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Desidratação - Resumo com questões comentadas

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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
- A desidratação, mais frequentemente decorrente 
de gastrenterite aguda, é um problema comum em 
crianças 
- A maioria dos casos pode ser tratada com 
reidratação oral 
- Mesmo as crianças com desidratação 
hiponatrêmica (leve ou moderada) ou 
hipernatrêmica podem ser tratadas com 
reidratação oral 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
- O 1º passo é avaliar o grau da desidratação, que 
vai determinar a urgência da situação e o volume 
de líquido necessário para a reidratação 
- O lactente com desidratação leve (com perdas 
de 3% a 5% do peso corporal) tem poucos sinais 
ou sintomas clínicos. O lactente pode ter sede, e 
pais atentos podem notar a diminuição do débito 
urinário e por isso o histórico é muito útil 
- O lactente com desidratação moderada tem 
sinais e sintomas físicos evidentes. A depleção do 
espaço intravascular se torna evidente com o 
aumento da frequência cardíaca e com a 
diminuição do débito urinário, e esse paciente 
necessita de intervenção relativamente imediata 
- O lactente com desidratação grave apresenta-se 
severamente doente. A diminuição da PA indica 
que os órgãos vitais podem estar com perfusão 
inadequada, sendo necessária intervenção 
imediata e agressiva 
- A criança com desidratação grave deve receber 
inicialmente terapia IV, sempre que possível 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Na desidratação hipernatrêmica, o grau de 
desidratação é subestimado porque o movimento 
da água do espaço intracelular para o espaço 
extracelular ajuda a preservar o volume 
intravascular 
- O histórico clínico geralmente sugere a etiologia 
da desidratação e pode indicar se o paciente terá 
uma concentração normal de sódio (desidratação 
isotônica), ou diminuída na desidratação 
hiponatrêmica ou aumentada na desidratação 
hipernatrêmica 
- O RN com desidratação por baixa ingestão de 
leite materno com mais frequência tem a 
desidratação hipernatrêmica 
- Em crianças com maior perda de líquido 
hipotônico e baixa ingestão de água, a 
desidratação geralmente é do tipo 
hipernatrêmica, e essa também pode ocorrer na 
criança com diarreia e com baixa ingestão oral em 
razão de anorexia ou vômito 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 2 
 
- A desidratação hiponatrêmica ocorre em 
crianças com diarreia que estão recebendo 
grandes quantidades de líquido de baixo teor de 
sal, tal como água ou fórmula para lactentes 
- Algumas crianças com desidratação apresentam 
sede normalmente, mas em outras a ausência de 
sede faz parte da fisiopatologia da desidratação 
- Mesmo que a diminuição da diurese esteja 
presente na maioria das crianças com 
desidratação, a diurese normal pode estar 
falsamente presente se a criança com um 
distúrbio renal, como diabetes insípido ou uma 
nefropatia perdedora de sal, ou em lactentes com 
desidratação hipernatrêmica 
- A observação dos pais é muito útil na avaliação 
da criança que se apresenta com olhos fundos, 
porque esse é um achado que pode ser sutil 
- Na pesquisa do sinal da prega cutânea, puxando 
suavemente a pele da parede abdominal ou 
torácica na tentativa de detectar o pregueamento 
da pele (elasticidade e turgor). A pele elevada 
permanece pregueada em vez de voltar 
rapidamente ao normal. Esse pregueamento da 
pele é difícil de ser avaliado corretamente em 
lactentes prematuros ou crianças gravemente 
desnutridas 
 
