Medicamentos na Prática Clinica - Barros - 1ed-719

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ANTITUSSÍGENOS 
Nos pacientes com tosse crônica, após investigação adequada, encon-
tra-se um diagnóstico em cerca de 92% dos indivíduos, e a terapia específica 
melhora o sintoma em 95% desses. A síndrome das vias aéreas superiores 
(gotejamento pós-nasal), o refluxo gastresofágico (RGE) e a tosse como ma-
nifestação de asma são responsáveis pela maioria dos casos de tosse crônica. 
A tosse relacionada ao gotejamento pós-nasal melhora com corticosteroide 
nasal nos casos de rinite alérgica e com a combinação de anti-histamínicos, 
descongestionantes e antibióticos no caso de sinusite. Medidas antirreflu-
xo melhoram a tosse secundária ao RGE. Quando a tosse é um sintoma de 
asma, a melhora é obtida com o uso de broncodilatadores e/ou corticoste-
roides inalatórios. 
A tosse aguda secundária a um resfriado comum responde melhor à as-
sociação de descongestionantes e anti-histamínicos mais antigos (que causam 
mais sedação) do que aos anti-histamínicos mais recentes. Os anti-histamíni-
cos são abordados no Capítulo 45 - '~tialérgicos''. 
Cerca de 3 a 20% dos pacientes que usam inibidores da enzima conver-
sora da angiotensina 1 (IECAs) podem apresentar tosse, 1 a 2 semanas após o 
início da terapia, podendo iniciar até seis meses depois. Nesses casos, a tosse 
geralmente desaparece 1 a 4 dias após a suspensão do JECA, podendo persis-. , 
tir por ate quatro semanas. 
O uso de medicações antitussígenas, como medida paliativa principal-
mente à noite, pode ser considerado quando: 
1. a tosse prolongada perturba a vida do paciente e a etiologia é desconheci-
da, 
2. o tratamento específico da causa da tosse requer um período de tempo 
antes de tomar-se efetivo, 
3. o paciente apresenta hemoptise e a sedação da tosse é utilizada para redu-
zir o sangramento ou 
4. o tratamento específico da causa da tosse será inefetivo, como ocorre em 
pacientes com neoplasia de pulmão inoperável. 
Embora haja possibilidade de alívio sintomático com os medicamentos 
antitussígenos, a melhora é discreta e deve-se, em parte, ao fato de a dose efe-
tiva ser muito elevada, próxima da dose tóxica. Os antitussígenos geralmente