demonstrações contábeis consoli-
dadas, de qualquer entidade cuja moeda funcional seja a moeda de uma economia hiperinflacionária.
CPC 43 (R1) Adoção inicial dos Pronunciamentos Técnicos CPCs 15a 41
O objetivo do Pronunciamento é fornecer as diretrizes necessárias para que as demonstrações contábeis de uma 
entidade estejam de acordo com os Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC.
(Continua)
128 Métrica e avaliação de desempenho
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=64
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=64
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=65
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=65
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=66
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=66
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=67
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=67
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=68
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=68
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=69
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=69
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=69
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=70
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=70
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=71
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=71
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=72
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=72
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=73
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=74
Documento Título
CPC 44 Demonstrações Combinadas
O objetivo do Pronunciamento é orientar quanto aos critérios para elaboração, quanto às circunstâncias envolvidas 
e quanto à forma da apresentação de demonstrações contábeis combinadas de acordo com as práticas contábeis 
adotadas no Brasil, assim como esclarecer o seu significado.
CPC 45 Divulgação de participações em outras entidades
O objetivo do Pronunciamento é exigir que a entidade divulgue informações que permitam aos usuários de suas 
demonstrações contábeis avaliar: (a) a natureza de suas participações em outras entidades e os riscos associados a 
tais participações; e (b) os efeitos dessas participações sobre a sua posição financeira, seu desempenho financeiro e 
seus fluxos de caixa.
CPC 46 Mensuração do Valor Justo
O objetivo do Pronunciamento é: (a) definir valor justo; (b) estabelecer em um único Pronunciamento a estrutura para 
a mensuração do valor justo; e (c) estabelecer divulgações sobre mensurações do valor justo.
CPC 47 Receita de contrato com cliente
O objetivo do pronunciamento é estabelecer os princípios que a entidade deve aplicar para apresentar informações 
úteis aos usuários de demonstrações contábeis sobre a natureza, o valor, a época e a incerteza de receitas e fluxos 
de caixa provenientes de contrato com cliente.
CPC 48 Instrumentos Financeiros
O objetivo deste pronunciamento é estabelecer princípios para os relatórios financeiros de ativos financeiros e pas-
sivos financeiros que devem apresentar informações pertinentes e úteis aos usuários de demonstrações contábeis, 
para que se avalie valores, época e incerteza dos fluxos de caixa futuros da entidade.
CPC 49 Contabilização e Relatório Contábil de planos de benefícios de aposentadoria
Este pronunciamento deve ser aplicado às demonstrações contábeis de planos de benefícios de aposentadoria para 
os quais sejam elaboradas essas demonstrações contábeis.
CPC 
LIQUIDAÇÃO
Entidades em liquidação
Este Pronunciamento estabelece critérios e procedimentos contábeis específicos para entidade em liquidação.
CPC PME (R1) Contabilidade para pequenas e médias empresas (PMEs) com glossário de termos
O CPC está emitindo em separado este Pronunciamento Técnico PME para aplicação às demonstrações contábeis 
para fins gerais de empresas de pequeno e médio portes (PMEs), conjunto esse composto por sociedades fechadas 
e sociedades que não sejam requeridas a fazer prestação pública de suas contas.
Fonte: Elaborado pelo autor com base em CPC, 2021.
Anexo 129
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=76
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=75
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=78
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=105
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=106
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=106
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=106
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=79
CONTABILIDADE
INTERNACIONAL
CONTABILIDADE
INTERNACIONAL
CONTABILIDADE
INTERNACIONAL
CONTABILIDADE
INTERNACIONAL
GUILHERME TEODORO GARBRECHT
GUILHERME TEODORO GARBRECHT
Contabilidade internacional
Código Logístico
I000203
ISBN 978-65-5821-078-8
9 786558 210788
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