- A ativação do sistema nervoso simpático 
provoca taquicardia em crianças com depleção de 
volume intravascular e também pode estar 
presente uma diaforese (sudorese excessiva) 
- As alterações da PA com frequência são úteis 
para avaliar e analisar a resposta à terapia em 
crianças com desidratação e também a taquipneia 
pode estar presente e é secundária a uma acidose 
metabólica por perdas de bicarbonato nas fezes 
ou por causa da acidose láctica por choque, nas 
crianças desidratadas 
ACHADOS LABORATORIAIS: 
- A concentração sérica de sódio é o parâmetro 
que determina o tipo de desidratação 
- A acidose metabólica pode ser resultado das 
perdas de bicarbonato nas fezes de crianças com 
diarreia, insuficiência renal secundária ou acidose 
láctica por choque 
- Vômitos ou perdas nasogástricas geralmente 
causam uma alcalose metabólica 
- A concentração sérica de potássio pode ser 
baixa, como resultado das perdas diarreicas 
- Em crianças com desidratação resultantes de 
vômitos, as perdas gástricas de potássio, a 
alcalose metabólica e as perdas urinárias de 
potássio, contribuem para a hipocalemia 
- A acidose metabólica, que acarreta saída do 
potássio para fora das células e a insuficiência 
renal podem levar à hipercalemia. Uma 
combinação de mecanismos pode estar presente; 
assim sendo, pode ser difícil avaliar o equilíbrio 
acidobásico ou o nível sérico de potássio da 
criança apenas pelo histórico 
- O valor de ureia sanguínea (BUN) e a 
concentração sérica de creatinina são úteis na 
avaliação da criança com desidratação 
 Nos casos de desidratação moderada ou 
grave, o aumento do BUN pode faltar na 
criança com baixa ingestão de proteína, 
porque a produção de ureia depende de 
degradação de proteínas. O BUN pode 
estar elevado de modo desproporcional na 
criança com o aumento da produção de 
ureia, tal como ocorre na hemorragia 
gastrintestinal, ou com o uso de 
glicocorticoides, que determinam aumento 
do catabolismo 
 Um crescimento significativo da 
concentração de creatinina sugere 
insuficiência renal, embora um pequeno 
aumento transitório possa ocorrer com a 
desidratação. A necrose tubular 
aguda (lesão renal aguda) causada pela 
depleção do volume é a etiologia mais 
comum de insuficiência renal em uma 
criança com depleção de volume. A 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 3 
 
criança pode ter insuficiência renal crônica 
não detectada anteriormente ou uma outra 
explicação para a insuficiência renal aguda 
A trombose da veia renal é uma 
sequela conhecida de desidratação grave 
em lactentes; outros possíveis achados 
incluem trombocitopenia e hematúria 
- A hemoconcentração por desidratação provoca 
aumento de hematócrito, da hemoglobina e das 
proteínas séricas. Esses valores normalizam-se 
após a reidratação 
- Um nível de albumina diminuído em um paciente 
desidratado sugere uma doença crônica, como a 
desnutrição, a síndrome nefrótica ou uma doença 
hepática, ou um processo agudo, como o 
extravasamento capilar. Uma enteropatia aguda 
ou crônica perdedora de proteína também pode 
causar uma baixa concentração sérica de 
albumina 
CÁLCULO DAS PERDAS LÍQUIDAS 
- Para a determinação das perdas líquidas, é 
necessária a determinação clínica do grau 
percentual de desidratação e multiplicação deste 
percentual pelo peso do paciente 
Por exemplo, uma criança desidratada que pesa 
10 kg e apresenta perdas estimadas em 10%, tem 
uma perda líquida de 1 L. 
ABORDAGEM NA DESIDRATAÇÃO GRAVE 
- A criança com desidratação necessita de 
intervenção imediata para assegurar a adequada 
perfusão tecidual 
- Essa fase de reanimação requer a restauração 
rápida do volume intravascular circulante e o 
tratamento de choque com uma solução isotônica, 
como solução salina fisiológica (SF) ou Ringer 
lactato (RL) 
- A criança deve receber geralmente de 20 mL/kg 
do líquido isotônico, durante aproximadamente 20 
minutos 
- A criança com desidratação grave pode 
necessitar receber infusão de múltiplos bólus de 
líquido o mais rápido possível 
- Na criança com alcalose metabólica identificada 
ou provável (p. ex., na criança com vômito 
isolado), RL não deve ser usado porque o lactato 
agravaria a alcalose 
- Os coloides, como sangue, albumina a 5% e 
plasma, raramente são indicados como líquidos 
em bólus. Uma solução cristaloide (SF ou RL) é 
suficiente, pelo menor risco infeccioso e menor 
custo 
 O sangue está indicado na criança com 
anemia importante ou com perda aguda de 
sangue O plasma pode ser útil em crianças 
portadoras de coagulopatia 
 A albumina a 5%, pode ser benéfica na 
criança com hipoalbuminemia, embora 
haja evidência de que as infusões de 
albumina aumentam a mortalidade em 
adultos 
- A fase de reposição da reidratação inicial se 
completa quando a criança apresenta um volume 
intravascular adequado. Normalmente, a criança 
apresenta melhora clínica, incluindo uma redução 
da frequência cardíaca, normalização da PA, 
melhora da perfusão, melhor débito urinário e 
mais alerta 
- Com o volume intravascular adequado, é 
adequado planejar a terapia de líquido para as 
próximas 24 horas 
- Na desidratação isonatrêmica ou hiponatrêmica, 
toda a perda líquida deve ser corrigida ao longo 
de 24h; uma abordagem mais lenta é 
recomendada para a desidratação hipernatrêmica 
 Todo volume de líquido isotônico que o 
paciente recebeu anteriormente deve ser 
subtraído desse total 
 O volume de líquido restante é, então, 
administrado ao longo de 24 horas 
- A concentração de potássio pode precisar ser 
diminuída ou aumentada, dependendo da situação 
clínica 
 O potássio não é geralmente incluído nos 
líquidos intravenosos até que o paciente 
urine e a função renal normal seja 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 4 
 
