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Prévia do material em texto

Projeto Arquitetônico: 
Habitação Multifamiliar
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Ana Cristina Gentile Ferreira
Revisão Textual:
Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos
As unidades habitacionais de Habitação de Interesse Social
• Apresentação;
• Exemplos de Projetos de Unidades Habitacionais;
• Análise dos Espaços Projetados;
• Legislações Existentes.
• Abordar exemplos de projetos de Unidades Habitacionais, com foco nas Habitações de 
Interesse Social (HIS), considerando as principais características físicas dos espaços cons-
truídos e as demandas individuais e coletivas dos usuários.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
As unidades habitacionais de 
Habitação de Interesse Social
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE As unidades habitacionais de Habitação de Interesse Social
Apresentação
Nesta unidade serão observadas algumas unidades habitacionais de HIS com 
foco na distribuição interna das unidades, setorização dos ambientes, metragens, 
usos, enfim, alguns exemplos capazes de subsidiar informações básicas para aplicar 
análises em outros projetos.
Exemplos de Projetos 
de Unidades Habitacionais
A flexibilidade do espaço atrelado à necessidade de ampliação foi historicamen-
te construída nas Habitações de Interesse Social. Possibilitar o acesso a moradia, 
ainda que em um primeiro momento, com condições mínimas de salubridade e 
estrutura para uma família, é essencial, enquanto a ampliação de cômodos passa 
a ser algo que acontecerá de acordo com a necessidade e possibilidade da família.
Devemos destacar que esse tipo de construção será possível apenas em áreas 
onde exista a possiblidade de se adquirir grandes terrenos, possibilitando a constru-
ção de um “embrião” já projetado para a ampliação tecnicamente correta.
Nas imagens a seguir, podemos entender como esse crescimento da casa pode 
acontecer de maneira ordenada. Discutido em um concurso realizado em Viena nos 
anos 40, a “Casa que Cresce” era o tema que buscava soluções para o problema 
habitacional. Com problemática nas questões econômicas, a solução era a constru-
ção mínima através de um “núcleo” ou “embrião” que possibilitasse sua ampliação 
em etapas; algumas regras de construção e materiais também eram citados. Tal 
exemplo apenas confirma como a questão da Habitação de Interesse Social foi e 
ainda é tema constante nas discussões de arquitetos e engenheiros.
Na Figura 1, podemos observar a casa “embrião” em seu projeto original. 
As condições mínimas de habitabilidade estão incorporadas no projeto; é possível 
observar os cômodos principais, como sala de jantar, cozinha, banheiro, circula-
ção e o cômodo que funciona tanto como sala como dormitório. Em destaque em 
vermelho, podemos ver a primeira área de possibilidade de ampliação, o uso da 
circulação da habitação como ponto estratégico de ampliação da unidade.
Na Figura 2, já podemos observar a construção do dormitório como o ambiente 
ampliado, utilizando-se a circulação existente, sem necessidade de modificações 
estruturais que comprometessem o projeto original, ou seja, a casa construída teve 
no momento de concepção do projeto a organização de ambientes a ser ampliados, 
facilitando sua construção e ordenando tecnicamente a construção.
Quando o projeto original não prevê futuras ampliações e a necessidade de amplia-
ção por conta do perfil da família pede a ampliação da unidade, sem projeto técnico 
8
9
específico, vemos como resposta os famosos “puxadinhos”, que são realizados tecni-
camente de maneira aleatória, mas que cumprem a necessidade de seus usuários.
Figura 1 – Casa Ambrião
Fonte: Adaptado de arq.ufmg.br
Figura 2 – Casa Ambrião: primeira ampliação
Fonte: Adaptado de arq.ufmg.br
Na Figura 3, temos mais opções de ampliação, a construção de dormitórios e 
de um novo espaço para sala de jantar, transformando a original em um escritório 
ou qualquer outro espaço que a rotina familiar demande. A utilização de parte do 
9
UNIDADE As unidades habitacionais de Habitação de Interesse Social
espaço externo também é possível, lembrando que projetos com esse tipo de am-
pliação será possível apenas em cidades e áreas onde o preço e a oferta de grandes 
terrenos sejam possíveis; cidades mais densas e com preços elevados de terras pre-
cisarão de outras alternativas de ampliação.
