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Prévia do material em texto

Projeto Arquitetônico: 
Habitação Multifamiliar
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Ana Cristina Gentile Ferreira
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
• Análise de Projetos de Médias Densidades;
• Relações Entre Espaços e Formas Construídas;
• Diagnósticos;
• Legislação Existente.
• Analisar os projetos de média densidade e o processo de ordenação dos elementos com-
positivos do espaço construtivo;
• Considerar o escopo dos programas e legislações existentes para o desenvolvimento 
do projeto;
• Pensar em novas formas de projeto arquitetônico multifamiliar considerando as referên-
cias estudadas.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Projetos de Habitações 
Multifamiliares de Média Densidade
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
Análise de Projetos de Médias Densidades
Dando continuidade à análise de projetos de habitações multifamiliares com foco 
em Habitação de Interesse Social (HIS) e Habitação do Mercado Popular (HMP), 
nessa unidade as observações serão realizadas em habitações de média densidade.
Os projetos de média densidade são pensados para responder a uma demanda 
habitacional em cidades e regiões já consolidadas, onde a presença de infraestrutu-
ra urbana irá beneficiar um número maior de usuários, são manchas urbanas com 
projetos de expansão ou já consolidados. Em média, são áreas onde a demanda 
deve responder entre 300 e 600 moradores por hectare e serão compatíveis às 
estruturas urbanas consolidadas ou em expansão.
Considerando um número maior de habitações, quando comparadas às habita-
ções de baixa densidade, se faz necessário incorporar nos projetos áreas comuns 
e coletivas capazes de suprir as necessidades de lazer e convivência dos moradores 
com conjuntos habitacionais, além de incluir áreas verdes e sistemas de circulações.
Sendo muito utilizada como uma ferramenta de apoio ao processo de 
planejamento urbano e regional, a densidade pode determinar decisões 
de projetos para ocupação e parcelamento por parte de planejadores, 
arquitetos urbanistas e engenheiros quando se define a forma e a ex-
tensão a ser ocupada ou loteada em uma determinada área da cidade. 
A densidade urbana também é muito utilizada como instrumento de ava-
liação da eficiência, performance e custos proporcionais por habitante 
das propostas urbanísticas, de infraestrutura ou de parcelamento e uso 
do solo. (SILVA, 2016, p.4)
Para uma melhor compreensão das diferenças entre a densidades, na figura 
abaixo são apresentadas, no artigo Densidade, informações sobre a dispersão e for-
ma urbana. Dimensões e limites da sustentabilidade habitacional são apresentadas 
numa comparação sobre a capacidade por hectare, para cada unidade habitacional, 
lembrando que 1 hectare (há) equivale à 10.000 m2.
Na comparação, é possível observar que a ocupação de uma quadra com tipo-
logias de média densidade multiplica em até 10 vezes o número de unidades habi-
tacionais de baixa densidade.
Exemplos comparativos de densidades urbanas: http://bit.ly/3aguS8Y 
Ex
pl
or
8
9
De acordo com a figura abaixo, ainda é possível observar quatro exemplos de 
diferentes tipologias, quanto à densidade aplicada ao lote. Nos casos abaixo, a im-
plantação considerou não apenas a construção das unidades habitacionais, como 
outros usos na quadra em questão. A inclusão de áreas verdes, áreas de convivência 
e vagas de estacionamento, permitem observar como a densidade habitacional deve 
ser pensada em conjunto com outras questões, como outras atividades além do 
“morar” deve estar presentes nos projetos de habitações multifamiliares.
Lembrando que a tipologia a ser aplicada deverá ser orientada pelas legislações 
municipais, como Planos Diretores e de Zoneamentos, que são definidos a partir 
das características específicas dos municípios e seus bairros.
Estudos sobre Densidade Urbana: http://bit.ly/2RlAohW
Ex
pl
or
O volume 3 “Onze propostas de morar para o Brasil moderno”, da publica-
ção “Os Pioneiros da Habitação Social”, que trata da produção pública no Brasil, 
entre 1930 e 1964, será uma das principais referências na escolha dos exemplos 
de habitações multifamiliares de média densidade apresentadas a seguir. Tal publi-
cação também foi utilizada na Unidade anterior da disciplina, e se configura como 
importância referência teórica na história da Habitação de Interesse Social.