documentada pela medição de BUN e 
creatinina 
 
MONITORAMENTO E AJUSTA DA 
TERAPIA: 
- Na terapia de líquidos, todos os cálculos são 
apenas aproximados 
- É importante monitorar o paciente durante o 
tratamento e modificar a terapia com base no 
quadro clínico 
- Os sinais vitais do paciente são indicadores úteis 
do estado de volume intravascular 
- A criança com queda da PA e aumento da 
frequência cardíaca provavelmente se beneficia 
de infusão de líquidos em bólus 
- Na criança criticamente doente com choque, a 
pressão venosa central é um excelente indicador 
do estado de hidratação 
- O controle da ingesta e das eliminações (balanço 
hídrico) do paciente torna-se extremamente 
importante na criança desidratada. A criança que, 
depois de 8 horas de terapia, tem mais eliminação 
que ingestão por causa de diarreia ininterrupta 
precisa receber uma solução de reposição 
- O débito urinário é útil para avaliar o sucesso da 
terapia. O bom débito urinário indica que a 
reidratação foi bem-sucedida 
- Os sinais de desidratação no exame físico 
sugerem a necessidade de reidratação contínua. 
Os sinais de sobrecarga de líquidos, como edema 
e congestão pulmonar, estão presentes na criança 
que está excessivamente hidratada. A aferição 
diária do peso é fundamental para o tratamento da 
criança desidratada. Um ganho de peso durante o 
procedimento indica que o tratamento foi bem-
sucedido 
- A dosagem dos níveis séricos de eletrólitos pelo 
menos diariamente é apropriada para qualquer 
criança durante a reidratação intravenosa, pois a 
criança apresenta risco de distúrbios de sódio, 
potássio e do equilíbrio acidobásico 
 Por exemplo, um valor de sódio de 144 mEq/L é 
normal; mas, se a concentração de sódio for de 
136 mEq/L 12 horas antes, há um risco distinto de 
que a criança estará hipernatrêmica em 12 ou 24 
horas 
- Tanto a hipo quanto a hipercalemia são 
potencialmente graves 
 Como a desidratação pode estar 
associada a insuficiência renal aguda e 
hipercalemia, o potássio deve ser evitado 
nos líquidos intravenosos até que o 
paciente tenha urinado 
 A concentração de potássio nos líquidos 
intravenosos para o tratamento do 
paciente não deve ser rigidamente 
estabelecida. Pelo contrário, o nível de 
potássio sérico do paciente e a função 
renal subjacente são usados para 
monitorar a administração de potássio 
 O paciente com um valor de creatinina 
elevada e um nível de potássio de 5 mEq/L 
não deve receber potássio até que ocorra 
redução do nível de potássio sérico 
 O paciente com um nível de potássio 
sérico de 2,5 mEq/L pode necessitar de 
adição de potássio 
- A acidose metabólica pode ser muito grave em 
crianças desidratadas. No paciente com função 
renal normal, esse problema é corrigido, mas uma 
criança com disfunção renal pode ser incapaz de 
corrigir uma acidose metabólica. Assim, a 
reposição de uma parte de cloreto de sódio 
intravenoso do paciente pode ser feita com 
bicarbonato de sódio ou acetato de sódio 
- O nível sérico de potássio se modifica com o 
estado do equilíbrio acidobásico do paciente 
 A acidose aumenta o potássio sérico 
fazendo com que o potássio intracelular se 
mova para o espaço extracelular. Assim, 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 5 
 