Figura 3 – Casa Ambrião: demais ampliações
Fonte: Adaptado de arq.ufmg.br
Na Figura 4, podemos ver a evolução volumétrica da habitação a partir da casa 
embrião e suas alternativas de ampliações; no caso do exemplo apresentado, a 
modificação da habitação é feita exclusivamente no térreo.
Figura 4 – Casa que cresce: evolução das ampliações
Fonte: Adaptado de arq.ufmg.br
10
11
O arquiteto chileno Alejandro Aravena foi o ganhador do prêmio Pritzker de 
2016, principal prêmio da arquitetura, seus projetos de habitação popular (HIS) 
foram os responsáveis pelo destaque do arquiteto.
Ao todo, quatro de seus principais projetos trabalham com a possibilidade de 
ampliação da habitação de acordo com a necessidade da família. “Isso significa que 
quatro dos mais famosos projetos populares do recém-ganhador do Pritzker podem 
ser utilizados e adaptados de forma livre por qualquer pessoa.”
Importante!
Alejandro Aravena disponibilizou para domínio público seus projetos de HIS, com obje-
tivo de permitir uma discussão importante quanto à possibilidade de parceria entre o 
projeto técnico e a necessidade dos usuários. Para baixar os arquivos em PDF ou dwg dos 
projetos, acesse: http://bit.ly/2RaF0Hv
Importante!
Os projetos de sobrados permitem que a estrutura da edificação seja pensada 
para se adaptar às novas necessidades. Apesar da liberdade do usuário, o desenho 
do projeto cria um limitador na expansão da unidade habitacional. O tal “puxadi-
nho” está conceitualmente incorporado ao projeto.
Nas imagens a seguir, é possível observar os projetos originais e suas modifica-
ções já realizadas pelos moradores. Nas plantas dos projetos, podemos observar as 
estruturas e o ordenamento no crescimento das habitações.
Nos casos das Figuras 5 e 6, podemos observar o projeto para a Villa Verde, 
onde as opções de ampliação podem acontecer tanto no térreo como no pavi-
mento superior.Os retângulos vermelhos destacam as possibilidades de futuras 
ampliações, também é possível observar a presença de estruturas (vigas) que irão 
possibilitar a ampliação tecnicamente correta das habitações.
Figura 5 – Moradia Villa Verde: Evolução das ampliações Pavimento Térreo | Alejandro Aravena
Fonte: Adaptado de elementalchile.cl
11
UNIDADE As unidades habitacionais de Habitação de Interesse Social
Figura 6 – Moradia Villa Verde: Evolução das ampliações Primeiro Pavimento | Alejandro Aravena
Fonte: Adaptado de elementalchile.cl
Na sequência de fotos a seguir, é possível observar como é realizada a amplia-
ção da habitação e o resultado final das modificações realizadas pelos moradores, 
demonstrando que cada unidade levará características particulares de cada família.
Figura 7 – Moradia Villa Verde | Alejandro Aravena
Fonte: archdaily.com | Divulgação
De maneira geral, a forma de projetar de Alejandro Aravena foi baseada em 5 
principais condições, sendo:
• Boa localização: projetos com densidade suficiente para pagar por locais bem 
localizados, normalmente caros;
• Crescimento harmonioso ao longo do tempo: construir a primeira parte 
de forma estratégica (dividir estrutura, banheiro, cozinha, escadas, teto) para 
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13
que a expansão possa ocorrer graças ao projeto e não apesar dele. Enquadrar 
performances e ações individuais, de forma a ter customização em vez de de-
terioração do bairro;
• Layout urbano: introduzir o espaço coletivo entre o espaço privado (lote) e o 
espaço público (rua), não superando o número de 25 famílias, para que seja 
possível manter os acordos sociais;
• Fornecer estrutura para o cenário final de crescimento (classe média) e não 
somente para a fase inicial;
• DNA de classe média: planejar para o cenário final de pelo menos 72m² ou 
4 quartos (2 x 2 m) com espaço para armários ou cama de casal; os banheiros 
não devem ser na entrada da casa (o que é comum para economizar canos) e 
sim perto dos quartos, também deveriam incluir uma banheira, e não somente 
chuveiro, e espaço para uma máquina de lavar. Deve haver a possibilidade de 
garagem ou vaga para um carro. Nada disso chega perto da realidade das ha-
bitações sociais hoje em dia.
Vencedor do “Nobel da Arquitetura” libera de graça projetos de moradias populares, dispo-
nível em: http://bit.ly/382tQvbEx
pl
or
Veja outros exemplos de projetos de HIS de diferentes países. Novas tecnologias de constru-
ção, racionalização dos espaços e economia da construção podem ser observadas, disponí-
veis em: http://bit.ly/385ApgK.