Um dos projetos pioneiros de habitação multifamiliar, e exemplo a seguir, é o 
Conjunto Habitacional Várzea do Carmo, em São Paulo. Projetado pelo arquiteto 
Attílio Corrêa Lima, foi o primeiro conjunto habitacional de uso coletivo nos anos 
de 1950. E ra composto por 22 blocos desenhados em formato de lâminas, as uni-
dades habitacionais possuíam tipologias de 2 e 3 dormitórios, além de sala, cozinha 
e banheiro. O empreendimento contava com áreas determinadas para atividades de 
comércio e serviço, com objetivo de integração dos espaços coletivos, possibilitan-
do maior integração entre o espaço de morar e outras funções.
Podemos observar, a partir da figura abaixo, a implantação do conjunto Várzea 
do Carmo. No destaque em vermelho, estão os blocos de 4 pavimentos sem eleva-
dor, principal tipologia para unidades multifamiliares de média densidade. No pro-
jeto de implantação, as tipologias com diferentes alturas são trabalhadas de forma 
alternada resultando em um jogo de volumetrias e criando espaços para ventilação 
e iluminação naturais.
Em outras áreas, destacadas com pontos em azul, foram alocados edifícios com 
diferentes usos, com o objetivo de prover não apenas habitação, mas também ser-
viços e infraestrutura urbana para os moradores, como: comércio, creche, escolas, 
restaurantes, comércios, enfim, edifícios de uso misto e capazes de permitir os 
serviços básicos ao moradores da Várzea do Carmo.
9
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
Blocos de 4
pavimentos
Outros usos
Figura 1 – Várzea do Carmo, São Paulo, SP. Implantação
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 53
10
11
Figura 2 – Várzea do Carmo, São Paulo, SP. Maquete eletrônica
mostrando as diferentesvolumetrias utilizadas no projeto
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 56
Figura 3 – Várzea do Carmo, São Paulo, SP. Maquete eletrônica
com fachada e perspectiva dos blocos de 4 pavimentos
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 60
11
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
[...] o arquiteto Attílio Correa Lima buscou garantir o máximo aprovei-
tamento do terreno e da infraestrutura, propondo a construção de um 
número de unidades habitacionais em blocos intercalados de 11 e 4 anda-
res. Trata-se se um projeto marcado pela austeridade na ornamentação, 
pureza das formas, racionalidade da implantação e, por outro lado, rique-
za nos espaços públicos. Lamentavelmente, apenas os blocos de quatro 
andares foram edificados. (BONDUKI, 1998, p.168)
Figura 4 – Várzea do Carmo, São Paulo, SP 6. Fotos dos blocos de 4 pavimentos
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 65
De maneira geral, o projeto da Várzea do Carmo mostra como um projeto que 
trabalha com densidades diferentes, em uma mesma implantação, pode obter um 
resultado positivo, principalmente em relação aos espaços coletivos e de uso comum.
Outro exemplo é o Conjunto Residencial Lagoinha em Belo Horizonte. “[...] trata-
-se de um projeto único, que, ao contrário da grande maioria dos projetos do 
IAPI, não seguiu nenhuma tipologia previamente definida nem gerou um mo-
delo que tenha sido reproduzido em outros contextos” (BONDUKI, 2014. p. 71).
Projetado pelo arquiteto White Lírio Martins, em 1942, é considerado um íco-
ne da arquitetura moderna no Brasil. O projeto original previa 11 blocos verticais 
destinados a 6.000 moradores, entre trabalhadores da prefeitura e contribuintes do 
IAPI, mas apenas 9 blocos foram construídos.
De acordo com a imagem abaixo, pode-se observar o desenho diferenciado dos 
demais projetos do período, baseados em edifícios em lâminas.