conforme a acidose é corrigida, a 
concentração de potássio diminui 
 
DESIDRATAÇÃO HIPONATRÊMICA: 
- A patogênese de desidratação hiponatrêmica 
envolve geralmente uma combinação de perda de 
sódio e de água e retenção de água para 
compensar a depleção do volume 
- O paciente tem um aumento patológico na perda 
de líquido, e essa perda contém sódio. A maior 
parte do líquido que se perde tem uma 
concentração de sódio baixa, de modo que os 
pacientes apenas com perda líquida teriam 
hipernatremia 
- A diarreia tem, em média, uma concentração de 
sódio de 50 mEq/L. A reposição do líquido 
diarreico apenas com água, que quase não tem 
sódio, provoca uma redução da concentração 
sérica de sódio. A depleção de volume estimula a 
síntese do hormônio antidiurético, resultando na 
redução da excreção renal de água. Assim, a 
excreção renal de água, que é o mecanismo usual 
do corpo para evitar a hiponatremia, está 
bloqueada 
- O risco de hiponatremia é ainda maior se a 
depleção de volume resultar de perda de líquido 
com concentração de sódio mais elevada, como 
pode ocorrer com a perda renal de sal, perdas 
para o terceiro espaço ou diarreia com elevado 
teor de sódio (p. ex., a cólera) 
- O objetivo inicial no tratamento de hiponatremia 
é a correção da depleção do volume intravascular 
com líquido isotônico (SF ou RL) 
 Uma correção excessivamente rápida (> 
12 mEq/L nas primeiras 24 horas) ou 
hipercorreção na concentração sérica de 
sódio (> 135 mEq/L) está associada a um 
risco aumentado de mielinólise pontina 
central 
 A administração de potássio é ajustada de 
acordo com o nível de potássio sérico 
inicial e a função renal do paciente 
 O potássio não é administrado até que o 
paciente urine 
- Nos pacientes com sintomas neurológicos 
(convulsões) resultantes da hiponatremia está 
indicada uma infusão aguda de solução salina 
hipertônica (3%) para aumentar a concentração 
de sódio plasmática rapidamente 
DESIDRATAÇÃO HIPERNATRÊMICA: 
- É o tipo mais perigoso de desidratação, seja 
pelas complicações da hipernatremia, seja pelos 
riscos da terapia de reposição 
- A hipernatremia pode causar danos neurológicos 
graves, incluindo hemorragias do sistema nervoso 
central e trombose 
- Na desidratação hipernatrêmica as 
manifestações iniciais típicas de desidratação são 
mais discretas, por isso as crianças com esse tipo 
grave de desidratação são levadas com 
frequência para atendimento médico com quadro 
de desidratação mais avançado 
- Crianças com desidratação hipernatrêmica são 
frequentemente letárgicas, mas elas geralmente 
demonstram irritabilidade ao serem tocadas 
- A hipernatremia pode causar febre, 
hipertonicidade e hiperreflexia. Sintomas 
neurológicos mais graves podem surgir nos casos 
da ocorrência de complicações como trombose ou 
hemorragia cerebral 
- O tratamento excessivamente rápido de 
desidratação hipernatrêmica pode aumentar a 
morbimortalidade 
- Durante o desenvolvimento da hipernatremia, 
osmóis idiogênicos são gerados dentro do 
cérebro. Estes osmóis aumentam a osmolalidade 
dentro das células do cérebro, proporcionando 
uma proteção contra a retração das células 
cerebrais causada pela saída de água intracelular 
para o líquido extracelular hipertônico. Eles se 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 6 
 