Ex
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or
Análise dos Espaços Projetados
A análise dos espaços projetados deverá ser realizada em todos os projetos apre-
sentados na disciplina. É importante um olhar atento em algumas variáveis que irão 
nortear os projetos de HIS e HMP.
O número de unidades por empreendimento é algo que deve ser considerado atre-
lado às questões do Urbanismo. No caso do projeto arquitetônico, as áreas comuns e 
acessos são importantes para entender o ordenamento e fluxos dos espaços.
Quanto às unidades habitacionais, as diferentes dimensões e tipologias devem 
ser observadas com atenção. Tipologias diferentes em um mesmo empreendimento 
foi algo abandonado por um período importante na produção habitacional. Atual-
mente, as diferenças no perfil das famílias e futuros moradores fez surgir conjuntos 
de residências com tipologias distintas.
De maneira resumida, alguns dos itens a serem analisados quando observamos 
um projeto são:
13
UNIDADE As unidades habitacionais de Habitação de Interesse Social
• tipologias habitacionais;
• número de unidades habitacionais;
• perfil dos usuários;
• áreas coletivas;
• tecnologia de materiais e sistema construtivo;
• inserção urbana; e outros.
Conjuntos com apartamentos de 2 ou 3 dormitórios, ou ainda, studios com 1 ou 
2 dormitórios são comuns nos lançamentos imobiliários. No mercado de HMP e HIS, 
isso não é diferente. Os cadastros públicos das famílias que se encaixam no perfil dos 
programas públicos mostram a diversidade nas características das famílias.
Projetos importantes como o Conjunto Habitacional do Jardim Edite, de auto-
ria do escritório de arquitetura MMBB e H+F Arquitetos, e o Conjunto Habitacio-
nal de Heliópolis, de Ruy Ohtake, são alguns dos exemplos de como repensar os 
espaços projetados.
No primeiro caso, o Conjunto Habitacional Jardim Edite trabalhou com unida-
des habitacionais com desenhos bastante racionais, organizados em edifícios em 
lâminas. As unidades habitacionais foram projetadas para se adaptarem ao volume 
pensado pelos arquitetos. A demanda habitacional da área e a possibilidade de 
construção a partir da legislação municipal permitiram que o projeto desenvolvesse 
as torres de 17 pavimentos com elevador, e para a população com menor renda os 
blocos em lâminas de 4 pavimentos.
O conjunto possui ao todo 252 unidades habitacionais e três equipamentos pú-
blicos, sendo um posto de saúde, uma creche e um restaurante-escola – sugestão 
dada pela população.
Em relação às unidades habitacionais, podemos observar nas Figuras 8 e 9 a 
organização dos espaços comuns e das unidades. Formado por duas torres de circu-
lação com a presença de elevadores e escada, o corredor dá acesso a 4 apartamen-
tos. Na Figura 9, podemos observar o projeto das unidades A e B e suas relações 
com a circulação coletiva.
Figura 8 – Conjunto Habitacional Jardim Edite – MMBB
Fonte: vitruvirus.com.br | Divulgação
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Figura 9 – Conjunto Habitacional Jardim Edite – MMBB
Fonte: Vitruvirus/Divulgação
Figura 10 –Conjunto Habitacional Jardim Edite – MMBB
Fonte: Vitruvirus/Divulgação
Nas Figuras 10 e 11, as imagens são do pavimento tipo dos blocos em lâmina. 
Podemos observar que uma mesma tipologia habitacional foi utilizada no andar e 
que a circulação comum está localizada entre 2 unidades por andar (Figura 11).
Nos dois casos (edifício de 17 andares e blocos em lâminas), as unidades habita-
cionais possuem sala, cozinha, dois dormitórios, banheiro e área de serviço. Para 
os blocos em lâminas, as aberturas estão localizadas em duas faces dos edifícios, 
permitindo agregar as unidades nas duas laterais. No edifício (Figura 9), as unidades 
localizadas nas extremidades possuem as aberturas em “L” e uma pequena varanda 
nas salas, enquanto as unidades localizadas no meio do edifício possuem apenas 
uma face para as aberturas externas, e as cozinhas, integradas com a sala de jantar, 
15
UNIDADE As unidades habitacionais de Habitação de Interesse Social
têm suas aberturas voltadas para a circulação das áreas coletivas (Figura 10) e rece-
bem iluminação indireta a partir dos elementos vazados utilizados nos corredores.
