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CLÍNICA MÉDICA ! DOENÇAS ENDÓCRINAS E METABÓLICAS100 quando possível13. A RM identifica facilmente os mi- croprolactinomas (com diâmetro < 1 cm) ou macro- prolactinomas (> 1 cm), além de demonstrar a relação do adenoma com as estruturas próximas, como quias- ma óptico, seios cavernosos e seio esfenoidal (Figura 2). A hiperprolactinemia associada à presença de tumor hipofisário é sugestiva de prolactinoma. O diagnóstico diferencial com outras massas hipofisárias, como adeno- ma não-funcionante, craniofaringeoma ou meningioma, que podem causar hiperprolactinemia por desconexão hipotálamo-hipofisária, denominadas pseudoprolacti- nomas, é importante quando o nível de PRL é inferior a 150 ng/mL, em lesões com diâmetro superior a 1 cm, vis- to que a maior parte dos macroprolactinomas acarreta hiperprolactinemia superior a esse limite (Tabela III e Al- goritmo 1). Exceção a essa regra ocorre em casos de ma- croprolactinoma cístico ou apoplexia, nos quais a histó- ria sugestiva de prolactinoma pode indicar teste terapêutico com agonista dopaminérgico, quando não houver emergência cirúrgica. O teste terapêutico pode ser realizado com doses muito baixas de agonistas, como 1,25 mg/dia de bromocriptina por poucos dias ou após uma dose única de 0,25 mg de cabergolina, com base no conhecimento de que essas doses são suficientes para a supressão de PRL na hipófise normal e, portanto, devem ser suficientes para os casos de desconexão em que a PRL é produzida pelos lactotrofos normais; nos prolactino- mas, a redução da PRL deve ser mais lenta. Além disso, o tratamento a médio e a longo prazos com os agonistas não deve reduzir a massa tumoral nos casos de descone- xão, mesmo com supressão da PRL6. Por fim, o diagnóstico de hiperprolactinemia idio- pática ou não tumoral deve ser executado quando todas as outras possibilidades estiverem descartadas. O Algoritmo 1 orienta o diagnóstico de prolactinoma a partir de sintomas sugestivos de hiperprolactinemia. A investigação das outras funções hipofisárias é obrigatória nos casos de macroprolactinoma, para o diagnóstico de hipopituitarismo. Recomenda-se tam- bém a dosagem de IGF-1, para descartar os casos de co- secreção hormonal de GH e PRL, mesmo sem clínica sugestiva de acromegalia. Os pacientes com macroprolactinoma em contato íntimo com o quiasma óptico devem ser submetidos à avaliação neuroftalmólogica completa, com determina- ção da campimetria visual, sendo a hemianopsia tempo- ral bilateral a apresentação mais comum (Figura 1)14. Anatomia patológica O diagnóstico histológico do prolactinoma é possível apenas nos casos com indicação cirúrgica. Os achados his- tológicos são de adenoma hipofisário acidofílico quando corado pela hematoxilina-eosina, uma vez que os grânulos com PRL coram pela eosina. A calcificação é um achado comum em prolactinomas. A técnica de imuno-histoquí- mica com o uso de marcação com anticorpos antiprolac- tina confirma se os grânulos contêm PRL. Na microscopia eletrônica, a maioria dos prolactinomas são esparsamente granulados e com nucléolo proeminente, com abundante retículo endoplasmático rugoso e grânulos esféricos com diâmetro de 150 a 500 nm7. É importante ressaltar que, ! Algoritmo 1. Diagnóstico de prolactinomas em pacientes com quadro clínico suspeito de hiperprolactinemia ou diagnóstico de massa selar. PRL = prolactina; MIC = microadenoma; MAC = macroadenoma. Afastar causas fisiológicas, farmacológicas, hipotireoidismo primário etc. Pesquisar ma- croprolactinemia em casos sem quadro clí- nico sugestivo de hiperprolactinemia Quadro clínico suspeito ou massa selar PRL elevada Exame de imagem (ressonância magnética) Diagnóstico de prolactinoma Iniciar tratamento MIC MAC PRL > 150 ng/mL PRL < 150 ng/mL Pseudoprolactinoma? Repetir PRL Afastar “efeito gancho” Outras causas para os sintomas PRL normal PRL normal Confirmação da PRL elevada Dosagem sérica da PRL Martins - Clínica Médica (Volume 5)
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