dissipam lentamente durantea correção de 
hipernatremia 
- Durante uma correção rápida da hipernatremia, 
pode haver uma diminuição excessiva da 
osmolalidade extracelular, criando um gradiente 
osmótico que pode determinar a entrada da água 
do espaço extracelular para dentro das células 
cerebrais, causando edema cerebral. Os sintomas 
resultantes do edema cerebral podem variar 
desde convulsões a herniação cerebral e morte 
 Para minimizar o risco de edema cerebral 
durante a correção da desidratação 
hipernatrêmica, a redução da 
concentração sérica de sódio não deve ser 
acima de 12 mEq/L a cada 24 horas 
 As perdas nos casos graves de 
desidratação hipernatrêmica podem 
precisar ser corrigidas lentamente durante 
2 a 4 dias 
 
- A reposição inicial na desidratação 
hipernatrêmica pode eventualmente necessitar do 
restabelecimento do volume intravascular com SF 
 A solução de RL não deve ser utilizada 
porque esta solução é mais hipotônica que 
o SF, podendo levar a uma diminuição 
muito rápida da concentração sérica de 
sódio, especialmente nos casos onde 
torna-se necessária a infusão de múltiplos 
bólus de líquidos 
- Não há um consenso sobre a escolha ou a taxa 
de líquido para corrigir a desidratação 
hipernatrêmica 
 A escolha de líquidos e sua respectiva taxa 
de administração não são tão importantes 
quanto o monitoramento contínuo da 
concentração sérica de sódio e o ajuste da 
terapia de acordo com o resultado 
- Alguns pacientes, especialmente lactentes 
com altas perdas de água insensíveis em 
andamento, podem precisar receber uma mistura 
de 0,2 SF + G5, que deve ser usada com muita 
cautela e monitoramento constante. Outros 
pacientes requerem mistura G5 + SF 
- Uma criança com desidratação resultante de 
perda exclusiva de água livre, como geralmente 
ocorre no diabetes insípido, geralmente precisa de 
um líquido mais hipotônico que uma criança com 
depleção de sódio e de água causada por diarreia 
- Para os pacientes com hipernatremia grave 
difíceis de tratar, devem-se ter duas soluções 
intravenosas (p. ex., G5 + ½ SF e G5 + SF, 
ambas com a mesma concentração de potássio) à 
beira do leito para facilitar essa abordagem, 
viabilizando ajustes rápidos das taxas dos dois 
líquidos. Se a concentração sérica de sódio 
diminui muito rapidamente, a taxa de G5 + SF 
pode ser aumentada e a taxa de G5 + ½ SF pode 
ser diminuída na mesma quantidade 
- Convulsões são a manifestação mais comum 
de edema cerebral por um decréscimo 
excessivamente rápido da concentração sérica de 
sódio durante a correção da desidratação 
hipernatrêmica. Os sinais de aumento da pressão 
intracraniana ou herniação iminente podem se 
desenvolver muito rapidamente 
- Em pacientes com hipernatremia grave, os 
líquidos por VO devem ser usados com cautela. 
As fórmulas para lactentes, por causa de sua 
baixa concentração de sódio, têm elevado teor de 
água livre e se adicionadas à terapia IV, podem 
contribuir para a diminuição rápida na 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 7 
 