Figura 11 – Conjunto Habitacional Jardim Edite – MMBB
Fonte: Vitruvirus/Divulgação
Figura 12 – Conjunto Habitacional Jardim Edite – MMBB
Fonte: Vitruvirus/Divulgação
Figura 13 – Conjunto Habitacional Jardim Edite – MMBB
Fonte: Vitruvirus/Divulgação
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Veja mais fotos de detalhes do projeto, disponível em: http://bit.ly/2NkjhLW
Ex
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No caso de Heliópolis (Figuras 14, 15, 16 e 17), o formato redondo dá destaque 
ao volume do conjunto. Os dormitórios possuem a fachada arredondada, enquanto 
a sala de jantar, cozinha e banheiro possuem desenho mais regular e a sala de es-
tar possui espaço com curvas mais acentuadas. A presença de três janelas na sala 
de estar resulta em ventilação e iluminação natural significativas, o que pode ser 
observado na Figura 16.
O complexo do Conjunto Habitacional de Heliópolis possui 19 edifícios com 
4 pavimentos mais térreos, sendo 4 unidades habitacionais por pavimento e 2 
unidades no térreo, totalizando 342 apartamentos. Assim como no Jardim Edite, 
outros usos foram pensados no projeto. No caso de Heliópolis, foi incluído um polo 
educacional e cultural, com uma biblioteca, cinema, galeria, espaço para feira de 
produtos artesanais e uma escola técnica.
A ventilação e iluminação indireta também estão presentes no projeto de He-
liópolis; duas das unidadesdo pavimento tipo têm suas áreas de serviços voltadas 
para uma área de iluminação e ventilação através da cobertura, conforme podemos 
observar na Figura 15. Na Figura 14, podemos ver os espaços comuns e áreas de 
convivência e lazer.
Veja mais fotos do projeto em: http://bit.ly/36RDi4n
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Figura 14 – Conjunto Habitacional Heliópolis – Ruy Ohtake
Fonte: Archdaily/Divulgação
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UNIDADE As unidades habitacionais de Habitação de Interesse Social
Figura 15 – Conjunto Habitacional Heliópolis – Ruy Ohtake
Fonte: Archdaily/Divulgação
Figura 16 – Conjunto Habitacional Heliópolis – Ruy Ohtake
Fonte: Archdaily/Divulgação
Figura 17 – Conjunto Habitacional Heliópolis – Ruy Ohtake
Fonte: Archdaily/Divulgação
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Os projetos citados acima são apenas exemplos de como analisar os espaços 
projetados, uma introdução ao pensamento e análise crítica aos projetos, princi-
palmente das unidades habitacionais. No decorrer das unidades, veremos outros pro-
jetos habitacionais, buscando apurar as análises necessárias para pensar em soluções 
adequadas às necessidades dos usuários, utilizando referências teóricas e práticas.
Legislações Existentes
Quando falamos de legislações, devemos lembrar que temos diferentes esferas 
administrativas. As reponsabilidades de ações de políticas públicas habitacionais 
serão divididas entre o Governo Federal, governos Estaduais e Municipais.
As legislações federais são aquelas que orientam as leis específicas, estaduais e 
municipais. A imagem a seguir resume as principais ações e programas inseridos em 
um determinado período; a partir dos marcos apresentados abaixo, a política habi-
tacional e as linhas de financiamentos, aplicadas atualmente, foram desenvolvidas.
A linha cronológica foi elaborada a partir da aprovação do Estatuto da Cidade, 
pela Lei no 10.257, de 10 de julho de 2001, que vem regulamentar os artigos 
182 e 183 da Constituição Federal de 1988, que tratam das questões relativas à 
Política Urbana.
Figura 18 – Histórico da Política de Habitação Brasileira
Fonte: Adaptado de IPEA
Podemos observar na cronologia acima que o Programa Minha Casa Minha 
Vida possui mais de uma fase, a tabela a seguir (Figura 18) descreve as datas de 
início e fim das Fases 1 e 2.