Ao desenvolver um novo tipo – blocos estruturados em torno de um pátio 
interno e ordenados em volta de um grande espaço público – e propor 
12
13
uma original circulação suspensa no 6º pavimento, ligando o conjunto 
com as ruas situadas num nível mais elevado do entorno, o projeto criou 
uma solução arquitetônica e urbanística que enriqueceu o ciclo de proje-
tos habitacionais dos anos 1940. (BONDUKI, 2014, p. 71)
Figura 5 – Conjunto Residencial Lagoinha, Belo Horizonte, MG
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 73
Figura 6 – Conjunto Residencial Lagoinha, Belo Horizonte, MG
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 76
13
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
Nas imagens abaixo, é possível observar a circulação suspensa existente no 6º 
andar e a circulação dos andares que permitem ventilação e iluminação naturais. 
“O esquema de circulação é o grande diferencial do conjunto, que viabilizou a 
ideia de ruas suspensas no interior dos edifícios, gerando uma surpreendente 
integração entre o espaço público coletivo e o privado.” (BONDUKI, 2014, p.82).
Figura 7 – Conjunto Residencial Lagoinha, Belo Horizonte, MG
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 83
Outro exemplo é o conjunto “Casa da Bancária”. “Os projetos de moradias 
para solteiros realizados pelos Institutos dos Comerciários e Bancários repre-
sentam modalidade de atendimento prevista apenas nas cidades do Rio de 
Janeiro e São Paulo.” (BONDUKI, 2014. pg. 251). Projetado em 1956 pelo arqui-
teto Carlos Azevedo Leão, o projeto buscou a solução para mulheres trabalhadoras 
solteiras. O edifício com forma regular foi suspenso através do uso de pilotis e tinha 
na fachada um trabalho de janelas alinhadas de forma contínua.
Projetos voltados aos trabalhadores solteiros foram pensados para atender a uma 
forma de morar que considerava o espaço de morar como um local apenas para 
dormir, com diminuição de atividades domésticas, para isso, os projetos pensavam 
na diminuição dos espaços de cozinha, além de pensar em espaços coletivos como 
lavanderias. Tais características podem ser observadas atualmente nos projetos de 
estúdios localizados nos grandes centros, voltados para um perfil de usuários seme-
lhantes ao pensado nos anos 1940.
Nas imagens a seguir podemos observar a distribuição dos espaços nas unida-
des, com a presença de espaços multifuncionais, onde em um mesmo espaço são 
divididas funções de sala e dormitório. Além disso, podemos observar um espaço 
de estar coletivo na área de circulação principal do edifício. 
14
15
Espaços
�exíveis
Áreas
coletivas
Figura 8 – Casa da Bancária, Rio de Janeiro, RJ
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 249
Figura 9 – Casa da Bancária, Rio de Janeiro, RJ
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 249
Projetos específicos, de acordo com o perfil dos usuários como a Casa da Bancá-
ria, podem ser vistos em projetos atuais, tanto em edifícios com tipologias diferentes, 
como edifícios com unidades com números de dormitórios diferentes em um mesmo 
conjunto, ou em conjuntos com características específicas, como por exemplo, o Edi-
fício Pirineus em São Paulo, projetado pela Ambiente Assessoria Técnica.
15
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
Figura 10 – Edifício Pirineus, São Paulo, SP
Fonte: PAC/CDHU, 2012, p.36
Com terreno de 310,45m2, o prédio possui 28 apartamentos compostos por 
sala, dormitório, cozinha, área de serviço e banheiro. Desenvolvido para famílias 
engajadas no movimento de moradia de cortiços do centro de São Paulo, foi pensa-
do para abrigar famílias pequenas, na maioria composta por 2 ou 3 pessoas.
Figura 11 – Edifício Pirineus, São Paulo, SP
Fonte: NAKASHIGUE, 2008, p.148
16
17
Relações entre Espaços
e Formas Construídas
Nos exemplos apresentados no item anterior é possível observar a relação entre 
espaço e formas construídas, o desenho do edifício como resultado direto das tipo-
logias e espaços coletivos foram capazes de permitir a leitura dessa relação.
O Conjunto Habitacional Deodoro, localizado no Rio de Janeiro, foi pensado 
como exemplo para refletirmos a relação da topografia com a edificação, bem 
como na utilização de tipologias de edifícios diferentes em uma mesma área. 