concentração sérica de sódio. Menos líquido 
hipotônico, tal como uma solução de reidratação 
oral, pode ser mais apropriado inicialmente 
- Se for permitida a ingestão oral, sua contribuição 
para a administração de água livre deverá ser 
levada em conta, e o ajuste de líquido intravenoso 
é geralmente apropriado. O acompanhamento 
criterioso da concentração sérica de sódio é 
essencial 
QUESTÕES: 
1. Lactente de um ano e meio chegou ao pronto 
socorro desidratado e com história de ter iniciado 
há dois dias diarreia, vômito e febre alta. A 
diarreia ocorre várias vezes por dia, com fezes 
líquidas, volumosas, amareladas, com caráter 
explosivo e com grande perda hidroeletrolítica. 
Qual é o provável agente etiológico e/ou a 
conduta a ser prescrita? 
A. Provavelmente a diarreia é viral e pela clínica, os 
adenovírus entéricos são a causa mais provável. 
B. Provavelmente a diarreia é causada por agentes 
parasitários e o mais frequentemente envolvido é 
a Entamoeba histolytica. 
C. Provavelmente a diarreia é por rotavírus, que é o 
principal responsável por episódios de diarreia 
aguda, tanto nos países desenvolvidos como 
naqueles em desenvolvimento, representando 
40% dos casos graves com hospitalização 
D. Provavelmente a diarreia é por Shigella. 
Hidratação venosa e ceftriaxona devem ser 
prescritas imediatamente 
 
2. Quais os principais sintomas e sinais clínicos 
que melhor caracterizam um caso de 
desidratação grave em crianças? 
A. Recusa de líquidos e perfusão periférica 
lentificada 
B. Sonolência e taquicardia 
C. Vômitos e hipotensão 
D. Diarreia com sangue e taquicardia 
 
3. A equipe de saúde da família da Unidade Básica 
de Saúde recebe um lactente de 11 meses, 
previamente saudável, com história de febre, 
vômitos e diarreia intensa, há dois dias. Os pais 
relatam que as fezes são líquidas, em grande 
quantidade e sem sangue, emitidas várias vezes 
por dia, além de diminuição do volume de urina. 
Durante o exame físico, o médico constata 
mucosas secas, taquicardia e enchimento capilar 
de 3 a 5 segundos. Qual a classificação do 
estado de desidratação e a conduta correta para 
esse paciente? 
A. Desidratação grave – internação hospitalar e 
hidratação venosa. 
B. Desidratação leve – Plano A de reidratação com 
soro oral 60 nmol/L. 
C. Desidratação moderada – Plano B de 
reidratação oral com soro oral 75 nmol/L. 
D. Desidratação moderada – Plano B de 
reidratação oral com soro oral 90 nmol/L. 
 
4. Lactente, oito meses, feminina, é trazida ao 
ambulatório de pediatria apresentando diarreia e 
vômitos há cinco dias. Exame físico: letárgica, 
mucosas muito secas, fontanela anterior 
bastante deprimida; frequência cardíaca: 160 
bpm; enchimento capilar: 5 segundos. O grau da 
desidratação e a conduta terapêutica são, 
respectivamente: 
A. Leve, plano A com hidratação oral no domicílio, 
prescrição de antibiótico para controle da 
infecção. 
B. Grave, plano C com hidratação venosa, de 
expansão rápida, manutenção após a melhora e 
alta sem antibiótico. 
C. Moderada, plano B com hidratação oral na 
própria unidade e antibiótico por causa do risco 
de disseminação da infecção. 
D. Leve, plano A com hidratação venosa na 
unidade, alta com hidratação oral, antibiótico e 
antiemético 
E. Grave, plano C com hidratação venosa de 
manutenção por 4 horas e alta após 48 horas 
com antibiótico. 
 
5. Um lactente de 6 meses de idade apresenta, há 
um dia, evacuações líquidas, fétidas, 
amareladas, em grande volume, sem muco, pus 
ou sangue, com presença de ruídos intensos ao 
evacuar. A mãe observou leve redução das 
micções. Não foi dada nenhuma medicação. Ao 
exame, apresenta peso de 7.000 gramas 
(percentil 25), estatura de 62 cm (percentil 50), 
irritabilidade intercalada com sonolência, 
aceitando bem líquidos, olhos fundos e lágrima 
ausente, turgor de pele diminuído, sinal da prega 
desaparecendo lentamente (após 2 segundos), 
enchimento capilar entre 3 e 4 segundos e 
hiperemia perianal. Em relação ao caso, assinale 
a alternativa correta. 
A. A etiologia mais provável é a bacteriana. 
B. O volume estimado de líquido perdido é de 300 
mL. 
 
NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 8 
 
C. O aleitamento materno deve ser interrompido até 
melhora do quadro diarreico, devido aos sinais 
de diarreia osmótica. 
D. Está indicado o uso de zinco oral, 
independentemente da etiologia. 
E. A primeira escolha do tipo de soro oral para esse 
caso, segundo a OMS, é o de 90 mmol/L de 
sódio. 
 
6. Paciente de 3 anos, previamente hígido, chega à 
emergência com história de diarreia e vômitos há 
4 dias, redução do volume urinário há 24h. Na 
avaliação inicial, apresenta-se sem edema, 
taquipneico com frequência cardíaca de 130 
bpm; pressão arterial de 100 x 60 mmHg; 
saturação de oxigênio = 96%. Exames 
laboratoriais: sódio sérico = 130 mEq/L; potássio 
sérico = 5,0 mEq/L; bicarbonato = 13 mEq/L; 
ureia = 62 mg/dl;creatinina = 1,4 mg/dl; fração 
de excreção de Na < 1%. Qual a conduta 
imediata? 
A. Administração de solução de cloreto de sódio a 
3%. 
B. Administração de bicarbonato de sódio 8,4%. 
C. Administração de diuréticos. 
D. Expansão volêmica com soro fisiológico 0,9%. 
E. Instalação de método dialítico. 
GABARITO: 
1. C. No mundo inteiro, os vírus são os principais 
causadores das diarreias infecciosas, sendo os 
mais prevalentes os rotavírus, os calicivírus, os 
astrovírus e os adenovírus entéricos. Os vírus 
são altamente infectantes e necessitam de baixa 
carga viral para causar doença. Alternativa A: 
INCORRETA. Os adenovírus causam, com mais 
frequência, infecção do aparelho respiratório, 
mas, dependendo do sorotipo, podem causar 
quadros de gastroenterite. Sendo assim, eles 
não aparecem como a causa mais provável do 
quadro clínico do paciente. Alternativa B: 
INCORRETA. Os indivíduos na sua maioria são 
portadores assintomáticos. Outros podem 
apresentar sintomas discretos caracterizados por 
diarreia leve com fezes líquidas acompanhada 
de náuseas e cólicas esporádicas. Entretanto, a 
infecção pela Entamoeba histolytica pode ainda 
gerar um quadro de colite amebiana aguda com 
quadro de dor abdominal e diarreia líquida 
contendo sangue e muco. Alternativa C: 
CORRETA. Nos casos virais há predomínio da 
diarreia chamada osmótica.O rotavírus, principal 
responsável pela diarreia aguda em países 
desenvolvidos e em desenvolvimento, causa 
lesões focais, com infecção das células 
vilositárias apicais, que concentram as 
dissacaridases, principalmente a enzima lactase. 
Com a destruição desses enterócitos e a 
reposição por células imaturas, há diminuição da 
atividade enzimática, reduzindo a absorção dos 
carboidratos, com ênfase na lactose. Os 
açúcares não absorvidos aumentam a pressão 
osmótica na luz intestinal, o que determina a 
maior passagem de água e eletrólitos para o 
espaço intraluminal para manter o equilíbrio 
osmótico. Esse tipo de diarreia caracteriza-se 
por eliminação de fezes líquidas e volumosas, 
amareladas, com caráter explosivo e com grande 
perda hidroeletrolítica exatamente como 
verificado no caso descrito. Alternativa D: 
INCORRETA. A diarreia provocada pela Shigella 
costuma ser caracterizada por disenteria, ou 
seja, presença de sangue nas fezes. Além disso, 
apresenta sintomas como dor abdominal intensa 
e febre alta 
 