Tabela 1 – Fases do Programa Minha Casa Minha Vida
Fase do programa Início Fim
Fase 1 – PMCMV 1 Abril de 2009 Junho de 2011
Fase 2 – PMCMV 2 Junho de 2011 Dezembro de 2014
Fonte: Adaptado de AMOR; SHIMBO; RUFINO, p. 19
Além da informação dos períodos de vigência do MCMV, é importante conhe-
cer os recortes por faixa de renda. As formas de subsídios e as parcerias público-
-privadas possuem critérios diferentes para cada faixa do Programa. De maneira 
resumida, os critérios da Fase 2 do programa, e que respeitaram a concepção 
original, adotaram as seguintes orientações:
19
UNIDADE As unidades habitacionais de Habitação de Interesse Social
O programa está atualmente dividido em três faixas de renda (1, 2, 3). 
Na Faixa 1, que abrange as famílias com renda de até 1.600 reais, os 
subsídios podem chegar até a 96%, dependendo da renda da família. 
Nesta faixa, o crédito disponibilizado para as famílias deve ser pago em 
dez anos. Na Faixa 2, os subsídios podem chegar até a 25.000 reais, e 
o crédito disponibilizado deve ser pago em trinta anos. Na Faixa 3, não 
existem subsídios diretos, mas cumpre lembrar que os juros do crédi-
to disponibilizado são bastante inferiores aos aplicados pelo mercado, e 
conta-se ainda com isenção de taxas e impostos. (AMORE; SHIMBO; 
RUFINO; p. 104)
Vale destacar que a produção pública de habitação está voltada prioritariamente 
para a Faixa 1. O gráfico abaixo resume quem são e como se relacionam os agen-
tes envolvidos, ou seja, Prefeituras, Governo Federal através da Caixa Econômica 
Federal, Construtoras e Beneficiários.
PREFEITURA
Analisa o Projeto Apresentado
CADASTRO - SELEÇÃO
BENEFICIÁRIOS
Inscrição
CadastroSolicitam Crédito
Solicitam aprovação de Projeto
Aprovam o Projeto
Aprovam Crédito
Indica
Bene­ciáriosCONSTRUTORAS
De­nem Padrão
(faixa salarial)
De­nem Terreno
De­ne Projeto
BENEFICIÁRIO
CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Analisa o Projeto Apresentado
Figura 19 – Fluxograma dos agentes envolvidos na produção para Faixa 1 do PMCMV
Em relação à renda de cada faixa, o programa também sofreu modificações 
desde seu lançamento. A tabela a seguir (Figura 19) traz os valores para as duas 
primeiras fases do programa.
Tabela 2 – Faixas de Renda do Programa Minha Casa Minha Vida por fases
FASE FAIXA RENDA FAMILIAR MENSAL
Fase 1
Faixa 1 Até 1.395,00 reais
Faixa 2 De 1.395,01 a 2.790,00 reais
Faixa 3 De 2.790,01 a 4.650,00 reais
Fase 2
Faixa 1 Até 1.600,00 reais
Faixa 2 De 1.600,01 a 3.100,00 reais
Faixa 3 De 3.100,01 a 5.000,00 reais
Fonte: Adaptado de AMOR; SHIMBO; RUFINO, p. 20
20
21
Disponíveis na página da Caixa Econômica Federal na internet, os dados a se-
guir se referem ao mês de julho de 2019.
• Famílias com renda de até R$ 1.800,00
» Faixa 1: a Caixa oferece várias vantagens para a sua família. Conte com um 
financiamento de até 120 meses, com prestações mensais que variam de 
R$ 80,00 a R$ 270,00, conforme a renda bruta familiar. A garantia para o 
financiamento é o imóvel que você vai adquirir. Assim, fica muito mais fácil 
realizar o sonho da casa própria.
• Famílias com renda de até R$ 2.600,00
» Faixa 1,5: Você pode adquirir um imóvel cujo empreendimento é financiado 
pela Caixa com taxas de juros de apenas 5% ao ano e até 30 anos para pa-
gar e subsídios de até 47,5 mil reais.
• Famílias com renda de até R$ 4.000,00
» Faixa 2: Se sua família tem renda bruta de até R$ 4.000,00, você se encaixa 
nesta faixa do Programa Minha Casa Minha Vida e pode ter subsídios de até 
R$ 29.000,00.
• Famílias com renda de até R$ 7.000,00
» Faixa 3: Para famílias com renda bruta de até R$ 7.000,00, o Programa 
Minha Casa Minha Vida oferece taxas de juros diferenciadas em relação ao 
mercado para você conquistar uma casa própria.