A alternativa de implantação gerou uma composição equilibrada, respei-
tando a topografia, o meio físico e as áreas verdes preexistentes, num 
período em que esse aspecto não era uma exigência legal nem um dado 
muito valorizado. Assim, num terreno com desnível de 15 metros, foi 
evitada uma grande movimentação de terra e a remoção do bosque de 
mangueiras. (BONDUKI, 2014, p. 225)
Na imagem abaixo é possível observar o croqui do arquiteto Flávio Marinho 
Rego (1925-2001), autor do projeto, quanto ao aproveitamento do terreno aciden-
tado e aumento da densidade sem o uso de elevadores. Além disso, o andar de 
acesso pelas rampas permitiu desenvolver um pavimento que funciona como rua e 
espaço coletivo.
Figura 12 – Deodoro, Rio de Janeiro, RJ
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 226
Nas imagens a seguir podemos ver como a forma pensada pelo arquiteto funcio-
na em relação aos espaços projetados. O pavimento intermediário tem a função de 
principal acesso, preservação das áreas verdes e acessos entre os blocos. 
17
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
Figura 13 – Deodoro, Rio de Janeiro, RJ
Fonte: Adaptado de BONDUKI, 2014, p. 231
O formato orgânico dos edifícios (blocos serpenteantes) são implantados con-
trastando com os blocos em lâminas, também presentes no projeto do conjunto. 
Além disso, os diferentes formatos das construções resultam em grandes áreas 
verdes entre os edifícios.
Além das áreas livres, o projeto gerou uma grande esplanada pública 
coberta, com uma paisagem exuberante, de 5.600m2 nos pavimentos 
intermediários dos blocos serpenteantes, além dos térreos livres dos de-
mais blocos, junto aos pilotis. Seriam espaços disponíveis para implantar 
equipamentos sociais, como propôs Le Corbuisier nas ‘ruas suspensas’ 
da unité d’habitation1[...] (BONDUKI, 2014, p.231)
Figura 14 – Deodoro, Rio de Janeiro, RJ
Fonte: wikimapia.org
Algumaspropostas para edifícios de 4 pavimentos, caracterizando edifícios de 
média densidade, foram recebidas pelo Concurso Público Nacional de Arquitetura 
“Habitação para Todos”, para tipologias de Habitação de Interesse Social Sustentável, 
realizado em uma parceria entre o IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil) e CDHU 
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo).
1 A Unite d’ Habitation criado por Le Corbusier em 1952, tinha como principal objetivo a vida comunitária para 
todos os moradores, um lugar para fazer compras, divertir-se, viver e socializar, uma “cidade-jardim vertical. 
O Conjunto Habitacional de Marselha, citado em unidade anterior da disciplina, aborda tais questões.
18
19
A proposta de projeto elaborado por Monica Drucker e Rubens Otero para a 
cidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, tem como proposta utilizar uni-
dades de 2 e 3 dormitórios que, agregados formam blocos com espaços internos 
comuns, que além de permitir a criação de um espaço coletivo, auxiliam nas ques-
tões de conforto térmico com maior incidência de iluminação e ventilação natural.
Nas imagens a seguir podemos observar tais questões:
Figura 15 – Planta
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
Figura 16 – Perspectiva interna
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
19
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
Figura 17 – Elevação
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
Podemos observar, na elevação e nos estudos volumétricos, a flexibilidade da 
proposta apresentada. A partir de um módulo principal é possível subtrair, adicio-
nar ou ainda ajustar a tipologia em topografias mais acidentadas.
Figura 18 – Evolução volumétrica
Fonte: Adaptado de iabsp.org.br
20
21
Veja outras propostas na publicação ‘Sustentabilidade e Inovação na Habitação Polular‘,
Disponível em: http://bit.ly/2RYYBuDE
xp
lo
r
Os exemplos a seguir, foram selecionados para observar de maneira comparati-
va como a definição da unidade habitacional pode influenciar a forma dos edifícios.