2. A. Os parâmetros clínicos usados para a 
avaliação do grau de desidratação são: estado 
geral, sede, mucosas, pele, olhos, fontanela, 
pulso, frequência cardíaca, tempo de enchimento 
capilar, diurese e respiração. Uma criança com 
sinais de desidratação grave deve apresentar 
alguns dos seguintes achados: alteração do 
estado mental (prostração, agitação ou coma); 
sede intensa; mucosas muito secas; pele fria, 
palidez e turgor e elasticidade bastante 
diminuídos; enoftalmia acentuada; fontanela 
muito deprimida; pulso muito fino quase 
imperceptível; frequência cardíaca nos casos 
graves encontra-se diminuída; tempo de 
enchimento capilar maior que 5 segundos; 
oligúria e hiperpneia 
 
3. A. Plano C = Deshidratado Grave OMS 
100ml/Kg de SF 0,9% ou Ringer > 1 ano: 30 
minutos: 30ml/Kg 2 horas e 30 minutos: 70 
ml/Kg. < 1 ano: 1 hora: 30ml/Kg 5 horas: 70 
ml/Kg 
 
4. B. Os parâmetros clínicos usados para a 
avaliação do grau de desidratação são: estado 
geral, sede, mucosas, pele, olhos, fontanela, 
pulso, frequência cardíaca, tempo de enchimento 
capilar, diurese e respiração. Uma criança com 
sinais de desidratação grave deve apresentar 
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NAYSA GABRIELLY ALVES DE ANDRADE 9 
 
alguns dos seguintes achados: alteração do nível 
de consciência (prostração, agitação ou coma); 
sede intensa; mucosas muito secas; pele fria, 
palidez e turgor e elasticidade bastante 
diminuídos; enoftalmia acentuada; fontanela 
muito deprimida; pulso muito fino quase 
imperceptível; frequência cardíaca aumentada e 
nos casos muito graves encontra-se diminuída; 
tempo de enchimento capilar maior que 5 
segundos; oligúria e hiperpneia. A paciente em 
questão apresenta sinais como: letargia, 
mucosas muito secas, fontanela anterior 
bastante deprimida; frequência cardíaca elevada 
(160 bpm) e enchimento capilar lentificado (5 
segundos). Assim, a criança apresenta 
diagnóstico de desidratação grave. Alternativa A: 
INCORRETA. A criança não apresenta sinais de 
desidratação leve. Além disso, de acordo com o 
ministério da saúde, os antibióticos devem ser 
usados somente para casos de diarreia com 
sangue (disenteria) e comprometimento do 
estado geral ou em casos de cólera grave. 
Alternativa B: CORRETA. A criança apresenta 
alguns sinais de desidratação grave conforme 
comentário do autor. Assim, seria instituído o 
plano C composto por duas fases: reparação ou 
expansão rápida e manutenção mais reposição. 
A fase de expansão deve ser feita com infusão 
rápida de solução salina isotônica no volume de 
20ml/Kg. A fase de reposição deve ser feita com 
reposição em torno de 50ml/Kg/dia na forma de 
soro glicosado a 5% e soro fisiológico 0,9% na 
proporção de 1:1. Alternativa C: INCORRETA. O 
quadro clínico da questão não se trata de uma 
criança com desidratação moderada e também 
não teria indicação de antibioticoterapia. 
Alternativa D: INCORRETA. Além de não tratar-
se de um quadro de desidratação leve, caso 
fosse instituído o plano A, ele não deveria ser 
feito com hidratação venosa conforme a 
alternativa. De acordo com o Ministério da Saúde 
o antiemético nunca deve ser utilizado. 
Alternativa E: INCORRETA. A alta hospitalar da 
paciente deve-se à resposta ao tratamento 
realizado e não ao tempo de internação. 
 
5. D. A criança apresenta desidratação, perdendo 
de 3 a 9% do peso. A principal etiologia é a viral. 
Nunca deve-se interromper o aleitamento 
materno. SRO: Solução glicosamina com 
75mEq/L de Sódio. Zinco: VO por 10 - 14 dias, 
durante e após a diarreia. Reduz a duração e a 
gravidade da diarreia 
 
6. D. A conduta imediata frente a um caso de 
desidratação secundária à gastroenterite aguda 
com sinais marcantes de IRA pré-renal é a 
expansão volêmica que nesse caso poderá usar 
solução fisiológica visando readequar a perfusão 
renal

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