Buscar

Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed-606

Prévia do material em texto

TABELA37.4 
Transformação de mEq em gramas 
Cálcio em mEq Cálcio em mg 
1 mEq 
SOmEq 
Gluconato de cálcio 
20mg 
1 g 
Nome comercial. Solução injetável de 
gluconato de cálcio a 100/o®. 
Apresentação. Amp de 5 ou 10 mL (0,5 
mEq/mL). 
Usos. Hipocalcemia, hipercalemia ou hi-
permagnesemia com alterações eletrocar-
diográficas, intoxicação por bloqueadores 
dos canais de cálcio, mal convulsivo. 
Contraindicações. Hipercalcemia, toxi-
cidade por digital, fibrilação ventricular 
(FV) durante a ressuscitação cardíaca. 
Posologia 
• Ataque: 20 mL da solução a 100/o em 10 
min (amp não diluída). 
• Manutenção: 125 mL/h da diluição ( = 
125 µgt/min). 
Modo de administração. EV. Diluir 5 mEq 
com SG 50/o ou SF O, 90/o até completar 250 
mL. 
Efeitos adversos. Arritmia, bradicardia, 
assistolia, hipotensão, vasodilatação, sín-
cope; cefaleia, confusão mental, tontura, 
letargia, fraqueza; hipofosfatemia, hiper-
calciúria, hipomagnesemia; constipação, 
náusea, vômito, boca seca. 
Comentários 
• Não deve ser usado via IM pelo risco de 
formação de abscesso no local da inje--çao. 
HIPERCALCEMIA 
A hipercalcemia se refere ao estado 
de aumento de cálcio sérico (> 10,5 mg/ 
Medicamentos na prática clínica 607 
, 
dL). E um problema comum na atenção 
primária, cujo diagnóstico é feito princi-
palmente de forma incidental em indiví-
duos assintomáticos; no entanto, níveis 
excessivamente altos acarretam risco de 
vida. As causas mais comuns, que respon-
dem por mais de 90%, são hiperparati-
reoidismo e malignidade. As demais etio-
logias para a hipercalcemia são raras. 
A intensidade dos sintomas varia 
com o grau de elevação do cálcio e com 
a velocidade de instalação, mas esse para-
lelismo nem sempre está presente. Os pa-
cientes com hipercalcemia leve (10,5-12 
mg/dL), frequentemente com hiperparati-
reoidismo primário, podem ser assintomá-
ticos. Aqueles com hipercalcemia mode-
rada (> 12 mg/dL) podem apresentar-se 
com sintomas vagos de fadiga, depressão, 
. , " . . -anorexia, nauseas, vom1tos, const1paçao, 
úlcera péptica, polidipsia e poliúria (indu-
ção de diabete insípido nefrogênico), ne-
frolitíase (pela hipercalciúria), nefrocalci-
nose, calcificações ectópicas, hipertensão 
arterial sistêmica, fraqueza muscular, 
osteoporose, parestesias, cãibras, hipor-
reflexia. Quadros mais graves e> 16 mg/ 
dL) podem se apresentar com arritmias 
cardíacas (onda T apiculada, desapareci-
mento das ondas P, alargamento do QRS), 
confusão mental e coma. Há potencializa-
ção da intoxicação digitálica. 
A decisão de iniciar e de como rea-
lizar o tratamento dos indivíduos com hi-
percalcemia depende dos sintomas apre-
sentados por eles e dos níveis de cálcio 
plasmático. Aqueles assintomáticos e com 
níveis de cálcio levemente aumentados 
não se beneficiam da normalização do 
cálcio plasmático. Mas aqueles com níveis 
> 12 mg/dL e sintomáticos devem ser 
imediata e agressivamente tratados. 
Medidas gerais (redução do cálcio 
plasmático): 
• Reidratação com SF 0,90/o, conforme a 
necessidade. Na hipercalcemia grave, 
reidratação agressiva EV.

Continue navegando