No primeiro (Estados Unidos), as unidades não estão alinhadas entre si e a circula-
ção coletiva é responsável por juntar 2 unidades habitacionais, o formato criando 
por esse volume funciona como um quebra-cabeça e permite se adaptar a diferen-
tes terrenos. Já no segundo exemplo (Alemanha), o resultado da forma de agregar 
as unidades habitacionais permite a construção de edifícios em lâmina. No último 
caso (França), as unidades não apenas resultaram em edifícios em lâmina, mas 
também observamos o uso de passarelas como espaços coletivos.
Implantação
Perspectiva
Planta andar tipo
Figura 19 – S. A. V.’S Housinh, Chelsea (Estados Unidos)
Fonte: Adaptado de STEINER, 1992, p. 206
21
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
Implantação
Perspectiva
Planta andar tipo
Figura 20 – Siedlung bich, Biettigheim (Alemanha)
Fonte: Adaptado de STEINER, 1992, p. 137
Implantação
Perspectiva
Planta andar tipo
Figura 21 – Résidence Des Érables, Meudon (França)
Fonte: Adaptado de STEINER, 1992, p. 88
22
23
Enfim, as relações entre espaços e formas construídas serão resultado direto de 
um diagnóstico quanto ao perfil dos usuários, demanda a ser atendida, característi-
cas do terreno, conceito utilizado pelo profissional. Enfim, são critérios e questões 
de devem ser consideradas no momento de elaboração do projeto, atendendo assim 
à demanda necessária.
Diagnósticos 
Assim como nos casos de habitações de baixa densidade, os projetos de média 
densidade, como citados aqui, devem atender às demandas habitacionais e legisla-
ções vigentes. Em conjuntos de média densidade, a moradia passa a ter um enten-
dimento mais amplo, devendo ser consideradas não apenas as atividades realizadas 
dentro da moradia, mas também os espaços coletivos.
Apesar da importância da existência de serviços privados de educação, saúde 
e lazer, a produção e aprovação de habitações de HIS e HMP estão vinculados à 
obrigatoriedade de presença de elementos de infraestrutura urbana, como acesso a 
redes de abastecimento de água, esgoto, iluminação pública, pavimento e coleta de 
lixo, além dos serviços públicos de educação, saúde e lazer, e existência de comér-
cios, devendo ser considerados nas áreas de intervenção.
Os conjuntos de média densidades, caracterizados na maioria das vezes por edi-
fícios de 3 à 5 pavimentos, com ausência de elevadores, principalmente nos casos 
de HIS e HMP, terão maior adesão em cidades e áreas com maior demanda habi-
tacional e menor oferta de terrenos, ou seja, locais onde o acesso à terra é menor, 
ou por falta de terrenos ou por custo da terra, somado ao número de habitações a 
serem ofertadas.
Cidades de médio porte, ou bairros com tais características devem ser o principal 
foco de tais empreendimentos, e, por conta disso, a etapa do diagnóstico que deverá 
contemplar todas essas questões é primordial para o bom desenvolvimento do projeto.
De maneira resumida, a citação a seguir, afirma tais questões : 
Como se pôde verificar na literatura urbanística e exemplos de projeto 
estudados, o modelo de urbanização habitacional unifamiliar apresenta 
uma série de desvantagens frente ao multifamiliar, não somente as de 
caráter formal e de custos, mas também com relação ao convívio e ao 
encontro das pessoas e, assim, à noção de vizinhança e de senso comu-
nitário. A disponibilidade de área verde pública é outro fator proeminente 
no aumento da densidade urbana, ao passo que o modelo de loteamento/
parcelamento unifamiliar isola o lote e a propriedade privada entre mu-
ros, o conjunto multifamiliar pode democratizar o acesso às áreas verdes 
no interior da quadra, transformando o espaço privado em espaço cole-
tivo, este que ainda pode abrigar equipamentos comunitários para várias 
faixas etárias ou funções, mais próximos dos moradores e com raios de 
abrangência mais bem distribuídos. (SILVA, 2016, p.14)
23
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
Legislação Existente
Assim como na Unidade anterior, devemos ter clareza de que as legislações, em 
relação às densidades dos projetos, devem ser observadas no âmbito municipal, in-
clusive quando apenas indica os critérios adotados a partir de legislações estaduais 
ou nacional, isso porque municípios de pequeno porte podem ter legislações de 
outra esfera como seu norteador.