Veja mais informações disponíves em: http://bit.ly/371f2g4
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Por último, os dados a seguir apresentam as diferenças de valores para tipologias 
de municípios. Na elaboração do Plano Nacional de Habitação (PlanHab), as dife-
renças entres os municípios brasileiros foi uma pauta importante. Até aquele mo-
mento, as linhas e programas de financiamento seguiam um mesmo procedimento 
e valores para todos os municípios, sem distinção.
Pensando-se na diversidade de características, diferentes necessidades habitacio-
nais, custo da terra, diferenças nos processos de produção, entre outros aspectos, 
a partir de tais análises, foram criadas tipologias de municípios, e atualmente algu-
mas das definições criadas nos PlanHab foram incorporadas nos financiamentos 
atuais. A tabela a seguir traz as diferenças de recursos a serem disponibilizados para 
municípios de características semelhantes.
21
UNIDADE As unidades habitacionais de Habitação de Interesse Social
Tabela 3 – Tetos dos valores dos imóveis por tipologia de municípios – 02/2017
NOVOS TETOS DO VALOR DOS IMÓVEIS
Recorde territorial DF, RJ e SP
Região Sul, 
ES e MG
Região Centro-
Oeste, exceto DF
Regiões Norte 
e Nordeste
Capitais estaduais classificadas pelo IBGE como metrópoles. R$ 240 mil R$ 215 mil R$ 190 mil R$ 190 mil
 · Demais capitais estaduais e municípios com população maior 
ou igual a 250 mil habitantes classificados pelo IBGE como ca-
pitais regionais;
 · Municípios com população maior ou igual a 100 mil habitantes 
integrantes das regiões metropolitanas das capitais estaduais 
de Campinas, da Baixada Santista e das regiões integradas de 
desenvolvimento das capitais.
R$ 230 mil R$ 190 mil R$ 180 mil R$ 180 mil
 · Municípios com população maior ou igual a 100 mil habitantes;
 · Municípios com população menor que 100 mil habitantes in-
tegrantes das regiões metropolitanas das capitais estaduais, 
de Campinas, da Baixada Santista e das regiões integradas de 
desenvolvimento das capitais;
 · Municípios com menos de 250mil habitantes classificados 
pelo IBGE como capitais regionais.
R$ 180 mil R$ 170 mil R$ 165 mil R$ 160 mil
Municípios com população maior ou igual a 50 mil e menor que 
100 mil habitantes. R$ 145 mil R$ 140 mil R$ 135 mil R$ 130 mil
Municípios com população com entre 20 mil e 50 mil habitantes. R$ 110 mil R$ 105 mil R$ 105 mil R$ 100 mil
Demais municípios. R$ 95 mil R$ 95 mil R$ 95 mil R$ 95 mil
Faixa 1
Das 610 mil unidades habitacionais que serão contratadas em 2017, 170 mil serão destinadas à faixa 1 do programa, 60 mil à faixa 1,5 e 380 
mil às faixas 2 e 3. Na faixa 1, que atende a familias com rendimento mensal de até R$ 1.800, as habilitações são subsidiadas em até 90% e 
apenas 10% do valor do imóvel é pago pelos beneficiários.
Fonte: Adaptado de caixa.gov
Os dados de legislações apresentados nesta unidade devem ser utilizados como 
base de pesquisas para desenvolver projetos de habitação multifamiliar, principal-
mente HIS e HMP. Veremos no decorrer da disciplina legislações específicas (es-
taduais e municipais) para o projeto das unidades habitacionais, suas exigências 
quanto às áreas a serem construídas, dimensões e acessibilidade de áreas comuns, 
enfim, diversos critérios que devem ser respeitadas pelos profissionais.
22
23
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Galeria da Arquitetura | Jardim Edite - MMBB
https://youtu.be/Yh00sn59ilI
Conjunto Habitacional Heliópolis - Gleba G - Biselli e Katchborian Arquitetos
https://youtu.be/dPAY2_zTK8M
Ruy Ohtake fala sobre experiência como arquiteto e urbanista em Heliópolis
https://youtu.be/XzD9zKeqjAQ
Estatuto da cidade
https://youtu.be/d2PSZZYghrY
Estatuto da cidade: antecedentes e perspectivas
https://youtu.be/ilUVuhDJ8Xs
23
UNIDADE As unidades habitacionais de Habitação de Interesse Social
Referências
AMORE, C. S.; SHIMBO, L. Z.; RUFINO, M. B. C. (Organizadores). Minha Casa... 
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