A seguir, alguns exemplos de legislações que estabelecem critérios mínimos de 
construção para tais empreendimentos. Na cidade de Recife, por exemplo, o Pro-
jeto de Lei no 005 de 2017, estabelece novas regras quanto à obrigatoriedade de 
instalações de elevadores em edifícios habitacionais.
Art. 1º. Estão dispensadas de serem servidas por elevador (es) as edifi-
cações habitacionais de até 05 (cinco) pavimentos ou que apresentem 
desnível inferior ou igual a 12,00m (doze metros), entre o piso do último 
pavimento e o piso do hall de acesso localizado no andar térreo.
Art. 2º. Deverão ser obrigatoriamente servidos por, no mínimo 01 (um) 
elevador, as edificações habitacionais com mãos de 05 (cinco) e até 08 
(oito) pavimentos ou que apresentem desnível, entre o piso da parada 
extrema superior e o piso da parada extrema inferior, igual ou superior a 
12,00m (doze metros), e até 21,00m (vinte e um metros).
Outro exemplo é na cidade de Conselheiro Lafaiete, Minas Gerias, onde a altera-
ção do Artigo 90 do Código de Obras do Município (LEI Nº 359, DE 15 DE JULHO 
DE 1957), limita o número de pavimentos em 4, conforme o artigo relacionado.
Art. 1º. O art. 90 da Lei nº 359, de 15 de julho de 1957, passa a viger 
com a seguinte redação:
Art. 90. Em edifícios de uso exclusivamente residencial, de mais de 04 
(quatro) pavimentos, compreendido o térreo e contados a partir deste, 
num só sentido ou de mais de 10,00 m (dez metros) de distância vertical 
contados do nível do acesso principal do térreo até o piso do último pavi-
mento, é obrigatória a instalação de elevador.
Ou seja, mesmo a orientação Federal, através do itemnúmero 16.4.18 – No 
caso de empreendimentos do MCMV – Faixa I, edifícios multifamiliares com 
3 pavimentos ou mais, verificar se existe local destinado à instalação de 
elevador junto à área de circulação comum dos pavimentos, no Caderno de 
Orientações Técnicas – Acompanhamento de Obras, da Caixa Econômica Federal, 
se o Código de Obras do Município ou outra legislação que não a orientação Fede-
ral seja a vigente na cidade, o número de pavimentos para a inclusão de elevadores 
será diferente em diferentes estados ou municípios.
24
25
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Os Pioneiros da Habitação Social no Brasil
https://youtu.be/LWvjEnKcIHA
Arquitetura e urbanismo – cidades inteligentes
As cidades, seus problemas e soluções. O que propunha o urbanismo e a arquitetura 
moderna. Entendendo Densidade Habitacional e Urbana.
https://youtu.be/EU68-0YFHIA
 Leitura
Guia para aprovação de projetos HIS – HMP
Guia para aprovação de projetos HIS – HMP. Prefeitura de São Paulo, SP.
http://bit.ly/2U6yKUn
Sustentabilidade e Inovação na Habitação Polular
http://bit.ly/2RYYBuD
25
UNIDADE Projetos de Habitações Multifamiliares de Média Densidade
Referências
BONDUKI, N. (Coord.). Os Pioneiros da Habitação Social – Vol. 1: “Cem Anos de 
Construção de Política Pública no Brasil. São Paulo: Ed. UNESP; Ed. SESC, 2014.
________. Os Pioneiros da Habitação Social – Vol. 2: “Inventário da produção 
pública no Brasil entre 1930 e 1964”. São Paulo: Ed. UNESP; Ed. SESC, 2014. 
________. Os Pioneiros da Habitação Social – Vol. 3: “Onze propostas de morar 
para o Brasil moderno”. São Paulo: Ed. UNESP; Ed. SESC, 2014. 
________. Origens da habitação social no Brasil. (Paper) Análise Social Vol. 
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